Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CEI-DPU
RETA FINAL 2017
4ª RODADA - 15/05/2017
DURAÇÃO
18/04/2017 A 17/07/2017
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada
1 PEÇA JUDICIAL
Por rodada
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-DPU
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. RETA FINAL
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela 2017
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
SUPER PROMOÇÃO
DE 150,00 POR
R$
100,00
GARANTA O SEU!
editoracei.com
ALUNO: mirlonfernando pág. 2
CEI-DPU
RETA FINAL 2017
4ª RODADA - 15/05/2017
PROFESSORES
E-mail: profcei.caiopaiva@gmail.com
E-mail: profcei.thiotieheemann@gmail.com
E-mail: profcei.mariahelena@gmail.com
E-mail: profcei.edilsonsantana@gmail.com
E-mail: profcei.fernandaprugner@gmail.com
E-mail: profcei.rafaelporto@gmail.com
E-mail: profcei.danielchiaretti@gmail.com
INSTRUÇÕES GERAIS
O CEI nasceu como um curso voltado exclusivamente para a preparação para o concurso da DPU,
em 2013. Depois foram surgindo cursos para diversas outras carreiras, mas certamente temos um
carinho especial pelo CEI-DPU, curso com o qual conseguimos contribuir para a aprovação de 78
alunos no V Concurso da DPU.
ALGUMAS ORIENTAÇÕES:
1) Simulem ao máximo a prova real. Quanto estiverem fazendo as questões objetivas, não deixem
nenhum material de pesquisa por perto. Se puderem imprimir o material, melhor ainda; se não
puderem, não há problema. Quando forem fazer as questões dissertativas e a peça judicial, deixem
por perto apenas a legislação seca (sem anotações).
2) Fiquem à vontade para enviarem suas respostas e peças escritas à mão ou digitadas. Para
qualquer destas opções, há um modelo na área do aluno que vocês devem observar. Se decidirem
enviar as respostas escritas à mão, baixem o modelo (disponível também no final desse arquivo) e
depois, na hora de enviar para o e-mail do professor, lembrem-se de colocar as páginas em arquivo
único no formato .pdf. Se decidirem enviar as respostas no formato digitadas, baixem o modelo no
formato .doc.
3) Observem os prazos estabelecidos no cronograma, que está no site e agora repetido aqui:
4) Para dúvidas sobre os temas tratados nas rodadas, falem diretamente com o professor
responsável. Todos os e-mails estarão nos materiais. Para críticas ou considerações, podem
escrever para mim no e-mail profcei.caiopaiva@gmail.com. Para dúvidas sobre acesso ao material
ou à área do aluno, falem no e-mail suporte@cursocei.com.
CAIO PAIVA
Coordenador do CEI-DPU
SUMÁRIO
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO....................................................................9
GRUPO I..........................................................................................................................................................9
DIREITO CIVIL..........................................................................................................................................9
DIREITO EMPRESARIAL.......................................................................................................................11
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................. 12
DIREITO AMBIENTAL.......................................................................................................................... 14
DIREITO PROCESSUAL CIVIL............................................................................................................ 14
DIREITO TRIBUTÁRIO.......................................................................................................................... 16
DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA................................................................................................. 17
GRUPO II....................................................................................................................................................... 17
DIREITO PROCESSUAL PENAL......................................................................................................... 17
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR........................................................................................ 19
DIREITO ELEITORAL............................................................................................................................. 19
DIREITO ADMINISTRATIVO..............................................................................................................20
GRUPO III......................................................................................................................................................20
DIREITO DO TRABALHO....................................................................................................................22
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.........................................................................................23
DIREITO PREVIDENCIÁRIO...............................................................................................................23
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA....................................................25
DIREITO CONSTITUCIONAL.............................................................................................................26
GRUPO IV......................................................................................................................................................26
DIREITO INTERNACIONAL................................................................................................................28
DIREITOS HUMANOS..........................................................................................................................30
FILOSOFIA DO DIREITO, NOÇÕES DE SOCIOLOGIA JURÍDICA E NOÇÕES DE CIÊNCIA
POÍTICA................................................................................................................................................... 31
GRUPO II.......................................................................................................................................................74
DIREITO PROCESSUAL PENAL.........................................................................................................78
DIREITO PENAL MILITAR................................................................................................................... 81
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR........................................................................................83
DIREITO ELEITORAL.............................................................................................................................85
DIREITO ADMINISTRATIVO..............................................................................................................89
GRUPO III......................................................................................................................................................89
DIREITO DO TRABALHO....................................................................................................................96
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.........................................................................................99
DIREITO PREVIDENCIÁRIO.............................................................................................................102
GRUPO III....................................................................................................................................................102
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA...................................................112
DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................115
GRUPO IV.....................................................................................................................................................115
DIREITO INTERNACIONAL.............................................................................................................. 127
DIREITOS HUMANOS........................................................................................................................140
FILOSOFIA DO DIREITO, NOÇÕES DE SOCIOLOGIA JURÍDICA E NOÇÕES DE CIÊNCIA
POÍTICA.................................................................................................................................................144
ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum
material, a fim de simular a situação encontrada em prova.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 2. Acerca do mandato, julgue o item abaixo:
Mandato ou procuração é o contrato pelo qual alguém recebe de outrem poderes para, em
seu nome, praticar atos ou administrar interesses. Outorgado por instrumento público, o
mandato somente poderá substabelecer-se de igual forma.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 3. Acerca do Direito das Obrigações, julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 4. De acordo com o entendimento do STJ, julgue o item abaixo:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 5. Julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 7. No tocante aos bens jurídicos, julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 8. Acerca dos elementos acidentais dos negócios jurídicos, julgue o item:
São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons
costumes, podendo citar como exemplos, às condições perplexas e puramente potestativas.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 9. De acordo com o STJ, julgue o item seguinte:
A configuração dos danos negativos exige mais do que a simples possibilidade, requer
probabilidade objetiva e circunstâncias concretas de que estes teriam se verificado sem a
interferência do evento danoso.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 10. Julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 11. Acerca do instituto da evicção, julgue o item seguinte:
Evicção é a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que
a atribui a um terceiro. Nos contratos regidos pelo Código Civil, poderão as partes, por
cláusula expressa, reforçar ou diminuir, mas não excluir a responsabilidade pela evicção.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 12. Acerca da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), julgue
o item abaixo:
Consoante disposição expressa na LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, a equidade, os costumes e os princípios gerais de direito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 13. Quanto ao tema modalidades das obrigações, julgue o item seguinte:
A obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios, salvo se resultar do título ou das
circunstâncias do caso.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 14. Julgue o item abaixo:
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, decaindo em dois anos o direito de anular sua
constituição, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 15. Analise e julgue o item seguinte:
O negócio jurídico celebrado pelo relativamente incapaz, sem a devida assistência, é causa
de anulação do negócio jurídico. Entretanto, o menor entre dezesseis e dezoito anos, não
poderá, para eximir-se de uma obrigação, invocar sua idade se dolosamente a ocultou
quando inquirido pela outra parte ou se no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO EMPRESARIAL GRUPO I
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 18. Acerca das sociedades limitadas, julgue o item:
A sociedade limitada poderá ser administrada por sócios e pessoas não sócias. A
designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos
sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de ¾ (três quartos), no mínimo, após
a integralização.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 19. Quanto ao tema falência, julgue o item abaixo:
A decisão que decreta a falência com sócios ilimitadamente responsáveis, também acarreta
a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação
à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o
desejarem.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 20. Acerca das cooperativas, julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO CONSUMIDOR GRUPO I
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 22. Acerca da normativa consumerista, julgue o item:
O contrato de adesão pode ser conceituado como aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor
de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar seu conteúdo,
desfigurando sua característica a inserção de cláusula no contrato.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 23. Julgue o item abaixo:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 24. Analise e julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 25. De acordo com o STJ, julgue o item:
Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa
solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de
multa administrativa.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 26. É concorrente a competência para legislar sobre meio ambiente do trabalho.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 27. É imprescindível a realização de perícia para a comprovação da prática do
crime de poluição previsto no artigo 54 da Lei 9.605/98.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 28. O direito ambiental brasileiro admite o fenômeno conhecido como “dupla
afetação das terras indígenas”.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 29. Em matéria de responsabilidade civil ambiental, os tribunais superiores
adotam a teoria do risco integral.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 30. Para a teoria do indigenato, a posse das terras indígenas pelas comunidades
indígenas é imemorial. No entanto, tal teoria não foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal
ao julgar o leading case sobre o tema.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL GRUPO I
QUESTÃO 31. A competência territorial fixada pela lei da ação civil pública (Lei 7.347/85),
com base no foro do local onde ocorrer o dano, é relativa.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 32. Compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da
Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no processo.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 34. A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição, inclusive após o encerramento do processo, com sentença transitada em julgado.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 35. Nos juizados especiais o reconhecimento da incompetência territorial é
causa de extinção do processo, conforme legislação de regência.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 36. O argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos
para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não é
motivo suficiente para a extinção do processo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 37. Na ação rescisória, o valor da causa, em regra, deve corresponder ao da ação
principal, devidamente atualizado monetariamente, exceto se houver comprovação de que
o benefício econômico pretendido está em descompasso com o valor atribuído à causa.
Neste caso caberá ao impugnante demonstrar o valor correto - que entende devido -, com
os documentos necessários à comprovação do alegado.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 38. O réu poderá impugnar, no prazo da contestação, o valor atribuído à causa
pelo autor. A impugnação será autuada em apenso, ouvindo-se o autor no prazo cinco dias.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 39. É pacífico no Superior Tribunal de Justiça que a desconsideração da
personalidade jurídica, por fraude à execução, não afasta a impenhorabilidade do bem de
família.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
DIREITO TRIBUTÁRIO GRUPO I
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 42. A prescrição é forma de exclusão do crédito tributário prevista no Código
Tributário Nacional.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 43. Em face de uma enchente, caracterizada como calamidade pública, que
ceifou a vida de mais de 30% de sua população, o Estado de Minas Gerais decidiu instituir
empréstimo compulsório. Tal situação, que caracteriza uma das circunstâncias deflagradoras
da instituição do referido tributo, encontra respaldo na Constituição da República.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 44. A majoração da alíquota do Imposto de Renda ocorrida em dezembro de 2017
pode se aplicar aos fatos geradores ocorridos partir de 1º de janeiro de 2018.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 45. Embora haja dissenso doutrinário sobre a persistência da exceção de pré-
executividade com a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o STJ possui entendimento
no sentido de que a referida exceção é admissível na execução fiscal relativamente às
matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 46. Ao tipificar no Código Penal a conduta de falsificar moeda, o Brasil cumpriu
com um mandado internacional de criminalização contido em tratado internacional.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 47. Aplica-se o princípio da extraterritorialidade condicionada ao caso em que
um brasileiro falsifica moeda brasileira no estrangeiro.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 48. A falsificação de moeda de curso legal no estrangeiro também caracteriza
o crime de moeda falsa tipificado pelo Código Penal. Nesta hipótese, porém, não havendo
ofensa à fé pública da União, a competência para julgamento do crime será da Justiça
Estadual.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 49. O objeto material do crime de moeda falsa abrange os cheques de viagem
(travellers checks), os vales-refeição e demais moedas de curso convencional.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 50. A jurisprudência dos tribunais superiores já se consolidou no sentido de não
se admitir a aplicação do princípio da insignificância ao crime de moeda falsa.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL PENAL GRUPO II
QUESTÃO 51. A Resolução 213/2015 do CNJ limita a realização da audiência de custódia aos
casos de prisão em flagrante, não tendo aplicação, portanto, aos casos de prisão cautelar
ou definitiva.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 52. Conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal, em medida apresentada
pela Defensoria Pública da União, a audiência de custódia também deve ser realizada no
caso da prisão para extradição.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 53. A Resolução 213/2015 do CNJ prevê a realização da audiência de custódia
para pessoas presas que possuem foro por prerrogativa de função.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 54. Conforme tem decidido o STJ, a não realização da audiência de custódia, por
si só, é apta a ensejar a ilegalidade da prisão.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 55. A Resolução 213/2015 do CNJ não admite a presença dos agentes policiais
responsáveis pela prisão ou pela investigação durante a audiência de custódia, proibição
que não se estende, porém, aos agentes policiais responsáveis apenas pelo transporte e
pela escolta da pessoa presa para o ato.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 56. Divergindo do caráter puramente biológico adotado pela Constituição Federal
para fixar a inimputabilidade penal dos menores de 18 anos, o Código Penal Militar, embora
também adote o patamar de 18 anos para tratar da inimputabilidade dos menores, estabelece
que, completado dezesseis anos, se o menor revelar suficiente desenvolvimento psíquico
para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com este entendimento,
poderá ser considerado imputável, recebendo apenas uma diminuição de pena de um terço
até a metade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 57. O Código Penal Militar confere tratamento normativo ao erro de proibição
ou de direito diferente do que aquele adotado pelo Código Penal comum, não isentando de
pena o agente, ainda que o erro tenha sido inevitável.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 58. O Código Penal Militar não faz diferença entre o erro de fato plenamente
escusável e o erro de fato que deriva de culpa, concedendo em ambos os casos a isenção
de pena.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR GRUPO II
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 60. Para o Supremo Tribunal Federal, é constitucional a previsão contida no
Regimento Interno do Superior Tribunal Militar no sentido de que a oposição de embargos
infringentes exige o número mínimo de quatro votos vencidos.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ELEITORAL GRUPO II
QUESTÃO 61. A sentença que impõe medida de segurança (absolvição imprópria) possui o
condão de gerar a suspensão dos direitos políticos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 62. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a inelegibilidade do art. 14, § 7º, da
Constituição não alcança o cônjuge supérstite (sobrevivente, viúvo) quando o falecimento
tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta
a construção de novo núcleo familiar.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 63. Atualmente, é possível afirmar que o Supremo Tribunal Federal admite a
existência do princípio da vedação do retrocesso político.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 64. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o regramento previsto na Constituição
Federal de 1988 envolvendo o tema “eleição indireta” é norma de reprodução obrigatória
nas Constituições dos Estados.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 65. Os crimes eleitorais não admitem o oferecimento da proposta de transação
penal pelo Ministério Público Eleitoral.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ADMINISTRATIVO GRUPO III
QUESTÃO 66. Tendo em vista que a responsabilidade pela manutenção do Sistema Único
de Saúde (SUS) é solidária, em caso de erro médico ocorrido em hospital da rede privada em
atendimento custeado pelo SUS, o usuário pode ajuizar ação de indenização contra a União,
o Estado ou o Município, todos os quais têm legitimidade para constar no polo passivo da
referida ação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 67. O ato administrativo que concede licença ambiental ao particular é
classificado, em relação à repercussão na esfera jurídica do destinatário, como ampliativo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 68. Os atos administrativos podem ser vinculados ou discricionários. É possível
o controle judicial dos atos vinculados, porém não dos atos discricionários.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 69. Caso durante o procedimento de desapropriação por interesse social se
constate que a área do bem a ser expropriado é maior que a escriturada no Registro de
Imóveis, o expropriado deve receber a indenização por toda a área, inclusive a não registrada,
sob pena de enriquecimento sem causa da Administração Pública.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 70. O tombamento compulsório pode se dar por iniciativa do particular ou pela
sua anuência à notificação que a Administração Pública lhe fizer para a inscrição da coisa
nos livros do tombo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 71. A pretensão de indenização por apossamento administrativo prescreve em
15 (quinze) anos, que é o prazo previsto no Código Civil para a usucapião extraordinária,
como tem decidido reiteradamente o STJ.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 72. A sentença penal absolutória por ausência de autoria obsta a pretensão de
imposição de sanção administrativa pelos mesmos fatos julgados na ação criminal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 73. É legítima a previsão legal que permite o registro, nos assentamentos
individuais de servidor público federal, da informação de que determinada infração
administrativa teve extinta sua punibilidade pela prescrição.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 74. De acordo com o entendimento do STJ, se o titular de pensão especial de
ex-combatente morrer, o menor de dezoito anos que estava sob sua guarda tem direito a
receber, na qualidade de dependente e na proporção cabível, a pensão especial de que trata
o artigo 53, II, do ADCT que seu guardião recebia.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 75. Caso o membro vitalício do Ministério Público pratique crime incompatível
com o exercício do cargo, a ação civil para a aplicação da penalidade de perda do cargo
somente pode ser ajuizada depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO TRABALHO GRUPO III
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 77. A possibilidade de suspensão disciplinar do empregado, por parte do
empregador, pelo período de até 30 (trinta) dias, é reflexo do poder de organização concedido
àquele pela legislação trabalhista.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 78. Se a remuneração relativa às férias não for paga até dois dias antes de seu
início, será devido o pagamento em dobro das férias, ainda que seu gozo tenha ocorrido na
época própria.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 79. João é vigia de um edifício residencial na cidade de Campina Grande/PB.
Trabalha, regularmente, das 22h às 5h. Durante dois dias na semana, precisa estender sua
jornada até as 6h da manhã, à espera do próximo vigia, que não consegue chegar às 5h.
Neste caso, sobre o serviço prestado após as 5h deve incidir adicional noturno.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 80. O ordenamento jurídico brasileiro proíbe qualquer trabalho a menores de 16
(dezesseis) anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 (quatorze) anos, de modo
que é possível a contratação, para desempenho de trabalho doméstico, de pessoa com 17
(dezessete) anos de idade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 81. Após iniciado o processo do trabalho, por provocação da parte, seu
desenvolvimento se dá por impulso oficial, em decorrência do princípio inquisitivo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 82. A prescrição da ação trabalhista atinge as pretensões anteriores a cinco
anos, contados da data da extinção do contrato.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 83. Após proferida a sentença, no processo do trabalho, o juiz poderá se retratar
se houver proferido decisão que extinguiu o processo sem resolução do mérito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 84. Opostos embargos à execução manifestamente protelatórios, o juiz poderá
rejeitá-los liminarmente.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 85. O prazo para a interposição de ação rescisória é prescricional, de modo que,
expirando em feriado, prorroga-se ao primeiro dia útil subsequente.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO GRUPO III
QUESTÃO 86. O cônjuge separado judicialmente faz jus à pensão por morte caso comprove
a persistência ininterrupta da dependência econômica – por exemplo, pelo recebimento de
pensão alimentícia -, inclusive por ocasião do óbito, ainda que a dependência tenha vindo a
cessar posteriormente a este.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 87. Segundo a TNU, para fins de concessão de pensão por morte, é incabível
a regularização do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual
posteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por
empresa tomadora de serviços.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 88. Para a concessão de aposentadoria por idade, urbana ou rural, o requisito da
carência pode ser preenchido após o advento da idade mínima e vice-versa, ou seja, não há
exigência de que sejam os requisitos preenchidos concomitantemente.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 89. Segundo a jurisprudência do STF, enquanto não sobrevier a lei
regulamentadora, é incabível a contagem de tempo especial pelo exercício de atividade
insalubre no âmbito do serviço público estatutário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 90. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, sem
limite de prazo, quem está em gozo de benefício previdenciário, quem foi compulsoriamente
segregado e quem está recluso.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 91. É segurado obrigatório da Previdência Social, como contribuinte individual, a
pessoa física que explora atividade agropecuária em área superior a quatro módulos fiscais,
em regra.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 92. Não descaracteriza a condição de segurado especial a exploração de
atividade turística na propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de cento
e vinte dias ao ano.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 93. A renda mensal inicial da pensão por morte é de 100% (cem por cento) do
valor dos proventos recebidos pelo segurado-instituidor, se aposentado à data do óbito. Se,
contudo, o aposentado percebia o adicional de 25% (vinte e cinco por cento), decorrente
da denominada “grande invalidez” (art. 45 da Lei 8.213/91), este será decotado, não se
incorporando ao valor da pensão.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 94. A viúva que percebe pensão por morte do ex-marido não perde tal direito
pelo simples fato de constituir novo vínculo conjugal, tampouco se passar a perceber
aposentadoria como segurada. Sob a égide da legislação atual, somente há vedação, segundo
a jurisprudência do STJ, se a pensão por morte for de natureza “rural” e a aposentadoria for
“urbana” ou vice-versa.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 95. Segundo a TNU, a averbação de tempo de serviço rural não contributivo
permite majorar o coeficiente de cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por idade
urbana.
