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2ª RODADA - 23/02/2018
CEI-PGE/SP
2ª RODADA - 23/02/2018
DURAÇÃO
09/02/2018 A 10/05/2018
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
12 QUESTÕES DISSERTATIVAS
total
6 PEÇAS OU PARECERES
total
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PGE/SP
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2018
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
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em até 3x
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Páginas: 190
sem juros Edição: 3ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-02-6
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Dimensões: 14x21cm
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sem juros Edição: 1ª
+ Ano: 2018
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PROFESSORES
IURI QUADROS. Advogado da União, aprovado em 11º lugar no último concurso da carreira,
obtendo a 2ª maior nota do Brasil na prova discursiva. Ex-assessor jurídico da Secretaria
de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, aprovado nos concursos da Procuradoria-
Geral do Município de Canoas, Especialista em Regulação da Ancine (13º lugar), Advogado
da FINEP e Residência Jurídica da PGE/RJ. Bacharel em direito pela UFRJ.
RAVI PEIXOTO. Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela
UERJ. Mestre em Direito pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado.
Aprovado nos concursos da PGM-JP, PGDF e PGM-Recife.
WOLKER VOLANIN BICALHO. Procurador do Estado de São Paulo. Exerce suas atribuições
na Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral. Coordenador e professor do curso
“Direito Previdenciário Público” na Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de
São Paulo em 2015 (ESPGE). Mestrando em Direito do Trabalho e Previdência Social
pela Universidade de São Paulo (USP).
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................6
CRONOGRAMA..........................................................................................................................................7
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO............................................................8
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................8
DIREITO PROCESSUAL CIVIL....................................................................................................14
DIREITO CIVIL................................................................................................................................19
DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 24
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO...................................................... 28
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 35
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 40
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................. 46
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO................................ 53
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS.......................................................................................... 60
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO........................................................61
DIREITO CONSTITUCIONAL.....................................................................................................61
DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................... 80
DIREITO CIVIL............................................................................................................................... 97
DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................................................... 131
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO.................................................... 148
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................174
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................197
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO................................................ 220
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO..............................256
APRESENTAÇÃO
Queridos alunos(as),
Em relação ao índice de acertos versus erros, recomendo que vocês fiquem bastante
tranquilos. Nossas rodadas de questões não são simulados. Nossa pretensão, sim, é explorar
90 (noventA) questões, tal qual a futura prova de Procurador do Estado de São Paulo. Todavia,
nosso objetivo é maior. É que vocês tenham contato com o maior número de pontos possíveis
do conteúdo programático até a data da prova e, desse modo, ou os estudem, caso nunca
tenham tido contato com eles, ou os revisem, caso já os tenham estudado em momento anterior.
Portanto, caso estejam acertando número menor de questões do que costumam acertar em
provas objetivas, não se desesperem, pois, provavelmente, o nível de dificuldade de nossas
questões é mais profundo do que aquele que será explorado na futura prova de Procurador do
Estado de São Paulo.
No que diz respeito à extensão dos comentários das questões – eis que alguns alunos relataram
não conseguir esgotar a leitura num único dia e requisitaram ideias de como proceder –,
sugiro, para melhor aproveitamento do material, que vocês realizem as questões num único
dia – como se fosse a prova – mas leiam os comentários de cada uma das disciplinas no
decorrer dos próximos dias da semana. Assim, vocês conseguirão absorver melhor o conteúdo
e, consequentemente, já promover os grifos necessários na legislação para que, numa revisão
ou estudo futuro, já saibam o que é relevante no texto de lei.
Ainda, como não estamos imunes a eventuais equívocos, informo que, anexa, segue a correção
de alguns pontos da disciplina de Direito Ambiental. Peço, sempre que constatarem alguma
dissonância entre questão e resposta correta/incorreta e/ou nomenclatura, não hesitem em
nos informar, pois faremos o possível para melhor atendê-los.
Por fim, não esqueçam: “Aquele que pode realizar pouco, deve sacrificar pouco. Aquele que
pode alcançar muito, deve sacrificar muito. Aquele que pode alcançar níveis muito altos, deve
sacrificar grandemente” (James Allen).
Desejo que vocês tenham bons estudos e fico à disposição para eventuais dúvidas e
esclarecimentos pelo e-mail: profcei.mariannamotta@gmail.com.
Um forte abraço,
CRONOGRAMA
DIREITO CONSTITUCIONAL
C) O artigo 242, §2º da Constituição de 1988 (“O Colégio Pedro II, localizado
na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal”) não é norma
materialmente constitucional e, por isso, não pode servir de parâmetro para o
controle de constitucionalidade.
C) A anterioridade eleitoral pode ser reduzida para o período de 6 (seis) meses por
meio de emenda constitucional.
I. Os tratados internacionais que sejam aprovados, em dois turnos, por três quintos
dos votos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal terão status equivalente
às Emendas Constitucionais.
A) Não ofende a Lei Maior a edição de lei federal que, regulamentando a profissão
de músico, condicione o seu exercício à inscrição na Ordem dos Músicos do Brasil
e ao pagamento das respectivas anuidades, uma vez que a norma prevista no artigo
5º, inciso XIII da Constituição possui eficácia contida.
D) Toda gravação de conversa telefônica que não tenha sido previamente autorizada
pela autoridade judicial constitui prova ilícita e, por isso, não pode ser utilizada em
procedimento administrativo.
II. A Lei Orgânica municipal deve ser editada de acordo com o que estabelece a
Constituição Federal e, também, a Constituição Estadual.
A) I e II.
B) II e III.
C) III.
D) II.
E) I e III.
E) A votação das medidas provisórias pode ser iniciada em qualquer das casas do
Congresso Nacional.
B) A ADPF pode ser proposta nas hipóteses de cabimento de ADI e ADC porque
o seu objeto (“ato do poder público”) é mais amplo que o das demais ações do
controle abstrato de constitucionalidade.
C) Lei que fixe distância mínima entre um estabelecimento comercial e outro será
inconstitucional por violar o princípio da livre concorrência.
E) Ofende a livre iniciativa a edição de lei que regule a política de preços de bens
e serviços no mercado.
12. Acerca das espécies de defesa que podem ser utilizadas pelo réu no processo civil,
assinale a alternativa correta.
Item II: Em ações de execução fiscal, a petição inicial deve ser indeferida caso
esteja ausente o CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada.
Item II - Não são admitidas no Juizado Especial da Fazenda Pública as causas sobre
bens móveis e imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
E) Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados.
A) Pode o juiz adotar fundamento jurídico diverso daqueles utilizados pelas partes
(iura novit cúriA) desde que venha a escutar previamente as partes.
B) Pode o juiz proferir decisão contra o réu sem que ele seja previamente ouvida
no caso da decisão de expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa
ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer na ação monitória.
E) Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
19. Em relação às ações de responsabilidade civil que envolvem o poder público, julgue
os seguintes itens:
Item III: Nos pedidos relativos aos danos morais, os juros moratórios incidem desde
a data do evento e a correção monetária incidirá desde a data do arbitramento.
A) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar tanto o incidente de resolução
de demandas repetitivas quanto o incidente de assunção de competência.
DIREITO CIVIL
21. Sobre o que dispõe o Código Civil a respeito do domicílio, é correto afirmar que:
22. A respeito do regime jurídico dos bens, previsto no Código Civil, assinale a alternativa
CORRETA:
25. É possível afirmar que na alienação fiduciária em garantia de bens móveis e imóveis:
A) É possível a intimação por hora certa do devedor fiduciante para que seja
constituído em mora, conforme previsão expressa da Lei 9.514/1997.
26. A respeito dos direitos reais de gozo ou fruição, assinale a afirmativa CORRETA:
A) A Servidão poderá ser extinta pelo não uso durante quinze anos contínuos.
C) A extinção do usufruto pelo não uso do imóvel deve observar o prazo prescricional
de 10 anos previsto no art. 205 do Código Civil.
D) O fâmulo da posse não pode fazer uso dos interditos possessórios, entretanto,
é possível que ele se utilize do desforço imediato para proteger o bem daquele que
recebe ordens.
B) A grávida que sofre aborto em razão de acidente de trânsito não tem direito de
receber do DPVAT indenização pela morte do nascituro.
DIREITO ADMINISTRATIVO
“Nele se traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados
sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições
são toleráveis” (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.
São Paulo: Malheiros, 2010, p. 114).
A) Legalidade.
B) Impessoalidade.
C) Moralidade.
D) Publicidade.
E) Eficiência.
35. O Decreto nº 123 determinou que a portaria conjunta dos Ministérios X e Y regulamentasse
o usufruto de determinado benefício fiscal. O ato foi editado em conformidade com o
decreto, porém, posteriormente, o Ministério Y revogou unilateralmente a portaria. Ante
a situação exposta, indique a alternativa INCORRETA:
A) De acordo com a jurisprudência do STJ, existe irregularidade no ato de retirada
da portaria em questão.
complexo.
B) Permissões.
C) Autorizações.
D) Admissões.
E) Ordens de serviço.
C) Um órgão pode delegar parte de suas competências a outro que não lhe seja
hierarquicamente subordinado, desde que não haja impedimento legal e esteja
caracterizada situação de conveniência.
II. Se um particular alegar que não foi notificado para apresentar defesa em processo
administrativo de que lhe resultou imposição de sanção, caberá à Administração
Pública comprovar que realizou a notificação.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
B) Seguindo a jurisprudência do STJ, para ajuizar ação popular contra ato praticado
pelo Prefeito do Município de São Paulo, é necessário que o cidadão seja eleitor
naquela localidade.
C) A pessoa jurídica cujo ato seja objeto de impugnação na ação popular pode
atuar ao lado do autor, se assim o justificar o interesse público.
40. Maria foi aprovada em primeiro lugar nas duas primeiras fases do concurso para
Agente Penitenciária da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Na
terceira fase, contudo, em razão de erro na forma de cálculo da média, Maria perdeu
colocações e ficou em quinto lugar. Maria pediu reconsideração administrativa, mas a
Secretaria de Segurança Pública afirmou que aquela seria a forma de cálculo entendida
como correta por sua equipe técnica e indeferiu o pedido, apresentando-lhe os cálculos.
Apenas duas candidatas foram nomeadas. Em seguida, Maria ajuizou ação pretendendo
o cálculo correto da média, com sua consequente nomeação, bem como indenização
no valor do salário correspondente ao período em que deveria ter trabalhado. Diante da
situação narrada, indique a(s) alternativa(s) correta(s):
III. Ainda que haja reconhecimento do erro de cálculo pela Administração Pública,
Maria não terá direito à indenização pelos meses não trabalhados.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III.
E) II e III.
B) Possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT e, portanto, tem direito
subjetivo à reintegração no cargo em comissão que ocupava antes da exoneração.
C) Não possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT, uma vez que
o cargo exclusivamente comissionado tem natureza transitória e de confiança,
de livre preenchimento e exoneração, sendo incompatível com o instituto da
estabilidade.
D) Possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT, no entanto, não tem
direito subjetivo à reintegração, fazendo jus a uma indenização na proporção dos
valores que lhe deveriam ter sido pagos desde a exoneração até o fim do período
da estabilidade.
E) Possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT, desde que haja
comunicação expressa do estado de gravidez ao órgão público competente antes
da efetiva exoneração.
43. No que diz respeito ao regime jurídico funcional do servidor público estadual, é
INCORRETO afirmar que:
A) O regime jurídico estatutário que disciplina o vínculo entre o servidor público
e a Administração Pública estadual não tem natureza contratual, mas legal. Desse
modo, não existe direito subjetivo do servidor público à inalterabilidade da situação
funcional, por predominar o interesse público.
46. De acordo com a Lei Complementar 1.012/2007, o servidor afastado para desempenhar
emprego público em autarquia ou empresa pública, com prejuízo dos vencimentos,
A) continuará automaticamente vinculado ao Regime Próprio de Previdência Social
do Estado e fará jus a todos os benefícios previdenciários dele decorrentes.
C) terá suspenso o seu vínculo com o Regime Próprio de Previdência Social do Estado
enquanto durar o afastamento, sendo-lhe facultada a opção pela manutenção do
vínculo neste regime, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição,
assim como da contribuição patronal.
47. De acordo com a Lei nº 452/74, alterado pela Lei Complementar 1.013/2007, são
dependentes do militar, EXCETO:
A) Cônjuge ou companheiro(A), na constância do casamento e da união estável.
a invalidez ou a incapacidade.
48. A respeito da pensão por morte garantida aos dependentes do servidor público, nos
termos da Constituição Federal e da Lei Complementar nº 180/78, é INCORRETO afirmar
que:
A) o valor da pensão por morte será igual ao valor da totalidade dos proventos do
servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela
excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito.
C) O décimo terceiro salário não será considerado para fins de incidência das
contribuições dos servidores ativos do Estado de São Paulo.
50. De acordo com a Constituição Federal e a Lei estadual 14.653/2011, que institui o
regime de previdência complementar do servidor público do Estado de São Paulo, é
CORRETO afirmar que:
A) Após a instituição do Regime de Previdência Complementar, as bases de cálculo
dos benefícios e da contribuição adotadas pelo Regime Próprio de Previdência
Social obedecerão o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.
DIREITO AMBIENTAL
E) O proprietário rural que pretenda converter suas áreas de reserva legal para
o uso alternativo do solo deverá proceder sua compensação pela aquisição de
Cota de Reserva Ambiental – CRA, ou pelo arrendamento de área sob regime de
servidão ambiental ou Reserva Legal, ou, ainda, por meio de doação ao poder
público de área localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio
público pendente de regularização fundiária.
E) Quando um rio federal e um rio estadual fizerem parte da mesma bacia ou sub-
bacia as ações dos diferentes comitês não poderão ser antagônicas, devendo ser
articuladas e integradas.
C) A servidão ambiental pode ser instituída sobre a área de reserva legal, desde
que seja perpétua.
59. Em relação ao regime jurídico das áreas de reserva legal, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal.
C) Os imóveis rurais com área de até 4 (quatro) módulos fiscais estão dispensados
de recompor o déficit de reserva legal existente em 22 de julho de 2008.
DIREITO TRIBUTÁRIO
63. A respeito do Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades
Estaduais – CADIN ESTADUAL, previsto na Lei Estadual nº 12.799/08, assinale a
alternativa correta:
A) A não prestação de contas ou a sua rejeição não é hipótese de inclusão da
pessoa física ou jurídica por ela responsável no CADIN ESTADUAL.
D) Oferecida pelo devedor uma fiança bancária no valor total do crédito executado,
devidamente sujeita aos critérios de correção monetária do crédito tributário, com
renúncia ao benefício de ordem e prazo de validade para janeiro de 2020, pode
o Procurador do Estado de São Paulo atuante no feito concordar com a referida
garantia.
I – A lei antiga previa alíquota de 12% (doze por cento) de ICMS para os produtos
comercializados pela Pessoa Jurídica X, assim como multa de 65% (sessenta e
cinco por cento) pelo não envio da declaração no prazo;
C) A lei nova não se aplica em nenhuma medida ao caso exposto, posto que o
lançamento observará a regra vigente quando do fato gerador da obrigação
tributária, preservado o princípio da irretroatividade tributária.
E) A isenção do ICMS promovida pela lei nova será aplicada pela autoridade fiscal,
mas não a redução da multa.
68. A respeito do processo administrativo tributário do Estado de São Paulo (Lei Estadual
nº 13.457/2009), assinale a alternativa INCORRETA:
A) Deflagrado um processo administrativo pelo contribuinte, o mesmo deverá ser
69. A respeito da medida cautelar fiscal proposta pela Fazenda contra contribuinte X,
assinale a alternativa correta:
A) Na hipótese de sujeito passivo que, notificado pela Fazenda Pública a recolher
crédito fiscal, põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros, o requerimento da
medida cautelar independerá da prévia constituição do crédito tributário.
da sua eficácia.
71. Assinale a alternativa correta acerca da vigência dos acordos e convenções coletivas
de trabalho:
A) As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas
ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
E) O valor pago a título de ajuda de custo, ainda que superior a 50% do salário do
empregado, não ostenta natureza salarial.
B) O acordo sequer deve ser considerado, tendo em vista que não se admite a
celebração de acordo no processo do trabalho após o trânsito em julgado da
sentença.
76. Assinale a alternativa que julga de forma correta as assertivas acerca da proteção
ao trabalho da mulher.
I - Em caso de prestação de horas extras pela mulher, deve ser concedido descanso
de no mínimo 15 (quinzE) minutos antes do início do período extraordinário de
trabalho.
A) V,F,V,V,F
B) V,V,F,F,V
C) F,V,F,F,V
D) V,F,V,V,V
E) F,V,F,V,V
77. Assinale a alternativa correta acerca da competência dos órgãos que compõem a
justiça do trabalho no tocante à uniformização da jurisprudência trabalhista:
A) A elaboração de súmulas e orientações jurisprudenciais é competência exclusiva
do pleno do Tribunal Superior do Trabalho, e é condicionada ao voto de pelo menos
dois terços de seus membros, exigindo-se, ainda, que a mesma matéria já tenha
sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das
turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas.
lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família.
79. Jefferson, empregado público que conta com 55 anos de idade, pretende fruir
férias em 3 períodos de 10 dias cada um, sendo que o último período de férias se inicia
3 dias antes de um Feriado Nacional. Caso o gestor submetesse à consultoria jurídica
a possibilidade de concessão de férias em tais moldes, é correto afirmar que:
A) Não é possível conceder férias nos moldes pleiteados, tendo em vista que a CLT
somente admite fracionamento de férias em até dois períodos.
C) Não é possível conceder férias nos moldes pleiteados, tendo em vista que a
CLT veda que empregados que contem com mais de 50 anos fracionem período de
férias.
D) Não é possível conceder férias no caso concreto, pois a CLT não admite o
fracionamento em três períodos de 10 dias, conforme requerido pelo empregado.
E) Não é possível conceder férias nos moldes pleiteados, pois a CLT veda o início
de qualquer período de férias no período de até 3 dias que antecedam feriado.
B) É cabível ação rescisória, por violação do art. 896, “a”, da CLT, contra decisão
transitada em julgado sob a égide do CPC de 1973 que não conhece de recurso de
81. As diversas regras que impõem restrições na seara financeira no âmbito público
podem ser classificadas como regras que controlam as despesas, as receitas, o resultado
e a dívida. Com base nessa classificação e na disciplina fiscal nacional, assinale a
alternativa correta:
A) há restrições fiscais aplicáveis de forma diferenciada para União e Estados.
O limite da dívida mobiliária não se insere nessa categoria, vez que é definido de
maneira única para União e demais entes federados;
C) A IFI foi inserida na estrutura nacional junto ao Poder Legislativo, a fim de que
possa, dentre outros, analisar a aderência do desempenho de indicadores fiscais
e orçamentários às metas definidas na legislação pertinente;
D) Cumpre à IFI opinar sobre projetos de lei que envolvam aumento de despesas
ou renúncia de receitas;
83. Suponha que o Estado deseje construir uma ponte ligando os municípios de Santos
e Guarujá, dois polos regionais no litoral paulista que possuem tráfego intenso entre
ambas as cidades. Considerando as diferentes metodologias para a execução da obra,
pretende-se formatar a licitação de modo que o licitante vencedor otimize o projeto e
incorpore seus aperfeiçoamentos à solução pensada. Como consequência, deseja-se
também que o licitante arque com as consequências da inadequação da solução pensada
para a execução do empreendimento, internalizando o risco de um gasto superior ao
projetado. O pagamento da obra será feito pela própria administração. Assinale o modelo
que concretiza o intuito do administrador e está de acordo com o regramento vigente:
A) Licitar a obra com um projeto básico vinculante, sob o regime da Lei nº 8.666/93,
estabelecendo que modificações necessárias no projeto não serão objeto de
reequilíbrio econômico-financeiro;
B) Licitar a obra com um projeto básico indicativo, sob o regime da Lei nº 8.666/93;
D) um acionista que detenha 40% das ações ordinárias de uma empresa não se
caracteriza como acionista controlador e, por consequência, não consegue eleger
por conta própria os administradores;
86. Sobre a sistemática vigente para pagamento de precatórios, assinale a opção correta:
A) é possível que os Estados obtenham financiamento para efetuar o pagamento
de precatórios, desde que os limites globais de endividamento sejam respeitados;
87. Na elaboração da lei orçamentária anual do Estado de São Paulo, foram detectadas
as seguintes situações:
II - reunião das despesas e receitas fiscais com aquelas da seguridade social, com
vistas a refletir de modo integral a realidade das contas públicas;
A) Somente I;
B) I e III;
C) II e III;
D) Somente III;
E) Nenhuma.
88. Considere que a Fazenda Pública do Estado de São Paulo tenha sido condenada
em duas causas, uma envolvendo relação não tributária e outra tributária. Assinale
a alternativa que corresponde à forma correta de correção do débito, seguindo
jurisprudência do STF:
A) a correção monetária de ambas as condenações deve seguir o índice de inflação
oficial, aplicando-se, no caso da primeira condenação, os juros de mora segundo
índice de remuneração da caderneta de poupança e, no segundo caso, os juros
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário.
89. Assinale a alternativa correta a respeito das políticas públicas baseadas na economia
comportamental:
A) É exemplo de política baseada em nudging a concessão de subsídios públicos
para a diminuição de tarifa de transporte público.
1 A 31 B 61 E
2 E 32 B 62 C
3 B 33 A 63 C
4 B 34 C 64 D
5 D 35 D 65 D
6 C 36 E 66 A
7 C 37 C 67 B
8 B 38 E 68 D
9 A 39 C 69 A
10 C 40 E 70 B
11 C 41 A 71 B
12 D 42 D 72 A
13 E 43 B 73 B
14 D 44 C 74 D
15 A 45 B 75 D
16 D 46 C 76 E
17 D 47 E 77 A
18 D 48 B 78 E
19 D 49 C 79 D
20 E 50 A 80 E
21 A 51 E 81 E
22 C 52 E 82 C
23 E 53 D 83 C
24 D 54 A 84 A
25 A 55 B 85 B
26 B 56 C 86 E
27 E 57 D 87 D
28 E 58 C 88 A
29 C 59 E 89 B
30 A 60 E 90 A
DIREITO CONSTITUCIONAL
C) O artigo 242, §2º da Constituição de 1988 (“O Colégio Pedro II, localizado
na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal”) não é norma
materialmente constitucional e, por isso, não pode servir de parâmetro para o
controle de constitucionalidade.
emendas tendentes a aboli-las não podem sequer ser objeto de deliberação pelo
Congresso Nacional.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: As Constituições tidas como rígidas são aquelas cujo processo de alteração seja
mais dificultoso do que aquele aplicável à elaboração de leis ordinárias (art. 47 confrontado com
o art. 60, §2º da CF, por exemplo). A existência de dispositivos imutáveis, como as cláusulas
pétreas, faz com que parte da doutrina qualifique as Constituições rígidas dotadas de um
“núcleo inalterável” como superrígidas. Contudo, é importante frisar que a rigidez só exige
que o procedimento de alteração da Constituição seja mais difícil do que aquele reservado à
legislação infraconstitucional, independentemente da existência de um conjunto de cláusulas
pétreas em seu texto.
E) INCORRETA: Note que apenas a forma de Estado é citada expressamente pelo artigo
60, §4º da Constituição no elenco das cláusulas pétreas, não a forma de governo. Há quem
argumente que a forma monárquica seria incompatível com os incisos II (“voto direto, secreto,
universal e periódico”) e III (“separação de poderes”), o que tornaria a república a única forma de
governo admitida (MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. Salvador: Juspodivm,
2013, p. 143). Entretanto, contrariamente a essa posição doutrinária, é importante lembrar que
a escolha da forma de governo foi inclusive objeto de um plebiscito em 21 de abril de 1993,
tendo a república vencido com 86,6% dos votos válidos, face os 13,4% obtidos pela monarquia
(fonte: TSE).
GABARITO: A
C) A anterioridade eleitoral pode ser reduzida para o período de 6 (seis) meses por
meio de emenda constitucional.
