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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
 
Direito Romano
Docente: Madalena Marques dos Santos       
ANO LECTIVO 2022/20223
1.º ANO – TURMA - C
 
Subturma 18
 
 
 
Nome: Isluvânia Patricia da Silva Marques
 
N.º de aluno:65486
 
Sumário da solução proposta:
Mores Maiorum
 
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Mores Maiorum

 termo mos (plural: mores) é comumente traduzido, de forma incompleta,

como “costumes”. Na verdade, o termo latino possui uma semântica mais

rica e um valor tanto ideal como pragmático, por se referir tanto a um

sistema de valores de um indivíduo quanto de toda uma sociedade e,

simultaneamente, à prática que dele deriva. É de mos que deriva o termo

"moral".

 mos maiorum constituía os princípios coletivos consagrados pelo tempo,

modelos de comportamento e práticas sociais que afetavam a vida

privada, política e militar na Roma antiga. No seu conjunto eram

considerados símbolo de integridade moral e de orgulho do cidadão

romano. 

A Lei das XII Tábuas (450 a.C.) positiva os mores maiorum:

 Lei comicial, uma vez que era aprovada pelos comícios;


 Elaborada pelos decenviri legibus scribundis (comissão de 10 homens especialmente
constituída para redigir as leis);
 Aprovada pelos comitia centuriata; 
 Afixada publicamente no fórum;
 Publicada em 12 tábuas de madeira;
 Teve origem nas reivindicações jurídicas dos plebeus, que exigiam uma lei
que garantisse igualdade (não existia porque os únicos encarregues da
interpretatio dos mores maiorum - até aí só neles se baseava o ordenamento
jurídico romano - eram sacerdotes-pontífices: exclusivamente patrícios, que
interpretavam os mores maiorum arbitrariamente);
 Documento de maior relevo do Direito Antigo; 
 Texto jurídico fundamental para o direito público e privado (ponto de
partida para a divisão entre os dois).
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Mores Maiorum 
● Os mores maiorum surgem de uma simbiose entre a sociedade e a religião (Deuses) na construção e a
vida em Roma- decorrem de vontades dos Deuses (vontades implacáveis). Os
mesmos impõem-se à sociedade de Roma através de normas jurídicas transmitidas e aplicadas por uma
comunidade de pessoas com a função de interpretar a vontade dos Deuses- relações entre direito e religião
(acompanha o Direito Romano e a vida em Roma da monarquia ao Império).

Questões políticas e jurídicas


● 1a fonte do Direito: Mores maiorum- tradição (algo antigo) de uma comprovada (documentada/aceite)
moralidade (o que é adequada do ponto de vida social).
● Mores maiorum: - tridimensionalidade- conteúdo jurídico; moral e religioso; - Imposição da sociedade.
● Situação simbiótica: o que é o direito é religião e o que é religião tem valor jurídico. ● Consetudo:
conceito de costume.
● Os mores maiorum não são um costume porque o costume tem origem na sociedade, não é uma
imposição legislativa, não tem legalidade.
● Tradição: não prevê sanções, não é obrigatória. No costume pode haver sanção (exclusão social, por
exemplo) - tendência de baixo para cima.

Distinção- Costume e Mores Maiorum


● Costume- surge da prática da sociedade.
● Mores Maiorum- não são construções da sociedade, mas sim construções dos pontífices (aquele que faz
a ligação entre o humano e o sobrenatural e interpretam a vontade dos Deuses) - construção entre o
humano e o divino porque a intervenção Divina é um alicerce do Direito Romano.

As ideias de que todos temos é que os Morem Maiorum foram a tradição de uma determinada
moralidade seguida em Roma como fonte de regras jurídicas.
Sabemos também que a presença da religiosidade em todas as manifestações da vida social
em Roma era permanente, o que permitia aos colégios sacerdotais afirmarem-se como centro
de conhecimento e manifestações de Direito. Constituiam um conjunto de regras de matrizre-
ligiosa consensualmente aceites que integravam um património de valores e crenças dos ro-
manos que era conservado com poucas adaptações pela força da tradição. Assim,na ausência
de leis aplicadas por órgãos legítima dos para o efeito eram os sacerdotes pontífices
Antes dos Ius Flavianum os Mores Maiorum como um conjunto de regras fundadas na
tradição que expressavam a moralidade aceite e de aplicação comprovada, desenvolvidas e
adaptadas na resolução de casos concretos pelos sacerdotes romanos, pela invocação da
intervenção divina que interpretavam os casos.
 

Durante os primeiros três séculos, o Direito Romano é constituído por costumes (mores). Na
falta de leges, os mores constituíam a principal fonte de Direito e, como estas primeiras eram
escassas, quase todo o jus era retirado dos mores maiorum. Os mores maiorum eram regras
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jurídico-religiosas que engrossavam o património de valores e de crenças da antiga sociedade


romana que a tradição conservava. A tarefa de os revelar (interpretare) cabia aos porta-vozes
oficiais dos deuses: aos colégios sacerdotais e ao Sumo Pontífice. Poder-se-á definir mores maiorum
como a tradição de uma comprovada moralidade que a interpretatio jurisprudencial desenvolveu e
adaptou às novas exigências da vida.

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