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FEDERAL
2ª RODADA - 31/08/2017
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
2ª RODADA - 31/08/2017
DURAÇÃO
21/08/2017 A 19/11/2017
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada
1 PEÇA/PARECER
Por rodada
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PRO-
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. CURADOR
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela FEDERAL
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo. 1ª ED.
2017
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 1
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
2ª RODADA - 31/08/2017
PROFESSORES
Rodolfo Cursino.
Professor de Direito Tributário. Procurador da Fazenda Nacional desde 2013. Especialista em Direito Processual/PUC-MG e
Direito Público/UBC-SP. Graduado em Direito/UFPE. Ex-Técnico do Seguro Social. Autor do livro “Procuradoria da Fazenda
Nacional / Coleção Aprovados” (lançamento em breve) e Coautor do livro “Questões Discursivas
Comentadas – Advocacia Pública Federal (AGU e PFN)”, ambos da Editora Juspodivm. Aprovado,
ainda, nos concursos de Julgador do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco; Procurador
dos Municípios de Maceió/AL e João Pessoa/PB; Advogado da Caixa Econômica Federal; Analista do
MPU, TRT6 e TJPE; Técnico da Fazenda Municipal de Olinda/PE e do TRT6.
Ravi Peixoto.
Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela UERJ. Mestre em Direito
pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado. Aprovado nos concursos da PGM-
JP, PGDF e PGM-Recife.
INSTRUÇÕES GERAIS
Estamos muito felizes por começar este curso com vocês, sabendo que há pessoas que sonham
e se dedicam para assumir um dos cargos fundamentais à defesa própria das instituições estatais.
É muito bom ter, no nosso dia a dia, a missão de defender a coisa pública com excelência e saber
que, através do nosso trabalho, fortalece-se o modelo democrático que escolhemos seguir. É muito
bom, também, depois de meses ou anos de estudo – cada um tem seu tempo e sua estrada – viver
o dia da nossa aprovação, o dia da nossa nomeação e, finalmente, o dia da nossa posse. Como
é emocionante! Como é bom o momento em que chamam o nosso nome. Vale cada segundo do
trabalho duro!
De nossa parte, esforçamo-nos para, a cada rodada, oferecer-lhes um material de qualidade, bem
pensado de acordo com as exigências do edital e com a prática da advocacia pública.
Da primeira à nona rodada, teremos, em cada uma, 100 questões objetivas no estilo CESPE de
Certo ou Errado; duas questões dissertativas com resposta de até 30 linhas e uma peça ou parecer
com resposta de até 150 linhas. Será preciso que vocês se organizem bem.
Esforcem-se, também, para ler as rodadas pontualmente, bem como para responder às questões
dissertativas, recebendo nossas correções de forma individual.
Na 10ª rodada, faremos um simulado com 200 questões objetivas comentadas de forma mais
sucinta e, aí, não haverá questões dissertativas nem peça/parecer.
No canal do CEI no Youtube, temos um vídeo, feito pela Professora Marianna Motta, com dicas
para a leitura das rodadas.
Sigo à disposição de todos vocês para eventuais dúvidas pelo e-mail profcei.mariahelena@gmail.
com.
Que seja um caminho muito proveitoso para todos nós e que, em breve, possamos, juntos,
comemorar o sucesso de vocês.
Sigam firmes!
Um abraço,
CRONOGRAMA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA RODADA
Queridos alunos,
Primeiramente, gostaria de agradecer a todos os que nos mandaram elogios e sugestões sobre o
material. É muito bom e muito feliz ouvir de vocês, pois nosso esforço é, realmente, para fazer o
melhor.
No aspecto prático, esclareço uma dúvida que chegou a nós: as peças, pareceres e questões
podem ser manuscritas nas folhas de resposta e, em seguida, escaneadas; ou apenas digitadas
sobre as folhas de respostas na forma prevista na proposta, respeitando-se, em todo caso, o
limite de linhas. Esta rodada está cheia de entendimentos recentes dos Tribunais Superiores e, em
determinados pontos, mostra como os assuntos interagem entre si.
Desta vez, destaco, por exemplo, as discussões referentes às relevantíssimas decisões sobre o
regime constitucional dos precatórios na disciplina de Direito Financeiro, bem como as questões
sobre a sistemática das Certidões de Dívida Ativa em Direito Tributário. Em Direito Constitucional,
discutimos súmulas vinculantes relevantes e recorrentes em concursos. Em Direito Econômico,
temos importante assunto sobre a lei do CADE, que foi objeto de questionamento na segunda fase
do último concurso da AGU. Em Direito Civil, chamo a atenção de vocês para a questão sobre a
Teoria da Interrupção do Nexo Causal.
Nas dissertativas, também procuramos debater temas atuais e instigantes, como vocês verão na
proposta de parecer, elaborada pela nossa professora de Direito Constitucional.
Dediquem-se e persistam.
Sigam firmes!
Maria Helena Rocha
ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum
material, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO ADMINISTRATIVO
01. De acordo com parte da doutrina, a conceituação do Direito Administrativo que leva
em consideração o escopo desse ramo jurídico, atualmente, encontra amparo na noção de
satisfação dos direitos fundamentais.
ccCERTO ccERRADO
02. Os órgãos independentes não se subordinam a nenhum outro, sujeitando-se apenas aos
controles recíprocos previstos na Constituição da República. Exemplo desse tipo de órgão
é a Presidência da República.
ccCERTO ccERRADO
03. A avocação de competência administrativa está ligada ao exercício do poder hierárquico.
ccCERTO ccERRADO
04. É tecnicamente adequado afirmar que há relação de hierarquia entre entidades da
Administração Indireta Federal e a União.
ccCERTO ccERRADO
05. A possibilidade de interposição de recurso hierárquico impróprio depende de expressa
previsão legal.
ccCERTO ccERRADO
06. A polícia administrativa rege-se pelas normas de Direito Processual Penal.
ccCERTO ccERRADO
07. A fiscalização de pesos e medidas pode ser citada como exemplo de atuação da polícia
administrativa.
ccCERTO ccERRADO
Em relação ao regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue os itens 08 a 11.
ccCERTO ccERRADO
09. João, Procurador Federal, foi cedido pela Advocacia-Geral da União, para atuar como
assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, pelo período de um ano. Durante
o prazo da cessão, quando em exercício naquele Tribunal Superior, João cometeu falta
funcional. O STJ instaurou processo administrativo, colhendo as provas necessárias. Em
seguida, findou o prazo de cessão, retornando João à sua lotação anterior. Nesse caso, o
julgamento e a aplicação de eventual sanção deverão ser feitos pela Advocacia-Geral da
União.
ccCERTO ccERRADO
10. Considerando o caso da questão anterior, caso a falta cometida por João seja atingida
pela prescrição, deve constar de seus assentamentos individuais a informação referente à
extinção da punibilidade em virtude da prescrição.
ccCERTO ccERRADO
11. Caso o servidor tome posse em cargo público, mas não entre em exercício no prazo de
15 (quinze) dias, sua nomeação será tornada sem efeito.
ccCERTO ccERRADO
12. O planejamento econômico feito pelo Estado é indicativo, mas não determinante, para o
setor público.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
13. A União só pode intervir nos estados e no Distrito Federal para repelir invasão de uma
unidade da Federação em outra, desde que haja requisição do STF para tanto.
ccCERTO ccERRADO
14. Não é extensiva aos deputados estaduais a proibição de percepção de qualquer parcela
indenizatória por convocação extraordinária prevista no art. 57, § 7º, da Constituição Federal.
ccCERTO ccERRADO
15. Conforme dispõem a Constituição Federal e a Lei n.º 5.010, de 30 de maio de 1966 (Lei
que organiza a Justiça Federal de primeira instância), é possível à Justiça Estadual julgar
execuções fiscais propostas pela Fazenda Pública federal (competência delegada).
ccCERTO ccERRADO
16. Julgue o item a seguir, relativo a normas constitucionais, hermenêutica constitucional e
poder constituinte.
ccCERTO ccERRADO
17. Quando é proposta uma ADI no STF contra lei federal ou estadual o parâmetro que será
analisado pelo Tribunal é a Constituição Federal.
ccCERTO ccERRADO
18. As lacunas normativas presentes na CF não se confundem com o chamado silêncio
eloquente, que se apresenta naquelas situações em que a falta de uma regulamentação
constitucional específica possa ser atribuída a uma escolha intencional do constituinte de
não prever determinada hipótese normativa.
ccCERTO ccERRADO
19. Para o STF, o Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando se verifica a existência
de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela
inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a
conjuntura, de modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público e
a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação inconstitucional.
ccCERTO ccERRADO
20. Em razão de sua autonomia financeira, uma consequência do princípio federativo, os
estados podem, respeitados os limites decorrentes do texto constitucional, promulgar leis
estaduais sobre direito financeiro e estabelecer normas orçamentárias específicas.
ccCERTO ccERRADO
21. Não é possível que o STF, ao julgar Mandado de Segurança impetrado por parlamentar,
exerça controle de constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o
declare inconstitucional, determinando seu arquivamento, não havendo exceções.
ccCERTO ccERRADO
22. Leis municipais podem fixar o horário de funcionamento dos bancos.
ccCERTO ccERRADO
23. O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público
não tem direito subjetivo à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem
de classificação, embora aprovado fora do número de vagas, for convocado para vaga
surgida posteriormente e manifestar desistência.
ccCERTO ccERRADO
24. Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma Lei
Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios
poderão ser criados, incorporados, fundidos ou desmembrados. Como atualmente não
existe essa LC, as leis estaduais que forem editadas criando novos Municípios serão
inconstitucionais por violarem a exigência do § 4º do art. 18.
ccCERTO ccERRADO
25. O governo de determinado Estado da Federação publicou medida provisória (MP) que
altera dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em protesto contra
a referida MP, alguns estudantes do ensino médio do estado ocuparam as escolas públicas,
impedindo que os demais alunos frequentassem as aulas. O Ministério Público estadual
ingressou com medida judicial requerendo a imediata reintegração e desocupação das
escolas invadidas. A medida judicial requerida foi deferida por um juiz de primeiro grau que
tomou posse há vinte meses.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos constitucionais a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
O juiz agiu corretamente ao deferir a medida judicial, uma vez que a conduta dos alunos
não encontra amparo no direito fundamental à liberdade de expressão e de livre reunião e
manifestação.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ECONÔMICO
ccCERTO ccERRADO
27. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este indicativo para o
setor público e para o setor privado.
ccCERTO ccERRADO
28. Funcionará junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, Procuradoria
Federal Especializada a quem compete, dentre outras atribuições, prestar consultoria
e assessoramento jurídico à autarquia federal. O seu Procurador-Chefe será nomeado
pelo Presidente da República, depois de aprovado pelo Senado Federal, dentre cidadãos
brasileiros com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade, com mais de 10 (dez) anos de
efetiva atividade profissional e reputação ilibada.
ccCERTO ccERRADO
29. É plenamente válida lei municipal que impeça a instalação de estabelecimentos comerciais
do mesmo ramo em determinada área, visto que é possível ao Poder Público estimular
o desenvolvimento de outras localidades do município para melhorar o atendimento e o
ccCERTO ccERRADO
DIREITO FINANCEIRO
ccCERTO ccERRADO
Acerca da disciplina constitucional dos precatórios, julgue os itens subsequentes.
ccCERTO ccERRADO
32. Segundo posicionamento do STF, os conselhos de fiscalização profissional, por terem
natureza jurídica de autarquias especiais, submetem-se ao regime de precatório para
pagamentos de valores devidos em razão de pronunciamento judicial.
ccCERTO ccERRADO
No que diz respeito aos estágios para realização da despesa pública previstos na Lei nº
4.320/1964, julgue o item subsecutivo.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO TRIBUTÁRIO
34. Um dos fatores essenciais para a diferenciação das espécies tributárias, de acordo com
a teoria da pentapartição de classificação dos tributos, é a destinação legal do produto de
sua arrecadação.
ccCERTO ccERRADO
35. Em que pese o Código Tributário Nacional prever a possibilidade de a autoridade
administrativa desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos
da obrigação tributária, referida norma não possui aplicação prática diante da inexistência da
Lei Complementar necessária ao estabelecimento dos procedimentos a serem observados
para sua aplicação.
ccCERTO ccERRADO
Sobre a medida cautelar fiscal, julgue os itens 36 e 37:
36. Corresponde à ação judicial de natureza cautelar, que apenas pode ser proposta pela
Fazenda Pública Federal, com o intuito de pleitear o reconhecimento de fraude à execução
fiscal para garantir a efetividade do crédito tributário.
ccCERTO ccERRADO
37. Pode ser incidental ou preparatória, sendo que, neste caso, a execução fiscal deve ser
proposta no prazo de 60 dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na
esfera administrativa.
ccCERTO ccERRADO
38. A adoção da data da inscrição em dívida ativa como marco para aplicação do instituto da
fraude à execução fiscal apenas se aplica às execuções fiscais ajuizadas posteriormente à
vigência da LC nº 118/2005.
ccCERTO ccERRADO
39. A Certidão de Dívida Ativa (CDA) consiste em título executivo extrajudicial, que goza
ccCERTO ccERRADO
40. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, existindo vícios de ordem material
ou formal, é direito da Fazenda Pública substituir a CDA até a prolação da sentença dos
embargos à execução, desde que isto não implique a modificação do sujeito passivo da
execução fiscal.
ccCERTO ccERRADO
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
ccCERTO ccERRADO
42. Segundo o STJ, compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em
que se discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular
de ensino superior no Ministério da Educação como condição de expedição de diploma de
ensino a distância aos estudantes.
ccCERTO ccERRADO
LEGISLAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
43. João deseja receber benefício de aposentadoria por invalidez como segurado especial
da Previdência Social. Todavia, quando do requerimento administrativo, João foi informado
de que o seu pedido foi indeferido, pois não comprovou sua qualidade de segurado especial,
uma vez que, durante o período de carência, teve empregados contratados de forma
permanente que lhe prestavam serviço rural, bem como explorou atividade turística em sua
propriedade rural por 140 dias ao ano. Desse modo, agiu corretamente o INSS ao indeferir o
pedido administrativo de João.
ccCERTO ccERRADO
44. Para efeito de aposentadoria especial de professores, não mais se computa o tempo de
serviço prestado fora da sala de aula.
ccCERTO ccERRADO
45. O fator previdenciário incide na aposentadoria por tempo de contribuição diferenciada
do professor, salvo em relação ao beneficiário que tenha adquirido o direito à aposentadoria
antes da edição da Lei nº 9.876/99.
ccCERTO ccERRADO
46. Joana, em 25.12.2012, casou-se com Lucas, que era segurado obrigatório do RGPS
como empregado. Ocorre que, em 1.1.2017, Lucas veio a óbito. Em 1.1.2017, Lucas possuía
24 contribuições previdenciárias mensais e Joana possuía 42 anos de idade. Desse modo,
Joana terá direito à pensão por morte vitalícia em virtude do falecimento de Lucas.
ccCERTO ccERRADO
47. Nenhum benefício da Previdência Social pode ter valor inferior ao salário mínimo.
ccCERTO ccERRADO
48. Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte
mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº
9.528/97 na Lei nº 8.213/91, que excluiu o menor sob guarda do rol dos dependentes para
fins previdenciários.
ccCERTO ccERRADO
49. O benefício de prestação continuada é a garantia de valor correspondente a um salário
mínimo devido ao idoso que comprove não ter meios de prover a própria manutenção nem
de tê-la suprida por sua família. Para fins de conceituação de idoso, a Lei Orgânica da
Assistência Social recomenda que se utilize o disposto no art. 1º do Estatuto do Idoso, ou
seja, o benefício será devido àquele que possuir 60 anos ou mais de idade.
ccCERTO ccERRADO
50. É possível o ajuizamento de ação regressiva pela autarquia previdenciária com o objetivo
de ressarcimento de valores pagos a título de pensão por morte aos filhos de segurada,
vítima de homicídio praticado por seu ex-companheiro.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AGRÁRIO
ccCERTO ccERRADO
52. A política fundiária deve ser entendida como um conjunto de providências de amparo
à propriedade da terra destinadas a orientar, no interesse da economia rural, as atividades
agropecuárias, tanto no sentido de garantir o pleno emprego, quanto de harmonizá-las com
o processo de industrialização e desenvolvimento do país.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AMBIENTAL
De acordo com o Código Florestal, Lei nº 12.651/2012, julgue os itens seguintes referentes
às regras aplicáveis às pequenas propriedades rurais.
53. Está correto afirmar que as intervenções de baixo impacto ambiental nas Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal quando realizadas em pequenas propriedades
rurais estão sujeitas a procedimento de licenciamento ambiental simplificado.
ccCERTO ccERRADO
54. Compete ao órgão ambiental estadual autorizar o manejo sustentável da Reserva Legal
nas pequenas propriedades rurais para exploração eventual sem fins lucrativos.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
Em relação à Lei nº 13.123/2015, que dispõe, dentre outros, sobre o acesso ao patrimônio
genético, julgue o item subsequente referente à estrutura do Conselho de Gestão do
Patrimônio Genético – CGen e suas competências.
56. É competência do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético – CGen, o credenciamento
de instituição nacional para ser responsável pela criação e manutenção da base de dados
relativos aos cadastros de acesso ao patrimônio genético. Ao passo que a competência para
julgar o recurso de decisões proferidas por essas instituições credenciadas é do Ministro
do Meio Ambiente.
ccCERTO ccERRADO
Com relação à Lei da Biossegurança, Lei nº 11.105/2005, julgue o item subsequente, referente
à competência para julgamento dos crimes nela previstos.
57. Conforme jurisprudência do STJ, a competência para processar e julgar o crime de liberação
ou descarte de organismo geneticamente modificado no meio ambiente, em desacordo com
as normas estabelecidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, é
definida em relação ao ente estatal responsável pela fiscalização do empreendimento.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CIVIL
58. Segundo o STJ, a aplicação da sanção civil do pagamento em dobro por cobrança
judicial de dívida já adimplida, prevista no artigo 940 do CC/2002, pode ser postulada pelo
réu na própria defesa, independendo da propositura de ação autônoma ou do manejo de
reconvenção, sendo imprescindível a demonstração de má-fé do credor.
ccCERTO ccERRADO
59. A teoria do adimplemento substancial, que decorre dos princípios gerais contratuais, de
modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, não
se aplica aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69.
ccCERTO ccERRADO
60. É válida a penhora da integralidade de imóvel submetido ao regime de multipropriedade
(time-sharing) em decorrência de dívida de condomínio de responsabilidade do organizador
do compartilhamento.
ccCERTO ccERRADO
61. De acordo com a jurisprudência do STJ, a cobrança de juros capitalizados nos contratos
de mútuo é permitida independentemente de haver expressa pactuação.
ccCERTO ccERRADO
62. Segundo o STJ, é nulo o compromisso de compra e venda que, em realidade, traduz-se
como instrumento para o credor ficar com o bem dado em garantia em relação a obrigações
decorrentes de contrato de mútuo usurário, se estas não forem adimplidas.
ccCERTO ccERRADO
63. Em matéria de perdas e danos, o CC/2002 adotou a Teoria da Interrupção do Nexo Causal,
não sendo indenizáveis prejuízos mediatos, que não decorram diretamente do evento
danoso.
ccCERTO ccERRADO
64. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade
sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado apenas no Distrito
Federal.
ccCERTO ccERRADO
65. De acordo com entendimento do STJ, a emancipação, seja ela legal, voluntária ou judicial,
não tem o condão de excluir a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por
seus filhos menores.
ccCERTO ccERRADO
66. O menor incapaz responde pelos danos causados a terceiros solidariamente com seus
pais, sendo indispensável a formação de litisconsórcio passivo necessário.
ccCERTO ccERRADO
67. De acordo com o STJ, em caso de dano moral decorrente de morte de parentes próximos,
a indenização deve ser arbitrada de forma global para a família da vítima, não devendo, de
regra, ultrapassar o equivalente a 500 salários mínimos, podendo, porém, esse valor ser
aumentado segundo as particularidades do caso concreto, dentre elas o grande número de
familiares.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO EMPRESARIAL
68. Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária
incide a partir da data de emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da
primeira apresentação à instituição financeira sacada ou câmara de compensação.
ccCERTO ccERRADO
69. A decretação da falência interrompe a prescrição.
ccCERTO ccERRADO
70. A pluralidade de sócios é uma condição necessária à existência de uma sociedade, não
havendo previsão legal, no Brasil, para sociedade de apenas um sócio.
ccCERTO ccERRADO
71. Acerca da responsabilidade dos sócios, da sociedade em comum e da desconsideração
da pessoa jurídica, julgue o próximo item.
ccCERTO ccERRADO
72. É de 3 anos o prazo decadencial para que o sócio minoritário, de sociedade limitada de
administração coletiva, exerça o direito à anulação da deliberação societária que o tenha
excluído da sociedade, ainda que o contrato social preveja a regência supletiva pelas normas
da sociedade anônima.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSUAL DO TRABALHO
ccCERTO ccERRADO
74. A partir da entrada em vigor da reforma trabalhista, prevista para 11.11.2017, a distinção
entre salário e remuneração será mantida. Todavia, o conceito de salário sofrerá alteração
em virtude da supressão de parcelas que o compõem como, por exemplo, as diárias para
viagem, seja qual for o percentual que exceda o salário do empregado.
ccCERTO ccERRADO
75. Atualmente, a contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor
do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, recolhida de uma só vez,
anualmente, condicionada à prévia e expressa autorização pelo participante.
ccCERTO ccERRADO
76. Uma das inovações trazidas pela Lei nº 13.467/2017 é a comissão de representação dos
empregados, a qual deverá ser eleita nas empresas com mais de 300 empregados e tem
como finalidade promover o entendimento direto com os empregadores.