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: As cláusulas pétreas encontram-se arroladas no artigo 60, §4°, da Lei Maior,
que dispõe que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: “I - a
forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos
Poderes; IV - os direitos e garantias individuais”. O habeas data, a seu turno, é essencialmente
uma garantia individual, arrolado no artigo 5°, LXXII, da Constituição. Desse modo, incluído
entre as cláusulas pétreas, o habeas data não pode ser abolido por Emenda Constitucional.
D) INCORRETA: Ainda que realizada a opção por mecanismo de democracia direta como
o plebiscito, uma emenda desta natureza deve ser considerada inconstitucional porque a
proibição da pena de morte em tempo de paz é um direito fundamental previsto no artigo
5º, inciso XLVII, atraindo a incidência da cláusula pétrea prevista no artigo 60, §4º, IV da
Constituição.
E) CORRETA: De fato, quando uma nova Constituição é criada, a jurisprudência não reconhece
a legitimidade da invocação de direitos adquiridos contrários à Constituição em vigor, ou seja,
não admite a existência de direito adquirido a regime jurídico anterior diante das novas normas
criadas pelo poder constituinte originário” (ADI 2.135, julgada em 2007, Rel. Min. Ellen GraciE).
GABARITO: E
Internacional, não apenas por força da sua multiplicidade, mas também porque, em regra,
os assuntos mais importantes da ordem jurídica internacional são por eles regulados”.
(MELLO, Celso de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 15ª ed. Rio de
Janeiro: Renovar, 2004, p. 212)
I. Os tratados internacionais que sejam aprovados, em dois turnos, por três quintos
dos votos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal terão status equivalente
às Emendas Constitucionais.
COMENTÁRIO
era defendido por Flávia Piovesan (que é Procuradora do Estado de São Paulo) mesmo antes
da Emenda Constitucional nº 45/2004, a chamada “Reforma do Judiciário”, com base na regra
do §2º do mesmo artigo 5º (“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte”). Assim, o tratado aprovado segundo
o novo procedimento do §3º passará a integrar o chamado “bloco de constitucionalidade”,
conjunto de atos com status constitucional que sugere, no campo doutrinário, uma possível
“descodificação” da Constituição brasileira no futuro. Atualmente, apenas a Convenção sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186/2008, goza
de status constitucional.
III. INCORRETA: A proposição está incorreta pois nega a aplicabilidade direta e imediata
dos direitos fundamentais às relações jurídicas entre particulares. Embora o tema seja
controverso na doutrina, o Supremo Tribunal Federal já reconheceu a eficácia horizontal dos
direitos fundamentais em pelo menos três oportunidades: i) exclusão de cooperados sem
observância do devido processo legal (RE 158.215, julgado em 1996 e relatado pelo Ministro
Marco Aurélio); ii) empresa francesa não pode conceder aumento salarial apenas aos seus
GABARITO: B
A) Não ofende a Lei Maior a edição de lei federal que, regulamentando a profissão
de músico, condicione o seu exercício à inscrição na Ordem dos Músicos do Brasil
e ao pagamento das respectivas anuidades, uma vez que a norma prevista no artigo
5º, inciso XIII da Constituição possui eficácia contida.
D) Toda gravação de conversa telefônica que não tenha sido previamente autorizada
pela autoridade judicial constitui prova ilícita e, por isso, não pode ser utilizada em
procedimento administrativo.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: o STF já se manifestou sobre o tema, entendendo que nem toda profissão
admite restrições ao seu exercício, como no caso dos músicos: “Nem todos os ofícios ou
profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais para o seu exercício.
A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pede ser
exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A atividade de músico prescinde
de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da liberdade
de expressão” (RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gracie, j.01.8.2011). Assim, muito embora o
artigo 5º, inciso XIII (“é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer”) da Constituição seja efetivamente considerado
pela doutrina como exemplo norma de eficácia contida, isso não significa que a restrição da
liberdade profissional seja justificável a priori, independentemente do caso concreto.
B) CORRETA: De acordo com a posição do STF no HC 93.050, julgado em 2008 e relatado pelo
Ministro Celso de Mello, o conceito normativo de “casa” estende-se a qualquer compartimento
privado não aberto ao público onde alguém exerça profissão ou atividade (art. 150, § 4°, inciso
III do Código Penal), compreendendo, portanto, escritórios profissionais – o caso concreto do
HC versava sobre apreensão de livros e documentos fiscais em escritório de contabilidade.
Veja: “Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da
República, o conceito normativo de “casa” revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer
compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (CP,
art. 150, § 4º, III), compreende, observada essa específica limitação espacial (área interna não
acessível ao público), os escritórios profissionais, inclusive os de contabilidade (...)Sem que
ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional
(art. 5º, XI), nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado,
poderá, contra a vontade de quem de direito (“invito domino”), ingressar, durante o dia, sem
mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade
profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão assim
executada reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude material” (HC 93.050/RJ,
Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 2008)
GABARITO: B
II. A Lei Orgânica municipal deve ser editada de acordo com o que estabelece a
Constituição Federal e, também, a Constituição Estadual.
A) I e II.
B) II e III.
C) III.
D) II.
E) I e III.
COMENTÁRIO
I) INCORRETA: Os conflitos entre leis estaduais e leis municipais não devem ser sanados
necessariamente em favor das leis estaduais. Afinal, entre os entes federados não há hierarquia
e os conflitos devem ser solucionados à luz da repartição de competências estabelecida na
Constituição.
II) CORRETA. Segundo o artigo 29 da Lei Maior, o município será regido por Lei Orgânica,
votada em Dois turnos, com interstício mínimo de Dez dias, e aprovada por Dois terços dos
membros da Câmara Municipal (DDD), que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
na Constituição Federal e na Constituição do respectivo Estado. Além disso, o artigo 11,
parágrafo único do ADCT, reforça a vinculação da Lei Orgânica às Cartas Federal e Estadual,
dispondo que “Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de
seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado
o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual”.
III) INCORRETA. O artigo 30, I, da Constituição prevê que compete aos municípios legislar
sobre assuntos de interesse local. Portanto, a Constituição Estadual não pode disciplinar
matéria local sem afrontar a autonomia dos municípios e a própria repartição de competências
prevista na Lei Maior. Conforme destaca o STF: “O poder constituinte dos Estados-membros
está limitado pelos princípios da Constituição da República, que lhes assegura autonomia com
condicionantes, entre as quais se tem o respeito à organização autônoma dos municípios,
também assegurada constitucionalmente” (ADI 3549, julgada em 2007 e relatada pela Min.
Cármen LúciA).
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados, conforme o art. 24, §2°, da Constituição. Portanto,
as normas específicas editadas pelo Estado permanecem em vigor, não suspendendo a sua
eficácia se puderem ser compatibilizadas com as normas gerais federais posteriormente
editadas. Veja o excerto do seguinte julgado, que delimita bem o panorama da competência
concorrente: “O art. 24 da CF compreende competência estadual concorrente não cumulativa
ou suplementar (art. 24, § 2º) e competência estadual concorrente cumulativa (art. 24, § 3º). Na
primeira hipótese, existente a lei federal de normas gerais (art. 24, § 1º), poderão os Estados
e o Distrito Federal, no uso da competência suplementar, preencher os vazios da lei federal de
normas gerais, a fim de afeiçoá-la às peculiaridades locais (art. 24, § 2º); na segunda hipótese,
poderão os Estados e o Distrito Federal, inexistente a lei federal de normas gerais, exercer a
competência legislativa plena “para atender a suas peculiaridades” (art. 24, § 3º). Sobrevindo a
lei federal de normas gerais, suspende esta a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário
(art. 24, § 4º)” (ADI 3.098, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 24-11-2005 = ADI 2.818, Rel. Min. Dias
Toffoli, j. 9-5-2013)
B) INCORRETA: Segundo o parágrafo único do art. 22 da Lei Maior, a “(...) Lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
neste artigo”, mas não consta autorização para que os Municípios, por delegação, legislem
a respeito. Alexandre de Moraes identifica três requisitos para a delegação de competências
legislativas privativas da União para os Estados-membros: (i) requisito formal: edição de
lei complementar; (ii) requisito material: tema elencado no rol do artigo 22; e (iii) requisito
implícito: se a União delegar determinada matéria a um Estado, deverá estender a mesma
possibilidade a todos os demais Estados da Federação, sob pena de afrontar o artigo 19 da
Constituição, que veda o estabelecimento de preferências entre entes federados (MORAES,
Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2010, p. 309-310).
GABARITO: C
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Com efeito, o Estado intervirá em seus municípios quando o Tribunal de Justiça
der provimento a representação para assegurar a observância dos princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial, de
acordo com art. 35, IV, da Constituição.
B) CORRETA: Vale lembrar que o DF não tem municípios, motivo pelo qual não pode realizar
intervenção em ente algum. Contudo, o Distrito Federal pode sofrer intervenção federal,
conforme o artigo 34 da Lei Maior.
D) CORRETA: Está correto e corresponde ao enunciado da Súmula 637 do STF: “Não cabe
recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção
estadual em município.” Afinal, segundo a Corte, “1. O deferimento de pedido de intervenção
estadual nos Municípios por Tribunal de Justiça possui natureza político-administrativa, o que
não enseja apreciação em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 637 do STF.” (AI
629867 AgR, Relator Ministro Ayres Britto, j. 09.06.2009).
GABARITO: C
E) A votação das medidas provisórias pode ser iniciada em qualquer das casas do
Congresso Nacional.
COMENTÁRIO
C) INCORRETA: o artigo 62, §º1 da Constituição, não veda a edição de medida provisória
sobre direito civil, embora vede seu emprego para direito penal, processual penal e processo
civil.
E) INCORRETA: O art. 62, § 8º, da Lei Maior afirma que as medidas provisórias terão sua
votação iniciada na Câmara dos Deputados.
GABARITO: B
B) A ADPF pode ser proposta nas hipóteses de cabimento de ADI e ADC porque
o seu objeto (“ato do poder público”) é mais amplo que o das demais ações do
COMENTÁRIO
A) CORRETA: o STF já entendeu que existe fungibilidade entre ADPF e ADI. Assim, a ADPF pode
ser convertida em ADI: “PROCESSO OBJETIVO - ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL - TOMADACOMOAÇÃO DIRETADE INCONSTITUCIONALIDADE.
Surgindo parâmetros próprios a ação direta de inconstitucionalidade, incumbe, considerado o
gênero processo objetivo, tomar a arguição de descumprimento de preceito fundamental como
a revelá-la. (...)” (ADI 4105 MC, Relator Min. Marco Aurélio, j. 17/03/2010) E também a ADI, no
mesmo sentido, pode ser convertida em ADPF: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
Impropriedade da ação. Conversão em Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
- ADPF. Admissibilidade. Satisfação de todos os requisitos exigidos à sua propositura. Pedido
conhecido como tal. Aplicação do princípio da fungibilidade. Precedentes. É lícito conhecer
de ação direta de inconstitucionalidade como arguição de descumprimento de preceito
fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de
inadmissibilidade daquela. (...)” (ADI 4180 REF-MC, Relator Min. Cezar Peluso, j. 10/03/2010).
B) INCORRETA: Segundo o art. 4°, § 1°, da Lei n° 9.882/1999: “Não será admitida arguição de
descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar
a lesividade”. Trata-se da regra da subsidiariedade, que delimita o cabimento da arguição.
Dessa maneira, mesmo se houver violação a “preceito fundamental”, mas houver outro meio
eficaz para combatê-la, a ADPF não será cabível. O STF tem interpretado que a expressão
“outro meio eficaz” deveria ficar restrita a outros mecanismos de controle de constitucionalidade
dotados de eficácia erga omnes, tais como a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e a
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC). Esta é a posição atualmente dominante no
Supremo Tribunal Federal, já tendo sido adotada na ADPF nº 17 e na ADPF nº 33, por exemplo.
C) INCORRETA: muito embora atos legislativos revogados não possam ser objeto de ADI,
por ausência de lesividade ao ordenamento jurídico, admite-se a propositura de ADPF para
questionar a compatibilidade desses atos com o texto constitucional, já que, mesmo revogados,
podem continuar regendo as relações jurídicas constituídas sob a Sua vigência. Assim, o
parâmetro de controle na ADPF pode ser tanto a atual Constituição, diante da qual se faz
um juízo de recepção ou não recepção, quanto a Constituição vigente à época da edição
do ato, o que permite analisar vícios de inconstitucionalidade formal e material. Veja: “10.
Revogação da lei ou ato normativo não impede o exame da matéria em sede de ADPF, porque
o que se postula nessa ação é a declaração de ilegitimidade ou de não-recepção da norma
pela ordem constitucional superveniente. 11. Eventual cogitação sobre a inconstitucionalidade
da norma impugnada em face da Constituição anterior, sob cujo império ela foi editada, não
constitui óbice ao conhecimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental,
uma vez que nessa ação o que se persegue é a verificação da compatibilidade, ou não, da
norma pré-constitucional com a ordem constitucional superveniente. (...)” (ADPF 33, Relator
Min. Gilmar Mendes, j. 07.12.2005)
GABARITO: A
C) Lei que fixe distância mínima entre um estabelecimento comercial e outro será
inconstitucional por violar o princípio da livre concorrência.
E) Ofende a livre iniciativa a edição de lei que regule a política de preços de bens
e serviços no mercado.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: A proposição é incorreta porque o artigo 173 §2º da Lei Maior expressamente
afirma que as empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
B) CORRETA: Esse raciocínio já foi admitido pelo STF, em uma situação em que admitiu a
reclamação como um mecanismo para provocar a revisão da ausência de repercussão geral.
Na situação concreta, o STF, embora reconhecendo o caráter constitucional da controvérsia,
havia negado repercussão geral à discussão sobre a possibilidade de condenar ente federativo
a pagar honorários advocatícios à Defensoria Pública que o integra (STF, RE 592.730 RG, Rel.
Min. Menezes Direito, j. 06/11/2008, DJe 21/11/2008). Em 2010, o STJ aprovou a Súmula 421,
com base em precedentes que aplicaram à hipótese o instituto civil da confusão, afirmando-
se que “Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua
contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”. Desde 2008, não se tem admitido a
subida de recursos ao STF, em face da negativa de existência de repercussão geral. O Ministro
Luis Roberto Barroso, utilizando-se dos arts. 103 e 327 do RISTF, que permitem a proposta
de revisão da jurisprudência do tribunal, optou por receber a reclamação justamente com esse
objetivo, com base no fundamento de que as emendas constitucionais n. 74/2013 e n. 80/2014
reforçaram a autonomia das defensorias (STF, Rcl 20.628 MC, Rel. Min. Roberto Barroso, j.
29/06/2015, Dje 03/08/2015).
C) INCORRETA: O STF, durante muito tempo, tendia a afirmar que a reclamação era uma mera
decorrência do direito constitucional de petição, derivado dos poderes implícitos atribuídos aos
tribunais de justiça. Assim, poderia ser prevista pelos demais tribunais (ADI 2.480-9/PB, 2007).
Ocorre que a doutrina sempre criticou esse posicionamento, que parece ter sido alterado
com o início da vigência do CPC/2015, pois, em julgado mais recente, o STF afirmou que a
reclamação tem natureza jurídica de ação pelo ingresso do beneficiário do ato como parte
e a necessidade de contraditório prévio.(STF, 1ª T., rel. Min. Roberto Barroso Rcl 24.417, j.
07/03/2017, DJe 15/03/2017). A decorrência - natural - dessa constatação é a de permitir
que haja a condenação em honorários, que foi admitida no mesmo precedente em que
se acolheu a reclamação como tendo natureza de ação (STF, Rcl 24.417, j. 07/03/2017).
D) CORRETA: De fato, tal previsão consta do art. 988, §5º, I, do CPC: “§ 5º É inadmissível
a reclamação: (...) II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso
extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em
julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as
instâncias ordinárias”.
E) CORRETA: Tal possibilidade está prevista no art. 989, II, do CPC: “Art. 989. Ao despachar
a reclamação, o relator: (...) II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato
impugnado para evitar dano irreparável”
GABARITO: C
12. Acerca das espécies de defesa que podem ser utilizadas pelo réu no processo civil,
assinale a alternativa correta.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11.1. Procedimento ordinário. Fases. Petição inicial. Citação. Efei-
tos. Despacho inicial. Condutas do réu. Providências preliminares. Julgamento
conforme o estado do processo. Provas. Teoria geral das provas. Provas em es-
pécie. Audiência de instrução e julgamento. Sentença. Tutela específica e meios
assecuratórios do resultado.
B) INCORRETA: De acordo com o art. 292, caput, do CPC, “O valor da causa constará da
petição inicial ou da reconvenção”. No inciso V, por exemplo, ele será “na ação indenizatória,
inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido”. Note-se que nada impede que, de um
mesmo fato, por exemplo, uma batida entre veículos, que o autor peça danos morais no valor
de X e o reconvinte no valor de Y. Mais do que isso, os próprios pedidos podem ser diversos,
requerendo o autor danos morais e materiais e o reconvinte apenas os danos materiais.
Portanto, é evidente que nem sempre os valores da causa serão idênticos.
C) INCORRETA: A reconvenção agora deve ser ajuizada na própria contestação, nos termos
do art. 343, caput, do CPC: “Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção
para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da
defesa”.
E) INCORRETA: De acordo com o art. 64, caput, “A incompetência, absoluta ou relativa, será
alegada como questão preliminar de contestação”. Conteúdo semelhante consta do art. 337, II,
do CPC, segundo o qual “Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: II - incompetência
absoluta e relativa”. Há argumentos que precluem caso não alegados na contestação, no
entanto, de acordo com o art. 342, II e III, do CPC, Depois da contestação, só é lícito ao
réu deduzir novas alegações quando: “II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por
expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição”.
A incompetência absoluta estaria abrangida pelas duas situações, eis que o art. 64, §1º, do
CPC afirma que “A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau
de jurisdição e deve ser declarada de ofício”. Portanto, nada impede que, mesmo não
alegada a incompetência absoluta na contestação ela possa ser alegada em outro momento.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: O mandado de segurança pode ser impetrado de tal forma, de acordo com
o art. 4º, §1º, da Lei 12.016/2009: “Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade
por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a
imediata ciência pela autoridade”. No entanto, a data para a apresentação dos originais está
equivocada, pois de acordo com o §2º, “O texto original da petição deverá ser apresentado nos
5 (cinco) dias úteis seguintes”. Os cinco dias são úteis e não corridos.
B) INCORRETA: De acordo com o art. 15, parágrafo único, da Lei 9.507/1997, “Quando a
sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito meramente devolutivo”. Portanto, a
referida apelação não tem, em regra, efeito suspensivo.
C) INCORRETA: De acordo com o art. 12, III, da Lei 13.300/2016, esse mandado de injunção
coletivo pode ser ajuizado por “por organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus
membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial”. A assertiva erra ao não mencionar o prazo.
D) INCORRETA: De acordo com o art. 23, da Lei 12.016/2009, “O direito de requerer mandado
de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vintE) dias, contados da ciência, pelo
GABARITO: E
Item II: Em ações de execução fiscal, a petição inicial deve ser indeferida caso
esteja ausente o CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 28. Processo judicial tributário. Execução fiscal. Ação anulatória
Item I) CORRETO: O art. 130 do CTN afirma que “Art. 130. Os créditos tributários relativos a
impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem
assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições
de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do
título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a
sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.” A distinção entre o caput do art. 130 do CTN e
o seu parágrafo único, ao contrário de infirmar a manutenção da parte no feito, em verdade,
o confirma. Isso porque, embora versem sobre situações distintas, os dois dispositivos tratam
do mesmo instituto legal: sub-rogação do crédito tributário. A diferença é que a sub-rogação do
caput recai sobre o adquirente do imóvel, salvo quando conste do título a prova da quitação
do tributo, e a do parágrafo único recai sobre o preço, na hipótese de arrematação em hasta
pública. Afora a distinção limitada ao objeto, a sub-rogação do parágrafo único é exatamente
a mesma do caput. Se a sub-rogação é a mesma, os efeitos também o são, não havendo
como sustentar tratamento jurídico distinto a sub-rogações disciplinadas no mesmo artigo sem
previsão de regime diverso. O caput do art. 130 só pode ser interpretado em conjunto com o seu
parágrafo único. E nenhuma dúvida existe de que a sub-rogação do parágrafo único não exclui
a responsabilidade do proprietário anterior à transferência imobiliária. Saliente-se, por fim, que
não se pode confundir a sub-rogação tributária com a civil. Enquanto nesta última o instituto
é direcionado sempre no crédito e decorrente do pagamento de débito, no Direito Tributário a
sub-rogação está na posição do devedor, assemelhando-se a uma cessão de dívida, com todas
as consequências pertinentes. Por essas razões, o instituto estabelecido no art. 130 do CTN,
pela autonomia e diversidade de regime jurídico, não conduz ao efeito almejado, tendo caráter
meramente aditivo e integrador do terceiro adquirente na obrigação, com transmissão a ele da
mesma posição do alienante, mas sem liberação do devedor primitivo. Essa foi a conclusão do
STJ no AgInt no AREsp 942.940-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em
15/8/2017, DJe 12/9/2017, publicado no informativo n. 610.
Item II) INCORRETO: Trata-se exatamente do contrário do que aponta a súmula 558 do STJ,
segundo a qual, “Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o
argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada”.
Item III) CORRETO: Trata-se da reprodução da súmula 559 do STJ: “Em ações de execução
fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito,
por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980”.
GABARITO: D
Item II - Não são admitidas no Juizado Especial da Fazenda Pública as causas sobre
bens móveis e imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30. Juizados Especiais Cíveis. Federal. Estadual. Da Fazenda Pú-
blica.
Item I) CORRETO: Trata-se da dicção do art. 2º, §1º, I, da Lei 12.153/2009: “Não se incluem na
competência do Juizado Especial da Fazenda Pública: I – as ações de mandado de segurança,
de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa,
execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos”.
Item II) INCORRETO: De acordo com o art. 2º, §1º, II, da Lei 12.153/2009, “Não se incluem na
competência do Juizado Especial da Fazenda Pública: (...) II – as causas sobre bens imóveis
dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles
vinculadas”. Note-se que não há vedação alguma a que as causas envolvam bens móveis,
mas apenas imóveis.
Item III) INCORRETO: Há muita discussão doutrinária sobre a temática, no entanto, de acordo
com o art. 3º, da Lei 12.153/2009, “O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes,
deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para
evitar dano de difícil ou de incerta reparação”.
GABARITO: A
E) Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: De acordo com Marcelo José Magalhães Bonício, um dos princípios do processo
coletivo é o da “participação, que, ´no processo coletivo, em comparação com o individual` é
maior pelo processo, ou seja, embora só exista um autor, é grande a quantidade de pessoas
beneficiadas” (Princípios do processo no novo código de processo civil. São Paulo: Saraiva,
2016, p. 232)
Consoante afirmado no julgado, embora no caso o intuito declarado pelo parquet seja tão
somente o de colher provas que demonstrem a utilização reiterada da venda casada como
prática de mercado pelas instituições financeiras, não se poderia admitir tamanha invasão
indiscriminada à intimidade do consumidor. Desse modo, enquanto legitimado extraordinário,
não é dado ao MP atuar de forma dispositiva, abrindo mão de interesses personalíssimos, em
nome de quem é por ele substituído na demanda.
C) CORRETA: Trata-se da previsão constante no art. 18 da Lei da ACP, segundo o qual, “Nas
ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais”.
De acordo com o tribunal, esse raciocínio é utilizado para as demais ações coletivas, que não
versam sobre direitos individuais homogêneos. Ocorre que as razões que fundamentaram o
raciocínio analógico para a aplicação do art. 19 da Lei da Ação Popular a hipóteses de ação civil
pública (Lei n. 7.347/85) - sua transindividualidade e sua relevância para a coletividade como
um todo - não são observadas em litígios que versem exclusivamente sobre direitos individuais
homogêneos, os quais são apenas acidentalmente coletivos. Isso porque a coletivização dos
direitos individuais homogêneos tem um sentido meramente instrumental, com a finalidade de
permitir uma tutela mais efetiva em juízo, carecendo de uma razão essencial ou ontológica
para essa classificação.
E) CORRETA: Trata-se de reprodução do art. 1º, parágrafo único, da Lei da ACP: “Não será
cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados”.
