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FACULDADE FAVOO - CURSO DE DIREITO

SEXTO PERÍODO Direito Civil VI (Responsabilidade Civil)


Professor - Eli Júnior - Aula IX – 29 de agosto de 2023

c) Dano ou Prejuízo
O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado. Pode ser
patrimonial (material) ou extrapatrimonial (moral ou estético). Não há
responsabilidade civil sem dano.
Exemplos:
Estragos no meu veículo pela colisão (dano material)
Meu nome inscrito no SPC sem eu dever (dano moral)
Cicatriz no rosto por acidente causado por terceiro (dano estético)

Requisitos para o dano ser indenizável:


- Violação de um interesse jurídico material ou moral;
- dano certo, não se indeniza dano hipotético
- A subsistência do dano

O Dano, nada mais é que o prejuízo experimento pela vítima e tutelado


pelo direito.
Danos materiais (patrimoniais) e danos morais (extrapatrimoniais).
O direito brasileiro admite os danos denominados estéticos.
Fala-se também hoje ao direito ao dano existencial.
Hoje admite-se a reparabilidade dos danos pela teoria da perda de uma
chance.

Então temos:
Patrimoniais: danos materiais e perda de uma chance
Extrapatrimoniais: danos morais, estéticos e dano existencial

c1) Dos danos materiais


Estes podem ser positivos ou negativos

Lucros Cessantes (danos patrimoniais negativos)


O dano causado ao patrimônio do sujeito poderá acarretar consequências
futuras, por exemplo, um impedimento à percepção de ganhos, de lucros.
Somente se fala em lucros cessantes quando houver uma quase certeza da
obtenção efetiva dos ganhos. Não se trata de mera possibilidade de ganho.
Exemplo: Colisão com veículo de um taxista; este ficará vários dias sem
trabalhar, aguardando o conserto do automóvel, razão pela qual faria jus ao
recebimento dos lucros que deixou de auferir.

CC, art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas


e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu,
o que razoavelmente deixou de lucrar.

- Danos reflexos e lucros cessantes:


Suponhamos que integrante de uma banda de música é atropelado, e com
isso perde show para o qual tinha sido contratado. Seus danos diretos são
óbvios, mas também há danos reflexos a serem indenizados: os dos demais
membros da banda, que tiveram lucros cessantes diretamente causados pelo
atropelador, com o cancelamento do show.

Danos emergentes (danos patrimoniais positivos)


Consiste na diminuição do valor patrimonial que precisa ser reposto pelo
agente causador do dano para que se volte ao "Status quo ante".
CC, art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas
e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu,
o que razoavelmente deixou de lucrar.
Dica: Não é possível pedir lucros cessantes de atividade ilícita, como a
atividade de camelô. Mas caso a barraca em que o ambulante trabalhava
tenha sido destruída, ele poderá pedir dano emergente.

Exemplo: Lorena dirigindo seu carro invade a preferencial e bate no carro de


Mary. Neste caso, o prejuízo de Mary é o conserto do carro, é um dano
emergente (é o dano patrimonial positivo).

Perda de uma chance – Exemplo advogado que perde o prazo da parte.

C2) Danos extrapatrimoniais


Dano moral
Entende a doutrina, de forma majoritária, que o dano moral consiste na lesão
à direito da personalidade. Exemplos: dor, vexame, sofrimento ou
humilhação.

O dano moral apresenta uma dupla função:


Função Punitiva: O ofensor deve sofrer uma repressão para que se
abstenha de praticar novamente a conduta que ensejou o dano moral (deve
aprender a lição);
Função Compensatória: A vítima deve ter uma sensação de alívio no seu
sofrimento, obtendo uma indenização que possa lhe ofertar lazer para
esquecer do dano sofrido, com realizar um sonho ("consolo").
A indenização não pode exceder ao dano, pois segundo nosso ordenamento
jurídico a indenização não deve servir como pena civil, podendo até mesmo
ser considerado um enriquecimento sem causa se for desporporcional;
O dano moral apresenta 2 teorias:
Negativista (não indenizável) - não reconhece a reparação do dano
extrapatrimonial. Segundo Saviagny os bens como vida, honra, liberdade são
insuscetíveis de restauração pela via indenizatórios, portanto não estariam
proteção jurídica da Ordem Privada. Outro argumento - perigo de arbítrio
judicial. A honra não se vende e a dor não tem preço. (não utilizada pelo
nosso ordenamento jurídico)
Positivista - a reparabilidade do dano moral recebeu status constitucional,
através da dignidade da pessoa humana. O mero inadimplemento contratual
mora prejuízo econômico não configuram, de per si, dano extrapatrimonial,
pois não agridem a dignidade humana.

CC, Art.186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Os danos morais ocorrem pela violação de direitos da personalidade,


agredindo todos as ofensas à pessoa.

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