ccCERTO ccERRADO
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA GRUPO III
No que diz respeito ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União, julgue os dois
itens a seguir.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 97. Compete ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União dar a última
palavra sobre conflito de atribuições entre membros da instituição.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 99. O Corregedor-Geral da Defensoria Pública da União, que pode pertencer a
qualquer das classes da carreira, bastando que seja estável, tem poder para fiscalizar a
atividade funcional e a conduta tanto dos membros quanto dos servidores da instituição.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL GRUPO IV
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 101. A defesa em espaços públicos de proposta abolicionista a tipo penal
constitui ilícito penal, não podendo ser confundido com o exercício legítimo do direito à livre
manifestação do pensamento, propiciada pelo exercício do direito de reunião.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 102. A liberdade de crença possui duplo aspecto. No positivo, engloba o direito
de escolher a própria religião. No negativo, o direito de não seguir religião alguma, de ser
agnóstico ou ateu.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 103. A Constituição Federal, ao assegurar, como direito fundamental, a gratuidade
de registro civil de nascimento, da certidão de óbito e da celebração do casamento civil,
condicionado ao estado de pobreza do interessado, não impede que esta garantia seja
ampliada aos não reconhecidamente pobres.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 105. Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social
e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, sendo o que
recurso cabível será para o Tribunal de Justiça respectivo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 106. Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação indenizatória proposta
por viúva e filhos de empregado falecido em acidente de trabalho.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 107. A competência para julgamento das ações acidentárias é da Justiça
trabalhista.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 108. As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde
tiver domicílio a outra parte. Já as causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato
que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 109. Em face de decisão monocrática de ministro do Supremo Tribunal Federal
não cabe habeas corpus.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 110. Não se admite a impetração de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal
contra decisão monocrática de Ministro de Tribunal Superior.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 112. Não possuem efeito suspensivo os recursos aos tribunais superiores,
podendo haver a execução provisória da pena, no âmbito criminal, logo após o esgotamento
das instâncias ordinárias. Todavia, enquanto não houver a intimação da Defensoria Pública
acerca do acórdão de apelação no Tribunal de origem, se mostra ilegal a imediata expedição
de mandado de prisão.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 113. A assistência judiciária vem sendo contemplada em todas as Constituições
brasileiras, desde a Constituição de 1934. A Constituição Federal foi além, passando a prever
a assistência jurídica.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 114. A Constituição Federal assegura a gratuidade quanto à celebração do
casamento, desde que se comprove o estado de pobreza dos nubentes.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO INTERNACIONAL GRUPO IV
QUESTÃO 115. Todo tratado internacional de direitos humanos deve ser submetido ao rito
previsto no artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal de 1988.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 116. O Estatuto do Estrangeiro prevê a chamada “cláusula belga”.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 117. O Estatuto de Roma é regido pelo princípio da complementaridade.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 119. Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, as comunidades
indígenas podem ser consideradas como “sujeito de direito internacional”.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 120. O princípio do in favor commissionis possui aplicação no âmbito da
cooperação jurídica internacional.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 121. O direito de acesso à justiça é norma de jus cogens.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 122. As sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos precisam
observar o rito previsto na Constituição Federal de 1988 e no Novo Código de Processo Civil
acerca da homologação de sentenças estrangeiras, sob pena de não produzirem qualquer
efeito no território brasileiro.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 123. O ordenamento jurídico brasileiro admite a homologação de decisão
interlocutória estrangeira.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 124. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, uma sentença transitada em julgado
no país de origem não pode ser homologada no Brasil, se em ação anulatória, também no
país de origem, a eficácia lhe foi retirada.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 125. O Conselho de Segurança da ONU pode adjudicar determinado conflito
internacional e remetê-lo ao Tribunal Penal Internacional. Neste caso, o TPI estará obrigado
a iniciar a investigação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 126. O Brasil jamais recebeu um pedido de cooperação internacional expedido
pelo Tribunal Penal Internacional.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 127. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República é a autoridade
central brasileira nos casos envolvendo a Convenção de Haia sobre os aspectos civis do
Sequestro Internacional de Crianças.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 128. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a categoria dos
refugiados ambientais como grupo de indivíduos que faz jus ao acolhimento em determinado
Estado por motivos climáticos e ambientais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 129. Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o estrangeiro
residente no Brasil tem direito à concessão de benefício assistencial (LOAS).
ccCERTO ccERRADO
DIREITOS HUMANOS GRUPO IV
QUESTÃO 130. A Corte Interamericana de Direitos Humanos não possui competência para
emitir opinião consultiva sobre a interpretação de tratados internacionais que compõem o
sistema global ou onusiano de direitos humanos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 131. Somente os Estados que tenham aderido à Convenção Americana de Direitos
Humanos, ainda que não tenham admitido a jurisdição contenciosa da Corte Interamericana,
podem solicitar da Corte uma opinião ou parecer consultivo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 132. A jurisdição consultiva da Corte Interamericana não se limita a emitir
pareceres a respeito da interpretação de tratados concernentes à proteção dos direitos
humanos nos Estados americanos, podendo ser utilizada também como uma espécie de
controle de convencionalidade preventivo, quando a Corte, exclusivamente a partir de
pedido de um Estado-membro, poderá emitir pareceres consultivos sobre a compatibilidade
entre qualquer de suas leis internas e os mencionados instrumentos internacionais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 133. Recentemente, provocada pelo Secretário-Geral da OEA, a Corte
Interamericana de Direitos Humanos não admitiu o processamento de opinião consultiva a
respeito da limitação dos juízos políticos no julgamento de um político eleito, assim o fazendo
porque o pleito se referia a um caso concreto – o impeachment da então presidente Dilma
Rousseff) –, valendo-se, assim, da antiga ˜Doutrina Carelia˜, adotada pela Corte Permanente
de Justiça Internacional.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 134. Em opinião consultiva adotada em 2016, a Corte Interamericana de Direitos
Humanos exarou o seu entendimento no sentido de que pessoas jurídicas podem demandar
como vítimas perante o sistema interamericano de direitos humanos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 135. O Brasil ainda não solicitou opinião consultiva da Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
ccCERTO ccERRADO
FILOSOFIA DO DIREITO, NOÇÕES DE SOCIOLOGIA JURÍDICA E
GRUPO IV
NOÇÕES DE CIÊNCIA POÍTICA
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 137. Dentro da hermenêutica tradicional tal qual estruturada por Savigny, a
interpretação sistemática pressupõe que o ordenamento jurídico é único e coerente.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 138. No contexto do formalismo jurídico, a interpretação histórica exige a busca
da vontade do legislador histórico. Daí porque a importância do interprete se valer de
documentos históricos como as atas dos debates e a exposição de motivos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 139. Os métodos tradicionais de interpretação filiados à corrente subjetiva tinham
como objetivo compreender a intenção do legislador, de modo que a função do intérprete
era de reconstruir o sentido da norma, inclusive atualizando-a quando necessário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 140. A metodologia tradicional, por ser fundada na possibilidade de uma
aplicação do direito a partir de uma operação lógico dedutiva, foi amplamente questionada,
entre outros motivos, por sua incapacidade de lidar com uma linguagem que não tem o
mesmo caráter científico das ciências formais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 141. A forma de governo refere-se ao modo como o poder político é distribuído
entre os poderes do Estado. Dentre as formas de governo podemos mencionar a república
e a monarquia.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 142. Segundo Aristóteles, são três as formas de governo: monarquia, aristocracia
e democracia. O critério distintivo entre as formas aristotélicas é a relação entre os órgãos
internos a cada modelo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 143. A teoria do governo misto, defendida por autores como Cícero e Maquiavel,
caracteriza-se pela divisão do poder soberano entre vários órgãos de governo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 144. Do ponto de vista da relação do Executivo com o Legislativo podemos ter
dois sistemas: parlamentarismo e presidencialismo. Nas duas há um modelo de colaboração
entre o executivo e o legislativo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 145. O Brasil possui um sistema de governo presidencialista no qual há uma
grande dependência do legislativo para o estabelecimento de certos programas políticos.
Esta dependência gerou o chamado presidencialismo de coalizão, no qual cargos no
executivo são trocados por apoio parlamentar.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 146. Segundo Augusto Comte, a sociologia consiste em um saber científico
capaz de descrever de forma objetiva a modo de organização social dos seres humanos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 147. Emile Durkheim, ao contrário de Augusto Comte, defendia a impossibilidade
de estudar a vida social de forma objetiva.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 148. Segundo os escritos de Emile Durkheim, o direito consiste em uma realidade
externa aos indivíduos com alto poder coercitivo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 149. Para Karl Marx é desnecessário levar em consideração qualquer forma de
abordagem histórica, já que a exploração das classes sociais mais abastadas é um fato
presente em qualquer sociedade humana.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 150. Encarando o direito como um fato social, a sociologia jurídica não se ocupa
de seu estudo do ponto de vista do dever-ser normativo, mas sim das múltiplas conexões
do ordenamento jurídico com fatores econômicos, sociais, culturais, políticos etc.
ccCERTO ccERRADO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Direitos reais. 7.1. Posse e propriedade. 7.1.1. Conceito, classificação,
aquisição, perda, proteção e efeitos.
A posse ad interdicta é a posse que pode ser defendida pelos interditos possessórios, todavia, não
enseja à usucapião. É a regra. Por sua vez, a posse ad usucapionem (ou usucapível) é aquela que,
preenchidos os requisitos legais, poderá ocasionar à aquisição da propriedade pela usucapião. É
a exceção.
“Posse ad interdicta – constituindo regra geral, é a posse que pode ser defendida pelas ações
possessórias diretas ou interditos possessórios. A título de exemplo, tanto o locador quanto o
locatário podem defender a posse de uma turbação ou esbulho praticado por um terceiro. Essa
posse não conduz à usucapião.
Posse ad usucapionem – exceção à regra, é a que se prolonga por determinado lapso de tempo
previsto na lei, admitindo-se a aquisição da propriedade pela usucapião, desde que obedecidos os
parâmetros legais. Em outras palavras, é aquela posse com olhos à usucapião (posse usucapível),
pela presença dos seus elementos, que serão estudados oportunamente. A posse ad usucapionem
deve ser mansa, pacífica, duradoura por lapso temporal previsto em lei, ininterrupta e com intenção
de dono (animus domini – conceito de Savigny). Além disso, em regra, deve ter os requisitos do
justo título e da boa-fé”. (TARTUCE, Flávio. Direito Civil. V.4: Direito das Coisas. 9ª ed. Rio de
Janeiro. Forense. 2017. grifamos)
GABARITO: ERRADO
Mandato ou procuração é o contrato pelo qual alguém recebe de outrem poderes para, em
seu nome, praticar atos ou administrar interesses. Outorgado por instrumento público, o
mandato somente poderá substabelecer-se de igual forma.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Contratos: generalidades, elementos e efeitos dos contratos. (...) 9.7.
Mandato.
Prima facie, mandato não se confunde com procuração. Mandato é o contrato em si. Procuração
é o instrumento que decorre deste contrato. De acordo com o artigo 653 do CC: “Opera-se o
mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar
interesses. A procuração é o instrumento do mandato”. Primeiro erro da questão. Para que
não restem dúvidas, mandato é o contrato, procuração é o instrumento formal de delimitação de
poderes no mandato.
Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze Gagliano lecionam: “De fato, o primeiro é o contrato, ou
seja, a causa do vínculo jurídico que une dois sujeitos e disciplina a realização de determinada
conduta, de interesse de ambos, a saber, a prática de atos ou administração de interesses.
Justamente por ser uma relação contratual, interessa, a priori, somente às partes contratantes,
que disciplinarão os efeitos pretendidos”. E continuam:
O mandato outorgado por instrumento público previsto no art. 655 do Código Civil
somente admite substabelecimento por instrumento particular quando a forma pública
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Novação significa nova obrigação. A novação ocorre por meio de uma estipulação negocial, na
qual as partes criam uma nova obrigação, com o propósito de substituir e extinguir a obrigação
anteriormente assumida. Conforme se verifica, inexiste novação cogente, isto é, decorrente de lei,
até mesmo pela ausência do ânimo de novar.
A doutrina especializada apresenta três espécies de novação: a) objetiva ou real, na qual o devedor
contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; b) subjetiva ou pessoal, a qual
poderá se desdobrar em: subjetiva passiva (mudança de devedor), subjetiva ativa (mudança de
credor) e subjetiva mista (mudança de credor e devedor) e c) mista: soma das figuras da novação
objetiva e subjetiva.
A questão apresentada versa acerca da novação subjetiva passiva, ou seja, alteração do devedor
na relação obrigacional, na qual a primitiva obrigação é considerada extinta em face do antigo
devedor, substituído pelo novo. A novação subjetiva passiva poderá ocorrer de dois modos: 1)
por expromissão e 2) por delegação. No primeiro caso (expromissão), a substituição do devedor
acontece independentemente de sua concordância, ocorrendo a mudança no polo passivo da
relação obrigacional por simples ato de vontade do credor, eis o erro da questão. Artigo 362 do CC:
A novação por substituição de devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento
deste. No segundo modo (por delegação), o devedor participa do ato novatório, indicando terceira
pessoa que assumirá o débito, com a devida aquiescência do credor, conferindo-lhe mais segurança.
Importante frisar, o Código Civil não traz previsão expressa da chamada novação subjetiva passiva
por delegação, entretanto, sua aceitação é inegável.
PONTO EXTRA: De acordo com os ensinamentos de Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze
Gagliano: Não há que se confundir, todavia, a novação subjetiva passiva – principalmente
por delegação – com a mera cessão de débito, uma vez que, nesse caso, o novo devedor
assume a dívida, permanecendo o mesmo vínculo obrigacional. Não há, aqui, portanto, ânimo
de novar, extinguindo o vínculo anterior. Da mesma forma, a novação subjetiva passiva não se
confunde com o pagamento por terceiro – interessado ou desinteressado. Neste, a dívida é
extinta pelo adimplemento, enquanto naquela nova obrigação é contraída, com o mesmo conteúdo
objetivo, mas com diversidade substancial no polo passivo, extinguindo-se a relação obrigacional
primitiva. (Manual de Direito Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017. grifamos)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Direitos reais. 7.1. Posse e propriedade. 7.1.1. Conceito, classificação,
aquisição, perda, proteção e efeitos. 7.1.2. Condomínio.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
De acordo com os ensinamentos de Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze Gagliano, todo
acontecimento, natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos
ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito, denomina-se fato jurídico. (Manual de
Direito Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017. grifamos). Assim, os fatos jurídicos podem
ser subdivididos em fatos naturais e humanos. O fato jurídico natural é aquele que independe da
atuação humana, também denominado fato jurídico stricto sensu, podendo ser classificado em
ordinário (ex.: nascimento, morte) e extraordinário (caso fortuito ou força maior). Por sua vez, o fato
jurídico humano - atuação do homem é da substância do fato jurídico - pode ser classificado em ato
jurídico lato sensu e ato ilícito (existindo controvérsia doutrinária acerca de o ato ilícito ser ou não
enquadrado como ato jurídico). Alguns autores ainda apresentam o ato-fato jurídico, no qual o ato
humano é realmente da substância do fato jurídico, todavia, não importa para a norma se houve ou
não intenção de praticá-lo. Na continuação, o ato jurídico em sentindo amplo pode ser subdividido
em ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico. Chegamos ao ponto da questão, o ato jurídico
stricto sensu, conforme apresentado por Flávio Tartuce, configura-se quando houver objetivo de
mera realização da vontade do titular de um determinado direito, não havendo a criação de instituto
jurídico próprio para regular direitos e deveres, muito menos composição de vontade entre as
partes envolvidas. No ato jurídico stricto sensu os efeitos da manifestação de vontade estão
predeterminados pela lei. Podem ser citados como exemplos de atos jurídicos stricto sensu a
ocupação de um imóvel, o pagamento de uma obrigação e o reconhecimento de um filho” (Direito
Civil, V. 1: Lei de Introdução e Parte Geral. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 303. grifamos).
Ou seja, o ato jurídico em sentido estrito constitui simples manifestação de vontade, sem conteúdo
negocial, cujos efeitos jurídicos estão predeterminados em lei, eis a nossa resposta, afinal de contas,
havendo o reconhecimento de filho, os efeitos alimentares, sucessórios, etc., são decorrentes de
lei. Por fim, negócio jurídico é a declaração de vontade, emitida em conformidade com os ditames
legais, visando à produção de efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico e pretendidos pelas
partes.
Vale lembrar, o ato jurídico stricto sensu está previsto no artigo 185 do CC: Aos atos jurídicos
lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título
anterior (Do Negócio Jurídico).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Os bens imóveis podem ser conceituados como aqueles que não podem ser removidos ou
transportados de um lugar para outro sem a sua deterioração ou destruição, ou seja, sem alteração
de sua substância. De acordo com o artigo 79 do CC, são bens imóveis por sua própria natureza,
o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Na continuação, o artigo 80 do CC
estabelece os bens imóveis por determinação legal, dentre os quais, o direito à sucessão aberta,
eis o erro da questão. Importante ressaltar, nessa categoria não prevalece o aspecto naturalístico
do bem, mas somente a vontade do legislador, tendo com um de seus eixos à segurança jurídica.
Vejamos: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis
e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta.
Para contraponto, os bens móveis por disposição legal encontram-se enumerados no artigo 83
do CC, dispondo: Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor
econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos
pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 8. Acerca dos elementos acidentais dos negócios jurídicos, julgue o item:
São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons
costumes, podendo citar como exemplos, às condições perplexas e puramente potestativas.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4. Fatos e atos jurídicos. 4.1. Forma, prova, modalidades, defeitos,
nulidade, anulabilidade, inexistência, ineficácia e consequência.
GABARITO: ERRADO
A configuração dos danos negativos exige mais do que a simples possibilidade, requer
probabilidade objetiva e circunstâncias concretas de que estes teriam se verificado sem a
interferência do evento danoso.
COMENTÁRIO
Prima facie, danos negativos é sinônimo de lucros cessantes. De acordo com o artigo 402 do
CC, “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”. A par
da temática e minúcias da responsabilidade civil, mas sem perdê-la de vista, as perdas e danos
traduzem o prejuízo material ou moral, causado por uma parte à outra, em razão do descumprimento
de uma obrigação. Consoante estabelece o dispositivo legal analisado, as perdas e danos deverão
compreender o dano emergente (ou positivo) e o lucro cessante (ou negativo). “O dano emergente
é aquilo que efetivamente se perdeu. É a diminuição patrimonial sofrida pelo lesado. O que
efetivamente se perdeu com a lesão. Sua mensuração é identificada pela diferença – teoria da
diferença – entre o patrimônio da vítima antes do ato ilícito e após a conduta. (...) Lucros Cessantes
ou Dano Negativo é aquilo que razoavelmente se deixou de ganhar. É o lucro frustrado ou a perda
do ganho esperado, de um reflexo futuro”. (FIGUEIREDO. Luciano e Roberto Lima. Direito Civil.
Obrigações e Responsabilidade Civil. 6ª ed. Salvador. JusPodivm. 2017).
De acordo com o Tribunal da Cidadania, a questão apresentada está correta, pois o estabelecimento
de indenização por lucros cessantes exige comprovação objetiva de que os lucros seriam realizados
sem a interferência do evento danoso (REsp 1655090. DJe 10/04/2017), não se indenizando o
lucro imaginário ou hipotético.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Estabelece o artigo 462 do Código Civil: O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter
todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Ou seja, o contrato preliminar terá todos
os requisitos do contrato principal (pressupostos de existência, validade e eficácia), todavia, no
tocante à forma é livre, enfatizando dessa maneira, o ideal de liberdade das formas, estampado no
artigo 107 do CC (A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente exigir). Enfim, inexiste obrigatoriedade de correspondência de formas
entre a figura definitiva e a preliminar do contrato. Como visto, esse não é o problema da questão.
Verifica-se o erro, no momento em que trata o contrato preliminar como sinônimo de negociação
preliminar. O contrato preliminar, também denominado de pré-contrato, promessa de contrato,
pactum de contrahendo, etc., pode ser conceituado como “uma avença através da qual as partes
criam em favor de uma ou mais delas a faculdade de exigir o cumprimento de um contrato apenas
projetado. Trata-se, portanto, de um negócio jurídico que tem por objeto a obrigação de fazer
um contrato”. (GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil.
Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017. grifamos). Por sua vez, ao revés do contrato preliminar
(perfeito e acabado), as negociações preliminares/tratativas não geram direitos à contratação
pretendida. Para que não restem dúvidas, o ensinamento da doutrina:
“Recorda-se que nas tratativas não há obrigações, mas meras negociações consoantes a boa-fé
pré-contratual. Tais tratativas, por vezes, são até mesmo veiculadas mediante protocolo de intenções
(minutas), mas sem viés vinculativo. Outrossim, das negociações preliminares (tratativas) pode
decorrer um não contrato, um contrato definitivo ou uma figura preliminar. Veja-se, portanto, que
como contrato que o é, as tratativas fazem parte do iter de formação da figura da promessa. D’outra
banda, no contrato preliminar há obrigações previamente estabelecidas, obrigatórias e exigíveis.
Há vinculo decorrente de um contrato perfeito, acabado e autônomo”. (FIGUEIREDO. Luciano
e Roberto Lima. Direito Civil. Obrigações e Responsabilidade Civil. 6ª ed. Salvador. JusPodivm.
2017. grifamos).
GABARITO: ERRADO
Evicção é a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que
a atribui a um terceiro. Nos contratos regidos pelo Código Civil, poderão as partes, por
cláusula expressa, reforçar ou diminuir, mas não excluir a responsabilidade pela evicção.
COMENTÁRIO
A conceituação do instituto, trazida na primeira parte da questão, está correta. Vale lembrar,
tradicionalmente a evicção decorre de uma sentença judicial, todavia, o STJ vem admitindo a
evicção na esfera administrativa. “Consiste a evicção na perda, pelo adquirente (evicto), da posse
ou propriedade da coisa transferida, por força de uma sentença judicial ou ato administrativo
que reconheceu o direito anterior de terceiro, denominado evictor”. (GAGLIANO, Pablo Stolze e
PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017).
Avançando no assunto, o artigo 447 do Código Civil estabelece que “nos contratos onerosos, o
alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado
em hasta pública”. Do dispositivo legal em estudo, extraem-se os elementos configuradores do
instituto da evicção, são eles: a) aquisição onerosa de bem, ainda que em hasta pública; b) perda
da posse ou propriedade pelo adquirente e c) sentença judicial ou execução de ato administrativo.
