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4ª RODADA - 19/03/2018
CEI-PGE/SP
4ª RODADA - 19/03/2018
DURAÇÃO
09/02/2018 A 10/05/2018
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
12 QUESTÕES DISSERTATIVAS
total
6 PEÇAS OU PARECERES
total
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PGE/SP
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2018
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
60,00
em até 3x
Lançamento!
Páginas: 190
sem juros Edição: 3ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-02-6
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Dimensões: 14x21cm
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PROFESSORES
SUMÁRIO
PROFESSORES..............................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................................6
CRONOGRAMA...........................................................................................................................................8
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO.................................................................9
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................9
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................11
DIREITO CIVIL................................................................................................................................14
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................... 17
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO.......................................................19
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 22
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 25
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................. 27
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO................................ 30
GABARITO................................................................................................................................................. 33
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO............................................................. 34
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................... 34
DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................... 42
DIREITO CIVIL................................................................................................................................51
DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 68
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO...................................................... 77
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 87
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 97
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................109
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO...............................120
APRESENTAÇÃO
Queridos(as) alunos(as),
De qualquer modo, independentemente da fase atual do estudo, muitos de vocês tem enviado
e-mail com dúvidas pontuais sobre organização no que tange às rodadas de questões do CEI-
PGE-SP, ou seja, como aproveitar da melhor forma o material recebido.
1. Quando a rodada possuir questões abertas (subjetivas), pesquisar o tema das subjetivas e
fazer um esquema (um mapa) do assunto;
4. Por fim, sugiro realizar a leitura dos comentários num quarto momento com o vade mecum
(lei seca) aberto(a) e já ir providenciando as marcações nas leis dos artigos mencionados
nos comentários, pois isso trará um ganho qualitativo no momento de revisar a legislação.
Paralelamente, você pode ir colocando os temas que deverá lembrar seja porque não sabe
seja porque tem dificuldade num arquivo separado para revisar no período pré-prova, pois,
dificilmente, você conseguirá revisar os comentários de todas as questões realizadas. Por
exemplo: RODADA 1 - Constitucional - Controle de Constitucionalidade, revisar quem pode ser
autor de ADI; AMBIENTAL - APP - revisar os requisitos e, assim, sucessivamente. Isso ajudará
vocês a ter um norte no momento da revisão e fará com que vocês se debrucem sobre pontos
estratégicos que não forma bem fixados ou que deverão ser lembrados na prova.
Desse modo, retiramos a 10ª rodada e previmos a 9ª rodada com 90 questões (estilo
simulado) a fim de que mantenhamos, ao total, as 540 questões objetivas com as quais nos
comprometemos. Ademais, passamos à oitava rodada as questões abertas (discursivas),
que estavam previstas na nona, para que vocês tenham tempo de escrever e os professores
consigam devolvê-las com as devidas correções em tempo hábil no pré-prova a vocês.
A partir de agora, desejo que vocês tenham mais foco, mais afinco e, não se esqueçam de que,
em 2 (dois) meses efetivamente estudados, conseguimos fazer milagre. Portanto, o milagre
está em suas mãos. Façam acontecer!
Mais uma vez, desejo que vocês tenham bons estudos e fico à disposição para eventuais
dúvidas e esclarecimentos pelo e-mail: profcei.mariannamotta@gmail.com..
Um forte abraço,
CRONOGRAMA
Limite p/
Peça (Até 150 Questões (Até Publicação
Rodada Objetivas Publicação resposta p/
linhas) 30 linhas) espelho
aluno
Previdenciário
90 questões Trabalho
1ª Rodada Público 9/02 17/02 01/03
objetivas Civil
(peça)
45 questões
4ª Rodada - - 19/03 - -
objetivas
Processo do
45 questões Tributário
5ª Rodada Trabalho 29/03 08/04 20/04
objetivas Civil
(peça)
45 questões
6ª Rodada - - 10/04 -
objetivas
Processo Civil
45 questões Ambiental
7ª Rodada (peça) 20/04 29/04 11/05
objetivas Administrativo
Constitucional
45 questões Tributário
8ª Rodada Empresarial 02/05 09/05 16/05
objetivas (peça)
Público
90 questões
objetivas
9ª Rodada - - 11/05
(estilo
SIMULADO)
DIREITO CONSTITUCIONAL
B) A criação da CPI exige que o requerimento seja subscrito por um terço dos
membros da respectiva Casa.
São corretas:
A) I.
B) I e II.
C) II e III.
D) I e III.
E) I, II e III.
D) Caso algum tribunal não obedeça a cláusula de reserva de plenário nos casos
em que ela é obrigatória, é cabível reclamação perante o STF.
E) A revisão da tese jurídica firmada no incidente será feita pelo mesmo tribunal,
desde que haja requerimento do Ministério Público ou Defensoria Pública.
Item II: A ação de direito material, na atualidade, confunde-se com a ação de direito
material.
Item III: A denominada teoria eclética da ação, atribuída a Enrico Tullio Liebman
B) Não cabe recurso contra decisão do magistrado que não reconhece o seu
impedimento ou suspeição, limitando-se a dar as suas razões para tanto e a remeter
o incidente ao órgão julgador competente.
10. Acerca do tema da petição inicial, dos pedidos e suas decorrências no código de
processo civil, assinale a resposta correta:
A) Caso a parte formule pedidos alternativos, o acolhimento de quaisquer desses
pedidos gera interesse recursal para que o outro pedido seja concedido.
DIREITO CIVIL
B) Aquele que tiver prometido fato de terceiro não pode responder por perdas e
danos, quando este o não executar.
