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O Art. 186. CC, diz que: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito. É deste dispositivo que se extrai os pressupostos da Responsabilidade Civil
Subjetiva, os quais são:
1. CONDUTA HUMANA
2. NEXO DE CAUSALIDADE
É o elo que une a conduta do agente ao dano. É por meio da análise desse pressuposto,
que nada mais é, que uma relação causal entre o a conduta e o dano, pela qual se conclui
quem foi o causador do dano. A responsabilidade civil dispensa a culpa, mas jamais
dispensará o nexo causal. Se a vítima, que experimentou um dano, não identificar o nexo
causal que leva o ato danoso ao responsável, não há como ser ressarcida. Não há que se falar
em responsabilidade civil, se não houver relação causal entre o dano e a conduta que o
provocou.
3. DANO
Dano (do latim damnum) é o mal, prejuízo, ofensa material ou moral causada por alguém
a outrem, detentor de um bem juridicamente protegido. O Dano é um dos pressupostos
imprescindíveis para que seja configurada a Responsabilidade Civil. O dano ocorre quando
esse bem é diminuído, inutilizado ou deteriorado, por ato nocivo e prejudicial, produzido pelo
delito civil ou penal.
Se não houver Dano, não há que se falar em reparação; e dessa forma a Responsabilidade
Civil não acontece.
1. Patrimonial ou Material
Danos morais são os danos que, por razões diversas, afetem a personalidade da pessoa,
seja em sua honra, sua imagem ou mesmo psicologicamente falando. Caracteriza-se como a
ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua
liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou física), à sua imagem.
3. Estético
O dano estético é toda ofensa, ainda que mínima, à integridade física da vítima, que
ocorre quando há uma lesão interna no corpo humano, ou a perda de um membro, afetando,
com isso, a higidez da saúde, a harmonia e incolumidade das formas do corpo, i.e., alterado o
corpo da forma original, anterior à ocorrência da lesão.
Sobre a culpa lato sensu (em sentido amplo) – dolo (quando há intenção) e culpa, é
correto afirmar que:
Refere-se à ação ou omissão do indivíduo, em desacordo com o dever jurídico dele esperado
causado pelos elementos abaixo.
a) Negligência
Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou de apresentar uma conduta que era
esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não adotando as
devidas precauções.
b) Imprudência
A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa
não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência,
ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
c) Imperícia
Para que seja configurada a imperícia, é necessário constatar a inaptidão, ignorância,
falta de qualificação técnica, teórica ou prática ou ausência de conhecimentos elementares e
básicos para a ação realizada.
Abaixo, eu elegi um exemplo de jurisprudência envolvendo um caso de Dano material, que
foi deferido pelo STF.
JURISPRUDÊNCIA:
Ementa
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANULAÇÃO DO
CONCURSO POR ATO DA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM FACE DE INDÍCIOS DE
FRAUDE NO CERTAME. DIREITO À INDENIZAÇÃO DE CANDIDATO PELOS DANOS
MATERIAIS RELATIVOS ÀS DESPESAS DE INSCRIÇÃO E DESLOCAMENTO. APLICABILIDADE DO
ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
O julgado acima se trata da anulação de um concurso por parte da União, em virtude de
fraude, fato este que veio a ter relevância econômica para o autor da ação; o qual arcou com o
pagamento da inscrição, bem como despesas de passagens aéreas para deslocamento para o
local de aplicação da prova. No presente caso, vemos que o autor não poderia de forma
alguma ficar sem uma resposta satisfatória ao seu direito, por uma decisão por parte da
administração pública que veio a lhe causar prejuízo material (econômico). Aqui vemos a
presença dos três pressupostos da responsabilidade civil – A conduta, o Nexo causal e o Dano,
onde ficou configurado dano que enseja na responsabilidade e dever de reparação. A turma do
STF Concluiu que o ato administrativo de suspensão, mesmo editado com vistas a evitar fraude no
certame, não excluiria a responsabilidade objetiva do ente, porquanto teria gerado gastos ao
recorrido, Assentou ser incabível indenização por danos morais, ante a inocorrência de qualquer
prejuízo à imagem ou integridade física.