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ATO ILÍCITO

UFPE - Faculdade de Direito do Recife


Direito Civil 1
Professor: Silvio Romero
Monitor: José Bione
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
Atos Jurídicos e Atos Ilícitos
Requisitos do Ato Ilícito
Dolo e Culpa
Responsabilidade Civil
Teoria da Culpa e dos Riscos
Escusativas de Responsabilidade
Abuso de Direitos
3. CONCLUSÃO
Atos Jurídicos X Atos Ilícitos
Atos Jurídicos
 Negócio Jurídico –Art. 185
 Ato Lícito – Gerador de Direitos e Obrigações

Ato Ilícito
 Desacordo com a Ordem Legal
 Consequência: Deveres para o agente,
obrigação de reparação.
Requisitos do Ato Ilícito
• Uma Conduta - A violação intencional ou
previsível de um resultado exterior.

• A violação do Ordenamento Jurídico

• A imputabilidade

• A penetração da conduta na esfera


jurídica alheia
DOLO E CULPA
• O direito Brasileiro fixou a ideia de transgressão
de um dever como o conceito genérico de ato
ilícito.
• Aboliu as distinções sutis
• Doutrina Moderna (CC 2002) –

 Responsabilidade sem culpa : Independente da


apuração da culpa do agente.
 Doutrina da Responsabilidade objetiva (Teoria do
Risco)
 Responsabilidade por fato de Terceiro.
Responsabilidade Civil
• O que é destacado pela doutrina é o princípio
da equivalência.

• Dá-se a prestação do equivalente mediante a


restituição ao estado anterior ou a reparação
especifica, ou a reparação pecuniária, ou a
reparação compensatória.
A Teoria da Culpa
e
Teoria do Risco
Teoria da Culpa
• A doutrina da culpa tem sua fundamentação
ostensiva na França, no Código Napoleônico,
que assentou que o fundamento da reparação
do dano é a culpa.

• O mesmo aconteceu no Direito Brasileiro no


art. 159 do Código Civil de 1916 e no art. 186
do Código Civil de 2002.
• Art. 186 C.C.
– Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Culpa
• O primeiro ato do pensamento humano é
procurar o CULPADO, o RESPONSÁVEL.

• Assim, entende-se, por isso que o responsável


é aquele cuja culpa causou o dano.
Teoria Objetiva
• Gaston Morim – “A revolta do direito contra o
Código.”

• Sem repelir o princípio da responsabilidade


civil colocada no Código
Frances(Napoleônico), tendeu a desgarra-se
da culpa, fazendo, em primeiro lugar a
substituição da responsabilidade delitual
pela contratual.
Teoria objetiva
• Exemplo da Teoria Contratual.
– Em um acidente aéreo a vítima teria que provar a
culpa da companhia de aviação.
– Pela Teoria de Gaston Morim, o contrato de
aviação obrigaria uma segurança, cabendo então
a companhia provar que o acidente aconteceu por
culpa estranha.
– A indenização se fundaria no rompimento do
contrato.
Teoria Objetiva
• A crítica mais profunda à Teoria da Culpa
surgiu por juristas criminais, que declaravam
que :
– A responsabilidade criminal dependia da culpa.
– Enquanto que a responsabilidade civil não,
bastaria o dano.

– O Dano seria uma realidade objetiva,


independente da liberdade moral e do livre
arbitrio.
Teoria Objetiva
• Mas a implantação da Teoria Objetiva, sem culpa,
aconteceu na realidade com a nova interpretação
do Código Civil Francês, em que o termo culpa é
interpretado como CAUSA.
• Quem der causa.......
• Assim, a culpa seria uma relação de causalidade.
• Atualmente, certas atividades impões um risco de
causar dano a outrem, que independe de sua
atuação por culpa, deve ele ser responsabilizado.
Responsabilidade Civil
• Teoria da Responsabilidade Civil – Obrigação
de Indenizar o mal causado
• Com o código civil, requisitos:
1. Verificação de uma conduta antijurídica
2. Existência de Dano
3. Nexo de Causalidade

• Dever de Reparação
DANO
• A lei menciona o comportamento antijurídico por
diversos meios.
– Pode impor sanção penal quando interesses da
sociedade são feridos.
• O direito penal arrola os atos atentatórios da ordem jurídica
social, estabelecendo as punições.
• Pode ser que a ordem jurídica deixe de lado a
responsabilidade penal, e se preocupe com o fato
humano que lesa interesse individual.
– Dá-se então a responsabilidade civil.
Responsabilidade Civil
• O DANO é assim, circunstância elementar da
responsabilidade civil.