B) Ainda que apartado de seu patrimônio, pode o incorporador dar em garantia real
o terreno bem como as unidades imobiliárias construídas com o fim de obtenção
de financiamento bancário.
B) É necessário que o devedor seja notificado e concorde com a cessão para ela
ter eficácia.
DIREITO ADMINISTRATIVO
16. A associação X de defesa dos direitos dos donos de caiaques da cidade de Santos/
SP, legalmente constituída e em funcionamento há 06 (seis) meses impetrou mandado
de segurança coletivo em defesa de parte de seus associados, sem autorização especial
destes para tanto. No referido writ, discutia-se o pagamento de IPTU em terrenos de
propriedade desses associados, o que não tem relação direta com os objetivos da
associação X. Diante da situação narrada, e considerando a disciplina legal do mandado
de segurança coletivo, indique a alternativa incorreta:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
19. De acordo com a Lei nº 9.504/1997 são considerados agentes públicos, para fins
eleitorais, exceto:
A) Os agentes políticos exercentes de mandato.
20. Sobre as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais, julgue
os itens a seguir:
I. No caso de a conduta vedada em campanha eleitoral consistir, também, em ato
de improbidade administrativa, caberá à Justiça Eleitoral o julgamento tanto da
infração eleitoral quanto da ação de improbidade administrativa.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III.
E) II e III.
aposentadoria voluntária comum, prevista no art. 40, §1º, III, “a” da Constituição
Federal.
22. No tocante ao custeio do Regime Próprio de Previdência Social, pode-se afirmar, nos
termos da Constituição Federal, da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e da
legislação de regência, que:
A) Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social que superem o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
com percentual correspondente a 11% (onze por cento), inclusive para os portadores
de doença incapacitante.
23. A Diretoria Executiva da São Paulo Previdência será composta pelos seguintes
diretores executivos, EXCETO:
A) Diretor Presidente.
DIREITO AMBIENTAL
c) As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sob pena de não poderem ser instaladas.
e) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.
b) O proprietário pode apropriar-se por meio de poços das águas que existam
debaixo da superfície desde que não prejudique o uso comum.
28. No julgamento das ADI 4901, 4902 e 4903, ajuizadas pelo Procurador Geral da
República, da ADI 4937 ajuizada pelo Partido Socialismo e Democracia-PSOL e da ADC
42 ajuizada pelo Partido Progressista-PP, assinale a alternativa correta:
a) Foi declarada inconstitucional a dispensa de área de preservação permanente
para os reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou
represamento de cursos d´águas naturais.
c) O Vale do Ribeira é considerado como Zona Costeira, para fins do Plano Estadual
de Gerenciamento Costeiro.
c) Sem um plano estadual de resíduos sólidos os Estados não têm acesso aos
recursos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão
de resíduos sólidos.
e municipal, respectivamente.
DIREITO TRIBUTÁRIO
33. A respeito do ITCMD cobrado no Estado de São Paulo, assinale a alternativa incorreta:
A) No ITCMD causa mortis, o débito fiscal poderá ser recolhido em até doze
prestações mensais, a critério dos Procuradores Chefes das Procuradorias
Fiscais, caso no monte não haja importância suficiente em dinheiro, título ou ação
negociável.
B) O arrendante não é responsável solidário pelo pagamento do IPVA, eis que sua
posse é indireta.
C) Na hipótese de perda ou roubo ocorrido fora do Estado de São Paulo, não haverá
dispensa do pagamento do IPVA.
35. Enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa
recair a penhora, o juiz suspenderá o curso da execução fiscal. Neste caso, não correrá
o prazo prescricional e o processo:
B) ficará suspenso até que a Fazenda possa localizar o devedor ou encontrar bens
que garantam a penhora.
C) estará suspenso pelo prazo de cinco anos, ao fim do qual será arquivado com
baixa na distribuição.
D) ficará interrompido pelo prazo de cinco anos, após o qual transcorrerá o prazo
decadencial de cinco anos.
E) será interrompido pelo prazo de um ano, após o qual será iniciado o prazo
decadencial para constituição do crédito tributário.
38. Assinale a alternativa que correlaciona de forma correta os conceitos legais com o
correspondente princípio inerente às nulidades no processo do trabalho:
A) Segundo o princípio da transcendência, nos processos sujeitos à apreciação
C) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
a convenção coletiva sempre será aplicada em detrimento do acordo coletivo,
quando houver conflito entre eles.
D) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
o acordo coletivo sempre será aplicado em detrimento da convenção coletiva,
quando houver conflito entre eles.
B) Portar seu ato de nomeação como procurador, a fim de coprovar sua investidura
no cargo.
41. Assinale a alternativa correta no que tange à disciplina dos fundos especiais:
A) A criação de fundo por decreto é ilegal, ainda que haja prévia autorização
legislativa;
43. Suponha que, no exercício de 2019, a União ainda não tenha instituído o Imposto
sobre Grandes Fortunas e que novo Município criado ainda não tenha instituído Imposto
sobre Serviços. Nesta situação:
A) não haverá consequências práticas à União;
D) a instituição dos tributos constitui opção política, de modo que a omissão não
se revela ilegal;
C) caso o prefeito não encaminhe projeto de LOA, o legislativo não pode basear sua
análise na lei orçamentária vigente, dado que seus parâmetros estão defasados;
GABARITO
1 B 23 C
2 A 24 D
3 A 25 E
4 E 26 D
5 E 27 D
6 A 28 C
7 C 29 B
8 B 30 D
9 B 31 B
10 E 32 C
11 C 33 D
12 E 34 A
13 E 35 A
14 C 36 C
15 A 37 A
16 E 38 A
17 C 39 D
18 E 40 D
19 E 41 E
20 E 42 C
21 E 43 A
22 B 44 E
45 A
DIREITO CONSTITUCIONAL
COMENTÁRIO
Ponto do edital: “União: natureza jurídica, competências e bens” e “Estados fede-
rados: natureza jurídica, competências, autonomia, capacidade de auto-organiza-
ção e seus limites; Constituição Estadual e seus elementos; Constituição do Esta-
do de São Paulo”
A) INCORRETA: os recursos minerais, abrangidos os do subsolo, são bens da União (art. 20,
inciso IX) e devem ser explorados em conformidade com o artigo 176 da Constituição.