ccCERTO ccERRADO
77. Nos termos da Lei nº 13.467/2017, o benefício da justiça gratuita será concedido à parte
que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. O
conceito de parte diz respeito apenas à pessoa natural, ou seja, ao empregado. Portanto,
a pessoa jurídica nunca será beneficiada pela gratuidade da justiça, ainda que comprove
ccCERTO ccERRADO
78. A verba honorária passa a decorrer da simples sucumbência, devendo ser fixada entre
o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
ccCERTO ccERRADO
79. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes
o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do
empregado ou mediante a sua concordância expressa.
ccCERTO ccERRADO
80. Conforme o entendimento do TST, em caso de recolhimento insuficiente das custas
processuais ou do depósito recursal, haverá deserção do recurso, ainda que a diferença em
relação ao “quantum” devido seja ínfima, referente a centavos.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
ccCERTO ccERRADO
82. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, na análise do pedido de extradição
é necessário observar o requisito da dupla tipicidade do ato delituoso, devendo ser
simultaneamente previsto, no momento da sua prática, tanto na legislação penal do Brasil
quanto na do Estado Estrangeiro.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
84. Dentro da prática no direito internacional, a denominação atribuída a um tratado exerce
influência direta na sua natureza jurídica, razão pela qual é necessário escolher corretamente
nomenclatura que será utilizada na elaboração desses acordos internacionais.
ccCERTO ccERRADO
85. No Direito Internacional os aspectos jurídicos dos conflitos armados se encontram
divididos em dois conceitos básicos: o jus ad bellum e o jus in bello. O primeiro corresponde
ao direito do Estado em promover a guerra, ou seja, de iniciar um conflito armado com
outro Estado. Por outro lado, o segundo refere-se ao conjunto de normas aplicáveis aos
beligerantes.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL
ccCERTO ccERRADO
87. Segundo o STF, o estelionato previdenciário, previsto no artigo 171, § 3º, do CP, é crime
permanente quando praticado pelo funcionário da previdência social, ou por terceiro,
não-beneficiário, contando-se o prazo prescricional quando cessado o meio fraudulento
empregado.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
89. A teoria da quebra da cadeia de custódia da prova permite que fragmentos de interceptações
telefônicas sejam utilizados como suporte probatório em processo penal.
ccCERTO ccERRADO
90. Segundo o STF, eventual conflito de atribuição entre Ministério Público Federal e Ministério
Público Estadual não se qualifica como conflito federativo apto a atrair a ativação de sua
competência prevista no artigo 102, “f”, da CF/88, motivo pelo qual deve ser solucionado
pelo Procurador-Geral da República.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ccCERTO ccERRADO
92. De acordo com o STJ, é possível o requerimento de concessão de tutela provisória na
sustentação oral.
ccCERTO ccERRADO
93. De acordo com o STJ, a cota de fundo de investimento, quando não possuir cotação no
mercado, é equiparada a dinheiro na ordem de preferência da penhora.
ccCERTO ccERRADO
94. A recusa da nomeação à penhora de cotas de fundo de investimento não encerra, em si,
excessiva onerosidade ao devedor, violação do recolhimento dos depósitos compulsórios
e voluntários do Banco Central do Brasil ou afronta à impenhorabilidade das reservas
obrigatórias, dependendo das particularidades de cada caso concreto.
ccCERTO ccERRADO
95. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido pela Defensoria Pública quando
a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis.
ccCERTO ccERRADO
96. Nas causas que envolvam a fazenda pública, os honorários serão sempre fixados entre
dez e vinte por cento.
ccCERTO ccERRADO
97. Os litisconsortes que tiverem procuradores diversos terão prazos contados em dobro,
sempre que a defesa seja oferecida por ambos.
ccCERTO ccERRADO
98. O novo CPC consagrou a teoria da dinamização dos encargos probatórios, sendo
cabível a interposição de agravo de instrumento da decisão que realize a alteração dos ônus
probatórios.
ccCERTO ccERRADO
99. De acordo com o CPC, na exibição de documentos não será cabível a aplicação de multa
cominatória.
ccCERTO ccERRADO
100. Havendo algum vício na citação e, mesmo assim, venha o réu ou o executado a
comparecer nos autos, o seu prazo de defesa será iniciado da decisão que reconhecer o
vício.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
01. De acordo com parte da doutrina, a conceituação do Direito Administrativo que leva
em consideração o escopo desse ramo jurídico, atualmente, encontra amparo na noção de
satisfação dos direitos fundamentais.
COMENTÁRIO
Essa lição é ensinada com muita precisão por Rafael Oliveira (OLIVEIRA, Rafael. Curso de
Direito Administrativo. São Paulo: Método, 2017, p. 04), que afirma que, anteriormente, o Direito
Administrativo foi concebido sobre a noção de serviço público; com o passar do tempo, passou a
fundar-se no interesse público. Para o autor – em uma lógica muito coerente com o movimento
de constitucionalização de todos os ramos do Direito –, “atualmente, influenciado pelo fenômeno
da constitucionalização do ordenamento jurídico, parece adequado sustentar que o seu principal
objetivo é a satisfação dos direitos fundamentais.” Justamente por isso, o referido autor define
o Direito Administrativo como “o ramo do Direito Público que tem por objeto as regras e os
princípios aplicáveis à atividade administrativa preordenada à satisfação dos direitos
fundamentais.”
GABARITO: CERTO
02. Os órgãos independentes não se subordinam a nenhum outro, sujeitando-se apenas aos
controles recíprocos previstos na Constituição da República. Exemplo desse tipo de órgão
é a Presidência da República.
COMENTÁRIO
Os órgãos públicos podem ser classificados de acordo com diferentes critérios. Um deles é a
posição que ocupam na escala governamental. Como ensina Rafael Oliveira (OLIVEIRA, Rafael.
Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Método, 2017, pp. 87-88), órgãos independentes
são “aqueles previstos na Constituição e representativos dos Poderes do Estado (Legislativo,
Judiciário e Executivo), situados no ápice da pirâmide administrativa. Tais órgãos não se encontram
subordinados a nenhum outro órgão e só estão sujeitos aos controles recíprocos previstos no texto
constitucional.” A título de revisão, transcrevo a tabela elaborada pelo referido autor (Op. Cit., p.
91):
a) órgãos independentes;
- Quanto à posição que o órgão
b) órgãos autônomos;
ocupa na escala governamental ou
c) órgãos superiores;
administrativa
d) órgãos subalternos.
a) órgãos federais;
- Em relação ao enquadramento b) órgãos estaduais;
federativo c) órgãos distritais;
d) órgãos municipais.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
administrativas, as quais devem, em todo caso, respeitar os limites estabelecidos pela lei. Em
relação à delegação de competência administrativa, vale lembrar o que dispõe o artigo 13 da Lei
nº 9.784/99, ou seja, não podem ser objeto de delegação os seguintes atos: (1) a edição de atos
de caráter normativo; (2) a decisão de recursos administrativos e (3) as matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.
A avocação é o movimento inverso da delegação, ou seja, pela avocação, o superior traz para si
a atribuição de um agente público subordinado, o que deve ocorrer sempre de forma limitada no
tempo e em casos excepcionais.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Para perceber, de logo, o equívoco da assertiva, bastaria lembrar-se de que a relação de hierarquia
só pode existir entre órgãos integrantes de uma mesma pessoa jurídica, “por isso, a hierarquia
existe em toda e qualquer desconcentração administrativa, seja entre órgãos da Administração
Direta, seja no interior de determinada entidade da Administração Indireta. Entre pessoas jurídicas
distintas, no entanto, em razão da autonomia dessas entidades, não existe hierarquia, mas somente
os controles previstos expressamente na legislação.” (OLIVEIRA, Rafael, Op. Cit., p. 78).
b) a tutela pressupõe a existência de duas pessoas jurídicas, onde uma exerce o controle sobre
a outra (fruto da descentralização administrativa); a hierarquia existe no interior de uma mesma
pessoa (relaciona-se com a ideia de desconcentração); e
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ainda no mesmo tema da questão anterior, há alguns casos em que é possível a interposição de
recurso contra decisão tomada em última instância por determinada entidade da Administração
Indireta, sendo tal apelo dirigido à Administração Direta. Nesses casos, diz-se haver recurso
hierárquico impróprio, isso porque, como vimos de forma detalhada acima, “não há, propriamente,
hierarquia entre pessoas distintas, mas apenas relação de vinculação (controle ou tutela). Como
a tutela não se presume (...), o recurso hierárquico impróprio é medida excepcional e depende,
necessariamente, de previsão legal expressa.” (OLIVEIRA, Rafael. Op. Cit., p. 78).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Enquanto a polícia judiciária se rege pelas normas de Direito Processual Penal, a polícia
administrativa é pautada pelas normas de Direito Administrativo. Quanto ao principal traço
distintivo entre uma e outra, Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que “o que efetivamente
aparta polícia administrativa de polícia judiciária é que a primeira se predispõe unicamente a impedir
ou paralisar atividades anti-sociais enquanto a segunda se preordena à responsabilização dos
violadores da ordem jurídica.” (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.
São Paulo: Malheiros, 2010, p. 835). O referido autor ressalva entendimento doutrinário no sentido
de que, eventualmente, a polícia administrativa pode ter caráter repressivo “contra os danos que
GABARITO: ERRADO
07. A fiscalização de pesos e medidas pode ser citada como exemplo de atuação da polícia
administrativa.
COMENTÁRIO
A doutrina costuma apontar que o poder de polícia administrativa pode ser exercido tanto por meio
de atos normativos (exemplo: portarias) quanto por meio de atos concretos (exemplo: fechamento
de restaurante aberto sem autorização do Poder Público). Outra maneira de exercício do poder
de polícia é a fiscalização, que permite à Administração Pública prevenir os danos que seriam
causados à população. Como exemplos da atividade fiscalizatória, Celso Antônio Bandeira de
Mello (Op. Cit., p. 836) cita “a fiscalização das condições de higiene dos estabelecimentos e casas
de pasto, a vistoria dos veículos automotores para garantia das condições de segurança que
devem oferecer, prevenindo riscos para terceiros (...)”. Exemplifica, ainda, com “a fiscalização
de pesos e medidas por meio da qual o Poder Público se assegura de que uns e outros
competentemente aferidos correspondem efetivamente aos padrões e, com isto, previne
eventual lesão aos administrados, que decorreria de marcações inexatas.” (idem).
GABARITO: CERTO
Em relação ao regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue os itens 08 a 11.
COMENTÁRIO
Quanto à comissão processante, é imprescindível conhecer as regras previstas no artigo 149, caput,
da Lei nº 8.112/90, segundo o qual “o processo disciplinar será conduzido por comissão composta
de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o
do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.” Assim,
é preciso ter em mente, de início, que a comissão é composta por três servidores estáveis. Além
disso, deve-se recordar que o presidente tem que ocupar cargo de mesmo nível ou superior ou ter
nível de escolaridade igual ou superior ao do servidor processado.
A segunda parte da assertiva também está correta, pois a Primeira Seção do STJ já entendeu
que “não é nulo processo administrativo disciplinar – PAD conduzido por servidores que
não possuam estabilidade no atual cargo que ocupam, desde que já tenham adquirido a
estabilidade no serviço público.” (MS 17.583-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
para acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/9/2012).
GABARITO: CERTO
09. João, Procurador Federal, foi cedido pela Advocacia-Geral da União, para atuar como
assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, pelo período de um ano. Durante
o prazo da cessão, quando em exercício naquele Tribunal Superior, João cometeu falta
funcional. O STJ instaurou processo administrativo, colhendo as provas necessárias. Em
seguida, findou o prazo de cessão, retornando João à sua lotação anterior. Nesse caso, o
julgamento e a aplicação de eventual sanção deverão ser feitos pela Advocacia-Geral da
União.
COMENTÁRIO
Pessoal, é muito muito muito importante estar em dia com os informativos de jurisprudência dos
Tribunais Superiores. Para responder a esta questão, bastaria lembrar que, recentemente, o STJ,
citando entendimentos da CGU e da AGU, decidiu que “a instauração de processo disciplinar
contra servidor efetivo cedido deve dar-se, preferencialmente, no órgão em que tenha sido
praticada a suposta irregularidade, mas o julgamento e a eventual aplicação de sanção,
quando findo o prazo de cessão e já tendo o servidor retornado ao órgão de origem, só
podem ocorrer no órgão ao qual o servidor público federal efetivo estiver vinculado.” (MS
21.991-DF, Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, por maioria,
julgado em 16/11/2016, DJe 3/3/2017). Assim, percebam a diferença: a instauração do PAD deve
ser realizada, de preferência, onde a falta foi praticada – até porque ali será muito mais fácil colher
as eventuais provas necessárias. O julgamento, por outro lado, deve ser feito pelo órgão a que se
vincula o servidor. Veja-se, por oportuno, o que apontou o referido julgado: “cessada, contudo, toda
relação do servidor com o órgão cessionário, é natural que qualquer aplicação de penalidade se
dê pelo órgão cedente. Nesse caso, caberia ao órgão cessionário tão somente rescindir o contrato
de cessão e devolver o servidor, além de instaurar o procedimento administrativo disciplinar, que,
como salientado, será julgado pelo órgão cedente.” Nesses casos, haveria verdadeira cisão do
processo administrativo disciplinar.
GABARITO: CERTO
10. Considerando o caso da questão anterior, caso a falta cometida por João seja atingida
pela prescrição, deve constar de seus assentamentos individuais a informação referente à
extinção da punibilidade em virtude da prescrição.
COMENTÁRIO
Eu costumo cobrar essa decisão em todos os cursos de Direito Administrativo, pela importância que
teve. De fato, o STJ (MS 21.598-DF, Rel. Min. Og Fernandes, j. em 10/6/2015) decidiu que “não
deve constar dos assentamentos individuais de servidor público federal a informação de que
houve a extinção da punibilidade de determinada infração administrativa pela prescrição.”
Para entender a discussão, deve-se conhecer o disposto no artigo 170 da Lei 8.112/1990, pelo qual
“extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos
assentamentos individuais do servidor.” Ao declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade deste
dispositivo, o STF consignou o seguinte raciocínio: “o status de inocência deixa de ser presumido
somente após decisão definitiva na seara administrativa, ou seja, não é possível que qualquer
consequência desabonadora da conduta do servidor decorra tão só da instauração de procedimento
apuratório ou de decisão que reconheça a incidência da prescrição antes de deliberação definitiva
de culpabilidade.” (MS 23.262-DF, Tribunal Pleno, publ. em 29/10/2014),
GABARITO: ERRADO
11. Caso o servidor tome posse em cargo público, mas não entre em exercício no prazo de
15 (quinze) dias, sua nomeação será tornada sem efeito.
COMENTÁRIO
Para responder a esta questão, seria necessário lembrar como funciona a sistemática de nomeação,
posse e exercício de cargo público. Como se sabe, a nomeação é uma forma de provimento de
cargo público (em breve, se Deus quiser, será a de vocês!). Publicada a nomeação, o artigo 13, §
1º, da Lei nº 8.112/90, prevê que a posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias e pode, inclusive,
realizar-se mediante procuração específica. Caso o servidor não tome posse, será tornado sem
efeito o ato de provimento, como dispõe o § 6º do referido dispositivo.
Por outro lado, o artigo 15, § 1º, da Lei nº 8.112/20 dispõe que “é de quinze dias o prazo para o
servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.” Quando o
servidor, apesar de ter tomado posse, não entra em exercício no prazo determinado, ocorre
exoneração de ofício, nos termos do artigo 34, parágrafo único, II, do mencionado diploma
legal.
GABARITO: ERRADO
12. O planejamento econômico feito pelo Estado é indicativo, mas não determinante, para o
setor público.
COMENTÁRIO
A alternativa contraria a redação do artigo 174 da Constituição, que assim dispõe: “como agente
normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções
de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado.” De acordo com Rafael Oliveira (Op. Cit., pp. 533-534), “a
expressão setor público envolve as entidades administrativas, de direito público ou de direito privado,
bem como as empresas privadas prestadoras de serviços públicos próprios (ex.: concessionárias
e permissionárias de serviços de transporte e de energia) ou impróprios (ex.: saúde e educação).”
Entretanto, para o setor privado, em respeito à livre-iniciativa, “o planejamento é meramente
indicativo (...), inclusive para as empresas estatais econômicas que se submetem, em regra, ao
mesmo tratamento jurídico dispensado às demais empresas privadas (art. 173, § 1º, II, da CRFB).
Nesse caso, a atividade de planejamento pretende orientar e conformar o mercado, garantindo a
sua racionalidade.”
Notem que este assunto interage diretamente com o assunto de Direito Econômico, tendo sido,
inclusive, tratado, sob o aspecto econômico, na questão 27 desta rodada, pelo Professor Vitor
Veloso.
GABARITO: ERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
13. A União só pode intervir nos estados e no Distrito Federal para repelir invasão de uma
unidade da Federação em outra, desde que haja requisição do STF para tanto.
COMENTÁRIO
Pelo princípio da não intervenção um ente não pode intervir em outro. A intervenção de um ente em
outro é medida de caráter excepcional. Somente fatos de enorme gravidade justificam essa medida
extrema.
Uma das hipóteses previstas no artigo 34 é que a União poderá intervir nos Estados/DF se essa
medida for necessária para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra.
Ex: a Colômbia decide conquistar Tabatinga (AM). Para tanto, o Presidente da República, ao
perceber que está ocorrendo uma das hipóteses de intervenção, deverá decretar a intervenção,
mesmo que não tenha sido solicitada por ninguém. Em outras palavras, a intervenção será
decretada de ofício (de forma espontânea). O Presidente decreta a intervenção por meio de um
Decreto Presidencial que deverá trazer as regras sobre a intervenção (amplitude, prazo, condições).
O Decreto deverá ser submetido à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 24 horas. A
doutrina chama isso de “controle político” da intervenção. Se o Congresso não estiver funcionando,
o Presidente do Senado deverá fazer uma convocação extraordinária.
Assim, não será necessária a requisição do STF para a decretação desta hipótese de intervenção.
GABARITO: ERRADO
14. Não é extensiva aos deputados estaduais a proibição de percepção de qualquer parcela
indenizatória por convocação extraordinária prevista no art. 57, § 7º, da Constituição Federal.
COMENTÁRIO
A CF/88, desde a EC n.º 50/2006, veda que os parlamentares recebam qualquer remuneração pelo
fato de participarem de convocações extraordinárias. Veja o § 7º do art. 57 da CF/88:
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, §
7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Dessa forma, assim como ocorre com os Parlamentares Federais, é vedado o pagamento de
remuneração a Deputados Estaduais pelo fato de terem sido convocados para sessão extraordinária.
GABARITO: ERRADO
15. Conforme dispõem a Constituição Federal e a Lei n.º 5.010, de 30 de maio de 1966 (Lei
que organiza a Justiça Federal de primeira instância), é possível à Justiça Estadual julgar
execuções fiscais propostas pela Fazenda Pública federal (competência delegada).
COMENTÁRIO
A CF/88, como exceção ao art. 109, inciso I da CF, autorizou expressamente no art. 109, § 3°,
que as causas envolvendo a União, suas autarquias, fundações e empresas públicas e uma pessoa
que more em cidade na qual não haja Justiça Federal sejam julgadas pela Justiça Estadual, desde
que exista uma lei prevendo expressamente essa hipótese. Confira:
Art. 109 (...) § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio
dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também
processadas e julgadas pela justiça estadual.
Conforme o § 3º do art. 109 da CF, esta autoriza o legislador infraconstitucional a prever exceções
ao inciso I do art. 109 para facilitar o acesso à Justiça em favor de pessoas que litigam contra a
Administração Pública federal e que moram em cidades sem Justiça Federal. A isso chamamos de
competência delegada.
Art. 15. Nas Comarcas do interior onde não funcionar Vara da Justiça Federal (artigo
12), os Juízes Estaduais são competentes para processar e julgar: I - os executivos
fiscais da União e de suas autarquias, ajuizados contra devedores domiciliados nas
respectivas Comarcas;
Contudo, a Lei n.º 13.043/2014 revogou o inciso I do art. 15 da Lei n.º 5.010/66. Logo, a partir
de agora, se a União, suas autarquias e fundações ajuizarem execução fiscal elas serão sempre
processadas e julgadas pela Justiça Federal, mesmo que o executado more em uma comarca do
interior onde não funcione vara da Justiça Federal. Desse modo, não mais existe a competência
delegada no caso de execuções fiscais propostas pela Fazenda Pública federal.
GABARITO: ERRADO
deve ser feita de forma sistemática, afastando-se aparentes antinomias entre as regras e
os princípios que a compõem, razão por que não devem ser consideradas contraditórias a
norma constitucional que veda o estabelecimento de distinção pela lei entre os brasileiros
natos e os naturalizados e a norma constitucional que estabelece que determinados cargos
públicos devam ser privativos de brasileiros natos.
COMENTÁRIO
Pelo Princípio da Unidade da Constituição podem ser extraídas 3 lógicas interpretativas das normas
constitucionais, a saber:
GABARITO: CERTO
17. Quando é proposta uma ADI no STF contra lei federal ou estadual o parâmetro que será
analisado pelo Tribunal é a Constituição Federal.