GABARITO: D
A) Pode o juiz adotar fundamento jurídico diverso daqueles utilizados pelas partes
(iura novit cúriA) desde que venha a escutar previamente as partes.
B) Pode o juiz proferir decisão contra o réu sem que ele seja previamente ouvida
no caso da decisão de expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa
ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer na ação monitória.
E) Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: De acordo com Marcelo José Magalhães Bonício “Se o juiz encontrar fundamento
diverso daquele que as partes estão sustentando, deverá ouvi-las antes de decidir, ou seja,
a regra mencionada precisa ser interpretada em conjunto com aquela que está no art. 10 do
novo CPC, segundo a qual, qualquer matéria que possa ser conhecida de ofício precisa ser
submetida ao contraditório” (Princípios do processo no novo código de processo civil. São
Paulo: Saraiva, 2016, p. 232)
B) CORRETA: De acordo com o art. 9º, parágrafo único, III, do CPC, “Art. 9º Não se proferirá
decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O
disposto no caput não se aplica: (...) III - à decisão prevista no art. 701”.
O art. 701, caput, do CPC afirma que “Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz
deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução
de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinzE) dias para o
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído
à causa”.
C) CORRETA: De acordo com Marcelo José Magalhães Bonício “se uma das partes
envolvidas na mediação ou na conciliação for o Estado, a confidencialidade não pode ser
vista como regra, porque todos os atos estatais estão sujeitos aos princípios da publicidade,
conforme determina a regra do art. 37 da Constituição da República” (Princípios do processo
no novo código de processo civil. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 45).
E) CORRETA: Trata-se de reprodução do art. 11, parágrafo único, do CPC: “Nos casos de
segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados,
de defensores públicos ou do Ministério Público”.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: De acordo com o art. 85, §8º, do CPC, “Nas causas em que for inestimável
ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo,
o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos
incisos do § 2º”. Em outros termos, nessas causas, não há impedimento a que os honorários
sejam fixados com base em apreciação equitativa, seja envolvendo a fazenda pública, seja
envolvendo particulares.
C) INCORRETA: De acordo com o art. 95, caput, do CPC, “Cada parte adiantará a remuneração
do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que
houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou
requerida por ambas as partes”. O erro da assertiva está em ter indicado que caberá ao
autor adiantar a remuneração do perito quando esta prova for determinada de ofício.
GABARITO: D
19. Em relação às ações de responsabilidade civil que envolvem o poder público, julgue
os seguintes itens:
Item III: Nos pedidos relativos aos danos morais, os juros moratórios incidem desde
a data do evento e a correção monetária incidirá desde a data do arbitramento.
COMENTÁRIO
Item I INCORRETO: Para a teoria da dupla garantia, o art. 37, §6º, da CFRB teria consagrado
duas garantias: i) em favor do particular lesado, considerando que a CF/88 assegura que ele
poderá ajuizar ação de indenização contra o Estado, que tem recursos para pagar, sem ter
que provar que o agente público agiu com dolo ou culpa; ii) em favor do agente público que
causou o dano, pois a parte final do § 6º do art. 37, implicitamente, afirmaria que a vítima não
poderá ajuizar a ação diretamente contra o servidor público que praticou o fato. Este servidor
somente pode ser responsabilizado pelo dano se for acionado pelo próprio Estado, em ação
regressiva, após o Poder Público já ter ressarcido o ofendido. Essa posição foi adotada há
alguns anos em um precedente da 1ª Turma do STF (RE 327904, Rel. Min. Carlos Britto,
julgado em 15/08/2006). No mesmo sentido, mas sem mencionar o nome “dupla garantia”,
existe outro precedente: RE 344133, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 09/09/2008; RE
720275/SC , Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/12/2012. Essa não é, contudo, a posição
do STJ (REsp 1325862/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 05/09/2013, DJe 10/12/2013). De acordo com o posicionamento desse tribunal, a vítima
tem a possibilidade de escolher se quer ajuizar a ação: i) somente contra o Estado; ii) somente
contra o servidor público; iii) contra o Estado e o servidor público em litisconsórcio.
não inibe eventuais ações posteriores fundadas em direito de regresso, a tempo e modo”.
(REsp 1501216/SC, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/02/2016, DJe 22/02/2016). Também
nesse sentido: AgRg no AREsp 574301/PE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
DJe 25/09/2015.
Item III) CORRETO: Esse é o exato posicionamento do STJ, segundo o qual, “Consoante
jurisprudência desta Corte Superior de Justiça, os juros moratórios inerentes aos danos morais
incidem desde a data do evento, mediante aplicação da súmula 54/STJ (Recurso representativo
da controvérsia nº 1132866/SP). A correção monetária, desde a data do arbitramento, nos
moldes do enunciado da súmula 362/STJ (“A correção monetária do valor da indenização do
dano moral incide desde a data do arbitramento.”) (REsp 1501216/SC, Rel. Ministro OLINDO
MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA,
julgado em 16/02/2016, DJe 22/02/2016).
GABARITO: D
A) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar tanto o incidente de resolução
de demandas repetitivas quanto o incidente de assunção de competência.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Não há previsão legal para que o amicus curiae recorra da decisão no IAC,
apenas no IRDR, nos termos do art. 138, §3º, do CPC: “O amicus curiae pode recorrer da
decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas”.
GABARITO: E
DIREITO CIVIL
21. Sobre o que dispõe o Código Civil a respeito do domicílio, é correto afirmar que:
COMENTÁRIO
domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.” Portanto, a afirmativa está correta.
Domicílio Necessário:
A respeito do agente diplomático, há previsão expressa no Código Civil, art. 77, quanto
ao lugar em que ele poderá ser demandado, caso não tenha designado seu domicílio no
país: “O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade
sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal
ou no último ponto do território brasileiro onde o teve”.
D) INCORRETA: A lei brasileira NÃO prevê hipótese de pessoa natural sem domicílio. Aquele
que não tiver residência habitual, ter-se-á por domicílio o lugar onde for encontrado nos termos
do art. 73 do CC/02. Portanto, para o “itinerante” (a doutrina cita como exemplos: ciganos,
circenses, caixeiro-viajante, etc.) aplica-se a regra do art. 73, CC. Assim, tendo em vista que o
domicílio é um atributo da personalidade, não existe pessoa natural que não o possua. Ainda
que seja um andarilho, terá domicílio aparente.
GABARITO: A
22. A respeito do regime jurídico dos bens, previsto no Código Civil, assinale a alternativa
CORRETA:
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: De acordo com o Código Civil, art. 80, inciso II, o direito à sucessão aberta é
considerado bem imóvel, para os efeitos legais. Entretanto, no caso da motocicleta com defeito
no motor, apesar de ser insuscetível de movimento próprio, ela pode ser removida por outrem
sem alteração da substância ou destinação econômico-social. Portanto, ela continuará sendo
um bem móvel. Nesse sentido, o art. 82 do CC/02 dispõe que: “são móveis os bens suscetíveis
de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social”.
B) INCORRETA: Segundo Flávio Tartuce, “os navios e as aeronaves são considerados bens
móveis especiais (sui generis), pois, apesar de serem móveis pela essência, são tratados
pela lei como imóveis, necessitando de registro especial e admitindo hipoteca.” A hipoteca
nada mais é do que um direito real de garantia sobre a coisa alheia, oponível erga omnes
(contra todos), cujo objeto será imóveis, navios e aeronaves, conforme artigos. 1.473 a 1505
do CC/02. Importante: Na hipoteca, a posse do bem continuará com o seu proprietário. Para
Clóvis Beviláqua, “a hipoteca é um direito real, que recai sobre imóvel, navio ou aeronave,
para garantia de qualquer obrigação de ordem econômica, sem transferência da posse do bem
gravado, com o credor.” A hipoteca de navios e aeronaves é prevista no Código Civil. E quando
assim o faz, a legislação permite a hipoteca de bens móveis como situação excepcional,
simplesmente para que não haja a perda da posse dos referidos bens. A legislação opta por
inserir a situação jurídica dos navios e das aeronaves, diante desta peculiaridade relativa à
ausência da perda da posse, na disciplina jurídica da hipoteca (CC, art. 1.473, incisos VI e VII).
Assim, o legislador inseriu os navios e as aeronaves na garantia da hipoteca e, a partir disso,
permitiu a manutenção da posse direta de tais bens com o próprio devedor, ou garantidor,
prestigiando a economia, a circulação de riquezas e a função social da propriedade. Conforme
o CC/02, art. 83: Consideram-se MÓVEIS para os efeitos legais: II - os direitos reais sobre
objetos móveis e as ações correspondentes. Portanto, os navios e as aeronaves são bens
móveis especiais ou sui generis. Eles têm registro especial e admitem hipoteca (art. 1.473).
Mas isso não os torna imóveis.
C) CORRETA: De acordo com Maria Helena Diniz, ”as partes integrantes são os bens acessórios
que estão unidos ao bem principal, formando com este último um todo independente.” As partes
integrantes são desprovidas de existência material própria, mesmo mantendo integridade, a
exemplo da lâmpada em relação ao lustre ou a lente de uma câmera filmadora. Diferentemente
das pertenças, que são bens destinados a servir um outro bem principal, por vontade ou
trabalho intelectual do proprietário, não constituindo partes integrantes. Estas se destinam, de
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Portanto, as pertenças
não são bens acessórios, não se submetem à teoria da gravitação jurídica, são bens com
função própria que se acoplam a outros bens sem perderem sua funcionalidade. Exemplo: Ar
condicionado em casa; tratores em fazenda.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: A exceção pessoal nunca pode ser oposta aos demais credores. Trata-se
de exceção personalíssima. Observe o disposto no art. 273 do CC/02: “A um dos credores
solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”. Enquanto
isso, o art. 281 do CC/02, refere que “O devedor demandado pode opor ao credor as exceções
que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a
outro codevedor”. Portanto, diante do texto legal, a assertiva está incorreta.
B) INCORRETA: A obrigação in solidum corresponde àquela que, embora haja uma vinculação
pelo mesmo fato, os devedores não mantém solidariedade entre si. Exemplo: a vítima de um
incêndio pode acionar o terceiro que causou o incêndio e a seguradora, entretanto, embora estes
estejam ligados pelo mesmo fato (incêndio), não há solidariedade entre as suas obrigações.
Portanto, na obrigação in solidum, há pluralidade de devedores ligados ao credor pelo mesmo
fato, sem, contudo, existir solidariedade entre eles.
contrário não resultar do título da obrigação. Ademais, ele não será obrigado a dar coisa pior
nem prestar a melhor, devendo ser considerada a média. Ou seja, pelo princípio da equivalência
das prestações, a escolha do devedor não pode recair sobre a coisa que seja menos valiosa,
e, também, ele não pode ser compelido a entregar a coisa mais valiosa, devendo o objeto
recair sempre dentro do gênero intermediário. Flávio Tartuce cita como exemplo a hipótese em
que duas partes obrigacionais pactuam a entrega de um animal que faz parte do rebanho do
vendedor. Nesse caso, haverá a necessidade de determinação futura do objeto, por meio de
uma escolha. Assim, coisa incerta não significa qualquer coisa, mas uma coisa indeterminada
suscetível de determinação futura. Por fim, antes da escolha, o devedor não poderá alegar
perda ou deterioração da coisa, AINDA QUE POR FORÇA MAIOR ou CASO FORTUITO.
Desse modo, sugere-se ao aluno revisar as disposições dos arts. 243 a 246 do CC/02, que
dispõem a respeito do tema:
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar
a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Para a
primeira corrente, defendida por Maria Helena Diniz, Gustavo Tepedino e Flávio Tartuce, a
exoneração mencionada no §2° do art. 263 é total, atingindo tanto o valor da prestação quanto a
indenização suplementar, uma vez que, com a conversão em perdas e danos, a indivisibilidade
desaparece, entrando o valor da obrigação nas perdas e nos danos, como dano emergente. Já
uma segunda corrente entende que a exoneração não é total. Assim, havendo culpa de um
dos devedores, os devedores não-culpados respondem proporcionalmente pelo valor da coisa;
enquanto o devedor culpado responde proporcionalmente pelo valor da coisa além das perdas
e danos. Nesse sentido: Álvaro Villaça Azevedo. Flávio Tartuce discorda desta última corrente,
pois, seguindo-a, a obrigação indivisível ficaria próxima da obrigação solidária, quando é nítido
que a conversão em perdas e danos diferenciam os institutos substancialmente. Situação
diferente acontece na solidariedade, pois o vínculo é subjetivo e, desta forma, não se desfaz
com a conversão em perdas e danos. Logo, se apenas um dos devedores agir com culpa,
todos responderão pelo principal, haja vista que a solidariedade permanece para todos os
efeitos, mas só o culpado responderá pelas perdas e danos. Em síntese, a solidariedade se
assemelha a indivisibilidade apenas pelo aspecto de que o credor pode exigir de um só dos
devedores o pagamento da totalidade do objeto. Porém, diferem por diversas razões:
A) Cada devedor solidário pode ser compelido ao pagamento integral da divida, por
ser devedor do todo. Já nas obrigações indivisíveis o codevedor só responde por
sua quota parte. Pode ser compelido ao pagamento da totalidade somente porque
é impossível fracioná-lo;
E) CORRETA: O enunciado exige conhecimentos do Código Civil, que dispõe que, até a
tradição, pertence ao DEVEDOR a coisa, com seus melhoramentos, pelos quais ele poderá
exigir o aumento do preço, sob pena de resolução da obrigação. Flávio Tartuce ensina que,
“como melhoramentos devem ser incluídos os frutos, acessórios que são retirados do principal
sem lhe diminuir a quantidade.” Quanto aos frutos, os PERCEBIDOS são do DEVEDOR, e os
PENDENTES do CREDOR, conforme previsão do parágrafo único do art. 237: “Art. 237. Até a
tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais
poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. Vale
lembrar que essa regra aplica-se ao devedor possuidor de boa-fé, regra geral pela presunção
do justo título. Entretanto, se o possuidor estiver de má-fé, não haverá qualquer direito, além
de responder por todos os frutos colhidos e percebidos, e por aqueles que, por culpa sua,
deixou de perceber, nos termos do art. 1.216 do Código Civil.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Nos termos do art. 1°, §4° do Decreto-Lei nº 4.657/42, as correções a texto
de lei já em vigor consideram-se lei nova. Ademais, se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer
nova publicação de seu texto, destinada a correção, o período de “vacatio legis” começará a
correr a partir da nova publicação (art. 1°,§3° da LINDB).
LINDB, Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. § 1º Realizando-se o
casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às
formalidades da celebração. § 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. § 3º Tendo os nubentes
domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio
conjugal. § 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem
os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
GABARITO: D
25. É possível afirmar que na alienação fiduciária em garantia de bens móveis e imóveis:
A) É possível a intimação por hora certa do devedor fiduciante para que seja
constituído em mora, conforme previsão expressa da Lei 9.514/1997.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: No que diz respeito à alienação fiduciária de bem imóvel, a Lei n° 13.465/17
promoveu importante alteração na Lei n° 9.514/97, permitindo agora a intimação por hora
certa do devedor fiduciante para que seja constituído em mora, nos termos do art. 26,
§3°- A. Outra novidade prevista na referida lei, foi o acréscimo do §3°-B no mesmo artigo,
prevendo a possibilidade de intimação do funcionário da portaria para fins de complementação
da intimação por hora certa nos condomínios edilícios: “Lei 9.514/97, Art. 26. Vencida e não
paga, no todo ou em parte, a dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á, nos
termos deste artigo, a propriedade do imóvel em nome do fiduciário. § 1º Para os fins do disposto
neste artigo, o fiduciante, ou seu representante legal ou procurador regularmente constituído,
será intimado, a requerimento do fiduciário, pelo oficial do competente Registro de Imóveis,
a satisfazer, no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a data
do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais encargos contratuais, os
encargos legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além
das despesas de cobrança e de intimação. § 2º O contrato definirá o prazo de carência após o
qual será expedida a intimação. § 3º A intimação far-se-á pessoalmente ao fiduciante, ou ao seu
representante legal ou ao procurador regularmente constituído, podendo ser promovida, por
solicitação do oficial do Registro de Imóveis, por oficial de Registro de Títulos e Documentos da
comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-la, ou pelo correio, com
aviso de recebimento. § 3°-A. Quando, por duas vezes, o oficial de registro de imóveis ou de
registro de títulos e documentos ou o serventuário por eles credenciado houver procurado o
intimando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita motivada
de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que,
no dia útil imediato, retornará ao imóvel, a fim de efetuar a intimação, na hora que designar,
aplicando-se subsidiariamente o disposto nos arts. 252, 253 e 254 da Lei no 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017). § 3°-B. Nos
condomínios edilícios ou outras espécies de conjuntos imobiliários com controle de acesso,
a intimação de que trata o § 3º-A poderá ser feita ao funcionário da portaria responsável pelo
recebimento de correspondência. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)”.
ação de busca e apreensão (prevista em lei, segundo a garantia fiduciária a ele conferidA)
por outra via judicial, evidentemente menos eficaz, denota absoluto descompasso com o
sistema processual. Inadequado, pois, extinguir ou obstar a medida de busca e apreensão
corretamente ajuizada, para que o credor, sem poder se valer de garantia fiduciária dada (a
qual, diante do inadimplemento, conferia-lhe, na verdade, a condição de proprietário do bem),
intente ação executiva ou de cobrança, para só então adentrar no patrimônio do devedor,
por meio de constrição judicial que poderá, quem sabe (respeitada o ordem legal), recair
sobre esse mesmo bem (naturalmente, se o devedor, até lá, não tiver dele se desfeito). 4. A
teoria do adimplemento substancial tem por objetivo precípuo impedir que o credor resolva a
relação contratual em razão de inadimplemento de ínfima parcela da obrigação. A via judicial
para esse fim é a ação de resolução contratual. Diversamente, o credor fiduciário, quando
promove ação de busca e apreensão, de modo algum pretende extinguir a relação contratual.
Vale-se da ação de busca e apreensão com o propósito imediato de dar cumprimento aos
termos do contrato, na medida em que se utiliza da garantia fiduciária ajustada para compelir
o devedor fiduciante a dar cumprimento às obrigações faltantes, assumidas contratualmente
(e agora, por ele, reputadas ínfimas). A consolidação da propriedade fiduciária nas mãos do
credor apresenta-se como consequência da renitência do devedor fiduciante de honrar seu
dever contratual, e não como objetivo imediato da ação. E, note-se que, mesmo nesse caso, a
extinção do contrato dá-se pelo cumprimento da obrigação, ainda que de modo compulsório,
por meio da garantia fiduciária ajustada. 4.1 É questionável, se não inadequado, supor que
a boa-fé contratual estaria ao lado de devedor fiduciante que deixa de pagar uma ou até
algumas parcelas por ele reputadas ínfimas mas certamente de expressão considerável, na
ótica do credor, que já cumpriu integralmente a sua obrigação e, instado extra e judicialmente
para honrar o seu dever contratual, deixa de fazê-lo, a despeito de ter a mais absoluta ciência
dos gravosos consectários legais advindos da propriedade fiduciária. A aplicação da teoria
do adimplemento substancial, para obstar a utilização da ação de busca e apreensão, nesse
contexto, é um incentivo ao inadimplemento das últimas parcelas contratuais, com o nítido
propósito de desestimular o credor - numa avaliação de custo-benefício - de satisfazer seu
crédito por outras vias judiciais, menos eficazes, o que, a toda evidência, aparta-se da boa-
fé contratual propugnada. 4.2. A propriedade fiduciária, concebida pelo legislador justamente
para conferir segurança jurídica às concessões de crédito, essencial ao desenvolvimento da
economia nacional, resta comprometida pela aplicação deturpada da teoria do adimplemento
substancial. 5. Recurso Especial provido. (REsp 1622555/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI,
Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
22/02/2017, DJe 16/03/2017).
GABARITO: A
26. A respeito dos direitos reais de gozo ou fruição, assinale a afirmativa CORRETA:
A) A Servidão poderá ser extinta pelo não uso durante quinze anos contínuos.
C) A extinção do usufruto pelo não uso do imóvel deve observar o prazo prescricional
de 10 anos previsto no art. 205 do Código Civil.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Direitos reais sobre coisa alheia de gozo: superfície, servidão,
usufruto, uso, habitação.
A) INCORRETA: De acordo com o art. 1.389, inciso III, a servidão será extinta pelo não uso,
durante dez anos contínuos:
Código Civil. Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao
cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lhe impugne:
Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade
de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção:
II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título
expresso;
B) CORRETA: A superfície é um instituto real pelo qual o proprietário concede a outrem, por
tempo determinado ou indeterminado, gratuita ou onerosamente, o direito de construir ou
plantar em seu terreno. Esse direito de fruição recai sempre sobre bens imóveis, urbanos ou
rurais, mediante escritura pública, registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Conforme
previsão do art. 1.369, parágrafo único do CC, o direito de superfície não autoriza a realização
de obras no subsolo, salvo se tal utilização for inerente à concessão. De acordo com Cristiano
Chaves e Nelson Rosenvald, “excepcionalmente se viabilizará no subsolo ou no espaço
aéreo. No subsolo, o direito de superfície precisa ultrapassar dois óbices: não podem existir
recursos minerais, caso em que a União adquire a propriedade, e a utilização do espaço deve
ser fundamental para o empreendimento (ex.: construção de shopping com necessidade de
garagem no subterrâneo). Quanto ao espaço aéreo, a previsão é expressa no art. 21, §1°,
da Lei 10.257/2001, sendo uma de suas aplicações práticas a aquisição por condomínios da
superfície do terreno vizinho, com o fim de impedir qualquer edificação no imóvel contíguo
acima de limites que inviabilizem o sossego, a privacidade e, mesmo, o campo visual das
superfícies.” Por fim, vale mencionar o Enunciado 93 da I Jornada de Direito Civil do CJF: Art.
1.369: As normas previstas no Código Civil sobre direito de superfície não revogam as relativas
a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) por ser instrumento
de política de desenvolvimento urbano.
Código Civil.
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for
D) INCORRETA: Conforme o Art. 1.398 do Código Civil, os frutos civis, vencidos na data
inicial do usufruto, pertencem ao proprietário, e ao usufrutuário os vencidos na data em
que cessa o usufruto.
E) INCORRETA: O STJ possui precedentes afirmando que o direito real de habitação em favor
do cônjuge sobrevivente ocorre ex vi legis, ou seja, por força de lei, dispensando registro no
cartório imobiliário, já que guarda estreita relação com o direito de família (STJ. 3ª Turma. REsp
565.820/PR, julgado em 16/09/2004). “1. A renúncia ao usufruto não alcança o direito real de
habitação, que decorre de lei e se destina a proteger o cônjuge sobrevivente mantendo-o no
imóvel destinado à residência da família. 2. O direito real de habitação não exige o registro
imobiliário. 3. Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, Terceira Turma, REsp 565820/PR)
GABARITO: B
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Nos termos do artigo 932 do CC/02, “são também responsáveis pela reparação
civil: IV - os donos dos hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos.” Por
sua vez, o art. 933 estabelece que as pessoas indicadas nos incisos I a V do art. 932, ainda
que não haja culpa de sua parte, responderão solidariamente pelos atos praticados pelos
terceiros ali referidos. Desta forma, as pessoas elencadas no art. 932 respondem objetivamente
pelos segundos elencados, incluindo-se, assim, os estabelecimentos de ensino pelos seus
educandos.
B) CORRETA: Conforme previsão do art. 936 do CC, o dono ou detentor do animal ressarcirá
o dano por este causado, se não provar a culpa da vítima ou força maior. De acordo com Flávio
Tartuce, “como o Código Civil traz somente duas excludentes do dever de indenizar (culpa
exclusiva da vítima e força maior), fica evidenciado que o caso é de típica responsabilidade
objetiva, independentemente de culpa.” Vale ressaltar que para o referido autor, o caso fortuito
e a força maior também são consideradas excludentes de responsabilidade. “Pode-se aplicar a
responsabilidade objetiva do CDC pra acidentes causados por animais, em diálogo das fontes
com o Código Civil. Ilustrem-se os acidentes com animais em circos, hotéis, clubes, parques
de diversão e rodeios. Nessa linha, a jurisprudência superior tem subsumido a Lei 8.078/90
para os acidentes causados por animais em rodovias, respondendo a concessionária pelos
danos causados aos usuários ou terceiros.” (STJ, REsp 1100571/PE, Dje 18.08.2011).
