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1 Curso de Direito INDENIZAÇÃO E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA COMPENSATION AND UNJUST
ENRICHMENT Artigo Original Raniere Gonçalves Santos 1, Fernanda Mendes da Silva Alves 2 1 Aluno do
Curso de Direito 2 Professora Especialista do Curso de Direito Resumo Os danos morais são aqueles
danos não patrimoniais, que incidem sobre a personalidade da
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pessoa, que por ato ilícito de um terceiro causa um constrangimento
► Direito do consumidor ilegal. Quando ocorre esse dano, gera o dever de indenizar de
► Processo por danos morais acordo com a responsabilidade civil. As indenizações arbitradas à
título de danos morais levam em conta o enriquecimento sem causa,
► Dano moral trabalhista por isso são sempre em valores baixos, o que leva a impunidade do
lesador e a não compensação justa do lesado. A existência de
diferenças modalidades de danos morais e causas em que não se aplica o dano. O dano em si, é causa
de enriquecimento, já que provem de uma sentença de um magistrado. Palavras-chave: Danos morais;
Indenização; Enriquecimento sem causa; Responsabilidade Civil; Sentença. Abstract Moral damages are
thosepersonalinjuries,whichfocusonthepersonalityofthepersonthatwrongfulactof a thirdparty causes
anillegalconstraint. Whenthisdamageoccurs, generatesthedutytoindemnifyundertheliability.
Indemnitiesrefereedto for moral damagestakeintoaccountthe "unjustenrichment", sothey are
alwaysatlowvalues, which leads toimpunity lesador andnotjustcompensationoftheinjured.
Differencesmodalitiesof moral damagesand causes that do notapplythedamage. The damageitselfis
cause enrichment, alreadyproving a judgmentof a magistrate. Keywords: Moral damages;
Indemnification; Unjustenrichment; Liability; Sentence. Contato: raniere90@gmail.com Introdução O
presente trabalho busca abordar o tema das indenizações por danos morais que são presas ao
argumento enriquecimento sem causa, tornando-as ineficazes quanto ao seu papel de reparação do
dano e inócuas quanto o dever de punir os agentes causadores deste dano. Dano moral, como já
amplamente conhecido no meio jurídico, sendo um dano extrapatrimonial que atinge a personalidade
do indivíduo, que lhe constrange à situação que ultrapassa o mero aborrecimento. Ao causador deste
dano, é imputado o dever de indenizar, de acordo com a responsabilidade civil, ou seja, desde que haja
um ato ilícito ou não, que venha a causar dano a outrem, e que haja conexão entre o ato e o dano.
Imputada a responsabilidade ao causador do dano, este deverá indenizar a vítima, com uma quantia
que venha a reparar o dano e punir o agente, levando em consideração o caráter preventivo das
indenizações, ou seja, para coibir a reincidência dos atos causadores do dano. Para que as indenizações
atinjam o seu objetivo de reparar e de punir, não devem ter valor irrisório, valor este que deve se levar
em consideração o poder econômico do agente e a gravidade do dano. Chegando-se a um denominador
que se acredita ser o valor ideal para indenizar e punir, levada em consideração a impossibilidade de
mensurar um dano moral, porém pautada na intensidade do dano e no poder econômico do agente,
aquele valor deverá ser arbitrado mesmo que cause o enriquecimento da vítima. Se assim não o for, a
indenização não cumprirá o seu papel de punir e reparar. Por mais alto que seja o valor da indenização,
não caracteriza o enriquecimento sem causa, pois há uma causa bem clara aqui, que é o próprio dano.
