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diante da LGPD
Abstract
This article is treated and not exhausted or the liability of the Controller and / or operator may
cause damage to the personal data holder when failure to comply with the General Data
Protection Act (LGPD). Civil Liability is the act contrary to law and causes damage to another
person who holds personal data, whether by an action or omission.
1. Responsabilidade Civil
A cada período de renovação e mudanças sociais a responsabilidade civil se amolda
a fim de garantir os novos valores incorporados à sociedade, ela é dinâmica.
Cristiano Chaves acompanhado de Nelson Rosenvald e Felipe Braga assim trazem uma ideia
atual sobre o tema:
“A responsabilidade civil é como um edifício em construção, pois o ciclo
de mudanças sociais alterasse a uma velocidade espantosa, afastou-se
da conceituação de abstração e conceitualismo puro, já que sabedoria
não é o mero conhecimento, mas o uso ético dele”.
Assim, na lesão ao direito de outrem gerando dano – moral, material ou estético –
tenta-se reequilibrar o estado passado antes do dano via indenização. Ao evento danoso ora
praticado tem duas teorias a se aplicar – Teoria Subjetiva ou Teoria Objetiva.
2. Teoria Subjetiva
Nesta modalidade teórica a culpa perante o possível ato ilícito só é imputado
quando comprovada por quem alega, ou seja, a vítima tem que provar que o
Controlador/operador são culpados diante do dano sofrido.
Assim a melhor doutrina entende que para caracterizar o dever de indenizar por
parte do autor deve-se estar presente a culpa, o dano e o nexo causal diante do ato ilícito. É a
regra civil e processual.
Explico melhor, o ordenamento jurídico faz uso do conceito clássico de ilícito onde
quem causa dano a outrem tem o dever de indenizar mesmo por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, ainda que exclusivamente moral.
Logo, uma vez um dado pessoal vazado, capturado, hackeado e caído em mãos
erradas podem levar a vários inconvenientes aos titulares.
Todo o ato na teoria subjetiva tem como pano de fundo a prudência e diligência,
pois o dano deve ter sido realizado por ação ou omissão do agente causador –
controlador/operador – e provado pela vítima.
Portanto, o agente causador do dano deve ter agido com dolo, ou seja,
intencionalmente violou o dever jurídico com o desejo em ocasionar prejuízo a outrem perante
a um vínculo jurídico preexistente, ou no caso de um vínculo extrajudicial.
2.3. Dano
Há uma enorme dificuldade provar o que seriam danos triviais de danos injustos,
o certo é que os danos aceitos atualmente não são os do passado não muito distante.
Tomemos os seguintes exemplos, o crime de injuria por meio digital, criação de documentos
com os dados vazados do controlador/operador.
O dano propriamente dito tem uma relação direta com o patrimônio material, mas
ao longo dos tempos outros surgiram como o moral e o estético, o exato é que o dano deve
ser provado e comprovado.
Destarte, o titular da ação na LGPD tem que provar o dano sofrido quando da relação
tratar da aplicação da teoria subjetiva.
3. Teoria Objetiva
A prova diabólica vem dá ensejo a teoria objetiva, uma vez que dificilmente se
conseguia provar a culpa dos empregadores pelos trabalhadores, estas vítimas de acidentes
de trabalho, assim como dados anônimos dificilmente encontram-se os culpados.
Sendo está modalidade como exceção no ordenamento jurídico, ainda, assim entende e
defende o ilustre doutrinador Flávio Tartuce:
“A culpa continua sendo relevante para a responsabilidade civil. Embora
tenha perdido aplicação em uma ampla gama de relações – hoje regida
pela responsabilidade objetiva – a noção de culpa, não em sua versão
psicológica ou moral, mas em sua roupagem contemporânea, continua
desempenhando papel importante na etiologia da responsabilidade
subjetiva”. (Grifou-se)
4. Responsabilidade Solidária
Na relação havendo mais de um credor ou devedor na mesma obrigação
concorrem cada um com o direito ou obrigação no todo. Explica-se controlador/operador são
os responsáveis em coletar, usar, armazenar e descartar os dados pessoais dos titulares de
dado, caso haja algum dano injusto aos titulares, ambos controlador/operador responderam
pelos prejuízos causados independentemente da teoria aplicada ao caso concreto.
A vantagem para o titular dos dados pessoais nesta relação de responsabilidade é
que ele pode optar em pôr no polo passivo da ação apenas um dos causadores do dano injusto
ou ambos, pois cada um é responsável pelo o todo indenizável.
É verdade que a responsabilidade solidaria não é presumida, o ordenamento jurídico em
regra obriga uma cláusula de pacto ou previsão legal, a LGPD assim como o Código de Defesa do
Consumidor já traz no bojo da lei está previsão.
Elaborador por:
Dr. Ilderlândio Teixeira, Membro ANPPD
Data de publicação:
02 de dezembro de 2019