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DANO

1. Conceito
Essencialmente é prejuízo, dano é perda, dano é a lesão a um interesse
ou bem jurídico devidamente tutelado de natureza material ou imaterial
causado a pessoa.

A PESSOA e não o patrimônio é o centro do sistema jurídico de modo


que se possibilite a mais ampla tutela possível, em uma perspectiva
solidarista que se afasta do individualismo que condena o homem a
abstração. Assim, o patrimônio deixa de ser o centro do direito, visto
que, até a propriedade é funcionalizada ao homem. (luiz edson fachin)
Teoria crítica do direito civil.

2. Requisitos do Dano indenizável


Afim de distinguir o dano, ou seja, o prejuízo de situações que apenas
desconfortáveis mas sem que haja ofensa a bens de interesses
tutelados a doutrina estabelece requisitos ou condições sem as quais
não haverá o dano.
a) Diminuição ou destruição de um bem jurídico patrimonial ou
extrapatrimonial pertencente a uma pessoa.
b) Efetividade ou certeza do dano.
c) Subsistência do prejuízo para o lesado.

TEM QUE HAVER OS 03 (TRÊS) CONCOMITANTEMENTE

DANO MATERIAL OU PATRIMONIAL


1. Conceito
É aquele que constitui uma lesão concreta que afeta um interesse
relativo ao patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração
total ou parcial do bens materiais que lhe pertencem. Constituem danos
patrimoniais: A privação do uso da coisa, os estragos nela causados, a
incapacitação do lesado para do trabalho e também o dano moral que
repercute materialmente para a pessoa, etc.
2. Indenização
A indenização ao dano material, mede-se pela diferença entre o valor
atual do bem ou patrimônio da vítima, e aquele que ele teria caso o
evento danoso não tivesse ocorrido. O objetivo é restaurar a situação ao
status quo ante e caso isso não seja possível obrigar o agressor a pagar
em dinheiro o valor correspondente a perda material sofrida pela vítima.
(Indenização propriamente pecuniária).

O dano material representa perda efetiva de


DIFERENÇA ENTRE patrimônio, riqueza é palpável, tangível,
DANO MATERIAL E possível de se fazer medições. O que não é
OUTROS DANOS: possível em outros danos, como dano
material por exemplo, que é um hipótese
uma possibilidade perdida.

O dano material divide-se em dano emergente e lucro cessante.

Dano emergente Chamado de negativo


Lucro cessante Chamado de positivo

A. Dano emergente:
É um déficit real e efetivo no patrimônio do lesado, ou seja, uma
concreta diminuição em sua fortuna, seja porque se depreciou o
ativo, seja porque aumentou o passivo, traduzindo um
empobrecimento da pessoa.
O dano emergente tem a condenação indenizatória de duas
formas:
1ª- Restaurar o patrimônio da vítima. (status quo).
2ª- Caso não seja possível a volta do status quo o pagamento de
valor equivalente ao dano ocorrido.
B. Lucros cessantes:
Deixou provavelmente de ganhar ex: taxista. Dano emergente:
carro – Lucro cessante: o que ele deixou de ganhar com o
trabalho.

O dano negativo é a privação de um ganho pelo lesado ou seja o


lucro que ele deixou de auferir em razão do evento danoso. Para
se computar o lucro cessante é indispensável um possibilidade
em concreto de recebimento fruto ou melhor dizendo uma
probabilidade objetiva resultante do curso normal dos
acontecimentos. O valor é apurado sempre a luz da
razoabilidade.

A indenização material inclui a correção monetária e juros


moratórios desde o evento danoso,
Conforme súmula 43 e 54 STJ.

43. Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir
da data do efetivo prejuízo.

54. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso


de responsabilidade extracontratual.

Parte da doutrina e jurisprudência entende que a despeito a


súmula os juros de mora só são devidos a partir da citação e não
da data do evento danoso.

DANO AO CORPO
1. Conceito
Dano a integridade física e a vida humana é direito
extrapatrimonial, mas pode provocar indiretamente uma lesão
patrimonial constitutiva de dano emergente ou de lucro
cessante. O corpo humano ao lado do valor moral que
representa pode originar em valor econômico que deve ser
indenizado.
A integridade física é um bem suscetível de apreciação
econômica de modo que sua perda deverá ser preparada
levando em consideração suas manifestações atuais e futuras.
A lesão é um ilícito civil conforme art. 948, 949, c.c, e também
ilícito penal conforme arts. 121 e 129 do cp.
A ofensa ao corpo tem reparação com objetivo de restabelecer
na medida do possível a vítima ao status quo ante, nem
sempre isso será possível dependendo o dano de lesão
causado. O tratamento engloba tudo quanto for necessário
para o restabelecimento da saúde, ou seja, despesas
médicas, de enfermagem, de internação, medicamentos, de
aparelhos corretivos, exames laboratoriais e clínicos,
fisioterapia, e inclui também tratamentos psicológicos que
muitas vezes são indispensáveis para a saúde física.
O benefício previdenciário não dever ser abatido do valor da
indenização por danos no caso do empregado, o pagamento
indenizatório e do benefício previdenciário não gera bis in
idem, são coisa totalmente diferentes e independentes.
Arts. 121 e 129 CP:

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Arts: 948,949 e 950 C.C:

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras


reparações:

I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e


o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia,
levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará


o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove
haver sofrido.

Conforme parágrafo único do artigo 950 do c.c, a vítima, pode


optar que a indenização seja paga de uma só vez.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele
sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a


indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Conforme artigo 948 c.c. No caso de morte o ofensor pagará


as despesas de funeral, bem como os alimentos que o de
cujos devia, até a data da sua provável morte. (As despesas
de funeral, não engloba terreno no cemitério).

DANO ESTÉTICO

É toda alteração morfológica do indivíduo que além do aleijam


abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos
ainda que mínimos que impliquem sob qualquer aspecto em
um enfeiamento da vítima constituindo numa simples lesão, ou
num permanente motivo de exposição ao ridículo ou criando
um complexo de inferioridade na pessoa.
Dano estético não se confunde com dano material, todo dano
que influência ou diminui sua integridade física, indenizado
como dano imaterial.
O dano estético quase sempre resulta em um prejuízo moral
ao lesado, não apenas pelas dores físicas que sofreu mas
também pelo fato de se atingir a integridade ou a estética de
seu corpo, tendo direito a indenização mesmo que não haja
uma diminuição real de seu patrimônio.
O valor da indenização vai varia de acordo com a
quantificação da modificação da integridade física, ou seja,
quanto maior a indenização.
Se haverá dano estético quando não haver possibilidade de
reparação ou realizado o tratamento não for possível eliminar
o dano. No nosso direito o objetivo da reparação civil é o
retorno da vítima ao status quo ante, de modo que essa
deverá ser sempre a principal iniciativa indenizatória.
O dano estético em regra, é cumulável com o dano moral.

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