(inciso II), “as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União” (inciso III) e, também, “as
terras devolutas não compreendidas entre as da União” (inciso IV).
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Organização administrativa do Estado: a) Administração Pública:
noção, princípios, normas e organização; b) servidores públicos civis e militares:
regime jurídico constitucional.
B) CORRETA (portanto, não é a resposta): a afirmação está correta porque a matéria está
regrada atualmente pela Súmula Vinculante nº 13, que se embasa na interpretação dada
pelo STF aos princípios constitucionais da Administração Pública: “A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
D) CORRETA (portanto, não é a resposta): nos termos do artigo 37, inciso VI, da Constituição,
é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, sendo relevante lembrar
que o art. 142, inciso IV, proíbe expressamente aos militares a sindicalização e a greve.
GABARITO: A
B) A criação da CPI exige que o requerimento seja subscrito por um terço dos
membros da respectiva Casa.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Poder Legislativo: a) funções, organização e funcionamento; b)
atos parlamentares; c) espécies normativas; d) processo legislativo; e) estatuto
dos congressistas; f) regimentos parlamentares; g) Tribunal de Contas.
A) INCORRETA: a assertiva diz respeito a caso julgado pelo STF em 2006 envolvendo
norma constante do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
(ALESP) que, justamente, condicionava a criação da CPI no âmbito estadual à deliberação
pelo Plenário da Casa. O STF entendeu que tal pratica violaria direito subjetivo da minoria
parlamentar, vez que se trata de norma de repetição obrigatória da Constituição federal.
Veja: “(...). 2. A garantia assegurada a um terço dos membros da Câmara ou do Senado
estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais – garantia das minorias. O
modelo federal de criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui
matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. 3. A garantia
da instalação da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou
da Assembleia Legislativa. Precedentes. 4. (...). Os requisitos indispensáveis à criação das
comissões parlamentares de inquérito estão dispostos, estritamente, no artigo 58 da CB/88.
(....)” (ADI 3619, Rel. Min. Eros Grau, j. em 01/08/2006). No mesmo sentido, no MS 26441
a Corte reconheceu a existência de “(...) um verdadeiro estatuto constitucional das minorias
B) CORRETA: de acordo com o artigo 58, § 3º, da Constituição, são três – e somente três – os
requisitos para a criação de CPIs: requerimento de um terço dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova
a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Vale ressaltar que as conclusões da CPI não
obrigam o Ministério Público que, todavia, conferirá prioridade ao feito em virtude do artigo 3º
da Lei nº 10.001/2000, segundo o qual o processo originado de investigação conduzida por
CPI “(...) terá prioridade sobre qualquer outro, exceto sobre aquele relativo a pedido de habeas
corpus, habeas data e mandado de segurança”.
C) CORRETA: o STF entende que as CPI não podem decretar medidas de indisponibilidade de
bens, muito embora tenham poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Veja:
“Incompetência da Comissão Parlamentar de Inquérito para expedir decreto de indisponibilidade
de bens de particular, que não é medida de instrução – a cujo âmbito se restringem os poderes
de autoridade judicial a elas conferidos no art. 58, §º 3 – mas de provimento cautelar de
eventual sentença futura, que só pode caber ao Juiz competente para proferi-la” (MS 23480,
julgado em 2000 e Rel. Min. Sepúlveda Pertence; veja também o MS 23.466-AgR, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, j. em 01/07/1999).
D) CORRETA: com efeito, segundo a jurisprudência do STF, a “(...) quebra do sigilo inerente aos
registros bancários, fiscais e telefônicos, por traduzir medida de caráter excepcional, revela-se
incompatível com o ordenamento constitucional quando fundada em deliberações emanadas
de CPI cujo suporte decisório apoia-se em formulações genéricas, destituídas da necessária
e específica indicação de causa provável, que se qualifica como pressuposto legitimador da
ruptura, por parte do Estado, da esfera de intimidade a todos garantida pela Constituição da
República. Precedentes. (...)” (MS 25668, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 23/03/2006)
GABARITO: A
São corretas:
A) I.
B) I e II.
C) II e III.
D) I e III.
E) I, II e III.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Controle de constitucionalidade: a supremacia da Constituição;
vício e sanção de inconstitucionalidade; origens e evolução histórica do controle;
modalidades de controle; efeitos subjetivos e temporais da declaração de incons-
titucionalidade e de constitucionalidade.
também um lado preventivo, pois feito no bojo do projeto de lei de conversão da MP já editada.
Embora esse entendimento minoritário não invalide a veracidade da assertiva, é interessante
que o candidato conheça esse posicionamento e o exponha em provas escritas, demonstrando
seu conhecimento.
III) CORRETA: Muito embora haja alguma dissonância na doutrina (afirmando, sobretudo, que
no sistema da Constituição de 1988 o Governador do Estado é legitimado universal para a
propositura de ADI), a doutrina majoritária e julgados do STF e do STJ entendem que o Chefe
do Executivo pode deixar de aplicar lei que entenda inconstitucional, inclusive orientando a
Administração no mesmo sentido: “Os Poderes Executivo e Legislativo, por sua chefia – e
isso mesmo tem sido questionado com o alargamento da legitimação ativa na ação direta de
inconstitucionalidade –, podem tão só determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de
aplicar administrativamente as leis ou atos com força de lei que considerem inconstitucionais”.