Na continuação, dispõe o artigo 448 do diploma civilista: “Podem as partes, por cláusula expressa,
reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção”, eis o erro da questão. Dito de
outra maneira, nos contratos regidos pelo CC, a exclusão da responsabilidade pela evicção
pode ocorrer, desde que realizada de forma expressa, o que a doutrina convencionou denominar
de cláusula de irresponsabilidade, jamais podendo ocorrer de maneira implícita. “Ainda que tendo
havido a exclusão convencional da garantia (art. 448), se a evicção se operar, o evicto terá o direito
de receber pelo menos o preço que pagou pela coisa evicta, se não tiver sabido do risco da
evicção, ou, tendo sido dele informado, não o assumiu, conforme estabelecido expressamente
pelo art. 449 do CC/2002. Vale dizer, mesmo que no contrato conste a cláusula “o alienante não
responde pelos riscos da evicção, ainda assim o evicto – a quem não houvesse sido noticiado
o risco da perda ou, mesmo informado, que não tenha assumido esse risco – terá, ao menos, o
direito de receber o preço pago. Não terá, portanto, direito à indenização pelos frutos restituídos,
benfeitorias ou outras despesas, assistindo-lhe apenas o direito de haver de volta a quantia que
pagou pela coisa que se evenceu”. (op. Cit., p. 462. grifamos)
Por fim, importante mencionar também, existência de exclusão legal da garantia (artigo 457 do
CC), nas hipóteses em que o adquirente sabia que a coisa era alheia ou litigiosa, não podendo
demandar pela evicção, em observância ao princípio da boa-fé objetiva.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 12. Acerca da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), julgue
o item abaixo:
Consoante disposição expressa na LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, a equidade, os costumes e os princípios gerais de direito.
COMENTÁRIO
De acordo com o artigo 4º da LINDB, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. Verifica-se pela simples leitura do
dispositivo legal em tela, que a equidade não consta expressamente na LINDB, estando aqui o erro
da questão. A equidade, na concepção aristotélica, é a “justiça do caso concreto”. É o uso do bom
senso, a justiça do caso particular, mediante a adaptação razoável da lei ao caso concreto. Ainda
que não prevista expressamente no artigo 4º, constitui fonte do direito. Vale lembrar, a par das
críticas doutrinárias, o julgamento com equidade será permitido apenas em casos excepcionais e,
quando a própria lei assim estabelecer. Vem corroborar com esse entendimento, o artigo 140 do
CPC/15: “ O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento
jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 13. Quanto ao tema modalidades das obrigações, julgue o item seguinte:
A obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios, salvo se resultar do título ou das
circunstâncias do caso.
COMENTÁRIO
A obrigação de dar é uma obrigação positiva, pois encontramos em seu conteúdo uma ação. A
obrigação de dar é subdividida em: a) obrigação de dar coisa certa, também chamada de obrigação
específica b) obrigação de dar coisa incerta ou obrigação genérica. A diferença primordial entre
as indicadas modalidades, cinge-se ao fato de a coisa estar completamente individualizada/
determinada ou não.
GABARITO: ERRADO
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, decaindo em dois anos o direito de anular sua
constituição, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.
COMENTÁRIO
Apenas para rememorar, a pessoa jurídica é “o grupo humano, criado na forma da lei e dotado
de personalidade jurídica própria para realização de fins comuns”. (GAGLIANO, Pablo Stolze e
PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017).
Avançando no tema, o artigo 45 do CC exige da pessoa jurídica de direito privado a inscrição de
seus atos constitutivos no respectivo registro para aquisição de sua personalidade jurídica. Ou
seja, a inscrição do ato constitutivo ou do contrato social no registro competente possui natureza
constitutiva, pois lhe atribui personalidade. Vejamos: Começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro
todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Até esse momento, a questão está correta.
O erro encontra-se apenas no prazo decadencial apresentado, “parágrafo único. Decai em três
anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato
respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro”. É preciso estar atento
aos prazos decadenciais e prescricionais previstos no Código Civil e trazidos pela jurisprudência,
pois costumam ser cobrados em provas.
GABARITO: ERRADO
O negócio jurídico celebrado pelo relativamente incapaz, sem a devida assistência, é causa
de anulação do negócio jurídico. Entretanto, o menor entre dezesseis e dezoito anos, não
poderá, para eximir-se de uma obrigação, invocar sua idade se dolosamente a ocultou
quando inquirido pela outra parte ou se no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4. Fatos e atos jurídicos. 4.1. Forma, prova, modalidades, defeitos,
nulidade, anulabilidade, inexistência, ineficácia e consequência.
Conforme consta expressamente do artigo 171, I, do CC, além de outros casos, é anulável o
negócio jurídico por incapacidade relativa do agente, cujo reconhecimento deverá ser pleiteado pela
denominada ação anulatória, no prazo decadencial de quatro anos, contado do dia em que cessar
a incapacidade (artigo 178, III, do CC). Continuando na explicação, o artigo 180 da codificação civil
estabelece: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação,
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
obrigar-se, declarou-se maior. Em outras palavras, não poderá o menor púbere – entre 16 e 18
anos – valer-se da própria torpeza, sendo o negócio jurídico pactuado considerado válido e apto a
gerar efeitos, afastando-se qualquer anulabilidade.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Acerca da capacidade para ser empresário, dois são os requisitos trazidos pelo artigo 972 do CC,
vejamos: Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos. Importante ressaltar, as exigências elencadas no artigo
são dirigidas aos empresários individuais, não sendo vedado, portanto, que alguns impedidos (ex.:
magistrados) sejam sócios - sem função de gerência ou administração - de sociedades empresárias.
Até aqui, a questão está correta.
Avançando no assunto, o caput do artigo 974 estabelece: Poderá o incapaz, por meio de
representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto
capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. O equívoco da questão está em vedar a possibilidade
de continuação da atividade empresarial por incapaz. Que fique bem claro, não há possibilidade de
o incapaz iniciar atividade empresária, ele apenas poderá ser autorizado, excepcionalmente, a
dar continuidade ao exercício da atividade empresarial, nas hipóteses taxativamente elencadas
no artigo legal de referência.
Para um estudo global da temática, muito importante a leitura do dispositivo legal completo: “Art.
974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. § 1º Nos casos
deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da
empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo
juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros. § 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que
o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo
daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. § 3º O Registro Público
de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações
contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os
seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II
– o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser
assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais”.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Os impedimentos legais ao exercício de atividade empresarial estão espalhados por vários diplomas
legais. Como bem observa André Luiz Santa Cruz Ramos, “Normalmente, esses impedimentos
estão em normas de direito público e visam a proteger a coletividade, evitando que esta negocie
com determinadas pessoas em virtude de sua função ou condição ser incompatível com o
exercício livre de atividade empresarial. Podem ser citados, como exemplos: o art. 117, X, da Lei
8.112/1990, relativo aos servidores públicos federais; o art. 36, I, da LC 35/1979 – Lei Orgânica
da Magistratura Nacional –, relativo aos magistrados; o art. 44, III, da Lei 8.625/1993, relativo
aos membros do Ministério Público; o art. 29 da Lei 6.880/1980, relativo aos militares”. (Direito
Empresarial Esquematizado. 4ª ed. Rio de Janeiro. Método. 2014).
Continuando, as obrigações contraídas por pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria
de empresário não são nulas e, aquele que a exercer, responderá pelas obrigações assumidas,
isto é, elas terão plena validade em relação a terceiros de boa-fé, residindo aqui o erro da questão.
Vem corroborar com esse entendimento, o artigo 973 do CC: “A pessoa legalmente impedida de
exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas”.
GABARITO: ERRADO
A sociedade limitada poderá ser administrada por sócios e pessoas não sócias. A
designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos
sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de ¾ (três quartos), no mínimo, após
a integralização.
COMENTÁRIO
A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou
em ato separado, consoante caput do artigo 1.060 do CC, não podendo a sociedade limitada ser
administrada por pessoa jurídica, por força do artigo 997, VI, do CC. É perfeitamente possível
a administração da sociedade limitada por sócios e pessoas não sócias, conforme consta da
questão. Todavia, estabelece o artigo 1.061 do CC (muito cobrado em provas!!): “A designação
de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o
capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo após a integralização”. Como
visto, o erro da questão está unicamente no quórum para designação de administradores não
sócios após a integralização do capital social, o qual é bastante expressivo. Por fim, tomem muito
cuidado, a designação dos administradores sócios e não sócios da limitada ocorre de maneira
diversa, vejamos:
GABARITO: ERRADO
A decisão que decreta a falência com sócios ilimitadamente responsáveis, também acarreta
a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação
à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o
desejarem.
COMENTÁRIO
A falência, instituto típico do regime jurídico empresarial, pode ser conceituada como a execução
concursal do empresário e da sociedade empresária, regulada pela Lei 11.101/05, consoante se
verifica de seu artigo inaugural.
Como bem observado pela doutrina, “(...) a falência não atinge apenas a pessoa jurídica. Os
membros que a compõem, ou seja, os sócios da sociedade empresária falida, também são atingidos,
variando os efeitos sobre as suas pessoas a depender do tipo societário e da função que eles
exerciam na sociedade”. (RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 4ª
ed. Rio de Janeiro. Método. 2014).
Em caso de sociedade com responsabilidade ilimitada dos sócios, o artigo 81, caput, da Lei
11.101/05 estabelece: “A decisão que decreta a falência com sócios ilimitadamente responsáveis,
também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em
relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim
o desejarem”, conforme apresentado na questão. Percebam, os efeitos da falência da sociedade
sobre os sócios com responsabilidade ilimitada são de extrema relevância, determinando a lei,
inclusive, a citação deles na ação falimentar para apresentar contestação, se assim desejarem.
Importante ainda, salientar os termos do parágrafo primeiro do artigo em tela, “O disposto no caput
deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído
da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento
da alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Dando sequência nos estudos acerca das cooperativas, o constituinte de 1988 deu especial atenção
a elas, permitindo sua criação independentemente de autorização e vedando a interferência estatal
em seu funcionamento, consoante artigo 5º, XVIII, da CR/88.
Por sua vez, o diploma civilista permitiu o estabelecimento de responsabilidade limitada ou ilimitada
dos sócios de cooperativas, nos termos apresentados na questão, vejamos:
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada
ou ilimitada. § 1º É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde
somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais,
guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. § 2º É ilimitada a
responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais.
GABARITO: CERTO
inequívocas. Ademais, é dever das companhias aéreas informar ao consumidor, por escrito
e justificadamente, quando da ocorrência de cancelamentos de voos, sob pena de incorrer,
igualmente, em prática abusiva.
COMENTÁRIO
O artigo 22 do CDC estabelece: “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigadas a fornecer
serviços adequados, eficientes e seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Parágrafo único.
Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados na forma prevista neste
Código”. As concessionárias de serviço público de transporte aéreo são fornecedoras no mercado
de consumo, sendo responsáveis, operacional e legalmente, pela adequada manutenção do
serviço público que lhe foi concedido. Inegável a essencialidade do serviço de transporte aéreo na
atualidade, sendo imperiosa à prestação de maneira contínua, consoante preconiza o dispositivo
legal em estudo.
GABARITO: CERTO
O contrato de adesão pode ser conceituado como aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor
de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar seu conteúdo,
desfigurando sua característica a inserção de cláusula no contrato.
COMENTÁRIO
Existem dois erros estampados na questão, a um, no contrato de adesão o consumidor não pode
discutir ou modificar substancialmente o conteúdo pactuado, de acordo com o caput, do artigo 54
do CDC. Isto é, o consumidor não discute as cláusulas contratuais, nem pode exigir alterações
substanciais do termo escrito. Em suma, somente se houver uma mudança estrutural significativa
do negócio, poderá ele ser considerado paritário. A dois, a inserção de cláusula no contrato não
descaracteriza a natureza de adesão, conforme dispõe o §1º, do mesmo artigo 54 do CDC. Nas
palavras de Rizzatto Nunes, “Claro que a intenção da norma está dada: ainda que uma ou outra (ou
algumas) cláusula seja inserida no contrato de adesão, que estava previamente definido e escrito,
tal fato não desfigura sua característica de adesão. E isso vale quer essa cláusula adicional tenha
sido negociada por meio de discussões, quer não tenha sido precedida de negociação. (....) O que
vale é o telos legal: o contrato está caracterizado pelo conteúdo e forma de estipulação e não por
estar impresso de tal ou qual maneira; quer seja pré-impresso, com espaços a serem preenchidos
ou feito integralmente no microcomputador, ainda assim é contrato de adesão”. (Comentários ao
Código de Defesa do Consumidor. 8ª ed. São Paulo. Saraiva. 2015. p. 766)
Para não perder o hábito da leitura de lei seca, imprescindível nessa reta final de preparação
de vocês: “Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços,
sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 1° A inserção
de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. § 2° Nos contratos de
adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao consumidor,
ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. § 3º Os contratos de adesão escritos serão
redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será
inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. § 4° As cláusulas que
implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua
imediata e fácil compreensão.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7.1. Boa-fé objetiva e equilíbrio econômico. (...) 8. O direito à informação.
Muito fala-se em cadastro negativo de consumidores e suas regras, deixando-se um pouco de lado
o estudo do cadastro positivo, regulado pela Lei 12.414/11. De acordo com o artigo 1º do referido
diploma legal, banco de dados é um conjunto de dados relativo a pessoa natural ou jurídica,
armazenados com a finalidade de subsidiar a concessão de crédito, a realização de venda a prazo
ou de outras transações comerciais e empresarias que impliquem risco financeiro.
“A premissa fundamental do novo cadastro é que ele seja composto por informações
prestadas pelos próprios consumidores que tenham interesse na concessão do crédito.
O cadastro é, assim facultativo e não obrigatório, pois pessoas que têm o costume de
adquirir bens de consumo à vista, sem concessão de crédito, não necessitam do citado
cadastro”. (Manual de Direito do Consumidor. 6ª ed. São Paulo. Método. 2017.
A par das críticas doutrinárias, estabelece o artigo 14 da Lei 12.414/11: “As informações de
adimplemento não poderão constar de bancos de dados por período superior a 15 anos”, estando
em consonância com a questão apresentada.
Aprofundando no tema, “o dispositivo é criticado, pois deveria estar harmonizado com o prazo de
cinco anos previsto pelo art. 43 do CDC, como bem observa Leonardo Roscoe Bessa: “A definição
de limites temporais diferenciados para informações positivas e negativas irá gerar, no mínimo,
perplexidade. Afinal, o que fazer se, em meio ao registro de informações positivas, o consumidor
deixou de pagar algumas prestações antigas (vencidas há sete anos, por exemplo)? É possível
manter o registro desse inadimplemento (informação negativa)? Como fica o limite temporal de
cinco anos do CDC (art. 43, § 1º) para informações negativas? O ideal seria que fosse estabelecido
um limite temporal único para registro tanto de informações positivas como negativas, pois,
invariavelmente, em meio a anotações de histórico de crédito (informação positiva), poderá haver
situações de atrasos ou até mesmo não pagamento de algumas parcelas (informações negativas).
Se esses atrasos ou parcelas não pagas superarem o prazo de cinco anos, não poderá haver o
respectivo registro, mas a ausência de informação de pagamento dessas parcelas irá sugerir a
existência de informação negativa”. Some-se às palavras do jurista a constatação de que o prazo
máximo previsto no sistema civil é de dez anos, para a prescrição geral (art. 205 do CC/2002).
Nota-se, assim, um exagero temporal, pois em tempos pós-modernos a tendência é de redução dos
prazos, pela possibilidade de rápida tomada de decisões. Diante de seu caráter superior, acredita-
se na prevalência dos cinco anos consagrados pelo art. 43 da Lei 8.078/1990. Aguardemos qual
será o posicionamento jurisprudencial quanto ao tema no futuro”. (op. Cit., p. 269/270.)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa
solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de
multa administrativa.
COMENTÁRIO
O artigo 39, III do Código de Defesa do Consumidor dispõe: É vedado ao fornecedor de produtos
ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (...) III – enviar ou entregar ao consumidor, sem
solicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço. (...) Parágrafo único: Os serviços
prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso
III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento”. O envio de cartão de
crédito sem que haja qualquer pedido por parte do consumidor é prática abusiva, bem comum no
mercado de consumo, tanto é verdade, que o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 532,
reproduzida na questão. Observa ainda Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves, “Aliás,
em complemento, deve-se entender que, no caso de envio de cartão de crédito sem solicitação,
caso o consumidor queira com ele permanecer, não se pode cobrar pela anuidade, pela presença
da citada amostra grátis (art. 39, parágrafo único)”. (Manual de Direito do Consumidor. 6ª ed. São
Paulo. Método. 2017).
Mais uma vez, chamo à atenção de vocês para o estudo e memorização dos enunciados sumulares
dos Tribunais Superiores, cuja cobrança estará presente na prova que irão enfrentar em breve.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 26. É concorrente a competência para legislar sobre meio ambiente do trabalho.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Segundo o artigo 54 da Lei 9.605/98, considera-se crime punido com pena de um a quatro anos
a conduta daquele que “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora”.
Nesse sentido, para aferir se o indivíduo causou poluição em níveis que resultaram em danos à
saúde humana (primeira parte do artigo 54 da Lei 9.605/98) o Superior Tribunal de Justiça entende
que é imprescindível a realização de perícia para se aferir a consumação do delito em estudo.
Senão vejamos um precedente do Tribunal da Cidadania sobre o tema:
RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME AMBIENTAL. POLUIÇÃO ART. 54, § 2º, V, DA LEI
N. 9.605/1998. POTENCIALIDADE LESIVA DE CAUSAR DANOS À SAÚDE HUMANA.
IMPRESCINDÍVEL PROVA DO RISCO DE DANO. CRIME NÃO CONFIGURADO. 1. O
delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei n. 9.605/1998 exige prova do risco
de dano, sendo insuficiente para configurar a conduta delitiva a mera potencialidade
de dano à saúde humana. 2. Em razão da necessidade de demonstração efetiva do
dano mediante a realização de perícia oficial, merece reforma o acórdão recorrido.
3. Recurso especial provido. (REsp 1417279/SC, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS
JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 22/09/2015; grifo nosso)
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 28. O direito ambiental brasileiro admite o fenômeno conhecido como “dupla
afetação das terras indígenas”.
COMENTÁRIO
O fenômeno conhecido como dupla afetação das terras indígenas consiste em compatibilizar a
proteção em uma mesma propriedade, de interesses e direitos ambientais e direitos das comunidades
tradicionais. A lei 9.985/2000 regula no Brasil o assunto das unidades de conservação. Nesse
sentido, a própria lei prevê expressamente o fenômeno da dupla afetação das terras indígenas, uma
vez que, é possível vislumbrar no corpo do texto legal, a existência de três unidades de conservação
nas quais se admite a habitação de comunidades tradicionais e a proteção ambiental, são elas: a)
Reserva Extrativista; b) Floresta Nacional e; c) Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
Assim, é possível afirmar que a proteção ambiental e a proteção dos direitos dos povos tradicionais
andam juntos, havendo uma sinergia que compatibiliza a coexistência desses direitos, não havendo
que falar precedência incondicionada de um direito sobre outro.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Para a teoria do risco integral, basta que estejam presentes os pressupostos do dano e do nexo
de causalidade para que se configure o dever de indenizar. Desta forma, não há que se falar
em excludentes de responsabilidade como caso fortuito, força maior, fato de terceiro ou culpa
exclusiva da vítima, uma vez que havendo a constatação do dano e o nexo de causalidade, restará
configurada a responsabilidade ambiental. Assim, ainda que a atividade geradora do dano seja
lícita, restará configurado o dever de indenizar se comprovado o nexo de causalidade e o dano
ambiental. Por muito tempo os tribunais superiores debateram acerca de qual seria a teoria adotada
em matéria de responsabilidade civil ambiental. Atualmente, já é possível afirmar de forma pacífica
que o Direito Ambiental brasileiro é regido pela teoria do risco integral. Vejamos um precedente do
Superior Tribunal de Justiça sobre o tema:
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 30. Para a teoria do indigenato, a posse das terras indígenas pelas comunidades
indígenas é imemorial. No entanto, tal teoria não foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal
ao julgar o leading case sobre o tema.
COMENTÁRIO
Para a teoria do indigenato, a posse das terras indígenas pelas comunidades indígenas é imemorial.
Os índios são donos da terra há tanto tempo que não é possível dizer em que momento uma área
passou a ser considerada terra indígena. O indigenato seria uma fonte primária e congênita da posse
territorial, não se confundindo com a ocupação ou mera posse. É um direito congênito, enquanto
que a ocupação é título adquirido. Logo, para a teoria do indigenato, as comunidades indígenas
não dependeriam de qualquer legitimação para ocupar as áreas consideradas terras indígenas,
já que a própria condição de indígena bastaria para legitimar a posse territorial. Há, inclusive,
doutrina que classifica o indigenato como um direito fundamental dos povos indígenas.
Portanto, a teoria em estudo não estabelece um marco temporal para considerar determinada
área como terra indígena. Assim, a teoria do indigenato privilegia o passado e ancestralidade dos
membros das comunidades indígenas para com as suas terras, bastando ser índio para ter direito à
posse das terras. Embora boa parte da doutrina brasileira entenda que o artigo 231 da Constituição
Federal de 1988 expresse a teoria do indigenato, o Supremo Tribunal Federal não comunga deste
entendimento, pois a corte constitucional brasileira adotou a teoria do fato indígena para regular a
polêmica a respeito da caracterização ou não de uma área como terra indígena. Sobre o indigenato,
é a lição de José Afonso da Silva: “Os dispositivos constitucionais sobre a relação dos índios
com suas terras e o reconhecimento de seus direitos originários sobre elas nada mais fizeram do
que consagrar e consolidar o indigenato” (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional
Positivo. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 858).
No entanto, ao analisar o caso Raposa Serra do Sol (PET 3388), o Supremo Tribunal Federal
estabeleceu um marco temporal para caracterizar determinada área como terra indígena. Segundo
o tribunal constitucional brasileiro, serão consideradas terras indígenas as áreas que estavam
ocupadas de forma permanente por comunidades indígenas no dia 05 de outubro de 1988, data
da promulgação da Constituição de 1988. Criou-se assim um “fato indígena”: para o Supremo
Tribunal Federal, o direito indígena começou com a Constituição de 1988, que lhes dedicou o
Capítulo VIII. Dessa forma, o Supremo Tribunal Federal adota a teoria do fato indígena.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 31. A competência territorial fixada pela lei da ação civil pública (Lei 7.347/85),
com base no foro do local onde ocorrer o dano, é relativa.