COMENTÁRIO
Quando falamos em “parâmetro”, queremos dizer quais serão as normas da Constituição que
serão analisadas para sabermos se a lei ou o ato normativo atacado realmente as violou. Em
outras palavras, parâmetro são as normas que servirão como referência para que o Tribunal
analise se determinada lei é ou não inconstitucional. Se a lei está em confronto com o parâmetro,
ela é inconstitucional. O parâmetro Constituição Federal inclui as normas originárias, emendas
constitucionais, normas do ADCT e tratados internacionais de direitos humanos aprovados por 3/5
dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação. Desta forma,
quando o autor propõe uma ADI no STF contra determinada lei, ele está dizendo que esta lei
viola a CF/88 (parâmetro).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Exemplos: (a) embora a Constituição Federal tenha instituído imunidades especiais ao Presidente
da República (§§ 3° e 4° do art. 86), silenciando-se quanto a outras autoridades, o STF entendeu
que se trata de um “silêncio eloquente”, pelo que mesmo constituições estaduais e a LODF estão
proibidas de estender tais imunidades, seja aos próprios Governadores (v. ADln 978/PB), seja a
outras autoridades; (b) a despeito do vazio normativo sobre a matéria, o STF entende inválidas
as constituições estaduais na parte em que atribuem aos tribunais de justiça competência para
desempenhar controle abstrato da constitucionalidade de atos normativos municipais em face da
Constituição Federal.
Não se trata, portanto, de algum tipo de lacuna jurídica, senão de uma norma implícita (proibitiva)
que se extrai da falta de disposição normativa a respeito de certa matéria. Exatamente por isso,
detectado um “silêncio eloquente”, consideram-se inválidas todas as tentativas infraconstitucionais
de preenchimento (colmatagem) ou de integração do vazio deixado pelo constituinte. Exemplo:
no RE 130.552/RE, por enxergar um silêncio eloquente no art. 114 da Constituição, a 1ª Turma
do STF reputou inviável o uso da analogia para incluir, na competência da Justiça do Trabalho, as
causas referentes ao recolhimento de contribuições estipuladas em convenção ou acordo coletivo
de trabalho.
GABARITO: CERTO
19. Para o STF, o Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando se verifica a existência
de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela
inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a
conjuntura, de modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público e
a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação inconstitucional.
COMENTÁRIO
O STF, no julgamento da ADPF 347 MC/DF, reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive
um “Estado de Coisas Inconstitucional”, com uma violação generalizada de direitos fundamentais
dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis
e desumanas.
Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito Federal.
Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a
resolver o problema e monitorar os resultados alcançados.
Diante disso, o STF, em ADPF, concedeu parcialmente medida cautelar determinando que:
• a União libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário
Nacional para utilização na finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos
contingenciamentos.
Na ADPF havia outros pedidos, mas estes foram indeferidos, pelo menos na análise da medida
cautelar.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Segundo dispõe o art. 24, incisos I e II, da CF, compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre direito financeiro e orçamentário. Os Estados exercerão
a competência suplementar (específica), cabendo à União estabelecer normas gerais que, não
promulgada, conferem aos Estados Membros a competência legislativa plena. A superveniência
de lei federal (norma geral) suspende a eficácia da lei estadual anterior, conforme define os artigos
24, §§ 1º a 4º da CF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
II - orçamento;
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
GABARITO: CERTO
21. Não é possível que o STF, ao julgar Mandado de Segurança impetrado por parlamentar,
exerça controle de constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o
declare inconstitucional, determinando seu arquivamento, não havendo exceções.
COMENTÁRIO
Conforme decisão do STF no MS 32033/DF, em regra não é possível que o STF, ao julgar MS
impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de projeto que tramita no
Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu arquivamento.
Contudo, existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura:
b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com
violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A conclusão exposta nesta SV 38 já era prevista expressamente em uma súmula “comum” do STF,
a súmula 645 do STF (de 24/09/2003) e que tem exatamente a mesma redação. Desse modo, o
objetivo do STF foi o de reafirmar que o entendimento do enunciado 645 continua válido atualmente
e, além disso, conferir efeito vinculante a ele, fazendo com que se torne obrigatório para todos os
demais órgãos do Poder Judiciário e para a administração pública.
Contudo, tanto o STJ quanto o STF entendem que as leis municipais não podem estipular o horário
de funcionamento dos bancos.
A competência para definir o horário de funcionamento das instituições financeiras é da União. Isso
porque esse assunto (horário bancário) traz consequências diretas para transações comerciais
intermunicipais e interestaduais, transferências de valores entre pessoas em diferentes partes
do país, contratos etc., situações que transcendem (ultrapassam) o interesse local do Município.
GABARITO: ERRADO
23. O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público
não tem direito subjetivo à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem
de classificação, embora aprovado fora do número de vagas, for convocado para vaga
surgida posteriormente e manifestar desistência.
COMENTÁRIO
O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público tem direito
subjetivo à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem de classificação,
embora aprovado fora do número de vagas, for convocado para vaga surgida posteriormente e
manifestar desistência.
Nessa hipótese, a administração, por meio de ato formal, manifesta necessidade e interesse no
preenchimento da vaga, de tal sorte que a convocação de candidato que, posteriormente, manifesta
desinteresse, não gera somente expectativa de direito ao candidato posterior, mas direito subjetivo.
O ato administrativo que cria novas vagas para aquele cargo adita o edital inaugural, necessitando
preencher os mesmos requisitos de validade e produzindo os mesmos efeitos jurídicos com relação
aos candidatos. Assim, se o ato de convocação, perfeito, válido e eficaz, encontra motivação
nas novas vagas ofertadas, não há fundamento para se diferenciar o entendimento aplicável
às mencionadas categorias de candidatos, à luz dos princípios constitucionais da isonomia, da
moralidade e da legalidade. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 41.031-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 18/8/2015.
GABARITO: ERRADO
24. Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma Lei
Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios
COMENTÁRIO
O art. 18, § 4º, da CF/88 estabelece quatro requisitos para que Municípios sejam criados,
incorporados, fundidos ou desmembrados:
a) Lei Complementar Federal: o Congresso Nacional deverá editar uma Lei Complementar
estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios poderão ser criados, incorporados,
fundidos ou desmembrados;
c) Plebiscito: a população dos Municípios envolvidos deverá ser consultada previamente por meio
de um plebiscito;
d) Lei estadual: uma vez realizado o estudo de viabilidade municipal e tendo a população aprovado
a formação do novo Município, será editada uma lei estadual criando, incorporando, fundindo ou
desmembrando os Municípios.
Assim se resume:
- A partir da EC 15/1996, nenhum Município pode ser criado, incorporado, fundido ou desmembrado,
considerando-se que não existe ainda a Lei Complementar Federal de que trata o § 4º do art. 18
da CF/88, sendo esse dispositivo norma constitucional de eficácia limitada (depende de lei para
produzir todos os seus efeitos);
GABARITO: CERTO
25. O governo de determinado Estado da Federação publicou medida provisória (MP) que
altera dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em protesto contra
a referida MP, alguns estudantes do ensino médio do estado ocuparam as escolas públicas,
impedindo que os demais alunos frequentassem as aulas. O Ministério Público estadual
ingressou com medida judicial requerendo a imediata reintegração e desocupação das
escolas invadidas. A medida judicial requerida foi deferida por um juiz de primeiro grau que
tomou posse há vinte meses.
O juiz agiu corretamente ao deferir a medida judicial, uma vez que a conduta dos alunos
não encontra amparo no direito fundamental à liberdade de expressão e de livre reunião e
manifestação.
COMENTÁRIO
Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, visto que encontram limites nos
demais direitos igualmente consagrados pelo texto constitucional. É essa a orientação adotada
pelo Supremo Tribunal Federal, didaticamente sintetizada pelo Ministro Celso de Mello nestes
termos: “Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de
caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas
do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por
parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde
que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das
liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas – e considerado o
substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica,
destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a
coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em
detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros.” MS 23.452/
RJ, rei. Min. Celso de Mello, DJ 12.05.2000.
GABARITO: CERTO
DIREITO ECONÔMICO
COMENTÁRIO
Prezados alunos, a questão se encontra errada. Embora o texto do art. 149, da CF, disponha ser
necessária a observância do art. 146, III, isso não quer dizer que somente lei complementar pode
instituir tais contribuições.
(...)
Na verdade, a referência diz respeito a sua sujeição à lei complementar que disponha sobre normas
gerais. Além disso, esse tipo de contribuição não pode ser confundida com impostos, sobre os
quais há regra específica para a criação de novos não previstos no art. 153, da CF. In verbis:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
Esse entendimento foi fixado pelo STF em diversos julgados. Trago trecho de um bastante elucidativo:
“(...). É desnecessária a instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico por lei
complementar. A remissão do art. 149 da CF/88 ao art. 146, inciso III, diz respeito ao conteúdo, não
à forma legislativa válida para a instituição das contribuições de intervenção no domínio econômico,
ou seja, podem ser criadas por lei ordinária, observadas as prescrições da lei complementar
de normas gerais. A lei complementar somente é imprescindível quando se tratar de impostos
discriminados, não se aplicando, portanto, às contribuições. (...)” (STF - RE: 564901 RJ, Relator:
Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Publicação: DJe-231 DIVULG 09/12/2009 PUBLIC 10/12/2009)
GABARITO: ERRADO
27. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este indicativo para o
setor público e para o setor privado.
COMENTÁRIO
Trata-se de reprodução de parte do art. 174, da Constituição Federal, que aborda a questão da
intervenção indireta do Estado na economia, na sua atuação como agente regulador e normatizador.
A questão encontra-se errada ao apontar que o planejamento também é indicativo para o setor
público, ao contrário do que prevê o dispositivo constitucional. Vejamos:
O Brasil adotou a ideia de um Estado Regulador que atuará nas situações de anormalidade do
mercado para promover o bem-estar econômico da população. Esse conceito é bem desenvolvido
pelo professor Marçal Justen Filho (2010, p. 656, apud Del Masso, Fabiano, p. 102):
Para sua atuação domo Estado Regulador a Constituição (art. 174) prevê o uso de três funções
básicas, resumidas adiante:
• Incentivo: trata-se do indicador da direção que os agentes econômicos devem tomar, sempre
que o Estado entender por bem que a concessão de um benefício, vantagem ou estímulo sejam
necessários para desenvolver determinada atividade e cujo benefício alcance os interesses
públicos.
(Masso, Fabiano Del, 1971- Direito econômico esquematizado / Fabiano Del Masso. – 2.
ed. rev. e atual. – p.101-103. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A questão reproduz dois trechos da Lei nº 12.529/2011 que tratam da organização da Procuradoria
Federal junto ao CADE. Como vocês sabem, essa autarquia federal possui papel central no
Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, formado ainda pela Secretaria de Acompanhamento
Econômico do Ministério da Fazenda (art. 3º da Lei 12.529/2011). Por essa razão, é necessário
conhecer bem esses dispositivos que estarão no dia-a-dia do trabalho de vocês, futuros Procuradores
Federais.
A primeira parte da questão está correta, trata-se de uma das competências da Procuradoria
Federal do CADE, nos termos do art. 15, I, da Lei nº 12.529/2011:
Por outro lado, a segunda parte trouxe dois pontos equivocados. Primeiramente, o requisito
etário é de 30 (trinta) anos para que se ocupe o cargo de Procurador-Chefe. Além disso, não há
a necessidade que o ocupante tenha mais de 10 (dez) anos de efetiva atividade profissional (não
confundam com o quinto constitucional). O que torna a questão errada.
Notem, ainda, que para ocupar o cargo de Procurador-Chefe não é necessário que o indicado seja
membro da carreira, basta que cumpra os requisitos do art. 16, da Lei nº 12.529/2011. Entretanto,
seu eventual substituto deve ser integrante da Procuradoria Federal Especializada (§ 4º).
GABARITO: ERRADO
29. É plenamente válida lei municipal que impeça a instalação de estabelecimentos comerciais
do mesmo ramo em determinada área, visto que é possível ao Poder Público estimular
o desenvolvimento de outras localidades do município para melhorar o atendimento e o
acesso a certos serviços pela população.
COMENTÁRIO
Essa prática era muito comum para a restrição do funcionamento de farmácias, o que fez a Corte
Suprema ser acionada em diversas ocasiões. Trago um julgado bastante interessante que explica
bem essa situação.
Por essa razão sua jurisprudência consolidou-se no sentido que essa prática viola diversos preceitos
da ordem econômica, em especial a livre concorrências. Razão pela qual foi editada a Súmula nº
646, posteriormente convertida na Súmula Vinculante nº 49:
SV 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
GABARITO: ERRADO
DIREITO FINANCEIRO
COMENTÁRIO
A assertiva está errada, pois o mecanismo orçamentário utilizado para estipular, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital é a Lei do Plano Plurianual (PPA).
Dessa sorte, o § 1º do art. 165 dispõe que “A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá,
de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada.”.
De acordo com a Constituição, o PPA deve cuidar de dois tipos específicos de despesas públicas:
i) despesas de capital (aquelas que resultam na majoração do patrimônio líquido da Administração
Pública) e ii) as despesas de duração continuada (aquelas que ultrapassam um exercício financeiro).
Veja-se que o PPA não se ocupa das chamadas despesas correntes, voltadas à manutenção da
máquina pública.
Acrescente-se que o PPA tem duração de 04 (quatro) anos, cuja regra se acha inscrita no art. 35,
§ 2º, I, do ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, valendo tal disposição até que
seja editada a lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I, da Constituição Federal.
DICA: Para facilitar a memorização do candidato, dizemos que o Plano Plurianual (PPA) trata do
“DOM” = diretrizes, objetivos e metas.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Como se sabe, diante das peculiaridades da Fazenda Pública, cujo termo refere-se à União,
Estados, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas, não há
expropriação na execução contra ela intentada, devendo o pagamento submeter-se à sistemática
do precatório (ou à requisição de pequeno valor – RPV).
Em um contraponto ao que ocorre nas execuções contra particulares, que têm por finalidade
específica expropriar bens do devedor para satisfazer o credor, “a doutrina defende não haver,
propriamente, uma execução contra a Fazenda Pública, estando a sentença condenatória contra
ela proferida despida de força executiva, justamente por não serem penhoráveis os bens públicos”.
(CUNHA, Leonardo José Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 5ª ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Dialética, 2007, p. 233).
A regra está insculpida no art. 100 da Constituição Federal, determinando que “Os pagamentos
devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença
judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e
à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim”, na redação dada pela EC 62/2009.
Contudo, há que se constatar que entre essas entidades jurídicas existem aquelas que não atuam
em mercado sujeito à concorrência (não exercem suas atividades em competição com pessoas
jurídicas privadas) e, além disso, não permitem a acumulação ou a distribuição de lucros.
Essas especificidades permitem que as sociedades de economia mista que apresentem essas
características, em relação ao serviço público que prestam, sejam afastadas das regras aplicadas
ao regime de execução comum às empresas controladas pelo setor privado.
Em outras palavras, a sociedade de economia mista que presta serviço público em ambiente não
concorrencial deve ter as execuções contra ela processadas pelo regime de precatório.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Destarte, as execuções ajuizadas contra essas entidades devem seguir as regras comuns às
pessoas jurídicas de direito privado, com a expropriação de bens para o pagamento do credor.
O Supremo, embora tenha consignado que os “conselhos de fiscalização profissional são autarquias
especiais — pessoas jurídicas de direito público, que se submetem à fiscalização do Tribunal de
Contas da União (TCU) e ao sistema de concurso público para a seleção de pessoal”, reconheceu
uma característica essencial para afastá-los do regime de precatórios, qual seja, “eles não
participam do orçamento público, não recebem aporte do Poder Central”. (RE 938837/SP, rel. orig.
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19.4.2017 – Informativo 861).
Logo, não é possível considerar esses conselhos como Fazenda Pública, tampouco seria possível
incluí-los no regime do art. 100 da Constituição Federal (RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin,
red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19.4.2017 – Informativo 861).
GABARITO: ERRADO
No que diz respeito aos estágios para realização da despesa pública previstos na Lei nº
4.320/1964, julgue o item subsecutivo.
COMENTÁRIO
A assertiva está correta, pois a jurisprudência do STJ reconhece que a nota de empenho
encerra natureza jurídica de título extrajudicial, dotada de liquidez, certeza e exigibilidade,
representando documento idôneo para fundamentar a ação de execução contra o Poder
Público, uma vez que é suficiente para comprovar a existência da dívida. Entendimento consignado
no AgRg no REsp 1167728/RR, Relator Ministro Benedito Gonçalves, DJe 13/04/2012.
Pois bem. O empenho é o primeiro estágio para realização da despesa pública e é conceituado
pela doutrina como “ato administrativo emanado da autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento e condição (art. 58 da Lei nº 4.320/46.”
(FERRAZ, Luciano; GODOI, Marciano Seabra de; SPAGNOL, Werther Botelho. Curso de Direito
Financeiro e Tributário. 2ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2017, p. 56). Essa criação da despesa
deve ser interpretada como um ato de certificação, isto é, de reconhecimento da obrigação
assumida pelo Poder Público. Em outros termos, dizemos que o empenho é o ato que garante
que a despesa a ser efetuada contará com a necessária cobertura orçamentária.
Assim, empenhada a despesa, fica destacada e reservada, na dotação orçamentária, uma quantia
para pagamento futuro da obrigação assumida pela Poder Público.
Com efeito, para cada ato de empenho é emitido um documento denominado nota de empenho.
Esse documento “indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa, bem
como a dedução desta do saldo da dotação própria”, nos termos do art. 61 da lei em referência.
Veja-se, pois, que a nota de empenho dispõe dos requisitos necessários para instruir uma ação
executiva e, sendo assim, caso o Poder Público não pague determinada despesa registra em
uma nota de empenho, pode o credor valer-se desse documento para exigir o adimplemento da
obrigação.
GABARITO: CERTO
DIREITO TRIBUTÁRIO
34. Um dos fatores essenciais para a diferenciação das espécies tributárias, de acordo com
a teoria da pentapartição de classificação dos tributos, é a destinação legal do produto de
sua arrecadação.
COMENTÁRIO
A Teoria da Pentapartição, por sua vez, foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal, entendendo,
assim, serem espécies tributárias além dos Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria, os
Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais. Do ponto de vista doutrinário, é necessário
fazer uma importante observação. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 4º, dispõe sobre
a irrelevância da denominação e demais características formais adotadas pela lei, bem como da
destinação legal do produto da sua arrecadação para definição da natureza jurídica específica do
tributo. No entanto, ao se analisar os Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais,
observa-se que, muitas vezes, apenas é possível diferenciá-los de outras espécies tributárias pelo
seu nome ou pela destinação de sua arrecadação. Por este motivo, a doutrina majoritária entende
que, para que se possa considerar tecnicamente viável a classificação pentapartida, deve-
se interpretar que o mencionado artigo 4º, do CTN, foi parcialmente não recepcionado pela
Constituição Federal de 1988, não sendo aplicável a essas duas espécies tributárias. Assim,
a destinação legal do produto da arrecadação é elemento essencial de diferenciação das espécies
tributárias para aplicação da referida classificação.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Conforme expressa previsão do referido normativo, a possibilidade dada ao Fisco deve observar
“os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. Assim, neste ponto, encontra-se
incorreta a assertiva, ao remeter à necessidade de Lei Complementar.
Frise-se, ainda, que, de fato, o entendimento doutrinário é no sentido de que referida norma
não possui aplicação enquanto não edita a lei ordinária que estabeleça os necessários
procedimentos. Este é, a título de exemplo, o entendimento de LEANDO PAULSEN (Curso
de direito tributário completo – 8.ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. P.212), “a norma do art. 116,
parágrafo único, do CTN remete à observância dos procedimentos “a serem estabelecidos em lei
ordinária”. Mas o legislador ainda não se desincumbiu de tal mister”; EDUARDO SABBAG (Manual
de direito tributário – 9. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. p.929), “por fim, registre-se que a norma
do parágrafo único do art. 116 do CTN somente terá vigência plena quando entrar em vigor a lei
ordinária a que se refere. Sabe-se que o dispositivo tem sua aplicação dependente da edição
dessa lei ordinária, que deverá disciplinar os procedimentos a serem observados pela autoridade
GABARITO: ERRADO
36. Corresponde à ação judicial de natureza cautelar, que apenas pode ser proposta pela
Fazenda Pública Federal, com o intuito de pleitear o reconhecimento de fraude à execução
fiscal para garantir a efetividade do crédito tributário.
COMENTÁRIO
A medida cautelar fiscal, também denominada de ação cautelar fiscal, corresponde a uma ação
com natureza cautelar, de rito especial, que pode ser proposta pela Fazenda Pública da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em face dos sujeitos passivos,
sendo regulamentada pela na Lei nº 8.397/92, aplicada em âmbito nacional. Neste ponto,
já se encontraria incorreta a assertiva, a qual ainda padece de outros erros. Com o seu escopo
acautelatório, o que se busca com referida ação é garantir a efetividade da execução fiscal
de crédito tributário ou não tributário, possibilitando a futura quitação dos débitos, através de
medidas que obstam determinas práticas lesivas ao fisco. Em linhas gerais, a Fazenda Pública,
quando constata uma situação em que o contribuinte age de forma a prejudicar a recuperação do
crédito público, como a dilapidação do seu patrimônio ou a tentativa de se ausentar para não pagar
o débito, por exemplo, ingressa com a medida cautelar fiscal, com o objetivo de que o Judiciário
decrete a indisponibilidade dos bens do requerido, impedindo, assim, qualquer dilapidação
patrimonial e a frustação da respectiva execução fiscal. O objeto da medida não se relaciona
com o instituto da fraude à execução fiscal, previsto no artigo 185, do Código Tributário
Nacional, o qual, para ser reconhecido, basta seja realizado requerimento, por simples petição na
execução fiscal, buscando a declaração da ineficácia do negócio jurídico praticado após a inscrição
do crédito tributário em dívida ativa, dispensando, assim, o ajuizamento de qualquer ação.