(ADI 221, Rel. Min. Moreira Alves, j. em 22/10/1993). Esta posição também é adotada no
âmbito da PGE/SP, embora tida como excepcional.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Ordem social: a) fundamento e objetivos; b) seguridade social; c)
educação, cultura e desporto; d) comunicação social; e) meio ambiente; f) família,
criança, adolescente e idoso; g) índios.
A) INCORRETA: nos termos da Súmula Vinculante nº 12, a cobrança de taxa de matrícula nas
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal, dispositivo que
preconiza a “(...) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. Note, contudo,
que a jurisprudência do STF não veda a cobrança de taxas de inscrição em processos seletivos
ou vestibulares (AI-AgR 748944), taxa de expedição de diploma (RE 597872-AgR) nem a
cobrança de mensalidades em cursos de pós-graduação lato sensu: “A garantia constitucional
da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade em
cursos de especialização”. (Tese de Repercussão Geral - RE 597854, Relator Ministro Edson
Fachin, j. em 26.4.2017).
E) CORRETA: o artigo 218, § 5°, da Lei Maior autoriza os Estados e o Distrito Federal –
atenção, não estão contemplados a União e os Municípios – a vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e pesquisa científica e tecnológica.
É comum, no Estado de São Paulo, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) aplique
o comando constitucional vinculando às universidades estaduais determinado percentual da
arrecadação do ICMS. Veja, a seguir, a disposição correspondente na LDO paulista para o
exercício de 2018: “Os valores dos orçamentos das Universidades Estaduais serão fixados na
proposta orçamentária do Estado para 2018, devendo as liberações mensais dos recursos do
Tesouro respeitar, no mínimo, o percentual global de 9,57% (nove inteiros e cinquenta e sete
centésimos por cento) da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação - ICMS - Quota-Parte do Estado, no mês de referência. (...)” (artigo 5º da Lei
Estadual nº 16.511, de 27 de julho de 2017).
GABARITO: E
D) Caso algum tribunal não obedeça a cláusula de reserva de plenário nos casos
em que ela é obrigatória, é cabível reclamação perante o STF.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14. Do processo nos Tribunais. Da ordem dos processos nos Tri-
bunais. Uniformização de jurisprudência. Declaração de inconstitucionalidade. A
súmula vinculante 10 do STF. Súmulas.
A) INCORRETA: De acordo com o art. 948 do CPC, “Os órgãos fracionários dos tribunais
não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando
já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a
questão”. Não há necessidade que o pronunciamento do STF tenha ocorrido em controle
concentrado, podendo ter ocorrido no controle difuso.
B) CORRETA: De acordo com a súmula 513 do STF, “A decisão que enseja a interposição
de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de
inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento
do feito”.
No entanto, existem várias exceções. Uma delas é o próprio STF, segundo o qual “O STF
exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento
do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental
para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF”. (RE 361.829 ED, rel. min. Ellen Gracie, 2ª T,
DJE de 19-3-2010). Ainda consta do inteiro teor do acórdão que “por expressa disposição
regimental, as Turmas integrantes do STF detém competência para julgamento de recurso
extraordinário, via apropriada à discussão de violação constitucional”. Ou seja, o raciocínio é de
que, se as turmas possuem competência para julgar recurso extraordinário, podem igualmente
reconhecer a inconstitucionalidade de textos normativos sem remessa ao plenário.
lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”. E, como
destacado pelo art. 7º, caput, da Lei da súmula vinculante, “Da decisão judicial ou do ato
administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou
aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo
dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação”.
E) CORRETA: De acordo com o STF, “Nesses termos, concluída pelo Conselho Nacional
de Justiça a apreciação da inconstitucionalidade de lei aproveitada como fundamento
de ato submetido ao seu exame, poderá esse órgão constitucional de controle do Poder
Judiciário valer-se da expedição de ato administrativo formal e expresso, de caráter normativo,
para impor aos órgãos submetidos constitucionalmente à sua atuação fiscalizadora a invalidade
de ato administrativo pela inaplicabilidade do texto legal no qual se baseia por contrariar a
Constituição da República..(...) 18. Há que se ter como indispensável, condição mesma de
eficácia jurídica tanto da declaração de inconstitucionalidade assentada incidentalmente
quanto da decisão administrativa extensiva dos seus efeitos, a manifestação da maioria
absoluta dos membros do Conselho Nacional de Justiça.” (Pet 4656, Relatora Ministra
Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgamento em 19.12.2016, DJe de 4.12.2017).
GABARITO: A
E) A revisão da tese jurídica firmada no incidente será feita pelo mesmo tribunal,
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14. Do processo nos Tribunais. Da ordem dos processos nos Tri-
bunais. Uniformização de jurisprudência. Declaração de inconstitucionalidade. A
súmula vinculante 10 do STF. Súmulas.
A) INCORRETA: De acordo com o art. 980, caput, do CPC, “O incidente será julgado no prazo
de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus”. Em outros termos, essa preferência não é absoluta
como aponta a assertiva.
B) INCORRETA: De acordo com o art. 982, § 3º, do CPC, “Visando à garantia da segurança
jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao
tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão
de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que
versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado”.
C) CORRETA: De acordo com o art. 984, §2º, do CPC, “O conteúdo do acórdão abrangerá
a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam
favoráveis ou contrários”. Note-se que trata-se de um dever de fundamentação qualificado,
pois, em geral, não se exige que todos os argumentos favoráveis sejam analisados, mas apenas
os contrários. Trata-se de uma exigência voltada à formação de precedentes de qualidade.
