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CEI-PGE/SP

4ª RODADA - 19/03/2018

CEI-PGE/SP
4ª RODADA - 19/03/2018
DURAÇÃO

09/02/2018 A 10/05/2018

MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas

ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone

540 QUESTÕES OBJETIVAS


total

12 QUESTÕES DISSERTATIVAS
total

6 PEÇAS OU PARECERES
total

IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PGE/SP
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2018
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

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PROFESSORES

MARIANNA M. MOTTA LOSS. Coordenadora do CEI-PGE-SP. Professora de Legislação


de Seguridade Social. Procuradora Federal. Ex-Analista MPU. Mestre em Direito.
Especialista em Direito Público e Direito Processual Civil.

DANIELE DE LUCENA ZANFORLIN. Procuradora da Fazenda Nacional. Pós-


graduada em Direito de Família e Sucessões pela FDR-UFPE. Bacharel em Direito pela
FDR-UFPE.

IURI QUADROS. Advogado da União, aprovado em 11º lugar no último concurso


da carreira, obtendo a 2ª maior nota do Brasil na prova discursiva. Ex-assessor jurídico
da Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, aprovado nos concursos da
Procuradoria-Geral do Município de Canoas, Especialista em Regulação da Ancine (13º
lugar), Advogado da FINEP e Residência Jurídica da PGE/RJ. Bacharel em direito pela UFRJ.

MARIA HELENA MARTINS ROCHA PEDROSA. Professora de Direito Administrativo.


Advogada da União. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Ex-Defensora
Pública do Estado de Pernambuco. Aprovada nos concursos da AGU, DPU, DPE/PE e DPE/
RN.

RAVI PEIXOTO. Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual


pela UERJ. Mestre em Direito pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado.
Aprovado nos concursos da PGM-JP, PGDF e PGM-Recife.

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WOLKER VOLANIN BICALHO. Procurador do Estado de São Paulo. Exerce suas


atribuições na Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral. Coordenador e professor
do curso “Direito Previdenciário Público” na Escola Superior da Procuradoria Geral do
Estado de São Paulo em 2015 (ESPGE). Mestrando em Direito do Trabalho e Previdência
Social pela Universidade de São Paulo (USP).

LUIS FILIPE CISCOTTO DE FILIPPO. Procurador da Fazenda Nacional (aprovado


no concurso 2015/2016) e pós-graduando em direito tributário. Foi advogado e Tradutor
Juramentado de Italiano. Aprovado nos concursos para Advogado da União – 2015/2016
(3º Lugar) e Procurador do Município de São Luís/2016, além de algumas procuradorias
municipais no Estado de Minas Gerais.

RAFAEL CARVALHO DE FASSIO. Procurador do Estado de São Paulo aprovado em


6º lugar no último concurso da PGE, realizado em 2012. Atuou por três anos na Consultoria
Jurídica da Secretaria da Segurança Pública e, desde março de 2016, integra a equipe de
assessores da Subprocuradoria Geral do Estado da Consultoria, onde atuou na elaboração de
petições iniciais de ADI e manifestações da PGE/SP em processos do controle concentrado
de constitucionalidade. Graduação (2011) e Mestrado (2017) pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo.

GUILHERME MARTINS. Procurador do Estado de São Paulo (aprovado em 7º lugar).


Exerce suas atribuições na Agência Reguladora de Serviços Delegados de Transporte do
Estado de São Paulo (ARTESP). Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP). Mestrando em Direito e Desenvolvimento pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV).

RODRIGO LEVKOVICZ. Procurador do Estado de São Paulo (Assistência de Defesa do


Meio AmbientE), graduado pela PUC-SP, mestre em Interesses Difusos e Coletivos pela
PUC-SP. Especialista em Direito do Estado e em Direito Ambiental pela Escola Superior
da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Conselheiro do CONSEMA, da Câmara de
Compensação Ambiental de São Paulo e ex-conselheiro do CONDEPHAAT.

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SUMÁRIO

PROFESSORES..............................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................................6
CRONOGRAMA...........................................................................................................................................8
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO.................................................................9
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................9
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................11
DIREITO CIVIL................................................................................................................................14
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................... 17
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO.......................................................19
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 22
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 25
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................. 27
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO................................ 30
GABARITO................................................................................................................................................. 33
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO............................................................. 34
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................... 34
DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................... 42
DIREITO CIVIL................................................................................................................................51
DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 68
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO...................................................... 77
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 87
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 97
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................109
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO...............................120

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APRESENTAÇÃO

Queridos(as) alunos(as),

Enfim, o aguardado momento chegou. O edital para o concurso de Procurador do Estado de


São Paulo finalmente foi publicado. Pegou alguns de surpresa, pois achavam que haveria mais
tempo entre a data da publicação e a prova, estimada para 20 de maio de 2018, outros, nem
tanto, pois já estavam se preparando com afinco. No que tange à comparação com o edital
passado, não tivemos inovação em relação ao número de questões, nem às disciplinas. Dessa
forma, resta mantida a estrutura da prova em 9 blocos com 10 questões cada um e com as
seguintes disciplinas: (1) Direito Constitucional; (2) Processual Civil; (3) Civil; (4) Administrativo;
(5) Pessoal e Previdenciário Público; (6) Ambiental; (7) Tributário; (8) Trabalho e Processo do
Trabalho; (9) Financeiro, Econômico e Empresarial Público.

De qualquer modo, independentemente da fase atual do estudo, muitos de vocês tem enviado
e-mail com dúvidas pontuais sobre organização no que tange às rodadas de questões do CEI-
PGE-SP, ou seja, como aproveitar da melhor forma o material recebido.

Desse modo, separei algumas dicas a vocês. Sugiro que:

1. Quando a rodada possuir questões abertas (subjetivas), pesquisar o tema das subjetivas e
fazer um esquema (um mapa) do assunto;

2. Realizar as subjetivas, preferencialmente, no dia posterior à pesquisa cronometrando no


relógio o tempo total de realização de cada questão;

3. Realizar as objetivas como se fosse um simulado cronometrando o tempo e verificando se,


proporcionalmente, você estaria dentro do tempo de prova. Como a prova objetiva – conforme
o edital publicado – indica que vocês terão 4 horas para resolvê-la, significa que serão 240
minutos de prova. Descontado o tempo de preenchimento do gabarito, que dá em torno de 20
minutos, vocês terão, no máximo, 110 minutos para cada bloco de 45 questões. Ou, ainda, 24
minutos, no máximo, para a realização de 10 questões. Tendo em vista que estamos liberando
rodadas de 45 questões, minha recomendação, portanto, é a resolução de cada rodada em
110 minutos, no máximo.

4. Por fim, sugiro realizar a leitura dos comentários num quarto momento com o vade mecum
(lei seca) aberto(a) e já ir providenciando as marcações nas leis dos artigos mencionados
nos comentários, pois isso trará um ganho qualitativo no momento de revisar a legislação.

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Paralelamente, você pode ir colocando os temas que deverá lembrar seja porque não sabe
seja porque tem dificuldade num arquivo separado para revisar no período pré-prova, pois,
dificilmente, você conseguirá revisar os comentários de todas as questões realizadas. Por
exemplo: RODADA 1 - Constitucional - Controle de Constitucionalidade, revisar quem pode ser
autor de ADI; AMBIENTAL - APP - revisar os requisitos e, assim, sucessivamente. Isso ajudará
vocês a ter um norte no momento da revisão e fará com que vocês se debrucem sobre pontos
estratégicos que não forma bem fixados ou que deverão ser lembrados na prova.

Quanto ao calendário, mais uma vez, o readequamos.

Desse modo, retiramos a 10ª rodada e previmos a 9ª rodada com 90 questões (estilo
simulado) a fim de que mantenhamos, ao total, as 540 questões objetivas com as quais nos
comprometemos. Ademais, passamos à oitava rodada as questões abertas (discursivas),
que estavam previstas na nona, para que vocês tenham tempo de escrever e os professores
consigam devolvê-las com as devidas correções em tempo hábil no pré-prova a vocês.

A partir de agora, desejo que vocês tenham mais foco, mais afinco e, não se esqueçam de que,
em 2 (dois) meses efetivamente estudados, conseguimos fazer milagre. Portanto, o milagre
está em suas mãos. Façam acontecer!

Mais uma vez, desejo que vocês tenham bons estudos e fico à disposição para eventuais
dúvidas e esclarecimentos pelo e-mail: profcei.mariannamotta@gmail.com..

Um forte abraço,

Marianna M. Motta Loss

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CRONOGRAMA

Limite p/
Peça (Até 150 Questões (Até Publicação
Rodada Objetivas Publicação resposta p/
linhas) 30 linhas) espelho
aluno
Previdenciário
90 questões Trabalho
1ª Rodada Público 9/02 17/02 01/03
objetivas Civil
(peça)

90 questões Ambiental Constitucional


2ª Rodada 23/02 03/03 15/03
objetivas (parecer) Financeiro
Administrativo
45 questões Pessoal
3ª Rodada (parecer) 09/03 17/03 29/03
objetivas Econômico

45 questões
4ª Rodada - - 19/03 - -
objetivas
Processo do
45 questões Tributário
5ª Rodada Trabalho 29/03 08/04 20/04
objetivas Civil
(peça)
45 questões
6ª Rodada - - 10/04 -
objetivas
Processo Civil
45 questões Ambiental
7ª Rodada (peça) 20/04 29/04 11/05
objetivas Administrativo

Constitucional
45 questões Tributário
8ª Rodada Empresarial 02/05 09/05 16/05
objetivas (peça)
Público
90 questões
objetivas
9ª Rodada - - 11/05
(estilo
SIMULADO)

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QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO


ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a
nenhum material, a fim de simular a situação encontrada em prova.

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Qualificam-se como bens pertencentes ao Estado de São Paulo:


A) Os recursos minerais compreendidos em seu território.

B) As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito


decorrentes de obras estaduais e municipais.

C) Os potenciais de energia hidráulica em rios com nascente e foz dentro do Estado


de São Paulo.

D) Os recursos naturais da plataforma continental na projeção correspondente ao


litoral paulista.

E) Sítios arqueológicos e pré-históricos situados no território estadual.

2. Assinale a alternativa INCORRETA acerca da disciplina constitucional da Administração


Pública brasileira:
A) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a brasileiros natos e
aos naturalizados, na forma da lei.

B) A vedação do nepotismo decorre diretamente dos princípios constitucionais


aplicáveis à Administração Pública, prescindindo da edição de lei formal.

C) Da realização de concurso público surge um dever de nomeação para a


Administração Pública e um direito subjetivo à nomeação titularizado por todos os
candidatos aprovados dentro do número de vagas.

D) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

E) As vedações à acumulação de cargos públicos estende-se também aos empregos


públicos de empresas públicas e sociedades de economia mista, que adotam o
regime celetista.

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3. Identifique a afirmação INCORRETA acerca do funcionamento e atribuições das


Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).
A) Por conta do princípio majoritário, a jurisprudência do STF entende que o
regimento interno pode condicionar a criação da CPI à deliberação pelo Plenário
da Casa Legislativa.

B) A criação da CPI exige que o requerimento seja subscrito por um terço dos
membros da respectiva Casa.

C) Muito embora possuam poderes de investigação próprios das autoridades


judiciais, a CPI não pode decretar a indisponibilidade de bens dos seus investigados.

D) A jurisprudência do STF admite a possibilidade de que CPI ordene diretamente,


sem intermediação judicial, a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico para
fins de obtenção de dados e de registros, desde que exista causa provável e a
medida não se embase em motivação genérica.

E) Os parlamentares não são obrigados prestar testemunho em CPI acerca de


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato.

4. Considere as afirmações a seguir sobre o controle político de constitucionalidade:


I. A rejeição, pelo Congresso Nacional, de medida provisória considerada
inconstitucional é exemplo de controle político repressivo exercido pelo Poder
Legislativo.

II. Diferentemente do Tribunal de Justiça, que no julgamento da ADI estadual pelo


seu Órgão Especial pode declarar a inconstitucionalidade parcial de expressões
ou palavras de um dispositivo legal, o Governador do Estado não pode vetar
parcialmente sem abranger o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.

III. O Governador do Estado pode se recusar a aplicar lei inconstitucional e


determinar que a Administração deixe de observá-la.

São corretas:
A) I.

B) I e II.

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C) II e III.

D) I e III.

E) I, II e III.

5. Assinale a alternativa correta acerca da disciplina constitucional do direito à educação:


A) A jurisprudência do STF considera possível a cobrança de taxa de matrícula por
universidades públicas como fonte alternativa de receitas para o ensino superior,
mas desde que não incida sobre estudantes de baixa renda.

B) É dever do Estado garantir atendimento educacional especializado aos portadores


de deficiência, preferencialmente em unidades especializadas no atendimento de
necessidades especiais.

C) A Constituição afirma que os Municípios devem atuar prioritariamente nos


ensinos fundamental e médio, cabendo aos Estados e à União a atuação em
primazia no ensino superior.

D) O ensino é livre à iniciativa privada e independe de prévia autorização estatal,


mas sujeita-se, contudo, ao cumprimento das normas gerais de educação editadas
pelo Poder Público federal.

E) Muito embora a Constituição vede genericamente a vinculação de receitas


orçamentárias, é permitido aos Estados e ao Distrito Federal vincular parte das
suas receitas a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

6. Sobre o tema da declaração de inconstitucionalidade, assinale a alternativa incorreta:


A) Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão
especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade sobre a questão.

B) Não se admite a interposição de recurso extraordinário em face da decisão do


incidente de arguição de inconstitucionalidade.

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C) A cláusula de reserva de plenário para a declaração de inconstitucionalidade


de leis ou atos normativos do poder público não se aplica ao Supremo Tribunal
Federal no julgamento de recursos extraordinários.

D) Caso algum tribunal não obedeça a cláusula de reserva de plenário nos casos
em que ela é obrigatória, é cabível reclamação perante o STF.

E) O CNJ também tem a possibilidade de reconhecer a inconstitucionalidade como


fundamento de suas decisões, devendo igualmente obedecer à necessidade de
manifestação no sentido da inconstitucionalidade pela maioria absoluta de seus
membros.

7. Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa correta:


A) O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre todos
os demais feitos.

B) Uma vez instaurado o incidente de resolução de demandas repetitivas em


tribunal estadual ou federal, apenas as partes em processos em curso no limite
da competência territorial do tribunal poderão requerer a suspensão de todos os
processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem
sobre a questão objeto do incidente.

C) O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados


concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

D) Não observada a tese adotada no incidente por órgão administrativo, caberá


reclamação.

E) A revisão da tese jurídica firmada no incidente será feita pelo mesmo tribunal,
desde que haja requerimento do Ministério Público ou Defensoria Pública.

8. Sobre o tema da ação, julgue os seguintes itens:


Item I: A possibilidade jurídica do pedido foi extinta pelo CPC/2015.

Item II: A ação de direito material, na atualidade, confunde-se com a ação de direito
material.

Item III: A denominada teoria eclética da ação, atribuída a Enrico Tullio Liebman

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defende que, embora a ação prescinda da existência do direito subjetivo, sendo


abstrata, sua existência depende do modo como em cada caso concreto o direito
à sentença de mérito se relaciona com a ordem jurídica de direito material e com a
situação em que o autor se encontra em relação a este, sendo os requisitos para a
sentença de mérito denominados como as condições da ação.

A) Apenas o item I está correto.

B) Apenas os itens I e III estão corretos.

C) Todos os itens estão corretos.

D) Apenas o item III está correto.

E) Apenas o item II está correto.

9. Acerca do magistrado e dos auxiliares de justiça, assinale a alternativa correta:


A) É possível a prisão do depositário infiel, mas tão apenas nos casos de depósito
judicial.

B) Não cabe recurso contra decisão do magistrado que não reconhece o seu
impedimento ou suspeição, limitando-se a dar as suas razões para tanto e a remeter
o incidente ao órgão julgador competente.

C) O incidente de impedimento ou suspeição tem efeito suspensivo ope legis.

D) O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando, no


exercício de suas funções, proceder com culpa ou dolo.

E) Na ação rescisória, estão impedidos juízes que participaram do julgamento


rescindendo.

10. Acerca do tema da petição inicial, dos pedidos e suas decorrências no código de
processo civil, assinale a resposta correta:
A) Caso a parte formule pedidos alternativos, o acolhimento de quaisquer desses
pedidos gera interesse recursal para que o outro pedido seja concedido.

B) É vedada a possibilidade da emenda da petição inicial após a contestação.

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C) O prazo de quinze dias para a emenda da inicial é peremptório.

D) Para a cumulação de pedidos em um único processo e contra um mesmo réu, é


imprescindível que haja compatibilidade entre eles.

E) É facultado ao autor e ao reconvinte, até a citação, aditar ou alterar o pedido ou


a causa de pedir, independentemente do consentimento do réu ou do reconvindo,
bem como fazê-lo, até o saneamento do processo, com o consentimento do réu ou
do reconvindo, desde que a ele seja assegurado o direito ao contraditório.

DIREITO CIVIL

11. Conforme as disposições sobre o instituto da Ausência previstas no Código Civil,


assinale a alternativa CORRETA.

A) Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou


representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
ou o Ministério Público requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente
a sucessão.

B) A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito


cento e vinte dias depois de publicada pela imprensa.

C) Na sucessão provisória, os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez


provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia,
entrar na posse dos bens do ausente.

D) Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente


conta setenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

E) Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão


definitiva, ele não terá mais direito aos bens ainda existentes, nem àqueles que
foram comprados da venda dos bens que lhe pertenciam.

12. Assinale a alternativa CORRETA no que diz respeito à participação de terceiros em


relações negociais.

A) Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, não é permitido exigir

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o seu adimplemento, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato,


se a ele anuir, e o estipulante não o inovar.

B) Aquele que tiver prometido fato de terceiro não pode responder por perdas e
danos, quando este o não executar.

C) Na promessa de fato de terceiro, não haverá responsabilidade se o terceiro for o


cônjuge do promitente, sendo prescindível sua anuência para o ato ser praticado.

D) Subsiste a responsabilidade do promitente, se o terceiro depois de se ter


obrigado, faltar ao cumprimento da prestação.

E) No contrato com pessoa a declarar, no momento da conclusão do contrato,


pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir
os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes, tendo essa indicação de ser
comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se
outro não tiver sido estipulado.

13. Sobre a Lei n. 4.591/64 que dispõe sobre o condomínio em edificações e as


incorporações imobiliárias, marque a alternativa INCORRETA.

A) Foi autorizada, para viabilizar a incorporação, a constituição pela incorporadora


de patrimônio de afetação destinado à consecução correspondente e à entrega
das unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes.

B) Ainda que apartado de seu patrimônio, pode o incorporador dar em garantia real
o terreno bem como as unidades imobiliárias construídas com o fim de obtenção
de financiamento bancário.

C) Não se considera abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios


incidentes em período anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso
de compra e venda de imóveis em construção sob o regime de incorporação
imobiliária.

D) Exclui-se do patrimônio de afetação o valor referente ao preço de alienação da


fração ideal de terreno de cada unidade vendida, no caso de incorporação em que
a construção seja contratada sob o regime por empreitada ou por administração.

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E) Não é válida a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a


obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de
compra e venda de unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária.

14. No que se refere à transmissão da obrigação pela cessão de crédito, assinale a


opção CORRETA:

A) A cessão de crédito, em regra, tem eficácia inter partes, exigindo-se, contudo, a


forma escrita para que tenha validade entre os negociantes.

B) É necessário que o devedor seja notificado e concorde com a cessão para ela
ter eficácia.

C) Em regra, a cessão de crédito é pro soluto.

D) Na cessão de crédito, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável


ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu.

E) Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito não são abrangidos os


seus acessórios.

15. Responda de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça a respeito


das regras previstas para os condomínios:

A) O condômino não possui legitimidade para propor ação de prestação de contas


em face do síndico.

B) Nas relações jurídicas estabelecidas entre condomínio e condôminos incide o


Código de Defesa do Consumidor.

C) O condomínio é responsável pelo pagamento do IPTU incidente sobre as áreas


comuns e de terceiros, pois é de sua a titularidade do domínio útil.

D) Na vigência do Código Civil de 2002, é decenal o prazo prescricional para que


o condomínio geral ou edilício (horizontal ou vertical) exercite a pretensão de
cobrança da taxa condominial ordinária ou extraordinária constante em instrumento
público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação.

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E) O condômino que estiver em débito com as obrigações condominiais não poderá


votar nas assembleias do condomínio, ainda que seja proprietário de diversas unidades
autônomas e esteja inadimplente apenas em relação a uma ou algumas destas.

DIREITO ADMINISTRATIVO

16. A associação X de defesa dos direitos dos donos de caiaques da cidade de Santos/
SP, legalmente constituída e em funcionamento há 06 (seis) meses impetrou mandado
de segurança coletivo em defesa de parte de seus associados, sem autorização especial
destes para tanto. No referido writ, discutia-se o pagamento de IPTU em terrenos de
propriedade desses associados, o que não tem relação direta com os objetivos da
associação X. Diante da situação narrada, e considerando a disciplina legal do mandado
de segurança coletivo, indique a alternativa incorreta:

A) O mandado de segurança coletivo, conforme a regência legal, pode ter como


legitimado ativo partido político com representação no Congresso Nacional.

B) A associação deve estar constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,


para que possa impetrar mandado de segurança coletivo. Por isso, a associação
X não poderia impetrá-lo.

C) É dispensável a autorização especial dos associados para o ajuizamento de


mandado de segurança coletivo.

D) No caso, a pretensão é inviável, pois não existe correlação com os fins


institucionais da associação.

E) Quando a pretensão veiculada interessa apenas a uma parte dos associados,


não é possível a impetração de mandado de segurança coletivo.

17. Acerca do habeas data, indique a alternativa correta:


A) Será indeferido o pedido veiculado em habeas data sempre que o sigilo for
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

B) A Constituição da República prevê, expressamente, a possibilidade de


cabimento de habeas data para a anotação, nos assentamentos do interessado, de
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável, que esteja sob

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pendência judicial ou amigável.

C) O habeas data serve para acessar dados relativos à pessoa do impetrante


constante de bancos de dados de caráter público, ainda que não pertencentes a
órgãos da Administração Pública.

D) Da decisão judicial que indeferir preliminarmente o habeas data cabe agravo de


instrumento.

E) É dispensável a intimação do Ministério Público no procedimento judicial do


habeas data.

18. Sobre as infrações e sanções administrativas, julgue os itens a seguir:


I. São exemplos de sanções administrativas válidas no ordenamento jurídico
brasileiro as multas, a advertência e a prisão administrativa.

II. O princípio da anterioridade aplica-se tanto às infrações quanto às sanções


administrativas.

III. As providências administrativas acautelatórias têm finalidade idêntica à das


sanções administrativas.

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) Apenas I.

E) Apenas II.

19. De acordo com a Lei nº 9.504/1997 são considerados agentes públicos, para fins
eleitorais, exceto:
A) Os agentes políticos exercentes de mandato.

B) Os estagiários da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, ainda


que não recebam remuneração.

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C) Os membros de mesa apuradora de votos nas eleições.

D) Os terceirizados que prestam serviços no âmbito da Administração Pública


direta, indireta ou fundacional.

E) Os empregados das entidades paraestatais.

20. Sobre as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais, julgue
os itens a seguir:
I. No caso de a conduta vedada em campanha eleitoral consistir, também, em ato
de improbidade administrativa, caberá à Justiça Eleitoral o julgamento tanto da
infração eleitoral quanto da ação de improbidade administrativa.

II. A mera presença do candidato na inauguração de obra pública, sem qualquer


destaque e sem fazer uso da palavra, ou seja, como qualquer pessoa do povo, não
configura conduta vedada em campanha eleitoral.

III. Configura abuso de autoridade a promoção pessoal do governante candidato


em publicidade institucional.

A) I, apenas.

B) II, apenas.

C) III, apenas.

D) I e III.

E) II e III.

DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO

21. De acordo com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,


policial civil do Estado de São Paulo, que preencher os requisitos da aposentadoria
especial prevista no art. 40, §4º, II, da Constituição Federal, e opte por permanecer em
atividade:

A) Somente fará jus ao abono de permanência quando completar os requisitos da

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aposentadoria voluntária comum, prevista no art. 40, §1º, III, “a” da Constituição
Federal.

B) Fará jus ao abono de permanência a partir da data do requerimento administrativo.

C) Não poderá permanecer em atividade, pois é vedado ao servidor público continuar


exercendo atividade especial após preencher os requisitos da aposentadoria.

D) Não fará jus ao abono de permanência tendo em vista que, na ausência de


previsão constitucional, o Poder Judiciário não pode atuar como legislador
positivo.

E) Fará jus ao abono de permanência a partir da data de preenchimento dos


requisitos da aposentadoria especial do art. 40, §4º, II, da Constituição Federal.

22. No tocante ao custeio do Regime Próprio de Previdência Social, pode-se afirmar, nos
termos da Constituição Federal, da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e da
legislação de regência, que:
A) Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social que superem o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
com percentual correspondente a 11% (onze por cento), inclusive para os portadores
de doença incapacitante.

B) As contribuições previdenciárias só poderão ser exigidas após decorridos


noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou majorado.

C) As contribuições do servidor público efetivo para o Regime Próprio de Previdência


Social poderá ser utilizada para o financiamento das áreas da previdência, da
saúde e da assistência social.

D) Poderá lei estadual criar, majorar ou estender benefícios previdenciários


independentemente da correspondente fonte de custeio.

E) É vedado aos Estados a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores,


para custeio do respectivo Regime Próprio de Previdência Social, com alíquota
diferente à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

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23. A Diretoria Executiva da São Paulo Previdência será composta pelos seguintes
diretores executivos, EXCETO:

A) Diretor Presidente.

B) Diretor de Administração e Finanças.

C) Diretor de Previdência Complementar.