Os baixos valores atribuídos, a título de indenizações por danos morais, nas sentenças judiciais são
compatíveis com o argumento do enriquecimento sem causa? Isso é um dos passos que iremos analisar
no referido trabalho, pois o dano sofrido é imensurável. A moral de uma pessoa é o bem mais precioso
que ela possui e, o dano causado a essa moral, não pode ser considerado como sem causa para se
enriquecer, e sim, talvez, o maior motivo de todos para determinar a obrigação decorrente da reparação
civil prevista no artigo 186 do Código Civil. As indenizações por danos morais arbitradas pelos juízes são
sempre calçadas pelo argumento do enriquecimento sem causa, atribuindo assim, um valor muito
pequeno às reparações pleiteadas. O uso do argumento mencionado é
2 usado não apenas para impedir o enriquecimento ilícito, mas também para conter a crescente
indústria do dano moral, por meio das indenizações. O exagero no valor da indenização deverse-á ser
discutido em tese de recurso, porém nunca pautado no argumento do enriquecimento ilícito, pois este
significa que um indivíduo receba determinada quantia patrimonial sem que para este tenha feito uma
contra prestação. No entanto, o motivo para enriquecimento em uma por danos morais, é o dano
moral, não se falando em enriquecimento sem causa. Esse dever de indenizar parte da
responsabilidade civil, pois o individuo deve assumir todas as consequências de seus atos, então ao
causar danos a outro é obrigatório que haja a reparação do mesmo, independente do tipo de dano
causado. Por fim veremos que a valoração dos danos sofridos é inestimável, de forma que é impossível
mensurar o valor do mesmo. Com isso não se faz jus dizer que há um enriquecimento sem causa com a
indenização por danos morais, pois a principal causa da indenização é a reparação do dano moral
sofrido. CAPÍTULO I DANO MORAL 1.1 CONCEITO DE DANO MORAL Ao longo da história da
humanidade, o Homem criou varias regras para a convivência social, evoluindo o Direito, passo a passo,
até vir a ser como o conhecemos hoje (DUARTE, Diego Humbelino. História do Direito.). Dentre essas
regras, foram criados institutos que visam proteger e resguardar patrimônios extras patrimoniais, ou
seja, de cunho moral e inerente à personalidade humana (SILVA, Nepomuceno. Dano Moral: Conceito,
Evolução Histórica, Demasias e Conflitos). Isso demonstra a preocupação da humanidade em inibir atos
que venham a denegrir a personalidade do indivíduo, sua honra e sua imagem. Não é de hoje que a
humanidade já percebeu que o maior bem do Homem é sua moral, tranquilidade e harmonia social,
sendo muito mais importante que qualquer bem material (SILVA, Nepomuceno. Dano Moral: Conceito,
Evolução Histórica, Demasias e Conflitos). Assim, após anos de evolução do Direito, foram criadas a leis
que defendem o indivíduo desses danos, com o intuito de proteger e punir as ações lesivas ao Homem
como pessoa, indivíduo e cidadão. No Direito Civil brasileiro há o dever de não lesar, e sempre que um
comportamento contrário causar prejuízo a alguém, seja material ou moral, surge então o dever de
indenizar, conforme previsão do artigo 186 do Código Civil. No âmbito social, o indivíduo adquire
diversos tipos de bens tutelados pelo ordenamento jurídico. Dentre estes bens, a moral prevista no
artigo 5º, incisos V e X da Constituição Federal de 1988, temos a personalidade humana, tão preciosa,
quiçá mais ainda que o bem patrimonial. É direito de qualquer indivíduo se ver livre de ataques a
qualquer de seus bens, não sendo um mais ou menos importante que o outro, obrigando aquele que
causar esses ataques, a indenizar a vítima, de acordo com o ordenamento jurídico, artigo 927 do Código
Civil. Desta forma, qualquer ato ilícito que reflita danosamente sobre o patrimônio da vítima, seja de