D) INCORRETA: Muito embora o art. 985, § 1º, do CPC, destaque o cabimento da reclamação
quando a decisão no incidente não seja obedecida, isso não permite concluir que isso se aplica
aos órgãos administrativos. Apenas quando haja expressa previsão sobre o tema, é possível
que se admita a reclamação diante de decisões no âmbito administrativo como ocorre, por
exemplo, no caso da súmula vinculante.
E) INCORRETA: De acordo com o art. 986 do CPC, “A revisão da tese jurídica firmada no
incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados
mencionados no art. 977, inciso III”. Note-se que a revisão também pode ser realizada de
ofício!
Destaque-se que o art. 977, III, do CPC, faz menção ao MP e a defensoria pública.
GABARITO: C
Item II: A ação de direito material, na atualidade, confunde-se com a ação de direito
material.
Item III: A denominada teoria eclética da ação, atribuída a Enrico Tullio Liebman
defende que, embora a ação prescinda da existência do direito subjetivo, sendo
abstrata, sua existência depende do modo como em cada caso concreto o direito
à sentença de mérito se relaciona com a ordem jurídica de direito material e com a
situação em que o autor se encontra em relação a este, sendo os requisitos para a
sentença de mérito denominados como as condições da ação.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Ação sob o enfoque processual. Classificação. Elementos. Con-
dições. Cumulação.
ITEM I: CORRETO: O art. 267, VI, do CPC/1973, destaca que “Art. 267. Extingue-se o
processo, sem resolução de mérito: (...) Vl - quando não concorrer qualquer das condições da
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual”. No
entanto, o art. 485, VI, do CPC apenas destaca que “Art. 485. O juiz não resolverá o mérito
quando: (...) VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual”, não mais
ITEM II: INCORRETO: De acordo com a doutrina de Humberto Theodoro Junior, “A ação é
fenômeno que tanto tem sentido no direito material como no direito processual. No sentido
material, a ação existe em favor do titular de um direito desde que este nasceu até sua extinção
ou preclusão”. Por outro lado, continua o autor “Direito de ação, no plano de direito processual,
isto é, de direito público, não decorre da preexistência de um direito subjetivo material a tutelar,
mas provém da própria pretensão à prestação jurisdicional”. (...) O direito de ação, no sentido
processual, pressupõe não propriamente o direito material da parte que atua em juízo, mas o
direito de obter a prestação jurisdicional pacificadora da controvérsia em que se acha envolvido.
(Curso de direito processual civil. 56 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, v. I, p. 171-172) Nota-
se que os conceitos não se confundem, pois a ação de direito material está relacionada com
o direito subjetivo da parte e a ação de direito processual apenas com a pretensão à tutela
jurídica, seja ela favorável ou não.
ITEM III: CORRETO: De acordo com Dinamarco, essa teoria é, de fato, atribuída a Liebman,
em aula inaugural na Universidade de Turim, em que defendeu que “embora a ação prescinda
da existência do direito subjetivo – sendo por isso abstrata – sua existência depende do
modo como em cada caso concreto o direito à sentença de mérito se relaciona com a ordem
jurídica de direito material e com a situação em que o autor se encontra em relação a este. Foi
dada então muita ênfase às condições da ação como requisitos para que, em cada situação
concretamente considerada, o autor tivesse direito ao pronunciamento jurisdicional de mérito”
(Instituições de direito processual civil. 7º ed. São Paulo: Malheiros, 2017, v. II, p. 375-376).
GABARITO: B
B) Não cabe recurso contra decisão do magistrado que não reconhece o seu
impedimento ou suspeição, limitando-se a dar as suas razões para tanto e a remeter
o incidente ao órgão julgador competente.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8. Processo. Relação jurídica processual. Pressupostos proces-
suais de existência, validade e negativos. Atos processuais das partes, do ma-
gistrado e dos auxiliares da Justiça. Forma, tempo e lugar dos atos processuais.
Prazos processuais. Preclusão. Nulidades processuais. Comunicação dos atos
processuais. Formação, suspensão e extinção do processo.
A) INCORRETA: De acordo com a súmula vinculante n. 25, do STF, “É ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”. Em precedente específico,
destacou o STF que “O fato, Senhores Ministros, é que, independentemente da orientação que
se venha a adotar (supralegalidade ou natureza constitucional dos tratados internacionais de
direitos humanos), a conclusão será, sempre, uma só: a de que não mais subsiste, em nosso
sistema de direito positivo interno, o instrumento da prisão civil nas hipóteses de infidelidade
depositária, cuide-se de depósito voluntário (convencional) ou trate-se, como na espécie, de
depósito judicial, que é modalidade de depósito necessário.” (HC 90983, Relator Ministro Celso
de Mello, Segunda Turma, julgamento em 23.9.2008, DJe de 13.5.2013).
B) CORRETA: De acordo com o STJ, “Diante da inexistência de caráter decisório, não cabe
recurso contra decisão do magistrado que, com base na parte final do art. 313 do CPC/1973
(art. 146, § 1º, CPC/2015), não reconhece o seu impedimento ou suspeição, limitando-se a
dar as suas razões para tanto, a determinar a suspensão do feita e a remessa do incidente
ao órgão julgador competente”. (STJ, 2ª T., AgRg no AREsp 498.432/PB, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, j. 17/05/2016, DJe 23/05/2016). Portanto, correta a assertiva.
D) INCORRETA: De acordo com o art. 143, I, do CPC/2015, “Art. 143. O juiz responderá, civil
e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder
com dolo ou fraude”. Portanto, o juiz deve atuar com dolo e não apenas com culpa para ser
responsabilizado.
