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AO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , RG nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de ________ ,
________ , ________ , vem à presença de Vossa Excelência, por
meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de ________ , com endereço para intimações no Município


de ________ , em ________ , nº ________ , pelos fatos e
fundamentos que passa a expor.

BREVE RELATO

O Autor possui um histórico ilibado, sem possuir qualquer registro de


processo judicial em seu nome.

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No entanto, estranhamente em ________ o Autor foi indevidamente
constrangido por ________ decorrente de ato falho do estado.

Desta forma, considerando o inequívoco erro estatal, bem como, que não
houve imediata correção do erro, e claramente demonstrado o grave constrangimento
sofrido pelo Autor, mostra-se inequívoco o dano moral sofrido, sendo causa suficiente para
ensejar o dever de indenizar do Estado.

DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

O ponto central da presente demanda trata da Responsabilidade Objetiva do


Estado pelos danos causados por seus agentes, nos termos do art. 37, 6º da Constituição
Federal, in verbis:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:

Assim, embora legítima a atividade estatal, quando lesiva ao particular


ensejará o dever de indenização. Para Maria Sylvia Di Pietro, ao tratar da responsabilidade
do Estado, assevera:

"É indiferente que o serviço público tenha funcionado bem ou


mal, de forma regular ou irregular. Constituem pressupostos da
responsabilidade objetiva do Estado: (a) que seja praticado um ato
lícito ou ilícito, por agente público; (b) que esse ato cause dano
específico (porque restringe apenas um ou alguns membros da
coletividade) e anormal (porque supera os inconvenientes normais

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da vida em sociedade, decorrentes da atuação estatal); (c) que haja
um nexo de causalidade entre o ato do agente público e o dano."
(in Direito Administrativo, 24ª ed. pg. 646)

Nesse sentido, é inconcebível admitir que a falha do Estado teve como causa
alguma conduta do Autor, ou que este pudesse evitar. Assim, ausente qualquer
circunstância que afaste a responsabilidade objetiva da Administração Pública, a
demonstração inequívoca do nexo causal entre a falha e o dano gerado configura o
dever de indenizar.

DOS DANOS MORAIS

Assim, embora legítima a atividade estatal, quando lesiva ao particular


ensejará o dever de indenização, explicitamente assegurado no art. 5º, LXXV da
Constituição Federal, assim redigido:

"O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim


como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença".

O erro em vergasto é fruto de REITERADAS FALHAS, com um lapso


temporal longo, com origem ainda no ato de identificação do verdadeiro Réu, ensejando o
bloqueio indevidamente em nome do Autor, evidenciando a CULPA da Administração
Pública.

Esse entendimento predomina na recente jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS


MATERIAIS E POR DANO MORAL. ESTADO DO RIO DE
JANEIRO. FALHA DE AGENTE PÚBLICOS NO
ATENDIMENTO AO AUTOR. PRESTAÇÃO DE
INFORMAÇÕES ERRÔNEAS, QUE VIERAM A LHE
OCASIONAR PREJUÍZOS. DEMANDANTE QUE TEVE SEU

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VEÍCULO MULTADO E REBOCADO. SENTENÇA DE
PARCIAL PROCEDÊNCIA CONDENANDO O RÉU A PAGAR
AO AUTOR A QUANTIA DE R$2.008,60 (DOIS MIL E OITO
REAIS E SESSENTA CENTAVOS) A TÍTULO DE
REPARAÇÃO POR DANO MATERIAL, BEM COMO O
VALOR DE R$5.000,00 (CINCO MIL REAIS) PELO DANO
MORAL SOFRIDO. IRRESIGNAÇÃO DO RÉU. PESSOA
JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO QUE RESPONDE
OBJETIVAMENTE PELOS DANOS QUE SEUS AGENTES,
NESSA QUALIDADE, CAUSAREM A TERCEIROS, DOS
QUAIS SE EXIME APENAS SE COMPROVAR ALGUMA
EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. ART. 37, §6 DA
CRFB/88. CONTINGENTE PROBATÓRIO QUE SE MOSTROU
APTO A COMPROVAR OS DANOS MATERIAIS SOFRIDOS
PELO AUTOR, EM RAZÃO DAS INFORMAÇÕES
DESENCONTRADAS PRESTADAS PELOS PREPOSTOS DO
RÉU. DANO MORAL CONFIGURADO, DIANTE DO
RETARDO NA LOCALIZAÇÃO DO PARADEIRO DO
VEÍCULO, ALÉM DAS MULTAS E DESPESAS IMPOSTAS AO
AUTOR, TENDO NECESSITADO, INCLUSIVE, PEDIR
EMPRÉSTIMO PARA PODER REAVER O SEU AUTOMÓVEL.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. Conclusões: Por unanimidade, negou-se
provimento ao recurso, nos termos do voto do Des. Relator. Obs:
Presente a Ilustre Defensora Pública Dra (...) R T (...). (TJ-RJ,
APELAÇÃO 0009027-34.2016.8.19.0004, Relator(a): DES.
EDUARDO DE AZEVEDO PAIVA, Publicado em: 14/11/2019,
#085407)

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. APELAÇÕES


CÍVEIS. AÇÃO ORDINÁRIA. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL. AGENTES