C) CORRETA: Nos termos do art. 931 do Código Civil, “ressalvados outros casos previstos
em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente
de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.” Vale mencionar, ainda,
o art. 932, inciso III, que prevê que o empregador ou comitente são responsáveis por seus
empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão
dele, tratando-se de mais um caso de responsabilidade objetiva, independentemente de culpa
(art. 933: As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos).
JUROS MORATÓRIOS:
1) Responsabilidade CONTRATUAL:
A) Obrigação LÍQUIDA: são contados a partir do VENCIMENTO da obrigação (art. 397). Ex.:
Obrigações ex re.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno
direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial.
B) Obrigação ILÍQUIDA: são contados a partir da CITAÇÃO (art. 405). Ex.: Obrigações mora
ex persona.
2) Responsabilidade EXTRACONTRATUAL:
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Código Civil:
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de
pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
O Código Civil permite que o procurador devidamente constituído faça a doação de um imóvel,
mas para que isso seja válido, é necessário que estejam previstos poderes especiais no
instrumento de mandato, conforme previsão do artigo 661, §1º. Ademais, no caso de doação,
além de haver poderes especiais no mandato, a procuração deverá prever também a pessoa
que será beneficiada com a doação.
Dessa forma, se na procuração não for indicado o donatário do imóvel, a doação realizada
pode ser declarada nula, nos termos do art. 166 do CC/02: É nulo o negócio jurídico quando:
(...) IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade.
B) INCORRETA: Nos termos do art. 550 do Código Civil, “a doação do cônjuge adúltero ao
seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois
anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.”
Código Civil. Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu
patrimônio, se sobreviver ao donatário.
D) INCORRETA: Conforme assevera Flávio Tartuce, “pela doação, o doador transfere do seu
patrimônio bens ou vantagens para o donatário, sem a presença de qualquer remuneração.
Trata-se de mera liberalidade, sendo um contrato benévolo, unilateral e gratuito. Sendo
negócio jurídico benévolo ou benéfico, somente se admite a interpretação restritiva, nunca a
interpretação declarativa ou extensiva.” (Manual de Direito Civil. 6ª ed. 2016. p. 749). Assim, a
doação é contrato unilateral, gratuito, formado mediante declaração receptícia da vontade, ou
seja, que só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte. Código Civil. Art. 538. Considera-
se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens
ou vantagens para o de outra.
E) CORRETA: A doação inoficiosa é aquela que invade a legítima dos herdeiros necessários,
ultrapassando a parte que o doador poderia dispor, em testamento, no momento da liberalidade.
O art. 549 do Código Civil prevê a doação inoficiosa: “Nula é também a doação quanto à parte
que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.”
De acordo com o artigo 1.789 do Código Civil, existindo herdeiros necessários, o testador não
poderá dispor de mais da metade dos seus bens: “Havendo herdeiros necessários, o testador
só poderá dispor da metade da herança.” Assim, é possível afirmar que a doação inoficiosa
é aquela que excede cinquenta por cento do patrimônio do doador destinado aos herdeiros
necessários. Os herdeiros necessários são os descendentes, os ascendentes e o cônjuge, e
cabe a eles, de pleno direito, a metade dos bens da herança.
Código Civil:
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens
da herança, constituindo a legítima.
Em outras palavras, a pessoa que tenha herdeiros necessários só poderá doar até o limite
máximo da metade de seu patrimônio, considerando que a outra metade é a chamada
“legítima” (art. 1.846 do CC) e pertence aos herdeiros necessários. Ademais, conforme o
Código Civil, trata-se de caso de nulidade, porém restrita à parte que excede a legítima (quota
dos herdeiros necessários). Exemplo dado por Flávio Tartuce: “se o doador tem o patrimônio
de R$ 100.000,00 e faz uma doação de R$ 70.000,00, o ato será válido até R$ 50.000,00
(parte disponível) e nulo nos R$ 20.000,00 que excederam a proteção da legítima”. A ação
cabível para se buscar a anulação será a ação de nulidade de doação inoficiosa (ação de
redução) e apenas os herdeiros necessários do doador poderão propor a respectiva ação. Por
fim, uma decisão importante sobre o assunto: Mesmo que o herdeiro necessário tenha cedido
sua parte na herança, ele terá legitimidade para a ação de anulação? O STJ decidiu que SIM.
O herdeiro que cede seus direitos hereditários possui legitimidade para pleitear a declaração
de nulidade de doação inoficiosa realizada pelo autor da herança em benefício de terceiros.
Isso porque o fato de o herdeiro ter realizado a cessão de seus direitos hereditários não lhe
retira a qualidade de herdeiro, que é personalíssima. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.983-SC, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/3/2014).
GABARITO: E
D) O fâmulo da posse não pode fazer uso dos interditos possessórios, entretanto,
é possível que ele se utilize do desforço imediato para proteger o bem daquele que
recebe ordens.
COMENTÁRIO
possessórias. Contudo, é perfeitamente possível que o detentor defenda a posse alheia por
meio da autotutela (desforço imediato), tratada no art. 1.219, §1° do Código Civil. Enunciado n°
493, da V Jornada de Dirieto Civil: “O detentor (art. 1.198, CC) pode, no interesse do possuidor,
exercer a autodefesa do bem sob seu poder.” Por fim, o art. 1.208 do CC estabelece que não
induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância. Exemplos: empregados em geral,
caseiros, administradores, bibliotecários, diretores de empresa, etc.
E) CORRETA: Nos termos do artigo 1.229 do Código Civil, “a propriedade do solo abrange a
do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício,
não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma
altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.”
GABARITO: C
B) A grávida que sofre aborto em razão de acidente de trânsito não tem direito de
receber do DPVAT indenização pela morte do nascituro.
COMENTÁRIO
Antes de adentrarmos nas respostas, faz-se necessária uma breve explicação sobre o seguro
B) INCORRETA: Segundo o STJ, a beneficiária legal de seguro DPVAT, que teve a sua
gestação interrompida em razão de acidente de trânsito, tem direito ao recebimento da
indenização prevista no art. 3º, I, da Lei 6.194/1974, devida no caso de morte. Ressalta-se
o posicionamento do relator, Ministro Luis Felipe Salomão, ao afirmar que “o ordenamento
jurídico como um todo – e não apenas o Código Civil de 2002 – alinhou-se mais à teoria
concepcionista para a construção da situação jurídica do nascituro, conclusão enfaticamente
sufragada pela majoritária doutrina contemporânea”. Ademais, conforme a previsão do art. 3º
da Lei 6.194/74, o seguro obrigatório pago pelos condutores de veículos automotores garante
a cobertura dos envolvidos nos casos de morte, invalidez permanente ou danos pessoais, nos
respectivos limites definidos: “Art. 3º. Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido
no art. 2º desta Lei compreendem as indenizações por morte, por invalidez permanente, total
ou parcial, e por despesas de assistência médica e suplementares, nos valores e conforme
as regras que se seguem, por pessoa vitimada: I - R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais)
- no caso de morte; II - até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) - no caso de invalidez
permanente; e III - até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) - como reembolso à vítima - no
caso de despesas de assistência médica e suplementares devidamente comprovadas.” Nesse
sentido, a decisão do STJ publicada no informativo n° 547: “1. A despeito da literalidade do
art. 2º do Código Civil – que condiciona a aquisição de personalidade jurídica ao nascimento -,
o ordenamento jurídico pátrio aponta sinais de que não há essa indissolúvel vinculação entre
o nascimento com vida e o conceito de pessoa, de personalidade jurídica e de titularização
de direitos, como pode aparentar a leitura mais simplificada da lei. 2. Entre outros, registram-
se como indicativos de que o direito brasileiro confere ao nascituro a condição de pessoa,
titular de direitos: exegese sistemática dos arts. 1º, 2º, 6º e 45, caput, do Código Civil; direito
do nascituro de receber doação, herança e de ser curatelado (arts. 542, 1.779 e 1.798 do
Código Civil); a especial proteção conferida à gestante, assegurando-se-lhe atendimento pré-
natal (art. 8º do ECA, o qual, ao fim e ao cabo, visa a garantir o direito à vida e à saúde do
nascituro); alimentos gravídicos, cuja titularidade é, na verdade, do nascituro e não da mãe (Lei
n. 11.804/2008); no direito penal a condição de pessoa viva do nascituro - embora não nascida
- é afirmada sem a menor cerimônia, pois o crime de aborto (arts. 124 a 127 do CP) sempre
esteve alocado no título referente a “crimes contra a pessoa” e especificamente no capítulo
“dos crimes contra a vida” - tutela da vida humana em formação, a chamada vida intrauterina
(MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal, volume II. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2007,
p. 62-63; NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 8 ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2012, p. 658). 3. As teorias mais restritivas dos direitos do nascituro – natalista e
4. Ademais, hoje, mesmo que se adote qualquer das outras duas teorias restritivas, há de
se reconhecer a titularidade de direitos da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à
vida é o mais importante. Garantir ao nascituro expectativas de direitos, ou mesmo direitos
condicionados ao nascimento, só faz sentido se lhe for garantido também o direito de nascer,
o direito à vida, que é direito pressuposto a todos os demais.
C) INCORRETA: É preciso ter em mente o teor da Súmula n° 573 do STJ para responder
corretamente a alternativa. De acordo com a referida súmula, “as ações de indenização
decorrente de seguro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter permanente da invalidez, para
fins de contagem do prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos de
invalidez permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte comprovado
na fase de instrução.” De início, deve-se frisar que a ação de cobrança contra a seguradora
objetivando a indenização decorrente de seguro DPVAT prescreve em três anos, nos termos
da súmula 405 do STJ. Ademais, o termo inicial desse prazo prescricional é a data em que
o segurado teve ciência inequívoca do caráter permanente da invalidez. Em outras palavras,
nas ações de indenização decorrente de seguro DPVAT, o início do prazo prescricional é data
da ciência do segurado de que estava inválido permanentemente (Súmula 278-STJ: O termo
inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência
inequívoca da incapacidade laboral). E quando, de fato, o segurado tem a ciência inequívoca
da sua invalidez permanente? Como regra, a ciência inequívoca do segurado acerca da
sua invalidez permanente depende de laudo médico, sendo o início do prazo prescricional
considerado quando produzido um laudo médico que ateste essa condição. Entretanto,
excepcionalmente, o prazo prescricional pode se iniciar, ainda que sem o laudo médico, se a
invalidez permanente for notória (ex: vítima teve amputada das pernas), ou se o conhecimento
anterior resultar comprovado na fase de instrução do processo. Em síntese: A) Prazo para a
ação de indenização DPVAT: 3 anos. B) Início do prazo em caso de invalidez permanente: data
do laudo médico (regra geral). C) Exceções: o prazo prescricional se inicia mesmo sem ter sido
feito laudo médico se a invalidez permanente for notória, ou se o conhecimento anterior resultar
comprovado na fase de instrução. Nesse sentido: STJ. 2ª Seção. EDcl no REsp 1.388.030-
MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 27/8/2014 (Info 555). Agora fazendo
uma leitura da Súmula n° 573 do STJ podemos entendê-la melhor: “As ações de indenização
decorrente de seguro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter permanente da invalidez, para fins
de contagem do prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos de invalidez
permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte comprovado na
fase de instrução.” “RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. CIVIL
E PROCESSUAL CIVIL. SEGURO DPVAT. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO. CIÊNCIA
INEQUÍVOCADO CARÁTER PERMANENTE DA INVALIDEZ. NECESSIDADE DE LAUDO
MÉDICO. 1. Para fins do art. 543-C do CPC: 1.1. O termo inicial do prazo prescricional, na ação
de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca do caráter permanente
da invalidez. 1.2. Exceto nos casos de invalidez permanente notória, a ciência inequívoca do
caráter permanente da invalidez depende de laudo médico, sendo relativa a presunção de
ciência. 2. Caso concreto: Inocorrência de prescrição, não obstante a apresentação de laudo
elaborado quatro anos após o acidente. 3. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.” (STJ, 2ª
Seção. EDcl no REsp 1.388.030-MG).
D) INCORRETA: O espólio, ainda que representado pelo inventariante, não possui legitimidade
ativa para ajuizar ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) em caso de morte da vítima
no acidente de trânsito. O valor da indenização do DPVAT, em caso de morte, passa diretamente
para os beneficiários (cônjuge supérstite e demais herdeiros). “1. Cinge-se a controvérsia a
saber se o espólio, representado pelo inventariante, possui legitimidade ativa para ajuizar
ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) em caso de morte da vítima no acidente de
trânsito. 2. Antes da vigência da Lei nº 11.482/2007, a indenização do seguro obrigatório DPVAT
na ocorrência do falecimento da vítima deveria ser paga em sua totalidade ao cônjuge ou
equiparado e, na sua ausência, aos herdeiros legais. Depois da modificação legislativa, o valor
indenizatório passou a ser pago metade ao cônjuge não separado judicialmente e o restante
aos herdeiros da vítima, segundo a ordem de vocação hereditária (art. 4º da Lei nº 6.194/1974,
com a redação dada pela Lei nº 11.482/2007). 3. O valor oriundo do seguro obrigatório (DPVAT)
GABARITO: A
DIREITO ADMINISTRATIVO
COMENTÁRIO
D) INCORRETA: Esta assertiva dialoga com a primeira, no sentido de que o poder regulamentar
deve respeito à lei, sobretudo quando está em regra a restrição a um direito. Nesse sentido,
o STJ tem inúmeras decisões. Veja-se, por exemplo, a seguinte: “é ilegal o art. 2º da Res. n.
207/2006-Aneel que, ao exigir o adimplemento do consumidor para a concessão de descontos
especiais na tarifa de fornecimento de energia elétrica relativa ao consumidor que desenvolva
atividade de irrigação ou aquicultura (Lei n. 10.438/2002), estabeleceu condição não prevista
na lei para o benefício, exorbitando o poder de regulamentar.” (AgRg no REsp 1.326.847-RN,
E) INCORRETA: Nos termos do artigo 49, inciso V, da CRFB, essa competência é exclusiva do
Congresso Nacional, e não da Câmara dos Deputados. Vejam: “é da competência exclusiva
do Congresso Nacional (...) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
GABARITO: B
“Nele se traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados
sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições
são toleráveis” (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.
São Paulo: Malheiros, 2010, p. 114).
A) Legalidade.
B) Impessoalidade.
C) Moralidade.
D) Publicidade.
E) Eficiência.
COMENTÁRIO
B) CORRETA: Pessoal, esta era uma questão extremamente simples. A verdade é que,
tratando-se de princípios da Administração Pública, às vezes existe dúvida quanto a identificar
qual deles está sendo referido por determinado doutrinador ou protegido por determinada
norma jurídica. Quando se tratar de questão objetiva, será preciso ter atenção para qual o
aspecto dominante da situação descrita. No caso, coloquei trecho do livro de Celso Antônio
que enfatiza o repúdio a favoritismos e perseguições, o que evidencia que o princípio em
jogo era o princípio da impessoalidade. É interessante o raciocínio de Celso Antônio, ainda,
quanto à origem do princípio da impessoalidade, que, para ele, “não é senão o próprio princípio
da igualdade ou isonomia. Está consagrado explicitamente no art. 37, caput, da Constituição.
Além disso, assim como ‘todos são iguais perante a lei’ (art. 5º, caput), a fortiori teriam de sê-lo
perante a Administração”.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Antes de adentrar nos comentários sobre cada assertiva, e a fim de conceder-lhes um panorama
do assunto de que trataremos, transcrevo a tabela elaborada por Rafael Oliveira, que, em minha
opinião, traz uma síntese das principais classificações dos órgãos administrativos (OLIVEIRA,
Rafael. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Método, 2017, p. 91):
A) órgãos independentes;
Quanto à posição que o órgão B) órgãos autônomos;
ocupa na escala governamental ou
administrativa C) órgãos superiores;
D) órgãos subalternos.
A) órgãos federais;
D) órgãos municipais.
A) órgãos singulares ou unipessoais;
Quanto à composição
B) órgãos coletivos ou pluripessoais.
A) órgãos ativos;
Em relação às atividades que,
preponderantemente, são exercidas B) órgãos consultivos;
pelos órgãos públicos
C) órgãos de controle.
B) INCORRETA: Os órgãos coletivos, em oposição aos singulares, são aqueles que são
formados por vários agentes. A Presidência da República é exemplo de órgão singular, e
não coletivo.
exercer o controle sobre outros órgãos, nesta classificação, seria órgão de controle, e
não ativo.
D) INCORRETA: Órgãos superiores “são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à
subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa
nem financeira.” (DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. São Paulo: Forense, 2017, p.
675). Por outro lado, os órgãos autônomos são os que se subordinam diretamente aos órgãos
independentes. Os órgãos autônomos, caso das Secretarias de Estado e dos Ministérios,
“gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões
governamentais” (Idem, p. 674).
E) INCORRETA: Como ensina Rafael Oliveira (Op. Cit., pp. 87-88), órgãos independentes
são “aqueles previstos na Constituição e representativos dos Poderes do Estado
(Legislativo, Judiciário e Executivo), situados no ápice da pirâmide administrativa. Tais
órgãos não se encontram subordinados a nenhum outro órgão e só estão sujeitos aos controles
recíprocos previstos no texto constitucional.”
GABARITO: A
COMENTÁRIO
artigo 37, inciso XIX, da CRFB, que estabelece que “somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir
as áreas de sua atuação”. Aqui, vale o lembrete de que as autarquias devem ser criadas por
lei, enquanto as empresas públicas e sociedades de economia mista necessitam apenas de lei
autorizadora para serem instituídas. Quem prestou atenção na questão 40 da rodada passada
saberia, rapidamente, que esta assertiva está correta.
D) CORRETA (portanto, não é a respostA): Rafael Oliveira (Op. Cit., p. 73) afirma que
“os órgãos estatais, fruto da desconcentração interna de funções administrativas” são os
instrumentos da atuação dos Entes federativos. Diferentemente, a Administração Indireta
compreende as entidades que formam novas pessoas jurídicas, reportando-se aos
entes federativos através da vinculação, como vimos acima.
GABARITO: C
35. O Decreto nº 123 determinou que a portaria conjunta dos Ministérios X e Y regulamentasse
o usufruto de determinado benefício fiscal. O ato foi editado em conformidade com o
decreto, porém, posteriormente, o Ministério Y revogou unilateralmente a portaria. Ante
a situação exposta, indique a alternativa INCORRETA:
A) De acordo com a jurisprudência do STJ, existe irregularidade no ato de retirada
da portaria em questão.
COMENTÁRIO
GABARITO: D
B) Permissões.
C) Autorizações.
D) Admissões.
E) Ordens de serviço.
COMENTÁRIO
GABARITO: E
C) Um órgão pode delegar parte de suas competências a outro que não lhe seja
hierarquicamente subordinado, desde que não haja impedimento legal e esteja
caracterizada situação de conveniência.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Como vimos na questão 35, os atos complexos são aqueles que dependem
da manifestação de vontade de vários órgãos distintos para se perfazerem. Nesse sentido,
parte da doutrina afirma que um dos efeitos atípicos dos atos complexos e dos atos compostos
é o efeito prodrômico, que é a demanda pela edição da segunda manifestação de vontade
que comporá o ato (exemplo: o Presidente da República indica um Ministro do Supremo
Tribunal Federal. Essa indicação, além de compor o ato final de escolha do Ministro, terá
efeito prodrômico consistente em demandar que o Senado Federal realize os procedimentos
tendentes à aprovação ou reprovação da indicação). Assim, o efeito prodrômico é inerente ao
ciclo de formação dos atos administrativos complexos e compostos. O erro da assertiva está
na afirmação de que os efeitos prodrômicos inerentes aos atos complexos permitem equipará-
los ou classificá-los como procedimentos administrativos. Com efeito, Celso Antônio Bandeira
de Mello (Op. Cit., p. 493) explica que “no procedimento ou processo administrativo há
vários atos, todos com finalidades específicas, distintas, sem prejuízo de possuírem
também uma finalidade comum à generalidade deles. No ato complexo, diferentemente,
há um só ato que se forma pela conjunção de “vontades” de órgãos diferentes, sendo
que ditas vontades estão articuladas em uma única finalidade, sem que caiba discernir outra
B) INCORRETA: Pessoal, eu insisto muito neste artigo de lei, porque cai muito nas provas.
Então, por favor decorem (no coração mesmo) que, de acordo com o artigo 13 da Lei nº
9.784/99, não podem ser objeto de delegação os seguintes atos: (1) a edição de atos
de caráter normativo; (2) a decisão de recursos administrativos e (3) as matérias de
competência exclusiva do órgão ou autoridade.
C) CORRETA: É, precisamente, o que dispõe o artigo 12, caput, da Lei nº 9.784/99: “um órgão
administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.” Assim, pela expressa dicção legal, não é imprescindível a
subordinação entre os órgãos envolvidos na delegação.
E) INCORRETA: O artigo 14, § 3º da Lei nº 9.784/99 dispõe que “as decisões adotadas por
delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
delegado.” Desde logo, vê-se que a assertiva seria contrária à lei. Além disso, a Súmula nº
510 do STF dispõe que “praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.”
GABARITO: C
II. Se um particular alegar que não foi notificado para apresentar defesa em processo
administrativo de que lhe resultou imposição de sanção, caberá à Administração
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
COMENTÁRIO
I. Incorreta. Para examinar esta alternativa, era suficiente estar familiarizado com o teor da
Súmula Vinculante nº 05: “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição.” O STF considerou que “se devidamente garantido o
direito (i) à informação; (ii) à manifestação e (iii) à consideração dos argumentos manifestados,
a ampla defesa foi exercida em sua plenitude, inexistindo ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição
Federal. (....) Nesses pronunciamentos, o Tribunal reafirmou que a disposição do art. 133 da
CF não é absoluta, tendo em vista que a própria Carta Maior confere o direito de postular em
juízo a outras pessoas”. (RE 434059, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em
07/05/2008). Dessa forma, a simples ausência de defesa técnica realizada por advogado não
constitui nulidade, desde que tenha havido efetivo respeito ao contraditório e à ampla defesa,
como determina o artigo 5º, LV, da Constituição.
II. Correta. Rafael Oliveira (Op. Cit., p. 311) explica que, “não são todos os atos emanados do
Poder Público que possuem o atributo da presunção de legitimidade e de veracidade, tais como:
A) atos privados da Administração: aplica-se, no caso, o mesmo regime jurídico destinado aos
atos em geral praticados por particulares (...); B) atos manifestamente ilegais (...) e C) atos que
envolvam prova de fato negativo por parte do particular: em razão da impossibilidade de
prova de fato negativo (prova impossível ou “diabólica”), cabe à Administração, e não ao
particular o ônus da prova (ex.: particular alega que não foi intimado para se manifestar
em processo administrativo, hipótese em que a Administração deverá comprovar a
prática do ato).”
III. Incorreta. Pessoal, sobre o PAD, vejam a Jurisprudência em Teses do STJ, em duas
edições, nº 01 e nº 05. Esta questão dizia respeito a uma das teses firmadas, que é a de que
“no Processo Administrativo Disciplinar PAD, a alteração da capitulação legal imputada
ao acusado não enseja nulidade, uma vez que o indiciado se defende dos fatos nele
descritos e não dos enquadramentos legais.” (julgado de referência: MS 015905/DF,Rel.
Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO,Julgado em 09/10/2013,DJE 08/11/2013).
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que as alternativas I e III estão corretas, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa III está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o que
corresponde aos comentários feitos acima.
GABARITO: E
B) Seguindo a jurisprudência do STJ, para ajuizar ação popular contra ato praticado
pelo Prefeito do Município de São Paulo, é necessário que o cidadão seja eleitor
naquela localidade.
