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INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
Módulo 5
Tempos atrás, as pessoas viam-se sem ter com quem e onde reclamar sobre os abusos, as
lesões ou as práticas abusivas praticadas por pessoas físicas ou jurídicas, estas últimas através
dos seus agentes em decorrência da prestação e/ou fornecimento de serviços.
Vê-se com clareza e facilidade no dia a dia que a sociedade cobra o respeito aos seus
direitos daqueles que atuam fora de especificações pré-determinadas.
Na área da saúde, por exemplo, são inúmeros os casos no Brasil, de ações judiciais
procedentes, condenando o médico que no exercício da profissão, causou dano ao paciente,
reparação esta moral, estética e material, reparações independentes entre si. Insto sem contar
o processo penal que pode culminar com uma condenação privativa de liberdade.
É importante destacar que o judiciário pode ser buscado tanto nos âmbitos cível e/ou
âmbito penal, logo pode ser apurado o dano em duas ações separadas, que vão gerar cada uma
na sua área, uma espécie de condenação ao causador do dano.
Em suma, verifica-se que o profissional que no seu agir ou na omissão causar dano a
alguém pode responder em três esferas independentes, mas não diferentes, eis que todas vão
apurar a conduta do agente causador do dano:
Criminal – tem como pena mais grave a condenação à pena privativa de liberdade.
Nas infrações de menor potencial ofensivo (previstas legalmente) não há privação
de liberdade, há o cumprimento de obrigações, como veremos adiante.
No que tange os atos previstos em lei, o Código Civil no artigo 188 elenca os atos que são
lícitos, mas que podem gerar danos. Chamamos atenção: não é porque o ato é lícito por força
de lei que a vítima do dano não poderá pleitear indenização ao seu causador. Este direito está
previsto no artigo 927 deste mesmo diploma legal, valendo transcrevê-lo.
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo”.
Pode ser:
a.2) Omissiva: a pessoa tem o dever praticar um ato, mas deixa de cumpri-lo. Esta omissão causa
o dano.
Este bem pode ser moral, quando atingir a imagem, a honra, o nome, entre outros e pode
ser material, quando causar prejuízo patrimonial ou financeiro. No primeiro, a reparação será
por arbitramento do juiz e o segundo será o pagamento no valor do prejuízo e do lucro cessante.
c.3) Negligência: Representa uma omissão voluntária de diligência ou cuidados que o bom senso
aconselha, em circunstâncias de consequências previsíveis.
A jurisprudência predominante nos tribunais indica que a empresa tem como verdadeiro
risco do empreendimento assumir a responsabilidade perante a vítima no lugar daquele
profissional incapaz de exercer adequadamente as suas funções, pois o que é exposto no
momento da lesão é o nome desta empresa, que é mais fácil de identificar para a vítima.
É aquela relativa ao profissional, à pessoa. Aqui sim, será apurado o elemento culpa, ou
seja, se a pessoa agiu ou deixou de agir da forma que deveria.
Além da ação judicial que pode ser proposta individualmente, isto é, a própria vítima do
dano, procura o Estado. Representado pelo Juiz, conforme vimos acima, a ação civil pública é
uma ação movida pelo Ministério Público que, em nome de um grupo de pessoas ou da
coletividade, que sofreu a lesão, visando garantir os direitos destes.
Após o inquérito policial, que visa apurar a infração e qual é o autor, no Juízo Criminal o
profissional poderá ser obrigado a submeter-se às sanções determinadas na lei.
a) Crime: tem pena privativa de liberdade, previsto no artigo 18 do Código Penal. Há diferença
entre o crime doloso e o culposo, dentre outros, vale trazer à baila a redação do artigo 132
deste que determina:
“Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente. Pena – detenção
de 03 meses a 01 ano, se o fato não constitui crime mais grave.”
b) Contravenção Penal: é a prevista em lei, que cominará pena de prisão simples ou de multa.
Esta multa pode ser o pagamento de um valor, perda de um bem, prestação de serviços 4
sociais gratuitos em benefício da comunidade ou de alguma entidade pública, entre outras.
As responsabilidades técnicas devem ser orientadas pela Lei 5194 de 1966 que normaliza
todas as atividades de Engenharia, delimitando o âmbito de seu exercício e fixando as
atribuições profissionais em linhas gerais.
2. CONCLUSÃO
O acesso da população aos meios de comunicação (rádio, televisão, jornais, entre outros)
auxilia muito na conscientização dos seus direitos. Observa-se, também, que o próprio Poder
Judiciário nos últimos anos vem buscando facilitar o acesso à prestação da atividade
jurisdicional, tomando como exemplo, a criação dos Juizados Especiais, na qual a própria pessoa,
dependendo do caso, pode ingressar com uma ação sem assistência de um advogado.