D) Diretor de Benefícios - Servidores Públicos.

E) Diretor de Relacionamento com o Segurado.

24. De acordo com a Constituição Federal, no tocante à acumulação de proventos de


aposentadoria e remuneração, é CORRETO afirmar que:
A) É permitida a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente
do Regime Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego
e função pública, desde que respeitado o teto constitucional do art. 37, XI, da
Constituição Federal.

B) É permitida a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do Regime


Próprio de Previdência Social, desde que respeitado o teto constitucional do art.
37, XI, da Constituição Federal.

C) É possível a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente


do Regime Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego
e função pública, exclusivamente para os cargos acumuláveis na forma da
Constituição Federal.

D) É vedada a acumulação de proventos de aposentadoria decorrente do Regime


Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego e função
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal, os
cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

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E) É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do Regime Próprio


de Previdência Social, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
acumuláveis na forma da Constituição Federal, dos cargos eletivos e dos cargos
em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

25. A respeito da contribuição previdenciária do policial militar para o Regime de Próprio


de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo, conforme Lei Complementar
1.013/2007, é CORRETO afirmar que:
A) A contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo será de 11% (onze
por cento) sobre a totalidade da base de contribuição, compreendido, nesta base-
de-cálculo, o auxílio-alimentação.

B) Não incidirá contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo sobre o


décimo-terceiro salário.

C) A base-de-cálculo da contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo


corresponde ao total dos vencimentos do militar, incluindo-se, automaticamente,
os adicionais de caráter individual e as parcelas percebidas em decorrência do
local de trabalho.

D) A contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo, para a manutenção


do regime próprio de previdência dos militares do Estado, será de 14% (quatorze
por cento) e incidirá sobre a totalidade da base de contribuição.

E) O militar poderá optar pela inclusão, na base de contribuição, das parcelas


remuneratórias percebidas em decorrência de exercício de cargo em comissão
ou de função de confiança, para efeito de cálculo do seu benefício previdenciário.

DIREITO AMBIENTAL

26. Em relação ao plano de manejo, assinale a alternativa INCORRETA:


a) O Poder Público deve preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético.

b) São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

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c) As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sob pena de não poderem ser instaladas.

d) O Poder Público deve promover a educação ambiental no ensino fundamental


de todo o país.

e) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.

27. Em relação à Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa CORRETA:


a) As águas subterrâneas integram os bens da União.

b) O proprietário pode apropriar-se por meio de poços das águas que existam
debaixo da superfície desde que não prejudique o uso comum.

c) Compete ao ente regulador da atividade prestadora do serviço público de


abastecimento declarar situação de criticidade hídrica, que obrigue o racionamento,
adotar mecanismos tarifários de contingência.

d) A transposição das águas de uma bacia hidrográfica para outra depende de


licenciamento ambiental.

e) As águas pluviais não pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente.

28. No julgamento das ADI 4901, 4902 e 4903, ajuizadas pelo Procurador Geral da
República, da ADI 4937 ajuizada pelo Partido Socialismo e Democracia-PSOL e da ADC
42 ajuizada pelo Partido Progressista-PP, assinale a alternativa correta:
a) Foi declarada inconstitucional a dispensa de área de preservação permanente
para os reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou
represamento de cursos d´águas naturais.

b) Foi declarada constitucional a possibilidade de intervenção em área de


preservação permanente para a gestão de resíduos e eventos esportivos.

c) Incluiu-se ao conceito de nascente, por meio de interpretação conforme, aquelas


intermitentes e os chamados olhos d`água, de modo que ambos possuam área de
preservação permanente.

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d) Foi declarada inconstitucional a possibilidade do cômputo da área de preservação


permanente na área de reserva legal.

e) Foi declarada inconstitucional a possibilidade do plantio intercalado de vegetação


nativa e exótica para a recomposição da área de reserva legal.

29. Em relação ao Zoneamento Ecológico Econômico da Zona Costeira, assinale a


alternativa INCORRETA:
a) Os Municípios ao elaborarem o Plano Diretor deverão observar o disposto no
zoneamento ecológico econômico

b) O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro tem como um de seus objetivos


específicos o planejamento e gestão, de forma integrada e centralizada das
atividades antrópicas na Zona Costeira.

c) O Vale do Ribeira é considerado como Zona Costeira, para fins do Plano Estadual
de Gerenciamento Costeiro.

d) O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro tem como uma de suas diretrizes


estimular a fixação das comunidades tradicionais

e) O CONSEMA deve se manifestar previamente sobre a proposta de zoneamento


ecológico econômico.

30. Assinale a alternativa INCORRETA, em relação à Política Nacional de Resíduos


Sólidos:
a) Compete ao Município e ao Distrito Federal prioritariamente a gestão integrada
dos resíduos sólidos.

b) A logística reversa abrange o reaproveitamento dos resíduos sólidos no ciclo


produtivo do setor empresarial ou a distribuição ordenada em aterros.

c) Sem um plano estadual de resíduos sólidos os Estados não têm acesso aos
recursos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão
de resíduos sólidos.

d) Sobre uma determinada área sempre prevalece, em ordem sucessiva, os


acordos setoriais ou termos de compromisso com abrangência nacional, regional

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e municipal, respectivamente.

e) Os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente e de forma


diferenciada os resíduos domiciliares, se houver sistema de coleta seletiva no
plano municipal de gestão de resíduos sólidos.

DIREITO TRIBUTÁRIO

31. A respeito da Execução Fiscal, assinale a alternativa correta.

A) É possível a defesa de bem penhorado em execução fiscal mediante embargos de


terceiro. Os honorários sucumbenciais sempre serão suportados pelo exequente,
se provido os embargos.

B) De acordo com a causalidade, os honorários sucumbenciais serão suportados


pelo embargante, atual proprietário, quando não atualize os dados cadastrais com
a transferência do imóvel.

C) Para aplicação da indisponibilidade de bens e direitos prevista no art. 185-A do


CTN exige-se apenas a citação do devedor, a inexistência de pagamento e o pedido
frustrado de Bacen Jud.

D) O ajuizamento de execução fiscal contra pessoa jurídica falida não admite


emenda à inicial para fazer constar a massa falida no polo passivo.

E) Deferido o pedido de redirecionamento da execução fiscal, à pessoa jurídica é


admitido recorrer na proteção do interesse do sócio redirecionado.

32. A respeito do tratamento da suspensão do crédito tributário, assinale a alternativa


correta:

A) Hipótese prevista na legislação estadual de São Paulo é apta a suspender a


exigibilidade do crédito tributário.

B) Suspenso o crédito tributário, o lançamento para evitar a decadência englobará


as penalidades cabíveis.

C) A liminar e a tutela antecipada são as únicas hipóteses de suspensão da


exigibilidade do crédito tributário emanada de ordem judicial.

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D) A moratória concedida em virtude de condições específicas do contribuinte fere


a isonomia, devendo ser tutelada pelo Judiciário.

E) Extinta a ação do contribuinte para discutir tributo sem resolução do mérito,


caberá o levantamento do depósito integral pelo contribuinte.

33. A respeito do ITCMD cobrado no Estado de São Paulo, assinale a alternativa incorreta:

A) No ITCMD causa mortis, o débito fiscal poderá ser recolhido em até doze
prestações mensais, a critério dos Procuradores Chefes das Procuradorias
Fiscais, caso no monte não haja importância suficiente em dinheiro, título ou ação
negociável.

B) À PGE-SP cumpre intervir nos processos de inventário, arrolamentos e outros


feitos, no interesse da arrecadação do ITCMD.

C) Não aberto o inventário no prazo de 60 dias da abertura da sucessão, ao ITCMD


será acrescida uma multa equivalente a 10% do valor do imposto. Se esse atraso
superar 180 dias, a multa será de 20%.

D) Seja no inventário propriamente dito, seja no arrolamento sumário de bens,


o juiz da vara de sucessões é competente para apreciar o pedido de isenção de
ITCMD concedido em caráter não geral.

E) Não havendo pagamento antecipado do ITCMD, o trânsito em julgado da sentença


que homologa a partilha é o marco para incidir o art. 173, I, do CTN.

34. A respeito do IPVA, assinale a alternativa correta:

A) De acordo com o STJ é ilegítima a cobrança do IPVA na hipótese de alienação


do bem, ainda que não tenha havido comunicação da transferência.

B) O arrendante não é responsável solidário pelo pagamento do IPVA, eis que sua
posse é indireta.

C) Na hipótese de perda ou roubo ocorrido fora do Estado de São Paulo, não haverá
dispensa do pagamento do IPVA.

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D) Alteração da base de cálculo do IPVA e majoração da sua alíquota não se sujeita


à anterioridade nonagesimal.

E) É facultado ao estado-membro estabelecer alíquota de IPVA diferenciada para


veículo importado e veículo nacional.

35. Enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa
recair a penhora, o juiz suspenderá o curso da execução fiscal. Neste caso, não correrá
o prazo prescricional e o processo:

A) estará suspenso pelo prazo de um ano, findo o qual iniciar-se-á o prazo da


prescrição quinquenal intercorrente.

B) ficará suspenso até que a Fazenda possa localizar o devedor ou encontrar bens
que garantam a penhora.

C) estará suspenso pelo prazo de cinco anos, ao fim do qual será arquivado com
baixa na distribuição.

D) ficará interrompido pelo prazo de cinco anos, após o qual transcorrerá o prazo
decadencial de cinco anos.

E) será interrompido pelo prazo de um ano, após o qual será iniciado o prazo
decadencial para constituição do crédito tributário.

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO

36. Assinale a alternativa INCORRETA acerca do direito coletivo do trabalho.


A) No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do
negócio jurídico e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva.

B) Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva


ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta
deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito.

C) A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção

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coletiva ou acordo coletivo de trabalho ensejará sua nulidade, por caracterizar um


vício do negócio jurídico.

D) Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva


ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra
dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

E) Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de


trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha
como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos, vedada a apreciação
por ação individual.

37. Assinale a alternativa correta acerca do regime de teletrabalho, introduzido pela


Reforma Trabalhista:
A) Ao empregado contratado em regime de teletrabalho, não são assegurados
pagamento de hora extra, adicional noturno, intervalo intrajornada, interjornada,
bem como demais benefícios previstos no capítulo da CLT atinente à duração do
trabalho.

B) Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente na


residência do empregado, com a utilização de tecnologias de informação e de
comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.

C) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial,


desde que mediante mútuo acordo entre as partes, garantido prazo de transição
mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.

D) Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho


independentemente de mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo
contratual.

E) A realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no


estabelecimento do empregador descaracteriza o regime de teletrabalho.

38. Assinale a alternativa que correlaciona de forma correta os conceitos legais com o
correspondente princípio inerente às nulidades no processo do trabalho:
A) Segundo o princípio da transcendência, nos processos sujeitos à apreciação

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da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados


manifesto prejuízo às partes litigantes.

B) O princípio da convalidação ou preclusão aduz que a nulidade não será


pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.

C) O princípio do interesse apregoa que a nulidade do ato não prejudicará senão


os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência.

D) Segundo o princípio da utilidade, os atos e os termos processuais independem


de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se
válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

E) O princípio da instrumentalidade afirma que o juiz ou Tribunal que pronunciar a


nulidade declarará os atos a que ela se estende.

39. Sobre a aplicação da norma mais favorável no direito coletivo do trabalho:


A) A reforma trabalhista positivou a denominada teoria atomista, razão pela qual,
em havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho,
prevalecerão as regras mais benéficas ao empregado provenientes tanto do acordo
coletivo como da convenção coletiva.

B) A reforma trabalhista positivou a denominada teoria do conglobamento, razão


pela qual, em havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva de
trabalho, prevalecerão as regras mais benéficas ao empregado provenientes ou do
acordo coletivo ou da convenção, sem que se afigure possível cindir a aplicação
das normas coletivas.

C) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
a convenção coletiva sempre será aplicada em detrimento do acordo coletivo,
quando houver conflito entre eles.

D) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
o acordo coletivo sempre será aplicado em detrimento da convenção coletiva,
quando houver conflito entre eles.

E) A reforma trabalhista apenas aduz que a negociação coletiva deve prevalecer,

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inclusive em relação à lei em diversos casos, sem, no entanto, disciplinar a


prevalência entre os instrumentos da negociação coletiva.

40. Suponhamos que um Procurador do Estado de São Paulo comparece á audiência


inaugural para representar o Estado em um processo trabalhista. É correto dizer que,
para regular representação do Estado no processo, obrigatoriamente, este procurador
terá de:
A) Portar procuração judicial e ato de nomeação como procurador, declarando-se
exercente do cargo.

B) Portar seu ato de nomeação como procurador, a fim de coprovar sua investidura
no cargo.

C) Apenas indicar seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, a


fim de que o juízo comprove a investidura no cargo de procurador.

D) Apenas declarar-se exercente do cargo de Procurador do Estado de São Paulo.

E) Portar a Lei Orgânica da Procuradoria do Estado de São Paulo, a fim de


demonstrar que seu mandato judicial decorre de lei, se afigurando desnecessária
a apresentação de procuração.

DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO

41. Assinale a alternativa correta no que tange à disciplina dos fundos especiais:

A) A criação de fundo por decreto é ilegal, ainda que haja prévia autorização
legislativa;

B) dado que a arrecadação de taxas está vinculada à prestação de serviço


ou exercício do poder de polícia para a qual criada, é inconstitucional que sua
arrecadação seja destinada a fundo público;

C) os fundos públicos caracterizam-se como uma universalidade de recursos


vinculados a determinadas despesas, representados em um ente personalizado;

D) inexiste vinculação de impostos a fundos públicos no âmbito nacional;

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E) como regra, o saldo positivo de um fundo deve retornar no exercício seguinte


ao próprio fundo.

42. No tocante à desvinculaçao de receitas, assinale a alternativa correta:


A) a desvinculação de receitas previstas na EC 93/2016 é indefinida temporalmente;

B) somente há permissivo legal para a desvinculação de receitas da União;

C) as receitas cuja desvinculação é permitida, no caso dos Estados, são aquelas


atinentes a impostos, taxas e multas;

D) as receitas cuja desvinculação é permitida, no caso da União, são aquelas


atinentes a impostos, taxas, multas e contribuições sociais;

E) a desvinculação de receitas no âmbito dos Estados atinge inclusive receitas de


fundos instituídos pelas Procuradorias-Gerais dos Estados.

43. Suponha que, no exercício de 2019, a União ainda não tenha instituído o Imposto
sobre Grandes Fortunas e que novo Município criado ainda não tenha instituído Imposto
sobre Serviços. Nesta situação:
A) não haverá consequências práticas à União;

B) o Presidente da República e o Prefeito Municipal responderão por crime de


responsabilidade;

C) o Município ficará impedido de receber transferências obrigatórias;

D) a instituição dos tributos constitui opção política, de modo que a omissão não
se revela ilegal;

E) o Município ficará impedido de receber transferências voluntárias, ao passo que


a União ficará impedida de realizar transferências voluntárias.

44. Sobre as empresas estatais dependentes, assinale a alternativa correta:


A) para caracterização de empresa estatal dependente, a LRF repete o conceito de
controle contido na Lei das S.A.;

B) o recebimento de recursos unicamente para fins de investimentos não faz com

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que uma empresa estatal seja classificada como dependente;

C) não é possível que a empresa estatal utilize os recursos advindos do poder


concedente para subsidiar bens fornecidos ao consumidor final;

D) como seguem o regime de direito privado, as estatais dependentes não se


sujeitam às restrições para realização de operação de crédito com outros entes da
Federação;

E) as despesas com as empresas estatais dependentes constam tanto do orçamento


fiscal quanto do orçamento de investimentos.

45. Considere as seguintes hipóteses omissivas no desempenho da competência


orçamentária e assinale a alternativa correta:

A) a sessão legislativa da Assembleia Legislativa de São Paulo não pode ser


interrompida sem aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e também
sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento;

B) não constitui crime de responsabilidade a falta de envio do projeto de lei


orçamentária;

C) caso o prefeito não encaminhe projeto de LOA, o legislativo não pode basear sua
análise na lei orçamentária vigente, dado que seus parâmetros estão defasados;

D) a sessão legislativa do Congresso Nacional não poderá ser suspensa sem a


aprovação do projeto de lei orçamentária anual;

E) a aprovação do projeto de LDO até o fim do ano anterior ao de sua vigência


respeita o prazo constitucional estabelecido para tanto.

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GABARITO

1 B 23 C
2 A 24 D
3 A 25 E
4 E 26 D
5 E 27 D
6 A 28 C
7 C 29 B
8 B 30 D
9 B 31 B
10 E 32 C
11 C 33 D
12 E 34 A
13 E 35 A
14 C 36 C
15 A 37 A
16 E 38 A
17 C 39 D
18 E 40 D
19 E 41 E
20 E 42 C
21 E 43 A
22 B 44 E
45 A

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QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO

PROFESSOR: RAFAEL CARVALHO DE FASSIO


E-mail: profcei.rafaelfassio@gmail.com

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Qualificam-se como bens pertencentes ao Estado de São Paulo:


A) Os recursos minerais compreendidos em seu território.

B) As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito


decorrentes de obras estaduais e municipais.

C) Os potenciais de energia hidráulica em rios com nascente e foz dentro do Estado


de São Paulo.

D) Os recursos naturais da plataforma continental na projeção correspondente ao


litoral paulista.

E) Sítios arqueológicos e pré-históricos situados no território estadual.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: “União: natureza jurídica, competências e bens” e “Estados fede-
rados: natureza jurídica, competências, autonomia, capacidade de auto-organiza-
ção e seus limites; Constituição Estadual e seus elementos; Constituição do Esta-
do de São Paulo”

A) INCORRETA: os recursos minerais, abrangidos os do subsolo, são bens da União (art. 20,
inciso IX) e devem ser explorados em conformidade com o artigo 176 da Constituição.

B) CORRETA: a assertiva corresponde fielmente ao disposto no artigo 26, inciso I, da


Constituição de 1988, que ressalva apenas as águas em depósito decorrentes de obras
federais. Além das “águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União”, vale lembrar
que também são bens dos Estados-membros “as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros”

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(inciso II), “as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União” (inciso III) e, também, “as
terras devolutas não compreendidas entre as da União” (inciso IV).

C) INCORRETA: os potenciais de energia elétrica são sempre bens da União, conforme o


disposto no artigo 20, inciso VIII, da Lei Maior, mesmo quando forem originados a partir de rios
estaduais.

D) INCORRETA: os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva


de seu território são bens da União, consoante art. 20, V, da CF.

E) INCORRETA: as cavidades naturais subterrâneas, os sítios arqueológicos e pré-históricos


são bens da União, de acordo com artigo 20, inciso X, da Carta de 1988.

GABARITO: B

2. Assinale a alternativa INCORRETA acerca da disciplina constitucional da Administração


Pública brasileira:
A) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a brasileiros natos e
aos naturalizados, na forma da lei.

B) A vedação do nepotismo decorre diretamente dos princípios constitucionais


aplicáveis à Administração Pública, prescindindo da edição de lei formal.

C) Da realização de concurso público surge um dever de nomeação para a


Administração Pública e um direito subjetivo à nomeação titularizado por todos os
candidatos aprovados dentro do número de vagas.

D) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

E) As vedações à acumulação de cargos públicos estende-se também aos empregos


públicos de empresas públicas e sociedades de economia mista, que adotam o
regime celetista.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Organização administrativa do Estado: a) Administração Pública:
noção, princípios, normas e organização; b) servidores públicos civis e militares:
regime jurídico constitucional.

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A) INCORRETA: o inciso I do artigo 37 da Constituição afirma que “os cargos, empregos e


funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”. Portanto, são os estrangeiros, e não os
naturalizados, que podem enfrentar restrições postas pela legislação infraconstitucional para
terem acesso aos cargos, empregos e funções públicas.

B) CORRETA (portanto, não é a resposta): a afirmação está correta porque a matéria está
regrada atualmente pela Súmula Vinculante nº 13, que se embasa na interpretação dada
pelo STF aos princípios constitucionais da Administração Pública: “A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

C) CORRETA (portanto, não é a resposta): reflete o posicionamento atual do STF acerca da


matéria, segundo o qual nem todos os aprovados no certame tem direito à nomeação, mas
somente aqueles que passaram dentro do número de vagas estabelecido no edital: “Uma
vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas, o ato da administração
que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria
administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro
desse número de vagas” (RE 598.099, julgado em 2011 e relatado pelo Ministro Gilmar Mendes).

D) CORRETA (portanto, não é a resposta): nos termos do artigo 37, inciso VI, da Constituição,
é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, sendo relevante lembrar
que o art. 142, inciso IV, proíbe expressamente aos militares a sindicalização e a greve.

E) CORRETA (portanto, não é a resposta): de fato, a proibição de acumulação de cargos


públicos posta pelo texto constitucional é bastante ampla, estendendo-se a funções e empregos
(nos quais se adota, por óbvio, o regime da CLT) e abrangendo indistintamente autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista (artigo 37, inciso XVII, da
Constituição).

GABARITO: A

3. Identifique a afirmação INCORRETA acerca do funcionamento e atribuições das


Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).

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A) Por conta do princípio majoritário, a jurisprudência do STF entende que o


regimento interno pode condicionar a criação da CPI à deliberação pelo Plenário
da Casa Legislativa.

B) A criação da CPI exige que o requerimento seja subscrito por um terço dos
membros da respectiva Casa.

C) Muito embora possuam poderes de investigação próprios das autoridades


judiciais, a CPI não pode decretar a indisponibilidade de bens dos seus investigados.

D) A jurisprudência do STF admite a possibilidade de que CPI ordene diretamente,


sem intermediação judicial, a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico para
fins de obtenção de dados e de registros, desde que exista causa provável e a
medida não se embase em motivação genérica.

E) Os parlamentares não são obrigados prestar testemunho em CPI acerca de


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Poder Legislativo: a) funções, organização e funcionamento; b)
atos parlamentares; c) espécies normativas; d) processo legislativo; e) estatuto
dos congressistas; f) regimentos parlamentares; g) Tribunal de Contas.

A) INCORRETA: a assertiva diz respeito a caso julgado pelo STF em 2006 envolvendo
norma constante do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
(ALESP) que, justamente, condicionava a criação da CPI no âmbito estadual à deliberação
pelo Plenário da Casa. O STF entendeu que tal pratica violaria direito subjetivo da minoria
parlamentar, vez que se trata de norma de repetição obrigatória da Constituição federal.
Veja: “(...). 2. A garantia assegurada a um terço dos membros da Câmara ou do Senado
estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais – garantia das minorias. O
modelo federal de criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui
matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. 3. A garantia
da instalação da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou
da Assembleia Legislativa. Precedentes. 4. (...). Os requisitos indispensáveis à criação das
comissões parlamentares de inquérito estão dispostos, estritamente, no artigo 58 da CB/88.
(....)” (ADI 3619, Rel. Min. Eros Grau, j. em 01/08/2006). No mesmo sentido, no MS 26441
a Corte reconheceu a existência de “(...) um verdadeiro estatuto constitucional das minorias

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parlamentares, cujas prerrogativas – notadamente aquelas pertinentes ao direito de investigar


– devem ser preservadas pelo Poder Judiciário” motivo pelo qual “(...)A maioria legislativa não
pode frustrar o exercício, pelos grupos minoritários que atuam no Congresso Nacional, do
direito público subjetivo que lhes é assegurado pelo art. 58, § 3º, da Constituição e que lhes
confere a prerrogativa de ver efetivamente instaurada a investigação parlamentar, por período
certo, sobre fato determinado”. (MS 26441, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 25/04/2007).

B) CORRETA: de acordo com o artigo 58, § 3º, da Constituição, são três – e somente três – os
requisitos para a criação de CPIs: requerimento de um terço dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova
a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Vale ressaltar que as conclusões da CPI não
obrigam o Ministério Público que, todavia, conferirá prioridade ao feito em virtude do artigo 3º
da Lei nº 10.001/2000, segundo o qual o processo originado de investigação conduzida por
CPI “(...) terá prioridade sobre qualquer outro, exceto sobre aquele relativo a pedido de habeas
corpus, habeas data e mandado de segurança”.

C) CORRETA: o STF entende que as CPI não podem decretar medidas de indisponibilidade de
bens, muito embora tenham poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Veja:
“Incompetência da Comissão Parlamentar de Inquérito para expedir decreto de indisponibilidade
de bens de particular, que não é medida de instrução – a cujo âmbito se restringem os poderes
de autoridade judicial a elas conferidos no art. 58, §º 3 – mas de provimento cautelar de
eventual sentença futura, que só pode caber ao Juiz competente para proferi-la” (MS 23480,
julgado em 2000 e Rel. Min. Sepúlveda Pertence; veja também o MS 23.466-AgR, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, j. em 01/07/1999).

D) CORRETA: com efeito, segundo a jurisprudência do STF, a “(...) quebra do sigilo inerente aos
registros bancários, fiscais e telefônicos, por traduzir medida de caráter excepcional, revela-se
incompatível com o ordenamento constitucional quando fundada em deliberações emanadas
de CPI cujo suporte decisório apoia-se em formulações genéricas, destituídas da necessária
e específica indicação de causa provável, que se qualifica como pressuposto legitimador da
ruptura, por parte do Estado, da esfera de intimidade a todos garantida pela Constituição da
República. Precedentes. (...)” (MS 25668, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 23/03/2006)

E) CORRETA: Os Deputados Federais e Senadores não são obrigados a testemunhar em CPI


acerca de informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, conforme
art. 53, § 6°, da Lei Maior.

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GABARITO: A

4. Considere as afirmações a seguir sobre o controle político de constitucionalidade:


I. A rejeição, pelo Congresso Nacional, de medida provisória considerada
inconstitucional é exemplo de controle político repressivo exercido pelo Poder
Legislativo.

