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Responsabilidade Civil 19.

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Teoria do Risco

Modalidades do risco:

1- Teoria do RISCO PROVEITO: Será responsável quem tira proveito da


atividade indutora de risco

2- Teoria do RISCO CRIADO:

Aquele que, em razão da sua atividade ou profissão, cria um perigo/risco,


estará sujeito a reparação do dano gerado.

Responde civilmente aquele que em virtude dos riscos inerentes a sua


atividade, expõe alguém a sofrer um dano. E uma ampliação do risco proveito.

Ex 1: Entidade beneficente que atua em atividade de risco causando prejuízo


a terceiros - ficará obrigada a indenizar.

Ex 2: Surfista profissional que treina todos os dias em praia com banhistas,


causando danos a qualquer destes ficara obrigado a indenizar.

3. TEORIA DO RISCO INTEGRAL: É o dever de indenizar que se faz


presente em face do dano, mesmo nos casos de exclusão do nexo causal, sendo
eles o caso o caso fortuito ou de força maior, fato de terceiro e culpa exclusiva da
vítima.

Também conhecida como Responsabilidade objetiva ABSOLUTA, aplica-se a


casos excepcionalíssimos, posto que indica a obrigação de indenizar, mesmo
ocorrendo causas da exclusão do nexo de causalidade.

Ex: danos nucleares, terrorismo.

4. Teoria do RISCO EXCEPCIONAL: A reparação é devida sempre que o


dano é consequência de um risco excepcional que escapa à atividade do ofensor
(fortuito interno).

5. Teoria do RISCO PROFISSIONAL: O dever de reparar tem lugar sempre


que o fato prejudicial seja uma decorrência da atividade ou profissão do lesado.

Tal teoria foi desenvolvida para justificar os acidentes de trabalho ocorridos


com os empregados no trabalho ou por ocasião dele, independentemente da culpa
do empregador.
R.C.Contratual: CONCEITO

1. Haverá responsabilidade contratual quando o dever jurídico violado


(inadimplemento ou ilícito contratual) estiver previsto no CONTRATO.

2. ATENÇÃO: A responsabilidade contratual não precisa estar provista no


contrato.

3. Surge quando uma partes dever originário constante no


contrato, gerando o dever de indenizar.

DIFERENÇAS ENTRE RESP. CIVIL CONTRATUAL E


EXTRACONTRATUAL

R.C.Contratual: dever jurídico violado tem por fonte a própria vontade dos
indivíduos.

R. C. Extracontratual: violação de um dever estabelecido na lei, ou na


ordem jurídica, como, por exemplo. o dever geral de não causar dano a ninguém.

DIFERENÇAS ENTRE RESP. CIVIL CONTRATUAL E


EXTRACONTRATUAL

1. RELAÇÃO JURÍDICA PREEXISTENTE

○ R C.Contratual: relaçăo jurídica previamente estabelecida pelas


partes, fundada na autonomia da vontade e regida pelas regras comuns dos
contratos.

○ R. C. Extracontratual: inexiste qualquer vínculo jurídico anterior


entre o agente causador do dano e a vítima.
○ O ato ilícito gera a relação jurídica obrigacional.

Atenção: nem sempre a responsabilidade extracontratual é fundada na


culpa.
Ex.: R.C. objetiva fundada no risco da atividade.

Na culpa contratual há a violação de um dever positivo de adimplir, que


constitui o próprio objeto do contrato.

Na culpa aqulliana viola-se um dever negativo, isto é, a obrigação de não


causar dano a ninguém.
2. CULPA PRESUMIDA

● Na responsabilidade contratual, a culpa, de regra, é presumida.

● O ônus da prova é invertido.

● Cabe ao credor demonstrar que a obrigação não foi cumprida.

● O devedor terá que provar que não agiu com culpa, ou,
então, que ocorreu alguma causa excludente do próprio nexo causal.

- R.C.Contratual:

○ Obrigações de resultado: culpa, em regra, presumida.

○ Obrigações de meio: culpa deve ser provada

- R. C. extracontratual subjetiva: a regra é a culpa provada, ônus que cabe à


vítima.

PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL

1. EXISTÊNCIA DE UM CONTRATO VÁLIDO

2. INEXECUÇÃO DO CONTRATO

3. DANO E NEXO CAUSAL

PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CONTRATUAL

1. EXISTÊNCIA DE UM CONTRATO VÁLIDO

● Princípio da obrigatoriedade:

● Uma vez celebrado o contrato, as partes estão vinculadas ao seu


contexto,

● Tal princípio significa que, em regra, a palavra empenhada é


irreversível.

2. INEXECUÇÃO DO CONTRATO
É necessário que haja a inexecução do contrato, no todo ou em parte (ilícito
contratual que se materializa através do inadimplemento total ou do inadimplemento
relativo).