C) A pessoa jurídica cujo ato seja objeto de impugnação na ação popular pode
atuar ao lado do autor, se assim o justificar o interesse público.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: O artigo 7º, inciso IV, da Lei nº 4.717/1965 dispõe que “o prazo de
contestação é de 20 (vintE) dias, prorrogáveis por mais 20 (vintE), a requerimento do
interessado, se particularmente difícil a produção de prova documental, e será comum a todos
os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o
caso, do decurso do prazo assinado em edital.” Procurem guardar esse prazo na memória,
pois é uma particularidade da LAP.
C) CORRETA: A assertiva está de acordo com o artigo 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/1965, que
dispõe que a pessoa jurídica (ex.: Município) que tem seu ato impugnado pode (A) abster-
se de contestar o pedido ou (B) atuar ao lado do autor, mas desde que, a critério de seu
representante legal, isso seja benéfico ao interesse público. Isso porque o Estado não é
obrigado a defender os atos ilegais de seus agentes.
GABARITO: C
40. Maria foi aprovada em primeiro lugar nas duas primeiras fases do concurso para
Agente Penitenciária da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Na
terceira fase, contudo, em razão de erro na forma de cálculo da média, Maria perdeu
colocações e ficou em quinto lugar. Maria pediu reconsideração administrativa, mas a
Secretaria de Segurança Pública afirmou que aquela seria a forma de cálculo entendida
como correta por sua equipe técnica e indeferiu o pedido, apresentando-lhe os cálculos.
Apenas duas candidatas foram nomeadas. Em seguida, Maria ajuizou ação pretendendo
o cálculo correto da média, com sua consequente nomeação, bem como indenização
no valor do salário correspondente ao período em que deveria ter trabalhado. Diante da
situação narrada, indique a(s) alternativa(s) correta(s):
III. Ainda que haja reconhecimento do erro de cálculo pela Administração Pública,
Maria não terá direito à indenização pelos meses não trabalhados.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III.
E) II e III.
COMENTÁRIO
III. Correta. Foi o que decidiu recentemente o STJ: “a nomeação tardia de candidatos
aprovados em concurso público não gera direito à indenização, ainda que a demora
tenha origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública.” (REsp
1.238.344-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, por maioria, julgado em 30/11/2017, DJe 19/12/2017).
O raciocínio adotado no caso foi o de que o fato de o reconhecimento ter se dado pela própria
Administração Pública “não afasta a aplicação da firme orientação jurisprudencial, pois a ratio
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa III está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que as alternativas II e III estão corretas, o que
decorre dos comentários feitos acima.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
laborem, uma vez cessada a causa que a originou, o valor se desprende do vencimento do
servidor. A gratificação pela prestação de serviço extraordinário, prevista no art. 135, I, da Lei
Complementar estadual nº 10.261/68, desse modo, somente é devida durante o exercício da
atividade que justifica sua concessão.
GABARITO: A
B) Possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT e, portanto, tem direito
subjetivo à reintegração no cargo em comissão que ocupava antes da exoneração.
C) Não possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT, uma vez que
o cargo exclusivamente comissionado tem natureza transitória e de confiança,
de livre preenchimento e exoneração, sendo incompatível com o instituto da
estabilidade.
D) Possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT, no entanto, não tem
direito subjetivo à reintegração, fazendo jus a uma indenização na proporção dos
valores que lhe deveriam ter sido pagos desde a exoneração até o fim do período
da estabilidade.
E) Possui estabilidade provisória do art. 10, II, “b”, do ADCT, desde que haja
comunicação expressa do estado de gravidez ao órgão público competente antes
da efetiva exoneração.
COMENTÁRIO
C) A alegação de que as pessoas que atuam em cargo comissionado podem livremente ser
nomeadas e exoneradas e, portanto, há flagrante impossibilidade de se conciliar o entendimento
de que um cargo demissível ad nutum com a estabilidade provisória já foi, conforme dito na letra
“A”, afastada pelo Supremo Tribunal Federal. Para a Suprema Corte, a estabilidade provisória
prevista no artigo 10, II, “b”, do ADCT alcança também as servidoras ocupantes de cargo em
comissão. Assim, pelos mesmos fundamentos da letra “A”, a assertiva está INCORRETA.
D) Pelas razões expostas na letra “B”, a assertiva está CORRETA. O Supremo Tribunal
Federal, apesar de conferir direito subjetivo à estabilidade provisória à servidora gestante,
independente de o vínculo funcional ser precário e de confiança, não há qualquer direito
subjetivo à reintegração ao cargo após a exoneração. Se houver a extinção do vínculo
jurídico administrativo pela exoneração ex officio, “assistir-lhe-á o direito a uma indenização
correspondente aos valores que receberia até cinco (5) meses após o parto, caso inocorresse
tal dispensa” (Rel. Min. Celso de Mello, segunda turma, julgado em 22/11/2011).
GABARITO: D
43. No que diz respeito ao regime jurídico funcional do servidor público estadual, é
INCORRETO afirmar que:
A) O regime jurídico estatutário que disciplina o vínculo entre o servidor público
e a Administração Pública estadual não tem natureza contratual, mas legal. Desse
modo, não existe direito subjetivo do servidor público à inalterabilidade da situação
funcional, por predominar o interesse público.
COMENTÁRIO
B) A Constituição Federal dispõe, no art. 61, §1º, II, alínea “c”, que são de iniciativa privativa do
Chefe do Poder Executivo as leis que tratem do regime jurídico dos servidores públicos, bem
como do provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria, in verbis: “Art. 61. A iniciativa
das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. [...] § 1º São de iniciativa privativa
do Presidente da República as leis que: [...] II - disponham sobre: [...] C) servidores públicos da
União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;”
Essa norma aplica-se, pelo princípio da simetria, aos demais entes políticos: Estados, Distrito
Federal e Municípios. Desse modo, no Estado de São Paulo, cabe ao Governador a iniciativa
de leis que versem sobre servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria. Tal comando legal está replicado no art. 24, §2º, item 4,
da Constituição do Estado de São Paulo. Não raras as vezes, porém, a Assembleia Legislativa
usurpa esse poder de iniciativa do Chefe do Poder Executivo e cria, por meio de atos normativos,
normas voltadas a regular a vida funcional do servidor público estadual. O Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.792 (Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 22.9.2016), com base na jurisprudência já consolidada, declarou a lei estadual de
iniciativa parlamentar inconstitucional, tendo em vista a não observância da iniciativa privativa
do Chefe do Poder Executivo estadual. No mesmo sentido: ADI 2873, Rel. Min. Ellen Gracie,
julgado em 20.9.2007; ADI 2.856, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10.2.2011; ADI 3.403,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 18.6.2007. Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
D) A competência para dirimir os conflitos entre os servidores públicos e o ente político, relativos
às questões estatutárias, é da Justiça Comum e não da Justiça do Trabalho. A Justiça Federal,
caso envolver matéria relativa a servidores federais, e a Justiça Estadual, em se tratando de
servidores estaduais e municipais.
A Súmula 137 do Superior Tribunal de Justiça dispõe que “ Compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo
estatutário”, sendo que a mesma conclusão pode ser estendida aos servidores estaduais. No
Conflito de Competência nº 2.415, o Superior Tribunal de Justiça esclareceu que “a relação
entre o servidor estatutário e a União, Estado ou Município não é relação de emprego entre
trabalhador e empregador. As questões envolvendo o servidor estatutário sempre foram da
competência da Justiça Federal ou da Justiça Comum Estadual e esta competência não foi
alterada pelo atual ordenamento constitucional.” (Rel. Min. Garcia Vieira, Dj 6.4.1992). No
mesmo sentido, o Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
3.395, asseverou que as causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários serão
processadas e julgadas na Justiça Comum, mesmo após a Emenda Constitucional nº 45/2004.
Para a Suprema Corte, ao atribuir à Justiça do Trabalho competência para apreciar as ações
GABARITO: B
Federal.
COMENTÁRIO
GABARITO: C
COMENTÁRIO
A) A regra é a admissão de servidor público mediante concurso público: CF, art. 37, II. As
duas exceções à regra são para os cargos em comissão referidos no inciso II do art. 37, e a
contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público (Neste sentido: ADI 2229, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em
9.6.2004). A Constituição Federal estabeleceu, no art. 37, IX, que “a lei estabelecerá os casos
de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público”. O mesmo dispositivo foi previsto no art. 115, X, da Constituição do Estado
de São Paulo. Somente após 21 (vinte e um) anos da promulgação da Constituição Federal,
o Estado de São Paulo regulamentou a contratação de temporário pela Lei Complementar nº
1.093/2009. Após a publicação desta lei complementar, vedou-se a contratação com fundamento
na famigerada Lei nº 500/74 e respeitando as situações já consolidadas (art. 24 e 25): “Artigo
24 - Fica vedada, a partir da publicação desta lei complementar, a admissão de pessoal com
fundamento na Lei nº 500, de 13 de novembro de 1974. Parágrafo único - Ficam extintas
as funções-atividades submetidas ao regime jurídico instituído pela lei de que trata o “caput”
deste artigo, na seguinte conformidade: 1 - na vacância, as que se encontrarem preenchidas;
2 - na data da publicação desta lei complementar, as que estiverem vagas. Artigo 25 - As
contratações de pessoal após o advento da Lei complementar nº 1.010, de 1º de junho de 2007,
C) Para que seja atendido o comando constitucional do art. 37, IX, a contratação temporária
deve atender os seguintes requisitos: A) previsão de lei; B) tempo determinado; C) necessidade
temporária de interesse público; e D) interesse público excepcional. Desse modo, não pode a
lei estabelecer a contratação pelo tempo estritamente necessário para atender às hipóteses
previstas nesta lei complementar, independentemente de prazo máximo. O art. 7º Lei
Complementar nº 1093/2009 estabeleceu como prazo máximo o limite de 12 (dozE) meses e
para o docente o de 3 (três) anos, podendo ser prorrogado até o último dia letivo do ano em
que findar o prazo. Findo o prazo de vigência, o contrato será automaticamente extinto. Diante
disso, a assertiva está INCORRETA.
GABARITO: B
46. De acordo com a Lei Complementar 1.012/2007, o servidor afastado para desempenhar
emprego público em autarquia ou empresa pública, com prejuízo dos vencimentos,
A) continuará automaticamente vinculado ao Regime Próprio de Previdência Social
do Estado e fará jus a todos os benefícios previdenciários dele decorrentes.
C) terá suspenso o seu vínculo com o Regime Próprio de Previdência Social do Estado
enquanto durar o afastamento, sendo-lhe facultada a opção pela manutenção do
vínculo neste regime, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição,
assim como da contribuição patronal.
de Previdência Social.
COMENTÁRIO
A) A filiação previdenciária é o vínculo jurídico formado entre o servidor civil (efetivo ou vitalício)
e o sistema previdenciário, do qual decorrem direitos e obrigações recíprocos. Entende-se que
o servidor efetivo (segurado) filia-se ao Regime Próprio de Previdência Social após o efetivo
exercício no serviço público. Quando o servidor é afastado para o desempenho de emprego
público em autarquia ou empresa pública, com prejuízo dos vencimentos, consequentemente
não há contribuição para o Regime Próprio de Previdência Social e seu vínculo ficará suspenso
(art. 40 da Constituição Federal c/c art. 12 da Lei Complementar nº 1.012/2007). Nesse período
o servidor não fará jus aos benefícios previdenciários do regime de previdência do Estado de
São Paulo, pois, pelas atividades desempenhadas na autarquia ou empresa pública o servidor,
em tese, estará vinculado ao Regime Geral de Previdência Social (art. 201 da Constituição
Federal c/c art. 12 da Lei 8.212/91). Portanto, a assertiva está INCORRETA.
C) De modo a não prejudicar o segurado afastado, caso venha a sofrer alguma contingência
durante o período de afastamento (por exemplo: morte, invalidez), o legislador estadual
decidiu por garantir ao servidor público o direito de optar pela manutenção do vínculo, desde
que realize o recolhimento da respectiva contribuição (11%), bem como da quota patronal
(22%), conforme §§1º a 3º do art. 12 da Lei Complementar 1.012/2007, in verbis: “§ 1º- Será
assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da vinculação
ao regime próprio de previdência social do Estado, mediante o recolhimento mensal da
respectiva contribuição, assim como da contribuição patronal prevista na legislação aplicável,
D) O servidor somente não terá assistência do Regime Próprio de Previdência Social caso não
faça a opção pelo recolhimento da respectiva contribuição (11%), bem como da quota patronal
(22%), incidentes sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas
atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais, conforme já
explicado na letra “c”. Portanto, a assertiva está INCORRETA.
GABARITO: C
47. De acordo com a Lei nº 452/74, alterado pela Lei Complementar 1.013/2007, são
dependentes do militar, EXCETO:
A) Cônjuge ou companheiro(A), na constância do casamento e da união estável.
COMENTÁRIO
[...]
B) Pelo art. 8º da Lei nº 452/74, alterado pela Lei Complementar 1.013/2007, transcrito na
letra ‘a’, a assertiva está CORRETA. Cabe lembrar que a idade para que o filho possa ser
considerado dependente, prevista na legislação do Regime Geral da Previdência Social (art.
16, I, da Lei Federal nº 8.213/91), é a de 21 (vinte um) anos.
C) Nos termos do §1º do art. 8º da Lei nº 452/74, alterado pela Lei Complementar 1.013/2007,
o “ enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho desde que comprovadamente vivam sob
dependência econômica do militar”. Deste modo, pelos mesmos fundamentos da letra ‘b’, a
assertiva está CORRETA.
GABARITO: E
48. A respeito da pensão por morte garantida aos dependentes do servidor público, nos
termos da Constituição Federal e da Lei Complementar nº 180/78, é INCORRETO afirmar
que:
A) o valor da pensão por morte será igual ao valor da totalidade dos proventos do
servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela
COMENTÁRIO
“Art. 40 [...] § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte,
que será igual:
Por meio dessa alteração, o Poder Constituinte derivado parte do pressuposto de que, com
o falecimento do servidor, os gastos com a manutenção da família são reduzidos, devendo o
valor também sofrer decréscimo. Diante disso a alternativa está CORRETA.
B) A assertiva está INCORRETA. De acordo com o art. 148, §4º, da Lei Complementar nº
180/78, alterado pela Lei Complementar nº 1.012/2007, disciplina que a “pensão será concedida
ao dependente que primeiro vier requerê-la, admitindo-se novas inclusões a qualquer tempo,
as quais produzirão efeitos financeiros a partir da data em que forem requeridas [...]”. Caso o
requerimento seja feita em até 60 (sessentA) dias após o óbito, o pagamento retroage à data
deste, após este prazo, o pagamento é devido a partir da data do requerimento (art. 148, §§2º
e 3º, da Lei Complementar nº 180/78, alterado pela Lei Complementar nº 1.012/2007).
E) O art. 148, §5º, da Lei Complementar nº 180/78, alterado pela Lei Complementar nº
1.012/2007 é expressa a afirmar que “a perda da qualidade de dependente pelo pensionista
implica na extinção de sua quota de pensão, admitida a reversão da respectiva quota somente
de filhos para cônjuge ou companheiro ou companheira e destes para aqueles.”. Tornando a
resposta CORRETA, tendo em vista a literalidade do diploma normativo. A princípio a legislação
previdenciária não aceita a reversão da quota parte entre os filhos do servidor falecido, caso
algum deles perca a qualidade de dependente. Todavia, não se pode olvidar, a existência de
declaração de inconstitucionalidade deste dispositivo pelo Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo, de modo incidental, para permitir a reversão da quota entre todos os dependentes
do segurado (Vide: Arguição de Inconstitucionalidade nº 0019071-66.2015.8.26.0000). Desse
modo, não há necessidade de observância pelo tribunal estadual, nas demais ações envolvendo
o mesmo tema, a cláusula de reserva de plenário, porém o dispositivo legal ainda vige. Vale
lembrar ainda que com a extinção da última quota de pensão, extingue-se o benefício, nos
termos do art. 148, §6º, da Lei Complementar nº 180/78.
GABARITO: B
C) O décimo terceiro salário não será considerado para fins de incidência das
contribuições dos servidores ativos do Estado de São Paulo.
COMENTÁRIO
A) O art. 149, §1º, da Constituição Federal prevê que “os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício
destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à
da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União”. O Supremo Tribunal
Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.138-DF (Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado
em 14.9.2011), decidiu que a “observância de alíquota mínima [...] não configura quebra da
autonomia dos Estados Federados”, porque não existe infração ao princípio federativo, pelo
contrário, permite a redução das desigualdades e a criação de um sistema de compensação
entre os regimes previdenciários, nos termos do art. 201, §9º, da Lex Maior:
C) Por se tratar de nítida verba salarial e não indenizatória, o décimo terceiro salário é computado
para fins de contribuições sociais para financiamento do Regime Próprio de Previdência Social,
nos termos do art. 10 da Lei Complementar estadual nº 1.012/2007. Diante disso, a assertiva
está INCORRETA.
D) Para melhoria da gestão da coisa pública, os recursos para a previdência social do servidor
público devem estar desatrelados do orçamento fiscal, conforme previsão específica de um
orçamento para a seguridade social e de criação de fundo de reserva nos art. 165, §5º, III, e
art. 249 da Constituição da República, bem como de gerenciamento por uma unidade única,
[...]
[...]
[...]
Art. 40 [...]
Se a despesa com o pagamento dos benefícios previdenciários não pode atingir diretamente
o orçamento fiscal, os entes políticos devem formar um fundo próprio ao qual será destinada
a contribuição estatal (TAVARES, Marcelo Leonardo. Reforma da previdência: caminhos e
descaminhos da proteção previdenciária dos servidores. In: SARMENTO, Daniel et. al. A
Reforma da Previdência Social: temas polêmicos e aspectos controvertidos. Rio de Janeiro:
Editora Lumen Juris, 2004, p. 122). O Estado de São Paulo, para financiamento do respectivo
Regime Próprio de Previdência Social, criou fundo específico nos termos do art. 31 da Lei
Complementar estadual nº 1.010/2007. Diante do exposto, a alternativa está CORRETA.
1 Ibid., p. 122.
GABARITO: C
50. De acordo com a Constituição Federal e a Lei estadual 14.653/2011, que institui o
regime de previdência complementar do servidor público do Estado de São Paulo, é
CORRETO afirmar que:
A) Após a instituição do Regime de Previdência Complementar, as bases de cálculo
dos benefícios e da contribuição adotadas pelo Regime Próprio de Previdência
Social obedecerão o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.
COMENTÁRIO
A) A partir do momento que o Estado de São Paulo optou por criar seu Regime de Previdência
Complementar, com a promulgação da Lei Estadual n° 14.653/2011, surge um novo marco
regulatório para o Regime Próprio de Previdência Social bandeirante, qual seja, os benefícios
e a base de cálculo das contribuições sociais do regime básico do Estado de São Paulo
ficam, a partir de então, limitados ao teto do Regime Geral de Previdência Social. Dentre o
universo dos servidores públicos que se submetem ao regime de aposentadorias e pensões do
Regime Próprio de Previdência Social do Estado de São Paulo, sujeitam-se ao limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social e, consequentemente,
contribuem dentro desse mesmo limite, aqueles que vierem a entrar em exercício no serviço
público a partir de 21 de janeiro de 2013, quando efetivamente foi instituído o Regime de
Previdência Complementar bandeirante. O art. 40, § 14, da Constituição Federal, incluído pela
Emenda Constitucional nº 20/1998, é claro ao estabelecer que:
definida, o segurado contribui com um valor certo, todavia o valor a receber de benefícios é
estimado. O art. 40, § 15, da Constituição Federal, alterado pela Emenda Constitucional nº
41/2003, aduz que “O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído
por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar,
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente
na modalidade de contribuição definida.” (grifos acrescidos). Diante disso a alternativa está
INCORRETA.
C) Art. 40, § 16, da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional nº 20/1998,
alerta que “somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá
ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do
ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.” Diante disso, a
alternativa está INCORRETA.
D) O art. 28 da Lei estadual nº 14.653/2011 traz as hipóteses que o participante poderá continuar
filiado ao respectivo plano de benefícios previdenciários complementares, in verbis:
III - que optar pelo benefício proporcional diferido ou pelo autopatrocínio, na forma
estabelecida pelos órgãos regulador e fiscalizador das entidades fechadas de
previdência complementar e no regulamento do plano de benefícios previdenciários
complementares.
GABARITO: A
DIREITO AMBIENTAL
COMENTÁRIO
GABARITO: E
E) O proprietário rural que pretenda converter suas áreas de reserva legal para
o uso alternativo do solo deverá proceder sua compensação pela aquisição de
Cota de Reserva Ambiental – CRA, ou pelo arrendamento de área sob regime de
servidão ambiental ou Reserva Legal, ou, ainda, por meio de doação ao poder
público de área localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio
público pendente de regularização fundiária.
COMENTÁRIO
ambiental, considerados o uso adequado dos recursos hídricos, a não ocupação das áreas
de risco e a proteção das unidades de conservação, quando for o caso; (vi) comprovação da
melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada pela regularização proposta; (vii) garantia
de acesso público às praias e aos corpos d’água.
GABARITO: E
E) Quando um rio federal e um rio estadual fizerem parte da mesma bacia ou sub-
bacia as ações dos diferentes comitês não poderão ser antagônicas, devendo ser
articuladas e integradas.
COMENTÁRIO
B) CORRETA: A lei n° 9.433/97 não definiu “bacia hidrográfica” o que tem causado sérias
dificuldades quando na mesma bacia houver cursos d´água de domínio federal e estadual.
A literatura especializada (Dicionário de Direito Ambiental, Maria G. Krieger, Rio de Janeiro,
Lexikon, p.41, apud Paulo Afonso Leme Machado, Direito Ambiental Brasileiro, 24ª edição,
Editora Malheiros) define bacia hidrográfica como “área definida topograficamente, drenada
por um curso d´água ou um sistema conectado de cursos d´água, de forma que toda a vazão
efluente seja descarregada através duma saída única”. A bacia hidrográfica é a unidade
territorial em que se dá a gestão das águas, e os valores arrecadados pela cobrança do usos de
seus recursos hídricos devem beneficiar, prioritariamente, os moradores de sua circunscrição,
conforme estabelece o caput e o § 2º do artigo 22 da Lei 9.433/97.
hídricos. Como se pode perceber da leitura do dispositivo, não há ordem hierárquica entre os
legitimados e a necessidade de requerimento conjunto, por óbvio, obriga que se estabeleça
uma negociação política na região.
E) CORRETA: É importante perceber que ao se referir aos Comitês de Bacia, a Lei 9.437/97
não utiliza as expressões “Comitê Federal” ou “Comitê Estadual” seja o rio de domínio federal
ou estadual. A resolução CNRH n° 5/2000, por meio do disposto no artigo 3°, estabelece que
“as ações de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio do Estado, afluentes a rios de
domínio d União, serão desenvolvidas mediante articulação com os Estados, observados os
critérios e as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional, Estaduais e Distrital de Recursos
Hídricos”.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
C) INCORRETA: Em relação aos conselheiros do CONSEMA, deve se destacar que, nos termos
da Lei estadual n° 13.507/09: sua função não será remunerada e é considerada serviço de
natureza relevante (art.10); o Governador do Estado nomeará os membros titulares e suplentes
do CONSEMA, indicados pelos dirigentes das entidades e dos órgãos representados (art.
8º); o mandato dos conselheiros será de 2 (dois) anos, sendo permitida uma recondução por
igual período (art. 9°); aos membros do Plenário, representantes de entidades ambientalistas
sediadas no interior do Estado, fica assegurado o custeio de despesas de deslocamento
para o comparecimento às reuniões ordinárias constantes do calendário ou de convocação
extraordinária, na forma que dispuser seu regimento interno (art. 11).