valor econômico ou moral, gera o dever de indenizar. Ato ilícito é a ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência de alguém, que ofende direito, ou causa prejuízo a outrem. Três são os
elementos que configuram o ato ilícito: 1º) é preciso que o fato lesivo seja voluntário, ou imputável ao
agente por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência; 2º) a existência de dano, que deve
ser patrimonial. O dano moral só é ressarcível quando produza reflexos de natureza econômica; 3º)
relação de causalidade entre o dano e o comportamento do agente, que conhecemos pelo nome de
nexo de causalidade (ALVES, Eduardo Silva. Dos atos ilícitos). As condições para se ter um ato ilícito, são
objetivas ou subjetivas. A condição objetiva é a ação ou omissão do agente que tenha uma ligação direta
com o resultado, qual seja, a violação do direito alheio. A condição subjetiva é quanto ao dolo, à
intenção de prejudicar o outro. Ou quanto a culpa, seja por imprudência, negligencia ou imperícia. A
consequência jurídica do ato ilícito é obrigar o seu autor a reparar o dano causado. Concretizando isso,
é que o nosso Código Civil dispõe em seu artigo186, Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
Diferentemente dos danos materiais que são de ordem econômica, os morais são de ordem não
econômica, pois colocam o indivíduo em situação constrangedora ou vexatória, que causa algum
distúrbio ou alguma mancha à sua persona-
3 lidade e ao bom nome. Assim, há dano moral quando a vítima suporta, por exemplo, a desonra e a
dor provocada por atitudes injuriosas de terceiro, configurando lesões nas esferas interna e valorativa
do ser como entidade individualizada (THEO- DORO JUNIOR, Humberto. Dano Moral. p.2). Em sua
brilhante decisão, o ilustre Desembargador Gerson Santana Cintra, do Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, orientou o voto que resultou na seguinte ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAIS. INÉP- CIA DA INICIAL. INOCORRÊN- CIA.DEVOLUÇÃO DE DOCUMENTO E
CHA- VE DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DE SUCUM- BÊNCIA RECÍPROCA....3. Simples aborrecimento ou mero
dissabor, que em nada altera o aspecto psicológico-emocional da suposta vítima, ainda que cause
inoportunas sensações negativas, não pode ser elevado ao patamar de dano moral, o qual somente se
caracteriza pela agressão que extrapola a naturalidade dos fatos da vida...(goiás, Tribunal de Justiça.
Apelação Cível nº200691177040, acessado em 20/08/14) Assim, não há em que se falar em danos morais
quando a vítima experimenta apenas um mero dissabor, ou seja, o dano moral deve atingir a
personalidade do indivíduo, não bastando uma simples situação importuna que lhe cause um mal estar.
É comum várias pessoas levarem mais em consideração o bem material. Há também quem venda sua
moral em troca desse bem material (PILAGALLO, Oscar. O Capitalismo é amoral: Ainda bem.). Isso
contribui em parte, para que a sociedade venha a pensar que a personalidade do indivíduo não seja
assim tão importante, banalizando a moral do Homem. Esse fato é fruto do capitalismo, pois é sempre
posto o capital como o bem mais precioso e, o importante é ter dinheiro a todo custo, mesmo que custe
sua honra (PILAGALLO, Oscar. O Capitalismo é amoral: Ainda bem.). Esse padrão de pensamento, que
parece impregnar as cabeças dos brasileiros em geral, tem se espalhado não só pelas pessoas de pouco
conhecimento científico, mas também pelas pessoas que têm acesso à informação e ao conhecimento,
formadas em diversos cursos, assim como médicos, advogados e até juízes, por exemplo (HELENA.
Deputados gastam 300 mil em missões turísticas. Disponível em:
http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.co m. No entanto, em países cujo desenvolvimento é
mais avançado, esse entendimento tem se demonstrado diferente, como nos Estados Unidos onde
