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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ________ .

________ , inscrito no CPF ________ , ________ , residente e domiciliado na ________


, nº ________ , na cidade de ________ , ________ , ________ vem à presença de Vossa
Excelência, por seu procurador, propor

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS


DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

________ , inscrito no ________ , com endereço na ________ , nº ________ , na cidade


de ________ , ________ e,

________ , inscrito no CNPJ nº ________ , com endereço na ________ , nº ________ ,


na cidade de ________ , ________ pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS - NEXO DE CAUSALIDADE E ILICITUDE DO RÉU

Às ________ do dia ________ o Autor sofreu um acidente de trânsito causado pelo


Réu, sofrendo graves lesões e prejuízos materiais, conforme Boletim de Ocorrência que junta em
anexo.
Conforme narrado, o Réu ________ , ou seja:

a) O Réu não exerceu seu dever de cautela na direção, expondo


deliberadamente os demais ao risco;

b) Por culpa exclusiva do Réu o acidente ocorreu, gerando o dever de


indenizar;

c) Não houve caso fortuito ou força maior, nem tampouco se revela a


presença de responsabilidade exclusiva da vítima ou de terceiros.

Demonstrado, portanto o dever de indenizar.

Após recuperação médica e levantado o prejuízo causado, o Autor tentou reiteradas


vezes obter o ressarcimento com o Réu, não obtendo êxito obrigando-o a buscar apelo ao
Judiciário.

DOS DANOS PATRIMONIAIS

Conforme relatado, o Autor teve sérias lesões físicas e prejuízos materiais, uma vez que:

a) Foi hospitalizado por ________ dias, sendo obrigado a providenciar


mais de R$ ________ em medicamentos e despesas hospitalares,
conforme comprovantes em anexo;

b) Teve despesas para tratamento médico contínuo no montante


de R$ ________ , o que poderá perdurar por toda vida;
b) Teve que providenciar o conserto do carro, lhe causando o prejuízo
de R$ ________ , conforme Notas Fiscais em anexo;

b) Ficou mais de ________ dias sem poder trabalhar, gerando


prejuízo estimado em R$ ________ de não produtividade, conforme
média demonstrada em gráficos em anexo;

c) Limitações físicas permanentes, impactando no trabalho e na vida


cotidiana com dependência médica permanente;

d) Ficou mais de ________ sem o carro, sendo que se trata de um


utilitário necessário às atividades profissionais que exerce, sendo obrigado
a gastar mais de R$ ________ com táxi e outros meios de transporte,
conforme comprovantes que unta em anexo.

Trata-se de dano inequívoco causado pelo Réu, gerando o dever de indenizar. Afinal,
todo transtorno e prejuízo causados originaram exclusivamente por uma conduta ilícita do Réu.

DOS LUCROS CESSANTES E DA INDENIZAÇÃO VITALÍCIA

Conforme narrado, o evento danoso deixou sequelas físicas, estéticas e morais, além de
ter repercutido em danos patrimoniais e lucros cessantes, se enquadrando perfeitamente à
previsão do Código Civil:

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor


indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de
algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido
não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe
diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além
das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim
da convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da
depreciação que ele sofreu.

O Autor trabalhava como ________ , dependendo diariamente de seu labor para


auferir sua remuneração ao final do mês.

No entanto, interrompendo a linha ascendente de ganhos, conforme gráfico dos lucros


auferidos antes e depois do acidente, fica perfeitamente claro o impacto do ato ilícito do Réu nos
rendimentos profissionais do Autor, caracterizando lucros cessantes, passíveis de indenização,
conforme leciona João Casillo:

“Na apuração dos lucros cessantes, também o


critério é o dos rendimentos. Aquele que vê sua saúde
abalada, ou deixa de produzir ou passa a fazê-lo em
escala menor, sofrendo, portanto, perda em seus
ganhos, deve ser indenizado, e, se algum é responsável pelo
evento, deve arcar com o dano causado. Na apuração do
quantum, a base de cálculo é o valor da remuneração, real ou
presumida.” (in "Dano a pessoa e sua indenização", Editora
Revista dos Tribunais)

No mesmo sentido Silvio Rodrigues:

“Se a vítima experimenta ao mesmo tempo um dano


patrimonial defluente da diminuição de sua
capacidade para exercer seu ofício e um dano moral
derivado do aleijão, deve receber dupla indenização,
aquela proporcional à deficiência experimentada e
esta fixada moderadamente.” (A Reparação nos acidentes
de Trânsito, 2ª edição revista e ampliada, Revista dos Tribunais,
1986, pág. 121)

Na ocasião do acidente, o autor trabalhava como ________ , ocorre que após alta
médica, o Autor jamais conseguiu auferir os mesmos resultados, o que demonstra pelos gráficos
dos últimos meses de rendimentos.