GABARITO: A
COMENTÁRIO
C) CORRETA: Nos termos do artigo 33 da Lei 12.305/10, são obrigados a estruturar e implementar
o sistema de logística reversa, independentemente de regulamento, acordo setorial ou termo
de compromisso. ao lado dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de
pneus: (i) os agrotóxicos, seus resíduos e embalagens ou outros se enquadrem como resíduo
perigoso após o uso; (ii) os óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; e (iii) pilhas e
baterias. Em relação aos produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou
de vidro e aos demais produtos e embalagens a obrigatoriedade da logística reversa depende
da edição e regulamento, ou de acordos setoriais e termos de compromisso, considerada a
viabilidade econômica da logística reversa e o grau e extensão do impacto à saúde pública e
ao equilíbrio do meio ambiente com os resíduos gerados, conforme estabelece o § 1°, do artigo
33 da Lei 12.305/10.
recicláveis ou reutilizáveis, deve-se observar que a lei não a proíbe, nas áreas de disposição
temporária de resíduos ou rejeitos, nem em frente às casas, comércios, etc.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
GABARITO: C
COMENTÁRIO
aprovado até a data de vigência da Lei 11.428/06, hipótese em que o empreendimento deve
garantir a preservação de vegetação nativa em estágio avançado de regeneração em, no
mínimo, 50% da área total coberta por esta vegetação, desde que atendido o plano diretor,
efetuada a compensação ambiental e o local de implantação seja, preferencialmente em áreas
substancialmente degradadas ou alteradas, bem como não haja nenhuma das hipóteses de
vedação de supressão contidas no artigo 11 de referido diploma legal.
GABARITO: D
C) A servidão ambiental pode ser instituída sobre a área de reserva legal, desde
que seja perpétua.
COMENTÁRIO
B) CORRETA: O Zoneamento Ambiental foi regulado pelo Decreto 4.297/02 que o denominou
como Zoneamento Ecológico Econômico. Tem como mote estabelecer medidas e padrões
de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos
e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e
a melhoria das condições de vida da população, por meio da divisão do território em zonas.
O Zoneamento deve observar os princípios da função sócio-ambiental da propriedade, da
prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador, da participação informada,
do acesso equitativo e da integração.
GABARITO: C
59. Em relação ao regime jurídico das áreas de reserva legal, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal.
C) Os imóveis rurais com área de até 4 (quatro) módulos fiscais estão dispensados
de recompor o déficit de reserva legal existente em 22 de julho de 2008.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: A reserva legal só é exigida para os imóveis rurais e seu percentual varia,
conforme preconiza o artigo 12 do Código Florestal, Lei 12.651/12, a depender de sua
localização, (i) se inserido na Amazônia Legal poderá ser de 80% (oitenta por cento), no
imóvel situado em área de florestas ou de 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado
em área de cerrado; 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais.
Para as de demais regiões do País 20% (vinte por cento). Para as áreas de florestas dentro
da Amazônia Legal, o poder público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta
por cento), para fins de recomposição, quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por
cento) da área ocupada por unidades de conservação da natureza de domínio público e por
terras indígenas homologadas, ou, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, quando o
Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por
cento) do seu território ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público,
devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
A) CORRETA: A Constituição Federal de 1988 (artigo 216, inciso III) e a Constituição do Estado
de São Paulo (artigo 260, inciso IV) reconhecem e autorizam a proteção, como patrimônio
cultural brasileiro, inclusive por meio de tombamento, das edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais, desde que sejam portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
B) CORRETA: A área envoltória de um bem tombado, caso não tenha sido definida na própria
resolução e tombamento, abrange, nos termos do artigo 137, do Decreto Estadual n° 13.426/79,
a área compreendida num raio de 300 (trezentos) metros ao seu redor. Na área envoltória,
para evitar prejuízo à visibilidade ou destaque do referido sítio ou edificação não se admite
qualquer tipo de intervenção, sem que o respectivo projeto seja previamente aprovado pelo
Conselho. Tal intervenção, independentemente da possibilidade de regularização, sujeita o
infrator à sanção administrativa de multa pecuniária.
GABARITO: E
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Na égide da redação original do art. 155, §1º, IX, alínea “a”, da CF/88, o
STF compreendia que não incidia ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica
que não fosse contribuinte do imposto, o que resultou na edição da Súmula 660. Ocorre que
a EC nº 33/2001 alterou a redação do dispositivo acima, fazendo constar, expressamente,
que incidiria o ICMS ainda quando o importador não fosse contribuinte individual do imposto,
qualquer que fosse a finalidade da importação, superando o entendimento sumulado do STF.
Assim, encontra-se incorreta a alternativa.
entendimento do STF, o seu resultado considerou válida lei do Estado de São Paulo, editada
em 21/12/2001, que previu a incidência do ICMS sobre a importação de veículo por pessoa
física e para uso próprio, após a EC 33/2001 e antes da LC 114/2002.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: nos termos do art. 784, §1º, do CPC/2015, a propositura de qualquer ação
relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
Assim, o tão só ajuizamento de ação anulatória do débito fiscal não impede a Fazenda Pública
de promover-lhe a cobrança, através da ação de execução fiscal, eis que não figura no rol do
art. 151 do CTN como uma das hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Assim, não só pode, como deve o Fisco promover a ação de execução fiscal, evitando eventual
advento do prazo prescricional. A alternativa está incorreta.
D) INCORRETA: Muito cuidado com este tema! Com efeito, no REsp 1.320.825-RJ o STJ
decidiu, na sistemática dos recursos repetitivos, que o IPVA é lançado de ofício no início
de cada exercício e constituído definitivamente com a cientificação do contribuinte para o
recolhimento da exação, a qual pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio
de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação.
A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA, portanto, constitui definitivamente
o crédito tributário, iniciando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia seguinte
à data estipulada para o vencimento da exação. A alternativa, portanto, está incorreta. Note,
contudo, que na rodada anterior afirmarmos ser o IPVA, no Estado de São Paulo, sujeito à
lançamento por homologação, por ser este o entendimento decorrente da letra da lei (arts. 17
e 18 da Lei Estadual do IPVA). Analisando os julgados do TJSP verificamos haver recentes
julgados reconhecendo o lançamento por homologação, bem como outros que aplicaram o
entendimento do STJ exarado no REsp 1.320.825-RJ. Vejamos: A
GABARITO: C
63. A respeito do Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades
Estaduais – CADIN ESTADUAL, previsto na Lei Estadual nº 12.799/08, assinale a
alternativa correta:
A) A não prestação de contas ou a sua rejeição não é hipótese de inclusão da
pessoa física ou jurídica por ela responsável no CADIN ESTADUAL.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14. Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e
Entidades Estaduais - CADIN Estadual – Lei nº 12.799/2008 e Decreto nº 53.455/2008.
A) INCORRETA: O art. 2º da Lei 12.799/08 estabelece que poderão ser inscritos no CADIN
ESTADUAL as pessoas físicas e jurídicas que não tenham prestado contas exigíveis em razão
de disposição legal, cláusula de convênio, acordo ou contrato, ou que as tenham tido como
rejeitadas. É a redação do dispositivo: Artigo 2º - O CADIN ESTADUAL conterá relação das
pessoas físicas e jurídicas que: I - sejam responsáveis por obrigações pecuniárias vencidas
e não pagas, em relação a órgãos e entidades da Administração direta e indireta, incluídas
as empresas controladas pelo Estado; II - não tenham prestado contas exigíveis em razão
de disposição legal, cláusula de convênio, acordo ou contrato, ou que as tenham tido como
rejeitadas. A alternativa está incorreta.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. ITCMD - imposto sobre a transmissão causa mortis e doação
de quaisquer bens ou direitos.
C) INCORRETA: A questão é tutelada pela Súmula 590 do STF, incidindo o ITCMD sobre
o saldo credor a receber pelos herdeiros do de cujos: “calcula-se o imposto de transmissão
‘causa mortis’ sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento
da abertura da sucessão do promitente vendedor”. A alternativa está incorreta.
E) INCORRETA: a alternativa está incorreta de acordo com o entendimento do STF: “por força
do art. 150, I, da Carta Magna, só pode aumentar tributo por lei estadual específica e não por
meio de lei que se atrele genericamente a essa alíquota máxima fixada pelo Senado e varie
posteriormente com ela, até porque o princípio da anterioridade, a que está sujeita essa lei
estadual de aumento, diz respeito ao exercício financeiro em que ela haja sido publicada e não
per relationem, à resolução do Senado que aumentou o limite máximo da alíquota” (STF, RE
218.086-AgR).
GABARITO: D
D) Oferecida pelo devedor uma fiança bancária no valor total do crédito executado,
devidamente sujeita aos critérios de correção monetária do crédito tributário, com
renúncia ao benefício de ordem e prazo de validade para janeiro de 2020, pode
o Procurador do Estado de São Paulo atuante no feito concordar com a referida
garantia.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.
modificada pela legislação ordinária. Assim, a despeito do §3º do art. 9º da LEF afirmar que
a garantia da execução através de depósito em dinheiro, fiança bancária e seguro garantia
produzem os mesmos efeitos da penhora, certo é que apenas o depósito integral do débito
suspende a exigibilidade do crédito tributário. A alternativa está correta.
B) CORRETA: A afirmativa, que está correta, foi retirada do Tema 237 dos recursos repetitivos
do STJ: O contribuinte pode, após o vencimento da sua obrigação e antes da execução, garantir
o juízo de forma antecipada, para o fim de obter certidão positiva com efeito de negativa.
Aplicando-se o art. 206 do CTN, a caução oferecida pelo contribuinte, antes da propositura da
execução fiscal, é equiparável à penhora antecipada e viabiliza a certidão pretendida, desde
que prestada em valor suficiente à garantia do juízo. Entender de forma diversa, compreende o
STJ, seria conferir ao contribuinte que tem contra si execução fiscal instaurada condição mais
favorável do que aquele que ainda não foi acionado pelo Fisco. A alternativa está correta.
E) CORRETA: O STJ reconheceu, em sede de recurso repetitivo, que não foi recepcionado
pela CF/88 o art. 38 da LEF, que impõe como requisito para a propositura da ação anulatória
de débito fiscal o depósito prévio. É o tema 241 dos recursos repetitivos do STJ: “1. A
propositura de ação anulatória de débito fiscal não está condicionada à realização do depósito
prévio previsto no art. 38 da Lei de Execuções Fiscais, posto não ter sido o referido dispositivo
legal recepcionado pela Constituição Federal de 1988, em virtude de incompatibilidade material
com o art. 5º, inciso XXXV, verbis: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito”. 2. “Ação anulatória de débito fiscal. art. 38 da lei 6.830/80. Razoável a
interpretação do aresto recorrido no sentido de que não constitui requisito para a propositura
da ação anulatória de débito fiscal o depósito previsto no referido artigo. Tal obrigatoriedade
ocorre se o sujeito passivo pretender inibir a Fazenda Pública de propor a execução fiscal.
Recurso extraordinário não conhecido.” (RE 105552, Relator Min. DJACI FALCAO, Segunda
Turma, DJ 30-08-1985). 3. Deveras, o depósito prévio previsto no art. 38, da LEF, não constitui
condição de procedibilidade da ação anulatória, mas mera faculdade do autor, para o efeito
de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151 do CTN, inibindo,
dessa forma, o ajuizamento da ação executiva fiscal, consoante a jurisprudência pacífica do E.
STJ. (REsp 962838 BA, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009,
DJe 18/12/2009)”
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) CORRETA: De fato, na lição de Sabbag, “as fontes reais referem-se aos pressupostos
C) INCORRETA: Quando o dispositivo afirma que a lei posterior deve observar os tratados
anteriormente firmados dá a entender que estes seriam superiores à lei, o que não é verdade.
O STF já sedimentou que, com exceção dos tratados que versem sobre direitos humanos,
que podem ter o status constitucional ou supralegal, a depender do quórum de aprovação, os
demais terão status de lei ordinária, como sóis ocorrer com os que tratam de matéria tributária.
Para o STF a consequência prática é que se uma lei interna de caráter meramente ordinário,
posterior a um tratado comum, já internalizado, for com este incompatível, o tratado deixará de
ser aplicado, prevalecendo a lei interna. Como consequência, no plano interno, despontaria a
denúncia do diploma internacional, e, no plano internacional, o país ficaria sujeito à eventuais
sanções. O STJ vem entendendo que o art. 98 CTN permite a distinção entre tratados-lei e
tratados-contratos, no sentido de que toda construção a respeito da prevalência da norma
interna com poder de revogar tratados, equiparando-os à legislação ordinária, foi feita em
relação aos tratados-contratos (REsp 426.945). Apenas estes, portanto, não poderiam ter as
suas disposições revogadas pela legislação interna. A alternativa está incorreta.
D) INCORRETA: De fato, decreto de governador não pode majorar alíquota de nenhum tributo.
Isto porque o art. 97 do CTN, consagração do princípio da legalidade tributária, determina que
apenas a lei poderá estabelecer:
Ocorre que o decreto é sim fonte formal principal, residindo aí o erro da alternativa. As fontes
formais primárias são as leis (em sentido amplo), os decretos e os tratados ou convenções. As
fontes formais secundárias (ou subsidiárias) são as intituladas “normas complementares”, ou
seja, que devem “complementar” as fontes formais principais. Seriam, em termos gerais, as
normas hierarquicamente inferiores aos decretos. A alternativa está incorreta.
GABARITO: A
I – A lei antiga previa alíquota de 12% (doze por cento) de ICMS para os produtos
comercializados pela Pessoa Jurídica X, assim como multa de 65% (sessenta e
cinco por cento) pelo não envio da declaração no prazo;
C) A lei nova não se aplica em nenhuma medida ao caso exposto, posto que o
lançamento observará a regra vigente quando do fato gerador da obrigação
tributária, preservado o princípio da irretroatividade tributária.
E) A isenção do ICMS promovida pela lei nova será aplicada pela autoridade fiscal,
mas não a redução da multa.
COMENTÁRIO
que mais favorável ao mesmo, se comparada à lei vigente à época da ocorrência do fato.
Sobre essa exceção, cumpre dizer que ela se refere, apenas, às infrações e às penalidades,
mas não ao tributo em si. Assim, a alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, momento da
incidência, etc., será regido pela norma do tempo do fato gerador. Apenas questões relativas
à eventuais infrações e penalidades é que poderão aproveitar-se de modificação benéfica. E
ainda: desde que pendente, ainda, de julgamento. É o caso da situação proposta na questão,
em que pendente discussão administrativa do lançamento quando passou a vigorar norma
mais benéfica. A respeito do tema, veja-se o art. 106 do CTN:
C) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática.
B) CORRETA: a alternativa está correta, eis que a lei nova retroagirá apenas quanto à redução
da multa prevista pelo descumprimento da obrigação acessória de enviar declaração do ICMS.
Isto, ainda, porque pendente discussão administrativa do lançamento.
D) INCORRETA: a utilização dos poderes de investigação alargados pela lei nova encontra-se
prevista no § 1º do art. 144 do CTN: Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente
à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou
processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas,
ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
GABARITO: B
68. A respeito do processo administrativo tributário do Estado de São Paulo (Lei Estadual
nº 13.457/2009), assinale a alternativa INCORRETA:
A) Deflagrado um processo administrativo pelo contribuinte, o mesmo deverá ser
decidido no prazo máximo de 360 dias.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: o §2º do art. 2º estabelece o prazo máximo de 360 dias, a contar do protocolo
de petições, impugnações, defesas ou recursos administrativos, para ser proferida decisão
administrativa. Saliente-se que este prazo de 360 dias também foi previsto no Tema 269 dos
Artigo 5º - Os atos processuais serão realizados nos prazos estabelecidos nesta lei
ou na legislação tributária.
Parágrafo único - O prazo para a prática de ato processual a cargo da parte será de
5 (cinco) dias quando este não for fixado na lei, no regulamento ou pela autoridade
julgadora.
§ 1º - Os prazos fluem a partir do primeiro dia útil após a intimação, salvo disposição
em contrário.
C) CORRETA: Esta previsão encontra-se no art. 10 da lei em análise, o qual determina que
apenas os atos que dependam do ato nulo terão a sua nulidade declarada. A alternativa está
correta.
E) CORRETA: trata-se da previsão expressa do art. 13 da lei estadual. Colaciona-se pela sua
importância:
GABARITO: D
69. A respeito da medida cautelar fiscal proposta pela Fazenda contra contribuinte X,
assinale a alternativa correta:
A) Na hipótese de sujeito passivo que, notificado pela Fazenda Pública a recolher
crédito fiscal, põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros, o requerimento da
medida cautelar independerá da prévia constituição do crédito tributário.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
C) INCORRETA: O recurso cabível é a apelação, sem efeito suspensivo, nos termos do art. 17.
Será concedido efeito suspensivo se o recorrente oferecer garantia correspondente ao valor
cobrado pela Fazenda Pública. A alternativa está incorreta.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.
B) CORRETA: o §2º do art. 164 do CTN estabelece que, julgada procedente a consignação,
o pagamento se reputará efetuado e a importância consignada convertida em renda. Nessas
circunstâncias a consignação em pagamento será hipótese de extinção do crédito tributário
(art. 156, VIII, do CTN). A alternativa está correta.
de moratória tributária, de caráter geral, sem previsão legal. 4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1365761/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 09/06/2015, DJe 17/06/2015). A alternativa está incorreta.
GABARITO: B
71. Assinale a alternativa correta acerca da vigência dos acordos e convenções coletivas
de trabalho:
A) As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas
ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
COMENTÁRIO
Comentário Genérico sobre a questão: O objetivo dessa questão é trabalhar outra súmula
consagrada do TST que será objeto de cancelamento, por contrariar disposição expressa da
Reforma Trabalhista. Com efeito, a súmula 277 do TST consagrava o que se convencionou
denominar ultratividade dos acordos coletivos e convenções coletivas. Transcreva-
se a íntegra do referido verbete: Súmula nº 277 do TST. CONVENÇÃO COLETIVA DE
TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE
(redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. As cláusulas normativas dos acordos coletivos
ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão
ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. O que diz a
súmula? O verbete prescreve que, caso seja conferido direito a determinada categoria através
de acordo coletivo ou convenção coletiva, esse direito passa a integrar o contrato individual
de trabalho de cada membro contemplado pelo acordo/convenção, razão pela qual o referido
direito só pode ser modificado ou extinto mediante nova negociação coletiva. Qual o efeito
prático da súmula? É justamente conferir ultratividade ao acordo/convenção. Como o direito
concedido por negociação coletiva só poderia ser modificado ou suprimido mediante nova
negociação coletiva, caso fosse ultrapassado o prazo de vigência da convenção/acordo, o
direito concedido permaneceria em vigor – porque passou a integrar o contrato individual de
trabalho – até que fosse celebrado novo acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho
suprimindo ou reduzindo aquele direito anteriormente concedido. Portanto, à luz da súmula,
imagine uma convenção coletiva celebrada em 2017 com vigência até 2019 concedendo 1
hora de redução de jornada aos empregados. Essa redução de jornada permaneceria em
vigor mesmo após 2019, pois já teria passado a integrar o contrato individual de trabalho dos
contemplados. Assim, caso pretendesse extinguir essa redução de jornada, o empregador
teria de entabular novo acordo coletivo ou convenção coletiva. Daí o termo “ultratividade”,
pois o acordo ou convenção coletivos produziam efeitos mesmo após o encerramento de sua
vigência. Ocorre que a Reforma Trabalhista inseriu o art. 614, §3º na CLT, nos termos do
qual: § 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017). O dispositivo teve por evidente objetivo acabar com a construção da súmula
277 do TST. Agora, a CLT é clara no sentido de que não há ultratividade após o encerramento
da vigência dos acordos coletivos e convenções coletivas. É dizer, após o fim do prazo de dois
anos de vigência do acordo ou convenção, os direitos eventualmente concedidos através da
negociação coletiva serão retirados dos empregados, independentemente de ter havido, ou
não, celebração de novo acordo coletivo ou convenção coletiva. No nosso exemplo, exaurida a
vigência da convenção coletiva, imediatamente a redução de horário deixaria de existir, face à
proibição da ultratividade. Agora, passemos aos comentários individualizados das assertivas.
D) INCORRETA: Assertiva inserida para destacar que o prazo máximo estipulado pelo art.
614, § 3º é de 2 anos. O Acordo coletivo e a convenção coletiva não podem ter prazo de
vigência superior a 2 anos. Além do erro em relação ao prazo, cabe reiterar que a Reforma
trabalhista acabou com a ultratividade prevista na súmula 277 do TST.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º. Desse modo, eis
os três casos: 1 – Documentos destinados a provar fatos supervenientes (“fatos ocorridos
depois dos articulados”); 2 – Documentos destinados a contrapor documentos juntados aos
autos. Ex: parte junta um documento na contestação e, em réplica, o reclamante acosta outro
documento para contrapor o afirmado pelo documento anterior; 3 – Documentos produzidos/
conhecidos/acessíveis de forma superveniente, sendo que, nesse caso, é necessário que a
parte comprove que a produção/conhecimento/acesso se deu de forma superveniente. Porém,
repare que o enunciado menciona expressamente “fase recursal” e “jurisprudência sumulada
do TST”. Nesse ínterim, a assertiva espelha o disposto na súmula nº 8 do TST, que já foi
cobrada em prova e costuma induzir os candidatos a erro: Súmula nº 8 do TST. JUNTADA DE
DOCUMENTO (mantidA) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A juntada de documentos
na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna
apresentação ou se referir a fato posterior à sentença. Essa súmula está em harmonia com
tudo que expusemos acima. Como a juntada de documentos deve preferencialmente ocorrer
até o fim da instrução probatória, em regra, não deve ser admitida a juntada de documentos
na via recursal. Por isso, a Súmula nº 8 prescreve que somente será admitida a juntada de
documentos em sede recursal em duas hipóteses: (i) Parte comprova justo impedimento
para não ter juntado o documento em momento anterior; (ii) O documento é referente a fato
superveniente à sentença.
C) INCORRETA: O art. 825 da CLT nos diz que, no processo do trabalho, em regra, a testemunha
não é intimada pelo juiz (isso também vale no procedimento sumaríssimo), as partes levam
suas testemunhas para audiência, sem o juiz intimar. O juiz só vai expedir um mandado de
intimação se as partes convidarem suas testemunhas e elas não comparecerem. Por fim,
se, mesmo intimadas, as testemunhas não comparecerem, o juiz pode mandar conduzir
coercitivamente para participarem da audiência. Essa regra já está na CLT há muito tempo e foi
incorporada pelo CPC/2015 que, hoje, segue a mesma sistemática. Art. 825 - As testemunhas
comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação. Parágrafo único
- As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando
sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado,
não atendam à intimação. Justamente porque a CLT dispensa a intimação das testemunhas,
também não é preciso arrolar judicialmente as testemunhas, ou seja, não se afigura necessário,
em regra, apresentar rol de testemunhas no processo do trabalho. Porém, cabe destacar que
o TST, no informativo nº 151, construiu uma hipótese em que se afigurará necessário
apresentar o rol de testemunhas já na audiência inaugural. Isso ocorrerá quando a própria
intimação da parte para comparecer à audiência inaugural já contiver advertência no sentido
de que, na audiência inaugural, a parte deverá indicar todas as provas que serão produzidas
no processo. Caso a intimação tenha essa advertência, a parte tem de apresentar o rol de
testemunhas já na audiência inaugural. Caso a parte não adote tal providência, não poderá
proceder à oitiva de testemunhas na audiência em prosseguimento! Confira a ementa
do julgado: (INFO 151 – DEZ 2016/FEV 2017) Notificação prévia para indicação de provas
na audiência inaugural. Ausência de apresentação do rol de testemunhas. Indeferimento do
pedido de produção de prova testemunhal na audiência de prosseguimento. Cerceamento de
defesa. Não configuração. Não configura cerceamento de defesa o indeferimento do pedido de
produção de prova testemunhal na audiência de prosseguimento, quando a parte, previamente
notificada para indicar as provas que pretende produzir, comparece à audiência inaugural e
não apresenta o rol de testemunhas. Embora, no processo do trabalho, não haja obrigação de
a parte requerer o arrolamento de testemunhas (arts. 825 e 845 da CLT), no caso, o fato de
haver determinação judicial expressa no sentido de que o reclamado indicasse todas as provas
que pretendia produzir no feito, quando da audiência inaugural, afastou a pretendida nulidade
processual por cerceamento do direito de defesa. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por maioria,
conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, vencidos os Ministros José Roberto
Freire Pimenta, relator, Antonio José de Barros Levenhagen, Lelio Bentes Corrêa, Luiz Philippe
Vieira de Mello Filho e Delaíde Miranda Arantes, e, no mérito, por unanimidade, negou-lhes
provimento, mantendo incólume a decisão turmária mediante a qual não se conheceu do
recurso de revista do reclamado. TST-E-ED-RR-50200-44.2003.5.08.0006, SBDI-I, rel. Min.
