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DESAFIO 07 DIAS DEDICAÇÃO DELTA

DIA 05

DIA 05

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DESAFIO 07 DIAS DEDICAÇÃO DELTA

DIA 05

Futuro(a) Delegado(a)
Segue o material da quinta meta do nosso desafio.
Use a #desafio7diasDD e mostre todo o seu empenho!

Vamos juntos!

Equipe DedicaçãoDelta

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USE A #DESAFIO7DD

DIA 05

Meta do dia 05
Resumo Dedicação Delta – Direito Administrativo: Responsabilidade Civil do
Estado

Sumário
1. EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL ............................. 4
2. AGENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ................................ 6
3. RESPONSABILIDADE OBJETIVA .................................................. 8
4. TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA............. 10
4.1 Teoria do Risco Administrativo .................................................................. 10
4.2 Teoria do Risco Integral ............................................................................... 11
5. RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO ......................................... 11
6. INDENIZAÇÃO ................................................................................ 14
7. RESPONSABILIDADE DO AGENTE ............................................ 14
8. DENUNCIAÇÃO À LIDE DO AGENTE PÚBLICO ..................... 16
9. PRAZO PRESCRICIONAL............................................................... 17
10. RESPONSABILIDADE POR OBRA PÚBLICA ............................ 18
11. RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS .................. 19
12. RESPONSABILIDADE POR ATOS JURISDICIONAIS ...............20
12.1 Responsabilidade Pessoal do Juiz.............................................................. 22
13. RESPONSABILIDADE DO ESTADO, DOS NOTÁRIOS E
REGISTRADORES ...............................................................................22
14. RESPONSABILIDADE POR ATOS DE MULTIDÕES (ATOS
MULTITUDINÁRIOS) .........................................................................23
15. RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS ..................24

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DIA 05

1. EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL

a) Teoria da Irresponsabilidade do Estado:


Já que o monarca editava as leis, o Estado NÃO falhava (personificação
divina do chefe de Estado).
Remete ao absolutismo

* Brasil: NÃO houve a fase da irresponsabilidade

b) Responsabilidade com previsão legal – O Estado passa a ser


responsável em casos pontuais, sempre que houvesse previsão legal específica.
França – Caso Blanco.

c) Responsabilidade Subjetiva (Teoria Civilista) – O fundamento é a


intenção do agente público.
Deve se comprovar:
i. Conduta do Estado;
ii. Dano;
iii. Nexo de causalidade;
iv. Dolo/ Culpa

OBS: A ausência pode gerar a exclusão desta responsabilidade.

É fase civilista, pois a responsabilização ocorre nos moldes do Direito


Civil.

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d) Culpa do serviço (Faute du servisse = Culpa anônima):


Responsabilidade Subjetiva baseada na culpa do serviço.
A vítima deve apenas comprovar que o serviço foi mal prestado ou
prestado de forma ineficiente ou ainda com atraso, sem necessariamente
apontar o agente causado.
NÃO se baseia na culpa do agente (culpa individual), mas do serviço
como um todo (Culpa Anônima).
Verifica-se quando:
⋅ O serviço NÃO funcionou;
⋅ O serviço funcionou mal;
⋅ O serviço funcionou com atraso.

e) Responsabilidade Objetiva – É a obrigação de indenizar que incumbe a


alguém em razão de procedimento lícito ou ilícito que produziu lesão na
esfera de alguém.
Para comprová-la, basta a mera relação causal entre o comportamento
de um agente e o dano.
Fundamento: Legalidade.
Elementos:
i. Conduta lícita ou ilícita do agente;
ii. Dano (usuário ou não do serviço);
iii. Nexo de causalidade

ð Note que NÃO precisa comprovar DOLO/ CULPA.

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ð Para condutas LÍCITAS – Fundamento na isonomia. A doutrina


admite em duas situações:
o Expressa previsão legal. Ex: responsabilidade da União por
danos provocados por atentados terroristas contra aeronaves de
matrícula brasileira;
o Sacrifício desproporcional ao particular => Marçal Justen só
admite quando houver previsão expressa do legislador.
ð Previsão Legal: Art. 37, §6º CF – É objetiva, mas a
responsabilidade do agente é subjetiva.

É possível configurar a RESPONSABILIDADE PRÉ-


CONTRATUAL do Estado, com fundamento nos princípios da boa-fé
e da confiança legítima (Ex: Dever de indenizar o licitante vencedor na
hipótese se desfazimento da licitação após a homologação).