• Por esse preceito fica estabelecido que a


conduta antijurídica, imputável a uma pessoa,
tem como conseqüência a obrigação de
sujeitar o ofensor a reparar o mal causado.
• Reparar o DANO.
DANO
• Se existe a obrigação de reparar, é necessário
que exista algo a reparar.

• Assim, não há responsabilidade civil aonde


não exista DANO ou PREJUÍZO.

• A obrigação não nasce se falta o DANO.


EXEMPLO
• Se um motorista passa o sinal vermelho ou
entra pela contra-mão em uma rua.
• Se não houver dano, não há responsabilidade
civil.
– No direito penal basta a atitude, o início da
execução para punir.
– No direito civil é necessário o dano.
Quantitativo do Dano
• Não é requisito do dano o elemento
quantitativo.
– O dano pode ser pequeno ou o dano pode ser
grande.
• Mas o tamanho do dano é necessário para
poder medir a reparação.
• Da Indenização
• Art. 944. A indenização mede-se pela
extensão do dano.
DANO MORAL
• Fundamento da ressarcibilidade do dano
moral.
– A manutenção dos direitos próprios da
personalidade, que a ordem jurídica não pode
deixar que sejam impunemente atingidos.

– Caráter punitivo: Castigo pela ofensa que


cometeu.
– Caráter compensatório: uma soma para lhe
propiciar prazeres como contrapartida de um mal.
Art. 186 do Código Civil

• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Nexo de Causalidade
• Entre culpa e dano.

• Na responsabilidade subjetiva são necessários


três elementos.
– Ofensa a uma norma ou erro de conduta.
– Um dano.
– Nexo de causalidade entre uma e outra.
Nexo
• Não basta que alguém tenha agido contra
direito, não basta que a vítima sofra um dano.
• É necessário estabelecer um nexo de
causalidade entre a antijuridicidade da ação e
o mal sofrido.
• O nexo causal é assim indispensável.
• Não pode existir uma coincidência é
necessário uma causalidade.
Nexo
• Dentre os elementos da Responsabilidade
Civil, este é o mais difícil de ser determinado.
• Pois, mesmo havendo culpa e dano, se entre
eles não haver relação, não haverá
responsabilidade.
• Nos termos do art. 186 do C.C., pode-se
entender que a responsabilidade só ocorre se
o dano surgir de uma ação ou omissão
voluntária ou não.
Nexo Causal
• Não confundir com imputabilidade.

• Imputabilidade –
• É elemento subjetivo interno, diz respeito as qualidades
da pessoa ser sujeito de responsabilidade.
• A pessoa pode ser culpa, mas não ser imputável.
Problemas no Nexo Causal
• Dificuldade de prova

• Identificação do fato que constitui a


verdadeira causa do dano
Responsabilidade Civil do Estado
• Estado Absoluto que goza de imunidade total,
devido a separação dos poderes

• Atos iure imperii X Atos iure gestionis

• Obrigatoriedade da reparação pelos danos


causados aos particulares
• Correntes atuais de pensamento:

1. Culpa
2. Acidente Administrativo ou falta impessoal do
serviço.
3. Risco Administrativo.

• Conclusão > CF Art. 37 §6


Escusativas de Responsabilidade
Conceito: Absorve o direito de Reparar

• Legítima Defesa: Encontrada no Direito Penal

• Exercício Regular de um Direito Reconhecido

• Estado de Necessidade – “Iminência de um perigo”

• Caso Fortuito - Imprevisível ou Força Maior- Inevitável

• Concorrência de Culpa – Influência da Vítima


Abuso de Direito
• Problemática até o Código Civil de 2002

• Significância quando ao exceder o exercício


regular de um direito

• §226 so CC Alemão; Art. 2 do CC Suíço

• Situação do CC de 1916.
• No Código Civil de 2002 – Projeto de Código
de Obrigações – Art. 187 – Teoria do Abuso do
Direito, como genérica ao do ato Ilícito.

• Excedendo manifestamente o seu fim


econômico ou social, ou atendendo contra
boa-fé ou os bons costumes.

• Não necessita de uma análise subjetiva –


animus nocenti.

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