José Roberto Freire Pimenta, 15.12.2016. Regra Parte não precisa sequer apresentar rol
de testemunhas, basta que as testemunhas compareçam à audiência em prosseguimento.
Exceção Caso a intimação da parte para comparecer à audiência inaugural advirta que
a parte deverá indicar as provas que pretende produzir, será necessário apresentar rol de
testemunhas na audiência inaugural, sob pena de não se produzir a prova testemunhal na
audiência em prosseguimento.
perícia. Isso consta do art. 790-B da CLT: Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos
honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que
beneficiária da justiça gratuita. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
GABARITO: A
E) O valor pago a título de ajuda de custo, ainda que superior a 50% do salário do
empregado, não ostenta natureza salarial.
COMENTÁRIO
Comentário Genérico sobre a questão: Essa questão perpassa pelo exame do art. 457 da
CLT, o qual foi alterado pela Reforma Trabalhista e, em seguida, alterado pela MP 808/2017. É
impositivo fazer no mínimo uma questão objetiva sobre esse dispositivo, que está extremamente
confuso e constitui terreno fértil para elaboração de pegadinhas de prova. Preciso que vocês
tenham paciência para ler esse comentário, pois o objetivo é evitar/minimizar a necessidade
de decorar um assunto espinhoso. Em primeiro lugar, é preciso explicar a técnica legislativa
utilizada no dispositivo. Em suma, o art. 457, §1º elenca verbas que ostentam natureza salarial,
enquanto o art. 457, §2º elenca verbas que não se revestem de natureza salarial. Vamos
estudar ambos os parágrafos e você verá a quantidade de questões que emergem desse
contexto. O primeiro ponto que precisamos esclarecer é que, para o empregador, é extremamente
interessante que determinada verba não tenha natureza salarial. Isso porque, se a verba não
tem natureza salarial, não estará inserida na base de cálculo de diversas despesas custeadas
pelo empregador (Ex: verbas rescisórias, 13º, FGTS, contribuição previdenciáriA). Como
sabemos que a Reforma é nitidamente pro empregador, evidente que comentaremos diversas
verbas que tinham natureza salarial e, agora, não mais terão. A redação do art. 457, §1º anterior
à reforma trabalhista elencava diversas espécies de verbas pagas pelo empregador que
integrariam a remuneração, ou seja, que teriam natureza salarial. Segundo a antiga redação,
integrariam o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões,
percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo
empregador. Note que havia 5 espécies de verbas albergadas pela antiga redação. Após a
Reforma, imediatamente o legislador reduziu as espécies de verbas, prescrevendo que
integrariam o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões
pagas pelo empregador. Ocorre que a MP nº 808/2017 modificou novamente o §1º do art. 457,
de modo que, atualmente, a CLT prescreve que integram o salário a importância fixa estipulada,
as gratificações legais e de função e as comissões pagas pelo empregador (MP inseriu as
gratificações de função). Das 5 espécies de verbas inicialmente previstas no art. 457, §1º,
A) INCORRETA: A assertiva é a transcrição do art. 457,§ 2º, mas incluiu os abonos, retirados
pela MP 808 da redação do dispositivo. Portanto, a assertiva está incorreta.
muitas questões nesses moldes. Isso porque, você precisa gravar que o que se submete
ao limite de 50% da remuneração do empregado para efeito de caracterização como verba
de natureza salarial são APENAS as ajudas de custo. Portanto, a assertiva C está incorreta
porque as diárias de viagens não ostentam natureza salarial mesmo que ultrapassem o limite
de 50%, enquanto a assertiva E está incorreta porque se o valor pago a título de ajuda de custo
ultrapassar 50% do salário do empregado, se revestirá de natureza salarial.
D) INCORRETA: Assertiva contraria a literalidade do art. 458, §5º da CLT: O valor relativo à
assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso
de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas
médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades
de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário
de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24
de julho de 1991. O dispositivo também foi incluído pela Reforma, mas foi equivocadamente
inserido pelo legislador no art. 458 da CLT, que trata de salário-utilidade, quando deveria
constar do art. 457 da CLT, tendo em vista que o dispositivo trata de “valor” e não de utilidades.
O dispositivo nos diz que os valores pagos pelo empregador a título de serviços médicos ou
odontológicos não integram o salário do empregado, nem mesmo para fins previdenciários.
GABARITO: B
B) O acordo sequer deve ser considerado, tendo em vista que não se admite a
COMENTÁRIO
Comentário Genérico sobre a questão: Trouxe essa questão para tirar da abstração a OJ nº
376 do TST, que é recorrente em provas de procuradoria e não é tão simples de compreender sem
auxílio de um professor, mesmo porque obras direcionadas a concurso frequentemente não se
aprofundam nessa OJ. 376. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO
EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.
INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR homologado. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) É
devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o
trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre
as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as
parcelas objeto do acordo. Em primeiro lugar, vamos explicar o contexto em que a OJ está
inserida. O art. 832, §3º da CLT nos diz que a sentença trabalhista vai especificar a natureza
jurídica das parcelas a que a parte foi condenada. Isso quer dizer que o juiz precisa definir
o que é parcela de caráter salarial e o que é parcela de caráter indenizatório. E por que
razão o juiz tem de fazer isso? Porque sabemos que o art. 114, VIII da CRFB prevê que a
justiça do trabalho tem competência para executar, de ofício, as contribuições previdenciárias
do empregado e do empregador, conforme art. 876, parágrafo único da CLT: “Art. 876 - As
decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo;
os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o
A) INCORRETA: Conforme acabamos de ver na OJ 376 da SDI-1, as partes podem sim indicar
a natureza das verbas em desacordo com a proporcionalidade estabelecida na sentença,
desde que o acordo seja entabulado antes do trânsito em julgado.
C) INCORRETA: Há irregularidade porque as partes não podem indicar a natureza das verbas
em desacordo com a proporcionalidade estabelecida na sentença quando o acordo é celebrado
após o trânsito em julgado.
E) INCORRETA: Assertiva inventada para te confundir, essa restrição não existe. O acordo
pode reduzir o valor da condenação, aliás, isso é muito comum na prática, sobretudo em
demandas coletivas. O empregador oferece um acordo para pagar mais rápido desde que o
empregado aceite um deságio sobre o valor total.
GABARITO: D
acordo individual.
COMENTÁRIO
Assertiva IV) CORRETA: Essa eu coloquei porque considero um atentado ao senso comum
e à razoabilidade, se ninguém explicitar isso, vocês podem errar em prova. O intervalo para
alimentação é norma inerente à saúde do trabalhador e, como tal, jamais deveria ser suprimido
mediante indenização. Porém, a Reforma trabalhista permite que o intervalo seja apenas
indenizado, e não observado. É ler e conferir (“observados ou indenizados”): “Art. 59-A. Em
exceção ao disposto no art. 59 e em leis específicas, é facultado às partes, por meio de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas
por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos
para repouso e alimentação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)”
Porém, a Reforma Trabalhista inseriu o art. 59-B,§2º na CLT, com o evidente objetivo de
cancelar esse entendimento. “Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não
descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.”
GABARITO: D
76. Assinale a alternativa que julga de forma correta as assertivas acerca da proteção
ao trabalho da mulher.
I - Em caso de prestação de horas extras pela mulher, deve ser concedido descanso
de no mínimo 15 (quinzE) minutos antes do início do período extraordinário de
trabalho.
A) V,F,V,V,F
B) V,V,F,F,V
C) F,V,F,F,V
D) V,F,V,V,V
E) F,V,F,V,V
COMENTÁRIO
A) Falso: O art. 384 da CLT trazia exatamente essa redação que, aliás, sempre foi figurinha
carimbada em prova, caía demais. Ocorre que esse dispositivo foi revogado pela Reforma
Trabalhista. Justamente por se tratar de dispositivo que sempre foi explorado em prova, é
possível que o examinador tente explorar o ponto. Esse intervalo de 15 minutos quando a
mulher prestar horas extras NÃO EXISTE MAIS.
B) Verdadeiro: É a redação do atual art. 394-A da CLT. Esse dispositivo é muito relevante
porque a MP 808 modificou completamente a sistemática nele prevista. Antes da MP, o art.
394-A proibia de forma absoluta o exercício de atividades insalubres pela gestante apenas
no grau máximo de insalubridade. Quando o grau de insalubridade fosse médio ou mínimo,
a gestante teria de apresentar atestado de saúde recomendando o afastamento, ou seja, a
empregada precisaria apresentar um atestado demonstrando que ela não podia trabalhar no
ambiente com insalubridade média ou mínima, a presunção é de que ela poderia, portanto,
trabalhar em local insalubre. Em compensação, na redação originária da reforma, mesmo que
estivesse afastada, a gestante continuava percebendo adicional de insalubridade. Após a MP
808, a questão restou melhor equacionada. Em primeiro lugar, o novel art. 394-A estabelece
uma presunção de que a empregada gestante não pode trabalhar em local insalubre, o que é
correto! Em segundo lugar, como a empregada será afastada, o dispositivo afasta, também,
a percepção do adicional por insalubridade enquanto ela estiver afastada. É ler e conferir:
Art. 394-A. A empregada gestante será afastada, enquanto durar a gestação, de quaisquer
atividades, operações ou locais insalubres e exercerá suas atividades em local salubre,
excluído, nesse caso, o pagamento de adicional de insalubridade. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017) Porém, essa presunção não é absoluta em relação aos graus
médio e mínimo de insalubridade. Nesses casos, a empregada até pode trabalhar, mas ela
terá de apresentar atestado demonstrando que pode trabalhar em local insalubre, ou seja,
o afastamento agora é regra, e o trabalho apenas será realizado em local insalubre se
houver atestado médico autorizando. (Art. 394-A,§2º da CLT): § 2º O exercício de atividades
e operações insalubres em grau médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido
quando ela, voluntariamente, apresentar atestado de saúde, emitido por médico de sua
confiança, do sistema privado ou público de saúde, que autorize a sua permanência no
exercício de suas atividades. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Repare
que o dispositivo não inclui a insalubridade em grau máximo, essa não pode ser exercida pela
mulher gestante de forma alguma!
C) Falso: Conforme expusemos nos comentários acima, essa era a sistemática anterior
à Reforma. Havia presunção de que a empregada gestante poderia trabalhar em local de
insalubridade média ou mínima, salvo se houvesse atestado médico de saúde em sentido
contrário. Porém, o dispositivo previa que, mesmo em caso de afastamento, a mulher continuaria
a perceber o adicional, que seria pago pelo empregador e posteriormente compensado pela
Previdência. Tudo isso caiu, hoje, a presunção se inverteu e não há mais percepção de
adicional, o que é melhor em todos os sentidos. É melhor para a saúde da mulher, técnico em
relação à natureza do adicional (verba que somente pode ser paga se o empregado estiver de
fato submetido a agente insalubrE) e desonera a previdência, o que representa uma tendência
política atual.
D) Verdadeiro: Redação do art. 394-A, §2º, já comentado nas duas assertivas supra.
E) Verdadeiro: É a redação do art. 394-a, §3º da CLT: A empregada lactante será afastada de
atividades e operações consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestado
de saúde emitido por médico de sua confiança, do sistema privado ou público de saúde, que
recomende o afastamento durante a lactação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808,
de 2017) Perceba que o tratamento dado à lactante é diverso conferido à gestante. Em relação
à gestante, repise-se, há uma presunção de que ela não pode trabalhar em local insalubre.
Para a lactante, ao revés, a presunção é de que ela PODE trabalhar em local insalubre, porém,
caso apresente atestado médico recomendando o afastamento durante a lactação, ficará
afastada. Veja que são muitos detalhes, a MP 808 modificou demais esse ponto, o que torna
a questão forte para provas.
GABARITO: E
77. Assinale a alternativa correta acerca da competência dos órgãos que compõem a
justiça do trabalho no tocante à uniformização da jurisprudência trabalhista:
A) A elaboração de súmulas e orientações jurisprudenciais é competência exclusiva
do pleno do Tribunal Superior do Trabalho, e é condicionada ao voto de pelo menos
dois terços de seus membros, exigindo-se, ainda, que a mesma matéria já tenha
sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das
turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: É o gabarito, conforme previsão do art. 702, I, f da CLT. Esse único dispositivo,
perdido no meio da CLT, contém muitas informações relevantes. Art. 702 - Ao Tribunal Pleno
compete: I - em única instância: (...) f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados
de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso
a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo,
dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo,
ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração
ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial; (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017). O primeiro ponto extremamente importante reside na
interpretação da expressão “única instância”. Dizer que compete ao órgão determinada matéria
em “única instância” quer significar que essa matéria é de competência exclusiva daquele
órgão, ninguém mais terá competência. Pois bem, o art. 702, I, f aduz que compete ao pleno
do TST, em única instância, estabelecer ou alterar enunciados de jurisprudência uniforme.
Isso quer dizer que as Seções de Dissídios Individuais e coletivos (SDI e SDC) não tem
mais competência para editar orientações jurisprudenciais (OJ). É isso mesmo! Após a
reforma trabalhista, tanto as Súmulas como as OJ’s somente poderão ser editadas pelo
pleno do TST. A outra informação relevante refere-se ao fato de que, como adiantamos na
introdução da questão, a Reforma pretendeu criar dificuldades para a edição das súmulas e
OJ’s. Portanto, agora, o TST somente pode editar Súmula ou OJ mediante: 1 – Voto de 2/3 de
seus membros; 2 – Matéria objeto da súmula ou OJ já tenha sido decidida de forma idêntica
em, no mínimo, 2/3 das turmas do TST; 3 – A matéria tem de ser decidida de forma idêntica
em no mínimo 10 sessões diferentes em cada uma das turmas do TST. Para você decorar
isso tudo, sugiro que decore o quórum de 2/3, que é a única fração citada no artigo, ou seja,
qualquer quórum nesse tema é de 2/3. Em relação ao número de sessões, sugiro que grave
que a lei exige 10 sessões em cada turma do TST. Não se trata de um número global, mas
sim individual.
B) INCORRETA: Aqui vamos trabalhar o outro dispositivo acrescido pela Reforma que tem
por objetivo reduzir o ativismo judicial, qual seja, o art. 8º, §2º da CLT, o qual dispõe que:
“As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e
outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de
acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. (...) § 2º Súmulas e
outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos
Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar
obrigações que não estejam previstas em lei.” (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (VigênciA)
O dispositivo não poderia ser mais claro no afã de reduzir a eficácia das súmulas e OJ ao dizer
que tais verbetes “não poderão criar obrigações que não estejam previstas em lei”. Isso é uma
evidente tentativa de retirar da jurisprudência parte de seu papel de fonte material do direito do
trabalho. Acredito que, na prática, esse dispositivo não vá “pegar”, acho que ele será ignorado.
Porém, quero te dar uma dica importante. Esse dispositivo, ao menos em abstrato, teria o
poder de ilidir diversas súmulas do TST. A própria súmula 331, que trata da terceirização, é
puro ativismo judicial, na sua redação originária, a súmula inclusive contrariava texto expresso
de lei. O que quero dizer com isso? Quero dizer que, em qualquer peça/questão discursiva
de direito do trabalho para provas de procuradoria (onde você provavelmente representará
o reclamado), é enorme a possibilidade de o dispositivo supracitado constar do espelho de
correção da banca. Questões de direito do trabalho sempre envolvem súmulas e OJ’s, e o art.
8º, §2º da CLT é idôneo a, ao menos em tese, repita-se, repelir a incidência de tais verbetes
se não houver previsão legal sobre a matéria. Portanto, faça o possível e o impossível para
citar esse dispositivo em suas respostas discursivas caso você precise repelir uma pretensão
fundada em súmula/OJ.
Jurisprudência, inserido nos §§ 3º,4º e 6º do art. 896 da CLT. Tais dispositivos aduziam que
o TRT teria de uniformizar sua jurisprudência antes de a matéria ser submetida ao TST
para julgamento do recurso de revista. Inclusive, caso o TST se deparasse com divergência
jurisprudencial entre turmas de TRT’s, poderia determinar, de ofício, o retorno do processo ao
TRT para que este uniformizasse sua jurisprudência. Pois bem, não vou transcrever esses
dispositivos porque eles restaram revogados pela Reforma Trabalhista, não existe mais
o incidente de uniformização de jurisprudência dos TRT’s, na seara trabalhista e qualquer
assertiva nesse sentido estará incorreta.
E) INCORRETA: Inventei essa assertiva para mostrar a vocês que a Reforma Trabalhista,
além dos requisitos já citados para edição de súmulas e OJ’s, trouxe exigências relativas
à sessão em que tais verbetes serão discutidos. § 3º As sessões de julgamento sobre
estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser
públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a
sustentação oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais
ou entidades de classe de âmbito nacional. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4º O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência
pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I
e no § 3º deste artigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral, observada
a abrangência de sua circunscrição judiciária. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Aqui, sugiro que gravem o que está em negrito, ou seja, publicidade, prazo para divulgação e
autoridades que devem ter a possibilidade de efetivar sustentação oral.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: Essa é a redação da súmula 463, I do TST, a qual prevê que, para pessoa física,
a mera declaração de hipossuficiência é suficiente para concessão da gratuidade, ao passo
que para pessoa jurídica, se revelaria necessário efetivamente comprovar a impossibilidade de
arcar com as custas. É ler e conferir: SÚMULA 463. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações
decorrentes do CPC de 2015). I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência
judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada
pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015); II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera
declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as
despesas do processo. Porém, a Reforma Trabalhista passou a exigir a efetiva comprovação
também para pessoas físicas, razão pela qual a súmula provavelmente será alterada: “Art.
790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do
Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que
serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (...) § 4º O benefício da justiça gratuita
será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas
do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”
C) INCORRETA: Essa assertiva traz justamente a redação que trazia os requisitos para
concessão da gratuidade de justiça antes da Reforma. Note que, segundo, o dispositivo,
bastaria a declaração para que a gratuidade fosse concedida (“ou declararem, sob as penas
da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento
próprio ou de sua família”). Porém, atualmente,os requisitos para concessão da gratuidade
constam do art. 790, §§3º e 4º, abaixo transcritos: “Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos
Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das
custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior
do Trabalho. (...) § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual
ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4º O benefício da justiça
gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das
custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)” Os requisitos passaram a ser: (i)
Reclamantes que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, ou, alternativamente, (ii)
Reclamantes que efetivamente logrem êxito em comprovar a insuficiência de recursos para
o pagamento das custas processuais. Como se vê, a mera declaração não basta.
D) INCORRETA: O art. 790-A, parágrafo único, resolve a questão: “São isentos do pagamento
de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações
públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; (Incluído
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) II – o Ministério Público do Trabalho. (Incluído pela Lei
nº 10.537, de 27.8.2002) Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança
as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas
referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela
parte vencedora. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)”. Além de consagrar que os
Conselhos Profissionais não estão isentos, o parágrafo único é explícito ao aduzir que as
pessoas jurídicas de direito público beneficiárias da isenção terão de reembolsar custas
eventualmente pagas por partes não beneficiárias em caso de sucumbência. A isenção não se
aplica, portanto, em tal hipótese. Cabe destacar, por fim, que a massa falida também é isenta
de custas no processo do trabalho: Súmula nº 86 do TST. DESERÇÃO. MASSA FALIDA.
EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº
31 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005”. Não ocorre deserção de recurso da
massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse
privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. (primeira parte - ex-
Súmula nº 86 - RA 69/78, DJ 26.09.1978; segunda parte - ex-OJ nº 31 da SBDI-1 - inserida em
14.03.1994).
E) CORRETA: Assertiva correta. O art. 844 da CLT, transcrito abaixo, nos diz que a ausência
do reclamante à audiência inaugural ocasionará o arquivamento da reclamação: Art. 844 - O
não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o
não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de
fato. De acordo com a redação originária da CLT, a ação era arquivada e o reclamante podia
simplesmente ajuizar outra. Porém, a Reforma trabalhista trouxe uma inovação relevante no
tocante à propositura de nova demanda. Essa inovação decorre dos §§ 2º e 3º do art. 844: “§
2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas
calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça
gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo
legalmente justificável. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3º O pagamento das custas a
que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)” Antes da Reforma a ausência injustificada do reclamante não trazia nenhuma
consequência concreta para sua pretensão. Isso porque a reclamação era arquivada, mas a
prescrição era (e permanece sendo, porque isso não mudou com a reformA) interrompida,
na forma da súmula nº 268 do TST, de modo que bastava ao reclamante ajuizar novamente a
reclamação. Súmula nº 268 do TST - PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO TRABALHISTA
ARQUIVADA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - A ação trabalhista,
ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.
Agora, a Reforma trabalhista mudou esse quadro, porque se o reclamante faltar à audiência,
terá um prazo de 15 dias para comprovar que faltou por justo motivo. Caso não consiga
comprovar, a ausência será reputada injustificada e, mesmo que seja beneficiário da Justiça
gratuita, o sujeito será condenado ao pagamento das custas. O grande problema está no § 3º,
simplesmente porque o não pagamento das custas referentes à reclamação arquivada por
conta da ausência injustificada impedirá o ajuizamento de nova reclamação!! Portanto,
agora, o reclamante que falta injustificadamente à audiência pode até ajuizar nova reclamação,
mas precisa pagar as custas referentes à reclamação objeto de arquivamento.
GABARITO: E
79. Jefferson, empregado público que conta com 55 anos de idade, pretende fruir
férias em 3 períodos de 10 dias cada um, sendo que o último período de férias se inicia
3 dias antes de um Feriado Nacional. Caso o gestor submetesse à consultoria jurídica
a possibilidade de concessão de férias em tais moldes, é correto afirmar que:
A) Não é possível conceder férias nos moldes pleiteados, tendo em vista que a CLT
somente admite fracionamento de férias em até dois períodos.
C) Não é possível conceder férias nos moldes pleiteados, tendo em vista que a
CLT veda que empregados que contem com mais de 50 anos fracionem período de
férias.
D) Não é possível conceder férias no caso concreto, pois a CLT não admite o
fracionamento em três períodos de 10 dias, conforme requerido pelo empregado.
E) Não é possível conceder férias nos moldes pleiteados, pois a CLT veda o início
de qualquer período de férias no período de até 3 dias que antecedam feriado.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: A CLT efetuou diversas mudanças pontuais em relação às férias que vamos
abordar na presente questão. Em primeiro lugar, de fato, a antiga redação do art. 134, §1º da
CLT apenas admitia o fracionamento de férias em casos excepcionais e, mesmo assim, apenas
em dois períodos. Ocorre que a Reforma Trabalhista modificou inteiramente essa redação, para
o efeito de permitir o fracionamento em até três períodos, desde que haja concordância do
empregado. “Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período,
nos 12 (dozE) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º Desde que haja concordância do
empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não
poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias
corridos, cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)”
B) INCORRETA: Assertiva incorreta, pois há óbice, o qual será explorado nos comentários das
demais assertivas a seguir.
C) INCORRETA: O art. 134, §2º da CLT vedava fracionamento de férias para empregados
menores de 18 anos e maiores de 50 anos. Porém, esse dispositivo foi revogado pela Reforma
Trabalhista.
no mínimo, 5 dias corridos. Portanto, a divisão 10/10/10 não é possível, porque nenhum
período alcançaria 14 dias. O empregado poderia, por exemplo, fracionar as férias em 20/5/5,
sem violar o art. 134,§1º da CLT.
E) INCORRETA: A reforma acrescentou o §3º ao art. 134 da CLT, para o efeito de impedir
o início das férias até 2 dias antes de feriado ou repouso semanal remunerado. § 3º É
vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso
semanal remunerado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
GABARITO: D
B) É cabível ação rescisória, por violação do art. 896, “a”, da CLT, contra decisão
transitada em julgado sob a égide do CPC de 1973 que não conhece de recurso de
revista, com base em divergência jurisprudencial.