CONDUTAS ILÍTICAS: FUNDAMENTO NA LEGALIDADE


CONDUTAS LÍCITAS: FUNDAMENTO NA ISONOMIA

2. AGENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Todos os que atuam na prestação de serviços:


⋅ Pessoas jurídicas de direito público da administração direta;
⋅ Autarquias e fundações de direito público;
⋅ Empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras
de serviço público;

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⋅ Prestadores de serviço público por delegação (concessionárias e


permissionárias do serviço público) – Responsabilidade objetiva
e o Estado responde subsidiariamente.

STF: A responsabilidade será OBJETIVA para usuário e não-


usuário, pois se a própria CF/88 NÃO diferencia, NÃO cabe ao
intérprete diferenciar os danos causados a terceiros, em virtude de
serem ou não usuários do serviço;

STJ: O Estado responde inclusive por atos de terceirizados


contratados por interposta pessoa para prestar serviços aos Órgãos
Públicos.

STF: Concessionária de rodovia não responde por roubo e


sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento por
ela mantido para a utilização de usuários.
A segurança que a concessionária deve fornecer aos usuários
diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da
rodovia. Não tem, contudo, como a concessionária garantir
segurança privada ao longo da estrada, mesmo que seja em
postos de pedágio ou de atendimento ao usuário.
O roubo com emprego de arma de fogo é considerado um
fato de terceiro equiparável a força maior, que exclui o dever
de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim,
gera uma impossibilidade absoluta de não ocorrência do
dano.
STJ. 3ª Turma. REsp 1749941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 04/12/2018 (Info 640).

Cuidado:

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STF: já reconheceu a responsabilidade civil da concessionária


que administra a rodovia por FURTO ocorrido em seu pátio: STF. 1ª
Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018
(Info 901).
O Supremo reconheceu a responsabilidade civil da prestadora de
serviço público, ao considerar que houve omissão no dever de vigilância e
falha na prestação e organização do serviço.

3. RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Elementos

a) Conduta (= fato administrativo) – Deve ser de determinado agente


público que atue nesta qualidade ou se aproveite da qualidade de agente para
causar dano (Teoria da Imputação) – A conduta que enseja a
responsabilidade objetiva é a conduta comissiva. Em caso de omissão, a
responsabilidade é subjetiva. A conduta pode ser ilícita ou lícita.

b) Dano – Indispensável o dano jurídico, ou seja, dano tutelado pelo direito,


ainda que exclusivamente moral.
⋅ Danos decorrentes de atos lícitos: Deve comprovar que os danos são
anormais e específicos;
⋅ Risco Social: Danos normais, genéricos, que decorram de condutas
lícitas do Poder Público => NÃO ensejam responsabilidade civil do
Estado.

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TEORIA DO DUPLO EFEITO DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS
- Quando um mesmo ato administrativo causa dano específico/
anormal a uma pessoa e para a outra NÃO causa dano passível de
indenização.

c) Nexo de causalidade – Em regra, o Brasil adotou a TEORIA DA


CAUSALIDADE ADEQUADA, em que o Estado responde, desde que a
sua conduta tenha sido determinante para o dano causado ao agente.
Condutas posteriores, alheias à vontade do Estado, apesar de causar
dano a terceiro, implicam a TEORIA DA INTERRUPÇÃO DO NEXO
CAUSAL, a excluir a responsabilidade estatal: caso fortuito, força maior,
culpa exclusiva.

TEORIAS DO NEXO DE CAUSALIDADE:


• Teoria da equivalência das condições (conditio sine qua non): Todos os
antecedentes que contribuírem de alguma forma para o resultado são
equivalentes e consideradas causas do dano. A eliminação hipotética de uma
dessas condições afastaria a ocorrência do resultado. Crítica: regresso ao
infinito do nexo de causalidade;
• Teoria da causalidade adequada: Considera causa do evento danoso
aquela que, em abstrato, seja a mais adequada para a produção do dano.
• Teoria da interrupção do nexo causal: Os antecedentes do resultado
NÃO se equivalem e apenas o evento que se vincular direta e imediatamente

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com o dano será considerado causa necessária do dano. Adotada no art. 403
do CC.

INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL:


a) Fato Exclusivo da vítima: Atenção, pois nos casos em que o Estado
contribuir, de alguma forma, por ação ou omissão com o ato (ex: suicídio de
preso), restará configurada a responsabilidade;
Ø O STF decidiu que a responsabilização objetiva do Estado em caso de
morte de detento somente ocorre quando houver inobservância do dever
específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da Constituição
Federal (RE 841526/RS). Comprovada causa impeditiva da atuação estatal
protetiva do detento, rompeu-se o nexo de causalidade entre a suposta
omissão do Poder Público e o resultado danoso.
b) Fato de terceiro que não possui vínculo com o Estado. Ex: Arremesso
de pedras por terceiros contra passageiros.
c) Caso fortuito e força maior: A doutrina vem diferenciando o fortuito
externo (risco estranho à atividade) do fortuito interno (risco inerente ao
exercício da própria atividade), e apenas naquele o Estado NÃO será
responsabilizado.
d) Causas excludentes e atenuantes: Apenas diminuem o valor da
indenização que será arcado pelo Estado.

4. TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

4.1 Teoria do Risco Administrativo

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Responsabiliza o ente público, objetivamente, pelos danos que seus


agentes causarem a terceiros, mas admite a exclusão se ausente um dos
elementos dessa responsabilidade.

4.2 Teoria do Risco Integral

Parte da premissa de que o ente público é o garantidor universal e a


simples existência do dano + nexo causal é suficiente para que surja a
obrigação de indenizar.
Responsabilização absoluta do Estado por danos ocorridos em seu
território:
• Atividade nuclear;
• Danos ao Meio Ambiente;
• DPVTA – Nesse caso, a seguradora fica no polo passivo;
• Crimes a bordo de aeronaves no espaço aéreo brasileiro e danos
decorrentes de ataques terroristas.

5. RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO

Doutrina diverge sobre a natureza da responsabilidade civil nos casos


de omissão estatal. Há 03 entendimentos:
§ 1ª Corrente: Responsabilidade objetiva, pois o art. 37 NÃO faz
distinção entre condutas comissivas e omissivas;
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§ 2ª Corrente: Responsabilidade Subjetiva, com presunção de culpa do


poder público, tendo em vista que na omissão o Estado NÃO é
causador do dano, mas atua de forma ilícita (com culpa) quando
descumpre o dever legal de impedir a ocorrência do dano.
§ 3ª Corrente: Nos casos de omissão genérica, relacionadas ao
descumprimento do dever genérico de ação, a responsabilidade é
subjetiva. Porém, em casos de omissão específica, quando o Estado
descumpre dever jurídico específico, a responsabilidade é objetiva.
Rafael Oliveira entende ser a responsabilidade por omissão objetiva,
pois o art. 37, §6º, CRFB NÃO faz distinção entre responsabilidade por ação
e omissão, bem como a inação do Estado colabora para a consumação do
dano. No entanto, somente será possível responsabilizar o Estado nos casos
de omissão específica, nos casos em que o Estado tem a possibilidade de
prever e evitar o dano. Nas omissões genéricas, não há responsabilidade
estatal, na medida em que o Estado NÃO é segurador universal.
Aplica-se a TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
(Para Carvalho Filho, seria SEMPRE responsabilidade objetiva), decorrente
de CULPA ANÔNIMA.
Para fins de responsabilização do ente público, NÃO se precisa
comprovar a culpa do agente, bastando a comprovação da má prestação do
serviço, prestação ineficiente ou da prestação atrasada do serviço como
ensejadora do dano.
Elementos:
⋅ Comportamento omissivo do Estado;
⋅ Dano;

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⋅ Nexo de causalidade;
⋅ Culpa do serviço Público
A responsabilização depende da ocorrência de ato comissivo ilícito.
O ESTADO NÃO RESPONDE POR FATOS DA NATUREZA
(EX: ENCHENTES E RAIOS) E ATOS DE TERCEIROS OU ATOS
DE MULTIDÕES.
DANO EVITÁVEL – Surge quando era possível ao ente público
fazer algo para impedir o prejuízo, mas ele não o fez. Ex: Segurança pública/
danos decorrentes de enchentes.

* Princípio da reserva do possível: para a prestação do serviço,


deve haver compatibilidade com o orçamento público e sua
estruturação na prestação dos serviços, não podendo o ente público se
furtar de oferecer o mínimo existencial.

Responsabilidade por omissão e teoria do risco criado (risco


suscitado): Surge quando o Estado cria situações de risco que levam à
ocorrência do dano (Ex: guarda de pessoas ou coisas).
⋅ O Estado responde objetivamente, ainda que não se demonstre
conduta direta de um agente público ou que haja situação de caso
fortuito, bastando a comprovação de que este fortuito só foi possível
ante a custódia do ente estatal (fortuito interno ou caso fortuito). Se o
dano for completamente alheio e independente da situação de custódia,
há o fortuito externo ou força maior.