COMENTÁRIO
A lei da ação civil pública estabelece como regra para a fixação do foro competente para julgamento
o local onde ocorrer o dano (Art. 2º da Lei 7.347/85):
“Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o
dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
A utilização da expressão “funcional” revela que o legislador quer dizer que a competência é
absoluta. Todavia, tratando-se de aspecto geográfico, tal competência é territorial, porém absoluta
em razão do interesse público. Ou seja, o juízo do local do dano (territorial, portanto) detém a
competência absoluta para julgar a ACP. Trata-se do que a doutrina denomina de competência
territorial-absoluta. Conforme explica Daniel Assumpção, quando escreve sobre competência
territorial:
“Trata-se, ao menos em regra, de competência relativa, já que tem como objeto de tutela o interesse
das partes no processo. Excecionalmente poderá assumir natureza absoluta, quando, inclusive,
parte da doutrina passará a tratá-la como espécie de competência funcional. É o caso do 47 do
Novo CPC (...) e da Lei 7.347/85” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo código de processo
civil comentado artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 2016 p. 467).
Nesse sentido: STJ. Resp. 1.057.878. Min. Herman Benjamin. Dje 21/08/2009); STJ. AgRg nos
EDcl no CC 113788/DE. Min. Arnaldo Esteves Lima. Primeira Seção. DJe 23/11/2012).
Observação final: o foro, que está ligado à ideia de competência ou circunscrição territorial, na
Justiça Estadual, é chamado de comarca e, na Justiça Federal, de secção ou subseção judiciária.
A informação será importante quando da elaboração de peças (fase subjetiva da prova).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 32. Compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da
Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no processo.
COMENTÁRIO
Ocorre que a súmula 183 foi cancelada, em face da interiorização da Justiça Federal e da ausência
de delegação constitucional para o julgamento de tais causas pela Justiça Estadual.
“1 - O tema em debate, por ser de natureza estritamente constitucional, deve ter a sua
interpretação rendida ao posicionamento do Colendo Supremo Tribunal Federal, que
entendeu que o dispositivo contido na parte final do art. 3º, do art. 109, da CF/88, é
dirigido ao legislador ordinário, autorizando-o a atribuir competência ao Juízo Estadual
do foro do domicílio da outra parte ou do lugar do ato ou do fato que deu origem à
demanda, desde que não seja sede de Vara da Justiça Federal, para causas específicas
dentre as previstas no inciso I, do referido art. 109 (...)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Regra geral, a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício, privilegiando, inclusive, o
interesse das partes.
O próprio STJ, todavia, flexibiliza a regra, como em casos envolvendo relação de consumo com
cláusula de eleição de foro abusiva em contratos de adesão.
O Código de Processo Civil, no artigo 63, § 3º, consagra a exceção, ao prever que “antes da
citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz,
que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu”.
Assim, excepcionalmente, a incompetência relativa pode ser declarada de ofício, o que torna errada
a assertiva.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 34. A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição, inclusive após o encerramento do processo, com sentença transitada em julgado.
COMENTÁRIO
A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício (CPC. Art. 64, § 1º). A expressão “deve”, constante no parágrafo primeiro do
artigo 64 revela que não se trata de faculdade do juízo.
Mesmo após o encerramento do processo é possível a arguição por meio de ação rescisória (CPC.
Art. 966, II):
“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: II - for
proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente”.
Interessante notar que o juiz deve, antes de declarar a incompetência, intimar as partes para se
manifestarem (Art. 64, § 2º).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A legislação de regência dos juizados tem como base a lei 9.099/95. No plano federal, a lei 10.259/01
traz regras para o Juizado Especial Federal, se aplicando, no que não conflitar, o disposto na Lei
no 9.099 (Art. 1º da lei 10.259). Destaque-se, ainda, a lei 12.153/09, que dispõe sobre os Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
O artigo 51 da lei 9.099/95 prever a extinção do processo “quando for reconhecida a incompetência
territorial”.
Nada obstante as críticas que possam haver ao dispositivo, é certo que esta é a previsão da
legislação de regência.
Assim, reconhecendo a incompetência territorial, não haverá necessidade, nos termos da lei, de
remessa do processo ao juízo competente, bastando que o juiz o extinga.
OBS: Vale não olvidar que no foro onde estiver instalado Juizado Especial Federal, a sua
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Suponha que um Defensor Público de determinado Estado da federação ajuizou ação na Justiça
Estadual quando a competência seria da Justiça Federal. Neste caso, nos termos do CPC, sendo
a alegação de incompetência acolhida, os autos deverão ser remetidos ao juízo competente (Art.
64, § 3º).
Supondo que ambos os tribunais (estadual, de origem, e federal, de destino) utilizem sistemas
de processos eletrônicos diversos, e o juiz, alegando a impossibilidade de comunicação entre os
sistemas, deixa de enviar os autos do processo, extinguindo-o.
Caso similar foi decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, que decidiu no sentido de que o
“argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para o juízo competente,
ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar
o jurisdicionado, sob pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 37. Na ação rescisória, o valor da causa, em regra, deve corresponder ao da ação
principal, devidamente atualizado monetariamente, exceto se houver comprovação de que
o benefício econômico pretendido está em descompasso com o valor atribuído à causa.
Neste caso caberá ao impugnante demonstrar o valor correto - que entende devido -, com
os documentos necessários à comprovação do alegado.
COMENTÁRIO
atualizado. Deve-se observar, todavia, o valor do benefício econômico pretendido, que poderá
alterar o valor da causa.
OBS: o julgado é anterior à vigência do CPC/2015. Vide questão abaixo, acerca da regra contida
no artigo 337, III do CPC.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 38. O réu poderá impugnar, no prazo da contestação, o valor atribuído à causa
pelo autor. A impugnação será autuada em apenso, ouvindo-se o autor no prazo cinco dias.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14 Petição inicial. 14.1 Requisitos. 19 Resposta do réu. 19.1 Exceção.
19.2 Contestação e reconvenção
De acordo com CPC/1973, que vigeu até 2015, o valor da causa poderia ser contestado por
impugnação autuada em apenso. Dizia o antigo código: “Art. 261. O réu poderá impugnar, no prazo
da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor. A impugnação será autuada em apenso,
ouvindo-se o autor no prazo de 5 (cinco) dias. Em seguida o juiz, sem suspender o processo,
servindo-se, quando necessário, do auxílio de perito, determinará, no prazo de 10 (dez) dias, o
valor da causa”.
O Código de 2015, todavia, alterou a questão, passando a prever que o valor da causa poderá
ser impugnado em preliminar dentro da própria contestação, não sendo mais necessário petição
autônoma para tanto. O prazo é preclusivo:
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: III - incorreção do valor da
causa.
causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o
caso, a complementação das custas”.
O artigo 337 é um daqueles de conhecimento indispensável para a prova. Sugiro sua leitura integral.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A desconsideração, todavia, de um modo geral, não é suficiente para, por si só, afastar a
impenhorabilidade do bem de família. Nesse sentido:
Todavia, encontramos julgados onde o STJ afasta a proteção ao bem de família por fraude à
execução. Vejamos:
Sendo assim, deve-se ter bastante cuidado ao analisar a afirmativa presente na questão.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Em regra, a impugnação específica é um ônus do réu, que deve rebater pontualmente todos os
fatos alegados na petição inicial. Encontramos a regra no artigo 341 do CPC:
O próprio código excepciona da regra o defensor público, o advogado dativo e o curador especial
(Art. 341, parágrafo único). Nestes casos, tais atores poderão elaborar uma contestação genérica
(por negativa geral), momento no qual estarão controvertidos todos os fatos alegados, cabendo ao
autor o ônus da prova.
Observem que o código não restringe a possibilidade de negativa geral aos casos nos quais o
defensor público atue na qualidade de curador especial. Trata-se de previsão distinta e autônoma.
Assim, mesmo nos casos nos quais não atue como curador especial o defensor público poderá se
valer da negativa geral.
Para provas subjetivas escritas e orais, vale alegar que, nada obstante a previsão ser importante,
sobretudo em razão da grande carga de trabalho e dificuldade, muitas vezes, de contado com
a parte, o defensor público, sempre que possível, deve buscar rebater especificamente os fatos
articulados na inicial, argumentando, também, questões processuais que possam ser levantadas
na defesa.
GABARITO: CERTO
Que alegria já chegarmos à quarta rodada de nosso curso. Espero que vocês
estejam acompanhando as decisões do STJ e do STF, mantendo-se em dia com
os informativos e, é claro, riscando bem seus editais.
Fiquei feliz em poder interagir com vários de vocês, corrigindo suas peças de
Direito do Trabalho da 2ª rodada.
Sigam firmes!
Maria Helena
COMENTÁRIO
O artigo 139 do CTN dispõe que “o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma
natureza desta.” Assim, o crédito tributário pressupõe a existência de uma obrigação tributária,
sendo ilegítima sua constituição sem que ela ocorra. Nesse sentido, uma interpretação do
artigo 140 do CTN permite concluir que é a obrigação tributária que dá origem ao crédito tributário.
Nessa linha, Ricardo Alexandre afirma: “para haver lançamento - e, portanto, crédito tributário - é
necessário que exista fato gerador - e, portanto, obrigação. (...) Um crédito não fundamentado
em obrigação é um absurdo lógico e só aparece no mundo dos fatos quando há lançamento
indevidamente realizado, caso em que o crédito possuirá existência meramente formal, devendo
ser extinto posteriormente por decisão judicial ou administrativa.” (ALEXANDRE, Ricardo. Direito
Tributário. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 424).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Pessoal, na primeira rodada (Q. 42), tratamos sobre as regras referentes à suspensão do crédito
tributário. Desta vez, falaremos um pouco sobre sua extinção.
No último concurso, uma das questões afirmou: “moratória e a concessão de medida liminar em
mandado de segurança são casos de suspensão do crédito tributário, ao passo que a anistia e a
isenção são casos de extinção do crédito tributário.” O CESPE considerou a assertiva ERRADA,
pois, de fato, anistia e isenção são casos de exclusão do crédito tributário.
Os casos de extinção do crédito tributário, de seu turno, estão previstos no artigo 156 do CTN:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
1 Acerca da hipótese prevista no inciso XI, remeto-lhes à questão 42 da 2ª rodada, e peço que leiam, também,
o seguinte dispositivo da Lei 13.256/2016, que regula a dação de pagamento em bens imóveis no âmbito da União:
“Art. 4º O crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto, nos termos do inciso XI do caput do art.
156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, mediante dação em pagamento de bens
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito
sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto
nos artigos 144 e 149.”
Assim, o erro da questão está em afirmar que a prescrição é causa de exclusão, enquanto,
na verdade, é causa de extinção do crédito tributário.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 43. Em face de uma enchente, caracterizada como calamidade pública, que
ceifou a vida de mais de 30% de sua população, o Estado de Minas Gerais decidiu instituir
empréstimo compulsório. Tal situação, que caracteriza uma das circunstâncias deflagradoras
da instituição do referido tributo, encontra respaldo na Constituição da República.
COMENTÁRIO
O erro da assertiva está em afirmar que um Estado poderia instituir empréstimo compulsório,
que é tributo federal, ou seja, de competência tributária da União. Com efeito, “não é despiciendo
relembrar que aos impostos, taxas e contribuições de melhoria se permite a possibilidade de criação
por meio de lei federal, estadual, distrital ou municipal, dependendo da pessoa política que se valer
do poder indelegável de instituir a respectiva exação. No caso dos empréstimos compulsórios,
não é esse o caminho. Somente a União poderá criá-los, por meio de lei federal, no caso, lei
complementar.” (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2017, p.
imóveis, a critério do credor, na forma desta Lei, desde que atendidas as seguintes condições:
I - a dação seja precedida de avaliação do bem ou dos bens ofertados, que devem estar livres e desembaraçados de
quaisquer ônus, nos termos de ato do Ministério da Fazenda; e
II - a dação abranja a totalidade do crédito ou créditos que se pretende liquidar com atualização, juros, multa e encargos
legais, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade de complementação em
dinheiro de eventual diferença entre os valores da totalidade da dívida e o valor do bem ou dos bens ofertados em
dação.
§ 1º O disposto no caput não se aplica aos créditos tributários referentes ao Regime Especial Unificado de Arrecadação
de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional.
§ 2º Caso o crédito que se pretenda extinguir seja objeto de discussão judicial, a dação em pagamento somente
produzirá efeitos após a desistência da referida ação pelo devedor ou corresponsável e a renúncia do direito sobre
o qual se funda a ação, devendo o devedor ou o corresponsável arcar com o pagamento das custas judiciais e
honorários advocatícios.”
534).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Pessoal, lembram-se da recomendação que lhes fiz de elaborarem um quadro com as exceções à
anterioridade, à legalidade e à noventena? Se ainda não fizeram, por favor, façam.
Para responder a esta questão, bastava conhecer o art. 150, III, b, e § 1º, da CRFB. De fato, “embora
sujeito à anterioridade de exercício estabelecida pelo artigo 150, III, b, da Constituição,
o Imposto de Renda foi excepcionado da necessidade de observância da anterioridade
nonagesimal mínima de que cuida a alínea c do mesmo inciso, conforme se vê do § primeiro
do art. 150, de modo que a majoração ocorrida ao final de determinado ano poderá produzir
efeitos relativamente ao período a se iniciar em 1º de janeiro seguinte, independentemente
de haver ou não o interstício de 90 dias entre a publicação da lei e a virada do exercício.”
(PAULSEN, Leandro; MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais, Estaduais e Municipais.
10ª Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2016, p. 70).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 45. Embora haja dissenso doutrinário sobre a persistência da exceção de pré-
executividade com a vigência do Código de Processo Civil de 2015, o STJ possui entendimento
no sentido de que a referida exceção é admissível na execução fiscal relativamente às
matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Processo judicial tributário. (...) 11.1.1. Exceção de pré-executividade.
os embargos à execução não mais exigiriam garantia do juízo, de modo que qualquer questão
que surgir após seu ajuizamento poderá ser suscitada por simples petição. Entretanto, reconhece-
se que “o entendimento pacífico formado na jurisprudência do STJ é o de que o art. 16 da Lei
6.830/1980 mantém-se em vigor. (...) Invoca-se a regra da especialidade.” (CUNHA, Op. Cit., p. 463).
Nesse sentido, adverte-se que “se, porém, se mantiver o entendimento de que ainda é necessária
a garantia do juízo para o oferecimento de embargos à execução, persiste a possibilidade da
exceção de pré-executividade na execução fiscal.” (CUNHA, Op. Cit., p. 468). O entendimento
divergente deve ser conhecido, pois apresentado por voz significativa da doutrina. Em qualquer
caso, a exceção de pré-executividade se limita às matérias que podem ser conhecidas de ofício
pelo juiz.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 46. Ao tipificar no Código Penal a conduta de falsificar moeda, o Brasil cumpriu
com um mandado internacional de criminalização contido em tratado internacional.
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Uma importante questão relacionada à competência para julgamento do crime de moeda falsa
decorre da aplicação do princípio da extraterritorialidade previsto no art. 7º, I, b, do CP, segundo
o qual ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos nos exterior, os crimes contra a fé pública
da União. Trata-se de hipótese de extraterritorialidade incondicionada, ou seja, o processo
criminal poderá ser aberto no Brasil independentemente de qualquer condição, como a
entrada do agente no território nacional, a criminalização da conduta no país em que foi praticada
(princípio da dupla tipicidade) ou que tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro, ressalvando
apenas que “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas” (CP, art. 8º). Assim, p. ex., se um cidadão
brasileiro falsifica moeda brasileira no estrangeiro, ele poderá ser processado criminalmente no
Brasil, sendo a competência territorial – da Justiça Federal – definida de acordo com o art. 88 do
CPP: “No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da
capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil,
será competente o juízo da capital da República”.
Mas também existem hipóteses – duas, para ser mais preciso – em que a prática do crime de
moeda falsa no estrangeiro se sujeitará à extraterritorialidade condicionada, o que ocorrerá quando:
(I) um brasileiro falsificar moeda estrangeira no estrangeiro, caso em que a fé pública da União
não será atingida; e (II) um estrangeiro falsificar moeda estrangeira no estrangeiro, caso em que
igualmente a fé pública da União não será atingida. Nessas duas hipóteses, a extraterritorialidade
se fundamenta no art. 7º, II, a, do CP, pois a falsificação de moeda, conforme visto anteriormente,
é crime que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. O condicionamento dessa
extraterritorialidade se verifica a partir do art. 7º, § 2º, do Código Penal, que somente autoriza a
aplicação da lei brasileira quando reunidas as seguintes condições: (I) entrar o agente no território
nacional; (II) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (III) estar o crime incluído
entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (IV) não ter sido o agente absolvido
no estrangeiro ou não ter aí cumprido pena; e (V) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro
ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 49. O objeto material do crime de moeda falsa abrange os cheques de viagem
(travellers checks), os vales-refeição e demais moedas de curso convencional.
COMENTÁRIO
O enunciado está equivocado. Reitero o quanto é importante o estudo da lei seca. Uma questão
como essa, que aparenta decorrer de construção doutrinária, é perfeitamente respondida com a
leitura do art. 289, caput, do Código Penal: “Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica
ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro”. Percebam, portanto, que somente pode
ser objeto material do crime de moeda falsa a moeda de curso legal no Brasil ou no estrangeiro.
Curso legal significa o recebimento obrigatório, que, no Brasil, somente o real possui, nos termos
do art. 1º da Lei 9.069/1995. Logo, moedas de curso convencional, ou seja, aquelas que circulam
em razão de convenção ou aceitação geral do comércio, como os cheques de viagem ou os vales-
refeição, não podem ser objeto material do crime de moeda falsa. Nesse sentido, a lição de Luiz
Regis Prado: “Desse modo, a contrafação de vales-refeição ou de cheques de viagem não pode
ser tida como configuradora do delito em estudo, porque tais papeis não constituem moeda, não
têm valor autônomo, mas meramente representativo, e não ostentam o status de dinheiro oficial”
(Curso de Direito Penal Brasileiro – parte especial, volume 3..., p. 206). O STJ também já se
pronunciou nesse sentido em precedente envolvendo os cheques de viagem (CC 948.848, 3ª Seção,
j. 16.02.2009). Sendo assim, o agente pode responder, no máximo, pelo crime de estelionato, isso
se utilizar a moeda de curso convencional para obter vantagem ilícita em prejuízo de outrem,
hipótese em que será processado na Justiça Estadual.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Anotem aí: não cabe a aplicação do princípio da insignificância ao crime de moeda falsa. É esse
o entendimento consolidado dos tribunais superiores. Não há sequer votos vencidos na matéria.
Até o ministro Marco Aurélio concorda com a maioria, para vocês terem uma ideia do quanto esse
assunto já está pacificado. No HC 126.285, p. ex., relatado pelo min. Marco Aurélio – sendo o
julgado mais recente sobre a matéria, pelo que pesquisei –, constou-se na ementa que “Descabe
cogitar da insignificância do ato praticado uma vez imputado o crime de circulação de moeda falsa”.
No julgamento do HC 112.708, em 2012, o min. Lewandowski, relator, afirmou o seguinte:
“Assim, o tipo penal em comento não tem como pressuposto a ocorrência e um prejuízo
econômico objetivamente quantificável, mas a proteção de um bem intangível, que
corresponde, exatamente, à confiança que a população deposita em sua moeda. O crime
praticado pelo paciente, conquanto não tenha resultado em prejuízo de monta, lesou a
fé pública, colocando em risco a credibilidade do sistema financeiro, o que impede o
reconhecimento da atipicidade da conduta”.
Importante: numa prova dissertativa ou oral vocês podem, sim, e talvez até devam, a depender
do examinador – uma conversa futura, quando soubermos os nomes –, defender a aplicação do
princípio da insignificância ao crime de moeda falsa, argumento, basicamente, que todos os bens
jurídicos estão sujeitos à lesões insignificantes, sendo equivocado excluir o bem jurídico fé pública
da aplicação daquele princípio.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 51. A Resolução 213/2015 do CNJ limita a realização da audiência de custódia aos
casos de prisão em flagrante, não tendo aplicação, portanto, aos casos de prisão cautelar
ou definitiva.
COMENTÁRIO
O tema audiência de custódia certamente tem destaque no âmbito da DPU, pois a instituição
trabalhou de forma muito articulada e estratégica para que essa garantia processual se tornasse
realidade no Brasil. Escrevi um livro sobre o assunto – Audiência de Custódia e o Processo Penal
Brasileiro –, que está na 2ª edição, pela editora Empório do Direito. Tratarei com vocês, em cinco
questões, alguns pontos importantes sobre a audiência de custódia.
O enunciado está equivocado. Desde antes da Resolução 213 do CNJ, eu já defendia no meu livro
o seguinte:
A audiência de custódia deve ser realizada nos casos de prisão preventiva e temporária?
A resposta é sim, de modo que, nestas ocasiões, a finalidade da apresentação do
preso ao juiz, além de protetiva da integridade física e psicológica do conduzido, será
predominantemente prospectiva, voltada para o futuro, para verificar ou reavaliar a
necessidade da prisão, notadamente os fundamentos que ensejaram a sua decretação”
(p. 91-92).