Art. 475, CC: -A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do
contrato, se não preferir exir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenizações por perdas e danos.

Resolução = rompimento do contrato por fato imputável ao devedor.

O devedor está obrigado a efetuar a prestação devida de um modo completo


(tempo, lugar e modo determinados na obrigação).

ATENÇÃO: A obrigação decorrente do contrato é uma; A obrigação


resultante da sua İnexecução é outra.

Ex.: contrato de transporte - levar o passageiro incólume ao seu destino.Se


ocorre um acidente e o passageiro sofre algum dano, fica caracterizado o ilícito
contratual.

O transportador que indenizi-lo.

3. DANO E NEXO CAUSAL

É necessário que entre a inexecução e o dano haja uma causalidade


adequada.

Art. 403, CC: -Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas
e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto
e imediato.

Obs.: SISTEMA DA IMPOSSIBILIDADE

Principal consequência da imprevisibilidade ou da irresistibilidade: tornar


impossível o cumprimento da obrigação.

O devedor fica desobrigado da obrigação.

A impossibilidade deve ser analisada no caso concreto!

3.1 SISTEMA DA IMPOSSIBILIDADE

Exemplos de situações que não escusam o devedor: crise


econômica, dificuldades no mundo dos negócios, repentino retraimento dos Bancos,
brusca mudança de orientação financeira por parte do governo, etc.

Só caracteriza a impossibilidade casos que, embora não configurem a


impossibilidade absoluta, produzem para o devedor dificuldade que equivale ao
impossível.

Ex: O comerciante que está obrigado a despachar grande quantidade de


mercadoria e é surpreendido por uma greve de ferroviários.

É possível enviar as mercadorias por rodovia? Deverá fazê-lo, ainda que o


ônus maior.

Não é possível enviar por rodovia? Não estará obrigado a adquirir ou a


fretar aviões particulares, em virtude da discrepância.

3.1 SISTEMA DA IMPOSSIBILIDADE

Frustração do fim do contrato: perda da utilidade prática da prestação em


razão de acontecimento que atinge a eficácia do contrato, acarretando a sua
inutilidade.

Não é a prestação em si que é atingida (objeto do contrato).

Ex.: pessoas que alugaram algum imóvel para passeio cancelando no início
da pandemia.

Atenção:

A parte que provocou ou concorreu para a frustração do propósito prático


da prestação não pode pleitear o seu cumprimento.

Ex.: reforma em piscina de parque aquático sem aviso prévio.

3.1 SISTEMA DA IMPOSSIBILIDADE

Caracterizada a impossibilidade, o devedor fica isento da responsabilidade,


voltando as partes ao status quo ante.

RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL

1. Fase pré-contratual: as partes iniciam os contatos, fazem propostas e


contrapropostas, reflexões, ponderações etc.
2. Essas tratativas podem gerar vinculação quando despertam confiança,
legítima expectativa, em uma das partes, levando-a a fazer despesas com
orçamentos, prospectos, estudos, projetos…

3. Os contatos já se iniciaram, mas o contrato ainda não se realizou.

RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL

1. O Direito exige postura séria, leal, sincera.

2. Boa-fé objetiva.

3. O rompimento desleal das tratativas pode ensejar a obrigação de


indenizar.

RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL

Requisitos:

a) o comportamento das partes (tratativas) capaz de criar legítima


expectativa, ou seja, a base de confiança

● Importância da veracidade das informações prestadas pelas partes

b) efetiva existência de confiança no plano subjetivo. É preciso que haja


indícios de ter a parte prejudicada confiado nas tratativas em curso → realização de
atos concretos por uma das partes capazes de demonstrar a confiança depositada
na conduta da outra.

A confiança ganha relevância Jurídica apenas quando "colocada em


funcionamento" por meio de atos concretos que a exteriorizam.

c) comportamento de uma das partes contrário daquele primeiro que gerou a


base de confiança, de modo a frustrar a legítima expectativa criada.

Deve ser estabelecido um ambiente de confiança entre as partes, de modo a


evitar que uma delas, tendo contribuído com seu esforço, seu tempo e, muitas
vezes, seu dinheiro, seja surpreendida por uma atitude insensata e injustificável
da outra.

RESPONSABILIDADE PÓS-CONTRATUAL
Após o fim do contrato, mesmo que seu adimplemento tenha sido integral e
satisfatório, persiste uma fase pós- contratual, durante a qual ainda estarão as
partes vinculadas aos deveres decorrentes do princípio da boa-fé.

Culpa post pactum finitum.

Ex.: o fornecedor tem que manter peças de reposição e reparar os defeitos


do produto; o patrão tem que dar informações corretas sobre o ex-empregado
idôneo; o advogado e o médico terão que manter o dever de sigilo.

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