GABARITO: ERRADO
37. Pode ser incidental ou preparatória, sendo que, neste caso, a execução fiscal deve ser
proposta no prazo de 60 dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na
esfera administrativa.
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
38. A adoção da data da inscrição em dívida ativa como marco para aplicação do instituto da
fraude à execução fiscal apenas se aplica às execuções fiscais ajuizadas posteriormente à
vigência da LC nº 118/2005.
COMENTÁRIO
Em sua redação original, o CTN dispunha que “presume-se fraudulenta a alienação ou oneração
de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública
por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução”. Assim, para
o reconhecimento da fraude à execução fiscal, seria necessário que a alienação ou oneração de
bens e rendas fosse realizada quando o crédito já se encontrasse inscrito em dívida ativa, sendo
cobrado através de execução fiscal e tendo o executado sido devidamente citado.
A LC nº 118/2005 trouxe importante alteração para o instituto, que acabou por fortalecer a proteção
ao crédito tributário. De acordo com a nova redação, “presume-se fraudulenta a alienação ou
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa”. Ou seja, se o devedor, ainda
que não exista qualquer processo de execução fiscal ajuizado, proceder à alienação ou oneração
de seus bens ou renda posteriormente à inscrição de seu débito em dívida ativa, sem reservar
patrimônio suficiente ao total pagamento do débito (parágrafo único do 185, do CTN), poderá sofrer
os efeitos do reconhecimento da fraude.
Para seu reconhecimento, deve o exequente, através de simples petição, nos autos da execução
fiscal, demonstrar o cumprimento de seus requisitos (oneração ou alienação posterior à inscrição e
inexistência de outros bens suficientes à totalidade do débito), requerendo a ineficácia do negócio
jurídico praticado entre o executado e terceiros perante à Fazenda Pública. Assim, embora o
negócio jurídico seja válido e gere efeitos perante as celebrantes, é ineficaz perante a
Fazenda, podendo o bem negociado, por exemplo, ser penhorado para garantir a execução fiscal
e levado à leilão.
citação na execução fiscal para caracterizar a fraude; se praticado após 08.06.2005, o negócio
é fraudulento se realizado após a inscrição em dívida ativa, independentemente da existência
de execução fiscal. Assim, ao contrário do que afirma a assertiva, é irrelevante a data de
ajuizamento da execução fiscal (se anterior ou posterior à LC nº 118/2005) para aplicação
do instituto, podendo-se aplicar a processo anteriormente ajuizado, desde que o negócio
jurídico tenha sido celebrado após a vigência da nova redação.
GABARITO: ERRADO
39. A Certidão de Dívida Ativa (CDA) consiste em título executivo extrajudicial, que goza
de presunção de certeza e liquidez, e tem o efeito de prova pré-constituída, podendo se
constituir em um único documento, juntamente com a petição inicial da execução fiscal.
COMENTÁRIO
A CDA consiste em título executivo extrajudicial (art. 784, do CPC), apto a lastrear o ajuizamento
da execução fiscal. Inscrito o débito em dívida ativa e não havendo o correspondente pagamento
ou outra causa apta a extingui-lo ou suspender a sua exigibilidade, é extraída a respectiva CDA e
emitida a petição inicial da execução fiscal, possibilitando o consequente ajuizamento do feito no
escopo de recuperar o crédito público. Frise-se, inclusive, que, por disposição do artigo 6º, § 2º,
da Lei de Execuções Fiscais, a petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir
um único documento, preparado inclusive por processo eletrônico.
GABARITO: CERTO
40. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, existindo vícios de ordem material
ou formal, é direito da Fazenda Pública substituir a CDA até a prolação da sentença dos
embargos à execução, desde que isto não implique a modificação do sujeito passivo da
execução fiscal.
COMENTÁRIO
Uma importante discussão acerca da Certidão de Dívida Ativa decorre das previsões legais
contidas no artigo 203, do Código Tributário Nacional, e 2º, § 8º, da Lei de Execuções Fiscais. De
acordo com o CTN, a omissão de quaisquer dos requisitos do termo de inscrição, ou o erro a eles
relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a
nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão
nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado, o prazo para defesa, que somente
poderá versar sobre a parte modificada. Já para a Lei de Execuções Fiscais, até a decisão de
primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao
executado a devolução do prazo para embargos.
Nota-se, assim, que, constatado eventual vício de omissão dos requisitos, erro, etc., possui
a Fazenda até a decisão de primeira instância (dos embargos à execução), para emendar ou
substituir a CDA, devolvendo o prazo ao executado. Pela leitura dos dispositivos, vê-se que o
CTN é mais restritivo, determinando que, devolvido o prazo de embargos, estes só poderão versar
sobre a parte modificada. A diferença nos normativos ocasionou discussões doutrinárias,
havendo três correntes sobre assunto, cujo conhecimento é imprescindível para eventual
questão subjetiva em concursos públicos: 1) a matéria é de cunho eminente processual, não
havendo reserva de lei complementar, de forma que a redação do CTN fora derrogada pela da
LEF, que lhe é posterior. Assim, entende-se que não há limitações nos embargos; 2) o CTN, por ser
Lei Complementar, prevalece sobre a LEF. Desta forma, em relação aos créditos tributários, há a
limitação nos embargos. Já, em relação aos créditos não tributários, aplicar-se-ia a LEF; 3) seja o
crédito tributário ou não, caso o interessado não tenha embargado ou o tenha apenas para alegar
a nulidade do título, após a substituição, poderá se manifestar de forma ampla. Assim, a restrição
do artigo 203, do CTN, só se aplicaria quando o interessado tivesse se manifestado sobre toda a
matéria nos primeiros embargos.
A previsão dos mencionados artigos deve ser estudada, ainda, em conjunto com a Súmula 392/
STJ, segundo a qual “a Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA)
até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou
formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”. Ou seja, o STJ reafirma o que
dispõe o CTN e a LEF, vedando, no entanto, que tal substituição implique a modificação do sujeito
passivo. Tal enunciado surgiu a partir de diversos julgados que entenderam inviável a pretensão de
Fazenda Municipal que, ao descobrir que imóveis haviam sido alienados, pretendiam a substituição
do sujeito passivo que constava originalmente na CDA pelo adquirente, para cobrança do IPTU.
O sentido da Súmula é vedar que alteração/substituição da CDA ocorra em casos em que se
faria necessária não apenas uma correção do título, mas uma alteração do próprio lançamento. A
GABARITO: CERTO
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
COMENTÁRIO
Trata-se de mais um entendimento jurisprudencial que com certeza deve ser cobrado na sua prova.
A decisão proferida pelo STF decorreu do julgamento da medida cautelar solicitada nos autos da
ADI 5357 (Informativo 829), pretendendo a suspensão do artigo 28, § 1º, e do artigo 30, ambos da
Lei Federal n.º 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência, na parte que incluem instituições
privadas de ensino em seus comandos, in verbis:
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar:
[...]
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos
pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas
e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:
Depreende-se que referidos dispositivos impuseram uma série de ônus às instituições privadas de
ensino, que alegaram a inconstitucionalidade de tais normas em razão, principalmente, da suposta
afronta ao princípio da livre iniciativa, preconizado no artigo 170, da CF/88, bem como porque seria
dever do Estado oferecer atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
conforme previsto no art. 208, III, da CF/88.
O STF entendeu, dentre outros fundamentos, que o artigo 24 da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, internalizada com hierarquia de emenda constitucional por meio do
Decreto n. 6.949/2009, ao exigir que os Estados signatários promovam um sistema educacional
inclusivo em todos os níveis sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades,
vinculou também as instituições privadas de ensino, sendo legítimas, portanto, as disposições da
Lei Federal n.º 13.146/2015 questionadas.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O artigo 9º, inciso IX, e o artigo 80, §§ 1º e 2º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei
Federal n.º 9.394/1996, dispõem que cabe à União credenciar e fiscalizar as instituições de ensino
que oferecem programas de educação à distância:
(...)
(...)
Logo, o interesse da União neste tipo de demanda é evidente, atraindo a competência da Justiça
Federal, nos termos do artigo 109, inciso I, da CF/88.
Cumpre, ainda, prosseguir na explicação da Súmula 570-STJ, rememorando que a matéria tem
como substrato o julgamento do REsp 1344771/PR, submetido à sistemática de recurso repetitivo,
GABARITO: CERTO
43. João deseja receber benefício de aposentadoria por invalidez como segurado especial
da Previdência Social. Todavia, quando do requerimento administrativo, João foi informado
de que o seu pedido foi indeferido, pois não comprovou sua qualidade de segurado especial,
uma vez que, durante o período de carência, teve empregados contratados de forma
permanente que lhe prestavam serviço rural, bem como explorou atividade turística em sua
propriedade rural por 140 dias ao ano. Desse modo, agiu corretamente o INSS ao indeferir o
pedido administrativo de João.
COMENTÁRIO
Os segurados definidos pela Lei nº 8.213/91 como especiais, para ter direito à aposentadoria por
invalidez, por exemplo, não necessitam recolher contribuições ao RGPS. Deles, exige-se que
comprovem, mediante início de prova material, pelo número de meses necessário para gozar de
determinado benefício, ou seja, pelo número de meses correspondente à carência do benefício
que pretendem receber, ter exercido a atividade rural em regime de economia familiar. Para
que o candidato resolva a questão, deve estar atento ao teor do inciso VII do art. 11 da Lei nº
8.213/91, que trata da conceituação do segurado especial. Dispõe referido inciso que segurado
especial é a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a
ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de terceiros, desenvolva a atividade de (a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor,
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que (1) explore
atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais, ou (2) de seringueiro ou
extrativista e que desenvolva suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº
9.985/2000 e faça dessas atividades o principal meio de vida; ou desempenhe a atividade de (b)
pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio
de vida desde que não utilize embarcação ou utilize embarcação de pequeno porte; ou, ainda, (c)
seja cônjuge, companheiro ou filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado do
produtor ou do pescador artesanal desde que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar
respectivo. A própria Lei nº 8.213/91 cuida de definir o que se entende como regime de economia
familiar em seu art. 11, § 1º. Refere que é a atividade em que o trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é
exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados
permanentes. Portanto, cotejando-se o enunciado da questão trazida acima com o teor do inciso
VII c/c o § 1º, ambos do art. 11 da Lei nº 8.213/91, verifica-se que João não se trata de segurado
especial, uma vez que possuía empregados de modo permanente, ou seja, não contava com
o auxílio eventual de terceiros, mas, sim, com a utilização de empregados continuamente.
Deve-se observar que a Lei nº 8.213/91, em seu art. 11, § 7º, dispõe que o grupo familiar poderá
fazer uso de empregados, porém especifica que eles devem ser contratados por prazo determinado
ou devem ser trabalhadores eventuais e, em qualquer hipótese, não podem ser utilizados por
período superior a 120 dias, corridos ou intercalados, por ano civil ou, ainda, por tempo equivalente
em horas de trabalho. Frederico Amado (Curso de direito e processo previdenciário. Salvador:
Juspodium, 2017, p. 296), ao comentar a contratação de terceiros para auxiliarem o segurado
especial destaca que, dessa forma, “é possível que um segurado especial contrate uma pessoa/ano
por até 120 dias, duas pessoas/ano por até 60 dias, três por até 40 dias, e assim sucessivamente”.
O § 7º do art. 11 da Lei nº 8.213 ressalva que nesse período de 120 dias não é computado o
tempo de afastamento do empregado ou trabalhador eventual em virtude de recebimento de
auxílio-doença. Ainda, o candidato para solucionar a questão, deve ter em mente o disposto no
§ 8º do art. 11 da Lei nº 8.213/91, que elenca situações que não descaracterizam a condição de
segurado especial. Dentre elas, consta que, se o segurado especial explorar atividade turística da
propriedade rural, inclusive com hospedagem, ela deverá ocorrer por não mais de 120 dias ao ano.
Essa regra foi introduzida pela Lei nº 11.718/08 na Lei nº 8.213/91, uma vez que, antes, não havia
limitador objetivo do período em que o segurado especial poderia desenvolver atividade urbana
conservando a qualidade de segurado especial. Assim, a partir de 23 de junho de 2008, data da
publicação da Lei nº 11.718, adota-se o critério de 120 dias por ano, sejam corridos ou intercalados:
“(...) 3. A partir do advento da Lei 11.718/08 (...) o legislador possibilitou a manutenção da qualidade
de segurado especial quando o rurícola deixar de exercer atividade rural por período não superior a
cento e vinte dias do ano civil, corridos ou intercalados, correspondentes ao período de entressafra.
Todavia, a referida regra, mais gravosa e restritiva de direito, é inaplicável quando o exercício da
atividade for anterior à inovação legal. (...)” (AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.354.939-CE).
Desse modo, analisando-se o caso sob comento, tem-se que João explorou atividade turística em
sua propriedade rural por 140 dias ao ano extrapolando o disposto no citado § 8º. Portanto, João
teve descaracterizada sua condição de segurado especial. Assim, agiu corretamente o INSS
ao indeferir o benefício e a assertiva está correta.
GABARITO: CERTO
44. Para efeito de aposentadoria especial de professores, não mais se computa o tempo de
serviço prestado fora da sala de aula.
COMENTÁRIO
A aposentadoria por tempo de contribuição, nos termos do § 7º do art. 201 da CF/88, será devida
ao homem com 35 anos de contribuição e à mulher com 30 anos de contribuição, desde que
preenchida a carência de 180 contribuições mensais, exceto quanto aos segurados filiados ao
regime previdenciário pretérito, caso em que deverá ser observada a tabela de transição de
carência do art. 142 da Lei nº 8.213/91. Todavia, nos termos do § 8º do art. 201 da CF/88, o tempo
mínimo de contribuição será reduzido em 5 anos para o professor que comprovar exclusivamente
tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio,
ou seja, na educação básica. Excluído está, portanto, o tempo de magistério no ensino superior
desde a EC 20/98. Desse modo, os professores se aposentarão com 30 anos de contribuição e as
professoras com 25 anos de contribuição observando-se que a redução do tempo de contribuição
aos professores e às professoras requer a comprovação da integralização do tempo exclusivamente
no exercício do magistério. Ocorre que, em 11.12.2003, o STF publicou o seguinte enunciado: “Para
efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora
da sala de aula”, o qual está exposto na questão acima. Ocorre que, posteriormente, em 11 de
maio de 2006, foi publicada a Lei nº 11.301. Referida Lei altera o art. 67 da Lei nº 9.394/96 (que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional), acrescendo-lhe o § 2º e, assim, define
que são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em
educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de
educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência,
as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. Ocorre que,
contra a Lei nº 11.301/06, o Procurador-Geral da República propôs a ADI 3.772 alegando violação
ao § 8º do art. 201 da CF/88. Entretanto, o STF, em 29.10.2008 declarou a validade da referida
norma, porém determinou a sua interpretação conforme a Constituição. Decidiu o STF que “a
função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula, abrangendo também
a preparação de aulas, a correção de provas, o atendimento aos pais e alunos, a coordenação e
o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção de unidade escolar”. Ao mesmo tempo, o STF
excluiu os especialistas em educação da aposentadoria por tempo de contribuição com redução de
5 anos, pois entendeu que não se tratam de professores, uma vez que não habilitados a ministrar
aulas, sendo uma espécie de carreira de apoio ao magistério ou, ainda, desempenham o papel
de gestores da atuação dos professores caracterizando-se como profissionais de educação para
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação para a educação básica. (AMADO,
Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodium, 2017, p. 719). Por
outro lado, o STF reconheceu a aposentadoria especial1 de professores àqueles professores de
carreira que desenvolvem as funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico, por
considerá-las integrantes da carreira do magistério, desde que exercidas em estabelecimentos de
ensino básico. Portanto, a Súmula 726 do STF não mais se aplica para as atividades de direção
de unidade escolar, coordenação e assessoramento pedagógico desenvolvidas por professor de
carreira, motivo pelo qual o enunciado da questão está incorreto.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Nos termos da Lei nº 8.213/91, art. 29, inciso I, quando do cálculo do salário de benefício da
aposentadoria por tempo de contribuição, deve-se fazer incidir o fator previdenciário. Todavia, a
mesma previsão não consta em se tratando de aposentadoria especial (inciso II do art. 29 da Lei
nº 8.213/91). No que tange aos professores, por longo período se discutiu se a aposentadoria a
eles concedida com base no § 8º do art. 201 da CF/88 se tratava de aposentadoria especial ou
de aposentadoria por tempo de contribuição com redução de 5 anos. A depender do tratamento
dado – aposentadoria especial ou aposentadoria por tempo de contribuição com redução de 5 anos
– iria incidir ou não o fato previdenciário e, com isso, a depender da expectativa de sobrevida do
professor e de sua idade, teria redução a maior ou a menor do valor de sua renda mensal inicial. A
jurisprudência oscilou por muito tempo. O INSS entende que, desde a EC 18/81, a aposentadoria
1 Por questões de equívoco terminológico, o STF ainda utiliza a expressão “aposentadoria especial do professor”,
muito embora não se enquadre no artigo 201, § 1º, da Constituição Federal, sendo apenas uma aposentadoria por
tempo de contribuição com redução em 05 anos no tempo de contribuição” (AMADO, Frederico. Curso de direito e
processo previdenciário. Salvador: Juspodium, 2017, p. 726).
de professor se trata de aposentadoria por tempo de contribuição com redução de 5 anos, e não
de aposentadoria especial, uma vez que não se trata de exposição do professor a agentes nocivos
à sua saúde nem se trata de segurado deficiente. Portanto, a partir do momento em que a CF fixou
os critérios para aposentadoria do professor, com redução do tempo em 5 anos, o exercício do
magistério deixou de ser classificado como atividade especial passando a ter apenas um tratamento
diferenciado devido à importância da profissão para a formação da sociedade. A jurisprudência
majoritária acompanhava a orientação do INSS. Contudo, decisões monocráticas do STJ passaram
a decidir em sentido contrário ao da Autarquia Previdenciária admitindo a exclusão da incidência
do fator previdenciário em caso de aposentadoria de professor. A TNU, por sua vez, afastava a
aplicação do fator previdenciário da aposentadoria do professor. “No entanto, em 20 de outubro de
2016, em incidente de uniformização representativo de controvérsia, a Turma Nacional reverteu a
sua posição, firmando tese pela incidência do fator previdenciário na aposentadoria do professor”
(AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodium, 2017, p.
725). Todavia, coube à 1ª Turma do STJ pacificar a controvérsia, o que foi feito recentemente, em
27.6.2017, motivo pelo qual se trouxe o tema à tona. Decidiu a 1ª Turma do STJ: “PREVIDENCIÁRIO.
APOSENTADORIA DE PROFESSOR. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS APÓS A EDIÇÃO DA
LEI N. 9.876/99. INCIDÊNCIA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO NO CÁLCULO DA RENDA MENSAL
INICIAL – RMI DO BENEFÍCIO. 1. Na hipótese de implementação dos requisitos necessários
à obtenção do benefício após a edição da Lei n. 9.876/99, não há falar em exclusão do fator
previdenciário do cálculo da RMI da aposentadoria por tempo de serviço/contribuição de professor.
A benesse conferida pela Constituição à essa importante categoria profissional resume-se tão
somente à redução em cinco anos no tempo de serviço, frente aos demais segurados. 2.
Recurso especial do INSS provido” (REsp nº 1.599.097-PE. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho).
Portanto, correto o enunciado da questão acima trazida, uma vez que está em consonância com o
atual entendimento da 1ª Turma do STJ.
GABARITO: CERTO
46. Joana, em 25.12.2012, casou-se com Lucas, que era segurado obrigatório do RGPS
como empregado. Ocorre que, em 1.1.2017, Lucas veio a óbito. Em 1.1.2017, Lucas possuía
24 contribuições previdenciárias mensais e Joana possuía 42 anos de idade. Desse modo,
Joana terá direito à pensão por morte vitalícia em virtude do falecimento de Lucas.
COMENTÁRIO
A pensão por morte é o benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado que falecer,
observada a ordem preferencial de classes do art. 16 da Lei nº 8.213/91, não olvidando que a classe
pelo segurado para que a pensão por morte não se limite a 4 meses de pagamento é restrita
ao cônjuge, companheiro e companheira, não se exigindo para os demais dependentes (filhos
e equiparados, pais e irmãos) (AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário.
Salvador: Juspodium, 2017, p. 907). Outro ponto que não pode ser objeto de confusão diz respeito
à comprovação de 18 contribuições mensais em nome do segurado falecido, o que não se trata
de período de carência, mas de tempo de contribuição específico para o deferimento da pensão
por morte por período superior a 4 meses. O requisito carência corresponde a número mínimo
de contribuições necessária à concessão do benefício nos termos do art. 24 da Lei nº 8.213/91.
Assim, não comprovada a carência exigida por lei, o resultado é o indeferimento do benefício. No
caso da pensão por morte, se não comprovadas as 18 contribuições mensais, o benefício não é
indeferido, mas concedido ao cônjuge, companheiro ou companheira pelo prazo mínimo, ou seja,
por apenas 4 meses (ALENCAR, Hermes Arrais. Direito previdenciário para concursos públicos.
3. ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 214). Ainda, sugere-se atentar ao trazido pelo § 5º do art. 77
da Lei nº 8.213/91, o qual dispõe que o tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais para fins de
concessão de pensão por morte a cônjuge, companheiro ou companheira.