Ressaltei na 2ª edição que a Resolução 2013 do CNJ acolheu esse entendimento e passou a exigir
a realização da audiência de custódia nos casos de prisão decorrente de cumprimento de mandado
de prisão cautelar ou definitiva: “A apresentação à autoridade judicial no prazo de 24 horas também
será assegurada às pessoas em decorrência de cumprimento de mandados de prisão cautelar
ou definitiva, aplicando-se, no que couber, os procedimentos previstos nesta Resolução” (art. 13,
caput).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
“Assim como no item anterior, considerando que a CADH estabelece que toda pessoa
presa ou detida deve ser apresentada à autoridade judicial, não cabe ao intérprete
apontar exceções, razão pela qual entendo que a audiência de custódia também deve
ser realizada no caso de prisão para extradição. Embora fazendo menção à duração
razoável do processo, e não especificamente à garantia de apresentação da pessoa
presa à autoridade judicial, a Corte Interamericana já assentou que ‘A Convenção
Americana não estabelece limitação ao exercício da garantia estabelecida no artigo
7.5 da Convenção com base nas causas ou circunstâncias pelas quais a pessoa é
retida ou detida’, concluindo que o art. 7.5 ‘(...) também é aplicável a detenções para
fins de extradição como a ocorrida no presente caso’. Assim, ainda que não se trate de
um precedente específico sobre a audiência de custódia, a sinalização da CorteIDH
me parece clara no sentido de que o cidadão preso para ser extraditado também é
destinatário das garantias asseguradas pelo art. 7.5 da CADH” (p. 102-103).
Ressaltei na 2ª edição do livro que o STF, provocado pela DPU, decidiu que a audiência de custódia
é desnecessária no caso da prisão para extradição, cuja legalidade “(...) é aferida pelo Relator
no momento da decretação da custódia, de forma fundamentada. As condições do custodiado
no cárcere são aferidas com a maior brevidade possível pelo Magistrado a quem delegado o
interrogatório do extraditando” (Ext 1.467, rel. min. Roberto Barroso, j. 26.08.2016).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Estabelece a Resolução 213 do CNJ que “No caso da prisão em flagrante
delito da competência originária de Tribunal, a apresentação do preso poderá ser feita ao juiz que o
Presidente do Tribunal ou Relator designar para esse fim” (art. 1º, § 3º). Uma questão interessante:
o juiz instrutor a quem é delegada a realização da audiência de custódia pode decidir sobre a
legalidade/necessidade da prisão ou apenas instruirá o expediente, ouvindo o cidadão conduzido,
conferindo a oportunidade do MP e a defesa técnica se manifestarem, remetendo os autos, depois,
para o juiz natural proferir a decisão? Enfrentei esse tema no meu livro, 2ª edição, defendendo o
seguinte:
“A resposta, a meu ver, é negativa. Considerando que o juiz instrutor não pode praticar
ato decisório, mas apenas ato de instrução, a delegação praticada pelo Tribunal ou
relator do caso para que o juiz instrutor realize a audiência de custódia de cidadão
detentor de prerrogativa de foro somente abrangerá a oitiva da pessoa presa e a
colheita da manifestação das partes, remetendo, então, o caso ao juiz natural para que
se resolva sobre a legalidade/necessidade da prisão. Fora desta limitação, o art. 1º, §
3º, da Resolução 213 do CNJ, deverá ser considerado inconstitucional e inconvencional
por violar a garantia do juiz natural” (p. 107).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 54. Conforme tem decidido o STJ, a não realização da audiência de custódia, por
si só, é apta a ensejar a ilegalidade da prisão.
COMENTÁRIO
Defendo no meu livro que a não realização da audiência de custódia torna a prisão ilegal, ensejando,
consequentemente, o seu relaxamento, nos termos do art. 5º, LXV, da Constituição Federal. Trata-se
de uma etapa procedimental de observância obrigatória para a legalidade da prisão. Mas atenção:
esse não tem sido o entendimento do STJ! Em vários precedentes, o STJ tem reiterado que “A
não realização da audiência de custódia, por si só, não é apta a ensejar a ilegalidade da prisão
cautelar imposta ao paciente, uma vez respeitados os direitos e garantias previstos na Constituição
Federal e no Código de Processo Penal. Ademais, operada a conversão do flagrante em prisão
preventiva, fica superada a alegação de nulidade na ausência de apresentação do preso ao juízo
de origem, logo após o flagrante” (HC 346.300, j. 07.06.2016). Esse entendimento contribui para a
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 55. A Resolução 213/2015 do CNJ não admite a presença dos agentes policiais
responsáveis pela prisão ou pela investigação durante a audiência de custódia, proibição
que não se estende, porém, aos agentes policiais responsáveis apenas pelo transporte e
pela escolta da pessoa presa para o ato.
COMENTÁRIO
“(...) Por outro lado, não se admite a presença dos agentes policiais responsáveis
pela prisão ou pela investigação durante a audiência de custódia (art. 4º, § único,
da Resolução 213), proibição que não se estende, portanto, aos agentes policiais
responsáveis apenas pelo transporte e pela escolta da pessoa presa para a audiência
de custódia. O CNJ acertou ao proibir a presença dos policiais envolvidos na prisão ou
na investigação da pessoa presa. Já na primeira edição deste livro, antes, portanto, do
advento da Resolução 213, eu sustentava a impossibilidade da participação de policiais
ou mesmo da autoridade policial na realização da audiência de custódia, e isso porque
a presença dos policiais responsáveis pela prisão ou pela investigação poderia inibir a
pessoa conduzida de relatar qualquer ofensa sofrida, pois saberia que a sua palavra
seria imediatamente contraditada pela dos policiais” (p. 129).
Dica: não deixem de ler a Resolução 213 do CNJ, grifando ou destacando os pontos mais
importantes.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 56. Divergindo do caráter puramente biológico adotado pela Constituição Federal
para fixar a inimputabilidade penal dos menores de 18 anos, o Código Penal Militar, embora
também adote o patamar de 18 anos para tratar da inimputabilidade dos menores, estabelece
que, completado dezesseis anos, se o menor revelar suficiente desenvolvimento psíquico
para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com este entendimento,
poderá ser considerado imputável, recebendo apenas uma diminuição de pena de um terço
até a metade.
COMENTÁRIO
Vejam o que dispõe o art. 50 do Código Penal Militar: “O menor de dezoito anos é inimputável,
salvo se, já tendo completado dezesseis anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico para
entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com este entendimento. Neste caso,
a pena é diminuída de um terço até a metade”. Portanto, o enunciado está correto. Atenção: a
doutrina considera este dispositivo do CPM não recepcionado pela Constituição Federal de 1988.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 57. O Código Penal Militar confere tratamento normativo ao erro de proibição
ou de direito diferente do que aquele adotado pelo Código Penal comum, não isentando de
pena o agente, ainda que o erro tenha sido inevitável.
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Vejamos o que dispõe, primeiro, o Código Penal Militar: “A pena pode
ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se tratando de
crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação
da lei, se escusáveis” (art. 35). E agora, o CP comum: “O desconhecimento da lei é inescusável.
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço” (art. 21, caput). Percebam, portanto, que o CPM possui uma disciplina muito
restritiva quanto ao erro de proibição ou de direito, permitindo apenas a diminuição da pena quando
verificada a hipótese e excluindo qualquer benefício quando se tratar de crime contra o dever
militar, pois aqui há a obrigação de conhecer a norma castrense.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 58. O Código Penal Militar não faz diferença entre o erro de fato plenamente
escusável e o erro de fato que deriva de culpa, concedendo em ambos os casos a isenção
de pena.
COMENTÁRIO
“O erro de fato do estatuto penal castrense não se confunde com o erro de tipo do
Código Penal comum, que é mais amplo, pois recai não só sobre os elementos fático-
descritivos do tipo, como também sobre os elementos jurídico-normativos.
(...)
Já no erro de fato do Direito Penal Militar, o sujeito equivoca-se quanto a algum elemento
no plano fático, pois, ao praticar o crime, supõe a inexistência de circunstância de fato que
o constitui. Por exemplo, o agente subtrai a mochila de um colega de farda, supondo-a
própria por ser idêntica à sua mochila (situação fática).
(...)
De outra sorte, afirma-se que o erro de fato é vencível ou inescusável, quando verificado
que o agente, se tivesse atuado com a diligência exigida, teria evitado o erro. Embora
não seja isento de pena, há um tratamento mais brando, pois o fato poderá ser-lhe
atribuído a título de culpa se houver previsão legal de modalidade culposa. É assim que
o Código Penal Militar define a hipótese de erro de fato culposo, em seu artigo 36, §
1º: ‘se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como
crime culposo’” (Direito Penal Militar..., p. 180-181).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O enunciado está certo. Segue trecho do meu livro, tópico 4.4., com o título Deve ser garantida no
âmbito da Justiça Militar?, em que contextualizo o tema e informo sobre a jurisprudência do STM
e do STF:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O enunciado está equivocado. Por ser muito didática e elucidativa, transcrevo a seguir a parte
importante da ementa do HC 125.768, impetrado pela DPU e julgado em 24.06.2015 pelo Plenário
do STF:
“1. Assim como o legislador não pode se imiscuir em matéria reservada ao regimento
interno dos tribunais, a esses é vedado desbordar de seus poderes normativos e
dispor sobre matéria de competência privativa da União (art. 22, I, CF), sob pena de
inconstitucionalidade formal. Precedentes. 2. A atribuição de poderes aos tribunais para
instituir recursos internos e disciplinar o procedimento dos recursos que devam julgar não
lhes outorga competência para criar requisito de admissibilidade recursal não previsto em
lei. Inteligência do art. 96, I, a, da Constituição Federal. 3. Os arts. 538 e 539 do Código
de Processo Penal Militar não exigem, para o cabimento dos embargos infringentes e de
nulidade, número mínimo de votos vencidos. 4. O art. 119, § 1º, do Regimento Interno do
Superior Tribunal Militar, ao exigir, no mínimo, 4 (quatro) votos divergentes minoritários
para o cabimento dos embargos infringentes e de nulidade, além de dispor sobre matéria
de competência privativa da União, viola o devido processo legal (art. 5º. LIV, CF), por
impor requisito de admissibilidade recursal não previsto em lei. 5. Descabe invocar-se
analogia com o art. 333, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal, que exige no mínimo 4 (quatro) votos vencidos para o cabimento dos embargos
infringentes, uma vez que essa regra foi editada à época em que a Constituição de
1969, no art. 119, § 3º, c, outorgava poderes normativos ao Supremo Tribunal Federal
para dispor sobre o processo e o julgamento dos feitos de sua competência originária
ou recursal. 6. A garantia constitucional da duração razoável do processo não pode ser
hipertrofiada em prejuízo da ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes
(art. 5º, LV, CF), salvo quando nítido o abuso do direito de recorrer. 7. É inconstitucional
o art. 119, § 1º, do Regimento Interno do Superior Tribunal Militar, na redação dada
pela Emenda Regimental nº 24, publicada no DJe de 10/6/14, ao exigir no mínimo 4
(quatro) votos divergentes minoritários para o cabimento dos embargos infringentes e
de nulidade. 8. Ordem de habeas corpus concedida”.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 61. A sentença que impõe medida de segurança (absolvição imprópria) possui o
condão de gerar a suspensão dos direitos políticos.
COMENTÁRIO
Esta questão é uma pegadinha. Em que pese a sentença que imponha medida de segurança seja
uma sentença de absolvição na modalidade imprópria, o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral
alinha-se com a possibilidade de tal provimento judicial absolutório impróprio gerar a suspensão
dos direitos políticos. Assim, ainda que a Constituição Federal fale em “condenação criminal”, o
TSE entende que a sentença que impõe medida de segurança possui o condão de suspender os
direitos políticos. Vejamos um precedente do TSE acerca do assunto:
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 62. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a inelegibilidade do art. 14, § 7º, da
Constituição não alcança o cônjuge supérstite (sobrevivente, viúvo) quando o falecimento
tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta
a construção de novo núcleo familiar.
COMENTÁRIO
A questão proposta foi abordada em um importante precedente julgado pelo Supremo Tribunal
Federal acerca do tema “inelegibilidade reflexa”. De acordo com o artigo 14, §7º, da Constituição
Federal de 1988, “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição”.
Ainda sobre este tema, com o intuito de prevenir possíveis fraudes ao artigo 14, §7º, da Constituição
Federal de 1988, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 18: “A dissolução da
sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no §
7º do artigo 14 da Constituição Federal”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 63. Atualmente, é possível afirmar que o Supremo Tribunal Federal admite a
existência do princípio da vedação do retrocesso político.
COMENTÁRIO
O princípio da vedação do retrocesso político foi mencionado pela Min. Cármen Lúcia ao julgar
a medida cautelar na ADI 4.543 que dispunha sobre a volta do “voto impresso”. Para a Ministra
do Supremo Tribunal Federal, “a proibição de retrocesso político-constitucional impede que
direitos conquistados como o da garantia do voto secreto pela urna eletrônica retrocedam para
dar lugar ao modelo superado do voto impresso” (STF, ADI 4.543-MC, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 19/10/2011, Plenário; grifo nosso).
Por fim, lembro ao aluno que após a declaração de inconstitucionalidade do voto impresso, o
Congresso Nacional legislou sobre o tema novamente, indo de encontro a jurisprudência do próprio
Supremo Tribunal Federal (ativismo congressual). Posteriormente, a ex-Presidente Dilma Rousseff
vetou o dispositivo do PL que versava sobre o voto impresso. No entanto, o veto presidencial foi
derrubado pelo Congresso Nacional.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 81, §1º, o regramento acerca da chamada
eleição indireta, que consiste na eleição do Chefe do Executivo pelos membros do Poder Legislativo
em caso de dupla vacância nos últimos dois anos do mandato. Ocorre que o Estado do Tocantins
positivou em sua Constituição um regramento distinto daquele previsto pela CF/88. Assim, diante
da dúvida acerca da constitucionalidade de tal regramento, a questão chegou ao Supremo Tribunal
Federal, que decidiu que o regramento do tema “eleição indireta” não consiste em observância
obrigatória do conteúdo da Constituição Federal nas constituições estaduais, podendo os Estados-
membros legislar em sentido diverso do previsto na Carta Magna. Vejamos o julgado exarado pelo
STF em sede cautelar:
Ainda sobre este ponto, alertamos aos alunos para que prestem a devida atenção para este julgado,
já que o tema está corriqueiramente em discussão, em virtude da crise política sem precedentes
que assola o país.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Não há óbice na legislação para a admissão da proposta de transação penal nos casos envolvendo
a prática de crimes eleitorais. Deste modo, os únicos requisitos que devem ser observados são
aqueles regulados pela lei dos Juizados Especiais Criminais para todo e qualquer crime. Nesse
sentido, é a jurisprudência do TSE:
Por fim, lembro ao aluno que não há qualquer impedimento para o oferecimento da suspensão
condicional do processo nos crimes eleitorais.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 66. Tendo em vista que a responsabilidade pela manutenção do Sistema Único
de Saúde (SUS) é solidária, em caso de erro médico ocorrido em hospital da rede privada em
atendimento custeado pelo SUS, o usuário pode ajuizar ação de indenização contra a União,
o Estado ou o Município, todos os quais têm legitimidade para constar no polo passivo da
referida ação.
COMENTÁRIO
O STJ (EREsp 1.388.822/RN, Rel. Min. Og Fernandes, j. em 13/5/2015) decidiu que a União não
tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes de erro médico
ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). No caso narrado, foi acolhida a tese da AGU, que se baseava no artigo 18 da Lei nº
8.080/90, segundo o qual a função de fiscalizar e controlar os serviços de saúde é dos Municípios.
Com efeito, o art. 18, X, do referido diploma legal dispõe o seguinte:
(...)
ATENÇÃO: como advertiu o Dizer o Direito: “Não se deve confundir a obrigação solidária dos entes
federativos em assegurar o direito à saúde e garantir o acesso universal e igualitário às ações
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, com a responsabilidade civil do Estado
pelos danos causados a terceiros. Nesta, o interessado busca uma reparação econômica pelos
prejuízos sofridos, de modo que a obrigação de indenizar se sujeita à comprovação da conduta, do
dano e do respectivo nexo de causalidade. Dessa forma, não há qualquer elemento que autorize
a responsabilização da União, seja porque a conduta não foi por ela praticada, seja em razão da
impossibilidade de aferir-se a existência de culpa in eligendo ou culpa in vigilando.2”
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4. Ato Administrativo (...) 4.2. Legalidade e mérito do ato administrativo.
Nos atos discricionários, deve-se verificar a adequação da conduta à finalidade, bem como os
motivos que levaram o agente à prática do ato. Por esses fatores, a conduta pode ser revista,
quer administrativa, quer judicialmente. Naturalmente, o Poder Judiciário não pode se imiscuir
no mérito administrativo, é dizer, não pode analisar as razões de conveniência e oportunidade
que levaram à prática do ato, se ele foi praticado dentro dos parâmetros legais. Lembre que a
jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, em se tratando de cumprimento de mandamento
legal ou constitucional, não há que se falar em discricionariedade. Existe, também, a teoria da
redução da discricionariedade a zero, adotada em julgados esparsos quando há o reconhecimento
de que, apesar de tratar-se de um ato discricionário, apenas uma solução é possível.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
que não comprovou a titularidade da área excedente, a indenização. Assim, nesse caso, o Poder
Público precisa pagar pelo total da área expropriada, depositando o dinheiro em Juízo, sendo que
o Poder Judiciário pagará a quem de direito, quando for complementado o registro ou surgir outro
titular.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 70. O tombamento compulsório pode se dar por iniciativa do particular ou pela
sua anuência à notificação que a Administração Pública lhe fizer para a inscrição da coisa
nos livros do tombo.
COMENTÁRIO
Por outro lado, caso o proprietário, notificado, se recuse a concordar com a inscrição da coisa nos
livros do tombo, o tombamento será compulsório.
É importante lembrar que a doutrina relata, ainda, duas outras classificações para o tombamento,
afirmando que ele pode ser: a) “provisório ou definitivo3, conforme esteja o respectivo processo
iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens no respectivo Livro do
Tombo” ou, ainda, b) em relação aos destinatários, individual, quando atinge um bem determinado,
ou geral, que atinge todos os bens situados em uma cidade (cf. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella,
Direito Administrativo. São Paulo: Forense, 2017, p. 180).
GABARITO: ERRADO
3 A teor do art. 10, parágrafo único, do DL 25/37, salvo em relação à transcrição no registro de imóveis, a qual
só é exigível para o tombamento definitivo, o tombamento provisório produz os mesmos efeitos que o definitivo.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 72. A sentença penal absolutória por ausência de autoria obsta a pretensão de
imposição de sanção administrativa pelos mesmos fatos julgados na ação criminal.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 5. Função Pública. (...) 5.4. Responsabilidade civil e penal do servidor
público.
Em regra, vigora o princípio da independência das instâncias, sendo que a punição do agente
público se dá nas diversas esferas de violação (civil, administrativa, penal e improbidade).
A exceção, nos termos do art. 386, I e IV, do CPP, está nos casos em que houver sentença penal
absolutória no sentido da inexistência do fato ou da negativa de autoria do acusado, casos em que
a decisão penal vinculará as demais esferas.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 73. É legítima a previsão legal que permite o registro, nos assentamentos
individuais de servidor público federal, da informação de que determinada infração
COMENTÁRIO
A discussão girava em torno do artigo 170 da Lei 8.112/1990, pelo qual “extinta a punibilidade pela
prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do
servidor.” Ao declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade deste dispositivo, o STF (referência
já apresentada) consignou o seguinte raciocínio: “o status de inocência deixa de ser presumido
somente após decisão definitiva na seara administrativa, ou seja, não é possível que qualquer
consequência desabonadora da conduta do servidor decorra tão só da instauração de procedimento
apuratório ou de decisão que reconheça a incidência da prescrição antes de deliberação definitiva
de culpabilidade.”
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A afirmativa está correta, conforme decidiu o STJ no REsp 1.339.645-MT (Rel. Min. Sérgio Kukina, j.
em 3/3/2015): “na hipótese de morte do titular de pensão especial de ex-combatente, o menor
de dezoito anos que estava sob sua guarda deve ser enquadrado como dependente (art. 5º da
Lei 8.059/1990) para efeito de recebimento, na proporção que lhe couber, da pensão especial
(art. 53, II, do ADCT) que recebia o seu guardião”. Referida pensão, sobre a qual discutimos na
rodada passada e agora repito, está disciplinada na Lei n. 8.059/1990 e é devida a quem participou
de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial e aos seus dependentes. Ocorre que,
entre tais dependentes (art. 5º da lei), não foi incluído o menor de dezoito anos sob guarda. Apesar
da omissão legislativa, o STJ entende que se aplica o art. 33, § 3º, da Lei 8.069/1990 (ECA) que
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 75. Caso o membro vitalício do Ministério Público pratique crime incompatível
com o exercício do cargo, a ação civil para a aplicação da penalidade de perda do cargo
somente pode ser ajuizada depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
COMENTÁRIO
o STJ entende que membro do Ministério Público pode perder o cargo mediante sentença
proferida em ação civil pública por ato de improbidade administrativa (cf. REsp 1.191.613,
Rel. Min. Benedito Gonçalves, j. em 19/3/2015).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A lei de políticas públicas para a primeira infância (Lei nº 13.257/2016) incluiu os incisos X e XI no
artigo 473 da CLT, que passou a prever o seguinte:
“Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
(...)
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta
médica.”
Trata-se, por certo, de hipótese de interrupção do contrato de trabalho (evidenciada pela expressão
“sem prejuízo do salário”). Aproveitando a oportunidade, vale lembrar que existem hipóteses em
que, apesar de não trabalhar, o empregado manterá o vínculo de emprego. São elas a suspensão
e a interrupção do contrato de trabalho.