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PÚBLICOS. ABERTURA DE CONTA-SALÁRIO SEM
CONHECIMENTO E ANUÊNCIA DO AUTOR. ATITUDE E
FINS ILÍCITOS. VIOLAÇÃO AO DIREITO À PRIVACIDADE E
À PERSONALIDADE. INDENIZAÇÃO DEVIDA. REDUÇÃO
DO VALOR ARBITRADO. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL
DE JUSTIÇA. APELO DA MUNICIPALIDADE CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO, RESTANDO PREJUDICADO O
RECURSO DO AUTOR. 1.O ordenamento jurídico pátrio, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, no que diz respeito
à responsabilidade civil do Estado, adotou a teoria do risco
administrativo, segundo a qual a Administração Pública responde
objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus agentes no
exercício de suas funções. 2.A atitude ilícita dos agentes públicos
da municipalidade, que usaram fraudulentamente o nome do autor
para abertura de conta-salário "fantasma", ocasionou lesão ao
direito à privacidade e à personalidade, gerando, assim, o dever de
indenizar. 3.Consoante o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, "ingerência na vida privada, sem a devida autorização da
pessoa, consiste em violar direito de privacidade." (REsp
440150/RJ, Relator o Ministro Francisco Peçanha Martins, Segunda
Turma, julgado em 19/04/2005, DJ 06/06/2005). 4.O arbitramento
da indenização pelo dano moral levará em conta as consequências
da lesão, as condições socioeconômicas do ofendido e a capacidade
do ofensor. Constatado excesso na fixação, impõe a redução do
valor a ser indenizado. 5.Apelo do Município conhecido e
parcialmente provido, restando prejudicado o recurso do autor.
ACÓRDÃO ACORDA a 3ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ, por
uma de suas turmas julgadoras, à unanimidade, em conhecer do
apelo da municipalidade, para dar-lhe parcial provimento, restando
prejudicado o recurso do autor, tudo nos termos do voto do relator,
parte integrante deste. Fortaleza, 1º de julho de 2019. (TJ; Relator

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(a): ANTÔNIO ABELARDO BENEVIDES MORAES; Comarca:
Pacajus; Órgão julgador: 1ª Vara; Data do julgamento: 01/07/2019;
Data de registro: 01/07/2019, #185407)

Nesse diapasão, deve ser considerada a repercussão danosa ao Autor,


condenando a Ré à indenização devida.

Conforme relatado, o dano moral fica perfeitamente caracterizado pelo dano


sofrido pelo Autor ao ________ , expondo o Autor a um constrangimento ilegítimo,
gerando o dever de indenizar, conforme preconiza o Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,


ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Assim, demonstrado o profundo abalo sofrido pelo Autor, é inegável o dever


indenizatório, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO NA


ATIVIDADE ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA. INTIMAÇÃO
EQUIVOCADA DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA.
HOMÔNIMO DO VERDADEIRO RÉU. DEVER DE
INDENIZAR. OCORRÊNCIA Responsabilidade objetiva do
Estado, fundada na teoria do risco administrativo adotada pelo art.
37 § 6º da CF, decorrente da falta de diligência na consecução do
seu mister. Demonstrada a ilicitude do ato praticado pelo réu, que
procedeu a equivocada intimação do autor de sentença criminal
condenatória, sendo necessária a contratação de advogado, resta

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evidente o dever de indenizar. (...) DANO MORAL.
CONFIGURAÇÃO. Hipótese em que o dano é inerente à
própria ofensa, porquanto manifesta a aflição e o
constrangimento suportados pelo autor, que teve o seu nome
vinculado à prática de delito. Dano moral in re ipsa. Sentença
mantida. QUANTUM INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. Em
atenção aos parâmetros estabelecidos pela doutrina e jurisprudência
pátrias para a fixação do montante indenizatório, atento às
particularidades... do caso concreto, deve ser reduzido o quantum
indenizatório para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), acrescido de
correção monetária e juros moratórios legais. Sentença reformada,
no ponto. CONSECTÁRIOS LEGAIS. (...) APELAÇÃO
PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70075110627,
Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo
Roberto Lessa Franz, Julgado em 22/03/2018).

A narrativa demonstra claramente o grave abalo moral sofrido pelo Autor em


manifesto constrangimento ilegítimo. A doutrina ao lecionar sobre a matéria destaca:

"O interesse jurídico que a lei protege na espécie refere-se ao bem


imaterial da honra, entendida esta quer como o sentimento da
nossa dignidade própria (honra interna, honra subjetiva), quer
como o apreço e respeito de que somos objeto ou nos tornamos
mercadores perante os nossos concidadãos (honra externa, honra
objetiva, reputação, boa fama). Assim como o homem tem direito à
integridade de seu corpo e de seu patrimônio econômico, tem-no
igualmente à indenidade do seu amor-próprio (consciência do
próprio valor moral e social, ou da própria dignidade ou decoro) e
do seu patrimônio moral." (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral. 2ª
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998, p. 288).

Assim, diante da evidência dos danos morais em que o Autor fora

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acometido, resta inequívoco o direito à indenização.

ISTO POSTO, requer:

1. Seja dada a devida prioridade no trâmite processual, por se tratar de


causa que envolve ________ ;

2. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código


de Processo Civil;

3. A citação do réu, na pessoa de seu Procurador Geral, para, querendo


responder a presente demanda;

4. A procedência dos pedidos, para condenar o réu ao pagamento de


reparação por danos materiais no valor de R$ ________ , e a
condenação por danos morais em valor não inferior a R$ ________ .

5. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em


especial a juntada da documentação em anexo e a oitiva de testemunhas;

6. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios, nos termos do Art. 85, §3º do CPC/15;

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. VII
do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

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________

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