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A responsabilização dependerá somente da comprovação de que a custódia é


uma condição sem a qual o dano NÃO teria ocorrido, mesmo que situações
supervenientes tenham contribuído para o dano => Teoria da conditio sine
qua non, a responsabilizar o Estado em caso de custódia.

6. INDENIZAÇÃO

⋅ Art. 37, §6º CF – Responsabilidade Extracontratual;


⋅ Lei 8.666/93 – Responsabilidade Contratual
⋅ Art. 5º, XXIV e XXV – Sacrifício de Direito – Atuação que só
indiretamente causa dano ao particular.

7. RESPONSABILIDADE DO AGENTE

O art. 37, §6º, CRFB consagra dois regimes jurídicos distintos de


responsabilidade:
• Responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público
e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos;
• Responsabilidade pessoal e subjetiva dos agentes públicos.
Agentes: engloba toda e qualquer pessoa no exercício da função
pública, e deve haver ligação direta entre o dano e o exercício da função
pública, ainda que o servidor esteja fora de sua jornada de trabalho.

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• Se agentes putativos, a responsabilidade funda-se na teoria da


aparência;
• Quanto aos agentes de fato necessários, justifica-se a
responsabilidade pelo funcionamento inadequado do serviço que
contribuiu para a situação emergencial.

Sobre a responsabilidade do agente, há duas correntes:


• Primeira posição: Aplica-se a TEORIA DA DUPLA
GARANTIA (Diogo Moreira, Hely Lopes, STF):
§ Primeira garantia: A vítima deve ser ressarcida pelos
danos causados pelo Estado; e
§ Segunda garantia: Os agentes públicos só podem ser
responsabilizados pelo próprio Estado.
• Segunda Posição: A ação pode ser proposta em face do
Estado, agente público ou ambos, em litisconsórcio passivo.
JSCF, Celso Antônio, Gasparini, Rafael Oliveira. Com isso,
abriria-se a possibilidade de só cobrar do Estado, só do agente
ou do Estado e agente (em litisconsórcio)

STF: NÃO é possível a propositura da ação, diretamente, em face


do agente público causador do dano, pois a CF/88 concedeu ao agente
a garantia de só ser cobrado pelo Estado => TEORIA DA DUPLA
GARANTIA, e a garantia ao particular em ser indenizado pelo Estado.
Logo, NÃO se admite a propositura de ação per saltum da pessoa natural do
agente, com fulcro no princípio da impessoalidade.

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8. DENUNCIAÇÃO À LIDE DO AGENTE PÚBLICO

Há divergências doutrinária quanto ao cabimento da


denunciação à lide:
§ 1ª Posição: A denunciação à lide é uma faculdade do Estado, de
modo que a sua ausência ou o indeferimento NÃO acarreta a
nulidade do processo, nem impede a propositura da ação
regressiva em caso de condenação do Poder Público. STJ;
§ 2ª Posição: Impossibilidade de denunciação à lide quando a
responsabilidade for objetiva ou a culpa anônima, sem
individualização do agente causador do dano, pois nesse caso o
Estado estaria incluindo na lide novo fundamento não levantado
pelo autor: culpa ou dolo do agente público. Porém, caberia
indenização se o autor identificar o agente público causador do
dano, imputando-lhe culpa. Di Pietro.
§ 3ª Posição: Impossibilidade de denunciação da lide pelo Estado,
pois a responsabilidade do Estado é objetiva e a do agente
público subjetiva, razão pela qual a denunciação acarretaria a
inclusão da discussão de culpa na demanda, prejudicando a
celeridade processual. JSCF, Diogo Figueiredo, Rafael Oliveira.

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* Majoritário: NÃO admite, pois geraria AMPLIAÇÃO


SUBJETIVA DO MÉRITO, acarretando ao autor manifesto prejuízo à
celeridade.
STJ: Vem admitindo a denunciação, mas o Estado NÃO está
obrigado a fazê-la.

9. PRAZO PRESCRICIONAL

Para a cobrança do particular em face do Estado


Tradicionalmente 05 anos (Dec. 20.910/32) + art. 1º da Lei
9.494/97.
NCC/02: 03 ANOS – Alguns defenderam ser esse prazo, por ser
mais benéfico à Fazenda. A partir daí surgiram algumas correntes:
§ 1ª Corrente: Prescrição quinquenal das ações de ressarcimento
em face do Estado, ante o critério da especialidade para resolver
o conflito normativo. Di Pietro, Marçal Justen, Odete Medauar.
§ 2ª Corrente: Prescrição trienal, em razão de dois argumentos:
⋅ Em interpretação sistemática e histórica, a intenção do
legislador ao fixar o prazo quinquenal era proteger a
segurança jurídica e beneficiar o Estado;
⋅ O próprio art. 10 do Decreto 20.910/1932 estabelece que o
prazo quinquenal NÃO altera as prescrições de menor
prazo, o que revelaria a aplicação do prazo de 03 anos.