Maurício Godinho Delgado, ressalvando que há situações que não se encaixam perfeitamente
em nenhuma das duas hipóteses, define-as bem: “a suspensão consiste na sustação temporária
plena dos efeitos contratuais, preservado, porém o vínculo entre as partes, ao passo que a
interrupção consiste na sustação temporária da principal obrigação do empregado no contrato de
trabalho (prestação de trabalho e disponibilidade perante o empregador), mantidas em vigor as
demais cláusulas contratuais. Enquanto a suspensão corresponde à sustação ampla e recíproca
das cláusulas e efeitos contratuais, a interrupção corresponde à sustação restrita e unilateral das
cláusulas e efeitos do contrato de trabalho.” (DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
De fato, o empregador pode, conforme dispõe o artigo 474 da CLT, suspender disciplinarmente o
empregado, em caso de cometimento de faltas. “Nesse caso, o empregado ficará afastado das
suas atividades, não receberá remuneração nem terá contado seu tempo de serviço para adquirir
férias, por exemplo. Ademais, não há depósitos do FGTS durante esse período. Se a suspensão
ultrapassar 30 dias, é possível a rescisão indireta do contrato de trabalho.” (CORREIA, Henrique.
Direito do Trabalho para Concursos Públicos. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 277).
Entretanto, o exercício dessa faculdade por parte do empregador decorre do poder disciplinar,
que é aquele exercido quando existe infração a alguma regra imposta pela empresa ou pela
legislação ao empregado. Por outro lado, o poder de organização está ligado à distribuição de
tarefas, estabelecimento de horários e normas gerais sobre a logística do trabalho.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 78. Se a remuneração relativa às férias não for paga até dois dias antes de seu
início, será devido o pagamento em dobro das férias, ainda que seu gozo tenha ocorrido na
época própria.
COMENTÁRIO
Como se sabe, após o período aquisitivo de 12 (doze) meses, o empregador tem o período
concessivo (mais 12 meses) para dar as férias do empregado. Não as concedendo nesse período,
será obrigado a pagá-las em dobro, como prevê o artigo 137 da CLT: “sempre que as férias forem
concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva
remuneração.” No mesmo sentido é o enunciado nº 81 da Súmula do TST: “os dias de férias
gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro.”
Quanto à assertiva da questão, tem-se que ela reflete o enunciado nº 450 da Súmula do TST,
pois, mesmo que as férias sejam gozadas na época própria, se o pagamento não ocorrer com
antecedência de dois dias de seu início, será devida a remuneração em dobro. Vejam o que dispõe
o referido enunciado:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A assertiva reflete, exatamente, o que dispõe a Súmula nº 60, II, do TST: “cumprida integralmente
a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às
horas prorrogadas.”
1) O empregado urbano tem jornada noturna das 22h às 5h, com hora reduzida a 52
minutos e 30 segundos e adicional de 20% sobre a hora diurna;
3) O advogado tem jornada noturna das 20h às 5h, recebendo adicional de 25%;
4) O empregado rural tem adicional de 25%, mas não tem hora reduzida (a hora noturna
é 60 minutos). A jornada noturna varia conforme a atividade: se trabalhar na pecuária, é das
20h às 4h; se trabalhar na lavoura, é das 21h às 5h.
Como a questão tratou, especificamente, do vigia, vale lembrar também a Súmula nº 65 do TST,
que estabelece que “o direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia
noturno.”
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Pessoal, essa já é a terceira questão do curso que envolve a LC 150/2015. A essa altura, eu acredito
que todos vocês já leram toda a lei (quem não leu, está na hora!), e, portanto, acertaram esta
questão, cuja afirmativa confronta, diretamente, o art. 1º da referida LC, que veda a contratação do
menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico.
Henrique Correia (Op. Cit., p. 329) ensina que “essa proteção, no tocante às atividades prejudiciais
à saúde, ocorre em razão do estágio de desenvolvimento em que se encontra o adolescente.
Assim sendo, mesmo que ele seja emancipado pelo casamento, por exemplo, persiste a proibição
de prestar serviços em atividades insalubres, perigosas e em horário noturno.” Aliás, o referido
autor lembra que o Brasil ratificou a Convenção nº 182 da OIT (aliás, mencionada expressamente
no art. 1º da LC 150/2015), que tem por objetivo a eliminação, em caráter de urgência, das piores
formas de trabalho infantil.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 81. Após iniciado o processo do trabalho, por provocação da parte, seu
desenvolvimento se dá por impulso oficial, em decorrência do princípio inquisitivo.
COMENTÁRIO
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que, à luz das regras do NCPC, não subsistem, apenas, os
modelos dispositivos e inquisitivos, mas, sobretudo, o modelo cooperativo. Nesse sentido, Élisson
Miessa (MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho para Concursos. Salvador: Juspodivm, 2017,
p. 70) ensina que “atualmente, iniciado o processo (princípio dispositivo), ele será impulsionado
oficialmente (inquisitivo), devendo todos os sujeitos cooperar entre si para que obtenham, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (princípio cooperativo)”.
Entretanto, a questão proposta está correta, pois a continuidade do processo por impulso oficial é
reflexo do princípio inquisitivo. Aliás, no processo do trabalho, esse princípio é ainda mais evidente,
em razão do disposto no artigo 765 da CLT: “os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla
liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.”
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O artigo 7º, XXIX, da Constituição da República, elenca, entre os direitos trabalhistas, a “ação,
quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato.”
Assim, findo o contrato de trabalho, o trabalhador terá dois anos para provocar a Justiça do Trabalho
(prescrição bienal). Trata-se de prazo cuja contagem começa quando ocorre a extinção do contrato
de trabalho. Vale lembrar que, para o doméstico, o prazo é o mesmo (art. 43, LC 150/2015).
Ademais, deve-se ter em mente o teor da OJ nº 83 da SDI-I, segundo a qual “a prescrição começa
a fluir no final da data do término do aviso-prévio.”
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 83. Após proferida a sentença, no processo do trabalho, o juiz poderá se retratar
se houver proferido decisão que extinguiu o processo sem resolução do mérito.
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Pessoal, é muito importante a leitura da Instrução Normativa nº 39/2016, do TST, que elenca várias
regras do processo civil que se aplicam e não se aplicam ao processo do trabalho. Assim, o artigo
3º, XXII, do referido regramento, dispõe que o artigo 918 do NCPC se aplica subsidiariamente ao
processo do trabalho. De seu turno, o mencionado dispositivo tem o seguinte teor:
I - quando intempestivos;
Portanto, a afirmativa está correta e apenas reproduz o dispositivo legal. Vale lembrar, ainda, que,
de acordo com o parágrafo único do artigo 918 do CPC, os embargos à execução manifestamente
protelatórios são considerados como conduta atentatória à dignidade da justiça.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 85. O prazo para a interposição de ação rescisória é prescricional, de modo que,
expirando em feriado, prorroga-se ao primeiro dia útil subsequente.
COMENTÁRIO
O enunciado nº 100, IX, da Súmula do TST, dispõe que “prorroga-se até o primeiro dia útil,
imediatamente subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória
quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver
expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT.”
No mesmo sentido, o artigo 975, § 1º, do NCPC prevê que “prorroga-se até o primeiro dia útil
imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses,
recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.”
O erro da alternativa está na afirmação de que o prazo para o ajuizamento da rescisória tem
natureza prescricional, quando, na verdade, trata-se de prazo decadencial.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 86. O cônjuge separado judicialmente faz jus à pensão por morte caso comprove
a persistência ininterrupta da dependência econômica – por exemplo, pelo recebimento de
pensão alimentícia -, inclusive por ocasião do óbito, ainda que a dependência tenha vindo a
cessar posteriormente a este.
COMENTÁRIO
A data do óbito do instituidor deve servir de referência para se aferir o preenchimento dos requisitos
para a concessão de pensão por morte. Assim, o fato de a dependência econômica ter cessado após
o falecimento é irrelevante, até porque não há como, em princípio, haver dependência em relação
a quem já faleceu. Este é o primeiro aspecto. Por outro lado, se o cônjuge separado judicialmente
mantiver relação de dependência, comprovada pela percepção de pensão alimentícia, há direito
ao benefício. A Lei 8.213/91 diz, no § 2º do art. 17, que “o cancelamento da inscrição do cônjuge se
processa em face de separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, certidão de anulação
de casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado”. Já o § 2º do art. 76 diz
que “o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos
concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta
Lei”. Em verdade, a jurisprudência vai até mais além, pois a Súmula n. 336 do STJ diz que: “A
mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por
morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. No mesmo sentido,
a Súmula n. 64 do extinto TFR: “A mulher que dispensou, no acordo de desquite, a prestação de
alimentos, conserva, não obstante, o direito a pensão decorrente do óbito do marido, desde que
comprovada a necessidade do benefício”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 87. Segundo a TNU, para fins de concessão de pensão por morte, é incabível
a regularização do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual
posteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por
empresa tomadora de serviços.
COMENTÁRIO
A manutenção da qualidade de segurado é requisito da pensão por morte. O caso aqui tratado é
aquele no qual o contribuinte individual, embora trabalhe (e comprove que trabalhou), não faz os
recolhimentos respectivos, daí vem a falecer e a família quer regularizar a situação, post mortem,
para fazer jus a pensão por morte daí derivada. A alegação é de que o contribuinte individual é
segurado obrigatório, pelo que há automaticidade da filiação pelo mero exercício de atividade
remunerada. É forte a controvérsia jurisprudencial a respeito do tema, sendo que o INSS já
chegou até a admitir, no âmbito administrativo, a regularização. Há corrente que defende que
a regularização das contribuições deve ser permitida, se demonstrado o exercício de atividade
laboral no período. A TNU, porém, tem a Súmula n. 52, em sentido contrário (nos exatos termos
descritos na assertiva). Eu, particularmente, manifesto minha adesão ao entendimento da TNU,
pois a situação laborativa do contribuinte individual é de fiscalização assaz dificultosa, para não
dizer praticamente impossível. Assim, na prática, a contribuição acaba se tornando facultativa, não
havendo meios para que o INSS faça a imposição. Destarte, permitir a regularização a posteriori é
desestimular o contribuinte individual a verter contribuições para fins de se assegurar com relação
a sinistros. Na verdade, o recolhimento posterior, para outros fins (ou seja, para cômputo de
período contributivo), deve, a meu ver, ser possibilitado (e é), apenas não se pode admitir que gere
qualidade de segurado e carência com relação a sinistros ocorridos no passado.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 88. Para a concessão de aposentadoria por idade, urbana ou rural, o requisito da
carência pode ser preenchido após o advento da idade mínima e vice-versa, ou seja, não há
exigência de que sejam os requisitos preenchidos concomitantemente.
COMENTÁRIO
Na aposentadoria por idade urbana, conforme prevê a Lei 10.666/2003, a perda da qualidade de
segurado é irrelevante:
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das
aposentadorias por tempo de contribuição e especial.
§1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será
considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na
data do requerimento do benefício.
Em suma, conforme se extrai da leitura do dispositivo acima transcrito, basta ao segurado reunir
180 contribuições mensais, feitas a qualquer tempo, e alcançar o requisito etário. Não importa
o momento em que tais requisitos são preenchidos, pois, uma vez preenchidos, irão perdurar
indefinidamente. No caso da aposentadoria por idade rural não contributiva, contudo, a carência
deverá ter sido preenchida, ininterruptamente, imediatamente antes do implemento da idade,
ressalvando que a jurisprudência admite, aqui e ali, “junções” a partir de períodos de graça, o que,
ainda assim, não afasta a conclusão de que o preenchimento do requisito da carência não pode
ser feito antes do implemento da idade, se houve perda da qualidade de segurado neste ínterim.
Tal entendimento é há muito pacífico no STJ (vide, por exemplo, o AgRg no AREsp 549874),
recentemente corroborado por decisão proferida em sede de REsp repetitivo: “Tese delimitada em
sede de representativo da controvérsia, sob a exegese do artigo 55, § 3º combinado com o
artigo 143 da Lei 8.213/1991, no sentido de que o segurado especial tem que estar laborando
no campo, quando completar a idade mínima para se aposentar por idade rural, momento
em que poderá requerer seu benefício. Se, ao alcançar a faixa etária exigida no artigo 48, §
1º, da Lei 8.213/1991, o segurado especial deixar de exercer atividade rural, sem ter atendido a
regra transitória da carência, não fará jus à aposentadoria por idade rural pelo descumprimento
de um dos dois únicos critérios legalmente previstos para a aquisição do direito. Ressalvada a
hipótese do direito adquirido em que o segurado especial preencheu ambos os requisitos de forma
concomitante, mas não requereu o benefício.” (REsp 1.354.908, julgado em 09/09/2015). É certo
que o entendimento é diverso – e, a meu ver, paradoxal – no que tange à aposentadoria híbrida.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Trata-se de questão que o candidato não pode se dar ao luxo de errar. Considero-a de nível fácil,
pois o entendimento do STF a respeito do tema foi propagado aos quatro ventos nos últimos anos,
por razões diversas. Com efeito, o STF decidiu, em vários mandados de injunção, que as regras
do RGPS são aplicáveis na aposentadoria especial do servidor público, enquanto não sobrevier
a lei regulamentadora. A primeira decisão sobre o tema, que ficou marcada como paradigma, foi
proferida no bojo do MI 721, cuja ementa transcrevo a seguir:
MANDADO DE INJUNÇÃO
Julgamento: 30/08/2007
Ementa
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A assertiva trabalha com aspectos relacionados com o art. 15 da Lei 8.213/91, que dispõe que:
“Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de
prazo, quem está em gozo de benefício; (...) III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação,
o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o
livramento, o segurado retido ou recluso (...).”. Quanto a quem está em gozo de benefício, não
há maiores percalços, pois é a redação literal do inciso I acima transcrito. Quanto aos demais
aspectos, basta observar que se a qualidade de segurado é mantida por um tempo após o fim da
segregação ou do livramento, significa, por uma razão lógica, que se mantém também enquanto
dure a segregação e a reclusão.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O art. 11, V, a, da Lei 8.213/91 diz que: “Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social
as seguintes pessoas físicas: (...) V - como contribuinte individual: a) a pessoa física, proprietária ou
não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em
área superior a 4 (quatro) módulos fiscais (...)”. Em síntese, a lei presume que, sendo a propriedade
de tamanho superior (convém lembrar que o módulo fiscal varia de região para região – de município
para município, inclusive – e leva em conta já as características ordinárias da exploração da terra
na localidade), não é possível a exploração em regime de economia familiar. A jurisprudência,
porém, relativiza, admitindo relativizar quando a extrapolação é pequena e as circunstâncias do
caso (tipo de exploração, número de membros do grupo familiar, condições excepcionais da gleba)
são específicas. Quando o produtor rural – por esse motivo ou outros – resta descaracterizado
como segurado especial, ele cai no enquadramento “subsidiário” de contribuinte individual. Temos
aqui, quando não for o caso de empregador rural, a hipótese que denomino de “produtor rural não
segurado especial e não empregador”, que não encontra uma conceituação, por exemplo, na Lei
8.212/91 e se encontra obrigado residualmente a uma contribuição previdenciária, que me parece
inconstitucional.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A Lei 11.718/08, que modificou a Lei 8.213/91, traz uma série de aspectos importantes relacionados
com o segurado especial, dentre eles destaco aqui o atual §8º do art. 11 deste último diploma, que
consigna diversas hipóteses nas quais a condição de segurado especial não resta descaracterizada,
apesar de configuradas situações que eram, antes do advento da lei, bastante controversas ou
“limítrofes”. Transcrevo o dispositivo em questão para melhor elucidar o que descrevi:
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que
seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das
atividades desenvolvidas nos termos do § 12.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 93. A renda mensal inicial da pensão por morte é de 100% (cem por cento) do
valor dos proventos recebidos pelo segurado-instituidor, se aposentado à data do óbito. Se,
contudo, o aposentado percebia o adicional de 25% (vinte e cinco por cento), decorrente
da denominada “grande invalidez” (art. 45 da Lei 8.213/91), este será decotado, não se
incorporando ao valor da pensão.
COMENTÁRIO
O coeficiente de cálculo da RMI na pensão por morte ainda é de 100% (art. 75 da Lei 8.213/91) no
RGPS (no RPPS, por expressa disposição constitucional, já não é), muito embora as reformas em
tramitação possam alterar tal quadro. Sobre o adicional de 25%, a lei 8.213/91, em seu art. 45, par.
único, c, diz que (grifei):
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência
permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;
Assim, o acréscimo de 25% da aposentadoria por invalidez não é incorporável ao valor da pensão
dela decorrente.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 94. A viúva que percebe pensão por morte do ex-marido não perde tal direito
pelo simples fato de constituir novo vínculo conjugal, tampouco se passar a perceber
aposentadoria como segurada. Sob a égide da legislação atual, somente há vedação, segundo
a jurisprudência do STJ, se a pensão por morte for de natureza “rural” e a aposentadoria for
“urbana” ou vice-versa.
COMENTÁRIO
Seguimos trabalhando com aspectos relacionados com o benefício de pensão por morte, um dos
que geram mais controvérsias jurisprudenciais e doutrinárias. A legislação veda a acumulação de
duas pensões por morte que tenham o cônjuge como instituidor, mas não há qualquer vedação à
constituição de novo vínculo conjugal, tampouco à acumulação com aposentadoria (por enquanto,
mas é importante observar as reformas em andamento, que pretendem alterar tal quadro).
Elucidativo, no ponto, o seguinte artigo de Tiago Faggioni Bachur e Fabrício Barcelos Vieira:
A pensão por morte é um dos benefícios pagos pelo INSS aos dependentes daquele
que contribuía para a previdência social (segurado), sendo um destes dependentes
a esposa ou companheira. Vale destacar que pouco importa se a mulher era ou não
casada. Comprovada a união estável, torna-se dependente preferencial.
Há o mito de que a viúva que se casa novamente perde a pensão por morte. Não é
verdade. Na pensão por morte paga pelo INSS, na atual legislação, a viúva pode se
casar ou adquirir situação de companheirismo. A exceção é que alguns outros tipos de
regimes previdenciários próprios como o dos militares ou de alguns tipos de servidores
públicos que não o do INSS, a viúva/companheira não pode casar-se ou ter relação de
companheirismo.
O mesmo raciocínio também serve para o homem. Se ele ficar viúvo, pode se casar ou
arrumar uma companheira e a pensão por morte não cessará. Uma outra curiosidade: a
união homoafetiva (de pessoas do mesmo sexo), perante o INSS, possibilita também que
o “companheiro” receba a pensão por morte e também não cessa se após o falecimento
do “companheiro” o sobrevivente arrumar outro.
Ressalte-se, ainda, que a pensão por morte também pode ser recebida pela ex-esposa/
companheira separada/divorciada, em partes iguais aos dos demais dependentes (como
a atual companheira/esposa e filhos) do segurado, desde que receba pensão alimentícia
ou comprove a necessidade de recebê-la no momento do óbito do segurado.
Isso quer dizer que aquele que recebe pensão por morte pode casar-se ou arrumar novo
companheiro(a), sempre que ficar viúvo(a), podendo acumular um novo benefício de
pensão por morte?
Não é bem assim. Entre 1991 e 1995, era possível o acúmulo de pensões por morte
deixada por maridos/esposas/companheiros diferentes. Ou seja, se a mulher casasse e
ficasse viúva, receberia a pensão por morte do marido.
Se casasse de novo e ficasse viúva novamente, recebia a pensão por morte do primeiro
e do segundo falecido. Isso foi possível até 28 de abril de 1995 (em ação que ficou
conhecida como “síndrome da viúva negra”). Assim, quem ficou “viúva” naquele período
podia acumular o benefício da época com o deixado pelo atual marido, por exemplo.
Por fim, cumpre lembrar que atualmente a pessoa pode receber a pensão por morte
junto com seu próprio benefício previdenciário (como aposentadoria, auxílio-doença,
salário-maternidade, etc). Pode, ainda, receber a pensão por morte deixada pelo falecido
marido, junto com a pensão por morte deixada por filhos, caso também seja dependente
destes.
Do exposto, fica nítido que perante a Previdência Social, a pessoa que perder o esposo/
companheiro segurado do INSS tem direito a pensão por morte e não precisa ter medo
de se casar novamente, pois não perde o benefício. Pode, em alguns casos, acumular
com outros.
A Súmula n. 72 do TRF-4 diz que: “É possível cumular aposentadoria urbana e pensão rural”. O
STJ também já decidiu neste sentido:
Ementa
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 95. Segundo a TNU, a averbação de tempo de serviço rural não contributivo
permite majorar o coeficiente de cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por idade
urbana.
COMENTÁRIO
A Súmula n. 76 da TNU diz que: “A averbação de tempo de serviço rural não contributivo não permite
majorar o coeficiente de cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por idade previsto no art.
50 da Lei nº 8.213/91”. O art. 50 da Lei 8.213/91 diz que: “A aposentadoria por idade, observado
o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal
de 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de
12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício”.
Assim, o tempo de serviço rural não contributivo não deve ser computado, na visão da TNU, para
majorar o coeficiente de cálculo da aposentadoria por idade urbana. Na aposentadoria híbrida,
porém, o STJ o vem admitindo, por mais inusitado e controverso que possa parecer.
GABARITO: ERRADO
No que diz respeito ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União, julgue os dois
itens a seguir.
COMENTÁRIO
O enunciado reproduz a redação original do art. 9º da LC 80. Logo, está equivocado, pois a LC
132/2009 alterou a LC 80 nesse ponto e passou a prever o seguinte em relação ao CSDPU: “A
composição do Conselho Superior da Defensoria Pública da União deve incluir obrigatoriamente o
Defensor Público-Geral Federal, o Subdefensor Público-Geral Federal e o Corregedor-Geral, como
membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da carreira, 2 (dois) por categoria,
eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos integrantes da carreira”.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 97. Compete ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União dar a última
palavra sobre conflito de atribuições entre membros da instituição.
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Entre as atribuições do DPGF, está a de dirimir conflitos de atribuições
entre os membros da DPU, decisão esta que pode ser desafiada mediante recurso para o CSDPU,
que dará, então, a última palavra sobre a questão (LC 80, art. 8º, VIII).
GABARITO: CERTO
Federal.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 100. Em caso de cometimento de crimes dolosos contra a vida, os prefeitos serão
julgados pelo Tribunal do Júri.