COMENTÁRIO
sentido contrário. “(INFO 160 - Junho de 2017) Ação rescisória. Depósito prévio de 5% sobre
o valor da causa previsto no CPC de 1973. Não incidência na Justiça do Trabalho. Prevalência
do disposto no art. 836 da CLT. O depósito prévio de 5% sobre o valor da causa, previsto no
CPC de 1973, não se aplica à ação rescisória proposta na Justiça do Trabalho. Nos termos
do art. 836 da CLT, norma específica do processo do trabalho, a ação rescisória sujeita-se
ao depósito prévio no percentual de 20%. Ressalte-se que esse entendimento permanece
inalterado mesmo após o advento da Lei nº 13.105/2015, visto que a incidência das normas
do CPC permanece restrita às hipóteses em que houver omissão e compatibilidade com o
processo do trabalho (art. 769 da CLT e art. 15 do CPC de 2015). Da mesma forma, a aplicação
das normas procedimentais previstas nos arts. 966 a 975 do CPC de 2015, autorizada pela
IN nº 39/2016 do TST, não acarreta o afastamento das regras específicas do processo do
trabalho. Não obstante esses fundamentos, no caso concreto, a SBDI-II, por unanimidade,
dispensou o autor do recolhimento do depósito prévio de 20% sobre o valor da causa por ser
beneficiário da justiça gratuita. TST-AR-22152-61.2016.5.00.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas
Alencar Rodrigues, 6.6.2017”.
B) INCORRETA: Essa questão contraria a Súmula 413 do TST, que foi objeto de informativo
do TST em 2016: SÚMULA Nº 413 DO TST. AÇÃO RESCISÓRIA. SENTENÇA DE MÉRITO.
VIOLAÇÃO DO ART. 896, “A”, DA CLT (nova redação em decorrência do CPC de 2015) É
incabível ação rescisória, por violação do art. 896, “a”, da CLT, contra decisão transitada em
julgado sob a égide do CPC de 1973 que não conhece de recurso de revista, com base em
divergência jurisprudencial, pois não se cuidava de sentença de mérito (art. 485 do CPC de
1973). (ex-OJ nº 47 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) O CPC/2015 modificou sensivelmente
diversos aspectos relacionados à ação rescisória. Para nossa matéria, a informação que
precisamos destacar é de que o art. 485, caput do CPC/1973 apenas admitia ação rescisória
para desconstituir decisão de mérito transitada em julgado. É ler e conferir: “Art. 485. A sentença
de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) ”. O CPC/2015, por sua vez,
ponderou essa distinção, na medida em que, no art. 966, caput, manteve a redação do art.
485 do antigo CPC, porém, em seu §2º, estabeleceu duas hipóteses em que, mesmo sem
ser de mérito, a decisão desafia ajuizamento de ação rescisória: “Art. 966. A decisão de
mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) § 2º Nas hipóteses previstas
nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não
seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso
correspondente.” Portanto, quando a decisão que não é de mérito impedir a nova propositura
da demanda e quando inadmitir recurso, se afigurará possível o manejo de ação rescisória.
Ocorre que isso é uma inovação do CPC, então, se uma decisão transitou em julgado sob a
vigência do CPC/1973, a ação rescisória é regida pelo CPC 1973, o que implica dizer que não
será possível, nesse caso, utilizar uma hipótese de cabimento não prevista no CPC 1973. Por
isso, o TST editou a súmula 413, aduzindo que “É incabível ação rescisória, por violação do art.
896, “a”, da CLT, contra decisão transitada em julgado sob a égide do CPC de 1973 que não
conhece de recurso de revista, com base em divergência jurisprudencial, pois não se cuidava
de sentença de mérito”. A súmula foi noticiada no informativo nº 137 do TST.
C) INCORRETA: Outra assertiva que contraria súmula do TST, em especial a nº 83: “AÇÃO
RESCISÓRIA. MATÉRIA CONTROVERTIDA (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 77
da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - Não procede pedido formulado na ação
rescisória por violação literal de lei se a decisão rescindenda estiver baseada em texto legal
infraconstitucional de interpretação controvertida nos Tribunais. (ex-Súmula nº 83 - alterada
pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - O marco divisor quanto a ser, ou não, controvertida,
nos Tribunais, a interpretação dos dispositivos legais citados na ação rescisória é a data
da inclusão, na Orientação Jurisprudencial do TST, da matéria discutida. (ex-OJ nº 77 da
SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)” Essa súmula reproduz o disposto na súmula 343 do STF:
Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda
se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais. Essas súmulas
consagram a denominada “doutrina da tolerância da razoável interpretação da norma”
(expressão utilizada no Voto do Ministro Teori Zavascki no RE 590809/RS). Ora, se havia
controvérsia acerca da exegese do dispositivo, a interpretação adotada na decisão não pode
se considerar manifesta violação à norma, justamente porque os próprios tribunais admitiam
múltiplas interpretações a seu respeito. Até aqui, o que comentamos se aplica também ao
processo civil. A especificidade no processo do trabalho consta do item II da Súmula 83. Isso
porque o TST definiu que, quando uma matéria é controvertida nos tribunais, o marco para
que ela perca o caráter controvertido é a edição de, ao menos, orientação jurisprudencial
sobre o tema. O TST definiu, portanto, um marco que retira o caráter controvertido da
matéria, qual seja, a edição de uma orientação jurisprudencial acerca do tema.
como item IX da súmula 100 do TST: “Ressalte-se que não se está a afirmar que não se trata
de prazo decadencial, pois esta é a natureza do prazo para o ajuizamento da ação rescisória,
como já acima afirmado. A solução apresentada pela jurisprudência desta Corte, que aplica
ao prazo de ajuizamento da ação rescisória a regra geral do art. 184, § 1.º, do Código de
Processo Civil, visa a atender ao princípio da razoabilidade, evitando que se subtraia da parte a
plenitude do prazo a ela legalmente concedido.” Súmula nº 100 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA.
DECADÊNCIA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 13, 16, 79, 102, 104, 122 e
145 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005. (...) IX - Prorroga-se até o primeiro
dia útil, imediatamente subsequente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação
rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em
que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. (ex-OJ nº 13 da SBDI-
2 - inserida em 20.09.2000)” Por fim, cabe consignar que o prazo para ajuizamento de ação
rescisória é de 2 anos, contados do trânsito em julgado da decisão (NÃO é do dia seguinte ao
trânsito, é preciso contar dois anos incluindo o dia do trânsito em julgado), e que o CPC/2015
positivou tudo que acabamos de explicar no art. 975,§1º, que também deve constar do espelho
em provas discursivas sobre o tema: Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 1º Prorroga-se até
o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar
durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
E) CORRETA: Essa assertiva é bem simples de explicar, mas a leitura isolada da súmula pode
te obrigar a decorar sem entender plenamente o que ele diz, então vamos discorrer brevemente
sobre isso. Súmula nº 100 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA (incorporadas
as Orientações Jurisprudenciais nºs 13, 16, 79, 102, 104, 122 e 145 da SBDI-2) - Res.
137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 (...) X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória,
após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas
quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. A decisão transita em julgado no exato
dia em que expira o prazo para interpor o recurso cabível em face dela. Portanto, perceba
(e isso é muito importantE) que o prazo para início da rescisória vai depender do último
recurso cabível no processo. Então, por exemplo, se uma sentença é proferida, em tese, é
necessário aguardar 8 dias para afirmar que ela transitou em julgado, porque é cabível o
Recurso Ordinário ao TRT (o 9º dia é o dia do trânsito em julgado e, portanto, o dia em que
se inicia o prazo para ajuizamento da rescisóriA). Pois bem, o que essa súmula nos diz é que
somente se afigurará possível levar em consideração o prazo para interposição do recurso
extraordinário no cálculo do prazo de 2 anos para ajuizamento da rescisória, caso a parte que
interpôs o extraordinário tenha esgotado as instâncias ordinárias. Isso porque, se as instâncias
ordinárias não estão esgotadas, não é cabível recurso extraordinário, porque este exige o
exaurimento das instâncias (art. 102,III, caput “única ou última instância”). Não sendo cabível,
mesmo que a parte interponha esse recurso, o trânsito em julgado terá ocorrido em momento
anterior. Exemplo 1: Sentença proferida, recurso ordinário interposto e Recurso Extraordinário
interposto. Esse recurso extraordinário é incabível, porque ainda cabia o Recurso de Revista,
no prazo de oito dias. Portanto, o prazo para ajuizamento da rescisória começou a correr no
9º dia, e não no 15º. Exemplo 2: Sentença proferida, recurso ordinário interposto e Recurso
de revista interposto. Nesse caso, o recurso extraordinário é cabível, portanto, o trânsito em
julgado ocorrerá após o prazo para sua interposição, ou seja, no 16º dia após a intimação do
recorrente acerca da decisão que julgou o recurso de revista.
GABARITO: E
81. As diversas regras que impõem restrições na seara financeira no âmbito público
podem ser classificadas como regras que controlam as despesas, as receitas, o resultado
e a dívida. Com base nessa classificação e na disciplina fiscal nacional, assinale a
alternativa correta:
A) há restrições fiscais aplicáveis de forma diferenciada para União e Estados.
O limite da dívida mobiliária não se insere nessa categoria, vez que é definido de
maneira única para União e demais entes federados;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. Normas gerais sobre direito financeiro (Lei federal nº 4.320/64).
Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) (...) 2. (...) Conceito
de gestão fiscal responsável e equilíbrio orçamentário. 3. (...) Condições para re-
núncia de receitas. (...) 4. (...) Quadro atual do refinanciamento das dívidas de Esta-
dos e Municípios perante o governo federal. 5. Regime jurídico da despesa pública.
A) INCORRETA: o limite da dívida mobiliária federal deve ser estabelecido por lei de iniciativa
do Presidente da República (art. 30, II, LRF e 48, XIV, CF), a qual ainda não foi editada. O limite
global da dívida dos Estados e Municípios, por sua vez, é estabelecido por meio de Resolução
do Senado Federal (art. 52, IX, CF). Nesse sentido, foi editada a Resolução SF nº 40/2001
sobre o tema. A restrição não é aplicada, assim, de maneira uniforme para União e Estados.
B) INCORRETA: como comentamos na rodada anterior, o teto de gastos foi instituído apenas
para a esfera federal. No entanto, a questão não menciona o teto de gastos em específico.
Por ocasião da renegociação da dívida dos Estados com a União feita em 2016, foi aprovada
a Lei Complementar nº 156/2016. Seu art. 4º estabeleceu que nos dois exercícios financeiros
que se seguirem à assinatura do termo aditivo os Estados devem limitar o crescimento de suas
despesas primárias correntes à variação da inflação. Vale notar a pequena diferença entre este
regramento e o teto de gastos. O teto limita o crescimento das despesas primárias de uma
forma ampla (com algumas exceções). A limitação aplicável para os Estados é somente para
despesas correntes.
não se deve proceder dessa forma caso haja comprovação de que a renúncia foi considerada
na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados
fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias (art. 14, I).
E) CORRETA: com efeito, esses são os principais objetivos das normas que impõem restrições
na seara fiscal.
GABARITO: E
C) A IFI foi inserida na estrutura nacional junto ao Poder Legislativo, a fim de que
possa, dentre outros, analisar a aderência do desempenho de indicadores fiscais
e orçamentários às metas definidas na legislação pertinente;
D) Cumpre à IFI opinar sobre projetos de lei que envolvam aumento de despesas
ou renúncia de receitas;
COMENTÁRIO
A Instituição Fiscal Independente é um órgão recente no Brasil. Foi criada no final de 2016 com
o objetivo de ampliar a transparências nas contas públicas. Há variações ao redor do mundo
em relação ao poder em que instituições correlatas estão inseridas. No Brasil seguiu-se o
modelo em que a Instituição se encontra junto ao poder legislativo. A criação da IFI consta da
Resolução n. 42/2016 do Senado Federal, e suas quatro principais funções são: (i) divulgar
GABARITO: C
83. Suponha que o Estado deseje construir uma ponte ligando os municípios de Santos
e Guarujá, dois polos regionais no litoral paulista que possuem tráfego intenso entre
ambas as cidades. Considerando as diferentes metodologias para a execução da obra,
pretende-se formatar a licitação de modo que o licitante vencedor otimize o projeto e
incorpore seus aperfeiçoamentos à solução pensada. Como consequência, deseja-se
também que o licitante arque com as consequências da inadequação da solução pensada
para a execução do empreendimento, internalizando o risco de um gasto superior ao
projetado. O pagamento da obra será feito pela própria administração. Assinale o modelo
que concretiza o intuito do administrador e está de acordo com o regramento vigente:
A) Licitar a obra com um projeto básico vinculante, sob o regime da Lei nº 8.666/93,
estabelecendo que modificações necessárias no projeto não serão objeto de
reequilíbrio econômico-financeiro;
B) Licitar a obra com um projeto básico indicativo, sob o regime da Lei nº 8.666/93;
COMENTÁRIO
Pelo perfil da examinadora e das atribuições da carreira, é importante trabalhar questões que
explorem a racionalidade econômica própria de determinadas regras contratuais. Em relação
ao tema da questão, vale citar que o modelo da Lei nº 8.666/93 para contratação de obras
gira em torno da licitação baseada em projeto básico previamente elaborado pela própria
administração, entendendo-se tal como vinculante (art. 7º, § 2º, I). De forma harmônica, há
previsão quanto à possibilidade de alteração contratual para modificação do projeto ou das
especificações para melhor adequação técnica aos seus objetivos (art. 65, I, A), hipótese que
deve vir acompanhada do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. No mais, a previsão
predominante em relação à repartição de riscos no regime da Lei nº 8.666/93 é de que a
matriz prevista na lei não pode ser alterada contratualmemte. Assim, as alternativas A e B
estão incorretas. O Regime Diferenciado de Contratações, por sua vez, segue boa parte das
regras da Lei nº 8.666/93 sobre elaboração de projetos e repartição de riscos. Contudo, o RDC
inovou no tocante ao regime de contratação integrada. O regime foi previsto justamente para
contratações que o objeto envolva (i) inovação tecnológica ou técnica; (ii) possibilidade de
execução com diferentes metodologia; ou (iii) possibilidade de execução com tecnologias de
domínio restrito no mercado (art. 9º). No caso da contratação integrada o próprio contratado
desenvolve o projeto básico e executivo (justamente porque irá agregar sua própria solução),
sendo que a licitação é feita somente com um anteprojeto que permita caracterizar a obra (art.
9º, §§ 1º e 2º). E, pelo fato do particular produzir o projeto básico, fica vedada como regra a
celebração de aditivos para alterar o projeto, exceto em casos de força maior ou a pedido da
própria administração (art. 9º, § 4º). Como o modelo se adequa aos objetivos pretendidos, a
alternativa C se encontra correta.
de vinculação do projeto é extremamente relevante, pois ela determina quem assume o risco
sobre o projeto: se o parceiro privado ou se o Poder Público. Se o projeto realizado pelo Poder
Público é meramente indicativo, então o risco de projeto será do parceiro privado, pois ele será
responsável por corrigir eventuais erros e falhas contidos no projeto disponibilizado pelo Poder
Público, sem qualquer custo para o Poder Público. Se, no entanto, o projeto disponibilizado
pelo Poder Público é vinculante, então, caso a obra não seja adequada para a prestação
dos serviços nos níveis requeridos pelo contrato de concessão comum ou PPP, o parceiro
privado poderá alegar erro ou falha no projeto disponibilizado pelo Poder Público. (...) A melhor
estratégia, contudo, para aumentar a possibilidade do parceiro privado produzir ganhos de
eficiência, e para proteger o Poder Público de riscos atinentes ao projeto, é trabalhar com
projetos meramente indicativos, transferindo tanto quanto possível o risco de projeto para o
parceiro privado”. (PORTUGAL RIBEIRO, Maurício. Concessões e PPP’s. Melhores práticas
em licitações e contratos). Ou seja, o mais recomendado é que projetos feitos nesses regimes
sejam divulgados somente a título indicativo. No exemplo da questão, porém, a alternativa D
está incorreta, pois não é prevista no caso o pagamento de tarifas, o que afasta o regime da
Lei nº 8.987/95. Uma concessão administrativa, por sua vez, não poderia ser utilizada somente
para a execução de obra pública, o que é vedado pelo art. 2º, § 4º, III da Lei de PPP’s, tornando
a alternativa E errada. Caso o projeto envolvesse, por exemplo, a construção e também a
conservação da ponte, então seria possível a concessão administrativa, desde que o valor do
contrato fosse superior a R$ 10.000.000,00 e o período de prestação do serviço fosse superior
a 5 (cinco) anos. Vale lembrar que a concessão patrocinada ficou afastada aqui pois o exemplo
não previu o pagamento de tarifas.
GABARITO: C
D) um acionista que detenha 40% das ações ordinárias de uma empresa não se
caracteriza como acionista controlador e, por consequência, não consegue eleger
por conta própria os administradores;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8. (...) problema de agência (...) 16. Sociedade anônima. (...) 17.
Governança corporativa na sociedade anônima. Atribuições básicas da assembleia
geral, do conselho de administração, da diretoria e do conselho fiscal. Função so-
cial da empresa.
o próprio bônus) mas que não são sustentáveis e não representam a melhor opção para a
empresa.
D) INCORRETA: a Lei das S.A. não define acionista controlador como quem detenha mais de
50% das ações ordinárias. O artigo 116 define como acionista controlador a pessoa, natural
ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum,
que (i) seja titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos
votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores
da companhia; e (ii) use efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos órgãos da companhia. É possível que um acionista com 40% das ações
ordinárias seja na prática o controlador. Basta imaginar a hipótese dos 60% restantes do
capital estarem dispersos no mercado e na prática ele sempre deter a maioria dos votos na
assembleia-geral (pela ausência dos demais acionistas).
E) INCORRETA: o artigo 117 da Lei nº 6.404/76 estabelece que o acionista controlador responde
pelos atos praticados com abuso de poder. Levar a empresa a favorecer oura sociedade com
prejuízo dos acionistas minoritários é exemplo de ato considerado abusivo (art. 117, § 1º, A).
Vale ler atentamente os demais atos considerados abusivos elencados no mesmo artigo.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
B) CORRETA: com efeito, o arbitramento da margem de lucro ideal por parte é um dos
meios que concilia o interesse dos acionistas privados com o acionista público. Dessa forma,
garante-se que a companhia permaneça na busca por lucro, satisfazendo o interesse privado,
ao mesmo tempo em que não seja guiada somente pela maximização dos seus ganhos. A
mitigação parcial da busca por lucros permite que esses sejam parcialmente sacrificados para
satisfazer os interesses públicos pelos quais a companhia foi criada.
E) INCORRETA: a proteção é garantida expressamente pelo artigo 239 da Lei das S.A., valendo
lembrar que o Conselho de Administração é obrigatório em sociedades de economia mista.
GABARITO: B
86. Sobre a sistemática vigente para pagamento de precatórios, assinale a opção correta:
A) é possível que os Estados obtenham financiamento para efetuar o pagamento
de precatórios, desde que os limites globais de endividamento sejam respeitados;
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: a decisão do STF na ADI nº 4357 teve seus efeitos modulados, de forma que
foi estabelecido o período de 5 (cinco) anos, a partir de 1º de janeiro de 2016, para que os
Estados quitassem os precatórios atrasados. A Emenda Constitucional nº 94/2016, ao instituir
um regime especial até o fim de 2020, assim, foi editada de acordo com a decisão do STF.
E) CORRETA: a previsão consta expressamente do artigo 105 do ADCT, de forma que débitos
inscritos em Dívida Ativa até 25 de março de 2015 podem ser compensados com precatórios
detidos pelos credores. A medida, porém, vigora temporariamente, acompanhando somente o
regime especial de pagamentos.
GABARITO: E
87. Na elaboração da lei orçamentária anual do Estado de São Paulo, foram detectadas
as seguintes situações:
II - reunião das despesas e receitas fiscais com aquelas da seguridade social, com
vistas a refletir de modo integral a realidade das contas públicas;
A) Somente I;
B) I e III;
C) II e III;
D) Somente III;
E) Nenhuma.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. Normas gerais sobre direito financeiro (Lei federal nº 4.320/64).
Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000). 2. Plano pluria-
nual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual.
A conduta indicada em II também não se mostra acertada pois, apesar do princípio da unidade
ser consagrado expressamente no artigo 2º da Lei nº 4.320/64, a determinação constitucional
é de que sejam elaborados três orçamentos: (i) orçamento fiscal; (ii) orçamento da seguridade
social e (iii) orçamento de investimentos das estatais (art. 165, CF). Ou seja, apesar da existência
de somente uma única lei orçamentária por ano, esta engloba três orçamentos distintos.
A conduta indicada em III, por sua vez, é a única regular, já que uma das exceções à vinculação
de impostos reside na prestação de garantia às operações de crédito por antecipação de
receita, conforme artigo 167, IV, da Constituição Federal.
GABARITO: D
88. Considere que a Fazenda Pública do Estado de São Paulo tenha sido condenada
em duas causas, uma envolvendo relação não tributária e outra tributária. Assinale
a alternativa que corresponde à forma correta de correção do débito, seguindo
jurisprudência do STF:
A) a correção monetária de ambas as condenações deve seguir o índice de inflação
oficial, aplicando-se, no caso da primeira condenação, os juros de mora segundo
índice de remuneração da caderneta de poupança e, no segundo caso, os juros
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário.
COMENTÁRIO
“O artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, na
parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda
Pública, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-
tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais
a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio
constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput); quanto às condenações oriundas
de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice
de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido,
nesta extensão, o disposto no artigo 1º-F da Lei 9.494/1997 com a redação dada
pela Lei 11.960/2009”. Já a segunda, sobre atualização monetária, foi aprovada no
seguinte sentido: “O artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei
11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das condenações
impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de
poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito
de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como medida
adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover
os fins a que se destina”. Portanto, independente da natureza da ação, a correção
monetária dos débitos da Fazenda Pública deve ser feito pela aplicação do
índice de inflação oficial. Já os juros moratórios dependem da natureza do
débito. Se for decorrente de relação jurídico-tributária, então deve ser aplicado o
mesmo juro que a Fazenda usa para remunerar seu crédito tributário (atualmente,
aquele decorrente da taxa SeliC), caso contrário, os juros de mora podem seguir
GABARITO: A
89. Assinale a alternativa correta a respeito das políticas públicas baseadas na economia
comportamental:
A) É exemplo de política baseada em nudging a concessão de subsídios públicos
para a diminuição de tarifa de transporte público.
COMENTÁRIO
B) CORRETA: trata-se de exemplo real adotado pela União e também pelo Estado de São Paulo
recentemente nos seus respectivos regimes de previdência complementar. A rigor, baseando-
se no comportamento racional dos indivíduos, não deveria existir variação na taxa de adesão
a regimes previdenciários quer a adesão fosse automática (solicitando o participante, caso
desejar, sua desvinculação), quer dependendo da manifestação expressa do participante. No
entanto, na prática detecta-se uma adesão maior quando a adesão é automática, dada a
tendência de muitos indivíduos de não modificar o status quo, isto é, de manter intacta a opção
que lhe foi sugerida.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 21. Noções básicas de propriedade industrial. Lei nº 9.279/96. Li-
cenciamento compulsório de patentes sobe medicamentos.
A) CORRETA: A licença deve ser requerida por pessoa com legítimo interesse e que tenha
capacidade técnica e econômica para realizar a exploração eficiente do objeto da patente
(art. 68, § 2º, da Lei nº 9.279/96). O licenciamento compulsório, assim, não é concedido de
forma indiscriminada. Como consequência, há previsão legal expressa de que o licenciado fica
investido de todos os poderes para defender a patente (art. 74, § 2º, da Lei nº 9.279/96).
B) INCORRETA: como regra, a não exploração da patente por falta de fabricação ou fabricação
incompleta justifica seu licenciamento compulsório, salvo se for demonstrada a inviabilidade
econômica, hipótese em que se admite a importação (art. 68, § 2º, da Lei nº 9.279/96). Assim,
a simples fabricação externa do produto não demonstra, por si só, a exploração nacional da
patente.
C) INCORRETA: a licença compulsória é sempre conferida em caráter não exclusivo (art. 72,
da Lei nº 9.279/96).
GABARITO: A
CEI-PGE/SP
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