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“O dano é, sem dúvida, o grande vilão da responsabilidade civil. Não haveria que
se falar em indenização, nem em ressarcimento, se não houvesse o dano. Pode
haver responsabilidade sem culpa, mas não pode haver responsabilidade sem
dano. Na responsabilidade objetiva, qualquer que seja a modalidade do risco
que lhe sirva de fundamento – risco profissional, risco proveito, risco criado etc
-, o dano constitui o seu elemento preponderante. Tanto é assim que, sem dano,
não haverá o que reparar, ainda que a conduta tenha sido culposa ou até
dolosa”.1
CONCEITO DE DANO:
Outro ponto de relevância que se deve repensar é quanto ao dano recair apenas
sobre interesses individuais. É incoerente afirmar que somente o ilícito penal teria repercussões
sociais.
1
Sérgio Cavalieri Filho, Programa de Responsabilidade Civil, 2. Ed, p.70.
Prof. Marcos José de Oliveira
Como regra todo dano deve ser indenizado, pois mesmo em face da impossibilidade de
retorno do ofendido ao status quo ante, sempre há a possibilidade de fixação pecuniária, a título
de compensação.
ESPÉCIES DE DANO
PATRIMONIAL ou MATERIAL
Dano emergente: corresponde ao efetivo prejuízo experimentado pela vítima (o que ela
perdeu);
Lucros cessantes: corresponde ao que a vítima deixou razoavelmente de lucrar por força do
dano (o que ela não ganhou). Não se trata de pagar o que se acha razoável (ideia quantitativa),
mas sim o que se se puder, razoavelmente, admitir que houve lucros cessantes (ideia que se
prende a existência de prejuízo)
OBS: os lucros cessantes não podem ser abstratos, devem ser certos.
DANO MORAL
violador, havendo-se portanto, como tais aqueles que atingem os aspectos mais íntimos da
personalidade humana (o da intimidade e da consideração pessoal), ou da própria valoração da
pessoa no meio em que vive e atua (o da reputação ou da consideração social)” Reparação Civil
por Danos Morais, 1. Ed., p.41.
Consiste no prejuízo que atinge reflexamente pessoa próxima, ligada à vítima direta da
atuação ilícita.
DANO ESTÉTICO
DANO EXISTENCIAL
A definição legal destes danos se encontra no CDC, que traz norma de natureza geral,
não se limitando às relações de consumo.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercido em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Os direitos difusos e coletivos são designados por José Carlos Barbosa Moreira como
direitos “essencialmente coletivos” - ao revés dos individuas homogêneos, que seriam apenas
“acidentalmente coletivos”, têm em comum o caráter transindividual, de natureza indivisível,
ou seja, que transcendem a esfera de um único sujeito individualizado.
Reposição natural: quando o bem é restituído ao estado em que se encontrava antes do fato
danoso. Constitui-se a mais adequada forma de reparação, mas nem sempre é possível.
Substitui-se por uma prestação pecuniária, de caráter compensatório. A reposição natural é rara
e não pode ser imposta ao a titular do direito à indenização, o que faz com que a prestação
pecuniária seja ordinariamente aplicada.
Prof. Marcos José de Oliveira
OBS: no dano material (onde restou atingido um bem físico, de valor comensurável
monetariamente), a reparação pode ser feita através da reposição natural. Esta possibilidade
não ocorre no dano moral, pois a honra violada jamais poderá ser restituída à sua situação
anterior. Neste caso (dano moral) melhor tratar de compensação e não de reparação.