GABARITO: ERRADO
47. Nenhum benefício da Previdência Social pode ter valor inferior ao salário mínimo.
COMENTÁRIO
Conforme dispõe a CF/88, em seu art. 201, § 2º, “nenhum benefício que substitua o salário
de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário
mínimo”. Significa, portanto, que não são todos os benefícios previdenciários que não podem ter
valor inferior ao salário mínimo, mas apenas aqueles que substituem o salário de contribuição ou
a renda do trabalho do segurado. Em que pese a maioria dos benefícios se destine a substituir
o rendimento proveniente do trabalhado do segurado ou do seu salário de contribuição de modo
a não deixá-lo desamparado em fases da vida em que passa por contingências, eis que este é o
intuito da Previdência Social, ou seja, cobrir riscos aos quais está sujeito o segurado, há benefícios
concedidos pelo INSS que possuem renda mensal inicial (RMI) inferior ao valor corresponde a um
salário mínimo como, por exemplo, o auxílio-acidente e o salário-família. Todavia, eles não afrontam
a vedação constitucional, pois se destinam, respectivamente, a indenizar ou a complementar a
renda familiar, e não a substituí-la. No caso do auxílio-acidente, a Lei nº 8.213/91 disciplina em
seu art. 86, § 1º, que o valor da sua renda mensal corresponderá a 50% do salário de benefício.
Enquanto isso, o salário-família, que se destina a complementar as despesas domésticas, em
regra, com filhos menores de 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade, é pago na respectiva
proporção do número desses dependentes. Portanto, analisando-se o enunciado da questão sob
comento, verifica-se que a restrição nele contida – de que nenhum benefício da previdência social
poderá ter valor inferior ao salário mínimo – o deixa incorreto. Ademais, convém observar que o
Decreto nº 3.048/99 (que aprova o Regulamento da Previdência Social – RPS), em seu art. 73, §
4º, dispõe que o auxílio-doença poderá ser inferior a um salário mínimo em casos de segurado que
desenvolve mais de uma atividade abrangida pela previdência social. Assim, se a incapacidade
ocorrer apenas para o exercício de uma das atividades desempenhadas, o valor do auxílio-doença
poderá ser inferior ao salário mínimo desde que, somado às demais remunerações recebidas,
resultar valor superior do mínimo. Outra exceção de valor inferior ao do salário mínimo, trazida
também pelo Decreto nº 3.048/99, diz respeito à renda mensal dos benefícios por totalização,
concedidos com base em acordos internacionais de previdência social (art. 35, § 1º). Portanto,
em virtude de o Decreto nº 3.048/99 constar do conteúdo programático para o último concurso de
Procurador Federal, recomenda-se atentar às exceções trazidas.
Benefícios previdenciários
Substitutivos Indenizatório Complementar
Aposentadoria por idade
Aposentadoria por tempo de contribuição
Aposentadoria especial
Aposentadoria por invalidez
Auxílio-acidente Salário-família
Auxílio-doença
Auxílio-reclusão
Pensão por morte
Salário-maternidade
GABARITO: ERRADO
48. Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte
mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº
9.528/97 na Lei nº 8.213/91, que excluiu o menor sob guarda do rol dos dependentes para
fins previdenciários.
COMENTÁRIO
Nos termos da Lei nº 8.213/91, dependentes são as pessoas que, muito embora não contribuam
para o RGPS, podem vir a receber benefícios previdenciários em virtude de ter uma relação com
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
50. É possível o ajuizamento de ação regressiva pela autarquia previdenciária com o objetivo
de ressarcimento de valores pagos a título de pensão por morte aos filhos de segurada,
vítima de homicídio praticado por seu ex-companheiro.
COMENTÁRIO
Conforme o art. 120 da Lei nº 8.213/91, nos casos de negligência quanto às normas padrão de
segurança e higiene do trabalho, indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência
Social proporá ação regressiva contra os responsáveis. Observa-se que o intuito do referido
dispositivo não é excluir a responsabilidade da Previdência por acidente de trabalho diante do
trabalhador. Todavia, também não significa que o INSS esteja impedido de reaver as despesas
suportadas quando restar comprovada culpa do empregador pelo acidente. Isto é, “o risco que
deve ser repartido entre a sociedade, no caso de acidente do trabalho, não se inclui o ato ilícito
praticado por terceiro, empregadores ou não” (REsp. 506.881, de 14.10.2003). Ocorre que o INSS,
com base nesse dispositivo, ou seja, com fundamento no art. 120 da Lei nº 8.213/91, ajuizou ação
regressiva em face do autor de homicídio pedindo o ressarcimento dos valores pagos a título
de pensão por morte aos filhos de segurada, vítima de homicídio praticado por ex-companheiro.
Ou seja, ajuizou a primeira ação regressiva por violência doméstica do país, com base na Lei
Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) e, assim, iniciou-se a controvérsia acerca da (im)possibilidade
de ser condenado o agressor a ressarcir integralmente os gastos da Autarquia Previdenciária.
A celeuma chegou ao STJ, que decidiu favoravelmente ao INSS. Afirmou a 2ª Turma do STJ,
ao julgar o REsp. 1.431.150-RS, que pode ser aplicado, sim, o art. 120 da Lei nº 8.213/91 como
fundamento da condenação de marido que assassinou a esposa em indenizar a Previdência
Social. “PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART.
535 DO CPC. AÇÃO REGRESSIVA. ASSASSINATO DE SEGURADA PELO EX-MARIDO.
RESSARCIMENTO AO INSS PELOS VALORES PAGOS A TÍTULO DE PENSÃO POR MORTE
AOS BENEFICIÁRIOS. REPARAÇÃO CIVIL POR ATO ILÍCITO QUE CAUSAR DANO A OUTREM.
POSSIBILIDADE. 1. Não há violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada
na medida da pretensão deduzida. 2. A controvérsia posta no recurso especial resume-se em definir
se a autarquia previdenciária efetivamente faz jus ao ressarcimento de benefícios previdenciários
cuja origem é diversa daquela prevista nos arts. 120 e 121 da Lei n. 8.213⁄91, qual seja, acidente
de trabalho. O caso concreto versa sobre assassinato de segurada do INSS pelo ex-marido. Logo,
não se verifica que a pretensão recursal encontra óbice na Súmula 7⁄STJ. 3. Os artigos de lei
apontados como violados são considerados impertinentes quando não possuem comandos legais
suficientes para afastar a tese adotada no acórdão regional. 4. No caso dos autos, o benefício
é devido pela autarquia previdenciária aos filhos da vítima em razão da comprovada relação de
dependência e das contribuições previdenciárias recolhidas pela segurada. Logo, o INSS possui
legitimidade e interesse para postular o ressarcimento de despesas decorrentes da concessão de
benefício previdenciário aos dependentes de segurado, vítima de assassinato. 5. O agente que
praticou o ato ilícito do qual resultou a morte do segurado deve ressarcir as despesas com
o pagamento do benefício previdenciário, mesmo que não se trate de acidente de trabalho,
nos termos dos arts. 120 e 121 da Lei nº 8.213⁄91, c⁄c os arts. 186 e 927 do Código Civil. Recurso
especial improvido. (REsp. 1.431.150-RS, Rel. Min. Humberto Martins, D.J. 23.08.2016)”. Para
tanto, deve-se fazer uso de uma interpretação extensiva e sistemática do art. 120 da Lei nº 8.213/91,
bem como do disposto no art. 121, também da Lei nº 8.213/91, o qual dispõe que “o pagamento,
pela Previdência Social, das prestações por acidente do trabalho não exclui a responsabilidade
civil da empresa ou de outrem”, e dos arts. 186 e 927 do Código Civil, que regulamentam a
responsabilidade civil em caso de prática dolosa ou culposa de ato ilícito. Portanto, a 2ª Turma do
STJ entendeu que, se o art. 120 da Lei nº 8.213/91 prevê ação regressiva em caso de negligência
do empregador, com muito mais razão deve abarcar a hipótese de homicídio doloso praticado em
face de segurada do RGPS. Ou seja, o art. 120 da Lei nº 8.213/91 não é numerus clausus, ou seja,
não se trata de rol taxativo, portanto, deve ser lido sob a égide do disposto nos arts. 186 e 927 do
CC. Portanto, correto o enunciado da assertiva acima trazida, eis que explicita a jurisprudência
atual do STJ, conforme decisão de sua 2ª Turma no REsp. 1.431.150-RS.
GABARITO: CERTO
DIREITO AGRÁRIO
COMENTÁRIO
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições
que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.
GABARITO: ERRADO
52. A política fundiária deve ser entendida como um conjunto de providências de amparo
à propriedade da terra destinadas a orientar, no interesse da economia rural, as atividades
agropecuárias, tanto no sentido de garantir o pleno emprego, quanto de harmonizá-las com
o processo de industrialização e desenvolvimento do país.
COMENTÁRIO
A questão está errada, pois traz o conceito de Política Agrícola previsto no § 2º do art. 1º da Lei
4.504/1964 e não de Política Fundiária. Segue redação do artigo:
Art. 1° Esta Lei regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais,
para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.
GABARITO: ERRADO
DIREITO AMBIENTAL
De acordo com o Código Florestal, Lei nº 12.651/2012, julgue os itens seguintes referentes
às regras aplicáveis às pequenas propriedades rurais.
53. Está correto afirmar que as intervenções de baixo impacto ambiental nas Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal quando realizadas em pequenas propriedades
rurais estão sujeitas a procedimento de licenciamento ambiental simplificado.
COMENTÁRIO
Acrescente-se que o conceito de pequena propriedade ou posse rural decorre da lei, consoante art.
3º, V, do Código Florestal c/c art. 3º da Lei nº 11.326/2006.
Assim, a pequena propriedade ou posse rural familiar é aquela explorada mediante o trabalho
pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos
de reforma agrária, e que atenda, simultaneamente, aos seguintes requisitos: i) não detenha, a
qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; ii) utilize predominantemente mão-
de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
iii) tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo e iv) dirija seu
estabelecimento ou empreendimento com sua família.
GABARITO: ERRADO
54. Compete ao órgão ambiental estadual autorizar o manejo sustentável da Reserva Legal
nas pequenas propriedades rurais para exploração eventual sem fins lucrativos.
COMENTÁRIO
A assertiva está errada. Isso porque o manejo sustentável da Reserva Legal para exploração
florestal eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, para consumo no próprio imóvel,
sendo este pequena propriedade rural, independe de autorização dos órgãos ambientais
competentes, conforme dispõe o § 1º do art. 56 da Lei 12.651/2012.
O Novo Código Florestal trouxe um tratamento diferenciado e mais simplificado para a exploração
da pequena propriedade (ou posse) rural, como anteriormente dito.
Além das atividades eventuais e de baixo impacto ambiental, cujo exercício exige apenas declaração
ao órgão ambiental competente (assunto abordado na questão anterior), é admitida também a
exploração econômica da Reseva Legal nas pequenas propriedades rural.
Destarte, como é válida para toda e qualquer propriedade, é permitida do mesmo modo a exploração
econômica da Reserva Legal na pequena propriedade (art. 17, § 1º).
Pela leitura do § 1º do art. 31, ao qual se remete o aluno, é possível perceber a complexidade do
Plano de Manejo, não sendo este passível de ser elaborado por qualquer pessoa, dependendo dos
conhecimentos específicos de um técnico.
Por essa razão, levando em conta os princípios da dignidade da pessoa humana e da função social
Dessa sorte, a lei diferenciou ainda o intuito da exploração realizada na pequena propriedade
para definir as exigências a serem impostas ao proprietário ou possuidor que for explorá-la.
Por outro lado, quando se tratar de manejo da Reserva sem propósitos comerciais, não é
necessária a aprovação de PMFS e nem sequer autorização do órgão ambiental competente,
bastando apenas a declaração prévia, informando a este órgão a motivação da exploração e o
volume explorado.
A doutrina considera que andou em bom termo a legislação, porquanto se atentou para a
precariedade a que estão sujeitos inúmeros pequenos proprietários em nosso país. Seria realmente
ilógico exigir procedimentos complexos daquele proprietário ou posseiro rural que explora sua
pequena propriedade com intuito de subsistência, sem visar o lucro comercial.
Prezado aluno, com essas 02 (duas) questões fez-se um apanhado geral do tratamento simplificado
conferido pelo Código Florestal às pequenas propriedades e posses rurais. Sugere-se a leitura
atenta dos arts. 52 a 58 conjugados com os art. 17, §§ 1º e 2º e art. 23 e com o art. 31, especialmente
seus §§ 1º e 6º, para reforçar o conhecimento acerca dos pontos abordados.
E indica-se também a leitura do § 3º do art. 66 e do art. 67, que trazem regra menos rigorosas a
respeito da recomposição das áreas de Reserva Legal para essa modalidade de propriedade rural.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Assim, na situação hipotética colocada, está correto afirmar que deve prevalecer o auto de infração
lavrado pelo órgão estadual, pois foi este o indicado como competente para conduzir o licenciamento
ou autorização do empreendimento.
Cumpre ressaltar que a Lei nº 6.938/1981, em seu art. 9º, IV, conferiu ao licenciamento ambiental
a categoria de instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, tendo sido recepcionada pela
ordem constitucional de 1988.
Por sua vez, LC nº 140/2011 veio à luz com o escopo de fixar normas para cooperação entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do
exercício da competência comum relativas à proteção do ambiente.
Portanto, visando facilitar a memorização do aluno, reitera-se que o órgão ambiental competente
para conduzir o licenciamento ou autorização de um empreendimento ou atividade, é também
o competente para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para
a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade
licenciada ou autorizada. Contudo, essa regra não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou
potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em
vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição
de licenciamento ou autorização.
GABARITO: CERTO
Em relação à Lei nº 13.123/2015, que dispõe, dentre outros, sobre o acesso ao patrimônio
genético, julgue o item subsequente referente à estrutura do Conselho de Gestão do
COMENTÁRIO
A afirmação está errada, pois o CGen tem competência tanto para credenciar instituição
nacional, que se incumbirá de criar e manter os bancos de dados relacionados à lei, como
para “funcionar como instância superior de recurso em relação à decisão da instituição
credenciada”, na forma do art. 6º, VII, da referida lei. A competência recursal desse órgão está
também prevista art. 6º Lei nº 13.123/2015, bem como no art. 4º do Decreto nº 8.772/2016, que a
regulamenta.
O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético foi criado no âmbito do Ministério do Meio Ambiente
por meio da Medida Provisória nº 2.186-16/2001 e teve suas competências e composição alteradas
pela nova norma que rege a matéria, a Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, e seus regulamentos.
O CGen é integrado por representantes de 20 órgãos e entidades, sendo 11 de governo e 9 da
sociedade civil, distribuídas entre representações do setor acadêmico, do setor empresarial e das
populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais. O CGen é presidido
pelo Conselheiro titular do Ministério do Meio Ambiente e, além das reuniões Plenárias, o Conselho
possui Câmaras Temáticas, Câmaras Setoriais e Grupos de Trabalho que subsidiam o Plenário na
tomada de decisões.
Cumpre registrar que esse órgão tem a função de administrar e tutelar, no território nacional, o
patrimônio genético e o conhecimento tradicional a ele associado. A ele reportam-se todos os
interessados em acessar os recursos relacionados a essa temática.
Por fim, sua criação faz parte do comprometimento na regulamentação do art. 225, § 1º, II,
da Constituição Federal, segundo o qual incumbe ao poder público “preservar a diversidade e
a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético”.
GABARITO: ERRADO
Com relação à Lei da Biossegurança, Lei nº 11.105/2005, julgue o item subsequente, referente
à competência para julgamento dos crimes nela previstos.
57. Conforme jurisprudência do STJ, a competência para processar e julgar o crime de liberação
ou descarte de organismo geneticamente modificado no meio ambiente, em desacordo com
as normas estabelecidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, é
definida em relação ao ente estatal responsável pela fiscalização do empreendimento.
COMENTÁRIO
É importante esclarecer que referido conflito foi julgado pelo STJ quando vigente legislação anterior
sobre o tema, qual seja, a Lei nº 8.974/1995. Esta lei foi expressamente revogada pela chamada
“Lei da Biossegurança”, Lei nº 11.105/2005. Contudo, a nova lei manteve a criminalização da
conduta então tipificada pelo revogado art. 13, V, situação perfeitamente admitida pelas princípios
e normas de direito penal.
Portanto, o entendimento esposado pelo STJ, para fins de definir competência para processar e
julgar o crime citado permanece em relação ao mesmo crime previsto na Lei nº 11.105/2005.
Além disso, o voto condutor baseou-se em premissas atualmente presentes, quais sejam, os reflexos
da utilização de organismos geneticamente modificados - OGM na política agrícola nacional e na
balança comercial de exportação do País.
GABARITO: ERRADO
DIREITO CIVIL
58. Segundo o STJ, a aplicação da sanção civil do pagamento em dobro por cobrança
judicial de dívida já adimplida, prevista no artigo 940 do CC/2002, pode ser postulada pelo
réu na própria defesa, independendo da propositura de ação autônoma ou do manejo de
reconvenção, sendo imprescindível a demonstração de má-fé do credor.
COMENTÁRIO
O tema fora precedido de intenso debate doutrinário, até a pacificação pelo STJ no julgamento do
REsp 1111270, submetido à sistemática de recurso repetitivo.
Naquela ocasião, duas controvérsias sobre do artigo 940 do CC/2002 foram enfrentadas, consistentes
na (i) análise sobre se seria necessário o ajuizamento de ação autônoma ou o oferecimento de
reconvenção pelo réu para que ao autor seja imposto o pagamento em dobro por cobrança judicial
de dívida já adimplida; (ii) se necessária a prova da má-fé na cobrança indevida para incidência da
penalidade.
Em relação ao primeiro ponto, o STJ decidiu ser prescindível o ajuizamento de ação autônoma,
bastando que o réu deduza o pedido em sede de defesa. Isso porque o pedido de improcedência
da ação que cobra indevidamente dívida já paga, bem como a sanção do artigo 940 do CC/2002,
têm a mesma causa de pedir.
Quanto à segunda controvérsia, o STJ ratificou a Súmula 159 do STF, que, sob a égide do CC/1916,
consolidou o entendimento de que “Súmula 159-STF: Cobrança excessiva, mas de boa fé, não dá
lugar às sanções do art. 1.531 do Código Civil (atual art. 940)”.
Para o STJ, embora o artigo 940 do CC/2002 não preveja expressamente a prova da má-fé,
é essencial e da natureza ínsita do instituto a constatação da prática de conduta maliciosa ou
reveladora do perfil de deslealdade do credor para fins de aplicação da sanção civil.
Somando referidos entendimentos aos demais requisitos previstos no artigo 940 do CC/2002,
conclui-se que será cabível a sanção civil de pagamento em dobro quando:
(i) Cobrança judicial indevida – entende-se que a cobrança extrajudicial não enseja a aplicação
da sanção, pois o artigo 940 do CC/2002 se utiliza da expressão “[...] Aquele que demandar por
Por fim, importante recordar a redação do artigo 941 do CC/2002, que dispõe que a sanção civil
prevista no artigo 940 do CC/2002 não será aplicada quando o autor desistir da ação antes de
contestada a lide, ressalvado ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove
ter sofrido.
O examinador, a pretexto de cobrar o entendimento pacificado no STJ, pode enunciar que não
houve citação do réu.
GABARITO: CERTO
59. A teoria do adimplemento substancial, que decorre dos princípios gerais contratuais, de
modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, não
se aplica aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69.
COMENTÁRIO
O STJ tem se utilizado da teoria do adimplemento substancial em diversas ocasiões, como, por
exemplo, no julgamento do REsp 1.051.270, em que decidiu que “[...] No caso em apreço, é de
se aplicar a da teoria do adimplemento substancial dos contratos, porquanto o réu pagou: “31 das
36 prestações contratadas, 86% da obrigação total (contraprestação e VRG parcelado) e mais R$
10.500,44 de valor residual garantido [...].”
Contudo, o STJ passou a fazer algumas ressalvas em relação à aplicação do instituto. No julgamento
do REsp 1255179, obtemperou que “[...] A aplicação do referido instituto, porém, não tem o condão
de fazer desaparecer a dívida não paga, pelo que permanece possibilitado o credor fiduciário
de perseguir seu crédito remanescente (ainda que considerado de menor importância quando
comparado à totalidade da obrigação contratual pelo devedor assumida) pelos meios em direito
admitidos [...]”.
Recentemente, no julgamento do REsp 1.622.555, realizado pela 2ª Seção, o STJ decidiu que
não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em
garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69. Os seguintes fundamentos foram adotados para tanto:
(i) o Decreto-Lei n. 911/1969 não apresenta qualquer restrição à utilização da ação de busca e
apreensão em razão da extensão da mora ou da proporção do inadimplemento
(ii) o Decreto-Lei n. 911/1969 é expresso em exigir a quitação integral do débito como condição
imprescindível para que o bem alienado fiduciariamente seja remancipado. Ou seja, é insuficiente
que o devedor pague substancialmente o débito; é necessário, para esse efeito, que quite
integralmente a dívida pendente [...]”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Pessoal, a questão parece envolver mais um assunto de direito processual civil, por se referir à
penhora de bem, mas a compreensão do subjacente instituto de direito material é muito importante,
principalmente porque se trata de um julgamento paradigmático do STJ, que, no julgamento do
REsp 1.546.165, superou a tradicional visão de tipicidade dos direitos reais e do elenco numerus
clausus do artigo 1.225 do CC/2002, permitindo a sua diversificação.
Com efeito, de forma bastante simplificada, os direitos reais são elencados tradicionalmente em rol
taxativo, como uma consequência do ideal do Estado-liberal de se conferir segurança jurídica sobre
o instituto da propriedade, considerado o centro de todo o direito privado. No entanto, atualmente,
como decorrência do Estado Social de Direito, a doutrina tem proposto uma superação de tal
perspectiva reducionista, passando a adotar a concepção de propriedade-função, admitindo-se,
consequentemente, novas figuras de direito real.