II. Diferentemente do Tribunal de Justiça, que no julgamento da ADI estadual pelo


seu Órgão Especial pode declarar a inconstitucionalidade parcial de expressões
ou palavras de um dispositivo legal, o Governador do Estado não pode vetar
parcialmente sem abranger o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.

III. O Governador do Estado pode se recusar a aplicar lei inconstitucional e


determinar que a Administração deixe de observá-la.

São corretas:
A) I.

B) I e II.

C) II e III.

D) I e III.

E) I, II e III.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Controle de constitucionalidade: a supremacia da Constituição;
vício e sanção de inconstitucionalidade; origens e evolução histórica do controle;
modalidades de controle; efeitos subjetivos e temporais da declaração de incons-
titucionalidade e de constitucionalidade.

I) CORRETA: com efeito, a Constituição prevê algumas hipóteses de controle de


constitucionalidade repressivo e político realizado pelo Poder Legislativo, sendo a apreciação
de medida provisória um exemplo correntemente citado pela doutrina. Contudo, o prof. Elival
da Silva Ramos (atual PGE, examinador do certame de 2010 e Professor Titular de Direito
Constitucional da Universidade de São Paulo) entende que esse controle na verdade teria

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também um lado preventivo, pois feito no bojo do projeto de lei de conversão da MP já editada.
Embora esse entendimento minoritário não invalide a veracidade da assertiva, é interessante
que o candidato conheça esse posicionamento e o exponha em provas escritas, demonstrando
seu conhecimento.

II) CORRETA: De fato, o Poder Judiciário, quando declara parcialmente a inconstitucionalidade


de uma norma, pode insurgir-se contra expressões ou palavras do artigo de lei impugnado,
extirpando-as do texto para torná-lo compatível com o parâmetro de controle. O mesmo não
ocorre com o veto do Chefe do Poder Executivo, vez que, conforme dispõe o artigo 66, § 2°, da
Constituição (aplicável por simetria ao processo legislativo estadual), o veto parcial somente
deve abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

III) CORRETA: Muito embora haja alguma dissonância na doutrina (afirmando, sobretudo, que
no sistema da Constituição de 1988 o Governador do Estado é legitimado universal para a
propositura de ADI), a doutrina majoritária e julgados do STF e do STJ entendem que o Chefe
do Executivo pode deixar de aplicar lei que entenda inconstitucional, inclusive orientando a
Administração no mesmo sentido: “Os Poderes Executivo e Legislativo, por sua chefia – e
isso mesmo tem sido questionado com o alargamento da legitimação ativa na ação direta de
inconstitucionalidade –, podem tão só determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de
aplicar administrativamente as leis ou atos com força de lei que considerem inconstitucionais”.
(ADI 221, Rel. Min. Moreira Alves, j. em 22/10/1993). Esta posição também é adotada no
âmbito da PGE/SP, embora tida como excepcional.

GABARITO: E

5. Assinale a alternativa correta acerca da disciplina constitucional do direito à educação:


A) A jurisprudência do STF considera possível a cobrança de taxa de matrícula por
universidades públicas como fonte alternativa de receitas para o ensino superior,
mas desde que não incida sobre estudantes de baixa renda.

B) É dever do Estado garantir atendimento educacional especializado aos portadores


de deficiência, preferencialmente em unidades especializadas no atendimento de
necessidades especiais.

C) A Constituição afirma que os Municípios devem atuar prioritariamente nos


ensinos fundamental e médio, cabendo aos Estados e à União a atuação em
primazia no ensino superior.

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D) O ensino é livre à iniciativa privada e independe de prévia autorização estatal,


mas sujeita-se, contudo, ao cumprimento das normas gerais de educação editadas
pelo Poder Público federal.

E) Muito embora a Constituição vede genericamente a vinculação de receitas


orçamentárias, é permitido aos Estados e ao Distrito Federal vincular parte das
suas receitas a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Ordem social: a) fundamento e objetivos; b) seguridade social; c)
educação, cultura e desporto; d) comunicação social; e) meio ambiente; f) família,
criança, adolescente e idoso; g) índios.

A) INCORRETA: nos termos da Súmula Vinculante nº 12, a cobrança de taxa de matrícula nas
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal, dispositivo que
preconiza a “(...) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. Note, contudo,
que a jurisprudência do STF não veda a cobrança de taxas de inscrição em processos seletivos
ou vestibulares (AI-AgR 748944), taxa de expedição de diploma (RE 597872-AgR) nem a
cobrança de mensalidades em cursos de pós-graduação lato sensu: “A garantia constitucional
da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade em
cursos de especialização”. (Tese de Repercussão Geral - RE 597854, Relator Ministro Edson
Fachin, j. em 26.4.2017).

B) INCORRETA: Embora realmente seja dever do Estado conferir atendimento especializado


aos portadores de deficiência, o texto constitucional afirma que tal atendimento deve ser feito
preferencialmente na rede regular de ensino (e não em escolas especialmente voltadas para
suas necessidades especiais), nos termos do art. 208, III, da Constituição.

C) INCORRETA: Na verdade os Municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental


e na educação infantil. Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e médio, nos termos do artigo 211, §§ 2° e 3°, da Lei Maior.

D) INCORRETA: Segundo o artigo 209 da Constituição, o ensino é livre à iniciativa privada,


mas está sujeito à “autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público” (inciso II), além
do “cumprimento das normas gerais da educação nacional” (inciso I).

E) CORRETA: o artigo 218, § 5°, da Lei Maior autoriza os Estados e o Distrito Federal –

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atenção, não estão contemplados a União e os Municípios – a vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e pesquisa científica e tecnológica.
É comum, no Estado de São Paulo, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) aplique
o comando constitucional vinculando às universidades estaduais determinado percentual da
arrecadação do ICMS. Veja, a seguir, a disposição correspondente na LDO paulista para o
exercício de 2018: “Os valores dos orçamentos das Universidades Estaduais serão fixados na
proposta orçamentária do Estado para 2018, devendo as liberações mensais dos recursos do
Tesouro respeitar, no mínimo, o percentual global de 9,57% (nove inteiros e cinquenta e sete
centésimos por cento) da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação - ICMS - Quota-Parte do Estado, no mês de referência. (...)” (artigo 5º da Lei
Estadual nº 16.511, de 27 de julho de 2017).

GABARITO: E

PROFESSOR: RAVI PEIXOTO


E-mail: profcei.ravipeixoto@gmail.com

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

6. Sobre o tema da declaração de inconstitucionalidade, assinale a alternativa incorreta:


A) Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão
especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade sobre a questão.

B) Não se admite a interposição de recurso extraordinário em face da decisão do


incidente de arguição de inconstitucionalidade.

C) A cláusula de reserva de plenário para a declaração de inconstitucionalidade


de leis ou atos normativos do poder público não se aplica ao Supremo Tribunal
Federal no julgamento de recursos extraordinários.

D) Caso algum tribunal não obedeça a cláusula de reserva de plenário nos casos
em que ela é obrigatória, é cabível reclamação perante o STF.

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E) O CNJ também tem a possibilidade de reconhecer a inconstitucionalidade como


fundamento de suas decisões, devendo igualmente obedecer à necessidade de
manifestação no sentido da inconstitucionalidade pela maioria absoluta de seus
membros.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14. Do processo nos Tribunais. Da ordem dos processos nos Tri-
bunais. Uniformização de jurisprudência. Declaração de inconstitucionalidade. A
súmula vinculante 10 do STF. Súmulas.

A) INCORRETA: De acordo com o art. 948 do CPC, “Os órgãos fracionários dos tribunais
não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando
já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a
questão”. Não há necessidade que o pronunciamento do STF tenha ocorrido em controle
concentrado, podendo ter ocorrido no controle difuso.

B) CORRETA: De acordo com a súmula 513 do STF, “A decisão que enseja a interposição
de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de
inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento
do feito”.

C) CORRETA: A regra é a submissão da declaração de inconstitucionalidade de leis ou atos


normativos do poder público ao plenário/órgão especial, inclusive como é destacado pela
súmula vinculante n. 10.

No entanto, existem várias exceções. Uma delas é o próprio STF, segundo o qual “O STF
exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento
do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental
para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF”. (RE 361.829 ED, rel. min. Ellen Gracie, 2ª T,
DJE de 19-3-2010). Ainda consta do inteiro teor do acórdão que “por expressa disposição
regimental, as Turmas integrantes do STF detém competência para julgamento de recurso
extraordinário, via apropriada à discussão de violação constitucional”. Ou seja, o raciocínio é de
que, se as turmas possuem competência para julgar recurso extraordinário, podem igualmente
reconhecer a inconstitucionalidade de textos normativos sem remessa ao plenário.

D) CORRETA: Trata-se de uma decorrência da desobediência da súmula vinculante n 10,


segundo a qual, “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de

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lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”. E, como
destacado pelo art. 7º, caput, da Lei da súmula vinculante, “Da decisão judicial ou do ato
administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou
aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo
dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação”.

E) CORRETA: De acordo com o STF, “Nesses termos, concluída pelo Conselho Nacional
de Justiça a apreciação da inconstitucionalidade de lei aproveitada como fundamento
de ato submetido ao seu exame, poderá esse órgão constitucional de controle do Poder
Judiciário valer-se da expedição de ato administrativo formal e expresso, de caráter normativo,
para impor aos órgãos submetidos constitucionalmente à sua atuação fiscalizadora a invalidade
de ato administrativo pela inaplicabilidade do texto legal no qual se baseia por contrariar a
Constituição da República..(...) 18. Há que se ter como indispensável, condição mesma de
eficácia jurídica tanto da declaração de inconstitucionalidade assentada incidentalmente
quanto da decisão administrativa extensiva dos seus efeitos, a manifestação da maioria
absoluta dos membros do Conselho Nacional de Justiça.” (Pet 4656, Relatora Ministra
Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgamento em 19.12.2016, DJe de 4.12.2017).

GABARITO: A

7. Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a alternativa correta:


A) O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre todos
os demais feitos.

B) Uma vez instaurado o incidente de resolução de demandas repetitivas em


tribunal estadual ou federal, apenas as partes em processos em curso no limite
da competência territorial do tribunal poderão requerer a suspensão de todos os
processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem
sobre a questão objeto do incidente.

C) O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados


concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

D) Não observada a tese adotada no incidente por órgão administrativo, caberá


reclamação.

E) A revisão da tese jurídica firmada no incidente será feita pelo mesmo tribunal,

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desde que haja requerimento do Ministério Público ou Defensoria Pública.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14. Do processo nos Tribunais. Da ordem dos processos nos Tri-
bunais. Uniformização de jurisprudência. Declaração de inconstitucionalidade. A
súmula vinculante 10 do STF. Súmulas.

A) INCORRETA: De acordo com o art. 980, caput, do CPC, “O incidente será julgado no prazo
de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus”. Em outros termos, essa preferência não é absoluta
como aponta a assertiva.

B) INCORRETA: De acordo com o art. 982, § 3º, do CPC, “Visando à garantia da segurança
jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao
tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão
de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que
versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado”.

O § 4º traz a resposta da assertiva ao afirmar que “Independentemente dos limites da


competência territorial, a parte no processo em curso no qual se discuta a mesma
questão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência prevista no § 3º
deste artigo”, ou seja, não se limita à competência do tribunal em que instaurado o IRDR.

C) CORRETA: De acordo com o art. 984, §2º, do CPC, “O conteúdo do acórdão abrangerá
a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam
favoráveis ou contrários”. Note-se que trata-se de um dever de fundamentação qualificado,
pois, em geral, não se exige que todos os argumentos favoráveis sejam analisados, mas apenas
os contrários. Trata-se de uma exigência voltada à formação de precedentes de qualidade.

D) INCORRETA: Muito embora o art. 985, § 1º, do CPC, destaque o cabimento da reclamação
quando a decisão no incidente não seja obedecida, isso não permite concluir que isso se aplica
aos órgãos administrativos. Apenas quando haja expressa previsão sobre o tema, é possível
que se admita a reclamação diante de decisões no âmbito administrativo como ocorre, por
exemplo, no caso da súmula vinculante.

E) INCORRETA: De acordo com o art. 986 do CPC, “A revisão da tese jurídica firmada no
incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados
mencionados no art. 977, inciso III”. Note-se que a revisão também pode ser realizada de

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ofício!

Destaque-se que o art. 977, III, do CPC, faz menção ao MP e a defensoria pública.

GABARITO: C

8. Sobre o tema da ação, julgue os seguintes itens:


Item I: A possibilidade jurídica do pedido foi extinta pelo CPC/2015.

Item II: A ação de direito material, na atualidade, confunde-se com a ação de direito
material.

Item III: A denominada teoria eclética da ação, atribuída a Enrico Tullio Liebman
defende que, embora a ação prescinda da existência do direito subjetivo, sendo
abstrata, sua existência depende do modo como em cada caso concreto o direito
à sentença de mérito se relaciona com a ordem jurídica de direito material e com a
situação em que o autor se encontra em relação a este, sendo os requisitos para a
sentença de mérito denominados como as condições da ação.

A) Apenas o item I está correto.

B) Apenas os itens I e III estão corretos.

C) Todos os itens estão corretos.

D) Apenas o item III está correto.

E) Apenas o item II está correto.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Ação sob o enfoque processual. Classificação. Elementos. Con-
dições. Cumulação.

ITEM I: CORRETO: O art. 267, VI, do CPC/1973, destaca que “Art. 267. Extingue-se o
processo, sem resolução de mérito: (...) Vl - quando não concorrer qualquer das condições da
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual”. No
entanto, o art. 485, VI, do CPC apenas destaca que “Art. 485. O juiz não resolverá o mérito
quando: (...) VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual”, não mais

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fazendo referência à possibilidade jurídica do pedido.

ITEM II: INCORRETO: De acordo com a doutrina de Humberto Theodoro Junior, “A ação é
fenômeno que tanto tem sentido no direito material como no direito processual. No sentido
material, a ação existe em favor do titular de um direito desde que este nasceu até sua extinção
ou preclusão”. Por outro lado, continua o autor “Direito de ação, no plano de direito processual,
isto é, de direito público, não decorre da preexistência de um direito subjetivo material a tutelar,
mas provém da própria pretensão à prestação jurisdicional”. (...) O direito de ação, no sentido
processual, pressupõe não propriamente o direito material da parte que atua em juízo, mas o
direito de obter a prestação jurisdicional pacificadora da controvérsia em que se acha envolvido.
(Curso de direito processual civil. 56 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, v. I, p. 171-172) Nota-
se que os conceitos não se confundem, pois a ação de direito material está relacionada com
o direito subjetivo da parte e a ação de direito processual apenas com a pretensão à tutela
jurídica, seja ela favorável ou não.

ITEM III: CORRETO: De acordo com Dinamarco, essa teoria é, de fato, atribuída a Liebman,
em aula inaugural na Universidade de Turim, em que defendeu que “embora a ação prescinda
da existência do direito subjetivo – sendo por isso abstrata – sua existência depende do
modo como em cada caso concreto o direito à sentença de mérito se relaciona com a ordem
jurídica de direito material e com a situação em que o autor se encontra em relação a este. Foi
dada então muita ênfase às condições da ação como requisitos para que, em cada situação
concretamente considerada, o autor tivesse direito ao pronunciamento jurisdicional de mérito”
(Instituições de direito processual civil. 7º ed. São Paulo: Malheiros, 2017, v. II, p. 375-376).

GABARITO: B

9. Acerca do magistrado e dos auxiliares de justiça, assinale a alternativa correta:


A) É possível a prisão do depositário infiel, mas tão apenas nos casos de depósito
judicial.

B) Não cabe recurso contra decisão do magistrado que não reconhece o seu
impedimento ou suspeição, limitando-se a dar as suas razões para tanto e a remeter
o incidente ao órgão julgador competente.

C) O incidente de impedimento ou suspeição tem efeito suspensivo ope legis.

D) O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando, no

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exercício de suas funções, proceder com culpa ou dolo.

E) Na ação rescisória, estão impedidos juízes que participaram do julgamento


rescindendo.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8. Processo. Relação jurídica processual. Pressupostos proces-
suais de existência, validade e negativos. Atos processuais das partes, do ma-
gistrado e dos auxiliares da Justiça. Forma, tempo e lugar dos atos processuais.
Prazos processuais. Preclusão. Nulidades processuais. Comunicação dos atos
processuais. Formação, suspensão e extinção do processo.

A) INCORRETA: De acordo com a súmula vinculante n. 25, do STF, “É ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”. Em precedente específico,
destacou o STF que “O fato, Senhores Ministros, é que, independentemente da orientação que
se venha a adotar (supralegalidade ou natureza constitucional dos tratados internacionais de
direitos humanos), a conclusão será, sempre, uma só: a de que não mais subsiste, em nosso
sistema de direito positivo interno, o instrumento da prisão civil nas hipóteses de infidelidade
depositária, cuide-se de depósito voluntário (convencional) ou trate-se, como na espécie, de
depósito judicial, que é modalidade de depósito necessário.” (HC 90983, Relator Ministro Celso
de Mello, Segunda Turma, julgamento em 23.9.2008, DJe de 13.5.2013).

B) CORRETA: De acordo com o STJ, “Diante da inexistência de caráter decisório, não cabe
recurso contra decisão do magistrado que, com base na parte final do art. 313 do CPC/1973
(art. 146, § 1º, CPC/2015), não reconhece o seu impedimento ou suspeição, limitando-se a
dar as suas razões para tanto, a determinar a suspensão do feita e a remessa do incidente
ao órgão julgador competente”. (STJ, 2ª T., AgRg no AREsp 498.432/PB, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, j. 17/05/2016, DJe 23/05/2016). Portanto, correta a assertiva.

C) INCORRETA: No CPC/2015, o incidente de impedimento ou suspeição pode ou não ter


efeito suspensivo, a depender da decisão do relator no tribunal, nos termos do art. 146,
§ 2º: “§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o
incidente for recebido: I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; II – com efeito
suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente”.

D) INCORRETA: De acordo com o art. 143, I, do CPC/2015, “Art. 143. O juiz responderá, civil
e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder
com dolo ou fraude”. Portanto, o juiz deve atuar com dolo e não apenas com culpa para ser

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responsabilizado.

E) INCORRETA: De acordo com a súmula n. 252 do STF, ocorre justamente o contrário, pois
ela afirma que “Na ação rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento
rescindendo”.

GABARITO: B

10. Acerca do tema da petição inicial, dos pedidos e suas decorrências no código de
processo civil, assinale a resposta correta:
A) Caso a parte formule pedidos alternativos, o acolhimento de quaisquer desses
pedidos gera interesse recursal para que o outro pedido seja concedido.

B) É vedada a possibilidade da emenda da petição inicial após a contestação.

C) O prazo de quinze dias para a emenda da inicial é peremptório.

D) Para a cumulação de pedidos em um único processo e contra um mesmo réu, é


imprescindível que haja compatibilidade entre eles.

E) É facultado ao autor e ao reconvinte, até a citação, aditar ou alterar o pedido ou


a causa de pedir, independentemente do consentimento do réu ou do reconvindo,
bem como fazê-lo, até o saneamento do processo, com o consentimento do réu ou
do reconvindo, desde que a ele seja assegurado o direito ao contraditório.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11.1. Procedimento ordinário. Fases. Petição inicial. Citação. Efei-
tos. Despacho inicial. Condutas do réu. Providências preliminares. Julgamento
conforme o estado do processo. Provas. Teoria geral das provas. Provas em es-
pécie. Audiência de instrução e julgamento. Sentença. Tutela específica e meios
assecuratórios do resultado.

A) INCORRETA: De acordo com o art. 326, parágrafo único, do CPC, “É lícito formular mais
de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles”. Note-se que, quando há
a formulação de pedido alternativo, os dois possuem a mesma importância para a parte.
Em outros termos, caso quaisquer deles sejam julgados procedentes, não haverá interesse
recursal para que o outro seja concedido.

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Diversa é a situação casos fossem pedido em ordem subsidiária, permitidos pelo caput do art.
326 do CPC. Nessa situação, como há uma ordem de preferência, nos termos do enunciado
n. 288 do FPPC, “Quando acolhido o pedido subsidiário, o autor tem interesse de recorrer em
relação ao principal”.

B) INCORRETA: De acordo com o entendimento do STJ, “O fato de a emenda à inicial ter


se dado após a contestação do feito, por si só, não inviabiliza a adoção da diligência
corretiva prevista no art. 284 do CPC/1973 (art. 321, CPC/2015)” (STJ, 4ª T., REsp 1.229.296/
SP, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 10/11/2016, DJe 18/11/2016). Portanto, não há um impedimento
radical que impeça a emenda da inicial mesmo após a contestação.

C) INCORRETA: Consoante fixado pelo STJ em recurso repetitivo, “O prazo do art. 284
do CPC/1973 (art. 321, CPC/2015) não é peremptório, mas dilatório, ou seja, pode ser
reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por determinação do juiz” (STJ, 2ª
Seção, REsp 1.133.689 PE, Rel. Min. Massami Uyeda, j. 28/03/2012, DJe 18/05/2012, recurso
repetitivo).

D) INCORRETA: De acordo com o art. 327, § 1º, do CPC, “§ 1º São requisitos de


admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja
competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o
tipo de procedimento”.

Ocorre que o § 3º traz uma exceção ao afirmar que “O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações
de pedidos de que trata o art. 326”. Como indicado nos comentários a alternativa A, o art. 326
versa sobre a cumulação subsidiária e a alternativa, casos em que não há necessidade de
compatibilidade entre os pedidos, já que, pela sua própria natureza, eles são incompatíveis.

E) CORRETA: De acordo com o art. 329 do CPC, “Art. 329. O autor poderá: I - até a citação,
aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do
réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar”.

O seu parágrafo único ainda destaca que “Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção
e à respectiva causa de pedir”. Ou seja, a alternativa está correta.

GABARITO: E

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PROFESSOR: LUIS FILIPE CISCOTTO


E-mail: profcei.luisciscotto@gmail.com

DIREITO CIVIL

11. Conforme as disposições sobre o instituto da Ausência previstas no Código Civil,


assinale a alternativa CORRETA.

A) Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou


representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
ou o Ministério Público requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente
a sucessão.

B) A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito


cento e vinte dias depois de publicada pela imprensa.

C) Na sucessão provisória, os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez


provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia,
entrar na posse dos bens do ausente.

D) Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente


conta setenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

E) Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão


definitiva, ele não terá mais direito aos bens ainda existentes, nem àqueles que
foram comprados da venda dos bens que lhe pertenciam.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Ausência.

A) INCORRETA: Pela regra geral, um ano após a arrecadação de bens do ausente e da


correspondente nomeação de um curador, poderá ser aberta a sucessão provisória, mediante
pedido formulado pelos interessados. Deixando o ausente um procurador, o prazo é
excepcionado para três anos. Contudo, o Ministério Público somente pode requerer a abertura
da sucessão provisória findo o prazo mencionado, não havendo interessados em relação à

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herança (art. 28, § 1°).

Obs.: Não confundir o pedido de abertura da sucessão provisória com o ajuizamento de ação
específica para a declaração de ausência, em que o Ministério Público terá legitimidade para
requerer (art. 22. “Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador).

Portanto, são considerados interessados para requerer a sucessão provisória do ausente:

a) o cônjuge não separado judicialmente;

b) os herdeiros, sejam eles legítimos ou testamentários, situação em que se enquadra a


companheira, conforme arts. 1.790 e 1.844 do CC;

c) os que tiverem direitos relacionados com os bens do ausente, particularmente para após a
sua morte;

d) os credores de obrigações vencidas e não pagas pelo desaparecido.

Código Civil.

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:

I - o cônjuge não separado judicialmente;

II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;

III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;

IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Art. 28, § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na
sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.

B) INCORRETA: Nos termos do art. 28 do CC, a sentença que determinar a abertura da


sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa,
não transitando em julgado no prazo geral. Contudo, logo após o trânsito em julgado, é possível

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a abertura de eventual testamento deixado pelo desaparecido, bem como do inventário para a
partilha dos bens deixados.

Caso seja necessário, antes da partilha, o juiz poderá determinar que os bens móveis sujeitos
a deterioração ou a extravio sejam convertidos em bens imóveis ou em títulos garantidos pela
União (art. 29 do CC).

C) CORRETA: Ocorrendo a sucessão provisória, os herdeiros devem dar garantias para


serem imitidos na posse dos bens do ausente, mediante penhores, hipotecas, equivalentes
aos quinhões respectivos. Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder
prestar a garantia exigida, será excluído, mantendo-os os bens que lhe deviam caber sob a
administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
Estão dispensados de prestar garantias os ascendentes, os descendentes e o conjunge que
provarem a sua qualidade de herdeiros.

Por fim, o herdeiro descendente, ascendentes ou cônjuge do ausente terá direito a todos os
frutos colhidos durante o momento de exercício da posse. Os demais sucessores terão direito
somente em relação à metade desses frutos, devendo prestar contas ao juiz competente.
Retornando o ausente e provada a sua ausência voluntária, perderá totalmente o direito quanto
aos frutos para o sucessor correspondente.

Código Civil.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão
garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
quinhões respectivos.

§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia
exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob
a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste
essa garantia.

§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua


qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse
dos bens do ausente.

Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do


ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os
outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos,
segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público,

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e prestar anualmente contas ao juiz competente.

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária
e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.

D) INCORRETA: Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente


conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele (art. 38). Segundo
a doutrina, nestes casos, não há a necessidade de se observar as fases anteriores (curadoria
dos bens do ausente e sucessão provisória), ingressando na terceira fase, de forma direta.

E) INCORRETA: Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão


definitiva, terá ele direito somente em relação aos bens ainda existentes, no estado em que se
encontrarem, ou em relação àqueles bens que foram comprados da venda dos bens que lhe
pertenciam (bens sub-rogados), o que necessita de prova. Essa regra, também é aplicável aos
ascendentes ou descendentes que surgirem, nesse prazo, tendo sido atribuída a herança para
sucessores de outras classes.