Pelos laudos médicos, fica comprovado que o Autor ficou com sequelas
permanentes que o limitam fisicamente.

Tratam-se de limitações motoras e psíquicas causadas pela interrupção da vida


cotidiana e saudável que o Autor levava, sendo devido, portanto, indenização mensal
vitalícia, nos termos do artigo 950, parágrafo único do CC, em decorrência do da diminuição
de sua capacidade de trabalho, o que poderá ser comprovado de forma inequívoca em perícia
judicial.

Portanto, se a vítima sofre ao mesmo tempo, um dano patrimonial pela redução de sua
capacidade e outro moral pelo sofrimento excessivo, a indenização individualizada é medida que
se impõe.

DO DANO MORAL E ESTÉTICO

O dano moral em situações como estas é inequívoco. Afinal, o Autor teve sérias sequelas
físicas e estéticas, impactando em todo sua rotina para o resto de sua vida!

Trata-se de um ato ilícito que dificultou a condução normal da vida do Autor,


ultrapassando os meros dissabores do dia a dia, gerando o dever de indenizar.
Pleos laudos e fotos que junta em anexo, o autor teve graves danos estéticos, além de ter
um forte impacto em sua produtividade, afetando a auto estima de qualquer ser humano,
configurando Dano moral devendo ser indenizado:

" dano moral é todo sofrimento humano que não é causado por uma perda
pecuniária. Lição de Pontes de Miranda: nos danos morais, a esfera ética
da pessoa é que é ofendida; o dano não patrimonial é o que, só atingindo o
devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio." (TJRJ. 1a c. - Ap .
- Rel. Carlos Alberto Menezes - Direito , j. 19/11/91-RDP 185/198).

A Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça elucida o tema:

"O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, não goza apenas a
dor física que geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando
simultaneamente ocorrem danos patrimoniais, que podem até consistir
numa decorrência de sorte que as duas modalidades se acumulam e tem
incidências autônomas."

Trata-se de prescreve lúdica do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

E nesse sentido,a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma
satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador sanção e
alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso aos
transtornos causados.

DA RESPONSABILIDADE DO RÉU
O ato danoso do réu consistiu em ato ilícito e comissivo, verificado no momento em que
infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece que:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu


veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito.

Segundo narra o Boletim de Ocorrência, o acidente ocorreu quando o réu ________


em clara inobservância ao que estabelece a Lei de Trânsito, in verbis:

________

Trata-se, portanto, de fato consubstanciado exclusivamente pelo ato do Réu,


independente de dolo ou intencionalidade dela, conforme esclarece Maria Helena Diniz:

“não se reclama que o ato danoso tenha sido, realmente, querido pelo
agente, pois ele não deixará de ser responsável pelo fato de não
ter-se apercebido do seu ato nem medido as suas
conseqüências.” (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro,
v. 7, responsabilidade civil, 18º edição, São Paulo, Saraiva, pg. 43)

Portanto, a responsabilização do réu aos danos causados é medida que se


impõe.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


1. A concessão da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do art. 98 do Código de
Processo Civil;

2. A citação do réu para, querendo responder a presente demanda.

3. Seja o requerido condenado a pagar ao requerente um quantum a título de danos


patrimoniais, contemplando i) as despesas médicas, de tratamento já havidas e com as
que se fizeram necessárias até a mais ampla recuperação do autor, incluindo-se as
referentes a cirurgias plásticas, próteses estéticas, medicamentos, tratamento
ambulatorial, e outros, conforme apurado em posterior liquidação; ii) pagamento dos
lucros cessantes pelo período em que ficou sem trabalhar, apurado conforme a média
informada nos gráficos em anexo, iii) pagamento de uma indenização, a ser arbitrada e
paga de uma só vez, pelos danos materiais suportados por perda de sua capacidade
laborativa, estimando-se para efeitos de valor da causa o tempo da data do acidente, iv)
indenização vitalícia com base na perda laboral do Autor;

4. Seja determinado o pagamento de uma indenização pelos danos morais e estéticos a


serem apurados através de perícia médica, não podendo ser inferior a ________

5. Seja o réu condenado ao pagamento das indenizações supramencionadas, acrescidas de


juros e correção monetária a contar da data do acidente,

6. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que


deverão ser fixados em 20% do total da condenação;

7. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas e cabíveis à
espécie, especialmente pelos documentos acostados.

Dá-se à presente o valor de R$ ________ .

Termos em que, pede deferimento.

________ , ________
________

OAB/ ________ ________

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