O Ministro Ricardo Villas Bôas bem destacou que “[...] O instituto representa um novo modelo de
fruição associado, pela doutrina, à tendência de valorização da função social do domínio imobiliário
(art. 5°, XXIII, Constituição Federal), ampliando seu potencial de uso ao extirpar os períodos de
desocupação e ociosidade, facilitando o acesso a tais bens através do compartilhamento dos
custos e contribuindo, com isso, para a universalização do alcance de um segundo imóvel (não-
residencial), especialmente para fins turísticos e relacionados ao lazer [...]”.
No mérito, o STJ decidiu no referido REsp 1.546.165 que o multiproprietário, no caso de penhora
do imóvel objeto de compartilhamento espaço-temporal (time-sharing), tem, nos embargos de
terceiro, o instrumento judicial protetivo de sua fração ideal do bem objeto de constrição de que é
cotitular para uso exclusivo e perpétuo durante certo período do ano.
GABARITO: ERRADO
61. De acordo com a jurisprudência do STJ, a cobrança de juros capitalizados nos contratos
de mútuo é permitida independentemente de haver expressa pactuação.
COMENTÁRIO
O artigo 591 do CC/2002 expressamente autoriza a capitalização dos juros, mas desde que seja
realizada em periodicidade não inferior a anual, ou seja, os juros podem incidir sobre os juros
acumulados num período de um ano. Os juros compostos são muito comuns em contratos de
mútuo. Muita atenção porque em se tratando de relação jurídica envolvendo contrato bancário,
é possível inclusive a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano, nos termos do
artigo 5º da MP 2.170-36/2001.
Em relação à necessidade de previsão expressa para ser permitida a capitalização dos juros, o STJ,
no julgamento do REsp 1.388.972-SC, submetido à sistemática de recursos repetitivos, consolidou
o entendimento de que deve haver a expressa previsão de cobrança de juros capitalizados
em contratos de mútuo. A controvérsia surgiu da interpretação do artigo 591 do CC/2002, que
estabelece que:
Contudo o STJ não acolheu a tese, por entender que a expressão “presumem-se devidos juros”
se reporta a juros simples. Em contrapartida, o próprio artigo 591 também se utiliza da expressão
“permitida a capitalização anual”, dando a conotação de que não é uma consequência automática.
GABARITO: ERRADO
62. Segundo o STJ, é nulo o compromisso de compra e venda que, em realidade, traduz-se
como instrumento para o credor ficar com o bem dado em garantia em relação a obrigações
decorrentes de contrato de mútuo usurário, se estas não forem adimplidas.
COMENTÁRIO
»» Ponto do edital: 5 Dos fatos jurídicos. Do negócio jurídico. Defeitos do negócio jurídico.
6 Do penhor, da hipoteca e da anticrese.
A questão ilustra uma típica hipótese de simulação, na medida em que, por meio da celebração de
negócios jurídicos fictícios, se pretende esconder a real intenção de se realizar um pacto comissório
proibido em lei.
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário
a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
O STJ, no julgamento do REsp 1076571 / SP, enfrentou referida hipótese. O caso concreto se
referia a uma dívida contraída com agiota, que impôs, para levar a efeito um contrato de mútuo
usurário, a simulação de um compromisso de compra e venda, com cláusula de retrovenda, a fim
de ocultar o estabelecimento de pacto comissório. Como consequência, o STJ declarou a nulidade
absoluta do negócio jurídico simulado.
Ressaltou o STJ, ainda, que embora se tratasse de ação de imissão de posse cumulada com ação
condenatória ajuizada pelo promissário comprador (agiota) em face de um dos alienantes (devedor
do contrato de mútuo), seria prescindível a propositura de ação própria para invalidação do negócio
simulado, por ser uma objeção substancial, matéria de defesa de ordem pública, passível de
pronunciamento ex officio.
GABARITO: CERTO
63. Em matéria de perdas e danos, o CC/2002 adotou a Teoria da Interrupção do Nexo Causal,
não sendo indenizáveis prejuízos mediatos, que não decorram diretamente do evento
danoso.
COMENTÁRIO
Pessoal, a questão envolve o posicionamento da doutrina majoritária, bem como dos recentes
pronunciamentos do STJ, sobre qual a teoria adotada pelo CC/2002 no seu artigo 403. Com efeito,
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem
prejuízo do disposto na lei processual.
Para efeitos de exame do nexo de causalidade, muitas teorias se propuseram a explicar até que
ponto se pode considerar que determinada ação produziu um resultado indenizável, como, por
exemplo:
(i) Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais – formulação bastante ampliativa da noção
de causa e efeito por equiparar causa de condição, defendendo, pois, que todas as condições são
igualmente indispensáveis para a produção do consequente;
(ii) Teoria da Causalidade Adequada – propõe que se examine a adequação da causa em função
da possibilidade e probabilidade de determinado resultado vir a ocorrer;
O STJ tem aplicado referida Teoria dos Danos Diretos e Imediatos, como se pode extrair do REsp
1.553.790.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A despeito de ser fundamental um estudo aprofundado da jurisprudência recente do STF e STJ para
o concurso da PGF, não se pode descurar do estudo da lei seca. A questão exigia um conhecimento
sobre a redação do artigo 77 do CC/2002, in verbis:
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
A norma, que também envolve direito internacional público e direito processual civil, estabelece
o domicílio civil do agente diplomático brasileiro que, ao ser citado, mas invocar a imunidade de
jurisdição no país em que esteja acreditado, sem indicar o seu domicílio no Brasil, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
GABARITO: ERRADO
65. De acordo com entendimento do STJ, a emancipação, seja ela legal, voluntária ou judicial,
não tem o condão de excluir a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por
seus filhos menores.
COMENTÁRIO
Muita atenção porque o enunciado pode induzir a erro. Isso porque, ao pensar na emancipação
como causa de cessação da menoridade e consequentemente do afastamento da responsabilidade
civil dos pais, o aluno poderia açodadamente considerar correta a afirmativa.
Isso significa que o regime de responsabilidade civil dos pais pelos filhos é diverso, a depender da
natureza da emancipação. Em se tratando de emancipação voluntária, permanece o vínculo de
responsabilidade civil, estando incorreta, pois, a afirmativa.
GABARITO: ERRADO
66. O menor incapaz responde pelos danos causados a terceiros solidariamente com seus
pais, sendo indispensável a formação de litisconsórcio passivo necessário.
COMENTÁRIO
A questão se baseia em importante análise realizado pelo STJ, que, no julgamento do REsp 1436401/
MG, decidiu que os menores incapazes, quando praticarem atos que causem prejuízos, terão
responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do
CC, enquanto que a responsabilidade dos pais é substitutiva, exclusiva e não solidária.
(i) é subsidiária porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir
a vítima;
(ii) é condicional e mitigada porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio
mínimo do infante (artigo 928, parágrafo único, do CC/2002 e Enunciado n.º 39 CJF/STJ – “A
impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928, traduz um dever de
indenização equitativa, informado pelo princípio constitucional da proteção à dignidade da pessoa
humana. Como consequência, também os pais, tutores e curadores serão beneficiados pelo limite
humanitário do dever de indenizar, de modo que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará
não quando esgotados todos os recursos do responsável, mas se reduzidos estes ao montante
necessário à manutenção de sua dignidade”.);
(iii) equitativa, tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo
necessário para a sobrevivência digna do incapaz (artigo 928, parágrafo único, do CC/2002 e
Enunciado n.º 449 CJF/STJ – “A indenização equitativa a que se refere o art. 928, parágrafo único,
do Código Civil não é necessariamente reduzida sem prejuízo do Enunciado n. 39 da I Jornada de
Direito Civil”).
Quanto à propositura de ação em face dos pais e do filho causador do dano, o STJ entendeu que
inexiste litisconsórcio passivo necessário, pois não há obrigação – nem legal, nem por força da
relação jurídica (unitária) – da vítima lesada em litigar contra o responsável e o incapaz.
Ressalte-se, contudo, que é possível que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo em conta que
os direitos ou obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito (CPC,73, art. 46, II)
intente ação contra ambos – pai e filho –, formando-se um litisconsórcio facultativo e simples.
GABARITO: ERRADO
67. De acordo com o STJ, em caso de dano moral decorrente de morte de parentes próximos,
a indenização deve ser arbitrada de forma global para a família da vítima, não devendo, de
regra, ultrapassar o equivalente a 500 salários mínimos, podendo, porém, esse valor ser
aumentado segundo as particularidades do caso concreto, dentre elas o grande número de
familiares.
COMENTÁRIO
A questão versa sobre julgamento proferido pelo STJ no REsp 1.127.913-RS, que também pode
ser utilizado como matéria de defesa em questões dissertativas envolvendo responsabilidade civil
do Estado.
A dor ou sofrimento, que são peculiares a essa modalidade de prejuízo extrapatrimonial, não se
restringem aos danos causados à integridade física da vítima direta, aparecendo, também, no
padecimento psicológico das vítimas por ricochete.
Cumpre recordar que, nos termos da Súmula n.º 281 do STJ: “A indenização por dano moral não
está sujeita à tarifação prevista na Lei de Imprensa”.
Nesse sentido, em regra, a tarifação da indenização pela lei não é admitida porque viola o princípio
da indenizabilidade plena, preconizado no artigo 5º, inciso V e X, da CF/88.
Entretanto, embora seja consagrada a proibição de tarifação em lei da indenização por dano
moral, o STJ entende que é possível que a jurisprudência estabeleça limites.
Existem inúmeros julgados do STJ afirmando que, em caso de morte, o valor máximo indenizatório
por danos morais para a família do falecido é de 500 salários mínimos. Atente-se que esse
teto estabelecido se dirige a família globalmente considerada, e não cada um de seus integrantes,
mas que pode sofrer adaptações a depender do caso concreto.
GABARITO: CERTO
DIREITO EMPRESARIAL
68. Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária
incide a partir da data de emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da
COMENTÁRIO
Como cediço, a mora ex re independe de qualquer ato do credor, como interpelação objetiva ou
citação, porquanto decorre do próprio inadimplemento de obrigação positiva, líquida e com termo
implementado, cuja matriz normativa é o art. 960, primeira parte, do CC/1916, reproduzido no
CC atual, no caput do art. 397, de modo que, em se tratando de mora ex re, aplica-se o antigo
e conhecido brocardo dies interpellat pro homine (o termo interpela no lugar do credor).
A razão disso é singela: sendo o devedor sabedor da data em que deve ser adimplida a
obrigação líquida – porque decorre do título –, descabe advertência complementar por parte
do credor. Destarte, havendo obrigação líquida e exigível a determinado termo – desde
que não seja daquelas em que a própria lei afasta a constituição de mora automática -, o
inadimplemento ocorre no vencimento.
Nesse contexto, fica límpido que o art. 240 do novo CPC, assim como o art. 405 do CC (“Contam-
se os juros de mora desde a citação inicial”), deve ser interpretado de maneira que a citação
implique caracterização de mora apenas se esta já não tiver ocorrido pela materialização de uma
das diversas hipóteses indicadas no ordenamento jurídico.
Ademais, fazendo uma clara diferenciação das datas de incidência dos juros de mora e da correção
monetária, conforme se depreende do cotejo entre os incisos, in verbis:
Art. 52. O portador pode exigir do demandado: I - a importância do cheque não pago; II –
os juros legais desde o dia da apresentação; III - as despesas que fez; IV - a compensação
pela perda do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias mencionadas
nos itens antecedentes.
Dessa forma, tem-se que a única interpretação harmoniosa com o art. 32 da Lei do Cheque, que
se pode fazer do art. 52 do mesmo diploma, é a de que o dispositivo estabelece que o termo inicial
para correção monetária é a data de emissão constante no campo próprio da cártula.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Insta observar que a prescrição das obrigações não se suspende quando o falecido ou o titular
da empresa em recuperação é o credor.
Também não se suspendem os prazos decadenciais, mesmo das obrigações devidas pelo falido
ou pelo titular da empresa em recuperação.
GABARITO: ERRADO
70. A pluralidade de sócios é uma condição necessária à existência de uma sociedade, não
havendo previsão legal, no Brasil, para sociedade de apenas um sócio.
COMENTÁRIO
Assim, com a promulgação da Lei em apreço, haverá empresa com um único titular desde que
observado alguns requisitos, quais sejam: 1) o nome empresarial deverá ser formado pela inclusão
da expressão “EIRELI” após a firma ou denominação social; 2) o capital social não será inferior
a 100 vezes o maior salário-mínimo vigente no País; 3) o titular somente poderá figurar em uma
única empresa desta modalidade.
b) Unipessoalidade temporária incidental – art. 1.033, inciso IV, do Código Civil. Este é o caso
de sociedade que, orginalmente constituída por dois ou mais sócios, em determinado momento,
fica reduzida a um único sócio (morte, retirada). A reconstituição da pluralidade dos sócios deve
ocorrer no prazo de 180 dias, sob pena de a sociedade se dissolver.
Importante asseverar que o parágrafo único do art. 1.033 do CC dispõe “não se aplica o disposto no
inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas da sociedade
sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do
registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade
limitada, observado no que couber a disposição dos arts. 1.113 a 1.115 deste Código”.
c) Sociedade Subsidiária Integral – art. 215 da Lei da Sociedade Anônima – sociedade anônima
que tem como único sócio uma outra sociedade.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Segundo dispõe o Enunciado 283 da IV Jornada de Direito Civil do CJF: “É cabível a desconsideração
da personalidade jurídica denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa
jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.
Para o STJ a desconsideração inversa da personalidade jurídica poderá ocorrer sempre que o
cônjuge ou companheiro empresário se valer de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta
pessoa física, para subtrair do outro cônjuge direito oriundo da sociedade afetiva.
GABARITO: CERTO
72. É de 3 anos o prazo decadencial para que o sócio minoritário, de sociedade limitada de
administração coletiva, exerça o direito à anulação da deliberação societária que o tenha
excluído da sociedade, ainda que o contrato social preveja a regência supletiva pelas normas
da sociedade anônima.
COMENTÁRIO
Este prazo encontra-se previsto no parágrafo único do art. 48 do CC, que estabelece:
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este
artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou
fraude.
Segundo entende a doutrina, este art. 48 é uma norma que se aplica também às sociedades
limitadas. Logo, não existe omissão na legislação que rege as sociedades limitadas. Não havendo
omissão, não há motivo para se aplicar, supletivamente, o art. 286 da Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A).
de sócios, incide, no caso, o art. 48, parágrafo único, do Código Civil, que, inserido nas
disposições gerais sobre as pessoas jurídicas, aplica-se também às limitadas. Com base
nesse dispositivo, poderá o sócio excluído pleitear a anulação da decisão de exclusão
extrajudicial, alegando que a mesma não foi tomada conforme a lei ou o contrato social,
ou ainda que foi eivada de erro, dolo, simulação ou fraude. Tal ação sujeita-se, nos
termos do parágrafo único do referido art. 48, ao prazo de decadência de três anos. (...)
(CARVALHOSA, Modesto. Comentários ao Código Civil: parte especial: do direito de
empresa, vol. 13. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 321)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Prescrição é a extinção da ação pelo decurso do tempo (MACHADO, Costa (Org.); ZAINAGHI,
Domingos Sávio (Coord.). CLT interpretada artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 8. ed. São
Paulo, Manole, 2017, p. 17). Nos termos da CF, art. 7º, inciso XXIX, dentre os direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, está o direito de ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho. Nessa esteira, segue o caput do art. 11 da CLT. Significa
dizer que, enquanto a prescrição bienal (total) conta-se a partir do término do contrato de trabalho,
a prescrição quinquenal (parcial) opera-se retroativamente a contar da data do ajuizamento da
ação nos termos do inciso I da Súmula 308 do TST: “PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. I. Respeitado o
biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões
imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e,
não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato”. Todavia, o TST entende que,
“tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por
preceito de lei” (Súmula 294 do TST). Significa dizer que se a empresa altera o disposto em seu
regulamento ou altera cláusula contratual que prevê benesse ao empregado, não assegurada em
preceito de lei, suprimindo-a ou reduzindo-a, por exemplo, nesse caso, o trabalhador tem direito
a reaver da empresa, judicialmente, os valores devidos nos últimos 5 anos anteriores à alteração.
Caso o trabalhador quedasse inerte e deixasse transcorrer in albis esse prazo, quando de eventual
ajuizamento de reclamatória trabalhista após passados esses 5 anos, não teria direito à pretensão
de cobrança, pois já teria se operado a prescrição total. Portanto, a prescrição total, para ter
incidência, nos termos da Súmula 294 do TST, requer: (a) prestações de trato sucessivo; (b)
prestações não previstas em lei, mas em cláusula contratual ou regulamento empresarial; (c)
alteração das cláusulas contratuais ou do regulamento empresarial; (d) inércia do trabalhador.
Ocorre que o TST faz distinção entre alteração do pactuado, conforme consta na sua Súmula 294,
de descumprimento do pactuado. Para o TST, a alteração do pactuado decorre de ato único do
empregador. Portanto, nesse caso, frise-se, promovida a alteração da cláusula contratual ou do
regulamento empresarial, o empregado teria 5 anos para reaver seus direitos, findos os quais, não
teria mais a possibilidade de cobrá-los judicialmente. Por sua vez, o descumprimento do pactuado,
no entendimento do TST, não se esgota num único ato, mas se protrai no tempo. Como exemplo, tem-
se o caso de empresa que opta por não alterar cláusula contratual ou o disposto em regulamento,
e apenas passa a inobservar o pactuado. Nessa situação, o TST entende que a prescrição não
é total, mas parcial, pois não alterado o pactuado, mas descumprido o pacto que ainda existe,
seja o contrato de trabalho ou o regulamento empresarial, renovando-se o descumprimento mês
a mês. O entendimento do TST está estampado em sua Súmula 452: “DIFERENÇAS SALARIAIS.
PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO
OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL. Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças
salariais decorrentes da inobservância dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de
Cargos e Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois a lesão é sucessiva
e se renova mês a mês”. Portanto, cotejando-se o enunciado da questão trazida com o teor das
Súmulas 294 e 452, ambas do TST, verifica-se que está correto. Todavia, o candidato deverá ficar
atento, pois, com a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, em 11.11.2017, essa diferenciação
deixa de existir, não havendo como subsistir o entendimento do TST. A inclusão do § 2º ao art. 11
da CLT determina que, tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas
decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando
o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. Portanto, antes da reforma
trabalhista, se ocorre alteração do pactuado, tem-se prescrição total; se ocorre descumprimento
do pactuado, tem-se prescrição parcial. Após a reforma, ter-se-á prescrição total tanto em caso
de alteração quanto em caso de descumprimento do pactuado. Nesse caso, analisando-se a
reforma sob a ótica do empregado, tem-se prejuízo ao trabalhador, que deve ficar atento ao prazo
de exercício de sua pretensão, sob pena de tê-la fulminada pelo decurso do tempo em razão de
não reclamação de seu direito (pactuado), que foi alterado ou descumprido pelo empregador.
Prescrição
Prescrição
CLT (antes da reforma) CLT (após a reforma)
Art. 11. A pretensão quanto a créditos
Art. 11 - O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve
resultantes das relações de trabalho em cinco anos para os trabalhadores
prescreve: urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho.
I - em cinco anos para o trabalhador urbano,
até o limite de dois anos após a extinção do I – revogado
contrato;
Il - em dois anos, após a extinção do contrato
II – revogado
de trabalho, para o trabalhador rural.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às § 1º O disposto neste artigo não se aplica às
ações que tenham por objeto anotações para ações que tenham por objeto anotações para
fins de prova junto à Previdência Social. fins de prova junto à Previdência Social.
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva
pedido de prestações sucessivas decorrente
de alteração ou descumprimento do pactuado,
a prescrição é total, exceto quando o direito
à parcela esteja também assegurado por
preceito de lei.
§ 3º A interrupção da prescrição
somente ocorrerá pelo ajuizamento de
reclamação trabalhista, mesmo que em
juízo incompetente, ainda que venha
a ser extinta sem resolução do mérito,
produzindo efeitos apenas em relação aos
pedidos idênticos.
GABARITO: CERTO
74. A partir da entrada em vigor da reforma trabalhista, prevista para 11.11.2017, a distinção
entre salário e remuneração será mantida. Todavia, o conceito de salário sofrerá alteração
em virtude da supressão de parcelas que o compõem como, por exemplo, as diárias para
viagem, seja qual for o percentual que exceda o salário do empregado.
COMENTÁRIO
O conceito de remuneração está contido no caput do art. 457 da CLT. Tal qual disposto em
referido artigo, remuneração compreende as parcelas de natureza salarial, acrescida das gorjetas
recebidas pelo empregado. Esse dispositivo permanece inalterado após a entrada em vigor da
Lei nº 13.467/2017. Todavia, a composição do salário passou por significativa alteração, tendo
sido reduzidas as parcelas que o integram. Atualmente, salário é definido como um complexo
de parcelas que têm natureza contraprestacional em função de um contrato de trabalho e que
são pagas diretamente pelo empregador ao empregado (DELGADO, Maurício Godinho. Curso
de direito do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 707). Entretanto, após a entrada em vigor
da reforma trabalhista, poderá ocorrer que sejam verificadas, na prática, essas 3 características,
mas, mesmo assim, por disposição legal, não se esteja diante de parcela de natureza salarial. Na
disposição atual do § 1º do art. 457 da CLT, são parcelas que integram o salário: importância
fixa estipulada (salário contratual), comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para
viagens (quando o percentual ultrapassar 50% do salário do empregado) e abonos pagos pelo
empregador. A partir de 11.11.2017, data prevista para a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017,
comporão o salário: importância fixa estipulada (salário contratual), comissões e gratificações
legais (excluídas as ajustadas). Portanto, as ajudas de custo, o auxílio-alimentação, exceto se
for pago em dinheiro, as diárias para viagens, quaisquer que seja o percentual, os prêmios e os
abonos não integrarão o salário. No que tange às gorjetas, a reforma trabalhista não as alterou,
permanecendo como liberalidade paga pelo cliente ao empregado e compondo a remuneração, e
não o salário nos termos dos §§ 3º e 4º, recentemente incluídos pela Lei nº 13.419/2017 na CLT.