vemos pessoas recebendo verdadeiras fortunas por danos morais (R7. Mulher abusada durante 18 anos
ganha indenização milionária nos EUA. Disponível em:.http://noticias.r7.com/internaional/noticias/mul
her-abusada-durante-18-anos-ganha-indenizcaomilionaria-20100701.html. Acesso em 20 de agosto de
2014. O dano moral, portanto, é o fruto de uma ação ou omissão ilícita que gere um constrangimento
que ultrapasse o limite do mero dissabor, atingindo a personalidade e o direito íntimo do individuo. 1.2
CARACTERIZAÇÃO O dano moral caracteriza-se quando um ato ilícito, causa a um terceiro um
constrangimento ilegal, ultrapassando o mero aborrecimento, gerando turbações no ânimo,
desmoralizando o lesado, provocando injúria ou sujando o nome da vítima. Comprovado o repasse dos
lotes urbanos como compensação da invasão das terras pelo loteamento implementado, e a
transferência daqueles a terceiros via de negócio presumidamente inválido, tem-se a nulidade da
relação originária dos títulos dominiais, porque não ocorre transferência da propriedade pela tradição
quando houver por título negócio jurídico nulo (arts. 166, CC/02 e 145, CC16) ou anulável, podendo
ambos levar ao desfazimento do ato (arts. 171, CC/02 e 147, CC/16). V - Para configurar a
responsabilidade civil indispensável a demonstração dos elementos essenciais, ato ilícito doloso ou
culposo, dano e o nexo de causalidade. Caracterizados os requisitos exigidos pela lei impõe-se a
indenização moral vindicada. VI - Para a valoração do dano moral, na ausência de critérios definidos em
lei, compete ao julgador observar as melhores regras ditadas para a fixação, atento às finalidades
compensatória, punitiva ou pedagógica e aos princípios gerais da prudência, bom senso,
proporcionalidade, razoabilidade e adequação, tendo em conta as circunstâncias que envolveram o fato,
as condições pessoais, econômicas e financeiras do ofendido, assim como o grau da ofensa moral, a
repercussão da restrição e a preocupação de não se permitir que a reparação transforme-se em fonte
de renda indevida, além de que não seja tão irrisória a passar despercebida pela parte ofensora,
consistindo no necessário efeito pedagógico de evitar futuros e análogos fatos. VII - Apelos conhecidos e
improvidos. Sentença mantida (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº 200791767205, 4ª Câmara
Cível, Relator Des. Beatriz Figueiredo Franco, DJ 629, de 28/07/2010. Disponível em:
&item=decisoes&subitem=jurisprudencia&acao =consultar. Assim, quando ações ilícitas geram um
transtorno de ordem patrimonial, mas com isso gere também um grande transtorno psicológico, tendo
em vista a segurança jurídica e a aflição do agente em ver seus direitos totalmente desrespeitados, tem-
se também o dano moral.
4 Mesmo as pessoas leigas aos assuntos do Direito sabem ou têm uma vaga noção do que quer dizer
o dano moral. Mesmo sem saber exatamente o que é ou como funciona, o dano moral é o instituto mais
comum no ordenamento jurídico, e que tem maior conhecimento dentre as pessoas leigas (NACIONAL,
Jornal.O Senador Fernando Bezerra diz que vai processar a União por danos morais. Disponível em:
HTTP://jornalnacional.globo.com/telejornais/JN/0,, MUL551674-
10406,00SENADOR+FERNANDO+BEZERRA+DI Z+QUE+VAI+PROCESSAR+A+UNIAO+POR+DA
NOS+MORAIS.html. Acesso em 20 de agosto de 2014. Um bom exemplo de dano moral é quando um
indivíduo tem seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito por uma dívida que já pagou.
Exemplo: você faz um contrato de financiamento de um carro, paga suas parcelas devidamente e,
quando vai fazer uma nova compra que necessite da consulta de seu nome, é impedido por motivo de
seu nome estar no rol dos devedores. Neste momento, você passa por uma situação vexatória, além de
ser impedido de obter aquele certo bem, por culpa de um ato ilícito da empresa vendedora de veículos.