Por fim, ressalta-se que, após esse prazo de dez anos, se não regressar o ausente, os bens
arrecadados serão definitivamente dos herdeiros, não tendo o desaparecido qualquer direito.
Outrossim, também não retornando o ausente e não tendo ele herdeiros, os bens serão tidos
como vagos, passando ao domínio do Estado, que passa a ser do Município ou do Distrito
Federal, se localizado nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.

Código Civil.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão
definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão
só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar,
ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens
alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar,
e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados
passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas
respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados
em território federal.

GABARITO: C

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12. Assinale a alternativa CORRETA no que diz respeito à participação de terceiros em


relações negociais.

A) Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, não é permitido exigir


o seu adimplemento, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato,
se a ele anuir, e o estipulante não o inovar.

B) Aquele que tiver prometido fato de terceiro não pode responder por perdas e
danos, quando este o não executar.

C) Na promessa de fato de terceiro, não haverá responsabilidade se o terceiro for o


cônjuge do promitente, sendo prescindível sua anuência para o ato ser praticado.

D) Subsiste a responsabilidade do promitente, se o terceiro depois de se ter


obrigado, faltar ao cumprimento da prestação.

E) No contrato com pessoa a declarar, no momento da conclusão do contrato,


pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir
os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes, tendo essa indicação de ser
comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se
outro não tiver sido estipulado.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Contratos: Estipulação em favor de terceiro e Promessa de fato de
terceiro.

A) INCORRETA: A estipulação em favor de terceiro ocorre na situação em que um terceiro, que


não é parte do contrato, é beneficiado por seus efeitos, podendo exigir o seu adimplemento.
Exemplo: no contrato de seguro de vida, em que consta terceiro como beneficiário. Tal contrato
é celebrado entre segurado e seguradora, mas os efeitos são direcionados a um terceiro que
consta do instrumento, mas que não o assina.

Assim, na estipulação em favor de terceiro, os efeitos são de dentro para fora do contrato, ou
seja, exógenos. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido
exigir o seu adimplemento, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se
a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 do CC (“O estipulante pode
reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua

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anuência e da do outro contratante”).

Por fim, aquele que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.

Código Civil: Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento
da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a
obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e
normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art.
438.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de


reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no


contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo
único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última
vontade.

B) INCORRETA: Na promessa de fato de terceiro, determinada pessoa promete que certa


conduta seja praticada por outrem, sob pena de responsabilização civil. É o que dispõe o
art. 439 do CC: “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos,
quando este o não executar”.

Assim, o único vinculado é o que promete, assumindo a obrigação de fazer que, não sendo
executada, resolve-se em perdas e danos.

C) INCORRETA: Enuncia o art. 439, parágrafo único, do CC que a responsabilidade do


promitente não existirá se o terceiro for seu cônjuge, dependendo da sua anuência para o ato
ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha
a recair sobre os seus bens.

Código Civil. Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por
perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade
não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência
o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de
algum modo, venha a recair sobre os seus bens.

Segundo Carlos Roberto Gonçalves, “o parágrafo único do art. 439 visa à proteção de um dos
cônjuges contra desatinos do outro, negando a eficácia à promessa de fato de terceiro quando
este for cônjuge do promitente, o ato a ser por ele praticado depender da sua anuência e, em

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virtude do regime de casamento, os bens do casal venham a responder pelo descumprimento


da promessa.”

Ainda, de acordo com a doutrina, essa regra visa impedir que o cônjuge, geralmente a mulher,
por ter usado do seu direito de veto, venha a sofrer consequências da ação de indenização
que mais tarde se mova contra o cônjuge do promitente. O pressuposto é que, pelo regime
do casamento, a ação indenizatória venha, de algum modo, a prejudicar o cônjuge que nada
prometera.

Observação: A fiança dada pelo marido sem a anuência da mulher pode ser por ela anulada
(art. 1.649, CC). Caso ocorra a concessão de aval, pode esta opor embargos de terceiro para
livrar da penhora a sua meação.

D) INCORRETA: Conforme o art. 440 do CC, se o terceiro pelo qual o contratante se obrigou
comprometer-se pessoalmente, estará o outro exonerado de responsabilidade:

Segundo Flávio Tartuce, “a promessa pessoal substitui a promessa feita por um terceiro, havendo
uma cessão da posição contratual, pois o próprio terceiro é quem terá a responsabilidade
contratual. O exemplo é o de um promotor de eventos que promete um espetáculo de um
cantor famoso. Caso o cantor não compareça ao show, responderá aquele que fez a promessa
perante o outro contratante, Todavia, se o próprio cantor assumiu pessoalmente o compromisso,
não haverá mais a referida promessa de terceiro.”

Portanto, diferentemente da estipulação em favor de terceiro, em que os efeitos são de dentro


para fora do contrato (exógenos), nesta hipótese os efeitos são de fora para dentro do contrato
(endógenos), pois a conduta de um estranho ao contrato repercute para dentro deste.

E) CORRETA: No contrato com pessoa a declarar ou com cláusula pro amico eligendo, no
momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se à faculdade de indicar
a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes (art. 467,
CC). Ademais, essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da
conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado e a aceitação da pessoa nomeada
não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.

Trata-se de contrato comum nos compromissos de compra e venda de imóveis, nos quais o
compromissário comprador reserva para si a opção de receber a escritura definitiva ou indicar
terceiro para nela figurar como adquirente. Entretanto, este tipo de avença pode aplicar-se a
toda espécie de contrato que, pela sua natureza, não demonstre incompatibilidade.

A referida cláusula pro amico eligendo ou sibi aut amico vel eligendo evita despesas com a

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nova alienação, nos casos de bens adquiridos com propósito de revenda. Feita validamente, a
pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato com efeito retroativo
(art. 469, CC).

Código Civil.

Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a
faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações
dele decorrentes.

Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias
da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A
aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma
que as partes usaram para o contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire


os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento
em que este foi celebrado.

Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:

I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;

II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no


momento da indicação.

Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação,


o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.

GABARITO: E

13. Sobre a Lei n. 4.591/64 que dispõe sobre o condomínio em edificações e as


incorporações imobiliárias, marque a alternativa INCORRETA.

A) Foi autorizada, para viabilizar a incorporação, a constituição pela incorporadora


de patrimônio de afetação destinado à consecução correspondente e à entrega
das unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes.

B) Ainda que apartado de seu patrimônio, pode o incorporador dar em garantia real
o terreno bem como as unidades imobiliárias construídas com o fim de obtenção

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de financiamento bancário.

C) Não se considera abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios


incidentes em período anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso
de compra e venda de imóveis em construção sob o regime de incorporação
imobiliária.

D) Exclui-se do patrimônio de afetação o valor referente ao preço de alienação da


fração ideal de terreno de cada unidade vendida, no caso de incorporação em que
a construção seja contratada sob o regime por empreitada ou por administração.

E) Não é válida a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a


obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de
compra e venda de unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Incorporação imobiliária.

A) CORRETA: Conforme o caput do artigo 31-A e § 1º da Lei 4.591/1964, dispositivos incluídos


pela Lei 10.931/2004, foi autorizada a constituição, por vontade da incorporadora, de patrimônio
de afetação: separa de seu patrimônio o terreno adquirido, as acessões que nele edificará e os
direitos decorrentes com o fim de viabilizar a incorporação.

L. 4.591/64. Art. 31-A. A critério do incorporador, a incorporação poderá ser


submetida ao regime da afetação, pelo qual o terreno e as acessões objeto de
incorporação imobiliária, bem como os demais bens e direitos a ela vinculados,
manter-se-ão apartados do patrimônio do incorporador e constituirão patrimônio de
afetação, destinado à consecução da incorporação correspondente e à entrega das
unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes. (Incluído pela Lei nº 10.931, de
2004)

§ 1° O patrimônio de afetação não se comunica com os demais bens, direitos e


obrigações do patrimônio geral do incorporador ou de outros patrimônios de
afetação por ele constituídos e só responde por dívidas e obrigações vinculadas à
incorporação respectiva. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004)

§ 2° O incorporador responde pelos prejuízos que causar ao patrimônio de


afetação. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004)

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Portanto, na incorporação imobiliária, a submissão ao regime de afetação é facultativa ao


incorporador e, por esse regime, o terreno e as acessões objeto de incorporação imobiliária,
bem como os demais bens e direitos a ela vinculados, manter-se-ão apartados do patrimônio
do incorporador e constituirão patrimônio de afetação, destinado à consecução da incorporação
correspondente e à entrega das unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes.

B) CORRETA: Ainda que a incorporadora tenha separado o terreno e as unidades imobiliárias


de seu patrimônio, admite-se que ela os conceda em garantia para obtenção de financiamento
bancário. Em contrapartida impõe-se a exigência de que todo o montante tomado em
empréstimo deve ser empregado na incorporação.

L. 4.591/64. Art. 31-A. § 3º Os bens e direitos integrantes do patrimônio de


afetação somente poderão ser objeto de garantia real em operação de crédito cujo
produto seja integralmente destinado à consecução da edificação correspondente e
à entrega das unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes. (Incluído pela Lei
nº 10.931, de 2004)

C) CORRETA: O STJ entende que não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios
incidentes em período anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso de compra
e venda de imóveis em construção sob o regime de incorporação imobiliária (Segunda Seção.
EREsp 670.117-PB, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. Antonio
Carlos Ferreira, julgados em 13/6/2012).

Tais juros compensatórios, denominados “juros no pé”, são cobrados antes de ocorrer a entrega
das chaves, cláusula costumeiramente presente em contratos de compromisso de compra e
venda de unidade predial a ser construída (“na planta”). Normalmente eles são cobrados na
razão de 1% ao mês.

“Quanto aos juros compensatórios denominados “Juros no pé”, aplica-se a


jurisprudência firmada pela 2ª Seção, harmonizando o entendimento de suas
Turmas, no sentido de que “não considera abusiva cláusula contratual que preveja
a cobrança de juros antes da entrega das chaves, que, ademais, confere maior
transparência ao contrato e vem ao encontro do direito à informação do consumidor
(art. 6º, III, do CDC), abrindo a possibilidade de correção de eventuais abusos”
(EREsp 670117/PB, Rel. Min. SIDNEI BENETI, Rel. p/ Acórdão Min. ANTONIO
CARLOS FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, DJe 26/11/2012).”mAgravo Regimental
provido, reconhecida a legalidade da cláusula do contrato de promessa de compra
e venda de imóvel que previu a cobrança de juros compensatórios de 1% (um por

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cento) a partir da assinatura do contrato.” (STJ, AgRg no Ag 1384004/RJ, Rel.


Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe
25/06/2014)

D) CORRETA: Exclui-se do patrimônio de afetação o valor referente ao preço de alienação da


fração ideal de terreno de cada unidade vendida, no caso de incorporação em que a construção
seja contratada sob o regime por empreitada ou por administração.

L. 4.591/64. Art. 31-A. § 8º Excluem-se do patrimônio de afetação:

II - o valor referente ao preço de alienação da fração ideal de terreno de cada


unidade vendida, no caso de incorporação em que a construção seja contratada sob
o regime por empreitada (art. 55) ou por administração (art. 58). (Incluído pela Lei
nº 10.931, de 2004)

E) INCORRETA: De acordo com a jurisprudência do STJ, é válida a cláusula que transfere ao


consumidor a obrigação de pagar a comissão de corretagem, exigindo-se transparência, com
o destaque do valor da comissão de corretagem.

“I - TESE PARA OS FINS DO ART. 1.040 DO CPC/2015:

1.1. Validade da cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador


a obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de
compra e venda de unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde
que previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o
destaque do valor da comissão de corretagem.

1.2. Abusividade da cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria


técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere, vinculado à celebração de
promessa de compra e venda de imóvel.

II - CASO CONCRETO: 2.1. Improcedência do pedido de restituição da comissão


de corretagem, tendo em vista a validade da cláusula previsto no contrato acerca da
transferência desse encargo ao consumidor. Aplicação da tese 1.1.

2.2. Abusividade da cobrança por serviço de assessoria imobiliária, mantendo-se a


procedência do pedido de restituição. Aplicação da tese 1.2.

III - RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO.

(STJ, RESP 1.599.511-SP, 2ª Seção, DJe 06/09/2016)

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Portanto, é necessária a clareza e a transparência na previsão contratual ao transferir o


pagamento para o promitente-comprador nos contratos de compra-venda de unidades
autônomas, sendo que o custo deve ser previamente informado, especificando o valor do
imóvel e especificando o valor da comissão de corretagem, ainda que paga destacadamente.

GABARITO: E

14. No que se refere à transmissão da obrigação pela cessão de crédito, assinale a


opção CORRETA:

A) A cessão de crédito, em regra, tem eficácia inter partes, exigindo-se, contudo, a


forma escrita para que tenha validade entre os negociantes.

B) É necessário que o devedor seja notificado e concorde com a cessão para ela
ter eficácia.

C) Em regra, a cessão de crédito é pro soluto.

D) Na cessão de crédito, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável


ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu.

E) Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito não são abrangidos os


seus acessórios.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Cessão de crédito;

A) INCORRETA: Em regra, a cessão tem eficácia inter partes, não se exigindo sequer a forma
escrita para que tenha validade entre os negociantes (art. 107, CC: “A validade da declaração
de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”).
Para ter eficácia perante terceiro, é necessária a celebração de um acordo escrito, por meio de
instrumento público ou de instrumento particular, revestido das solenidades do art. 654 do CC.

Código Civil. Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um


crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular
revestido das solenidades do § 1º do art. 654.

Portanto, aplica-se à cessão de crédito a regra do art. 107 do CC que consagra o princípio da

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liberdade das formas.

B) INCORRETA: Para que a cessão seja válida, não é necessário que o devedor (cedido)
concorde com ela ou mesmo participe. Conforme o art. 290 do CC, a cessão não terá eficácia
se o devedor não for notificado, podendo ser judicial ou extrajudicial, admitindo-se, ainda, a
notificação presumida, pela qual o devedor, em escrito público ou particular, declare-se ciente
da cessão feita.

C) CORRETA: Conforme previsão do art. 296 do CC, o cedente não responde pela solvência
do devedor ou cedido. Assim, em regra, a cessão de crédito é pro soluto.

Segundo Flávio Tartuce, “Isso ocorre no contrato de factoring, por exemplo, situação em que o
faturizado não responde perante o faturizador pela solvência do devedor, sendo a ausência de
responsabilidade um risco decorrente da natureza do negócio.”

Ademais, havendo previsão de responsabilidade pela solvência do cedido no instrumento


obrigacional, a cessão é denominada pro solvendo, e, desta forma, o cedente será responsável
perante o cessionário pela solvência do devedor, não respondendo mais do que daquele
recebeu, com os respectivos juros.

Código Civil.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.

Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não


responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem
de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a
cobrança.

Em resumo:

a) Cessão pro soluto: é aquela que confere quitação pela e imediata do débito do cedente
para com o cessionário, exonerando o cedente. É a regra geral prevista na lei, não havendo
responsabilidade do cedente pela solvência do cedido.

b) Cessão pro solvendo: é aquela em que a transferência do crédito é feita com intuito de
extinguir a obrigação apenas quando o crédito for efetivamente cobrado. Deve haver previsão
pelas partes, respondendo o cedente perante o cessionário pela solvência do cedido.

D) INCORRETA: A cessão de crédito pode ser onerosa ou gratuita. Na cessão onerosa, o

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cedente, ainda que não se responsabilize expressamente, fica responsável ao cessionário


pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu. Portanto, essa responsabilidade é tão
somente quanto à existência da dívida, e não pela sua validade. A mesma responsabilidade
cabe ao cedente nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.

Código Civil. Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não
se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao
tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por
título gratuito, se tiver procedido de má-fé.

E) INCORRETA: De acordo com o art. 287 do CC, “salvo disposição em contrário, na cessão
de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios”.

Trata-se, portanto, de uma cessão legal, que decorre da lei, tendo origem na norma jurídica.
Aplica-se a máxima de que o acessório segue o principal (princípio da gravitação jurídica).

GABARITO: C

15. Responda de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça a respeito


das regras previstas para os condomínios:

A) O condômino não possui legitimidade para propor ação de prestação de contas


em face do síndico.

B) Nas relações jurídicas estabelecidas entre condomínio e condôminos incide o


Código de Defesa do Consumidor.

C) O condomínio é responsável pelo pagamento do IPTU incidente sobre as áreas


comuns e de terceiros, pois é de sua a titularidade do domínio útil.

D) Na vigência do Código Civil de 2002, é decenal o prazo prescricional para que


o condomínio geral ou edilício (horizontal ou vertical) exercite a pretensão de
cobrança da taxa condominial ordinária ou extraordinária constante em instrumento
público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação.

E) O condômino que estiver em débito com as obrigações condominiais não poderá


votar nas assembleias do condomínio, ainda que seja proprietário de diversas unidades
autônomas e esteja inadimplente apenas em relação a uma ou algumas destas.

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COMENTÁRIO
Ponto do edital: Condomínio geral. Condomínio em edificações.

A) CORRETA: O condômino, isoladamente, não possui legitimidade para propor ação de


prestação de contas em face do síndico. Segundo a Lei n. 4.591/64, que dispõe sobre o
condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias, compete ao síndico prestar contas
à assembleia de condôminos: “Art. 22. Será eleito, na forma prevista pela Convenção, um
síndico do condomínio, cujo mandato não poderá exceder de 2 anos, permitida a reeleição. §
1º Compete ao síndico: (...) f) prestar contas à assembleia dos condôminos.”

No mesmo sentido, o artigo 1.348, inciso VIII, do Código Civil dispõe que compete ao síndico,
entre outras atribuições, prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas.

Assim, o STJ entendeu que falta interesse de agir ao condômino em exigir a prestação de
contas do síndico, já que este não tem obrigação de prestar contas a cada um dos condôminos,
mas a todos, perante a assembleia:

“RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. CONDOMÍNIO. PRESTAÇÃO


DE CONTAS. CARÊNCIA DA AÇÃO. CONDÔMINO. ILEGITIMIDADE ATIVA.
ART. 22, §1º, “f”, DA LEI nº 4.591/1964. FALTA DE INTERESSE DE AGIR.
DOCUMENTOS APRESENTADOS EXTRAJUDICIALMENTE. 1. O condômino,
isoladamente, não possui legitimidade para propor ação de prestação de contas,
pois a obrigação do síndico é de prestar contas à assembleia, nos termos do art. 22,
§1º, “f”, da Lei nº 4.591/1964. 2. Faltará interesse de agir ao condômino quando as
contas já tiverem sido prestadas extrajudicialmente, porque, em tal hipótese, a ação
judicial não terá utilidade. 3. Recurso especial provido.” (STJ, REsp 1046652/RJ,
Terceira Turma, DJe 30/09/2014).

O condômino, embora titular do interesse gerido por outrem, não tem legitimidade para,
individualmente, ajuizar ação de prestação de contas contra o síndico. No caso concreto, o
condomínio prestou contas à assembleia e esta as aprovou, cumprindo com sua obrigação
legal. O condômino, individualmente, não possui direito de exigir novamente prestação de
contas. Se esse condômino entende que a aprovação das contas pela assembleia foi irregular,
a única saída que lhe resta é ajuizar uma ação de anulação da assembleia/deliberação
social. Não cabe ao condômino sobrepor-se à assembleia, que se traduz no órgão supremo do
condomínio, pois através de suas deliberações é que se manifesta a vontade da coletividade
dos condôminos sobre todos os interesses comuns.

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B) INCORRETA: Não incide o Código de Defesa do Consumidor nas relações jurídicas


estabelecidas entre condomínio e condôminos. “A jurisprudência desta Corte é pacífica no
sentido de que não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas existentes
entre condomínio e condôminos.” (STJ, AgRg no REsp 1096723/PR).

C) INCORRETA: As autoridades fiscais sustentavam que o IPTU incidiria não apenas sobre os
apartamentos existentes em condomínios, mas também sobre as áreas comuns, como qualquer
espaço edilício de uso comunitário pelos moradores e proprietários, devendo o imposto predial
urbano ser pago por todos os condôminos, na forma estabelecida pela convenção condominial
ou segundo a fração ideal correspondente a cada unidade imobiliária, caso a convenção seja
omissa.

Contudo, o STJ decidiu que “o condomínio não é responsável pelo pagamento do IPTU
incidente sobre as áreas comuns e de terceiros, pois não é sua a titularidade do domínio útil,
tampouco exerce posse com animus domini”.

Nesse sentido:

“No caso, o Distrito Federal pretende que o Condomínio seja qualificado como
contribuinte do IPTU, em relação às suas áreas comuns. Todavia, diante da
exegese do art. 34 do CTN, é de se inferir que o Condomínio não detém a qualidade
de proprietário, possuidor ou titular do domínio útil de suas áreas comuns, visto
que se trata de mero administrador do bem. Na esteira do entendimento firmado
na Segunda Turma do STJ, “o condomínio não exerce posse com animus domini,
motivo pelo qual não pode ser considerado sujeito passivo do IPTU” (STJ, AgRg no
AREsp 486.092/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 24/06/2014). No mesmo sentido: REsp 1.327.539/DF, Rel.Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 20/08/2012; REsp 1.285.122/
DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe de 11/03/2015.

D) INCORRETA: O prazo prescricional para cobrança de taxa condominial é de 5 anos. O


Superior Tribunal de Justiça decidiu em sede de recursos repetitivos (REsp 1.483.930-DF) que
na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio
geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial
ordinária ou extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do dia
seguinte ao vencimento da prestação.

À luz do CC/2002, não cabe a aplicação do prazo geral e residual do art. 205, pois o art. 206, §
5º, I, ao dispor que prescreve em 5 (cinco) anos “a pretensão de cobrança de dívidas líquidas

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constantes de instrumento público ou particular”, amolda-se ao caso.

“RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO


CIVIL. COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS. DÍVIDAS LÍQUIDAS,
PREVIAMENTE ESTABELECIDAS EM DELIBERAÇÕES DE ASSEMBLEIAS
GERAIS, CONSTANTES DAS RESPECTIVAS ATAS. PRAZO PRESCRICIONAL.
O ART. 206, § 5º, I, DO CÓDIGO CIVIL DE 2002, AO DISPOR QUE PRESCREVE
EM 5 (CINCO) ANOS A PRETENSÃO DE COBRANÇA DE DÍVIDAS LÍQUIDAS
CONSTANTES DE INSTRUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR, É O QUE DEVE
SER APLICADO AO CASO. 1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do
CPC/2015 (art. 543-C do CPC/1973), é a seguinte: Na vigência do Código Civil
de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o Condomínio geral ou edilício
(vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial
ordinária ou extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a
contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. 2. No caso concreto, recurso
especial provido.” (STJ, REsp 1483930/DF, Segunda Seção, DJe 01/02/2017).

Portanto, o art. 206, § 5º, inc. I, do CC/02, com clareza, exige “apenas” que a dívida seja líquida,
constante de instrumento particular ou público, que a demonstre. E não, necessariamente, que
tenha sido contraída em um desses instrumentos. O fato de o dever de pagar taxa condominial
decorrer da lei, e não de negócio jurídico, é impertinente para a solução da questão, pois o
dispositivo não estabelece esse critério.

A taxa condominial é débito previamente deliberado em assembleia geral - constante e definido,


pois, na respectiva ata, que, consoante propugnam a doutrina e a jurisprudência, tem de instruir
a exordial da ação para a comprovação do débito cobrado e a garantia do contraditório ao
devedor.

Assim, a pretensão de cobrança de cotas condominiais, por serem líquidas desde sua definição
em assembleia geral de condôminos, bem como lastreadas em documentos físicos, adequa-
se com perfeição à previsão do art. 206, § 5º, inc. I, do CC/02, razão pela qual se aplica o prazo
prescricional quinquenal. (Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.454.743-PR, Quarta Turma,
DJe 26/11/2014).

E) INCORRETA: O condômino que estiver em débito com as obrigações condominiais não


poderá votar nas assembleias do condomínio (art. 1.335, III, do CC). No entanto, se o condômino
for proprietário de diversas unidades autônomas, ainda que inadimplente em relação a uma
ou algumas destas, terá direito de participação e de voto relativamente às suas unidades que

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estejam em dia com as taxas do condomínio. Nesse sentido entendeu o STJ:

“Cinge-se a controvérsia a definir se o condômino que é proprietário de diversas


unidades autônomas de um condomínio edilício, mas está inadimplente em relação
a alguma delas, tem direito a participação e voto em assembleia.

A unidade isolada constitui elemento primário da formação do condomínio edilício,


e se sujeita a direitos e deveres, que devem ser entendidos como inerentes a cada
unidade, o que é corroborado pela natureza propter rem da obrigação condominial.

Estando a obrigação de pagar a taxa condominial vinculada não à pessoa do


condômino, mas à unidade autônoma, também o dever de quitação e a penalidade
advinda do seu descumprimento estão relacionados a cada unidade.

O fato de um condômino ser proprietário de mais de uma unidade autônoma em


nada altera a relação entre unidade isolada e condomínio. Se o condômino está
quite em relação a alguma unidade, não pode ter seu direito de participação e voto -
em relação àquela unidade - tolhido. Negado provimento ao recurso especial”. (STJ,
REsp 1375160 / SC, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 07/10/2013).

GABARITO: A

PROFESSORA: MARIA HELENA ROCHA


E-mail: profcei.mariahelena@gmail.com

DIREITO ADMINISTRATIVO

16. A associação X de defesa dos direitos dos donos de caiaques da cidade de Santos/
SP, legalmente constituída e em funcionamento há 06 (seis) meses impetrou mandado
de segurança coletivo em defesa de parte de seus associados, sem autorização especial
destes para tanto. No referido writ, discutia-se o pagamento de IPTU em terrenos de
propriedade desses associados, o que não tem relação direta com os objetivos da
associação X. Diante da situação narrada, e considerando a disciplina legal do mandado
de segurança coletivo, indique a alternativa incorreta:

A) O mandado de segurança coletivo, conforme a regência legal, pode ter como

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legitimado ativo partido político com representação no Congresso Nacional.