Observa-se, ainda, que a Lei nº 13.467/2017 preocupou-se em conceituar prêmios, o que fez
mediante a inclusão do § 4º2 ao art. 457 da CLT, definindo-o como as liberalidades concedidas
pelo empregador ao empregado ou a grupo de empregados em forma de bens, serviços ou valor
em dinheiro em virtude de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas
atividades. Assim, cotejando-se o teor do enunciado da questão posta sob análise com a nova
redação do § 1º do art. 457, conferida pela Lei nº 13.467/2017 à CLT, verifica-se sua correção.
2 Será necessária correção dos parágrafos, eis que o § 4º se destina às gorjetas, e não foi suprimido pela
reforma.
GABARITO: CERTO
75. Atualmente, a contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor
do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, recolhida de uma só vez,
anualmente, condicionada à prévia e expressa autorização pelo participante.
COMENTÁRIO
A questão trazida acima mescla o teor do caput do art. 579 da CLT anteriormente à reforma e
posteriormente à reforma trabalhista. O caput do art. 579 da CLT dispõe que a contribuição sindical
é devida por todos aqueles que participarem de determinada categoria econômica ou profissional,
ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão.
Se não houver sindicato naquela base territorial, os valores devem ser convertidos em prol da
federação ou confederação da mesma categoria econômica ou profissional. Do teor do referido
dispositivo, verifica-se que a contribuição sindical, previamente à reforma, possuía natureza
de tributo e, portanto, era compulsório o seu pagamento. Assim, o empregador era obrigado a
Contribuição sindical
CLT (antes da reforma) CLT (após a reforma)
Art. 578. As contribuições devidas aos
Art. 578 - As contribuições devidas aos
sindicatos pelos participantes das categorias
Sindicatos pelos que participem das
econômicas ou profissionais ou das profissões
categorias econômicas ou profissionais ou
liberais representadas pelas referidas
das profissões liberais representadas pelas
entidades serão, sob a denominação de
referidas entidades serão, sob a denominação
contribuição sindical, pagas, recolhidas
do “imposto sindical”, pagas, recolhidas
e aplicadas na forma estabelecida
e aplicadas na forma estabelecida neste
neste Capítulo, desde que prévia e
Capítulo.
expressamente autorizadas.
GABARITO: ERRADO
76. Uma das inovações trazidas pela Lei nº 13.467/2017 é a comissão de representação dos
empregados, a qual deverá ser eleita nas empresas com mais de 300 empregados e tem
como finalidade promover o entendimento direto com os empregadores.
COMENTÁRIO
A representação dos empregados é uma das novidades trazidas pela edição da Lei nº 13.467/2017,
pois, antes da reforma, que insere os arts. 510-A a 510-D na CLT, não havia previsão de comissão de
empregados na legislação trabalhista. Desse modo, nas empresas com mais de 200 empregados,
é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover o
entendimento direto com os empregadores, ou seja, como um meio de facilitar o diálogo com o
empregador sem a intermediação do sindicato. Assim, nas empresas com mais de 200 até 3.000
empregados, a comissão será composta por 3 membros; com mais de 3.000 até 5.000 empregados,
por 5 membros; e com mais de 5.000 empregados, por 7 membros. Caso a empresa possua
empregados em vários Estados da Federação e no Distrito Federal, será assegurada a eleição de uma
comissão de representantes dos empregados por Estado ou no Distrito Federal. Dentre as atribuições
da comissão de empregados, tem-se a representação dos empregados perante a administração da
empresa, o aprimoramento do relacionamento entre a empresa e seus empregados, observados os
princípios da boa-fé e do respeito mútuo, a promoção do diálogo e o entendimento no ambiente de
trabalho com o fim de prevenir conflitos, a busca de soluções para os conflitos decorrentes da relação
de trabalho, de forma rápida e eficaz, com o intuito de conferir efetiva aplicação às normas legais
e contratuais, a conferência de tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer
forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical, o
encaminhamento de reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de representação, o
acompanhamento do cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das convenções coletivas e
acordos coletivos de trabalho. Observa-se que a lei prevê que as decisões da comissão serão sempre
colegiadas, observada a maioria simples. A organização da atuação da comissão ocorrerá de forma
independente, isto é, não depende da intervenção de sindicatos, de federação ou confederação
sindical. Ainda, o art. 510-C da CLT traz como se dará a eleição prevendo que será convocada com
antecedência mínima de 30 dias, contados do término do mandato anterior, devendo o edital ser fixado
na empresa, com ampla publicidade a fim de possibilitar a inscrição de candidatura. 5 empregados
formarão a comissão eleitoral, os quais não podem ser candidatos, e serão responsáveis pela
organização e o acompanhamento do processo eleitoral, sendo vedada a interferência da empresa e
do sindicato da categoria. A comissão eleitoral será composta por empregados da empresa, exceto
aqueles que tenham sido contratados por prazo determinado, que estejam com contrato suspenso,
não se olvidando que a suspensão é a paralisação total dos efeitos do contrato de trabalho, ou em
período de aviso prévio, ainda que indenizado. Considerar-se-ão eleitos membros da comissão de
representação aqueles candidatos que tiverem o maior número de votos. A votação deverá ser
secreta e é vedado o voto por representação. A posse dos eleitos ocorrerá no primeiro dia útil
seguinte à eleição ou ao término do mandato anterior. O § 5º do art. 510-C da CLT requer especial
atenção do candidato, pois determina que se não houver candidatos suficientes, a comissão
de representantes dos empregados poderá ser formada com número de membros inferior ao
previsto, ou seja, com número inferior a 3, 5 ou 7 membros, conforme o número de empregados da
empresa. Em caso de ausência de registro de candidatura, deverá ser lavrada ata e convocada nova
eleição no prazo de 1 ano. O mandato dos membros da comissão de representação será de 1 ano e
aquele que tiver exercido a função de representante dos empregados na comissão não poderá ser
candidato nos 2 períodos subsequentes. O § 2º do art. 510-D da CLT também merece cuidado ao
referir que o mandato de membro de comissão de representantes dos empregados não implica
suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, devendo o empregado permanecer no exercício
de suas funções. Ao mesmo tempo, é assegurado ao membro de comissão de representantes dos
empregados, desde o registro de sua candidatura até 1 ano após o fim do mandato, a vedação de
despedida arbitrária, ou seja, aquela que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico
ou financeiro. Observa-se que o prazo de garantia provisória no emprego e a vedação de dispensa
arbitrária são as mesmas garantias já previstas para os membros das comissões de conciliações
prévias (§ 1º do art. 625-B da CLT); e da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, art. 165
da CLT). Por fim, refere o § 4º do art. 510-D da CLT que os documentos do processo eleitoral devem
ser emitidos em 2 vias e sob a guarda dos empregados e da empresa, pelo prazo de 5 anos, período
em que poderão ser consultados por qualquer trabalhador interessado, pelo MPT e pelo MTE. O
candidato deve atentar, ainda, para o fato de que o membro de comissão de representantes dos
empregados não tem suplente. Diante do exposto, verifica-se que a assertiva trazida está incorreta
quando prevê mais 300 empregados, e a lei exige mais de 200 empregados para fins de instalação
da comissão de representantes dos empregados.
Representação sindical
CLT (antes da
CLT (após a reforma)
reforma)
Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores.
§ 1º A comissão será composta:
I - nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três
Dispositivo sem
membros;
corresponden-
II - nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco
te na redação
membros;
antiga.
III - nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros.
§ 2º No caso de a empresa possuir empregados em vários Estados da Federação e
no Distrito Federal, será assegurada a eleição de uma comissão de representantes
dos empregados por Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma estabelecida no
§ 1º deste artigo.
Art. 510-C. A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias,
contados do término do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser
fixado na empresa, com ampla publicidade, para inscrição de candidatura.
§ 1º Será formada comissão eleitoral, integrada por cinco empregados, não candidatos,
para a organização e o acompanhamento do processo eleitoral, vedada a interferência
da empresa e do sindicato da categoria.
§ 2º Os empregados da empresa poderão candidatar-se, exceto aqueles com contrato
Dispositivo sem de trabalho por prazo determinado, com contrato suspenso ou que estejam em período
corresponden- de aviso prévio, ainda que indenizado.
te na redação § 3º Serão eleitos membros da comissão de representantes dos empregados os
antiga. candidatos mais votados, em votação secreta, vedado o voto por representação.
§ 4º A comissão tomará posse no primeiro dia útil seguinte à eleição ou ao término do
mandato anterior.
§ 5º Se não houver candidatos suficientes, a comissão de representantes dos
empregados poderá ser formada com número de membros inferior ao previsto no art.
510-A desta Consolidação.
§ 6º Se não houver registro de candidatura, será lavrada ata e convocada nova eleição
no prazo de um ano.
GABARITO: ERRADO
77. Nos termos da Lei nº 13.467/2017, o benefício da justiça gratuita será concedido à parte
que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. O
conceito de parte diz respeito apenas à pessoa natural, ou seja, ao empregado. Portanto,
a pessoa jurídica nunca será beneficiada pela gratuidade da justiça, ainda que comprove
insuficiência de recursos para o pagamento das custas processuais.
COMENTÁRIO
Nos termos do caput do art. 789, com redação dada pela Lei nº 13.467/2017, nos dissídios
individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da
Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício
da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2%
(dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o
máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social. Cotejando-se com o teor do atual caput do art. 789, verifica-se inovação legislativa no que
tange ao limite máximo, pois, antes da reforma trabalhista, essa limitação não existia. O intuito da
fixação do limite máximo é desonerar o empregador do pagamento de custas de valor elevado.
Portanto, atualmente, considerando que o limite máximo dos benefícios do RGPS é de R$ 5.531,31,
GABARITO: ERRADO
78. A verba honorária passa a decorrer da simples sucumbência, devendo ser fixada entre
o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
COMENTÁRIO
Com a inclusão do art. 791-A na CLT, pela Lei nº 13.467/2017, foi prevista a possibilidade de condenação
em honorários advocatícios no âmbito da justiça trabalhista. Nos termos do referido dispositivo, ao
advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados
entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Essa previsão não exclui o jus postulandi existente
no âmbito do processo do trabalho, ou seja, a parte pode continuar atuando em causa própria
desprovida de advogado. Todavia, se o empregador desempenhar ele próprio a sua defesa por ser
advogado, lhe serão devidos honorários advocatícios em caso de sucumbência. Entretanto, deve-se
atentar que o caput do art. 791-A limita a condenação em honorários de sucumbência ao processo de
Honorários advocatícios.
CLT (antes da reforma) CLT (após a reforma)
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo
Dispositivo sem
de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento)
correspondente na
sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
redação antiga.
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa.
Dispositivo sem § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda
correspondente na Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída
redação antiga. pelo sindicato de sua categoria.
GABARITO: CERTO
79. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes
o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do
empregado ou mediante a sua concordância expressa.
COMENTÁRIO
art. 114 da CF/88. Todavia, aproximando-se do Direito Processual Civil, a CLT, após a entrada
em vigor da Lei nº 13.467/2017, em 11.11.2017, passa a admitir a cláusula compromissória
de arbitragem no âmbito do Direito Processual Trabalhista. Assim, nos contratos individuais
de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido
para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua
concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996,
que dispõe acerca da arbitragem. Significa dizer que, se o trabalhador tiver remuneração acima
de R$ 11.062,62, atualmente, poderá constar de seu contrato individual de trabalho a cláusula
compromissória arbitral. Para isso, o trabalhador ou deve tomar a iniciativa de inseri-la no
contrato de trabalho ou deve concordar expressamente com sua inserção. Convém observar que
a cláusula compromissória de arbitragem é uma das espécies de convenção de arbitragem. A outra
é o compromisso arbitral. Enquanto a cláusula compromissória de arbitragem é anterior ao conflito,
antecipando-se as partes a um litígio, eis que já preveem que, caso ele ocorra, será dirimido por um
árbitro, o compromisso arbitral é posterior ao conflito, ou seja, as partes estabelecem que o litígio
existente será dirimido por um árbitro, e não pelo Poder Judiciário. Portanto, relendo-se o art. 507-
A, verifica-se que ele possibilita, no âmbito processual trabalhista, a cláusula compromissória
de arbitragem, e não o compromisso arbitral, motivo pelo qual se sugere ao candidato atenção
à nomenclatura bem como aos respectivos significados para fins de realização de prova objetiva.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Na redação dada à OJ-SBDI-I-140, em 20.04.2005, o TST havia firmado sua orientação no sentido de
que ocorreria deserção do recurso se houvesse recolhimento insuficiente das custas e do depósito
recursal, ainda que a diferença em relação ao “quantum” fosse ínfima, referente a centavos. Esse
mesmo entendimento constou parcialmente do parágrafo único do art. 10 da Instrução Normativa
do TST nº 39/2016, que dispõe sobre as normas do NCPC aplicáveis ao processo do trabalho.
Referiu o dispositivo que a insuficiência no valor do preparo do recurso, no processo do trabalho,
para os efeitos do § 2º do art. 1.007 do CPC, concerne unicamente às custas processuais, e não
ao depósito recursal. Significa dizer que o prazo de 5 dias, tal qual previsto no § 2º do art. 1.007
do CPC, apenas deveria ser dado ao recorrente para complementar o valor das custas, e não o do
depósito recursal. Ocorre que o TST reviu sua jurisprudência e deu nova redação à OJ nº 140 da
SBDI-I, passando a disciplinar que, em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais
ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso, se, concedido o prazo de 5 dias,
previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar
o valor devido. Ao mesmo tempo, o TST revogou o disposto no parágrafo único do art. 10 da
Instrução Normativa do TST nº 39/2016, uma vez que a nova redação conferida à OJ nº 140 da
SBDI-I é com ele incompatível. Portanto, de acordo com o atual entendimento do TST, o enunciado
trazido na questão acima está incorreto, eis que não reflete o teor da redação da OJ nº 140 da
SBDI-I: “DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE.
DESERÇÃO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado
em 20, 24 e 25.04.2017. Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do
depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco)
dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar
o valor devido.”
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Prezados alunos, a afirmação contida na primeira parte da questão está efetivamente correta.
Não obstante, mesmo que constituídas pela vontade dos Estados, as organizações internacionais
possuem autonomia decisória e administrativa para celebrar tratados, contratar funcionários,
comprar ou vender bens, por exemplo. Dessa forma, como são provenientes do direito convencional,
caso não haja em seus atos constitutivos algum impedimento que regule o assunto, é
plenamente possível que elas integrem outras organizações internacionais. Na prática, temos
alguns exemplos desse fenômeno, como é o caso da Conferência de Haia de Direito Internacional
Privado, organização internacional, da qual faz parte o bloco da União Europeia, uma organização
internacional supranacional. (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e
privado. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 158-159). Por esses fundamentos, a questão se encontra
errada.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A questão apresenta um conceito encontrado no art. 77, II, da Lei nº 6.815/80, o Estatuto do
Estrangeiro, e mantido no art. 82, II, da nova Lei de Migração nº 13.445/2017.
(...)
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;
Um alerta! Como o Cespe adora cobrar inovações legislativas nas provas, fiquem atentos com a
vigência dessa nova lei. Ela possui vacatio legis de 180 dias, contados da sua publicação no Diário
Oficial da União (24 de maio de 2017). Pelo fato de ainda não termos o edital, recomendo fiquem
de olho nas principais mudanças e vão se familiarizando com seu texto, nas rodadas próximas à
sua vigência retornaremos a abordá-la de forma mais específica.
O texto transcreve entendimento do Supremo Tribunal Federal, firmado no sentido de que a dupla
tipificação dos crimes é requisito indispensável e que deve estar presente desde o momento
da prática do ato delituoso. Esse requisito é fundamentado no princípio da legalidade penal,
onde não há crime sem lei anterior que o defina (nullum crimen, nulla poena sine praevia
lege), inscritos no Art. 5, XXXIX, da Constituição Federal, e art. 1º, do Código Penal, por essa
razão negou-se pedido de extradição de cidadão americano que havia cometido o crime de invasão
de dispositivo informático, anteriormente a sua tipificação pelas leis brasileiras. Trago um trecho
elucidativo da decisão: “Necessidade de que o fato subjacente ao pedido de extradição (ou ao
pleito de prisão cautelar para efeitos extrajudiciais) esteja simultaneamente tipificado, no momento
de sua prática, tanto na legislação penal do Brasil quanto na do Estado Estrangeiro. (...) Situação
inocorrente no caso, pois a conduta punível imputada ao súdito estrangeiro reclamado somente
passou a ser considerada criminosa no Brasil, em Abril de 2013 (quando se esgotou o período de
vacatio legis da Lei 12.737/2012, art. 4º). Posteriormente, portanto à data em que foi alegadamente
praticada nos Estados Unidos da América” (PPE 732-QO, rel. min Celso de Mello, julgamento em
11-11-2014, Segunda Turma, DJE de 2-2-2015.). Correta, portanto, a questão.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Trata-se de questão um pouco mais complicada e que exige o conhecimento dos principais tratados
e protocolos relacionados ao MERCOSUL. Abaixo elencos os principais apontados pela doutrina e
mais cobrados em provas, são eles:
• Tratado de Assunção, de 1991: Foi o tratado que criou o MERCOSUL, onde se estabeleceu linhas
gerais para a sua conformação. Foram pactuados os programas de liberalização do comércio
no bloco; regras aduaneiras, com uma tarifa externa comum; bem como houve a estipulação de
uma obrigação dos seus membros de coordenarem suas políticas macroeconômicas.
Após a leitura do quadro acima, vemos que a questão se encontra correta ao apontar o protocolo
de Ushuaia.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Prezados alunos, a resposta está errada! Não há uma necessária nomenclatura para que os
tratados exerçam seus efeitos jurídicos, embora alguns tipos de tratados sejam mais comuns na
prática diplomática, a sua nomenclatura pode mudar de Estado para Estado sem que haja prejuízos
maiores para os contratantes.
Esse entendimento costumeiro foi codificado na Convenção de Viena do Direito dos Tratados, de
1969, que dispõe que tratado internacional é «um acordo internacional concluído por escrito entre
Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois
ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica” (Art. 2,1, a, do
Decreto nº 7.030, de 14 de dezembro de 2009.).
Paulo Portela resume bem essa questão: “o tratado é um gênero que incorpora várias espécies,
como convenção, acordo, pacto, protocolo etc., (...). Entretanto, o emprego dos termos que indicam
os tipos de tratados é indiscriminado na prática internacional, o que não retira o caráter jurídico de
um instrumento internacional celebrado com o uso de terminologia inadequada.” (PORTELA, Paulo
Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 86).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A presente questão traz dois conceitos que devem ser conhecidos pelos candidatos, pois estão
diretamente relacionados ao tema do ponto 16 da matéria de Direito Internacional Público. O jus ad
bellum efetivamente pode ser entendido como o direito de promover a guerra. Historicamente,
os Estados poderiam utilizar os conflitos como meio lícito para a solução das suas disputas com
outros Estados, bastando que houvesse uma causa “justa” para tanto. Ocorre que esse conceito
era muito aberto e não havia um consenso sobre sua interpretação na comunidade internacional.
Com o passar dos tempos essa visão foi substituída, restringindo-se o direito do uso da força
à duas possibilidades: nos casos de legítima defesa contra uma agressão externa; ou nos
casos de medidas tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU, para evitar a guerra ou
restaurar a paz, previstas no Capítulo VII da sua Carta Constitutiva. (Decreto nº 19.841, de 22 de
outubro de 1945).
Para o professor Paulo Portela, o jus in bello “corresponde ao conjunto de normas que se
aplicam aos contendores durante os conflitos armados. É o chamado “Direito de Guerra”,
também conhecido como “Direito de Haia”, em alusão à cidade onde foram celebradas a
maioria das convenções na matéria.” Agrega normas voltadas a regular o uso de certas
armas, como bombas biológicas ou nucleares, bem como normas que tratam da proteção
da pessoa humana dentro dos conflitos armados e a assistência das vítimas dessas
hostilidades, o chamado Direito Internacional Humanitário.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Pessoal, o julgado exigido na questão não é novo, mas é de extrema relevância para o concurso
de procurador federal.
Deve-se ter em mente que a classificação dos crimes em instantâneos (consumação ocorre num
só momento), instantâneos de efeitos permanentes (consumação ocorre num só momento, mas
seus efeitos se prolongam no tempo), e permanentes (momento consumativo que se prolonga no
tempo) impactam sobre o termo inicial do prazo prescricional, além de repercutir sobre lei penal a
ser aplicável, consoante entendimento do STF:
Súmula 711: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente,
se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Com efeito, no julgamento do Resp nº 1.206.105/RJ, a Terceira Seção do STJ firmou compreensão
no sentido de que, quando praticado pelo próprio beneficiário, o estelionato previdenciário é crime
permanente, uma vez que a ofensa ao bem jurídico tutelado é reiterada, mês a mês, enquanto não
há a descoberta da fraude, de modo que o termo inicial do prazo prescricional, em casos tais, dá-se
com o último recebimento indevido do benefício previdenciário.
O STF compartilha do mesmo entendimento, como se pode extrair do RHC 105.761, no qual
afirmou que “[...] O crime de estelionato contra a Previdência Social, quando praticado pelo próprio
beneficiário das prestações, tem caráter permanente, o que fixa como termo inicial do prazo
prescricional a data da cessão da permanência [...]”.