E) INCORRETA: De acordo com a súmula n. 252 do STF, ocorre justamente o contrário, pois
ela afirma que “Na ação rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento
rescindendo”.
GABARITO: B
10. Acerca do tema da petição inicial, dos pedidos e suas decorrências no código de
processo civil, assinale a resposta correta:
A) Caso a parte formule pedidos alternativos, o acolhimento de quaisquer desses
pedidos gera interesse recursal para que o outro pedido seja concedido.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11.1. Procedimento ordinário. Fases. Petição inicial. Citação. Efei-
tos. Despacho inicial. Condutas do réu. Providências preliminares. Julgamento
conforme o estado do processo. Provas. Teoria geral das provas. Provas em es-
pécie. Audiência de instrução e julgamento. Sentença. Tutela específica e meios
assecuratórios do resultado.
A) INCORRETA: De acordo com o art. 326, parágrafo único, do CPC, “É lícito formular mais
de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles”. Note-se que, quando há
a formulação de pedido alternativo, os dois possuem a mesma importância para a parte.
Em outros termos, caso quaisquer deles sejam julgados procedentes, não haverá interesse
recursal para que o outro seja concedido.
Diversa é a situação casos fossem pedido em ordem subsidiária, permitidos pelo caput do art.
326 do CPC. Nessa situação, como há uma ordem de preferência, nos termos do enunciado
n. 288 do FPPC, “Quando acolhido o pedido subsidiário, o autor tem interesse de recorrer em
relação ao principal”.
C) INCORRETA: Consoante fixado pelo STJ em recurso repetitivo, “O prazo do art. 284
do CPC/1973 (art. 321, CPC/2015) não é peremptório, mas dilatório, ou seja, pode ser
reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por determinação do juiz” (STJ, 2ª
Seção, REsp 1.133.689 PE, Rel. Min. Massami Uyeda, j. 28/03/2012, DJe 18/05/2012, recurso
repetitivo).
Ocorre que o § 3º traz uma exceção ao afirmar que “O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações
de pedidos de que trata o art. 326”. Como indicado nos comentários a alternativa A, o art. 326
versa sobre a cumulação subsidiária e a alternativa, casos em que não há necessidade de
compatibilidade entre os pedidos, já que, pela sua própria natureza, eles são incompatíveis.
E) CORRETA: De acordo com o art. 329 do CPC, “Art. 329. O autor poderá: I - até a citação,
aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do
réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar”.
O seu parágrafo único ainda destaca que “Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção
e à respectiva causa de pedir”. Ou seja, a alternativa está correta.
GABARITO: E
DIREITO CIVIL
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Ausência.
Obs.: Não confundir o pedido de abertura da sucessão provisória com o ajuizamento de ação
específica para a declaração de ausência, em que o Ministério Público terá legitimidade para
requerer (art. 22. “Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador).
c) os que tiverem direitos relacionados com os bens do ausente, particularmente para após a
sua morte;
Código Civil.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
Art. 28, § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na
sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
a abertura de eventual testamento deixado pelo desaparecido, bem como do inventário para a
partilha dos bens deixados.
Caso seja necessário, antes da partilha, o juiz poderá determinar que os bens móveis sujeitos
a deterioração ou a extravio sejam convertidos em bens imóveis ou em títulos garantidos pela
União (art. 29 do CC).
Por fim, o herdeiro descendente, ascendentes ou cônjuge do ausente terá direito a todos os
frutos colhidos durante o momento de exercício da posse. Os demais sucessores terão direito
somente em relação à metade desses frutos, devendo prestar contas ao juiz competente.
Retornando o ausente e provada a sua ausência voluntária, perderá totalmente o direito quanto
aos frutos para o sucessor correspondente.
Código Civil.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão
garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia
exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob
a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste
essa garantia.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária
e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Por fim, ressalta-se que, após esse prazo de dez anos, se não regressar o ausente, os bens
arrecadados serão definitivamente dos herdeiros, não tendo o desaparecido qualquer direito.
Outrossim, também não retornando o ausente e não tendo ele herdeiros, os bens serão tidos
como vagos, passando ao domínio do Estado, que passa a ser do Município ou do Distrito
Federal, se localizado nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.
Código Civil.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão
definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão
só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar,
ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens
alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar,
e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados
passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas
respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados
em território federal.
GABARITO: C
B) Aquele que tiver prometido fato de terceiro não pode responder por perdas e
danos, quando este o não executar.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Contratos: Estipulação em favor de terceiro e Promessa de fato de
terceiro.
Assim, na estipulação em favor de terceiro, os efeitos são de dentro para fora do contrato, ou
seja, exógenos. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido
exigir o seu adimplemento, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se
a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 do CC (“O estipulante pode
reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua
Por fim, aquele que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Código Civil: Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento
da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a
obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e
normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art.
438.
Assim, o único vinculado é o que promete, assumindo a obrigação de fazer que, não sendo
executada, resolve-se em perdas e danos.
Código Civil. Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por
perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade
não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência
o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de
algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, “o parágrafo único do art. 439 visa à proteção de um dos
cônjuges contra desatinos do outro, negando a eficácia à promessa de fato de terceiro quando
este for cônjuge do promitente, o ato a ser por ele praticado depender da sua anuência e, em
Ainda, de acordo com a doutrina, essa regra visa impedir que o cônjuge, geralmente a mulher,
por ter usado do seu direito de veto, venha a sofrer consequências da ação de indenização
que mais tarde se mova contra o cônjuge do promitente. O pressuposto é que, pelo regime
do casamento, a ação indenizatória venha, de algum modo, a prejudicar o cônjuge que nada
prometera.