B) A associação deve estar constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,


para que possa impetrar mandado de segurança coletivo. Por isso, a associação
X não poderia impetrá-lo.

C) É dispensável a autorização especial dos associados para o ajuizamento de


mandado de segurança coletivo.

D) No caso, a pretensão é inviável, pois não existe correlação com os fins


institucionais da associação.

E) Quando a pretensão veiculada interessa apenas a uma parte dos associados,


não é possível a impetração de mandado de segurança coletivo.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 19.(...) Mandado de segurança coletivo.

A) CORRETA (portanto, não é a resposta): De fato, a Lei nº 12.016/2009, prevê que o mandado
de segurança coletivo pode ser impetrado, para defender direitos coletivos ou individuais
homogêneos das pessoas substituídas pelos legitimados. Nos termos do artigo 21 do referido
diploma legal, “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos
a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1
(um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.”

B) CORRETA (portanto, não é a resposta): É exatamente o que dispõe o artigo 21, caput,
supratranscrito. O prazo mínimo de constituição e funcionamento da entidade de classe,
associação ou organização sindical que queira ajuizar mandado de segurança coletivo é de
um ano. Por isso, na situação narrada, a associação seria ilegítima.

C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Tanto do artigo 21, caput, quanto do teor da Súmula
nº 629 do STF, extrai-se a correção da alternativa. Eis o que dispõe o referido enunciado: “a
impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.”

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D) CORRETA (portanto, não é a resposta): Apesar de, como vimos, ser dispensável
autorização especial para a impetração de mandado de segurança coletivo, a própria lei impõe
que a pretensão veiculada seja pertinente às finalidades da associação, organização sindical
ou entidade de classe (v. art. 21 supra).

E) INCORRETA (portanto, é a resposta): É perfeitamente possível o ajuizamento de mandado


de segurança coletivo em favor de parcela dos associados. É o que se infere da Súmula nº
630 do STF: “a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.”

GABARITO: E

17. Acerca do habeas data, indique a alternativa correta:


A) Será indeferido o pedido veiculado em habeas data sempre que o sigilo for
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

B) A Constituição da República prevê, expressamente, a possibilidade de


cabimento de habeas data para a anotação, nos assentamentos do interessado, de
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável, que esteja sob
pendência judicial ou amigável.

C) O habeas data serve para acessar dados relativos à pessoa do impetrante


constante de bancos de dados de caráter público, ainda que não pertencentes a
órgãos da Administração Pública.

D) Da decisão judicial que indeferir preliminarmente o habeas data cabe agravo de


instrumento.

E) É dispensável a intimação do Ministério Público no procedimento judicial do


habeas data.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 19. (...) Habeas data.

A) INCORRETA: Esse regime excepcional está ligado ao direito à informação (artigo 5º, inciso
XXXIII, da Constituição da República), e não ao habeas data. Com efeito, o STJ já decidiu que
“1. o direito à informação de interesse particular ou coletivo (art. 5º, XXXIII), se negado pela

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4ª RODADA - 19/03/2018

Administração, deve ser protegido pela via judicial ordinária ou pelo mandado de segurança
e não pelo habeas data; 2. o mesmo direito pode ser exercido de forma ampla, com ressalva
para as informações “cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”;
essa restrição não se aplica no caso do habeas data, que protege a própria intimidade
da pessoa.” (RESP 781.696, 1ª Turma, Rel.: Min. Luiz Fux, j. em 08/05/2007).

B) INCORRETA: A Constituição, em seu artigo 5º, inciso LXXII, prevê duas hipóteses de
cabimento do habeas data, quais sejam: “a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;” A terceira hipótese, que é a referida
na assertiva, foi trazida pelo artigo 7º, inciso III, da Lei nº 9.507/1997, e não pelo Texto
Constitucional.

C) CORRETA: Como vimos acima, o artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição, prevê que o
habeas data pode visar acessar informações referentes ao impetrante “constantes de registros
ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público”. Nesse sentido, o artigo
1º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/1997, estabelece: “considera-se de caráter público todo
registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas
a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária
das informações.”

D) INCORRETA: Conjugando-se os artigos 10, parágrafo único, e 15, da Lei nº 9.507/1997,


tem-se que, no caso de indeferimento preliminar do habeas data, o recurso cabível será
a apelação.

E) INCORRETA: O artigo 12 da Lei nº 9.507/1997 prevê que, após terminado o prazo de dez
dias para a prestação das informações, deverá ser ouvido o Ministério Público. Daniel
Amorim explica que parece “nesse caso, ser indiscutível a necessidade de sua intimação para
participar como fiscal da lei”. Quanto à necessidade de efetiva manifestação, o autor opina
que deve ser aplicado “subsidiariamente o art. 12 da Lei 12.016, que veio a pacificar polêmico
tema a respeito da necessidade de manifestação do Ministério Público quando intimado a
participar como custos legis. O parágrafo único do dispositivo legal mencionado é claro ao
prever que, com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz para
a decisão, em previsão de todo aplicável ao procedimento do habeas data” (NEVES, Daniel
Amorim Assumpção. Ações Constitucionais. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 285).

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GABARITO: C

18. Sobre as infrações e sanções administrativas, julgue os itens a seguir:


I. São exemplos de sanções administrativas válidas no ordenamento jurídico
brasileiro as multas, a advertência e a prisão administrativa.

II. O princípio da anterioridade aplica-se tanto às infrações quanto às sanções


administrativas.

III. As providências administrativas acautelatórias têm finalidade idêntica à das


sanções administrativas.

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) Apenas I.

E) Apenas II.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 21. Infrações e sanções administrativas.

Pessoal, se esse ponto se mantiver no novo edital, recomendo-lhes, quando for publicado, a
leitura do Capítulo XV do livro de Celso Antônio Bandeira de Mello, cujo título corresponde,
exatamente, ao ponto do edital. Os outros autores tratam do assunto dentro de outros, como
responsabilidade das pessoas jurídicas e agentes públicos.

I. Incorreta. O erro da assertiva está na afirmação de que a prisão administrativa é sanção


validamente existente, quando, de acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, “a figura
da prisão administrativa, hoje não mais subsiste, pois o STF a considera como sanção
inconvivente com o art. 5º, LV e LVI, da Constituição Federal”. (MELLO, Celso Antônio
Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 848).

II. Correta. Celso Antônio Bandeira de Mello (Op. Cit. p. 852) explica que “não há infração
administrativa nem sanção administrativa sem prévia estatuição de uma e de outra. Assim,

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jamais se poderia penalizar um administrado por infração criada posteriormente à prática do


ato censurado, assim como também não se poderia aplicar sanção inexistente na ocasião da
conduta censurada, ou mais enérgica do que as então existentes e só incrementada por norma
posterior”. Para o autor, esse princípio é uma aplicação analógica do preceito criminal nullum
crimen nulla poena sine lege.

III. Incorreta. As providências acautelatórias têm por finalidade fazer imediatamente


cessar um comportamento que poderia causar graves danos ao interesse público, ao
passo que as sanções administrativas têm o objetivo duplo de punir e intimidar os
infratores, para estimular comportamentos desejados ou desestimular os indesejados.
Celso Antônio Bandeira de Mello (Op. Cit., p. 859) esclarece que “quase sempre tais providências
[as acautelatórias] precedem sanções administrativas, mas com elas não se confundem. Assim,
e.g., a provisória apreensão de medicamentos ou alimentos presumivelmente impróprios para o
consumo da população, a expulsão de um aluno que esteja a se comportar inconvenientemente
em sala de aula, a interdição de um estabelecimento perigosamente poluidor, quando a medida
tenha que ser tomada sem delonga alguma, são medidas acautelatórias e só se converterão
em sanções depois de oferecida oportunidade de defesa para os presumidos infratores”.

A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.

B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que as alternativas I e III estão corretas, o
que destoa dos comentários feitos acima.

C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa III está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.

D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.

E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o que
corresponde aos comentários feitos acima.

GABARITO: E

19. De acordo com a Lei nº 9.504/1997 são considerados agentes públicos, para fins
eleitorais, exceto:
A) Os agentes políticos exercentes de mandato.

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B) Os estagiários da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, ainda


que não recebam remuneração.

C) Os membros de mesa apuradora de votos nas eleições.

D) Os terceirizados que prestam serviços no âmbito da Administração Pública


direta, indireta ou fundacional.

E) Os empregados das entidades paraestatais.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 22. Eleitoral. Condutas vedadas aos agentes públicos em campa-
nhas eleitorais. Lei 9.504/1997.

Pessoal, neste ponto do edital, recomendo-lhes a leitura da Cartilha da AGU sobre o tema, que
está atualizada e foi publicada recentemente, e parece-me suficiente conhecimento sobre o
assunto.

Neste link vocês conseguem acessá-la diretamente: <http://www.migalhas.com.br/


arquivos/2018/1/art20180103-01.pdf>.

Quanto à questão, o artigo 73, § 1º, da Lei nº 9.504/1997 prevê que “reputa-se agente público,
para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública
direta, indireta, ou fundacional.”

Vejam que essa definição é amplíssima, muito semelhante àquela da lei de improbidade
administrativa. De acordo com a Cartilha da AGU, estão compreendidos, nessa definição: “•
os agentes políticos (Presidente da República, Governadores, Prefeitos e respectivos Vices,
Ministros de Estado, Secretários, Senadores, Deputados federais e estaduais, Vereadores
etc.); • os servidores titulares de cargos públicos, efetivos ou em comissão, em órgão ou
entidade pública (autarquias e fundações); • os empregados, sujeitos ao regime estatutário ou
celetista, permanentes ou temporários, contratados por prazo determinado ou indeterminado,
de órgão ou entidade pública (autarquias e fundações), empresa pública ou sociedade de
economia mista; • as pessoas requisitadas para prestação de atividade pública (p. ex.: membro
de Mesa receptora ou apuradora de votos, recrutados para o serviço militar obrigatório etc.); •
os gestores de negócios públicos; • os estagiários; • os que se vinculam contratualmente com

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o Poder Público (prestadores terceirizados de serviço, concessionários ou permissionários de


serviços públicos e delegados de função ou ofício público).”

A) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.

B) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.

C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.

D) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.

E) INCORRETA (portanto, é a resposta): As paraestatais não se incluem na Administração


Pública direta, indireta, nem fundacional, compondo o chamado “terceiro setor”, que não está
incluído expressamente no texto legal.

GABARITO: E

20. Sobre as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais, julgue
os itens a seguir:
I. No caso de a conduta vedada em campanha eleitoral consistir, também, em ato
de improbidade administrativa, caberá à Justiça Eleitoral o julgamento tanto da
infração eleitoral quanto da ação de improbidade administrativa.

II. A mera presença do candidato na inauguração de obra pública, sem qualquer


destaque e sem fazer uso da palavra, ou seja, como qualquer pessoa do povo, não
configura conduta vedada em campanha eleitoral.

III. Configura abuso de autoridade a promoção pessoal do governante candidato


em publicidade institucional.

A) I, apenas.

B) II, apenas.

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C) III, apenas.

D) I e III.

E) II e III.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 22. Eleitoral. Condutas vedadas aos agentes públicos em campa-
nhas eleitorais. Lei 9.504/1997.

I. Incorreta. A Cartilha da AGU referida na questão anterior, em sua página 25, explica que
“conforme o disposto no § 7º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, as condutas enumeradas no
referido art. 73 caracterizam também atos de improbidade administrativa referidos no art. 11,
inciso I, da Lei nº 8.429, de 1992, e sujeitam-se às disposições deste diploma legal, em especial
às cominações do art. 12, inciso III. Nesse caso, a competência para processar e julgar o ato de
improbidade não será da Justiça Eleitoral, mas da Justiça comum (Justiça federal no caso de
autoridade da administração federal) (TSE, RO nº 1.717.231, Acórdão de 24/04/2012, relator
Ministro Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira). As penalidades também não são de ordem
eleitoral, mas de ordem cível-administrativa àquele que venha a ser condenado.” Ou seja, a
justiça eleitoral julgará as infrações eleitorais, e a justiça comum (federal ou estadual)
julgará os atos de improbidade.

II. Correta. O artigo 77, caput, da Lei nº 9.504/97 prevê que “é proibido a qualquer candidato
comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas.”
Porém, o TSE já decidiu que “a mera presença do candidato na inauguração de obra
pública, como qualquer pessoa do povo, sem destaque e sem fazer uso da palavra ou
dela ser destinatário, não configura o ilícito previsto no art. 77 da Lei nº 9.504/97.” (AgR-
AI nº 1781-90, Acórdão de 5/11/2013, relator o Ministro Henrique Neves).

III. Correta. É, exatamente, o que dispõe o artigo 74 da Lei nº 9.504/1997: “configura abuso
de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de
maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando
o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma.” O artigo
37, § 1º é, justamente, aquele que prevê que “a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

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A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.

B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.

C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa III está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.

D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.

E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que as alternativas II e III estão corretas, o que
decorre dos comentários feitos acima.

GABARITO: E

PROFESSOR: WOLKER BICALHO


E-mail: profcei.wolkerbicalho@gmail.com

DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO

21. De acordo com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,


policial civil do Estado de São Paulo, que preencher os requisitos da aposentadoria
especial prevista no art. 40, §4º, II, da Constituição Federal, e opte por permanecer em
atividade:

A) Somente fará jus ao abono de permanência quando completar os requisitos da


aposentadoria voluntária comum, prevista no art. 40, §1º, III, “a” da Constituição
Federal.

B) Fará jus ao abono de permanência a partir da data do requerimento administrativo.

C) Não poderá permanecer em atividade, pois é vedado ao servidor público continuar


exercendo atividade especial após preencher os requisitos da aposentadoria.

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D) Não fará jus ao abono de permanência tendo em vista que, na ausência de


previsão constitucional, o Poder Judiciário não pode atuar como legislador
positivo.

E) Fará jus ao abono de permanência a partir da data de preenchimento dos


requisitos da aposentadoria especial do art. 40, §4º, II, da Constituição Federal.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 17. Sistema próprio de previdência dos servidores

A) O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que o art. 40, §19, da Constituição
Federal, que garante ao servidor público um abono de permanência, equivalente ao valor da sua
contribuição previdenciária, quando completar os requisitos da aposentadoria, não se restringe
à aposentadoria voluntária comum, prevista no art. 40, §1º, III, “a” da Constituição Federal,
mas se estende para as aposentadorias voluntárias, insertas no art. 40, §4º, da Constituição
Federal. (ARE 954.408 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 22.4.2016).

Isso porque, o escopo da concessão do abono de permanência é a de manter em atividade


os servidores que poderiam aposentar-se, postergando o ingresso do servidor no Regime
Próprio de Previdência Social e desonerando o sistema previdenciário. Portanto, a assertiva
está INCORRETA.

B) O Supremo Tribunal Federal também decidiu que, uma vez preenchidos os requisitos para
o recebimento do abono de permanência, esse direito não pode estar condicionado a outra
exigência. Logo, a exigência de requerimento administrativo para a aquisição do direito não
é permitida pela Constituição Federal, assim, o policial civil poderá fazer jus ao abono de
permanência, equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, quando completar os
requisitos da aposentadoria da aposentadoria especial do art. 40, §4º, II, da Constituição
Federal. Portanto, a assertiva está INCORRETA.

C) Não há essa previsão da impossibilidade de o servidor público continuar exercendo as


atividades especiais após o preenchimento dos requisitos da aposentadoria especial. A dúvida
ocorre porque, no tocante à aposentadoria especial dos trabalhadores sujeitos a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física no Regime Geral de Previdência
Social, existe previsão legal de cancelamento do benefício que continuar no exercício de
atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos (art. 57, §8º, da Lei 8.213/91).
Portanto, a assertiva está INCORRETA.

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D) Pelas razões expostas na letra “a”, a assertiva está INCORRETA.

E) Pelas razões expostas na letra “B”, a assertiva está CORRETA.

GABARITO: E

22. No tocante ao custeio do Regime Próprio de Previdência Social, pode-se afirmar, nos
termos da Constituição Federal, da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e da
legislação de regência, que:
A) Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social que superem o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
com percentual correspondente a 11% (onze por cento), inclusive para os portadores
de doença incapacitante.

B) As contribuições previdenciárias só poderão ser exigidas após decorridos


noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou majorado.

C) As contribuições do servidor público efetivo para o Regime Próprio de Previdência


Social poderá ser utilizada para o financiamento das áreas da previdência, da
saúde e da assistência social.

D) Poderá lei estadual criar, majorar ou estender benefícios previdenciários


independentemente da correspondente fonte de custeio.

E) É vedado aos Estados a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores,


para custeio do respectivo Regime Próprio de Previdência Social, com alíquota
diferente à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 17. Sistema próprio de previdência dos servidores

A) O art. 40, §18, da Constituição Federal estabelece que a contribuição sobre os proventos de
aposentadorias e pensões concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social que superem
o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, com
percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. A contribuição
dos servidores ativos corresponde à 11% (onze por cento) da remuneração, nos termos do art.

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8º, caput, da Lei Complementar 1.012/2007. A resposta está errada quando se aplica a mesma
base de cálculo ao portador de doença incapacitante, pois a Emenda Constitucional nº 47/2005,
garantiu que a contribuição para esse grupo incida somente sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
benefícios do Regime Geral de Previdência Social (art. 40, §21, da Constituição Federal).
Portanto, a assertiva está INCORRETA.

B) É importante lembrar que, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, a contribuição


previdenciária possui natureza tributária (vide ADI nº 3.105, Rel Min. Ellen Gracie, julgamento
em 18.8.2004). Nos termos do art. 149 e art. 195, §6º, da Constituição Federal, as contribuições
sociais só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”
(princípio da anterioridade nonagesimal ou anterioridade mitigada). Diante disso, a assertiva
está CORRETA.

C) A contribuição social possui caráter finalístico e, portanto, a arrecadação está vinculada ao


pagamento de benefícios previdenciários, nos termos do art. 167, XI, da Constituição Federal
c/c art. 1º, III, da Lei federal nº 9.717/1998, não podendo ser utilizado para o financiamento de
qualquer política pública ligada à saúde ou à assistência social. Deste modo a assertiva está
INCORRETA.

D) As contribuições previdenciárias possuem caráter silanagmático, ou seja, somente se


justifica a contribuição ante a perspectiva de benefício, como o benefício somente é devido
ante a prévia contribuição. Desse modo, a Constituição Federal previu, no §5º do art. 195, que
“nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total (princípio da contrapartida). Diante do exposto, a
assertiva está INCORRETA.

Em que pese essa característica, o sinalagma perfeito entre a contribuição e o benefício


previdenciário foi relativizado pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 3.105, ao permitir a contribuição do servidor inativo e do pensionista
(Rel Min. Ellen Gracie, julgamento em 18.8.2004)

E) É permitido ao Estado criar contribuições para o financiamento do respectivo Regime Próprio


de Previdência Social daquela adotada pela União. O que a Constituição Federal proíbe, no
§1º art. 149, é a adoção de alíquota inferior à estabelecida pela União.

Neste sentido o Min. Gilmar Ferreira Mendes, no julgamento da Suspensão de Segurança


nº 3.146/PE, “contribuição de seguridade social, como qualquer outro tributo, é passível de

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majoração, desde que o aumento dessa exação tributária observe padrões de razoabilidade e
seja estabelecido em bases moderadas. Não assiste ao contribuinte o direito de opor, ao Poder
Público, pretensão que vise a obstar o aumento dos tributos - a cujo conceito se subsumem
as contribuições de seguridade social, desde que respeitadas, pelo Estado, as diretrizes
constitucionais que regem, formal e materialmente, o exercício da competência impositiva”.
Portanto, a assertiva está INCORRETA.

GABARITO: B

23. A Diretoria Executiva da São Paulo Previdência será composta pelos seguintes
diretores executivos, EXCETO:

A) Diretor Presidente.

B) Diretor de Administração e Finanças.

C) Diretor de Previdência Complementar.

D) Diretor de Benefícios - Servidores Públicos.

E) Diretor de Relacionamento com o Segurado.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 18. Entidade gestora do regime próprio de previdência do servidor
público

A) A São Paulo Previdência - SPPREV - é a entidade gestora única do Regime Próprio de


Previdência dos Servidores Públicos titulares de cargos efetivos - RPPS - e do Regime Próprio
de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo - RPPM - do Estado de São Paulo.

Compõe a Administração Indireta do Estado de São Paulo como autarquia sob regime especial,
caracterizada pela autonomia administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos
humanos e autonomia nas suas decisões (art. 1º da Lei Complementar 1.010/2007).

A SSPREV tem como órgãos de administração o Conselho de Administração, a Diretoria


Executiva e o Conselho Fiscal (art. 5º da Lei Complementar 1.010/2007). A Diretoria Executiva
é o órgão de execução das atividades que competem à SPPREV e teve sua composição
alterada pela Lei Complementar nº 1.058/2008 (art. 9º e 10 da Lei Complementar 1.010/2007):

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Composição Original (LC 1.010/2007) Nova Composição (LC 1.058/2008)


1. Diretor Presidente;
1. Diretor Presidente;
2. Diretor de Administração e Finanças;
2. Diretor de Administração;
3. Diretor de Relacionamento com o
3. Diretor de Finanças;
Segurado;
4. Diretor de Benefícios- Servidores Públicos;
4. Diretor de Benefícios- Servidores Públicos;
5. Diretor de Benefícios - Militares
5. Diretor de Benefícios - Militares.

O Diretor Presidente tem diversas funções previstas no Decreto nº 52.046/2007, sendo a


primordial a promoção da administração geral da autarquia previdenciária (art. 11, I). Portanto
a resposta está CORRETA.

B) Percebe-se que, pela Lei Complementar nº 1.058/2008, as funções de Diretor de


Administração e Diretor de Finanças foram fundidas em uma única função: Diretor de
Administração e Finanças. Deve-se lembrar que a SSPREV tem a competência, além da
administração dos Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos titulares de cargos
efetivos - RPPS - e do Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo -
RPPM -, da arrecadação e cobrança dos recursos e contribuições necessários ao custeio dos
regimes e da gestão dos fundos e recursos arrecadados (art. 3º, IV, e V, da Lei Complementar
1.010/2007). Portanto a resposta está CORRETA.

C) O Regime de Previdência Complementar do Estado de São Paulo, previsto nos §§14 a 16


da Constituição Federal, foi instituído por meio da Lei nº 14653/2011. Os art. 4º e 5º deste ato
normativo autorizou o Poder Executivo a criar entidade fechada de previdência complementar,
de natureza pública, sem fins lucrativos, denominada Fundação de Previdência Complementar
do Estado de São Paulo - SP-PREVCOM, com a finalidade de administrar e executar plano de
benefícios de caráter previdenciário complementar.

A SPPREV, conforme já explicado no item “A”, é uma autarquia especial, enquanto a SP-
PREVCOM é uma fundação, logo elas não se confundem. Diante do exposto, a alternativa
está INCORRETA.

Deve-se tomar cuidado porque a SP-PREVCOM também é dotada de autonomia administrativa,


financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos e é composta por três órgãos:
Conselho Deliberativo, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal, no entanto possuem composição,
atribuições, características e competências próprias.

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D) Uma vez que a SPPREV é responsável por gerenciar e administrar tanto o Regime Próprio
de Previdência dos Servidores Públicos titulares de cargos efetivos - RPPS - quanto o Regime
Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo - RPPM, há dois diretores
responsáveis pelos benefícios previdenciários: Diretor de Benefícios- Servidores Públicos e
Diretor de Benefícios - Militares. Portanto, a assertiva está CORRETA.

E) A função de Diretor de Relacionamento com o Segurado surgiu com a Lei Complementar nº


1.058/2008. Portanto a resposta está CORRETA.

GABARITO: C

24. De acordo com a Constituição Federal, no tocante à acumulação de proventos de


aposentadoria e remuneração, é CORRETO afirmar que:
A) É permitida a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente
do Regime Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego
e função pública, desde que respeitado o teto constitucional do art. 37, XI, da
Constituição Federal.

B) É permitida a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do Regime


Próprio de Previdência Social, desde que respeitado o teto constitucional do art.
37, XI, da Constituição Federal.

C) É possível a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente


do Regime Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego
e função pública, exclusivamente para os cargos acumuláveis na forma da
Constituição Federal.

D) É vedada a acumulação de proventos de aposentadoria decorrente do Regime


Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego e função
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal, os
cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

E) É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do Regime Próprio


de Previdência Social, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
acumuláveis na forma da Constituição Federal, dos cargos eletivos e dos cargos
em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

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COMENTÁRIO
Ponto do edital: 16. A reforma previdenciária do setor público no Brasil

A) A Emenda Constitucional nº 20/1998, incluiu o §10 no art. 37 da Constituição Federal, de


modo a vedar a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do Regime
Próprio de Previdência Social do servidor público efetivo e do Regime de Previdência dos
militares com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Apesar de não existir no texto original da Constituição Federal essa vedação, o Supremo Tribunal
Federal já tinha posicionamento consolidado de que a acumulação de cargos proibida pela
Constituição se refere a vínculos jurídicos, abrangendo também os servidores já aposentados,
permitindo somente no caso de cargos constitucionalmente acumuláveis (RE 163204, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 9.11.1.994). Dessa forma, a reforma promovida pela Emenda
Constitucional nº 20/1998 somente veio a consolidar esse entendimento. Diante do exposto, a
alternativa está INCORRETA.