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STJ: Manutenção de 05 anos, pois o CC é lei geral e não poderia alterar


lei especial.

Para a cobrança do Estado em face do particular


O prazo prescricional é de 05 anos, na forma do art. 206, §5º, I, do CC,
se créditos não tributários.

Ações de Ressarcimento ao erário


Prevalecia a tese da imprescritibilidade, com fulcro no art. 37, §5º,
CRFB. No entanto, em 2016 houve julgado do Plenário do STF, em
repercussão geral, pelo qual entende que o prazo prescricional seria
quinquenal, ressalvados os atos de improbidade, estes imprescritíveis.

IMPORTANTE: É prescritível a ação de reparação de danos à


Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. STF. Plenário. RE
669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016
(repercussão geral) (Info 813).

10. RESPONSABILIDADE POR OBRA PÚBLICA

a) Decorrente da má execução da obra


Se executada pelo próprio Estado – Responsabilidade Objetiva
Se realizada por um empreiteiro por contrato administrativo e dano
provocado por culpa exclusiva do executor – Responsabilidade Subjetiva

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PARA JSCF, A AÇÃO DEVE SER MOVIDA APENAS CONTRA


O EMPREITEIRO, SEM A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO, NOS
MOLDES CIVIL. A RESPONSABILIDADE DO ESTADO
DECORRE DA OMISSÃO NA FISCALIZAÇÃO (SUBJETIVA).

b) Responsabilidade pelo fato da obra: A obra causa dano sem que tenha
havido culpa. Ocorrendo prejuízo, há a responsabilidade objetiva do Estado.

11. RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS

Em regra, a atuação legislativa NÃO acarreta responsabilidade civil do


Estado, já que o caráter genérico e abstrato das normas jurídicas afasta a
configuração dos efeitos (danos) individualizados, principal óbice à
responsabilidade civil. Assim, a responsabilidade civil pode surgir em três
situações excepcionais:
⋅ Leis de efeitos concretos e danos desproporcionais;
⋅ Leis inconstitucionais;
⋅ Omissão legislativa.
Leis de efeitos concretos e danos desproporcionais:
responsabilidade objetiva
Leis em sentido formal e material: NÃO há responsabilidade do
Estado.
Exceção:
i. Se diretamente da lei decorrer dano específico a alguém;

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DIA 05

ii. Se o ato normativo for declarado inconstitucional -> declarada


por ação direta pelo STF.
Omissão legislativa: Quando configurada a mora legislativa
desproporcional
Nos casos em que a própria Constituição estabelece prazo para o
exercício do dever de legislar, o descumprimento do referido prazo,
independente de decisão judicial anterior, já é suficiente para a caracterização
da mora legislativa inconstitucional a ensejar a responsabilidade estatal. Nos
demais casos, a inexistência de prazo impõe a necessidade de configuração da
mora legislativa por decisão proferida em Mandado de injunção ou ADI por
omissão.

12. RESPONSABILIDADE POR ATOS JURISDICIONAIS

Via de regra, descabe falar em responsabilidade do Estado por três


argumentos:
⋅ Recorribilidade das decisões judiciais e a coisa julgada
⋅ Soberania
⋅ Independência do magistrado,
Atualmente, a responsabilidade do Estado por atos judiciais pode ocorrer em
três hipóteses:
⋅ Erro Judiciário: deve ser erro substancial e inescusável.
⋅ Prisão além do tempo fixado na sentença
⋅ Demora na prestação jurisdicional – Erro Judiciário praticado
por omissão, que causa dano desproporcional.

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DIA 05

Quando exerce função administrativa atípica – Responsabilidade


objetiva.
Função jurisdicional: via de regra, NÃO há responsabilidade. Exceção:
erro judiciário na área criminal (ato administrativo exercido posterior à decisão
judicial), a responsabilidade é objetiva.
A ação de regresso em face do agente público depende da
demonstração de dolo ou erro grosseiro.