Observação: A fiança dada pelo marido sem a anuência da mulher pode ser por ela anulada
(art. 1.649, CC). Caso ocorra a concessão de aval, pode esta opor embargos de terceiro para
livrar da penhora a sua meação.
D) INCORRETA: Conforme o art. 440 do CC, se o terceiro pelo qual o contratante se obrigou
comprometer-se pessoalmente, estará o outro exonerado de responsabilidade:
Segundo Flávio Tartuce, “a promessa pessoal substitui a promessa feita por um terceiro, havendo
uma cessão da posição contratual, pois o próprio terceiro é quem terá a responsabilidade
contratual. O exemplo é o de um promotor de eventos que promete um espetáculo de um
cantor famoso. Caso o cantor não compareça ao show, responderá aquele que fez a promessa
perante o outro contratante, Todavia, se o próprio cantor assumiu pessoalmente o compromisso,
não haverá mais a referida promessa de terceiro.”
E) CORRETA: No contrato com pessoa a declarar ou com cláusula pro amico eligendo, no
momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se à faculdade de indicar
a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes (art. 467,
CC). Ademais, essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da
conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado e a aceitação da pessoa nomeada
não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Trata-se de contrato comum nos compromissos de compra e venda de imóveis, nos quais o
compromissário comprador reserva para si a opção de receber a escritura definitiva ou indicar
terceiro para nela figurar como adquirente. Entretanto, este tipo de avença pode aplicar-se a
toda espécie de contrato que, pela sua natureza, não demonstre incompatibilidade.
A referida cláusula pro amico eligendo ou sibi aut amico vel eligendo evita despesas com a
nova alienação, nos casos de bens adquiridos com propósito de revenda. Feita validamente, a
pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato com efeito retroativo
(art. 469, CC).
Código Civil.
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a
faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações
dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias
da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A
aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma
que as partes usaram para o contrato.
GABARITO: E
B) Ainda que apartado de seu patrimônio, pode o incorporador dar em garantia real
o terreno bem como as unidades imobiliárias construídas com o fim de obtenção
de financiamento bancário.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Incorporação imobiliária.
C) CORRETA: O STJ entende que não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios
incidentes em período anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso de compra
e venda de imóveis em construção sob o regime de incorporação imobiliária (Segunda Seção.
EREsp 670.117-PB, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. Antonio
Carlos Ferreira, julgados em 13/6/2012).
Tais juros compensatórios, denominados “juros no pé”, são cobrados antes de ocorrer a entrega
das chaves, cláusula costumeiramente presente em contratos de compromisso de compra e
venda de unidade predial a ser construída (“na planta”). Normalmente eles são cobrados na
razão de 1% ao mês.
GABARITO: E
B) É necessário que o devedor seja notificado e concorde com a cessão para ela
ter eficácia.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Cessão de crédito;
A) INCORRETA: Em regra, a cessão tem eficácia inter partes, não se exigindo sequer a forma
escrita para que tenha validade entre os negociantes (art. 107, CC: “A validade da declaração
de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”).
Para ter eficácia perante terceiro, é necessária a celebração de um acordo escrito, por meio de
instrumento público ou de instrumento particular, revestido das solenidades do art. 654 do CC.
Portanto, aplica-se à cessão de crédito a regra do art. 107 do CC que consagra o princípio da
B) INCORRETA: Para que a cessão seja válida, não é necessário que o devedor (cedido)
concorde com ela ou mesmo participe. Conforme o art. 290 do CC, a cessão não terá eficácia
se o devedor não for notificado, podendo ser judicial ou extrajudicial, admitindo-se, ainda, a
notificação presumida, pela qual o devedor, em escrito público ou particular, declare-se ciente
da cessão feita.
C) CORRETA: Conforme previsão do art. 296 do CC, o cedente não responde pela solvência
do devedor ou cedido. Assim, em regra, a cessão de crédito é pro soluto.
Segundo Flávio Tartuce, “Isso ocorre no contrato de factoring, por exemplo, situação em que o
faturizado não responde perante o faturizador pela solvência do devedor, sendo a ausência de
responsabilidade um risco decorrente da natureza do negócio.”
Código Civil.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.
Em resumo:
a) Cessão pro soluto: é aquela que confere quitação pela e imediata do débito do cedente
para com o cessionário, exonerando o cedente. É a regra geral prevista na lei, não havendo
responsabilidade do cedente pela solvência do cedido.
b) Cessão pro solvendo: é aquela em que a transferência do crédito é feita com intuito de
extinguir a obrigação apenas quando o crédito for efetivamente cobrado. Deve haver previsão
pelas partes, respondendo o cedente perante o cessionário pela solvência do cedido.
Código Civil. Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não
se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao
tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por
título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
E) INCORRETA: De acordo com o art. 287 do CC, “salvo disposição em contrário, na cessão
de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios”.
Trata-se, portanto, de uma cessão legal, que decorre da lei, tendo origem na norma jurídica.
Aplica-se a máxima de que o acessório segue o principal (princípio da gravitação jurídica).
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Condomínio geral. Condomínio em edificações.
No mesmo sentido, o artigo 1.348, inciso VIII, do Código Civil dispõe que compete ao síndico,
entre outras atribuições, prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas.