COMENTÁRIO
Se o foro por prerrogativa de função for previsto na própria Constituição Federal, o julgamento será
no foro privativo, mesmo que o crime seja doloso contra a vida. Prevalece o critério da especialidade,
já que ambas as regras possuem o mesmo status/hierarquia (constitucional).
É o caso dos prefeitos, que possuem foro por prerrogativa previsto na própria Constituição Federal,
determinando que o julgamento deve ocorrer perante o Tribunal de Justiça respectivo (Art. 29, X,
da CF) – ou perante o Tribunal Regional Federal, nos casos de crimes federais (sobre o tema, ver
questão 114 da 3ª rodada).
Assim, no caso de duas regras fixadas no texto da Constituição Federal (foro por prerrogativa e
tribunal do júri), prevalece a regra mais específica, ou seja, a norma que prevê o foro por prerrogativa
de função.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O tema foi enfrentado pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF 187, tendo como pano de fundo a
Note que, ao assim proceder, a Corte assegurou o direito das minorias, no sentido de se evidenciar
a função contramajoritária da Corte. Assim, seguindo o entendimento do STF, a mera proposta de
descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde com ato de incitação à prática do
crime, nem com o de apologia de fato criminoso, de forma que a defesa, em espaços públicos, da
legalização das drogas ou de proposta abolicionista a outro tipo penal, não significa ilícito penal,
mas, ao contrário, representa o exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento,
propiciada pelo exercício do direito de reunião.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 102. A liberdade de crença possui duplo aspecto. No positivo, engloba o direito
de escolher a própria religião. No negativo, o direito de não seguir religião alguma, de ser
agnóstico ou ateu.
COMENTÁRIO
Nos termos utilizados por José Afonso da Silva, “na liberdade de crença entra a liberdade de
escolha da religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou o direito) de
mudar de religião, mas também compreende a liberdade de não aderir a religião alguma, assim
como a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo” (José Afonso
da Silva. Comentário contextual à constituição. p. 94.).
A liberdade de crença significa acreditar ou não em algo. Ninguém pode compelir outro a seguir
determinada religião, credo, etc. A liberdade de crença conglomera o direito de escolher a própria
religião (seu aspecto positivo) e o direito de não seguir religião alguma, de ser agnóstico ou ateu
(seu aspecto negativo).
Como todo direito fundamental, a liberdade de crença possui limites. O seu limite se situa no
campo do respeito mútuo, não podendo prejudicar outros direitos. E assim o é, porque o Brasil é
um Estado laico.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A Constituição Federal dispõe expressamente: “Art. 5º (...) LXXVI - são gratuitos para os
reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito”.
Como se observa, a regra encontra-se dentro do rol de direitos fundamentais previstos pela
Constituição. O só fato de estar, topologicamente, dentro do artigo 5º, já torna isto indubitável.
Perceba-se, todavia, que o registro civil de nascimento e a certidão de óbito são gratuitos apenas para
os reconhecidamente pobres na forma da lei, não se estendendo a qualquer pessoa independente
de seu estado de pobreza, nos termos da Constituição Federal.
O STF, inclusive, já se manifestou sobre o tema: “(...) não ofende o princípio da proporcionalidade lei
que isenta os ‘reconhecidamente pobres’ do pagamento dos emolumentos devidos pela expedição
de registro civil de nascimento e de óbito, bem como a primeira certidão respectiva” (ADI 1.800).
A Lei nº 9.534/97 prevê a gratuidade do registro civil de nascimento, do assento de óbito, bem
como da primeira certidão respectiva. Nesse sentido, o STF entendeu inexistir conflito dessa lei
com os artigos 5º, LXXVI, e 236 da CF, dado que o inciso LXXVI do art. 5.º da CF/88, “ao assegurar
a gratuidade desses atos aos reconhecidamente pobres, determina o mínimo a ser observado pela
lei, não impedindo que esta garantia seja ampliada, e, também, pelo fato de que os atos relativos
ao nascimento e ao óbito são a base para o exercício da cidadania, sendo assegurada pela CF a
gratuidade de todos os atos necessários ao seu exercício (CF, art. 5.°, LXXVI)” (inf. 171 do STF).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A competência para legislar sobre direito penitenciário e econômico se encontra no artigo 24, inciso
II, da Constituição Federal. Trata-se de competência concorrente entre os entes:
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico”.
Especificamente quanto à legislação sobre direito penitenciário, para fins de concurso para
Defensoria Pública da União, destaco a lei 11.671/08 e o Decreto 6.877/09, que estabelecem as
regras para a inclusão de presos no Sistema Penitenciário Federal.
As normas não devem ser objeto de questões na primeira fase, mas podem ser abordadas na
segunda e, especialmente, na fase oral, ainda que indiretamente (tangenciando o tema principal).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 105. Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social
e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, sendo o que
recurso cabível será para o Tribunal de Justiça respectivo.
COMENTÁRIO
Note-se que, para os demais casos, previstos no parágrafo 3º, é necessária autorização expressa
de lei. Os recursos são dirigidos ao Tribunal Regional Federal.
Observação: A PEC da Previdência, dentre as alterações que pretende fazer à Constituição Federal,
altera o § 4º do artigo 109. No último substitutivo apresentado ao texto da reforma (em 18.04.2017),
a mudança não ficou clara, pois enquanto o relatório afirma que ...:
Ou seja, a parte das razões do relator dar a entender que se irá acabar com a regra da competência
delegada à Justiça Estadual, enquanto o texto apresentado é no sentido de expandir essa
competência para qualquer matéria, e não só aquelas previdenciárias na qual figure o INSS na
demanda ou haja autorização legal.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 106. Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação indenizatória proposta
por viúva e filhos de empregado falecido em acidente de trabalho.
COMENTÁRIO
A súmula 366 do STJ dizia: “Compete à Justiça estadual processar e julgar ação indenizatória
proposta por viúva e filhos de empregado falecido em acidente de trabalho”. Note que a redação
do item transcreveu o enunciado 366.
Contudo, ainda quando vigente tal enunciado, o STF decidiu, no CC 7545 – que a competência,
nesses casos, também é da justiça do trabalho.
Assim, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ação indenizatória proposta por viúva e
filhos de empregado falecido em acidente de trabalho.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Observação: notem que um enunciado que afirme que “As ações acidentárias são de competência
da Justiça Estadual”, sem maiores especificidades na questão, pode estar correto. Assim, deve-se
analisar o contexto do item e da questão no qual está inserido.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 108. As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde
tiver domicílio a outra parte. Já as causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato
que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
COMENTÁRIO
A Constituição Federal é analítica. Sendo assim, nela constam inúmeras regras que não possuem
natureza materialmente constitucional, mas apenas formalmente. Apesar de a competência da
Justiça Federal fazer parte da organização do estado (materialmente constitucional), acaba por,
ao especificar demais a matéria, incluir-se dentre as normas apenas formalmente constitucionais,
como é o caso daquela que embasa o enunciado.
• Quanto às causas ajuizadas pela União (parte autora, portanto): terão foro (competência
territorial) na seção judiciária (Justiça Federal) onde tiver domicílio a parte demandada.
• Quanto às causas ajuizadas contra a União (parte ré, portanto): terão foro (1) na seção judiciária
em que for domiciliado o autor; (2) naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem
à demanda; (3) onde esteja situada a coisa; (3) ou no Distrito Federal; à critério do autor da
demanda.
Note-se que o tema pode ser cobrando tanto em direito constitucional quanto em direito processual
civil. Quanto a este último, é válido observar o artigo 51 do CPC, que reproduz a regra constitucional.
Daí vemos que a matéria poderia estar disciplinada, tão somente, no código (lei infraconstitucional),
o que reforça se tratar de matéria apenas formalmente constitucional.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
É entendimento assentado no Supremo Tribunal Federal não ser cabível habeas corpus contra
decisão monocrática de ministro da Corte. Nesse sentido, constou no informativo 814 (decisão do
Pleno):
“Ao proferir decisão pelo não conhecimento do “writ”, o Tribunal, por maioria, reafirmou
sua jurisprudência no sentido de não ser cabível “habeas corpus” impetrado contra
decisão monocrática de ministro da Corte” (HC 105959/DF).
“Não cabe ‘habeas corpus’ originário para o Tribunal Pleno de decisão da Turma ou do
Plenário, proferida em ‘habeas corpus’ ou no respectivo recurso”.
Vale observar que nos termos da Lei 8.038/90 (que institui normas procedimentais para processos
perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal) da decisão do Presidente
do Tribunal, de Seção, de Turma ou de Relator que causar gravame à parte, caberá agravo para o
órgão especial, Seção ou Turma, conforme o caso, no prazo de cinco dias (Art. 38). Assim, havendo
meio específico para a impugnação, não é cabível o HC, no entendimento da corte suprema.
Por fim, vale observar a disposição contida no artigo 1.021 do CPC/2015: “Art. 1.021. Contra
decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas,
quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 110. Não se admite a impetração de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal
contra decisão monocrática de Ministro de Tribunal Superior.
COMENTÁRIO
Também não se admite a impetração de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal contra decisão
monocrática de Ministro de Tribunal Superior, sob pena de supressão de instância (nesse sentido:
STF. HC 132867 AgR / MG. 2º Turma. 01.03.2016).
Imagine-se, assim, decisão monocrática de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que denega
pedido feito pela defesa. Dessa decisão não poderá ser ajuizado HC diretamente para o Supremo
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Art. 5º. LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.
Importa observar que o constituinte, quando quis referir-se aos pobres, o fez expressamente, como
se lê no artigo 5º, LXXVI da Carta, onde o termo aparece.
“Art. 5º. LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
b) a certidão de óbito;”
A observação é importante, pois permite concluir que existem outros tipos de necessidade, que não
só a econômica. Sobre o tema:
Evidentemente, a referência ao ‘recurso’ constante no texto não tem relação somente com a falta
de condições financeiras. Os recursos (ou sua falta) podem ser de várias ordens. Uma simples
incursão etimológica é apta a demonstrar que a palavra “recurso” não se resume ao aspecto
econômico. Rápida consulta ao dicionário ‘Aurélio on line’ revela, dentre vários significados o de
‘bens ou riquezas’, mas também o de ‘meio; o que serve para alcançar um fim’.
A falta de recursos, portando, equivale à falta de meios. Numa perspectiva jurídica, corresponde à
falta de meios para acessar a Justiça ou fazer valer seus direitos.
Cabe, portanto, à Defensoria Pública, por força de disposição constitucional, a defesa do necessitado
que comprove a insuficiência de recursos. Tal carência (que não é só de ordem financeira)
gera vulnerabilidade. Logo, a Defensoria Pública tem como missão constitucional a defesa dos
vulneráveis’ (FILHO, Edilson Santana. A DEFENSORIA PÚBLICA E A TUTELA COLETIVA DE
DIREITOS - TEORIA E PRÁTICA. Salvador: Juspodivm, 2016).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 112. Não possuem efeito suspensivo os recursos aos tribunais superiores,
podendo haver a execução provisória da pena, no âmbito criminal, logo após o esgotamento
das instâncias ordinárias. Todavia, enquanto não houver a intimação da Defensoria Pública
acerca do acórdão de apelação no Tribunal de origem, se mostra ilegal a imediata expedição
de mandado de prisão.
COMENTÁRIO
Dispõe a Constituição Federal que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória” (Art. 5º, LVII).
Nada obstante, segundo entendimento dos tribunais superiores (STF e STJ) é possível a execução
provisória do acórdão penal condenatório proferido em grau recursal (após prolação de acórdão
em segundo grau de jurisdição), mesmo que estejam pendentes recursos aos tribunais superiores,
conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no Habeas Corpus (HC) 126292,
nas ADCs 43 e 44, e reafirmado no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 964246 (que teve
repercussão geral reconhecida. Assim, a tese firmada pelo Tribunal deve ser aplicada nos processos
em curso nas demais instâncias). Esse é o posicionamento que deve ser seguido em provas de
primeira fase. Nas demais, deve-se menciona-lo, podendo realizar eventual crítica.
Prevaleceu, assim, o entendimento de que o artigo 283 do CPP não veda o início do cumprimento
da pena após esgotadas as instâncias ordinárias.
Caso já tenha havido acordão condenatório em segundo grau de jurisdição, é cabível a execução
provisória quando a defesa tenha ajuizado embargos de declaração? Não. Como o acórdão
condenatório é passível de integração e não há, ainda, pronunciamento definitivo do Tribunal
de Justiça passível de ser impugnado por meio de recurso especial e de recurso extraordinário,
deve ser afastada a possibilidade de execução das penas impostas. Nesse sentido, é a recente
decisão do STJ no HC 366.907-PR (Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em
6/12/2016, DJe 16/12/2016).
Note-se que, se a Defensoria ainda não foi intimada da apelação no tribunal de origem, o acórdão
condenatório ainda é passível de integração e não há, ainda, pronunciamento definitivo do Tribunal
de Justiça passível de ser impugnado por meio de recurso especial e de recurso extraordinário,
devendo ser afastada a possibilidade de execução das penas impostas nesse momento. Ou seja,
a Defensoria ainda poderia apresentar embargos declaratórios/infringentes contra este acórdão.
Por isso, não houve, ainda, o esgotamento da instância. Em razão disso, não há que se falar em
cumprimento da pena neste momento.
Neste sentido:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A partir daí, com exceção da Carta de 1937, a assistência judiciária vem sendo contemplada em
todas as Constituições brasileiras, no capítulo referente aos direitos e garantias individuais.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A Constituição Federal preceitua pela gratuidade da celebração do casamento, sem fazer qualquer
menção às condições financeiras dos nubentes:
Não sendo dado ao interprete reduzir comando constitucional, conclui-se que, independente da
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 115. Todo tratado internacional de direitos humanos deve ser submetido ao rito
previsto no artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal de 1988.
COMENTÁRIO
Segundo a doutrina, não há uma obrigatoriedade em submeter todo e qualquer tratado internacional
de direitos humanos ao rito previsto no artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal de 1988. Nesse
sentido, é a lição de André de Carvalho Ramos:
Por fim, lembro ao aluno que uma vez internalizado com o status de emenda constitucional, o
tratado internacional de direitos humanos pode ser utilizado como norma paramétrica para fins de
controle de constitucionalidade.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A cláusula belga, também chamada de cláusula de atentado, é aquela inserida nos tratados
internacionais e na legislação sobre direito extradicional como uma exceção à regra da
impossibilidade de extradição por crime político, desde que o caso verse sobre crimes
cometidos contra Chefes de Estado ou sua família. Deste modo, a cláusula belga impede a
alegação de crime político como óbice para o deferimento da extradição nos casos em que o crime
tenha sido perpetrado contra o Chefe de Estado de um determinado país ou contra a família do
mesmo. A cláusula belga recebe este nome pois foi consignada pela primeira vez na legislação da
Bélgica, no ano de 1856, em razão de um atentado contra a vida de Napoleão III, praticado por
Célestin e Jules Jacquin. Após o atentado contra a vida de Napoleão III, Célestin buscou refúgio no
território do Estado da Bélgica e, solicitada sua extradição pela França, a mesma foi negada pelo
governo belga, sob o argumento da proibição de extradição envolvendo crimes políticos. Como
forma de prevenir que novos casos como este ocorressem novamente, o legislador belga a criou
a cláusula em estudo.
Ainda sobre o tema em estudo, é possível afirmar que o Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80)
prevê a cláusula belga em seu artigo 77, § 3º:
Percebe-se que no caso envolvendo o artigo 77, § 3º, do Estatuto do Estrangeiro, o legislador
brasileiro conferiu uma maior amplitude para a cláusula belga.
Por fim, é possível afirmar que a cláusula belga está em plena harmonia com artigo 5º, LII, da
Constituição Federal de 1988 (“não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião”), uma vez que não se trata de relativização de uma norma constitucional por uma norma
infraconstitucional, mas do enquadramento ou não de determinado fato pelo Supremo Tribunal
Federal como crime político para fins de extradição.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Por fim, aproveitando o estudo do instituto do refúgio (que também pode aparecer na matéria de
Direitos Humanos), colaciono um quadro com as principais diferenças entre os institutos do asilo
e do refúgio:
ASILO REFÚGIO
É mencionado brevemente na Lei 6.815/80 O refúgio é regulado por lei própria (Lei
(Estatuto do Estrangeiro). 9.474/97).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Acerca da possibilidade, legitimidade e aptidão das comunidades indígenas para postular perante
a ordem internacional, há duas correntes sobre o tema. Segundo o entendimento do Supremo
Tribunal Federal no emblemático caso Raposa Serra do Sol, os povos indígenas não podem
postular diante da ordem internacional. Segundo a Corte Constitucional brasileira, “A Constituição
teve o cuidado de não falar em territórios indígenas, mas, tão-só, em ‘terras indígenas’. A traduzir
que os ‘grupos’, ‘organizações’, ‘populações’ ou ‘comunidades’ indígenas não constituem pessoa
federada. Não formam circunscrição ou instância espacial que se orne de dimensão política. Daí
não se reconhecer a qualquer das organizações sociais indígenas, ao conjunto delas, ou à sua
base peculiarmente antropológica a dimensão de instância transnacional. Pelo que nenhuma das
comunidades indígenas brasileiras detém estatura normativa para comparecer perante a Ordem
Jurídica Internacional como ‘Nação’, ‘País’, ‘Pátria’, ‘território nacional’ ou ‘povo’ independente”
(STF, Pet 3388, Caso Raposa Serra do Sol).
Por outro lado, recentemente, a concepção estática do direito internacional vem sendo abandonada
em prol do reconhecimento pela maioria da doutrina (e, também, pelos tribunais internacionais) da
personalidade jurídica internacional da pessoa humana. Em alinho com esta mudança de paradigma,
é oportuno relembrar que o indivíduo possui jus standi em cortes internacionais, é submetido a
julgamento perante Tribunais Penais Internacionais e possui direitos a serem postulados perante
a ordem internacional. Logo, com a quebra do antigo paradigma — segundo o qual somente se
Cuidado para não confundir as duas correntes! O tema das comunidades indígenas costuma ser
muito cobrado na prova da DPU!
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Por fim, lembro ao aluno que a extradição, a transferência de presos, o auxílio direto, a carta rogatória
e a homologação de decisão estrangeira são modalidades de cooperação jurídica internacional.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
As normas de jus cogens são aquelas que refletem os valores essenciais de toda a comunidade
internacional e possuem uma hierarquia superior em relação as outras normas de direito internacional.
Acerca do caráter de jus cogens do direito de acesso à justiça, a Corte Interamericana de Direitos
Humanos examinou a questão ao julgar o caso Goiburú e outros vs. Paraguai. Sobre este ponto,
transcrevo uma lição de Antônio Augusto Cançado Trindade, juiz da Corte IDH à época do caso
Goiburú e outros vs. Paraguai:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Ainda sobre o tema, é a lição de Enivaldo de Oliveira: “Sob outro prisma é importante destacar
que a responsabilidade perante as Cortes Internacionais, por violações aos direitos humanos, é do
Brasil, independentemente do estado federado em que se tenha praticado a violação. A execução
de eventual condenação seria feita na Justiça Federal, pois a União Federal seria a ré. Mais ainda:
a execução de eventual sentença estrangeira, proferida por Corte Internacional como, por exemplo,
a Corte Interamericana de Direito Humanos, seria feita também pela Justiça Federal, devendo
esta tomar as medidas necessárias contra o estado infrator.” (OLIVEIRA, Enivaldo de. A Justiça
Federal e a reforma do Poder Judiciário. Revista da Escola de Direito (UCPEL), Pelotas, v. 5, n. 1,
pp. 217-232, 2004. pp. 223 e 224).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Conforme dispõe o artigo 960 do Novo Código de Processo Civil, “A homologação de decisão
estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição
especial em sentido contrário prevista em tratado”.
Desta forma, cumpre observarmos a substituição do termo “sentença”, pelo termo “decisão”, sendo
possível concluir que, atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro não impõe qualquer óbice para
a homologação de decisão interlocutória estrangeira. O fato do NCPC prever a figura da “decisão
interlocutória de mérito” também corrobora este entendimento. Sobre este ponto, é a lição de
Henrique Ávila:
“O caput do art. 960 do NCPC, troca o termo “sentença”, presente no art. 483 do CPC
de 1973, pelo congênere “decisão”. A mudança não só melhor se adapta ao escopo
atual de ampliar a abrangência do dispositivo e permitir a homologação não só de
sentenças estrangeiras propriamente ditas, mas também de decisões interlocutórias
que enfrentem o mérito, como também deixa clara a autorização para a homologação
de “decisões” eventualmente de natureza diversa da propriamente judicial, como já
vinha se encaminhando a jurisprudência”. (ÁVILA, Henrique. Homologação de decisão
estrangeira e concessão de exequatur à carta rogatória. In Temas essenciais sobre o
NCPC. Coor. WAMBIER, Luiz Rodriguez e ALVIM, Teresa Arruda. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2016, pp. 522)
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 124. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, uma sentença transitada em julgado
no país de origem não pode ser homologada no Brasil, se em ação anulatória, também no
país de origem, a eficácia lhe foi retirada.