B) Outra é a hipótese prevista no art. 40, §6º, da Constituição Federal, com a redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20/1998. Este artigo veda a possibilidade de percepção de
mais de uma aposentadoria à conta do Regime Próprio de Previdência Social, ressalvadas as
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal. Pela
redação deste dispositivo, a alternativa está INCORRETA.

C) Como já dito no item “A”, além dos cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal,
a Emenda Constitucional nº 20/1998, garantiu, além dos cargos acumuláveis na forma da
Constituição, a possibilidade de cumulação de proventos de aposentadoria decorrente do
Regime Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego e função pública aos
cargos eletivos e aos cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
Diante do exposto, a alternativa está INCORRETA.

D) De acordo com as razões apresentadas nas letras “A” e “C”, a alternativa está CORRETA.

E) Interessante observar que na hipótese de cumulação de aposentadoria à conta do Regime


Próprio de Previdência Social, prevista no art. 40, §6º, da Constituição Federal, não há
previsão dos cargos eletivos e dos cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação
e exoneração, tendo em vista que ambos deles estão, em regra, vinculados ao Regime Geral
de Previdência Social, nos termos do art. 40, §13, da Constituição Federal e do art. 11, I, “j”, da

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Lei federal nº 8.213/91. No caso, não há vedação para o percebimento de duas aposentadorias
em regimes diversos (RPPS e RGPS). Diante do exposto, a alternativa está INCORRETA.

GABARITO: D

25. A respeito da contribuição previdenciária do policial militar para o Regime de Próprio


de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo, conforme Lei Complementar
1.013/2007, é CORRETO afirmar que:
A) A contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo será de 11% (onze
por cento) sobre a totalidade da base de contribuição, compreendido, nesta base-
de-cálculo, o auxílio-alimentação.

B) Não incidirá contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo sobre o


décimo-terceiro salário.

C) A base-de-cálculo da contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo


corresponde ao total dos vencimentos do militar, incluindo-se, automaticamente,
os adicionais de caráter individual e as parcelas percebidas em decorrência do
local de trabalho.

D) A contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo, para a manutenção


do regime próprio de previdência dos militares do Estado, será de 14% (quatorze
por cento) e incidirá sobre a totalidade da base de contribuição.

E) O militar poderá optar pela inclusão, na base de contribuição, das parcelas


remuneratórias percebidas em decorrência de exercício de cargo em comissão
ou de função de confiança, para efeito de cálculo do seu benefício previdenciário.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 22. Militares. Regime previdenciário. Pensões. Sistema próprio de
previdência. Entidade gestora. Custeio e Benefícios previdenciários.

A) Cumpre esclarecer que, nos termos do art. 42 da Constituição Federal, os policiais militares
do Estado poderão ter regime previdenciário diferente dos servidores civis do mesmo ente
político. No entanto, a contribuição dos militares do serviço ativo e dos servidores efetivos do
Estado de São Paulo possuem praticamente as mesmas regras, porém estão disciplinados

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em normas legais diferentes (Lei Complementar 1.013/2007 e Lei Complementar 1.012/2007,


respectivamente). Importante que o aluno estude as duas leis de modo simultâneo.

Para os militares, o art. 7º da Lei Complementar 1.013/2007 estabelece que:

Artigo 7º - A contribuição previdenciária dos militares do serviço ativo, para a


manutenção do regime próprio de previdência dos militares do Estado, será de 11%
(onze por cento) e incidirá sobre a totalidade da base de contribuição.

§ 1º - Para os fins desta lei complementar, entende-se como base de contribuição


o total dos vencimentos do militar, incluindo-se o vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei ou por
outros atos concessivos, dos adicionais de caráter individual e de quaisquer outras
vantagens, excluídas:

1. as diárias para viagens;

2. o auxílio-transporte;

3. o salário-família;

4. o salário-esposa;

5. o auxílio-alimentação;

6. as parcelas percebidas em decorrência de local de trabalho;

7. as parcelas percebidas em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de


função de confiança;

8. as demais vantagens não incorporáveis instituídas em lei.

As verbas não incorporáveis e as de caráter indenizatório não estão compreendidas, em regra,


na base-de-cálculo da contribuição previdenciária dos militares do Estado. Diante disso a
alternativa está INCORRETA.

B) O décimo terceiro salário, diferentemente das vantagens acima citadas, tem natureza
salarial e, portanto, incide a contribuição previdência sob o valor recebido pelo militar (art. 9º
da Lei Complementar nº 1.013/2007) e aos servidores efetivos (art. 10 da Lei Complementar
nº 1.012/2007). Diante disso a alternativa está INCORRETA.

C) Conforme as razões expostas nos itens “A” e “E”, as parcelas percebidas em decorrência
do local de trabalho não compõe, a princípio, a base de cálculo do benefício previdenciário,

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podendo o militar (art. 7º, §2º, da Lei Complementar nº 1.013/2007) ou o servidor civil (art. 8º,
§2º, da Lei Complementar nº 1.012/2007) pela inclusão desta parcela para efeito de cálculo do
seu benefício previdenciário. Diante disso, a alternativa está INCORRETA.

D) Conforme dito no item “A”, a alíquota da contribuição previdenciária do militar em serviço


ativo corresponde a 11% (onze por cento) e não 14% (catorze) por cento. Para os servidores
civis a alíquota também é de 11% (onze por cento), conforme previsão do art. 8º, caput, da Lei
Complementar nº 1.012/2007. Diante disso, a alternativa está INCORRETA.

E) Apesar de as verbas não incorporáveis e as de caráter indenizatório não estarem


compreendidas, em regra, na base-de-cálculo da contribuição previdenciária dos militares do
Estado (ou dos servidores públicos efetivos), como dito no item “A”. No tocante às parcelas
percebidas em decorrência de local de trabalho ou as percebidas em decorrência do exercício
de cargo em comissão ou de função de confiança, o §2º do art. 7º da Lei Complementar
estadual nº 1.013/2007, garante ao militar a opção por computá-las no cálculo da contribuição
previdenciária e, consequentemente, ter o valor dos benefícios majorados. Importante
esclarecer em caráter didático que, para os servidores civis efetivos, há a mesma regra no art.
8º, §2º, da Lei Complementar nº 1.012/2007. Diante do exposto, a alternativa está CORRETA

GABARITO: E

PROFESSOR: RODRIGO LEVKOVICZ


E-mail: profcei.rodrigolevkovicz@gmail.com

DIREITO AMBIENTAL

26. Em relação ao plano de manejo, assinale a alternativa INCORRETA:


a) O Poder Público deve preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético.

b) São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

c) As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sob pena de não poderem ser instaladas.

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d) O Poder Público deve promover a educação ambiental no ensino fundamental


de todo o país.

e) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1 Proteção do meio ambiente na Constituição Federal

A) CORRETA: A diversidade ecológica ou biodiversidade pode ser definida como a


variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos
de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies
e de ecossistemas, conforme estabelece o inciso II do artigo 2° do SNUC. O mandamento
constitucional espelhado no texto da alternativa é cumprido pela necessidade de licenciamento
ambiental, pela instituição e espaços territorialmente protegidos, tais como as unidades de
conservação da natureza, as áreas de reserva legal e de preservação permanente, dentre
outras. O patrimônio genético, por sua vez, é regulado pela Lei n° 13.123/15 e pelo Decreto
8.772/16, e pode ser definido como o conjunto de informação de origem genética dos seres
vivos, muitas vezes utilizado como base para a confecção de novos produtos, tais como,
remédios, cosméticos etc. É importante perceber que o patrimônio genético é apenas uma
parte da biodiversidade que é muito mais ampla, na medida em que inclui todos os seres vivos
e respectivo patrimônio genético, bem como a relação entre os seres que formam os diferentes
ecossistemas e biomas.

B) CORRETA: Em geral, conforme preconiza do artigo 100 do Código Civil, as terras devolutas
são bens dominicais e, portanto, podem ser alienadas, ao contrário do que se passa com os
bens públicos de uso comum e de uso especial. Ocorre, contudo, por força do disposto no §
5° do artigo 225 da Constituição Federal, as terras devolutas arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais são indisponíveis.

C) CORRETA: Além da necessidade de que a localização de uma usina nuclear seja aprovada
por lei federal, conforme exige o § 6° do artigo 225 da Constituição Federal, há que se ter
em mente que ainda subsiste a necessidade do seu licenciamento, inclusive no que toca à
viabilidade da localização e da concepção do projeto. Em verdade, são requisitos cumulativos,
o primeiro de ordem política e o segundo de ordem técnica. Ademais, conforme estabelece

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a alínea g do inciso XIV do artigo 7° da Lei Complementar n° 140/11 compete à União e,


por conseguinte ao IBAMA, promover, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
Nuclear, o licenciamento de empreendimentos ou atividades destinadas a pesquisar, lavrar,
produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio,
ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações.

D) INCORRETA: Ao contrário do que está consignado na alternativa, conforme preconiza o inciso


VI do § 1° do artigo 225 da Constituição Federal, o Poder Público deve promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente. A educação ambiental, nos termos do artigo 1° da Lei 9.795/99, é entendida
por todos os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade abrange. Além de alcançar todas as etapas do ensino formal, desenvolvendo-
se no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, abrange o ensino
não-formal abrangendo todas as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da
coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da
qualidade do meio ambiente, conforme estabelecem os artigos 9° e 13 da Lei n° 9.795/99,
respectivamente.

E) CORRETA: A atividade de mineração foi a única reconhecida, de plano, pela Constituição


Federal como degradadora. Claro que o texto constitucional estabeleceu o dever de reparar o
dano ambiental para todas as condutas consideradas lesivas para o meio ambiente, conforme
prevê o § 3° do artigo 225 da CF. Todavia, somente em relação à mineração o dano foi tratado
ipso factu. Não por outro motivo, o § 2° do artigo 225 da Constituição Federal estabelece que
aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Em
cumprimento ao texto constitucional foi editado o Decreto 97.632/89, que institui o Plano de
Recuperação de Área Degradada (PRAD), estabelecendo, por meio de seu artigo primeiro,
que os empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais deverão, quando
da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório do Impacto Ambiental
- RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente, plano de recuperação de
área degradada, bem como, para os empreendimentos já existentes, a necessidade de ser
apresentado ao órgão ambiental competente, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
a partir da data de publicação daquele Decreto, um plano de recuperação da área degradada.

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GABARITO: D

27. Em relação à Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa CORRETA:


a) As águas subterrâneas integram os bens da União.

b) O proprietário pode apropriar-se por meio de poços das águas que existam
debaixo da superfície desde que não prejudique o uso comum.

c) Compete ao ente regulador da atividade prestadora do serviço público de


abastecimento declarar situação de criticidade hídrica, que obrigue o racionamento,
adotar mecanismos tarifários de contingência.

d) A transposição das águas de uma bacia hidrográfica para outra depende de


licenciamento ambiental.

e) As águas pluviais não pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10 Política nacional de recursos hídricos.

A) INCORRETA: Em verdade, conforme preconiza o artigo 26 inciso I da Constituição Federal,


as águas subterrâneas ou superficiais, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas as
decorrentes de obras da União. Como já pudemos salientar, o fato de a água ser um bem de
domínio público, conforme estabelece o inciso I do artigo 1° da Lei n° 9.433/97, não transforma
o poder público em seu proprietário nos moldes do direito civil. Tratando-se de um regime de
direto administrativo, a dominialidade publica desse recurso natural implica na identificação do
ente administrativo responsável por sua gestão.

B) INCORRETA: A alternativa traz a antiga disposição do artigo 96 do Decreto 24.643/34,


o chamado Código de Águas, revogado pelo inciso I, do artigo 21 da Lei 9.433/97, que não
admite a apropriação das águas subterrâneas pelo dono do terreno, mas autoriza o uso desse
recurso natural se houver outorga do órgão público competente. No do Estado de São Paulo o
ente competente é o Departamento de Águas e Energia Elétrica- DAEE.

C) INCORRETA: Conforme estabelece o artigo 46 da Lei 11.445/07, que estabelece diretrizes


básicas para o saneamento básico, em situação crítica de escassez ou contaminação de
recursos hídricos que obrigue à adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de

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recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência, com
objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o equilíbrio financeiro da prestação
do serviço e a gestão da demanda. Portanto, no Estado de São Paulo, compete à Secretaria
de Saneamento e Recursos Hídricos declarar a situação de criticidade hídrica e necessidade
de racionamento e à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo –
ARSESP, a adoção de mecanismos tarifários de contingência, que podem envolver um bônus
para quem consumir menos ou uma tarifa mais elevada para quem consumir mais.

D) CORRETA: Conforme estabelece o § 1° do artigo 2° da Resolução Conama n° 237/97,


todos os empreendimentos listados em seu anexo I, e nele se inclui as obras necessárias à
transposição de água entre bacias hidrográficas, está sujeita ao licenciamento ambiental. No
Estado de São Paulo, muito embora essa seja uma análise técnica do órgão licenciador, há
uma tendência de que tal tipo de empreendimento seja licenciado por meio de EIA-RIMA. O
procedimento para o licenciamento ambiental e estudos ambientais correlatos está disciplinado
pela Decisão de Diretoria da CETESB n° 153/2014/I de 28 de maio de 2014.

E) INCORRETA: As águas pluviais, ou seja, aquelas decorrentes das chuvas, nos termos
dos artigos 102, 103, 104, 106, 107 e 108 do Código de Águas, nesta parte ainda vigente, se
caírem em um terreno privado pertencem ao seu proprietário que não poderá desperdiça-las
ou desviar o seu curso, se caírem em terrenos ou lugares públicos todos poderão apanhá-las,
não se admitindo a construção de qualquer tipo de reservatório para o seu aproveitamento
sem autorização a administração. Obviamente, a ideia do legislador não é acentuar a
impermeabilização do solo, mas garantir o acesso da população à água, mormente a mais
carente e que habita regiões mais desérticas. Como todo direito, seu exercício abusivo constitui
ato ilícito, de modo que deve ser compatibilizado com o disposto no caput do artigo 225 da
Constituição Federal, assegurando-se a manutenção dos processos ecológicos.

GABARITO: D

28. No julgamento das ADI 4901, 4902 e 4903, ajuizadas pelo Procurador Geral da
República, da ADI 4937 ajuizada pelo Partido Socialismo e Democracia-PSOL e da ADC
42 ajuizada pelo Partido Progressista-PP, assinale a alternativa correta:
a) Foi declarada inconstitucional a dispensa de área de preservação permanente
para os reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou
represamento de cursos d´águas naturais.

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b) Foi declarada constitucional a possibilidade de intervenção em área de


preservação permanente para a gestão de resíduos e eventos esportivos.

c) Incluiu-se ao conceito de nascente, por meio de interpretação conforme, aquelas


intermitentes e os chamados olhos d`água, de modo que ambos possuam área de
preservação permanente.

d) Foi declarada inconstitucional a possibilidade do cômputo da área de preservação


permanente na área de reserva legal.

e) Foi declarada inconstitucional a possibilidade do plantio intercalado de vegetação


nativa e exótica para a recomposição da área de reserva legal.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8 Código Florestal.

A) INCORRETA: O Supremo Tribunal Federal declarou constitucional o disposto no § 1°


do artigo 4° do Novo Código Florestal, a Lei 12.651/12, segundo o qual não será exigida
Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não
decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. Todavia, é importante
perceber que persiste como área de preservação permanente, nos termos do inciso III, do
Código Florestal, as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental
do empreendimento. No âmbito do licenciamento, portanto, o órgão licenciador (a CETESB,
no Estado de São Paulo) deverá instituir área de preservação permanente garantindo sua
continuidade, uma vez que as áreas não barradas, por serem margens de rio já são APPs,
nos termos do inciso I do artigo 4° do mesmo diploma. Tal providência é essencial para não
obstar em razão do barramento do curso d´agua o fluxo gênico que se estabelece nas faixas
marginais dos rios.

B) INCORRETA: O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais as expressões “gestão


de resíduos” e “competições esportivas” constantes na alínea “b”, do inciso VIII, do artigo 3° do
Código Florestal, que as tratava como hipótese de utilidade pública. Isso se deu porque o § 1°
do artigo 8° do Código Florestal permite a intervenção ou a supressão de vegetação em área
de preservação permanente nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou baixo
impacto.

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C) CORRETA: O Supremo Tribunal Federal deu interpretação conforme ao inciso IV do artigo


4° do Código Florestal que estabelecia como área de preservação permanente apenas as áreas
no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes. Agora, após o julgamento realizado pelo
Supremo Tribunal Federal, adotada a técnica da interpretação conforme, adotou-se a mesma
proteção que era conferida pelo artigo 2° da Lei 4.771/65, de modo que as nascentes, ainda
que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica,
gozam de uma área de preservação permanente num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros
de largura.

D) INCORRETA: O Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o disposto no artigo 15


do Código Florestal, que estabelece a possibilidade de se computar a área de preservação
permanente na área de reserva legal. Como já tivemos a oportunidade de pontuar, determinado
cômputo só é admitido se: (i) não implicar a conversão de novas áreas para o uso alternativo do
solo; (ii) a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação, conforme
comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama; (iii) o proprietário ou
possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos
desta Lei.

E) INCORRETA: A possibilidade estabelecida no inciso I do § 3° do artigo 66 do Código Florestal,


que admite o plantio intercalado de espécies nativas e exóticas para fins de compensação de
déficit de área de reserva legal constatada até em 22 de julho de 2008, foi julgada constitucional
pelo Supremo Tribunal Federal. Essa solução para a restauração ecológica de área degradada
já era contemplada no inciso V do artigo 11 da Resolução SMA n° 32/2014, que estabelece as
orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica no Estado de São Paulo, que
admite o plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo exóticas com
nativas de ocorrência regional.

GABARITO: C

29. Em relação ao Zoneamento Ecológico Econômico da Zona Costeira, assinale a


alternativa INCORRETA:
a) Os Municípios ao elaborarem o Plano Diretor deverão observar o disposto no
zoneamento ecológico econômico

b) O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro tem como um de seus objetivos


específicos o planejamento e gestão, de forma integrada e centralizada das

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atividades antrópicas na Zona Costeira.

c) O Vale do Ribeira é considerado como Zona Costeira, para fins do Plano Estadual
de Gerenciamento Costeiro.

d) O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro tem como uma de suas diretrizes


estimular a fixação das comunidades tradicionais

e) O CONSEMA deve se manifestar previamente sobre a proposta de zoneamento


ecológico econômico.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4 Zoneamento ambiental.

A) CORRETA: A Lei Complementar n° 140, de 08 de Dezembro de 2011 que regulamentou


o artigo 23 da Constituição Federal para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao
combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da
flora, estabeleceu, nos termos do inciso IX do artigo 9°, que caberá aos Municípios elaborar o
Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais.

B) INCORRETA: Ao contrário do que foi consignado na alternativa, a Lei Estadual n° 10.019/98


instituiu o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro com a finalidade de disciplinar e racionalizar
a utilização dos recursos naturais da zona costeira. O Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro tem por objetivo geral disciplinar e racionalizar a utilização dos recursos naturais da
Zona Costeira, por meio de instrumentos próprios, visando a melhoria da qualidade de vida
das populações locais e a proteção dos ecossistemas costeiros, em condições que assegurem
a qualidade ambiental, e como um de seus objetivos específicos o planejamento e gestão,
de forma integrada, descentralizada e participativa, das atividades antrópicas na Zona
Costeira, conforme estabelece o inciso VI do artigo 4° da Lei Estadual n° 10.019/98. Essa
gestão descentralizada e participativa se dá por meio do grupo setorial estadual e dos grupos
setoriais de coordenação, da baixada santista, do litoral norte, do complexo Estaurino- Lagunar
de Iguape-Cananéia e do Vale do Ribeira, na forma prevista pelos artigos 1° a 9ª do Decreto
Estadual n° 47.303/2002, que institui e disciplina a composição e o funcionamento do Grupo
de Coordenação Estadual e dos Grupos setoriais de Coordenação a que se refere o artigo 8.º
da Lei n.º 10.019, de 3 de julho de 1998, que dispõe sobre o Plano Estadual de Gerenciamento

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Costeiro

C) CORRETA: Em que pese o Vale do Ribeira não possuir propriamente uma zona costeira,
o artigo 3° da Lei Estadual 10.019/98 estabeleceu que a Zona Costeira, para fins do Plano
Estadual de Gerenciamento Costeiro, divide-se nos seguintes setores: (i) Litoral Norte; (ii)
Baixada Santista; (iii) - Complexo Estuarino-Lagunar de lguape--Cananéia; e (iv) Vale do
Ribeira.

D) CORRETA: Nos termos do artigo 6° da Lei Estadual n° 10.019/98, o Plano Estadual de


Gerenciamento Costeiro deverá observar as seguintes diretrizes: I - proteger os ecossistemas
de forma a garantir, no seu conjunto, as funções ecológicas, a diversidade biológica e as
potencialidades de uso conforme sua capacidade de suporte; lI - promover a melhoria das
condições de vida das populações, estimulando a fixação das comunidades tradicionais;
III - fomentar o uso adequado dos recursos naturais, garantindo a estabilidade funcional
dos ecossistemas; IV - avaliar a capacidade de suporte ambiental das áreas passíveis de
ocupação, de forma a definir níveis de utilização dos recursos não renováveis e a garantir a
capacidade de regeneração dos recursos renováveis; V - assegurar a integração harmônica
da Zona Costeira com as demais regiões que a influenciam ou que por ela são influenciadas;
VI - desenvolver as potencialidades locais, em colaboração com as administrações municipais,
observando as competências em assuntos de peculiar interesse dos Municípios, de acordo
com os objetivos e metas de desenvolvimento sócioeconômico e de elevação da qualidade
de vida, salvaguardando as avaliações ambientais prévias; VIl - assegurar a mitigação
dos impactos sobre a Zona Costeira eventualmente advindas de regiões vizinhas; e VIII -
promover a recuperação das áreas degradadas adequando-as às orientações estabelecidas
no Zoneamento Ecológico-Econômico.

E) CORRETA: Conforme estabelece o inciso VII do artigo 2º da Lei Estadual n° 13.507/09,


compete ao CONSEMA se manifestar sobre a proposta de zoneamento ecológico econômico,
previamente, à edição de decreto pelo chefe do Poder Executivo Estadual que o institua de
fato e de direito.

GABARITO: B

30. Assinale a alternativa INCORRETA, em relação à Política Nacional de Resíduos


Sólidos:
a) Compete ao Município e ao Distrito Federal prioritariamente a gestão integrada
dos resíduos sólidos.

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b) A logística reversa abrange o reaproveitamento dos resíduos sólidos no ciclo


produtivo do setor empresarial ou a distribuição ordenada em aterros.

c) Sem um plano estadual de resíduos sólidos os Estados não têm acesso aos
recursos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão
de resíduos sólidos.

d) Sobre uma determinada área sempre prevalece, em ordem sucessiva, os


acordos setoriais ou termos de compromisso com abrangência nacional, regional
e municipal, respectivamente.

e) Os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente e de forma


diferenciada os resíduos domiciliares, se houver sistema de coleta seletiva no
plano municipal de gestão de resíduos sólidos.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11 Resíduos Sólidos

A) CORRETA: A política nacional de resíduos sólidos estabelece como diretriz, nos termos
do artigo 10 da Lei 12.305/10, a competência primordial do Distrito Federal e dos Municípios
para gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo
das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sisnama. O
mandamento está em consonância com o disposto no artigo 30 da Constituição Federal, vez
que reporta o uso e ocupação do solo traduz matéria de interesse predominantemente local. Os
Estados, conforme estabelece o § 3° do artigo 25 da Constituição Federal, poderão, mediante
lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum relacionadas à gestão
dos resíduos sólidos, bem como controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a
licenciamento ambiental.

B) CORRETA: É importante perceber que a logística reversa não abrange apenas o


reaproveitamento dos resíduos sólidos no ciclo produtivo do setor empresarial, mas
também abrange outras formas de destinação ambiental adequada. Em verdade, conforme
preconiza o inciso XII do artigo 3º da Lei 12.305/10, a logística reversa é um instrumento de
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,

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para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.

C) CORRETA: A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos é condição para os Estados


terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e
serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos
ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. O plano
estadual de resíduos sólidos será elaborado para vigência por prazo indeterminado, abrangendo
todo o território do Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4
(quatro) anos, conforme estabelecem o artigo 16 e 17 da Lei 12.305/10, respectivamente.

D) INCORRETA: Havendo sobreposição de acordos setoriais ou termos de compromisso, a


regra geral é a de que prevalece, em ordem sucessiva, o nacional sobre o regional e o municipal
e o regional sobre o municipal, conforme estabelece o artigo 36 da 12.305/10. Contudo, e esse é
o erro da alternativa, aplicar-se-á o acordo setorial ou teor de referência de menor abrangência
geográfica, se nele houver uma ampliação das medidas de proteção ambiental, ou seja, vale o
termo de compromisso ou acordo setorial que proteger de forma mais efetiva o meio ambiente,
conforme estabelecem o § 1° do § 2° do artigo 33 da Lei 12.305/10, respectivamente.

E) CORRETA: Ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 33, da Lei 12.305/10 (pilhas,


pneus, óleos lubrificantes, etc), sempre que estabelecido um sistema de coleta seletiva pelo
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, os consumidores são obrigados a
(i) acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e a (ii)
disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou
devolução, conforme estabelece o artigo 35 da lei Política Nacional de Resíduos Sólidos.

GABARITO: D

PROFESSORA: DANIELE ZANFORLIN


E-mail: profcei.danizanforlin@gmail.com

DIREITO TRIBUTÁRIO

31. A respeito da Execução Fiscal, assinale a alternativa correta.

A) É possível a defesa de bem penhorado em execução fiscal mediante embargos de

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terceiro. Os honorários sucumbenciais sempre serão suportados pelo exequente,


se provido os embargos.

