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O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo defeso conhecer de
questões, não suscitadas, a cujo respeito à lei exige a iniciativa da parte (art. 141,
CPC/2015). Sendo assim, é vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da
pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do
que lhe foi demandado (art. 492, CPC/2015).
O limite da sentença é o pedido, com a sua fundamentação. É o que a doutrina
denomina de princípio da adstrição, princípio da congruência ou da conformidade, que é
desdobramento do princípio do dispositivo (art. 2º). O afastamento desse limite
caracteriza as sentenças citra petita, ultra petita e extra petita, o que constitui vícios e,
portanto, acarreta a nulidade do ato decisório.
Sentença citra petita é aquela que não examina em toda a sua amplitude o pedido
formulado na inicial (com a sua fundamentação) ou a defesa do réu. Exemplos: (1) o
autor pediu indenização por danos emergentes e lucros cessantes.
O juiz julgou procedente o pedido com relação aos danos emergentes, mas não
fez qualquer referência aos lucros cessantes; (2) por meio de mandado de segurança, o
funcionário pleiteou a nulidade do ato punitivo sob a alegação de que não cometeu a
falta disciplinar e que não lhe foi dada oportunidade de defesa.
O juiz denegou a segurança ao fundamento de que a análise da falta disciplinar
envolve matéria fática insuscetível de discussão no âmbito da segurança, e não apreciou
o segundo fundamento; (3) na ação reivindicatória, o réu se defende, arguindo
prescrição aquisitiva.
O juiz aprecia os fundamentos do pedido, mas se esquece da usucapião.
Saliente-se que não constitui decisão citra petita o fato de o juiz julgar parcialmente o
pedido. Voltando ao exemplo anterior: ocorre o julgamento citra petita se o juiz não
cogitar dos lucros cessantes, hipótese em que a decisão é passível de anulação; ao
contrário, se o juiz procede à análise dos lucros cessantes e chega à conclusão de que
não há prova para a condenação em tal verba, a sentença é válida.
Na sentença ultra petita, o defeito é caracterizado pelo fato de o juiz ter ido além
do pedido do autor, dando mais do que fora pedido. Exemplo: se o autor pediu
indenização por danos emergentes, não pode o juiz condenar o réu também em lucros
cessantes.
Lembretes:
• A sentença ultra petita, em vez de ser anulada pelo tribunal, deve, por este, ser
reduzida aos limites do pedido.
• Não constitui decisão ultra petita a que concede correção monetária ou que
condena ao pagamento dos juros legais, das despesas e honorários de advogado
ou das prestações vincendas (art. 322, § 1º). Em ação de rescisão de promessa de
compra e venda, também não é extra petita a sentença que determina a
restituição das prestações pagas (art. 12 do Decreto-lei nº 58/1937). Trata-se de
hipóteses de pedido implícito.
Resumindo a diferença entre sentenças citra petita, ultra petita e extra petita
Sentença “ultra petita” é aquela na qual o juiz concede mais do que foi pedido pelo
autor;
Sentença “citra/infra petita” é aquela na qual o juiz concede menos do que foi
pedido pelo autor (cuidado; aqui o problema é a fundamentação, pois é possível
que o pedido seja julgado parcialmente procedente…);
Sentença “extra petita” é aquela na qual o juiz concede pedido diverso daquele
postulado pelo autor. Pode dizer respeito ao pedido mediato (objeto da relação de
direito material; bem da vida), ou ao pedido imediato (tutela jurisdicional).
Responsabilidade civil no Direito do Consumidor
Para que reste configurada, são necessários três elementos: Conduta humana; Dano;
Nexo de causalidade entre eles.
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
É com base neste parágrafo que a figura da responsabilidade objetiva foi inserida
no direito brasileiro. Sendo assim, é direcionada aos fornecedores e prestadores de
serviços por meio do Código de Defesa do Consumidor.
Essa opção legislativa se baseia na teoria do risco, segundo a qual aquele que
cria um risco, ou seja, o fornecedor ou prestador de serviços, deve responder por suas
consequências independentemente da existência de culpa, de modo a evitar que o
consumidor fique sem o devido amparo.
Enquanto isso, o terceiro parágrafo do artigo 14, prevê que o prestador de serviços será
isento de responsabilidade quando:
Provar que o defeito inexiste;
Ou que os danos ocorreram por culpa exclusiva do consumidor ou de terceira
pessoa.
Resumo
https://www.aurum.com.br/blog/responsabilidade-objetiva-do-cdc/
https://www.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/recurso-de-apelacao/600678876
https://www.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/recurso-de-apelacao/387618902