Neste sentido, o Desembargador Gilberto Marques Filho proferiu decisão em que uma empresa de
telefonia insere o nome do Autor da ação nos órgãos de proteção ao crédito, por uma cobrança
indevida. Vejamos:...Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor na hipótese vertente, eis que a pessoa
jurídica que estabeleceu contrato de prestação serviços de telefonia móvel é consumidora final, por não
adquirir a referida prestação para a revenda e sim para uso próprio de comunicação durante a atividade
empresarial. Ademais, observo que existe uma situação de vulnerabilidade em relação à esta empresa
no contrato impugnado, parte hipossuficiente com relação a ré, que possui um enorme patrimônio
financeiro. 3. Justa a indenização por danos morais fixada pelo juiz monocrático, eis que arbitrada com
moderação e proporcional aos valores da vítima e do lesionador, não constituindo em enriquecimento
ilícito para nenhuma das partes. Recurso conhecido e improvido (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apelação
Cível nº 200903153771 (315377-97.2009.8.09.0000), 2ª Câmara Cível, DJ 679, de 13/10/2010. Disponível
em: o=consultar Neste caso, temos a inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito, como motivo
suficiente para uma indenização a título de danos morais, não constituindo enriquecimento ilícito. O
dano moral pode ser caracterizado também por agressão, como ocorreu no caso abaixo da Apelação
Cível julgada pelo Desembargador Fausto Moreira Diniz, onde policiais tiveram atitudes violentas com
um cidadão no exercício de seu trabalho:...não há que se falar em estrito cumprimento do dever legal
na conduta de policiais militares que, violando o princípio da proporcionalidade, cometem excesso no
uso da força, extrapolando os limites necessários para conter a situação de violência criada. III -
Havendo o abuso no exercício do uso da força para conter os ânimos de pessoa embriagada,
simplesmente para apartar uma briga de família, utilizando os policiais militares de tortura e
espancamento quando a situação já encontrava-se controlada, emerge o dever de indenizar, máxime
pela decorrência das graves escoriações sofridas pelo cidadão. IV - Torna-se, pois, despicienda a
comprovação efetiva do dano moral, posto ser considerado in reipsa, isto é, presumido, por decorrer do
próprio fato. V - O valor do dano moral deve ser arbitrado com moderação, norteando o julgador pelos
critérios da gravidade e repercussão da ofensa, da posição social do ofendido e da situação econômica
do ofensor, levando-se em conta as circunstâncias do caso, não merecendo qualquer reparo pelo
Tribunal quando fixado de forma razoável, capaz de inibir futuras práticas pelo agente financeiro,
contudo sem enriquecer ilicitamente o autor. VI - Danos morais mantidos em R$ 15.000,00 (quinze mil
reais). Apelação conhecida, mas desprovida (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº 200794090281
(409028-98.2007.8.09.0051), 6ª Câmara Cível, DJ 692, de 05/11/2010. Disponível em: o=consultar Neste
ínterim, vimos que danos morais advindos de agressão, geraram nesse caso, um valor de R$ 15.000,00 a
títulos de indenização por danos morais, valor este até superior que a média das indenizações. Assim,
no momento em que surge o ato ilícito, que venha a constranger alguém a uma lesão na esfera
emocional, causando um dano interno e que ataque sua personalidade, fica caracterizado o dano moral,
gerando assim, o direito de reparação do lesado que, fica desde já amparado pelo ordenamento jurídico
à buscar esta reparação junto aos órgãos judiciais competentes, de acordo com o artigo 159 do Código
Civil. Para caracterizar o dano moral é preciso que haja a comprovação do ato ilícito e a demonstração
de que da singularidade do ato é que ocorreu o mencionado dano. Nesse sentido, o site de Direito
danos.com.br, cujo assunto abordado é apenas sobre danos, demonstra com clareza os requisitos para
a caracterização dos danos morais: Os danos morais são aqueles que acabam por abalar a honra, a boa-
fé subjetiva ou a dignidade das pessoas físicas ou jurídicas. A caracterização da ocorrência dos danos
morais depende da prova do nexo de causalidade entre o fato gerador do dano e suas consequências
nocivas à moral do ofendido.
6 nização usando do mesmo critério mencionado acima:...a moderna jurisprudência do STJ não exige
sequer prova do dano moral sofrido pela vitima de inscrição indevida nos cadastros de restrição ao
credito, entendendo que o mesmo encontra-se implícito na própria negativação, já que os cadastros de
restrição ao crédito são de consulta pública. 2 - Comprovada a existência da negativação indevida do
nome do autor/apelado, resta inexorável a condenação da requerida/apelante que o negativou. 3- Não
atendendo aos princípios da equidade, razoabilidade e proporcionalidade, a condenação da
requerida/apelante ao pagamento de indenização, o valor deve ser reduzido. Apelação provida em parte
(Apelação Cível nº 200790622564 (62256-72.2007.8.09.0174), 4ª Câmara Cível, DJ 646, de 23/08/2010.
Disponível em: o=consultar Neste caso, o ilustre desembargador reduziu o valor indenizatório, tendo em
vista que a decisão de 1ª instancia não atendeu aos princípios da razoabilidade, equidade e
proporcionalidade, arbitrando um valor excessivo a título de indenização. Ainda, com o principio do
enriquecimento sem causa, conforme previsto no artigo 884 do Código Civil, não se pode gerar um
enriquecimento imotivado à pessoa do lesado, que também está disciplinado pelo critério da equidade.