GABARITO: ERRADO
87. Segundo o STF, o estelionato previdenciário, previsto no artigo 171, § 3º, do CP, é crime
permanente quando praticado pelo funcionário da previdência social, ou por terceiro,
não-beneficiário, contando-se o prazo prescricional quando cessado o meio fraudulento
empregado.
COMENTÁRIO
Complementando a questão anterior, e a fim de deixar bem clara a diferença, o STF entende que,
quando o estelionato previdenciário for praticado pelo próprio funcionário da previdência social não
beneficiário, o crime é instantâneo de efeitos permanentes.
Poderia o aluno se questionar sobre o porquê desta diferenciação. O critério é se o agente pode, a
qualquer tempo, cessar o estado de permanência. O beneficiário pode, após ter recebido diversas
prestações, deixar de fazê-lo, obstando a continuidade na consumação que se prolonga no tempo,
mas o servidor, após praticar a fraude, não pode interromper a consumação, uma vez que se
Muita atenção porque, por se tratar de tópico do edital que remete especificamente ao crime
de estelionato contra a Fazenda Pública, pode ensejar a indagação sobre entendimentos
jurisprudenciais mais antigos.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A fim de tentar esgotar ao máximo esse tópico do edital, a questão exigia um conhecimento sobre o
entendimento jurisprudencial adotado pelo STJ no julgamento do REsp 1.380.672-SC. Com efeito,
o § 2º, do artigo 9º, da Lei Federal n.º 10.684/2003, dispõe que:
Art. 9º É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos
arts. 1º e 2º da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em
que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no
regime de parcelamento.
Atente-se que o caput do artigo 9º, da Lei Federal n.º 10.684/2003 contempla com referida causa
de extinção da punibilidade apenas os aos crimes previstos nos artigos 1º e 2º da Lei Federal n.º
8.137/1990, e nos artigos 168-A e 337-A do Código Penal, enquanto que o estelionato previdenciário
se encontra previsto no artigo 171, § 3º, do CP.
Por este motivo, decidiu o STJ que o art. 9º da Lei Federal n.º 10.684/2003 somente abrange
crimes tributários materiais, delitos que são ontologicamente distintos do estelionato
Ressalva-se, no entanto, que embora não aplicável a causa de extinção da punibilidade do artigo
9º da Lei Federal n.º 10.684/2003, é possível, em decorrência do pagamento integral, ter o agente
direito de receber o benefício do arrependimento posterior, com causa de redução de pena de 1/3
a 2/3, nos termos do artigo 16 do CP.
GABARITO: CERTO
89. A teoria da quebra da cadeia de custódia da prova permite que fragmentos de interceptações
telefônicas sejam utilizados como suporte probatório em processo penal.
COMENTÁRIO
A ideia é que a prova produzida na fase de investigação não pode servir apenas aos interesses
do órgão acusador, sendo imprescindível a preservação da sua integralidade, sem a qual
se mostra inviabilizado o exercício da ampla defesa, tendo em vista a impossibilidade da efetiva
refutação da tese acusatória, dada a perda da unidade da prova.
O tema não se limita a uma conceituação doutrinária, tendo o STJ, no julgamento do HC 160.662/
RJ, invalidado interceptação telefônica uma vez que áudios não foram disponibilizados da forma
como captados, havendo descontinuidade nas conversas e na sua ordem, com omissão de alguns
áudios. O STJ mencionou a noção de corretezza processuale, que é uma expressão italiana que
corresponde àquela outra do Direito Norte Americano, fair trial, a qual denota a ideia de que,
independentemente da verdade a ser atingida, há que se impor um procedimento correto.
GABARITO: ERRADO
90. Segundo o STF, eventual conflito de atribuição entre Ministério Público Federal e Ministério
Público Estadual não se qualifica como conflito federativo apto a atrair a ativação de sua
competência prevista no artigo 102, “f”, da CF/88, motivo pelo qual deve ser solucionado
pelo Procurador-Geral da República.
COMENTÁRIO
Muita atenção porque o tema sofreu uma virada na jurisprudência do STF. Anteriormente, o STF
entendia que o conflito de atribuição entre Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual
atraia a competência prevista no artigo 102, “f”, da CF/88, que estabelece que cabe ao STF
processar e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União
e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração
indireta.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
No entanto, existem várias exceções. Uma delas é o próprio STF, segundo o qual “O STF exerce,
por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso
extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-
lo sem ofensa ao art. 97 da CF”. (RE 361.829 ED, rel. min. Ellen Gracie, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE
de 19-3-2010). Ainda consta do inteiro teor do acórdão que “por expressa disposição regimental,
as Turmas integrantes do STF detém competência para julgamento de recurso extraordinário,
via apropriada à discussão de violação constitucional”. Ou seja, o raciocínio é de que, se as
turmas possuem competência para julgar recurso extraordinário, podem igualmente reconhecer a
inconstitucionalidade de textos normativos sem remessa ao plenário.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Em linha de princípio, o requerimento da tutela provisória – requisito exigido nos termos do art. 300,
c/c 296 do CPC/2015 –, assim como a sua extensão, pode ser formulado ou alterado pelo autor,
desde que observado o pedido inicial, pois a medida não pode ser mais ampla. Assim, pode o autor
requerer ou não, na exordial, a antecipação de parte da tutela, e depois pedir a tutela provisória
em sua totalidade – o ordenamento jurídico não é infenso à modificação do requerimento de tutela
antecipatória.
Ora, se o pedido poderia ser formulado ao relator, e o próprio art. 296, caput, do CPC/2015
deixa nítido que novas circunstâncias autorizam o requerimento, possível também que seja
deduzido em sessão de julgamento, em feito que comporta sustentação oral, ao Colegiado
que apreciará o recurso. Isso porque, tal procedimento consiste em manifestação formal (art. 554
do CPC/1973 e 937 do CPC/2015) a oportunizar à parte adversa até mesmo o contraditório prévio
ao exame do pedido.
GABARITO: CERTO
93. De acordo com o STJ, a cota de fundo de investimento, quando não possuir cotação no
mercado, é equiparada a dinheiro na ordem de preferência da penhora.
COMENTÁRIO
A assertiva está incorreta. Esse tema foi decidido pelo STJ em sede de recurso repetitivo, havendo
a fixação da tese 913, segundo a qual “I - A cota de fundo de investimento não se subsume à ordem
de preferência legal disposta no inciso I do art. 655 do CPC/73 (ou no inciso I do art. 835 do NCPC)”.
Foram alguns recursos especiais (REsp 1.388.642/SP; REsp 1.388.640/SP; REsp 1.388.638/SP),
julgados em 03 de agosto de 2016. O trabalhoso aqui é entender o raciocínio por trás da tese fixada
e, para isso, há necessidade de análise da justificação na fixação desse precedente.
Na argumentação do ministro relator Marco Aurélio Bellizze, afirmou-se que, de acordo com o art.
2º, da Lei 6.385/1976,3 as cotas de fundos de investimento consistem em valores mobiliários
e, como tal, não se encontram em primeiro lugar, na ordem legal de preferência de penhora,
contida no inciso I do art. 655 do CPC/73, mas sim, expressamente, no inciso X (ou no inciso
III do art. 835 do CPC/2015; ou no inciso VIII do art. 11 da Lei n. 6.830/1980).
Não haveria como inserir tais valores mobiliários no art. 655, I, do CPC/1973 (art. 835, I, CPC/2015),
eis que, diversamente do que ocorre com o dinheiro em espécie, com o dinheiro depositado
em conta bancária ou com aquele representado por aplicações financeiras, as cotas de fundo
de investimento encontram-se invariavelmente sujeitas aos riscos de mercado, de crédito e de
3 Art. 2º São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: (...) V - as cotas de fundos de investimento em
valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
liquidez, o que, por si só, justifica a diversidade de gradação, para efeito de penhora, imposta pela
lei adjetiva civil.
Menciona-se ainda que, de acordo com os arts. 3º e 4º, da Instrução Normativa 555/2014 da CVM,4
o fundo de investimento seria uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio
(sui generis), administrada por terceiro (pessoa jurídica autorizada pela Comissão de Valores
Monetários para o desempenho de tal mister) e destinada à aplicação em carteiras diversificadas
de títulos e valores mobiliários, correspondentes ao perfil de investimento perseguido coletivamente
que guarda em si, naturalmente, um grau maior ou menor de risco. Ou sejam se sujeitam aos riscos
das variações dos índices do mercado financeiro.
Mesmo que o fundo de investimento seja fixado como de renda fixa, mantém-se a situação de risco,
pois, de acordo com a Instrução Normativa n. 505 do CVM, este fundo tem “como principal fator de
risco de sua carteira” a variação da taxa de juros, de índice de preço, ou ambos, devendo possuir
“no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados
via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe”, (arts. 109 e 110), o que evidencia, de igual
modo, a presença dos riscos acima aludidos, ainda que em menor grau.
Igualmente irrelevante seria o fato de o fundo de investimento não possuir cotação no mercado,
pois o investidor continuaria a estar sujeito aos riscos de mercado, de crédito e de liquidez próprios
dos ativos financeiros que compõem a carteira de investimento do fundo. Embora os riscos sejam
minorados, não deixam de existir e não permitem que seja equiparado ao grau de liquidez do
dinheiro ou do dinheiro em aplicação financeira.
Destacou-se ainda que, sem prejuízo dos riscos anteriormente delineados, sobre os fundos de
investimentos, incidem ainda a taxa de administração, entre outras possivelmente preestabelecidas,
como é o caso de taxa de performance, além da inafastável tributação, tudo a bem evidenciar que
eventual constrição sobre a cota de fundo de investimento não incide sobre um numerário certo e
líquido.
Em suma, a cota de fundo de investimento não se subsume à ordem de preferência legal disposta
no inciso I do art. 655 do CPC/1973, mas sim, expressamente, no inciso X (ou no inciso III do art.
835 do CPC/2015; ou no inciso VIII do art. 11 da Lei n. 6.830/80).
GABARITO: ERRADO
4 Art. 3º O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio,
destinado à aplicação em ativos financeiros. Art. 4º O fundo pode ser constituído sob a forma de condomínio aberto,
em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas conforme estabelecido em seu regulamento, ou fechado,
em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo. Parágrafo único. Desde que
expressamente autorizado pelo regulamento ou pela assembleia geral de cotistas, o fundo pode destinar diretamente
aos cotistas as quantias que lhe forem atribuídas a título de dividendos, juros sobre capital próprio, reembolso de
proventos decorrentes do empréstimo de valores mobiliários, ou outros rendimentos advindos de ativos financeiros que
integrem sua carteira.
94. A recusa da nomeação à penhora de cotas de fundo de investimento não encerra, em si,
excessiva onerosidade ao devedor, violação do recolhimento dos depósitos compulsórios
e voluntários do Banco Central do Brasil ou afronta à impenhorabilidade das reservas
obrigatórias, dependendo das particularidades de cada caso concreto.
COMENTÁRIO
Essa assertiva está correta e reflete a outra parte do tema 913 apontado na assertiva anterior. A
parte II da tese foi: “A recusa da nomeação à penhora de cotas de fundo de investimento, reputada
legítima a partir das particularidades de cada caso concreto, não encerra, em si, excessiva
onerosidade ao devedor, violação do recolhimento dos depósitos compulsórios e voluntários do
Banco Central do Brasil ou afronta à impenhorabilidade das reservas obrigatórias”.
Tal qual na assertiva anterior, é necessária a investigação dos fundamentos da decisão para
compreender adequadamente a questão.
Foi afirmado no precedente que a ordem de penhora estabelecida no art. 655 do CPC/1973 (art.
835, CPC/2015) não seria absoluta. No entanto, a alteração pode ser recusada se, com esteio
nas particularidades do caso, o aludido valor mobiliário não guarda em si a esperada liquidez a
satisfazer prontamente a obrigação inadimplida, circunstância que não encerra, em si, excessiva
onerosidade ao devedor.
Tal situação é destacada expressamente pelo art. 835, § 1º, do CPC/2015, segundo o qual, “É
prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista
no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto”.
Para alegar excesso de onerosidade, o banco recorrente sustentou que haveria perda de rentabilidade
de seu investimento, no entanto, a norma do art. 620 do CPC/1973 (art. 805, CPC/2015) não pode
subverter a ordem e a lógica do processo e passar a ser dirigida com base nos interesses do
executado. A diminuição dos lucros da instituição financeira não diz respeito ao exequente e não
serviria de justificativa idônea para obrigá-lo a aceitar um bem que não guarda em si a aptidão ideal,
segundo as particularidades do caso concreto, para satisfazer o crédito exequendo. Na verdade,
tal modificação beneficiaria apenas o banco, não o exequente.
Seria igualmente insubsistente a tese de que a recusa da nomeação à penhora das cotas de
fundo de investimento importaria, por via transversa, na violação do recolhimento dos depósitos
compulsórios e voluntários do Banco Central do Brasil (art. 10, IV, da Lei n. 4.595/1964) ou na
afronta da impenhorabilidade das reservas obrigatórias (art. 68 da Lei n. 9.069/1995).
Isso porque caso se reconheça a legitimidade da recusa da nomeação do valor mobiliário sob
comento (com esteio nas particularidades do caso concreto), cabe à instituição financeira, de
reconhecida e incontroversa capacidade financeira, proceder à garantia do juízo, que poderá recair
sobre numerário constante de suas agências ou sobre o produto do capital investido em suas
noticiadas aplicações financeiras, ainda que para isso tenha que efetivar o correlato resgate ou
deixar de lucrar a rentabilidade esperada, circunstâncias que, como já demonstrado, não dizem
respeito ao exequente, cujos interesses norteiam o desenvolvimento do processo executivo,
tampouco evidenciam, por si, onerosidade excessiva ao devedor. A argumentação da súmula 328
do STJ reforçaria a insubsistência dos argumentos, eis que, de acordo com ela, “Na execução
contra instituição financeira, é penhorável o numerário disponível, excluídas as reservas bancárias
mantidas no Banco Central”.
Nessa linha de argumentação, reconhecida a licitude da recusa, cabe ao banco executado, inclusive,
como condição de procedibilidade de sua impugnação ao cumprimento de sentença (definitiva)
apresentada, garantir o juízo, por meio de constrição que recaia sobre numerário constante de suas
agências ou sobre o produto do capital investido em suas aplicações financeiras, providência que
não toca a intangibilidade dos depósitos mantidos no Banco Central, tampouco a impenhorabilidade
das reservas bancárias.
GABARITO: CERTO
95. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido pela Defensoria Pública quando
a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis.
COMENTÁRIO
O mandado de injunção, de fato, pode ser individual e coletivo. A Lei 13.300, de 2016, regula a
legitimidade para a utilização do mandado de injunção coletivo em seu art. 12, segundo o qual:
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: I - pelo Ministério Público,
quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica,
do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; (...)
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para
a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos
dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
GABARITO: ERRADO
96. Nas causas que envolvam a fazenda pública, os honorários serão sempre fixados entre
dez e vinte por cento.
COMENTÁRIO
O CPC/2015 optou por tratar de forma mais adequada os honorários que envolvam a fazenda
pública. Na regulação do CPC/73, eles seriam fixados com base em apreciação equitativa do juiz
(art. 20, § 4º). No entanto, o art. 85 modificou essa regulação, propondo uma tabela no tratamento
dos honorários que envolvam a fazenda pública:
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte
mil) salários-mínimos;
proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000
(cem mil) salários-mínimos;
(...)
Veja-se que, como forma de explicar o funcionamento dos honorários, é possível fazer uma tabela
(o raciocínio é semelhante ao que ocorre com o imposto de renda – a diferença é que no IR as
alíquotas são crescentes e, no caso dos honorários, decrescentes):
Portanto, se uma determinada condenação contra a fazenda pública for no total de 2.000 salários
mínimos, a fixação de honorários deve funcionar da seguinte forma: i) sobre a parcela até 200
salários mínimos, o percentual varia entre 10 e 20%; ii) no restante, entre 8 e 10%.
GABARITO: ERRADO
97. Os litisconsortes que tiverem procuradores diversos terão prazos contados em dobro,
sempre que a defesa seja oferecida por ambos.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 229 do CPC, “Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento”. Note-se que
agora, para que haja o benefício do prazo em dobro, os litisconsortes, além de terem necessidade
de serem representados por procuradores diversos, estes devem fazer parte de escritório de
advocacia diversos.
Vale destacar ainda que o § 1º do mencionado texto normativo destaca que “Cessa a contagem
do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles”. É
importante ainda fazer menção ao fato de que esse benefício, de acordo com o § 2º “Não se aplica
o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos”. Essa mudança tem por base o próprio
fundamento desse benefício, que era baseado na dificuldade de acesso aos autos, isso porque,
com os autos físicos, havendo prazo comum para litisconsorte, caso o prazo fosse igual, como
teriam ele acesso aos autos? A ideia era dar um prazo maior para que ambos pudessem ter acesso
aos autos e formularem suas manifestações de forma mais adequada.
GABARITO: ERRADO
98. O novo CPC consagrou a teoria da dinamização dos encargos probatórios, sendo
cabível a interposição de agravo de instrumento da decisão que realize a alteração dos ônus
probatórios.
COMENTÁRIO
De fato, o CPC consagrou a teoria da dinamização do ônus da prova no art. 373, § 1º, segundo
o qual “Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído”.
Destaque-se os requisitos para a dinamização: i) casos previstos em lei ou ii) diante de peculiaridades
da causa relacionadas à ii.i) impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo
nos termos do caput ou ii.ii) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. Outro ponto
importante é o de que o juiz sempre deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus
que lhe foi atribuído, ou seja, a dinamização não pode ocorrer na sentença, devendo ocorrer, em
Por fim, quanto ao recurso, de acordo com o art. 1.015, XI, do CPC: “Art. 1.015. Cabe agravo
de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: (...)XI - redistribuição do
ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º”. Recomenda-se prestar atenção ao fato de que
apenas cabe o AGTR da decisão que dinamiza o ônus da prova, mas não cabe da decisão que
rejeita a dinamização!!!
GABARITO: CERTO
99. De acordo com o CPC, na exibição de documentos não será cabível a aplicação de multa
cominatória.
COMENTÁRIO
De acordo com o entendimento sumulado do STJ (n. 372), “Na exibição de documentos, não cabe
a aplicação de multa cominatória”. A lógica do STJ seria de que a presunção de veracidade na
exibição de documentos iria suprir essa problemática. Ocorre que a doutrina sempre criticou esse
entendimento, pois, mesmo admitida a busca e apreensão, por vezes, ela não resultava satisfatória
e, por isso, deveria ser cabível a utilização da multa coercitiva.
O CPC acolheu o posicionamento doutrinário, eis que, de acordo com o parágrafo único do art.
400, “Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias para que o documento seja exibido”. Uma das medidas coercitivas, por óbvio,
será uma delas (tema regulado pelo art. 537 – que se recomenda a leitura). Esse posicionamento
foi acolhido pelo enunciado n. 54 do FPPC (Fórum Permanente de Processualistas Civis): Fica
superado o enunciado 372 da súmula do STJ (“Na ação de exibição de documentos, não cabe a
aplicação de multa cominatória”) após a entrada em vigor do NCPC, pela expressa possibilidade
de fixação de multa de natureza coercitva na ação de exibição de documento.
Em tese, o posicionamento do STJ não foi ainda revogado pelo tribunal, mas é evidente que se
tornou desatualizado com o CPC/2015.
GABARITO: ERRADO
100. Havendo algum vício na citação e, mesmo assim, venha o réu ou o executado a
comparecer nos autos, o seu prazo de defesa será iniciado da decisão que reconhecer o
vício.
COMENTÁRIO
Pelo CPC/73, essa assertiva estaria correta, de acordo com o art. 214, § 2º. No entanto, a regulação
do CPC/2015 foi diversa, como se infere do conteúdo do art. 239:
Veja-se que a lógica atual afirma que o comparecimento espontâneo do réu supre a falta ou a
nulidade da citação e o prazo da defesa será iniciado desse comparecimento e não da decisão
que reconhecer a nulidade.
GABARITO: ERRADO
QUESTÕES DISSERTATIVAS
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO AGRÁRIO
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 05/09/2017:
profcei.renatadavila@gmail.com - LIMITE 30 LINHAS
Gilberto Mávio Menders, nascido no Brasil de pai e mãe brasileiros, mudou-se para os Estados
Unidos da América há cerca de 35 anos, onde passou a trabalhar e viver ilegalmente. Casou com
uma cidadã americana e no ano de 1995 foi contemplado com o green card, documento que lhe
garantiu o visto de permanência, bem como direitos civis e de trabalho naquele país. Em 2001 se
naturalizou voluntariamente cidadão estadunidense. No ano de 2010 foi acusado do assassinato
de sua esposa e logo após o fato foi preso pela Interpol no Brasil, local para onde fugiu. Os Estados
Unidos requereram sua extradição para que seja julgado pelas suas autoridades. Em sua defesa,
Gilberto Mávio Menders alega ser brasileiro nato.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 05/09/2017:
profcei.vitorveloso@gmail.com - LIMITE 30 LINHAS
PEÇA JUDICIAL
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Um padre chamado Carlos escreveu e publicou um livro, tendo como público alvo a Igreja
Católica. Neste livro, ele fez críticas ao espiritismo e a religiões de matriz africana, como a
umbanda e o candomblé.
Ocorre que o livro passou a ser um assunto recorrente entre os alunos da universidade
pública federal do Mato Grosso e passou a gerar diversas discussões de cunho religioso,
social e até criminal entre eles.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 05/09/2017:
profcei.renatadavila@gmail.com - LIMITE 150 LINHAS
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