B) De acordo com a causalidade, os honorários sucumbenciais serão suportados


pelo embargante, atual proprietário, quando não atualize os dados cadastrais com
a transferência do imóvel.

C) Para aplicação da indisponibilidade de bens e direitos prevista no art. 185-A do


CTN exige-se apenas a citação do devedor, a inexistência de pagamento e o pedido
frustrado de Bacen Jud.

D) O ajuizamento de execução fiscal contra pessoa jurídica falida não admite


emenda à inicial para fazer constar a massa falida no polo passivo.

E) Deferido o pedido de redirecionamento da execução fiscal, à pessoa jurídica é


admitido recorrer na proteção do interesse do sócio redirecionado.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.

A) INCORRETA: Embargos de terceiro é o remédio processual disponível para quem, não


sendo parte no processo, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de
origem processual (seja num feito executivo, seja em qualquer outro processo em que haja
a possibilidade de influir sobre o patrimônio alheio). Correta, portanto, a primeira parte da
assertiva.

Na segunda parte, a questão cobra do candidato o conhecimento a respeito da responsabilidade


pelo ônus da sucumbência, afirmando que eles sempre serão suportados pelo Exequente,
quando providos os embargos de terceiro. Equivocada esta informação, eis que, de acordo
com o entendimento doutrinário e jurisprudencial (Súmula 303 do STJ), nos embargos de
terceiros quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios.
Ou seja, incidirá no causo a causalidade, o que torna o termo sempre, equivocado. É o que
veremos, inclusive, na assertiva B abaixo.

A alternativa está incorreta.

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B) CORRETA: Como vimos na assertiva acima, os honorários advocatícios, nos embargos


de terceiro, observarão o princípio da causalidade, recaindo o ônus sobre quem deu causa à
instauração da demanda. A questão cobra, assim, o conhecimento de quem será o responsável
por tal verba na hipótese do atual proprietário do bem imóvel constrito não ter atualizado os
dados cadastrais, registrando a transferência de propriedade.

Saliente-se, desde já, que é admissível a oposição de embargos de terceiros fundados em


alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que
desprovido do registro (Súmula 84 do STJ).

A questão foi objeto do RESp 1.452.840/SP, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos,
no qual se considerou que, mesmo acolhidos os embargos de terceiro, os honorários seriam
devidos pelo embargante, atual proprietário, que não atualizou os dados cadastrais do imóvel.
A parte embargada seria responsabilizada, contudo, caso ciente da transmissão do bem,
apresenta impugnação ou insiste em recurso para manter a penhora sobre bem cujo domínio
foi transferido.

A alternativa está correta.

C) INCORRETA: A assertiva em análise cobrou o conhecimento do entendimento do STJ a


respeito do art. 185-A do CTN, importantíssimo para qualquer prova de Procuradorias, seja na
objetiva, seja na subjetiva.

De acordo com o dispositivo legal, o devedor citado que não pagar, nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, será determinado pelo
Juiz contra ele a indisponibilidade de seus bens e direitos. Comunicar-se-á a decisão aos
órgãos e entidades que promovam registro de transferência de bens, para fazerem cumprir a
ordem judicial.

Diante desse dispositivo, o STJ, no RESp 1.377.507, julgado sob a sistemática do recurso
repetitivo, estabeleceu como requisitos para a aplicação do art. 185-A do CTN: (i) citação
do devedor tributário; (ii) inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora no
prazo legal; e (iii) a não localização de bens penhoráveis após esgotamento das diligências
realizadas pela Fazenda, caracterizado quando houver nos autos (a) pedido de acionamento
do Bacen Jud e consequente determinação pelo magistrado e (b) a expedição de ofícios aos
registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de
Trânsito - DENATRAN ou DETRAN.

O STJ interpretou, portanto, o dispositivo compreendendo que a não localização de bens

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depende da tentativa frustrada de BACEN JUD e a expedição de ofícios aos registros públicos
de imóveis do domicílio do executado e ao DETRAN. A assertiva equivocou-se por não trazer
todos esses requisitos.

A alternativa está incorreta.

D) INCORRETA: De acordo com o entendimento consolidado do STJ, a mera decretação


da quebra não implica extinção da personalidade jurídica do estabelecimento empresarial. A
massa falida manteria personalidade judiciária, sucedendo a empresa. Assim, o ajuizamento
contra a pessoa jurídica, nessas condições, constitui mera irregularidade, sanável nos termos
do art. 284 do CPC e art. 2º, § 8º da Lei nº 6.830/1980.

Equivocado, portanto, seria compreender que a retificação da identificação do polo processual,


para constar a informação do estado falimentar, implicaria em modificação ou substituição do
polo passivo da obrigação fiscal. Atentaria, pois, contra os princípios da celeridade e economia
processual a imediata extinção do feito, sem facultar, previamente, oportunidade à Fazenda
Pública para que procedesse às retificações necessárias na petição inicial e na CDA.

Trata-se de entendimento consagrado no RESp 1.372.243/SE, julgado na sistemática dos


recursos repetitivos.

A alternativa está incorreta.

E) INCORRETA: A Jurisprudência do STJ é firme em compreender que a pessoa jurídica não


possui legitimidade para interpor recurso no interesse do sócio em virtude do redirecionamento
da execução fiscal, eis que ninguém pode pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo se
autorizado por lei, o que não é o caso. Sobre o tema vide o REsp 1.347.627/SP no Informativo
nº 530 do STJ.

A alternativa está incorreta.

GABARITO: B

32. A respeito do tratamento da suspensão do crédito tributário, assinale a alternativa


correta:

A) Hipótese prevista na legislação estadual de São Paulo é apta a suspender a


exigibilidade do crédito tributário.

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B) Suspenso o crédito tributário, o lançamento para evitar a decadência englobará


as penalidades cabíveis.

C) A liminar e a tutela antecipada são as únicas hipóteses de suspensão da


exigibilidade do crédito tributário emanada de ordem judicial.

D) A moratória concedida em virtude de condições específicas do contribuinte fere


a isonomia, devendo ser tutelada pelo Judiciário.

E) Extinta a ação do contribuinte para discutir tributo sem resolução do mérito,


caberá o levantamento do depósito integral pelo contribuinte.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Crédito tributário. Lançamento e suas modalidades. Revisão do
lançamento. Suspensão, extinção e exclusão. Garantias e privilégios. Preferências
e cobrança em falência. Responsabilidade dos sócios em sociedades por quotas
de responsabilidade limitada. Alienação de bens em fraude à Fazenda Pública.

A) INCORRETA: o rol do art. 151 do CTN é exaustivo quanto às hipóteses de suspensão de


exigibilidade do crédito tributário, não podendo outras hipóteses serem criadas pela legislação
estadual, senão apenas a utilização daquelas previstas no citado dispositivo. Ademais cabe à
lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre a obrigação e o crédito tributário (art. 146, III, alínea “b”, CF/88).

A alternativa está incorreta.

B) INCORRETA: De acordo com o § 3º do art. 30 da Lei do Estado de São Paulo nº 13.457/2009,


estando o crédito tributário com exigibilidade suspensa, será lavrada a autuação e constituído
o crédito tributário, evitando a decadência, porém sem a incidência de penalidades. A Lei
9.430/96, que trata da legislação tributária federal, em seu art. 63 traz previsão semelhante
para os créditos tributários da União.

A alternativa está incorreta.

C) CORRETA: Como já dito, o rol do art. 151 do CTN é exaustivo quanto às causas de
suspensão do crédito tributário, prevendo, em seus incisos IV e V, a concessão de medida
liminar em mandando de segurança e a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada
em outras espécies de ação judicial como as únicas hipóteses de causas suspensivas oriundas
de ordens emanadas do Poder Judiciário.

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A alternativa está correta.

D) INCORRETA: a moratória, hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, é


compreendida como uma dilatação legal de pagamento de tributos, com base na lei. A moratória
pode ser concedida em caráter geral (é feita por lei, alcançando a generalidade dos sujeitos
passivos, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa); ou pode ser concedida
em caráter individual.

Neste último caso a moratória é definida por lei a todos quantos se encontrem na mesma
situação, efetivada individualmente por despacho da autoridade administrativa, uma vez
comprovado pelo beneficiário que satisfaz todos os requisitos legais. Não há, no caso, afronta
ao princípio da isonomia, eis que decorre de previsão legal contida no CTN.

A alternativa está incorreta.

E) INCORRETA: o depósito do montante integral é ato voluntário do sujeito passivo que


pretenda a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, desde que feita de forma integral
e em dinheiro. Acaso a demanda seja julgada procedente e desconstituído, por exemplo, o
crédito tributário, quem levantará o depósito será o contribuinte. Por outro lado, mantido o
lançamento do crédito tributário, o depósito feito nos autos será convertido em renda pelo
Fisco.

A assertiva buscou saber o que é feito com o crédito tributário na hipótese de extinção do
processo sem resolução do mérito. Sabbag e parte da doutrina compreendem que, não
havendo solução do mérito, o contribuinte deveria levantar o depósito realizado. O STJ,
contudo, firmou posicionamento em sentido contrário, admitindo, neste caso, a conversão em
renda do depósito efetuado. Em julgado de 2008, ainda, o STJ reafirmou o posicionamento em
questão, adicionando que a conversão em renda não ocorrerá quando o tributo for claramente
indevido ou se a Fazenda Pública litigante não for a titular do crédito. O entendimento foi
mantido em julgados mais recentes, tais como o REsp 1155459/SP.

A alternativa está incorreta.

GABARITO: C

33. A respeito do ITCMD cobrado no Estado de São Paulo, assinale a alternativa incorreta:

A) No ITCMD causa mortis, o débito fiscal poderá ser recolhido em até doze
prestações mensais, a critério dos Procuradores Chefes das Procuradorias

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Fiscais, caso no monte não haja importância suficiente em dinheiro, título ou ação
negociável.

B) À PGE-SP cumpre intervir nos processos de inventário, arrolamentos e outros


feitos, no interesse da arrecadação do ITCMD.

C) Não aberto o inventário no prazo de 60 dias da abertura da sucessão, ao ITCMD


será acrescida uma multa equivalente a 10% do valor do imposto. Se esse atraso
superar 180 dias, a multa será de 20%.

D) Seja no inventário propriamente dito, seja no arrolamento sumário de bens,


o juiz da vara de sucessões é competente para apreciar o pedido de isenção de
ITCMD concedido em caráter não geral.

E) Não havendo pagamento antecipado do ITCMD, o trânsito em julgado da sentença


que homologa a partilha é o marco para incidir o art. 173, I, do CTN.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. ITCMD - imposto sobre a transmissão causa mortis e doação
de quaisquer bens ou direitos.

A) CORRETA: Na intenção de continuar a preparação do aluno para eventuais questionamentos


que envolvam a legislação do Estado de São Paulo, a assertiva buscou o conhecimento
do art. 32 da Lei nº 10.705/2000. De acordo com este dispositivo, havendo transmissão do
bem em virtude da morte do seu proprietário, o débito fiscal poderá ser recolhido em até 12
prestações mensais e consecutivas, a critério dos Procuradores Chefes das Procuradorias
Fiscal e Regional, se não houver no monte importância suficiente em dinheiro, título ou ação
negociável para pagamento do débito fiscal.

A alternativa está correta e, portanto, não é o gabarito da questão.

Atenção para o art. 33 da mesma norma, segundo o qual, no caso de doação, o Coordenador
da Administração tributária poderá conceder parcelamento do imposto até o limite de 12
prestações mensais, observadas as prescrição contidas nos parágrafos do art. 33.

B) CORRETA: A competência da PGE-SP para intervenção nos processos de inventário,


arrolamento e outros feitos processados no Estado de São Paulo, no interesse da arrecadação
do ITCMD vem prevista no art. 28 da Lei do Estado de São Paulo nº 10.705/2000.

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A alternativa está correta e não é o gabarito da questão.

C) CORRETA: Ocorrida a sucessão, os herdeiros do de cujos, contribuintes do ITCMD mortis


causa, ostentam a obrigação acessória de requerer a abertura do inventário e arrolamento no
prazo de 60 dias, sob pena de acréscimo de multa equivalente a 10% do imposto. Se o atraso
em questão superar 180 dias, a multa será de 20%. É a determinação contida no art. 21 da Lei
do Estado de São Paulo nº 10.705/2000.

A alternativa está correta e não é o gabarito da questão.

D) INCORRETA: Dada a abertura da sucessão a família pode se valer de dois procedimentos


judiciais: o inventário propriamente dito e o arrolamento de bens. No primeiro há intervenção da
Fazenda Pública Estadual e no segundo não. Assim, a despeito da competência administrativa
da autoridade fiscal (art. 179 do CTN) para dispor sobre o pedido de isenção de caráter não
geral, o juiz da sucessão poderá apreciar o pedido de isenção na hipótese de inventário
propriamente dito. No arrolamento sumário, por outro lado, não cabe ao juiz analisar tal pedido,
haja vista a não intervenção da Fazenda estadual até a prolatação da sentença de partilha
ou de adjudicação. Isto foi o que restou decidido pelo STJ no REsp 1.150.356-SP, julgado na
modalidade dos recursos repetitivos e veiculado no Informativo 442 do STJ.

Vale salientar que a isenção tributária é hipótese de exclusão do crédito tributário, ou seja,
dispensa legal de pagamento do tributo. São dois os casos de exclusão: isenção e anistia.
A diferença fundamental entre elas é que a isenção exclui os tributos propriamente ditos e a
anistia, as penalidades pecuniárias.

As isenções poderão ser gerais, quando o benefício fiscal atingir a um sem número de
contribuintes, independente da satisfação de qualquer requisito específico. À semelhança da
moratória em caráter geral, decorre unicamente da lei. Poderá, ainda, a isenção, ser concedida
em caráter individual, quando alcança determinados indivíduos, contribuintes especificamente
considerados. Neste caso, estes contribuintes precisam comprovar o preenchimento das
condições legais elencadas pela norma, devendo a Administração Tributária analisar o
preenchimento dos requisitos para a concessão da isenção em cada caso.

Assim, ainda que a competência seja da Autoridade Fiscal, por ela não participar do processo
de arrolamento sumário, o Juiz não poderia decidir pela concessão da isenção em caráter
individual. No sentido contrário, na hipótese da partilha, por participar a Fazenda Estadual,
poderia o juiz, de acordo com o STJ, decidir o tema.

A alternativa está incorreta e, portanto, é o gabarito da questão.

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E) CORRETA: No RESp 1668100/SP o STJ tratou do prazo decadencial do ITCMD.


Compreendeu a Egrégia Corte que não havendo pagamento antecipado, aplica-se à decadência
o art. 173, I, do CTN, segundo o qual o termo inicial da decadência é o primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado e não foi (pacificação da
Primeira Seção nos recursos repetitivos, RESp 973.733/SC).

Assim, embora a herança seja transmitida, desde logo, com a abertura da sucessão (art.
1.784 do Código Civil), a exigibilidade do imposto sucessório fica na dependência da precisa
identificação do patrimônio transferido e dos herdeiros ou legatários, para que sejam apurados
os tantos fatos geradores distintos quantos herdeiros houver a que alude o citado parágrafo
único do art. 35.

Não tendo ocorrido pagamento anterior, portanto, o trânsito em julgado da sentença é o marco
para incidência do art. 173, I, do CTN.

A alternativa está correta e não é o gabarito da questão.

GABARITO: D

34. A respeito do IPVA, assinale a alternativa correta:

A) De acordo com o STJ é ilegítima a cobrança do IPVA na hipótese de alienação


do bem, ainda que não tenha havido comunicação da transferência.

B) O arrendante não é responsável solidário pelo pagamento do IPVA, eis que sua
posse é indireta.

C) Na hipótese de perda ou roubo ocorrido fora do Estado de São Paulo, não haverá
dispensa do pagamento do IPVA.

D) Alteração da base de cálculo do IPVA e majoração da sua alíquota não se sujeita


à anterioridade nonagesimal.

E) É facultado ao estado-membro estabelecer alíquota de IPVA diferenciada para


veículo importado e veículo nacional.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. IPVA - imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

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A) CORRETA: é entendimento reiterado do STJ (vide RESp 1.696.244/SP, exemplificativamente)


que é ilegítima a cobrança de imposto sobre a propriedade de veículo automotor (IPVA) de
veículo que já se alienara, independentemente da ausência de comunicação da transferência
ao órgão de trânsito.

As Fazendas Estaduais pretendem a aplicação do art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro,


o qual determina a obrigatoriedade da parte alienante do veículo comunicar a transferência
de propriedade ao órgão competente, sob pena de responder solidariamente em caso de
eventuais infrações de trânsito. O STJ, contudo, compreende não ser possível interpretar essa
responsabilidade extensivamente para fazer incluir os créditos tributários.

A alternativa está correta.

B) INCORRETA: a alternativa está em confronto com o entendimento dominante no STJ de


que, no arrendamento mercantil, o arrendante é responsável solidário para o adimplemento
da obrigação tributária do IPVA, justamente por ele ser possuidor indireto do bem arrendado e
conservar a propriedade até o final do pacto. Vide, exemplificativamente, o REsp 1.702.474/SP.

Sendo possuidor indireto do veículo, é possível que o arrendante venha a reaver o bem em
face de eventual inadimplemento a qualquer momento, uma vez que somente com a tradição
definitiva poderia ser afastado o seu direito real de propriedade sobre o veículo. Assim, sendo
o IPVA um tributo real, o arrendante do bem responde solidariamente com o arrendatário.

A alternativa está incorreta.

C) INCORRETA: A Lei Estadual de São Paulo nº 13.296/2008 estabelece, em seu art. 14, que
fica dispensado do pagamento do IPVA, a partir do mês da ocorrência do evento, quando o
proprietário seja privado dos direitos de propriedade do veículo por furto ou roubo, quando
ocorrido no território do Estado de SP, o que não desonera de fatos geradores anteriores. A
dispensa será dos fatos geradores posteriores, restituído, proporcionalmente, o IPVA pago no
ano em que houve o furto ou roubo.

Quando o roubo ou o furto ocorrerem fora do território paulista, o Poder Executivo poderá
dispensar o pagamento do imposto incidente a partir do exercício seguinte ao da data da
ocorrência do evento.

A alternativa está incorreta.

D) INCORRETA: As alterações da base de cálculo do IPVA não estão sujeitas ao princípio da


noventena, ao passo em que a majoração de alíquotas está sujeita tanto à novententa, quanto

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à anterioridade anual. Esta previsão decorre da leitura do art. 150, III, alínea c, da CF/88,
combinado com o § 1º desse mesmo dispositivo, que afasta a noventena para o IPVA (art. 155,
III, CF).

Saliente-se que o IPVA não é previsto no CTN, nem em qualquer lei complementar, razão pela
qual o STF compreende que os Estados e DF podem exercer a competência legislativa plena,
conforme o art. 24, § 3º, da CF/88.

A alternativa está incorreta.

E) INCORRETA: a alternativa não se amolda ao entendimento do STF, segundo o qual não


se admite alíquota diferenciada de IPVA para veículos importados e de procedência nacional.
Isto porque o veículo importado já sofre a tributação do Imposto de Importação em virtude da
própria importação, não podendo este fato gerador da importação ser utilizado novamente
para fins de tributação. Vide, por exemplo, o RE 367.785.

A alternativa está incorreta.

GABARITO: A

35. Enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa
recair a penhora, o juiz suspenderá o curso da execução fiscal. Neste caso, não correrá
o prazo prescricional e o processo:

A) estará suspenso pelo prazo de um ano, findo o qual iniciar-se-á o prazo da


prescrição quinquenal intercorrente.

B) ficará suspenso até que a Fazenda possa localizar o devedor ou encontrar bens
que garantam a penhora.

C) estará suspenso pelo prazo de cinco anos, ao fim do qual será arquivado com
baixa na distribuição.

D) ficará interrompido pelo prazo de cinco anos, após o qual transcorrerá o prazo
decadencial de cinco anos.

E) será interrompido pelo prazo de um ano, após o qual será iniciado o prazo
decadencial para constituição do crédito tributário.

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COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.

A) CORRETA: o art. 40 da LEF estabelece a possibilidade de suspender o curso da execução


enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a
penhora, suspendendo-se o prazo prescricional. Suspenso o curso da execução, inicia-se o
prazo de um ano de suspensão do processo.

Passado este prazo de um ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens
penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos, momento em que volta a correr a
prescrição, in casu, a prescrição intercorrente.

Neste sentido é a Súmula 314 do STJ, segundo a qual “em execução fiscal, não localizados
bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da
prescrição quinquenal intercorrente”.

A alternativa está, portanto, correta, eis que disciplinou que o processo estará suspenso por
um ano, findo o qual começará o prazo prescricional de cinco anos.

Saliente-se, por fim, que, encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens,
os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução. Ainda, o reconhecimento
da prescrição intercorrente será precedido de oitiva da Fazenda Pública, a quem será dada
oportunidade de alegar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazo prescricional,
a exemplo de adesão a parcelamento, hipótese bastante comum.

A alternativa está correta.

B) INCORRETA: a suspensão é, apenas, pelo prazo de um ano, findo o qual o processo será
arquivado, transcorrendo o prazo de cinco anos de prescrição intercorrente.

A alternativa está incorreta.

C) INCORRETA: mais uma vez, a suspensão é apenas pelo prazo de um ano e o arquivamento
é sem baixa na distribuição.

A alternativa está incorreta.

D) INCORRETA: o processo é suspenso pelo prazo de um ano e não interrompido pelo prazo

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de cinco. Ademais, após a suspensão se inicia o prazo prescricional de cinco anos.

A alternativa está incorreta.

E) INCORRETA: processo é suspenso pelo prazo de um ano e não interrompido. Ainda, o


prazo é prescricional (prescrição intercorrente).

A alternativa está incorreta.

GABARITO: A

PROFESSOR: IURI QUADROS


E-mail: profcei.iuriquadros@gmail.com

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO

36. Assinale a alternativa INCORRETA acerca do direito coletivo do trabalho.


A) No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do
negócio jurídico e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva.

B) Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva


ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta
deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito.

C) A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção


coletiva ou acordo coletivo de trabalho ensejará sua nulidade, por caracterizar um
vício do negócio jurídico.

D) Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva


ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra
dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

E) Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de


trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha
como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos, vedada a apreciação

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por ação individual.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Convenção coletiva de trabalho. Acordo coletivo de trabalho.
13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares. Processo em geral.
Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para apuração de falta
grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos.

A) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Conforme já expusemos durante o curso, a


Reforma Trabalhista tem como um dos pontos mais relevantes a prevalência da negociação
coletiva, inclusive em detrimento da lei. Já fizemos uma questão explicando detidamente esse
ponto, e, agora, temos que fechar o tema abordando os artigos restantes. Na assertiva A,
abordamos o art. 8, §3º da CLT, que prescreve exatamente o exposto na alternativa. É dizer, o
art. 8º,§3º da CLT aduz que, quando o judiciário for instado a se manifestar acerca de acordo
ou convenção coletiva, deverá pautar sua atuação no denominado princípio da intervenção
mínima na autonomia da vontade coletiva, ou seja, o judiciário não deve adentrar no exame
do mérito da negociação coletiva, mas, ao revés, deve cingir-se ao exame dos requisitos de
validade do negócio jurídico, constantes do art. 104 do CC/02:

“Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.”

Essa é mais uma emanação do que já expusemos, no sentido de que a Reforma Trabalhista
tem por mote minimizar o ativismo judicial da justiça do trabalho.

Comentário importante sobre tema central das assertivas B, C e D: As assertivas B,C e


D versam sobre o mesmo tema, qual seja, a disciplina das contrapartidas nas negociações
coletivas. O que são contrapartidas? São benefícios concedidos no bojo de uma negociação
coletiva em resposta à aceitação de uma condição estabelecida pela outra parte, que
geralmente implica em supressão total ou parcial de um direito trabalhista, ou seja, é uma
espécie de medida compensatória. Ex: determinada categoria aceita em negociação coletiva
que não haverá empregados promovidos pelos próximos 3 (três) anos, e, como contrapartida,
é estabelecido um aumento salarial de 8% para todos os empregados.

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Pois bem, a jurisprudência do TST sobre esse tema tinha certa predominância no sentido de
exigir, na maioria dos casos, a existência de contrapartidas quando se estivesse diante de
supressões de direitos trabalhistas. O fato é que, com a Reforma trabalhista, esse tema será
muito discutido pela jurisprudência, porque o art. 611,§2º afirma expressamente que não há
necessidade de contrapartida para a validade de negociação coletiva. Agora, vamos esmiuçar
o tema com comentários específicos sobre as assertivas.

B) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Essa disposição corresponde à literalidade do


art. 611-A,§4º, e não é das mais polêmicas, ao revés, é até intuitiva quando se tem noções
conceituais sobre o tema, como as ventiladas no comentário supra. Isso porque, o dispositivo
aduz que, se uma contrapartida restou concedida em decorrência de uma cláusula de convenção
ou acordo coletivo que foi anulada pelo judiciário, será igualmente anulada a contrapartida,
sem que haja qualquer repetição de valores já percebidos, ou seja, a contrapartida é anulada
com efeitos ex tunc. O dispositivo é razoável e mesmo lógico, porque a medida compensatória
perde o sentido quando anulada a cláusula que ensejava a compensação.

C) INCORRETA (portanto, É O GABARITO): Aqui estamos diante do parágrafo realmente


polêmico, cuja íntegra abaixo se transcreve:

§ 2o A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em


convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por
não caracterizar um vício do negócio jurídico. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Esse dispositivo afirma que a inexistência de indicação expressa de contrapartidas em sede


de negociação coletiva não enseja a nulidade/invalidade do acordo ou convenção coletiva.
Por hora, o melhor que pode ser feito é citar as bases conceituais que passei para vocês e
memorizar esse dispositivo que, certamente, será muito debatido pela jurisprudência. O fato é
que, hoje, a mera inexistência expressa de contrapartida não invalida a convenção ou acordo
coletivo, em regra (já vamos abordar a exceção legal).