ERRO JUDICIAL: Discute-se se a responsabilidade restringe-se ao erro


judiciário verificado a esfera penal ou se é possível a responsabilização do
Estado na hipótese de erro judiciário no processo civil:
• 1º Entendimento: A responsabilidade restringe-se ao erro judiciário na
seara penal, inexistindo na área cível. JSCF, Odete Medauar, Diogo
Figueiredo Moreira;
• 2º Entendimento: A responsabilidade abrange a jurisdição penal e a
civil, pois não teria havido qualquer distinção. Cavalieri, Rafael Oliveira.

Prisão cautelar e posterior absolvição: Em caso de prisão ilegal,


caracteriza-se a atuação ilícita e a responsabilidade do Estado. Em se tratando
de prisão cautelar, há controvérsias:
• 1º Entendimento: Possibilidade de responsabilização do Estado, com
fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana. Diogo
Moreira, Ruy Rosado de Aguiar;
• 2º Entendimento: Ausência de responsabilidade do Estado, pois a
prisão cautelar, decretada conforme ordenamento jurídico, não

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DIA 05

configura ato ilícito. Destina-se a garantir a instrução criminal.


Cavalieri, Rui Stoco, Rafael Oliveira.

12.1 Responsabilidade Pessoal do Juiz

A responsabilidade pessoal dos agentes públicos em geral é subjetiva e


depende da demonstração de dolo ou culpa. Os magistrados, por sua vez,
submetem-se ao tratamento especial do CPC e à LOMAN, que admitem a
responsabilidade dos juízes apenas em duas hipóteses (mesmo raciocínio para
o MP):
• Dolo ou fraude;
• Recusa, omissão ou retardamento, sem justo motivo, de providência
que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.

13. RESPONSABILIDADE DO ESTADO, DOS NOTÁRIOS E


REGISTRADORES

Há divergência quanto ao enquadramento da responsabilidade dos


notários, ante a dificuldade de caracterização como agentes públicos do art.
37, da CRFB. Sobre o tema, há alguns entendimentos:
§ 1º Entendimento: responsabilidade direta e objetiva do Estado,
pois notários e registradores exercem função pública, mediante
aprovação em concurso público. A vítima pode acionar o Estado
e este tem ação regressiva em face do titular do cartório;
§ 2º Entendimento: Responsabilidade pessoal e objetiva dos
notários e registradores, em razão da prestação de serviço

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DIA 05

público delegado, e subsidiária do Estado. Hely Lopes e


Cavalieri;
§ 3º Entendimento: Responsabilidade solidária e objetiva dos
notários, registradores e Estado. Yussef Cahali.

STF: Em decisão recente (2019) definiu a tese em sede de repercussão


geral (posicionamento a ser adotado em prova OBJETIVA): O Estado
responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que,
no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de
regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de
improbidade administrativa.
O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos
danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por
delegação, causem a terceiros.
STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932).
STJ: Possui decisões conflitantes, ora reconhecendo a responsabilidade
pessoal e objetiva do Estado, ora afirmando a responsabilidade pessoal e
objetiva dos notários e registradores e subsidiária do Estado.
Para Rafael Oliveira, o tratamento deveria ser análogo ao da
responsabilidade das concessionárias dos serviços públicos.

14. RESPONSABILIDADE POR ATOS DE MULTIDÕES (ATOS


MULTITUDINÁRIOS)

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DIA 05

Em regra, os danos causados por atos de multidões NÃO geram a


responsabilidade civil do Estado, ante a ausência do nexo de causalidade,
inexistindo omissão estatal causadora do dano.

Excepcionalmente, o Estado será responsabilizado quando


comprovada a ciência prévia da manifestação coletiva e a possibilidade de
evitar a ocorrência de danos.

15. RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS

Em sendo o poder público poluidor, por ação ou omissão na


fiscalização, caracteriza-se a responsabilidade civil objetiva e solidária entre
poluidores diretos e indiretos. Discute-se o fundamento dessa
responsabilidade:
§ 1º Entendimento: A responsabilidade objetiva ambiental funda-
se na teoria do risco administrativo, admitindo-se a alegação de
causas excludentes do nexo de causalidade pelo poder público,
sob pena de transformá-lo em segurador universal. Cahali,
Toshio Mukai;
§ 2º Entendimento: Teoria do risco integral como fundamento da
responsabilidade objetiva ambiental, sendo vedada a alegação de
excludentes do nexo causal. Paulo Afonso Leme Machado,
Cavalieri, STJ.

Referências Bibliográficas:
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USE A #DESAFIO7DD

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Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo


Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.

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