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AO JUIZO DA 15° VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL –

MADUREIRA – RIO DE JANEIRO

JOHNNY MARCO DE ALMEIDA SANTOS, brasileiro, solteiro, militar, filho de


Maria Júlia de Almeida e Lucas Pinheiro Santos, portador (a) do RG n°
22.084.541-4, expedido pelo Detran-RJ, em: 22/03/1999, inscrito no CPF de n°
671.922.130-20, residente e domiciliado na Rua Cândido Benício, 685 –
Campinho, Rio de Janeiro, CEP 21320-060, telefone: (21) 99801-2556,
WhatsApp (21) 99801-2556, e-mail: johnnymarco01@gmail.com, vem propor à
Vossa Excelência a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO DANOS MORAIS POR INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS


PROGRAMAS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO COM TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de BANCO DO BRASIL S.A, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob nº


42.498.600/0001-71, com sede na Avenida República do Chile, 330 – 7° e 8°
andar – Centro da Cidade do Rio de Janeiro; CEP 20031-170; e-mail:
bbasset@bb.com.br; telefone: (21) 3808-7500.
E em face de CASAS BAHIA, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob nº
59.291.534/0001-67, localizada na rua Cardoso de Morais, 80 – Bonsucesso,
Rio de Janeiro, CEP 21032-900, telefone: (21) 3194-6100, pelos fatos e
fundamentos a seguir.

I. DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA


A adesão da tutela de urgência está vinculada a comprovação de elementos
que revelam a possibilidade do direito do requerente e perigo de dano ou risco
ao resultado do processo, de acordo com o que diz o artigo 300 do Código de
Processo Civil:
“A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.”
Tendo a parte autora seu nome mantido junto aos órgãos de proteção ao
crédito, não consegue adquirir o eletrodoméstico que é de suma importância
para seu dia a dia.
Em vista disso, pede a concessão de tutela de urgência para que haja a
imediata exclusão do nome do autor junto aos órgãos de proteção ao crédito.

II. DOS FATOS


Em 25 de abril de 2023 o autor relatou que, após sua geladeira ficar ruim,
precisou realizar a aquisição de uma outra. Tendo em vista que a geladeira é
um bem essencial, precisava solucionar o problema o mais rápido possível.
Realizou algumas pesquisas de modelos e preços e encontrou na loja das
Casas Bahia do bairro de Bonsucesso um modelo que lhe agradou e que
estava dentro de seu orçamento. O valor da mesma era de R$ 3,000 e a forma
de pagamento que o consumidor escolheu foi por meio de carnê da própria
loja. Desta forma ficariam 36 parcelas no valor de R$538,00.
Após findar todas as questões que envolviam o pagamento, a parte autora
entregou seus documentos ao vendedor da loja, cujo nome é Luis Antônio, e,
ao entender que estava tudo com todas as questões, se dirigiu a saída da loja.
Estando próximo à saída, foi surpreendido por uma fala do vendedor que lhe
informava que a compra da geladeira não seria possível, visto que o autor
estava com o nome negativado. Surpreso e constrangido, o autor se dirigiu até
o vendedor para que este lhe passasse mais informações sobre a negativação,
mas o mesmo não podia.
Em busca de mais informações, a parte autora foi até uma agência dos
Correios e solicita o chamado “extrato amarelo” e verifica que a negativação foi
feita pelo Banco do Brasil. Depois de saber disto, o autor fica ainda mais
surpreso, visto que nunca obteve nenhuma relação com o Banco do Brasil.

III. DO DIREITO
Como revelado no tópico acima, o autor nunca obteve nenhum vínculo com o
Banco do Brasil. Dessa forma, não há motivo para que este tenha seu nome
negativado.
O autor alega que em nenhum momento recebeu informações nem sobre a
dívida, nem sobre a negativação; como pede que seja feito a Súmula 359 do
STJ:
“Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a
notificação do devedor antes de proceder à inscrição.”
Com base no artigo 5°, inciso X da Constituição Federal de 1988 e do Código
Civil de 2002, artigos 186, 187 e 927, toda lesão, moral ou patrimonial, é
passível de punição àquele que deu causa.
Art. 186. “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Art. 187. “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
Art. 927: “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.”
No Código de Defesa do Consumidor, no artigo 14, estabelece:
“O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

IV. DOS PEDIDOS


Em decorrência deste acontecimento o autor experimentou um
constrangimento face a inscrição indevida de seu nome no cadastro de
inadimplentes, sendo suficiente uma ação de dano moral
O credor possui o direito de negativar o consumidor quando esta dívida existe.
Caso o valor mencionado não exista, a cobrança passa a ser um abuso de
direito. O dano moral que decorre de negativação indevida dispensa a
necessidade de prova objetiva do abalo a honra sofrido, visto que houve um
grande constrangimento.
Além do constrangimento de ter tido seu nome negativado de forma indevida, o
autor também se sentiu constrangido pelo fato do vendedor da loja não ter o
chamado e informado de forma particular sobre o ocorrido.

A seguir uma análise de um caso semelhante feita pelo TJ-RJ:


APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA
POR DANOS MORAIS. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. AUTOR QUE ALEGA A
INCLUSÃO DE SEUS DADOS DE FORMA INDEVIDA NOS CADASTROS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO PELA RÉ. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA. APELO DO AUTOR. DOCUMENTO APRESENTADO
PELO AUTOR QUE COMPROVA A NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.
“Apelante não se desincumbiu do ônus de comprovar a existência de fato
impeditivo, modificado ou extintivo do direito do autor, a teor do que dispõe o
art. 373, inciso II do CPC. Responsabilidade objetiva. Artigo 14, § 3°, do CDC.
Danos morais in re ipsa. Indenização que deve ser arbitrada no valor de R$
10.000,00 (dez mil reais), o que se revela adequado ao caso.
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N° 89
DA SÚMULA DO TJRJ. PRECEDENTES DESTA CORTE. SENTENÇA QUE
MERECE SER REFORMADA. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.”

V. DAS PROVAS
Segue em anexo documentos que poderão ser usado para provar a
negativação, a tentativa de contato do autor com o banco, o nome do vendedor
da loja em que foi realizar a compra da geladeira.
Valor da causa: R$ 15.000,00

Nestes termos:
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 08 de Junho de 2023
MILLENA DE ALMEIDA TRINDADE

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