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Ação de Indenizatória
Autos nº:
PRELIMINARES
ILEGITIMADADE PASSIVA
Inexiste nos autos, qualquer espécie de prova escrita para embasar a presente
ação, inutilizando-a, desta forma, para o fim pretendido pela Requerente, tendo
demandado, na melhor das hipóteses, contra a pessoa errada, vez que ação deveria ser
ajuizada em face da administradora do cartão, vez que a administradora que aprovou o
saque no valor de R$ 400,00, na referente conta, e não a instituição financeira. Assim,
a responsabilidade exclusiva da administradora do cartão.
Desta forma, devendo o processo ser extinto, sem julgamento de mérito, por
carência de ação - ilegitimidade de parte, e consequentemente, a condenação da
Requerente no pagamento de custas judiciais e honorários advocatícios.
DA TEMPESTIVIDADE DA CONTESTAÇÃO
O termo inicial do prazo da apresentação da defesa se dá na data da juntada do
mandado cumprido, quando a citação for por oficial de justiça, nos termos do art. 231,
II, do CPC. Assim, o mandado de citação devidamente cumprido foi juntado aos autos
no dia.
E considerando que entre o período de 20 de dezembro e 20 de janeiro,
suspende-se o prazo, nos termos do art. 220 do CPC. Ademais, a contagem dos prazos
ocorrerá nos dias úteis, conforme art. 219 do CPC.
Assim, começa o prazo para apresentação da peça de defesa esta dentro do
prazo.
DOS FATOS
Aduz a requerente que no dia 21 de julho de 2016 às 21 horas, teve seu carro arrombado
na Avenida Otávio Santos, em frente à Clínica Santa Clara, seu local de trabalho. Nesta
ocasião, os infratores subtraíram uma bolsa contendo todos seus documentos e cartões
bancários, dentre eles estava o cartão da Caixa Econômica Federal.
Neste mesmo horário, percebendo o furto, a requerente de imediato tomou as
providências necessárias. A Policia Militar foi acionada, chegaram ao local do fato às
21h45min e formalizaram a ocorrência do delito, conforme documento em anexo.
Em relação a Policia Civil, procurou o Distrito Integrado de Segurança Pública,
foi informada de que o boletim só poderia ser confeccionado na manhã seguinte, o que,
de fato, foi feito conforme anexo.
Neste interim, a requerente efetuou ligações para as centrais de todos os cartões
bancários, inclusive para o call center da CEF, comunicando o furto e requerendo o seu
cancelamento imediato do cartão.Cumpre-se ressaltar que a ligação para cancelamento
do cartão foi efetuada no mesmo dia do crime, ou seja, em tempo hábil.
A requerente, que é cliente da agência nº0079, situada em Vitória da Conquista,
operação 013, conta nº xxxx, percebeu que apesar de toda sua cautela, foi sacada a
quantia de R$400,00(quatrocentos reais), da sua conta poupança. Imediatamente, via
atendimento telefônico, a suplicante rechaçou toda e qualquer possibilidade de ter
efetuado aquela transação, negando veementemente a realização do saque, e informando
à requerida que foi vítima de um crime. Mesmo assim não foi realizada a restituição do
valor do saque.
Indignada com esta negativa, a requerente, munida de total boa fé, e interesse em
resolver a situação amigavelmente, protocola requerimento por escrito contestando o
débito, conforme documento em anexo. Infelizmente a CEF indeferiu o pedido, não
realizando assim a devolução da quantia sacada indevidamente.
Inicialmente, convém destacar que uma singela análise dos autos, e narrativa fática da
autora, resta demonstrada a ausência de qualquer irregularidade da Demandada, pois a
responsabilidade é exclusiva da autora ao deixar a senha pessoal e cartão juntos, dando
causa diante da circunstancia apontada.
Adentrando no mérito da vexata quaestio, não há qualquer razão a assistir à parte
Autora. Senão vejamos. É evidente a ausência de qualquer irregularidade da Caixa
Economica, vez que não constituiu a responsabilidade objetiva, devido a culpa
exclusiva da vítima, inexistindo, assim, a falha na prestação do serviço e de conduta
ilícita a ensejar reparação por danos materiais e morais.
Colo car artigo da responsabilidade excluviva da vitima
Culpa exclusiva
DOS REQUISITOS PARA RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
Desincumbiu-se do ônus da prova esta Empresa Pública e ainda que esse MM Julgador
entenda tratar-se de hipótese de aplicação do Art. 6º, inciso VIII, do CDC, como
invocado pela parte Autora em sua inicial, não há como ser procedente a presente
demanda. Ainda assim, entende a Caixa que tal demanda não comporta a aplicação do
referido dispositivo legal, uma vez que, a previsão contida no art. 6º, inciso VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, constitui-se exceção à regra geral do art. 373, inciso
I, do Código de Processo Civil. Por sua vez, reza o artigo invocado pela parte Autora,
no escopo de consubstanciar seu pleito, in verbis: Art. 6º São direitos básicos do
consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências; Ora Emitente Julgador, significa dizer, permissa venia, que, para que seja
possível a inversão do ônus da prova, faz-se mister a ocorrência de dois requisitos,
ressalte-se cumulativos, a saber: a verossimilhança e hipossuficiência.
Assim, ausentes um dos requisitos previstos na norma acima transcrita, o feito é julgado
pela norma do art. 373, do Código de Processo Civil, mesmo em se tratando de relação
de consumo, como, in casu, se vislumbra. De se frisar que, no caso em tela, a narrativa
dos fatos supostamente ocorridos carece de aparência de verdade, a qualificar de
verossímil o alegado.
Doutra parte, para comprovação dos fatos, é desnecessária a produção de prova técnica,
não se reconhecendo a parte Autora como hipossuficiente na defesa dos seus direitos. É
imprescindível destacar que a hipossuficiência prevista no Código do Consumidor
refere-se não à mera diferença econômica entre os litigantes, mas quando, pela situação
de inferioridade econômica, o consumidor não puder fazer prova do seu direito. No caso
sub examine, patente a inocorrência da dita hipossuficiência jurídica e da
verossimilhança do articulado pela parte Autora.
DO PEDIDO
Ante o acima explicitado, o processo deve ser extinto sem julgamento do mérito,
na forma do art. 267-VI, do Código de Processo Civil.
a) Que sejam acolhidas as preliminares aludidas;
b) Requer, respeitosamente, sejam julgados totalmente improcedentes os
pedidos autorais.
c) Em tempo, protesta-se pela produção dos meios probantes em direito
admitidos e pela produção da prova oral, consubstanciada no depoimento
pessoal da parte Autora e colação de prova documental superveniente,
oportunidade na qual se esclarecerá melhor o equívoco da imputação de
responsabilidade à incólume atitude da defendente.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
Local, data
Advogada
OAB