D) CORRETA (portanto, não é o gabarito): A assertiva traz justamente a exceção, ou seja, a


única hipótese em que a lei prevê uma contrapartida obrigatória (art. 611-A,§3º da CLT): “§ 3o
Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo
coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada
durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”

Portanto, caso a cláusula constante de acordo ou convenção coletiva reduza salário ou jornada
de trabalho, a lei prevê que será obrigatória a previsão de uma contrapartida específica, qual
seja, cláusula que preveja a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o

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prazo de vigência do instrumento coletivo, ou seja, a concessão de uma estabilidade provisória


aos empregados, que não poderão ser demitidos (salvo se houver justa causa) enquanto
vigerem o acordo ou convenção coletiva.

E) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Essa assertiva corresponde ao art. 611-A,§5º da


CLT: “§ 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho
participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha como objeto
a anulação de cláusulas desses instrumentos, vedada a apreciação por ação individual.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)”

Esse dispositivo é exclusivamente de direito processual e, novamente, segue uma lógica geral
do direito processual no sentido de que, na ação anulatória de qualquer ato jurídico, haverá
litisconsórcio necessário entre todas as partes que entabularam aquele ato. Isso é simples
de entender, porque a coisa julgada somente gera efeitos inter partes, de modo que a parte
precisa ter figurado como parte para se submeter à sentença. Ao mesmo tempo, não é possível
declarar um negócio nulo para uma parte que o celebrou e válido em relação à outra parte.
A decorrência lógica é que todos os contratantes precisam figurar como partes na demanda
anulatória, e é isso que diz o dispositivo legal.

Porém, gostaria de destacar com vocês a parte final, que veda a anulação de cláusula de acordo
ou convenção coletiva por ação individual. Repare que esse parágrafo tem redação dada pela
MP 808. Isso porque a redação originária da Reforma trazia exatamente a mesma disciplina
em relação ao litisconsórcio, mas autorizava a anulação em ação individual, o que contraria
a doutrina e jurisprudência unânime sobre o tema. Então, a MP corrigiu essa teratologia, e
determinou que apreciação de nulidade de acordo ou convenção coletiva somente ocorre por
meio de ação coletiva, e não por ação individual.

GABARITO: C

37. Assinale a alternativa correta acerca do regime de teletrabalho, introduzido pela


Reforma Trabalhista:
A) Ao empregado contratado em regime de teletrabalho, não são assegurados
pagamento de hora extra, adicional noturno, intervalo intrajornada, interjornada,
bem como demais benefícios previstos no capítulo da CLT atinente à duração do
trabalho.

B) Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente na

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residência do empregado, com a utilização de tecnologias de informação e de


comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.

C) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial,


desde que mediante mútuo acordo entre as partes, garantido prazo de transição
mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.

D) Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho


independentemente de mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo
contratual.

E) A realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no


estabelecimento do empregador descaracteriza o regime de teletrabalho.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Não havia ponto correspondente em 2012, porque trata-se de ca-
pítulo introduzido pela Reforma Trabalhista. Porém, considerando que a Reforma
deve ser a inspiração principal do examinador para questões, é necessário formu-
lar uma questão para treinamento acerca do tema.

A) CORRETA: Essa assertiva, na minha opinião, é a que tem maior potencial para cair sobre
teletrabalho. O art. 62,III da CLT afirma que não se aplica NADA do capítulo referente à duração
do trabalho aos empregados contratados em regime de teletrabalho. Isso ocorre porque, ao
menos em tese, o empregador não consegue controlar a jornada de um empregado que exerce
suas atividades fora do estabelecimento. Então, se não é possível controlar a jornada, fica
difícil aplicar a regulamentação referente à duração do trabalho. Então, assim como acontece,
por exemplo, com os “gerentes”, ao empregado em regime de teletrabalho não se aplica a
regulamentação dos benefícios previstos no capítulo II da CLT (“da duração do trabalho”),
como adicional noturno, hora extra, intervalo intrajornada e etc...

B) INCORRETA: O conceito de teletrabalho não menciona a residência do empregado. Na


realidade, o conceito apenas aduz que as atividades em regime de teletrabalho são prestadas
fora do estabelecimento do empregador, nos termos do art. 75-B da CLT, o qual prescreve que
“Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências
do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por
sua natureza, não se constituam como trabalho externo”. Trata-se,portanto, de um conceito
a que se chega por exclusão, quando o trabalho é desenvolvido fora das dependências do

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empregador.

C e D) INCORRETAS: Vale a pena comentar essas duas assertivas em conjunto, porque


a intenção foi demonstrar a diferença para a alteração do regime. Vamos abordar de forma
didática, para ficar claro:

1 – Empregado trabalha no regime presencial e mudará para o regime de teletrabalho


 Necessidade de mútuo acordo, formalizado por aditivo contratual. Portanto, o
empregado precisa concordar, ele NÃO PODE ser obrigado a passar ao regime de
teletrabalho, não é uma alteração unilateral (art. 75-C,§1º “§ 1o Poderá ser realizada
a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo
entre as partes, registrado em aditivo contratual.”)

2 – Empregado trabalha em regime de teletrabalho e mudará para o regime presencial


 Essa alteração é UNILATERAL, o empregado NÃO PRECISA CONCORDAR.
Basta apenas que a alteração seja formalizada por aditivo contratual, e que se
conceda ao empregado um prazo mínimo de 15 dias para transição entre os regimes.
(art. 75-C,§2º “§ 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para
o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo
de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.”)

As duas assertivas estão erradas porque eu inverti as premissas acima. Leiam o esquema
acima e vocês nunca mais erram questão que contenha essa pegadinha.

E) INCORRETA: Trouxe essa assertiva apenas para demonstrar que, caso o empregado
labore em regime de teletrabalho e compareça ao estabelecimento do empregador vez por
outra, para realizar atividades pontuais, isso não descaracteriza o regime de teletrabalho,
ou seja, não há rigidez instransponível no tocante à necessidade de se realizar a atividade
laboral sempre fora do estabelecimento do empregador, desde que as atividades exercidas
nesse estabelecimento sejam pontuais e excepcionais, conforme apregoa o art. 75-B, p.u. da
CLT (“ O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades
específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o
regime de teletrabalho.”)

GABARITO: A

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38. Assinale a alternativa que correlaciona de forma correta os conceitos legais com o
correspondente princípio inerente às nulidades no processo do trabalho:
A) Segundo o princípio da transcendência, nos processos sujeitos à apreciação
da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados
manifesto prejuízo às partes litigantes.

B) O princípio da convalidação ou preclusão aduz que a nulidade não será


pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.

C) O princípio do interesse apregoa que a nulidade do ato não prejudicará senão


os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência.

D) Segundo o princípio da utilidade, os atos e os termos processuais independem


de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se
válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

E) O princípio da instrumentalidade afirma que o juiz ou Tribunal que pronunciar a


nulidade declarará os atos a que ela se estende.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares.
Processo em geral. Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para
apuração de falta grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos.

A) CORRETA: Trouxe essa questão para que vocês conheçam os princípios que regem as
nulidades processuais na CLT, que é praticamente o único ponto sobre nulidades no processo
do trabalho que efetivamente cai em prova. O princípio da transcendência é o famoso “pas
de nullité sans grief”, nos termos do qual a nulidade somente será pronunciada se restar
comprovado que gerou prejuízo às partes. Na CLT, o princípio está positivado no art. 794 da
CLT (“Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.”)

B) INCORRETA: O Princípio da convalidação ou preclusão afirma que a nulidade deverá ser


arguida na primeira oportunidade que as partes tenham para se manifestar nos autos, conforme
art. 795 da CLT (“Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação
das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou
nos autos”).

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Já o princípio trazido na assertiva, o qual preconiza que a nulidade não será pronunciada
quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato, é o denominado princípio da economia
processual (art. 796,a da CLT).

C) INCORRETA: O princípio da causalidade, plasmado no art. 798 da CLT, apregoa que


a nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam
consequência.

O princípio do interesse, ao revés, aduz que a nulidade não será pronunciada quando argüida
por quem lhe tiver dado causa, nos termos do art. 796,b da CLT.

D) INCORRETA: O conteúdo da assertiva, na realidade, corresponde ao princípio da


instrumentalidade das formas, positivado no art. 188 do CPC, e que se aplica ao processo do
trabalho.

E) INCORRETA: O conteúdo da assertiva, na realidade, corresponde ao princípio da utilidade,


plasmado no art. 797 da CLT.

GABARITO: A

39. Sobre a aplicação da norma mais favorável no direito coletivo do trabalho:


A) A reforma trabalhista positivou a denominada teoria atomista, razão pela qual,
em havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho,
prevalecerão as regras mais benéficas ao empregado provenientes tanto do acordo
coletivo como da convenção coletiva.

B) A reforma trabalhista positivou a denominada teoria do conglobamento, razão


pela qual, em havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva de
trabalho, prevalecerão as regras mais benéficas ao empregado provenientes ou do
acordo coletivo ou da convenção, sem que se afigure possível cindir a aplicação
das normas coletivas.

C) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
a convenção coletiva sempre será aplicada em detrimento do acordo coletivo,
quando houver conflito entre eles.

D) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
o acordo coletivo sempre será aplicado em detrimento da convenção coletiva,

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quando houver conflito entre eles.

E) A reforma trabalhista apenas aduz que a negociação coletiva deve prevalecer,


inclusive em relação à lei em diversos casos, sem, no entanto, disciplinar a
prevalência entre os instrumentos da negociação coletiva.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Convenção coletiva de trabalho. Acordo coletivo de trabalho.

COMENTÁRIO GENÉRICO SOBRE A QUESTÃO: Essa questão versa acerca de um dos


pontos mais inacreditáveis da Reforma Trabalhista. Isso porque, sempre houve imensa celeuma
na doutrina e jurisprudência para tentar conciliar a negociação coletiva com a aplicação do
princípio da norma mais favorável ao trabalhador. Em suma, se houver uma convenção coletiva
em conflito com um acordo coletivo, qual era aplicado antes da Reforma? O mais benéfico, isso
ninguém duvida, aplicava-se o mais benéfico. O problema é que a prática demonstrou não ser
tão simples definir o que era mais benéfico no caso concreto. Por exemplo, suponhamos que
uma convenção coletiva prevê um salário 10% maior para determinada categoria, e um acordo
coletivo não prevê esse salário majorado, mas concede outros benefícios, como, por exemplo,
uma redução de 2 horas na jornada de trabalho. O que é mais benéfico, afinal? Surgiram duas
teorias para tentar resolver isso, a teoria atomista e a teoria do conglobamento:

Teoria Atomista ou acumulativa  Entende que se aplicaria o que fosse mais benéfico em
cada uma das normas coletivas, formando uma “terceira norma”. Assim, no nosso exemplo,
os empregados teriam a majoração de 10% no salário e também a redução de jornada. Essa
teoria vai buscar o que houver de mais favorável em cada norma coletiva conflitante e formar
uma terceira norma, ainda mais benéfica.

Teoria do Conglobamento ou incindibilidade  Essa teoria afirma que é preciso escolher entre
uma norma ou outra. Entende que não é possível formar uma terceira norma a pretexto da
prevalência da norma mais benéfica, por isso, defende que deve se olhar globalmente, de
forma holística, par as duas normas conflitantes, e definir qual é a mais vantajosa, haverá,
portanto, um trabalho de interpretação, e só poderá ser aplicada uma norma ou outra.

Note o trabalho doutrinário e o esforço dos juristas para privilegiar a autonomia da negociação
coletiva, mas sem abrir mão da aplicação da norma mais benéfica.

Pois bem, expus todo o quadro, de modo que você já tem base para discorrer sobre uma
questão a esse respeito. Agora, vejam que inacreditável: a reforma trabalhista simplesmente

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jogou para o alto todo esse trabalho doutrinário, atropelou tudo isso, e, no art. 620 da CLT,
estabeleceu que:

“Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão


sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.”

Eu tive que fazer essa questão porque isso é tão contrário à principiologia do direito do trabalho
que, sem destacar bem essa informação, fica difícil assinalar essa assertiva em qualquer prova
objetiva (por isso mesmo acho possível que caia).

Então, resumindo, tudo o que expliquei sobre as teorias foi dilacerado pela Reforma, hoje,
se convenção e acordo coletivo disciplinarem a mesma matéria para a mesma categoria,
prevalece o acordo coletivo, mesmo que seja menos benéfico.

A) INCORRETA: Conforme expusemos, nenhuma das teorias restou positivada.

B) INCORRETA: Conforme expusemos, nenhuma das teorias restou positivada.

C) INCORRETA: Art. 620 da CLT prevê justamente o contrário, ou seja, a prevalência


incondicional do acordo coletivo.

D) CORRETA: Literalidade do art. 620 da CLT.

E) INCORRETA: Assertiva contraria o art. 620 da CLT, pois a Reforma se posicionou sobre a
prevalência de normas coletivas.

GABARITO: D

40. Suponhamos que um Procurador do Estado de São Paulo comparece á audiência


inaugural para representar o Estado em um processo trabalhista. É correto dizer que,
para regular representação do Estado no processo, obrigatoriamente, este procurador
terá de:
A) Portar procuração judicial e ato de nomeação como procurador, declarando-se
exercente do cargo.

B) Portar seu ato de nomeação como procurador, a fim de coprovar sua investidura
no cargo.

C) Apenas indicar seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, a


fim de que o juízo comprove a investidura no cargo de procurador.

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D) Apenas declarar-se exercente do cargo de Procurador do Estado de São Paulo.

E) Portar a Lei Orgânica da Procuradoria do Estado de São Paulo, a fim de


demonstrar que seu mandato judicial decorre de lei, se afigurando desnecessária
a apresentação de procuração.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares.
Processo em geral. Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para
apuração de falta grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos. 14. A Fazenda Pú-
blica perante a Justiça do Trabalho. 15. Súmulas e orientações jurisprudenciais

COMENTÁRIO GENÉRICO SOBRE A QUESTÃO: Imagino que alguns já conheçam a súmula


nº 436 do TST, mas não há como não abordá-la em preparação para provas de procuradoria.
Já vi essa súmula cair mais de dez vezes em prova de procuradoria, portanto, tentei cobrá-la
de forma diferente, mais desafiadora. Vamos à transcrição da súmula:

“Súmula nº 436 do TST

REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS,


MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações


públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus
procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de
comprovação do ato de nomeação.

II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-


se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.”

Portanto, o Procurador que representa a Fazenda Pública perante a justiça do trabalho não
precisa apresentar procuração, carteira funcional, ato de nomeação, lei orgânica da procuradoria,
absolutamente nada, ele precisa apenas se declarar exercente do cargo de procurador.

Essa súmula despenca demais em prova de procuradoria, por isso, mesmo para os que já

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conhecem, é sempre interessante revisar.

A) INCORRETA: Não é necessário portar procuração nem ato de nomeação.

B) INCORRETA: Não é necessário comprovar a nomeação.

C) INCORRETA: A indicação do número de inscrição na OAB, por si só, não é suficiente para
regular representação processual.

D) CORRETA: Nos termos da Súmula nº 436 do TST, essa é a única providência obrigatória
para a regular representação do Estado pelo procurador.

E) INCORRETA: Não é necessário portar a lei orgânica.

GABARITO: D

PROFESSOR: GUILHERME MARTINS


E-mail: profcei.guilhermepellegrini@gmail.com

DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO

41. Assinale a alternativa correta no que tange à disciplina dos fundos especiais:

A) A criação de fundo por decreto é ilegal, ainda que haja prévia autorização
legislativa;

B) dado que a arrecadação de taxas está vinculada à prestação de serviço


ou exercício do poder de polícia para a qual criada, é inconstitucional que sua
arrecadação seja destinada a fundo público;

C) os fundos públicos caracterizam-se como uma universalidade de recursos


vinculados a determinadas despesas, representados em um ente personalizado;

D) inexiste vinculação de impostos a fundos públicos no âmbito nacional;

E) como regra, o saldo positivo de um fundo deve retornar no exercício seguinte


ao próprio fundo.

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COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3. (...) Fundos especiais de despesa e investimento.

A) INCORRETA: fundos especiais são entes despersonalizados, com uma universalidade de


recursos vinculados a determinadas despesas. A Lei n. 4.320/64 define fundo especial como
o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados
objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação (art. 73). Pelo
artigo 167, IX da Constituição Federal, a instituição de fundos de qualquer natureza precisa
ser precedida de autorização legislativa. Nessa seara, entende-se que pode a lei autorizar a
criação do fundo, relegando para decreto posterior sua instituição.

B) INCORRETA: não é permitida a vinculação de impostos para fundos públicos, ressalvadas


as exceções contidas no art. 167, IV, da Constituição Federal. O entendimento, porém, não
se aplica a taxas. Na prática, muitos fundos são integralizados a partir da destinação de um
percentual de determinadas taxas. Ressalta-se, porém, que o fundo precisa ter finalidade
temática com o serviço público ou poder de polícia para o qual a taxa foi instituída.

C) INCORRETA: conforme indicado na definição, os fundos são despersonalizados.

D) INCORRETA: apesar da vedação constitucional para vinculação de receitas de impostos


a fundos, o próprio artigo 167, IV trouxe exceções que permitem essa vinculação, a exemplo
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação – FUNDEB. Portanto, existem vinculações de impostos a fundos.

E) CORRETA: De fato, salvo determinação em contrário, o saldo positivo do fundo especial


apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo (art.
73, da Lei n. 4.320/64).

GABARITO: E

42. No tocante à desvinculaçao de receitas, assinale a alternativa correta:


A) a desvinculação de receitas previstas na EC 93/2016 é indefinida temporalmente;

B) somente há permissivo legal para a desvinculação de receitas da União;

C) as receitas cuja desvinculação é permitida, no caso dos Estados, são aquelas


atinentes a impostos, taxas e multas;

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D) as receitas cuja desvinculação é permitida, no caso da União, são aquelas


atinentes a impostos, taxas, multas e contribuições sociais;

E) a desvinculação de receitas no âmbito dos Estados atinge inclusive receitas de


fundos instituídos pelas Procuradorias-Gerais dos Estados.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3. (...) Vinculação de receitas.

A) INCORRETA: cabe observar que a Emenda Constitucional n. 93/2016 prorrogou a


desvinculação de receitas da União e estabeleceu a desvinculação de receitas dos Estados,
Distrito Federal e Municípios. Portanto, sendo um regramento agora também aplicável à esfera
estatal, vale a pena conhecer em detalhes seu regime. No caso, essa alternativa está incorreta,
pois a desvinculação foi instituída somente até o término do exercício de 2023. Assim, não tem
vigência indeterminada.

B) INCORRETA: o artigo 76-A do ADCT passou a prever a desvinculação de receitas dos


Estados e Distrito Federal.

C) CORRETA: de fato, o regime de desvinculação de receitas não é idêntico para a União,


Estados e Municípios. No caso da União, foi desvinculada de qualquer órgão, fundo ou despesa
30% da arrecadação das (i) contribuições sociais, (ii) contribuições de intervenção no domínio
econômico e (iii) taxas. Já no âmbito estatal, foi desvinculada de qualquer órgão, fundo ou
despesa 30% da arrecadação das (i) impostos, (ii) taxas, (iii) multas e (iv) outras receitas
correntes. A alternativa indica com exatidão as receitas desvinculadas dos Estados.

D) INCORRETA: como exposto acima, a alternativa não indica com exatidão as receitas
desvinculadas da União.

E) INCORRETA: Há exceções para a desvinculação de receitas no âmbito dos Estados, isto


é, receitas provenientes de impostos, taxas, multas e outras receitas correntes mas que não
englobam a base de cálculo para a apuração do montante de 30% que ficará desvinculado.
Dentre as exceções, listadas no parágrafo único do artigo 76-A do ADCT, se incluem os
fundos instituídos pelo Poder Judiciário, pelos Tribunais de Contas, pelo Ministério Público,
pelas Defensorias Públicas e pelas Procuradorias-Gerais dos Estados e do Distrito Federal.
Aproveitando a digressão, vale conferir na Lei Orgânica da PGE/SP o regramento sobre o
Fundo Especial da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo – FUNPROGESP (arts. 195 a
201 da Lei Complementar Estadual n. 1.270/2015).

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GABARITO: C

43. Suponha que, no exercício de 2019, a União ainda não tenha instituído o Imposto
sobre Grandes Fortunas e que novo Município criado ainda não tenha instituído Imposto
sobre Serviços. Nesta situação:
A) não haverá consequências práticas à União;

B) o Presidente da República e o Prefeito Municipal responderão por crime de


responsabilidade;

C) o Município ficará impedido de receber transferências obrigatórias;

D) a instituição dos tributos constitui opção política, de modo que a omissão não
se revela ilegal;

E) o Município ficará impedido de receber transferências voluntárias, ao passo que


a União ficará impedida de realizar transferências voluntárias.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. (...) Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000).
(...) 2. (...) Conceito de gestão fiscal responsável e equilíbrio orçamentário.

O artigo 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que constituem requisitos essenciais


da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os
tributos da competência constitucional do ente da Federação. Portanto, todos os tributos de
competência de cada ente devem ser criados, seguindo-se do aparelhamento estatal para a
sua efetiva arrecadação.

Contudo, a sanção para a não observância dessa regra se encontra no parágrafo único do artigo
11, e consiste apenas na vedação de recebimento de transferências voluntárias. Como a União
não recebe transferências voluntárias, a não instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas
desde a Constituição de 1988 não lhe traz consequências práticas (apesar de violar a LRF).
No mais, a falta de instituição de tributos não está no rol de crimes contra a lei orçamentária
previstos no artigo 10 da Lei n. 1.079/50.

GABARITO: A

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44. Sobre as empresas estatais dependentes, assinale a alternativa correta:


A) para caracterização de empresa estatal dependente, a LRF repete o conceito de
controle contido na Lei das S.A.;

B) o recebimento de recursos unicamente para fins de investimentos não faz com


que uma empresa estatal seja classificada como dependente;

C) não é possível que a empresa estatal utilize os recursos advindos do poder


concedente para subsidiar bens fornecidos ao consumidor final;

D) como seguem o regime de direito privado, as estatais dependentes não se


sujeitam às restrições para realização de operação de crédito com outros entes da
Federação;

E) as despesas com as empresas estatais dependentes constam tanto do orçamento


fiscal quanto do orçamento de investimentos.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: Ponto do edital: 1. (...) Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Com-
plementar nº 101/2000). (...) 2. Plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei
orçamentária anual.

A) INCORRETA: a Lei de Responsabilidade Fiscal define empresa controlada como a sociedade


cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da
Federação (art. 2º, II). É um conceito de controle diverso daquele apresentado pelo art. 116
da Lei das S.A. Por sua vez, empresa estatal dependente é a empresa controlada que receba
do entre controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de
custeio em geral ou de capital, excluídos aqueles provenientes de aumento de participação
acionária (art. 2º, III).

B) INCORRETA: conforme indicado na definição acima, o recebimento de recursos para


despesas com capital (com exceção do aumento de participação acionária) é um dos fatores
que permite a classificação da sociedade controlada por ente público como estatal dependente.

C) INCORRETA: inexiste essa vedação na legislação pátria. Ao contrário, a empresa estatal é


criada para atender interesse coletivo (art. 173, CF), de tal modo que pode uma estatal usar os
recursos públicos que receber para subsidiar bens para os consumidores.

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D) INCORRETA: a vedação para realização de operações de crédito entre um ente da Federação


e outro atinge inclusive aquelas operações feitas por intermédio de fundo, autarquia, fundação
ou empresa estatal dependente (art. 35, LRF).

E) CORRETA: lembrem-se que o 165, § 5º da Constituição Federal prevê que deverá compor
um orçamento próprio as despesas de investimento das empresas em que a União detiver a
maioria do capital social. Isso não significa que todas as despesas com as estatais dependentes
estejam neste orçamento. Demais despesas que não sejam de investimento constarão do
orçamento fiscal.

GABARITO: E

45. Considere as seguintes hipóteses omissivas no desempenho da competência


orçamentária e assinale a alternativa correta:

A) a sessão legislativa da Assembleia Legislativa de São Paulo não pode ser


interrompida sem aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e também
sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento;

B) não constitui crime de responsabilidade a falta de envio do projeto de lei


orçamentária;

C) caso o prefeito não encaminhe projeto de LOA, o legislativo não pode basear sua
análise na lei orçamentária vigente, dado que seus parâmetros estão defasados;

D) a sessão legislativa do Congresso Nacional não poderá ser suspensa sem a


aprovação do projeto de lei orçamentária anual;

E) a aprovação do projeto de LDO até o fim do ano anterior ao de sua vigência


respeita o prazo constitucional estabelecido para tanto.

COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. Normas gerais sobre direito financeiro (Lei federal nº 4.320/64).
Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000). (...) 2. Plano pluria-
nual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual.

A) CORRETA: A Constituição Federal prevê apenas que a sessão legislativa não será

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interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 57, § 2º).
Contudo, a Constituição Estadual de São Paulo vai além, e prevê que a sessão legislativa
também não pode ser interrompida sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento (art.
9º, § 4º).

B) INCORRETA: o crime é tipificado no artigo 10, inciso 1, da Lei n. 1.079/50.

C) INCORRETA: a possibilidade do legislativo iniciar sua análise com base na lei orçamentária
vigente é prevista no artigo 32 da Lei n. 4.320/64.

D) INCORRETA: como destacado acima, o texto da Constituição Federal proíbe a interrupção


da sessão legislativa sem a aprovação da LDO, mas não da LOA.

E) INCORRETA: lembremos que a LDO deve ser aprovada até 30 de junho de cada ano
(primeiro período da sessão legislativa), ao contrário da LOA que deve ser votada até o final
do ano, conforme artigo 35 do ADCT.

GABARITO: A

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