Das noções fundamentais já expostas, concluímos que existe enriquecimento injusto sempre que
houver uma vantagem de cunho econômico em detrimento de outrem, sem justa causa. A fixação da
indenização por danos morais obedece ao prudente arbítrio do julgador, não podendo importar em
enriquecimento ilícito do ofendido, deve-se considerar a dupla finalidade do instituto, cujos objetivos
são, por um lado, a punição do ofensor, como forma de coibir a sua reincidência na prática delituosa e,
por outro, a compensação da vítima pela dor e sofrimento vivenciados, atendidos estes pressupostos,
mantém-se o quantum arbitrado na sentença, máxime pela observação dos princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade...(goiás. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº 200790017288 (1728-
53.2007.8.09.0051), 6ª Câmara Cível, DJ 700, de 18/11/2010. Relator Des. Fausto Moreira Diniz.
Disponível em: o=consultar No caso acima, o digníssimo relator pontua com precisão quando diz que a
fixação do valor da indenização deve cumprir o papel de punir o lesador e reparar o dano do lesado,
não importando em enriquecimento sem causa. Portanto, a fixação do valor indenizatório nas
indenizações por danos morais, apesar de não ser possível quantificar o dano uma vez que é subjetivo,
deve se seguir alguns parâmetros que nos norteiam. O dano moral é fato íntimo de cada pessoa, não
sendo possível mensurar nem tampouco compensar totalmente o lesado. Por isso, a reparação deve se
levar em conta não só o tamanho do dano, mas como também o poder financeiros dos agentes e o
caráter punitivo. O Desembargador Norival Santomé foi ainda mais longe, citando não só o caráter
punitivo, mas também o preventivo, como segue:...a indenização pelo dano moral mostrar-se-á razoável
quando satisfizer o seu caráter dúplice, exercendo as finalidades de compensar em parte a dor sofrida e
a de impor uma penalidade com caráter punitivo e também preventivo de novas ofensas. Desta feita,
realizando tais propósitos, não importará em enriquecimento sem causa da vítima ou em excesso de
penalização. Recurso conhecido e desprovido... (GOIÁS. Tribunal de Justiça. Apelação Cível nº 940294000
(29400-90.1994.8.09.0051). 6ª Câmara Cível, DJ 683 de 19/10/2010. Relator Des. Norival Santomé.
Disponível em: o=consultar. Insta ressaltar, acerca da decisão acima, a necessidade do caráter
preventivo da indenização, afim de afastar a ocorrência desses danos. Por esses e outros motivos, que
apenas a pessoa do juiz pode arbitrar as indenizações com seu livre convencimento, todo seu vasto
estudo da lei, além de conhecimento da pessoa humana com estudos de antropologia, história e toda a
responsabilidade que incumbe a sua profissão. CAPITULO II RESPONSABILIDADE CIVIL 2.1 CONCEITO DE
RESPONSABILIDADE CIVIL Primeiramente, a responsabilidade é o dever do indivíduo de assumir todas
as consequências de seus atos, ou de quem dele dependa. Responsabilidade vem do grego "respon"
que significa independencia, e do latim "sabili",que significa sábio. É a obrigação a responder pelas
próprias ações, e pressupõe que as mesmas se apoiam em razões ou motivos. O termo aparece em
discussões sobre determinismo e livre-arbítrio, pois muitos defendem que se não há livre-arbítrio não
pode haver responsabilidade individual, pois as ações pelas quais o individuo seria responsabilizado
não foram praticadas de livre e espontânea vontade, e consequentemente, também podem ser uma
pessoa muito errada: um aluno, um professor e um cidadão não pode haver nem castigo nem punição
justa para atos julgados irresponsáveis. Os motivos das ações de um indivíduo responsável devem fazer
sentido e este deve fazer conhecer suas opiniões sem causar transtorno, ao resto da comunidade. Ser
responsável é a obrigação de qualquer cidadão para uma vida saudável em sociedade (Wikipédia.
Responsabilidade. Disponível em:
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