COMENTÁRIO
O Superior Tribunal de Justiça já analisou um caso análogo em que uma sentença estrangeira já
transitada em julgado no país de origem foi objeto de uma ação anulatória no seu próprio Estado
de origem. Nestes casos, o Tribunal da Cidadania entendeu que não há como tal sentença ser
homologada no Estado brasileiro, uma vez que a mesma carece de qualquer eficácia. Vejamos o
precedente do Superior Tribunal de Justiça:
em nosso País, não servindo, pois, a homologação de sentença para retirar vícios
ou dar interpretação diversa à decisão de Estado estrangeiro. Precedentes desta
Corte Superior e do Supremo Tribunal Federal. 6. Na hipótese sob exame, sendo
nulo na Argentina o presente laudo arbitral por causa de decisão judicial prolatada
naquele País, com trânsito em julgado devidamente comprovado nos autos, nula é
a sentença arbitral no Brasil que, por isso, não pode ser homologada. 7. Pedido de
homologação de sentença arbitral estrangeira indeferido. (SEC 5.782/EX, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2015; grifo nosso)”
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Uma das possibilidades de um determinado caso chegar até a jurisdição do Tribunal Penal
Internacional ocorre quando o Conselho de Segurança da ONU, através da edição de uma
resolução vinculante, adjudica determinado conflito internacional que esteja ameaçando
a paz ou a segurança internacional (pressupostos para atuação do CSONU) remetendo-o
para o TPI (art. 13.b do Estatuto de Roma). Nesta situação, o Tribunal Penal Internacional
não possuirá discricionariedade acerca da investigação e processamento do feito, sendo
obrigado a analisar o conflito remetido pelo Conselho de Segurança da Organização das
Nações Unidas.
Ainda sobre este ponto, observa-se que o caso Omar Al Bashir, popularmente conhecido
como “Caso Darfur”, foi o primeiro conflito internacional remetido ao TPI pelo Conselho de
Segurança da ONU. Trata-se, portanto, de um caso paradigmático e de suma importância
para a comunidade internacional, embora ainda não tenha sido julgado pelo Tribunal de
Haia. Sobre o tema em estudo, é a lição de Priscila Liane Fett Faganello: “Em 2004, através
da Resolução 1.564 do Conselho de Segurança (CS), a Organização das Nações Unidas (ONU)
instituiu uma Comissão Internacional de Inquérito para apurar as denúncias sobre violações dos
direitos humanos na região de Darfur. Concluindo o trabalho, a Comissão enviou um relatório ao
Conselho de Segurança, em janeiro de 2005, no qual alertava para a existência de evidências
factuais de crimes de guerra e contra a humanidade na região. Por esse motivo, ao fim do relatório,
a Comissão julgou pertinente sugerir ao Conselho de Segurança que levasse o caso ao TPI.
Desse modo, com base nas conclusões do referido documento, o Secretário-Geral Kofi Annan,
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Tribunal Federal, portanto, não tem competência constitucional para aprovar a execução interna
de qualquer das decisões do Tribunal Penal Internacional. Com isso, quando a decisão do Tribunal
Penal Internacional exigir a intervenção do Poder Judiciário (como ocorre no caso da ordem de
prisão para posterior entrega), o juiz das liberdades, que pode ser provocado em todos os casos, é
o juiz federal de primeiro grau”. (RAMOS, André de Carvalho. Processo Internacional de Direitos
Humanos. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 315)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
“Em 2 de fevereiro de 2017, foi editada a Medida Provisória nº 768, que, entre outras
alterações, extinguiu a Secretaria Especial de Direitos, mas não definiu qual órgão
passaria a exercer as atribuições de Autoridade Central da CH de 1980. Na prática,
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 128. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a categoria dos
refugiados ambientais como grupo de indivíduos que faz jus ao acolhimento em determinado
Estado por motivos climáticos e ambientais.
COMENTÁRIO
Lamentavelmente, a ONU não reconhece o status de refugiado para aqueles indivíduos que são
obrigados a deixar o local onde vivem em virtude de alterações do ambiente no local onde habitam.
Sobre o assunto em comento, é a lição de Frederico Amado: “É crescente em todo o Planeta Terra
o número de pessoas que são forçadas a emigrar das zonas que habitam em razão de alterações
do ambiente, dentro do seu país, ou mesmo para outro, sendo chamados de refugiados ambientais
ou climáticos. As secas, a escassez de alimentos, a desertificação, a elevação do nível de mares
e rios, a alteração de ventos climáticos e o desmatamento são apenas alguns fatores ambientais
que vêm gerando a migração de povos em todo o mundo em busca de melhores condições de vida
ou mesmo para sobreviver.” (AMADO, Frederico. Direito Ambiental Esquematizado. 4. ed. Rio de
Janeiro: Método, 2013. p. 3).
Logo, embora a questão dos refugiados climáticos seja um problema global que assola diversas
nações, o Brasil ainda não flexibilizou sua legislação para que se permita reconhecer o status de
refugiado às pessoas submetidas à situação em comento. Nesse mesmo sentido, a ONU também
não reconhece o fenômeno em estudo como uma categoria de refúgio.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Trata-se de uma questão praticamente certa na prova objetiva da DPU. O tema pode aparecer tanto
na matéria de Direito Internacional quanto na matéria de Direito Previdenciário. Recentemente, o
Supremo Tribunal Federal dirimiu a controvérsia existente acerca da possibilidade ou não dos
estrangeiros residentes no Brasil receberem o chamado benefício assistencial, que está previsto
na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Ao julgar o RE 587970, o Supremo Tribunal Federal
definiu a seguinte tese:
Por fim, alerto ao aluno sobre a grande possibilidade do tema em estudo ser indagado também na
segunda fase do concurso da DPU, uma vez a instituição atuou como amicus curiae no caso que
tramitou perante a Corte Constitucional Brasileira.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 130. A Corte Interamericana de Direitos Humanos não possui competência para
emitir opinião consultiva sobre a interpretação de tratados internacionais que compõem o
sistema global ou onusiano de direitos humanos.
COMENTÁRIO
O enunciado está errado. Uma questão aparentemente difícil e teórica ou jurisprudencial, mas
que a resposta se encontra no texto da Convenção Americana de Direitos Humanos. Conforme
estabelece a CADH, “Os Estados-membros da Organização poderão consultar a Corte sobre a
interpretação desta Convenção ou de outros tratados concernentes à proteção dos direitos humanos
nos Estados americanos” (art. 64.1). Percebam, portanto, o quanto é abrangente a competência
consultiva da Corte Interamericana, que pode emitir opinião ou parecer não apenas sobre a CADH,
mas também sobre qualquer tratado que tenha vigência sobre os Estados americanos, a exemplo
dos tratados da ONU sobre direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 131. Somente os Estados que tenham aderido à Convenção Americana de Direitos
Humanos, ainda que não tenham admitido a jurisdição contenciosa da Corte Interamericana,
podem solicitar da Corte uma opinião ou parecer consultivo.
COMENTÁRIO
O enunciado está equivocado. Temos aqui mais uma questão aparentemente difícil, mas que a
resposta também se encontra no texto da Convenção Americana. Segundo estabelece a CADH,
todos os Estados-membros da OEA podem solicitar opinião ou parecer consultivo da Corte, não
havendo a exigência de que tenham aderido à Convenção nem de que tenham admitido a jurisdição
contenciosa da Corte (art. 64.1). Atenção: o art. 64.1, segunda parte, dispõe que, além dos Estados-
membros da OEA, também poderão solicitar opinião consultiva da Corte Interamericana os órgãos
enumerados no capítulo X da Carta da OEA.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Percebam que a jurisdição consultiva da Corte Interamericana pode
ser exercida de duas formas: (I) sobre a interpretação da CADH ou de tratados concernentes
à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos, podendo ser provocada tanto pelos
Estados-membros da OEA quanto por órgãos enumerados na Carta da OEA; e (II) sobre a
compatibilidade de leis internas e aqueles instrumentos internacionais, podendo, aqui, ser
provocada exclusivamente pelo respectivo Estado-membro de onde advém a lei interna a se aferir
a convencionalidade. Esta segunda forma de jurisdição consultiva é considerada um controle de
convencionalidade preventivo. Vejam o que dispõe o art. 64.2. da CADH: “A Corte, a pedido de um
Estado-membro da Organização, poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer
de suas leis internas e os mencionados instrumentos internacionais”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Tema muito atual e polêmico. Vejamos o registro trazido sobre André de
Carvalho Ramos, na edição mais atualizada da sua obra:
“Por fim, cabe salientar que o Secretário-Geral da OEA apresentou, em 2016, pedido de
opinião consultiva sobre quais critérios, dentro da separação de poderes, deveriam limitar
os juízos políticos no julgamento de um político eleito, referindo-se especificamente ao
caso do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (Brasil). A Corte não conheceu
do pedido (‘não deu trâmite’), pois considerou que a opinião consultiva: (i) não deve referir-
se a um caso contencioso (específico) ou servir para obter pronunciamento prematuro
sobre tema que poderia ser submetido à Corte através de um caso contencioso; (ii) não
pode ser utilizada como mecanismo para obter pronunciamento indireto sobre um assunto
em litígio ou em controvérsia interna; (III) não deve ser utilizada como instrumento de
debate público interno; (iv) não deve abarcar, exclusivamente, temas sobre os quais a
Corte já tenha se pronunciado em sua jurisprudência; e (v) não deve procurar a solução
de questões de fato, apenas o sentido, o propósito ou a razão das normas internas de
direitos humanos, de forma que os Estados membros e os órgãos da OEA cumpram
de maneira cabal e efetiva suas obrigações internacionais. (...) Utilizou-se, assim, da
antiga ‘Doutrina Carelia’, adotada pela Corte Permanente de Justiça Internacional,
pela qual não se pode utilizar a jurisdição consultiva como alternativa camuflada à
jurisdição contenciosa de um tribunal internacional” (Curso de Direitos Humanos...,
p. 418-419).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O enunciado está equivocado. Segue trecho do meu livro com o Thim, JURISPRUDÊNCIA
INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS, 2ª edição, em que comentamos todas as opiniões
consultivas da Corte Interamericana:
“No dia 22 de fevereiro de 2016, a Corte Interamericana aprovou sua opinião consultiva
de no 22, na qual aborda a temática trazida pelo Estado do Panamá acerca da
possibilidade de pessoas jurídicas terem legitimidade de demandar a proteção de seus
direitos humanos perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Em decisão
unânime, a CorteIDH exarou parecer consultivo no sentido de que pessoas jurídicas
não poderiam acessar o Sistema Interamericano, uma vez que este foi idealizado para a
proteção de indivíduos e seus direitos. No entanto, duas situações foram excepcionadas
pela CorteIDH, quais sejam: a) a legitimidade das comunidades indígenas para litigar
perante o sistema interamericano de direitos humanos; e b) a legitimidade dos sindicatos
e das federações sindicais para litigar perante o sistema interamericano de direitos
humanos, uma vez que a legitimidade de tais pessoas jurídicas estaria prevista no art.
8º do Protocolo de San Salvador” (p. 725).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 135. O Brasil ainda não solicitou opinião consultiva da Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
a qual se ocupa com a ordem das palavras e o modo como estão conectadas. Neste método,
eventuais equivocidades inerentes à linguagem podem ser desconsideradas.
COMENTÁRIO
Nesta rodada abordaremos o tema da interpretação do direito a partir do ponto de vista dos
métodos tradicionais de interpretação. Em que pese esses métodos sejam, em regra, bem
dominados, tentarei trazer alguns aspectos polêmicos e preparar o terreno para a análise da
hermenêutica mais contemporânea nas próximas rodadas.
No que tange à questão, em que pese a definição de interpretação gramatical esteja correta, a
segunda parte da assertiva está errada. Isto porque a língua “natural”, do “dia a dia” é, de fato,
dotada de equivocidade, de sentidos múltiplos, os quais não podem ser ignorados pelo intérprete.
Por exemplo, quando o Código Civil fala de solidariedade não estamos diante de uma relação
fraterna entre pessoas, mas sim de um modo específico de tratar as obrigações.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 137. Dentro da hermenêutica tradicional tal qual estruturada por Savigny, a
interpretação sistemática pressupõe que o ordenamento jurídico é único e coerente.
COMENTÁRIO
É importante termos em mente que coube a Friedrich Carl Von Savigny elaborar as principais
ideias que estruturaram os métodos tradicionais de interpretação. Este método tradicional leva em
consideração principalmente o primado da lei e a utilização de elementos da lógica científica
moderna para a aplicação do direito. Segundo os autores filiados a essa corrente tradicional, seria
possível transpor essas leis para as ciências humanas e conseguir conquistar neste campo os
mesmos avanços tidos na física, astronomia, química etc.
Pois bem. Retornando à questão, temos que lembrar que a interpretação sistemática pressupõe
que o ordenamento é único e coerente, algo muito caro para a hermenêutica tradicional, como
vimos. Ou seja, se uma norma diz que todos são iguais perante a lei e outra concede certos
direitos a uma categoria específica (ex: cotas raciais), cabe ao intérprete, considerando a unidade
do ordenamento, compatibilizar estes comandos para chegar a uma conclusão que mantenha a
coerência do sistema.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Correto. No método histórico dentro do formalismo jurídico a questão central é “por que o legislador
editou esta norma?”. Daí porque a necessidade de se buscar a vontade do legislador em documentos
históricos. Uma das conclusões dessa intepretação pode ser a conclusão, por exemplo, que certa
norma atendeu a uma urgência específica e que, portanto, pode ser interpretada de forma mais
restrita.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Em que pese a interpretação subjetiva, associada ao pensamento de Savigny antes de 1814, tivesse
como objetivo compreender o pensamento do legislador, a função do intérprete, neste contexto,
jamais pode ser de reconstrução. Neste sentido, o jurista francês Demolombe defendia “os textos
antes de tudo. Interpretar é descobrir o sentido exato e verdadeiro da lei. Não é modificar, inovar,
mas declarar, reconhecer”. A atividade de reconstrução, como veremos, é típica da hermenêutica
mais contemporânea.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
2. Sócrates é um homem.
Todavia, as dificuldades da linguagem jurídica nem sempre permitem esse tipo de inferência lógica.
Um exemplo dado pelo jurista Gustav Radbruch: certa estação de trem proibia a entrada de cães.
Certo dia, um sujeito chegou na estação com um urso e, ao ser interpelado pelas autoridades,
alegou que seu animal não era um cão. No mesmo sentido, poderíamos pensar na hipótese de
um cego acompanhado por um cão guia. Nos dois casos, as soluções extraídas de uma dedução
formal seriam insatisfatórias.
Por razões dessa natureza, a interpretação tradicional foi sendo abandonada em favor de outros
postulados, como a lógica do razoável de Luis Recaséns Siches.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 141. A forma de governo refere-se ao modo como o poder político é distribuído
entre os poderes do Estado. Dentre as formas de governo podemos mencionar a república
e a monarquia.
COMENTÁRIO
A organização horizontal do poder político entre os poderes do Estado refere-se, de fato, à forma
de governo. Trata-se, portanto, da estrutura dos órgãos de governo e suas mútuas relações,
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 142. Segundo Aristóteles, são três as formas de governo: monarquia, aristocracia
e democracia. O critério distintivo entre as formas aristotélicas é a relação entre os órgãos
internos a cada modelo.
COMENTÁRIO
De fato, para Aristóteles, são três as formas de governo: monarquia (governo de um só), aristocracia
(governo dos melhores) e democracia (ou república, que consiste no governo da multidão). Estas
três formas podem degenerar, respectivamente, para tirania, oligarquia e demagogia, nas quais
o governo não mais se guia pelo interesse geral.
Todavia, a resposta está errada porque o critério usado por Aristóteles é o do número de
governantes.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 143. A teoria do governo misto, defendida por autores como Cícero e Maquiavel,
caracteriza-se pela divisão do poder soberano entre vários órgãos de governo.
COMENTÁRIO
Historicamente, a constituição mista caracteriza-se pela noção grega de reunião das formas simples
de governo em uma forma composta, além de incluir, de forma harmônica, os diversos elementos da
sociedade, possibilitando inclusive uma maior participação dos cidadãos dos assuntos do governo.
Esta concepção contraria teóricos absolutistas, como Hobbes e Bodin, para quem o poder político
não pode ser dividido.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 144. Do ponto de vista da relação do Executivo com o Legislativo podemos ter
dois sistemas: parlamentarismo e presidencialismo. Nas duas há um modelo de colaboração
entre o executivo e o legislativo.
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A expressão “presidencialismo de coalizão” foi cunhada pelo cientista politico Sérgio Abranches e,
como colocado na assertiva, refere-se ao modo institucional de acomodação do pluripartidarismo
brasileiro, que dispersa o poder entre vários partidos, em arranjos de coalizão para a aprovação
de certos programas de governo. Ou seja, diante de um número muito grande de partidos com
agendas diferentes, e dificuldade em formar uma maioria parlamentar, cabe ao executivo formar
uma coalizão, através de indicações políticas e ajustes ideológicos, para conseguir governar.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Augusto Comte (1798-1857) é considerado por muitos um dos fundadores da sociologia. Este
autor insere-se no chamado positivismo científico e buscava criar uma ciência da sociedade
que tivesse uma força explicativa análoga aquela das ciências que explicavam o mundo físico. Ou
seja, segundo o autor seria possível “descobrir” certas leis universais que, tal qual ocorre no mundo
físico, pudessem controlar e prever o mundo social.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Emile Durkheim (1858-1917) foi outro importante autor no início da sociologia. O autor argumentava
que era possível estudar a vida social com a mesma objetividade dos cientistas que estudam o
mundo natural, bastando que os fatos sociais fossem estudados como coisas. Segundo o
autor, os fatos sociais são aspectos da vida social, como questões ligadas à religião ou economia,
que moldam as ações individuais. Estes fatos sociais seriam então os modos de pensar e agir
externos aos indivíduos.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 148. Segundo os escritos de Emile Durkheim, o direito consiste em uma realidade
externa aos indivíduos com alto poder coercitivo.
COMENTÁRIO
Segundo Durkheim, a sociedade é uma realidade objetiva distinta dos indivíduos. Estes fatos
sociais são, ainda, coercitivos, na medida em que condicionam a liberdade dos seres humanos
às necessidades coletivas. Ou seja, esses fatos sociais condicionam os indivíduos, que em regra
sequer tomariam consciência que não estão agindo por pura escolha própria. Neste aspecto,
os fatos sociais podem condicionar as ações humanas de diversas formas, sendo o direito uma
delas: cabe à ordem jurídica, através de previsões sancionatórias, condicionar determinadas ações
humanas. É assim que, por exemplo, a proibição do homicídio com a previsão de uma sanção leva
os seres humanos a não matarem livremente uns aos outros.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 149. Para Karl Marx é desnecessário levar em consideração qualquer forma de
abordagem histórica, já que a exploração das classes sociais mais abastadas é um fato
presente em qualquer sociedade humana.
COMENTÁRIO
Na verdade, uma das características do materialismo de Karl Marx é seu aspecto histórico, já
que o autor estuda as sociedades humanas no decorrer da história. Há, inclusive, um aspecto de
evolução histórica na mudança entre a sociedade moderna, marcada pelo capitalismo, a ditadura
do proletariado e o comunismo. Desse modo, o marxismo não abre mão de uma análise histórica.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 150. Encarando o direito como um fato social, a sociologia jurídica não se ocupa
de seu estudo do ponto de vista do dever-ser normativo, mas sim das múltiplas conexões
do ordenamento jurídico com fatores econômicos, sociais, culturais, políticos etc.
COMENTÁRIO
Caso o direito seja pensado como um fato social externo ao indivíduo e condicionando suas ações,
é impossível encará-lo apenas do ponto de vista normativo, tal qual faz o positivismo jurídico, sendo
imperiosa a conexão da sociologia com fatores que constituem a realidade social. Neste sentido,
temos a lição de Ricardo Maurício Soares (Sociologia do direito. São Paulo: Saraiva, 2012):
GABARITO: CERTO
QUESTÕES DISSERTATIVAS
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO TRIBUTÁRIO
QUESTÃO 1. Em 2016, João verificou que possuía débito de Imposto sobre a Renda de
Pessoa Física que, por descuido, esqueceu-se de declarar em 2014, referente ao ano-
calendário de 2013. Assim que percebeu sua falha, pagou o tributo que devia, com os
juros de mora. Não havia nenhum procedimento administrativo em curso. Entretanto, ao
receber o pagamento, a Fazenda Pública determinou-lhe o pagamento de multa em razão do
tributo pago fora da época e, ademais, realizou o lançamento do IRPF que deveria ter sido
declarado em 2007, referente ao exercício de 2006, pois verificou que João também estava
em falta com aquele pagamento, apesar de ter recebido renda consideravelmente alta em
2006. Diante da situação narrada, responda, fundamentadamente: a) que ente federativo
tem competência para instituir e cobrar o Imposto sobre a Renda; b) se, no caso narrado, a
cobrança da multa encontra respaldo; c) se, caso João houvesse realizado depósito judicial
do montante devido, seria possível a cobrança da penalidade e d) se é possível a cobrança
do IRPF de 2006.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 20/05/2017:
profcei.mariahelena@gmail.com - LIMITE 10 LINHAS
DIREITO CONSTITUCIONAL
I - independência nacional;
IV - não-intervenção;
VI - defesa da paz;
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 20/05/2017:
profcei.edilsonsantana@gmail.com - LIMITE 10 LINHAS
PEÇA JUDICIAL
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
Tupã, indígena, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por ter desacatado policiais
federais próximo ao portão de embarque do Aeroporto de Brasília/DF, ocasião em que,
segundo consta nos depoimentos colhidos na fase de investigação, ao ser impedido por
policiais federais de embarcar no avião usando seu cocar, Tupã lhes desferiu críticas
excessivas, perguntando se eles não tinham coisa mais importante para fazer e dizendo,
quando viu que perderia o voo para Manaus: “Seus merdas, vocês me pagam!”. O MPF
imputou a Tupã o crime de desacato (CP, art. 331).
Considerando que Tupã já havia sido condenado a pena privativa de liberdade pelo crime
de lesão corporal grave, com pena já cumprida, o MPF deixou de propor os benefícios da
transação e da suspensão condicional do processo.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 20/05/2017:
profcei.caiopaiva@gmail.com - LIMITE 90 LINHAS
NOME:_________________________________________________________________________________________________
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
NOME:_________________________________________________________________________________________________
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10