Assim, o STJ entendeu que falta interesse de agir ao condômino em exigir a prestação de
contas do síndico, já que este não tem obrigação de prestar contas a cada um dos condôminos,
mas a todos, perante a assembleia:
O condômino, embora titular do interesse gerido por outrem, não tem legitimidade para,
individualmente, ajuizar ação de prestação de contas contra o síndico. No caso concreto, o
condomínio prestou contas à assembleia e esta as aprovou, cumprindo com sua obrigação
legal. O condômino, individualmente, não possui direito de exigir novamente prestação de
contas. Se esse condômino entende que a aprovação das contas pela assembleia foi irregular,
a única saída que lhe resta é ajuizar uma ação de anulação da assembleia/deliberação
social. Não cabe ao condômino sobrepor-se à assembleia, que se traduz no órgão supremo do
condomínio, pois através de suas deliberações é que se manifesta a vontade da coletividade
dos condôminos sobre todos os interesses comuns.
C) INCORRETA: As autoridades fiscais sustentavam que o IPTU incidiria não apenas sobre os
apartamentos existentes em condomínios, mas também sobre as áreas comuns, como qualquer
espaço edilício de uso comunitário pelos moradores e proprietários, devendo o imposto predial
urbano ser pago por todos os condôminos, na forma estabelecida pela convenção condominial
ou segundo a fração ideal correspondente a cada unidade imobiliária, caso a convenção seja
omissa.
Contudo, o STJ decidiu que “o condomínio não é responsável pelo pagamento do IPTU
incidente sobre as áreas comuns e de terceiros, pois não é sua a titularidade do domínio útil,
tampouco exerce posse com animus domini”.
Nesse sentido:
“No caso, o Distrito Federal pretende que o Condomínio seja qualificado como
contribuinte do IPTU, em relação às suas áreas comuns. Todavia, diante da
exegese do art. 34 do CTN, é de se inferir que o Condomínio não detém a qualidade
de proprietário, possuidor ou titular do domínio útil de suas áreas comuns, visto
que se trata de mero administrador do bem. Na esteira do entendimento firmado
na Segunda Turma do STJ, “o condomínio não exerce posse com animus domini,
motivo pelo qual não pode ser considerado sujeito passivo do IPTU” (STJ, AgRg no
AREsp 486.092/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 24/06/2014). No mesmo sentido: REsp 1.327.539/DF, Rel.Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 20/08/2012; REsp 1.285.122/
DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe de 11/03/2015.
À luz do CC/2002, não cabe a aplicação do prazo geral e residual do art. 205, pois o art. 206, §
5º, I, ao dispor que prescreve em 5 (cinco) anos “a pretensão de cobrança de dívidas líquidas
Portanto, o art. 206, § 5º, inc. I, do CC/02, com clareza, exige “apenas” que a dívida seja líquida,
constante de instrumento particular ou público, que a demonstre. E não, necessariamente, que
tenha sido contraída em um desses instrumentos. O fato de o dever de pagar taxa condominial
decorrer da lei, e não de negócio jurídico, é impertinente para a solução da questão, pois o
dispositivo não estabelece esse critério.
Assim, a pretensão de cobrança de cotas condominiais, por serem líquidas desde sua definição
em assembleia geral de condôminos, bem como lastreadas em documentos físicos, adequa-
se com perfeição à previsão do art. 206, § 5º, inc. I, do CC/02, razão pela qual se aplica o prazo
prescricional quinquenal. (Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.454.743-PR, Quarta Turma,
DJe 26/11/2014).
GABARITO: A
DIREITO ADMINISTRATIVO
16. A associação X de defesa dos direitos dos donos de caiaques da cidade de Santos/
SP, legalmente constituída e em funcionamento há 06 (seis) meses impetrou mandado
de segurança coletivo em defesa de parte de seus associados, sem autorização especial
destes para tanto. No referido writ, discutia-se o pagamento de IPTU em terrenos de
propriedade desses associados, o que não tem relação direta com os objetivos da
associação X. Diante da situação narrada, e considerando a disciplina legal do mandado
de segurança coletivo, indique a alternativa incorreta:
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 19.(...) Mandado de segurança coletivo.
A) CORRETA (portanto, não é a resposta): De fato, a Lei nº 12.016/2009, prevê que o mandado
de segurança coletivo pode ser impetrado, para defender direitos coletivos ou individuais
homogêneos das pessoas substituídas pelos legitimados. Nos termos do artigo 21 do referido
diploma legal, “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos
a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1
(um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.”
B) CORRETA (portanto, não é a resposta): É exatamente o que dispõe o artigo 21, caput,
supratranscrito. O prazo mínimo de constituição e funcionamento da entidade de classe,
associação ou organização sindical que queira ajuizar mandado de segurança coletivo é de
um ano. Por isso, na situação narrada, a associação seria ilegítima.
C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Tanto do artigo 21, caput, quanto do teor da Súmula
nº 629 do STF, extrai-se a correção da alternativa. Eis o que dispõe o referido enunciado: “a
impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.”
D) CORRETA (portanto, não é a resposta): Apesar de, como vimos, ser dispensável
autorização especial para a impetração de mandado de segurança coletivo, a própria lei impõe
que a pretensão veiculada seja pertinente às finalidades da associação, organização sindical
ou entidade de classe (v. art. 21 supra).
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 19. (...) Habeas data.
A) INCORRETA: Esse regime excepcional está ligado ao direito à informação (artigo 5º, inciso
XXXIII, da Constituição da República), e não ao habeas data. Com efeito, o STJ já decidiu que
“1. o direito à informação de interesse particular ou coletivo (art. 5º, XXXIII), se negado pela
Administração, deve ser protegido pela via judicial ordinária ou pelo mandado de segurança
e não pelo habeas data; 2. o mesmo direito pode ser exercido de forma ampla, com ressalva
para as informações “cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”;
essa restrição não se aplica no caso do habeas data, que protege a própria intimidade
da pessoa.” (RESP 781.696, 1ª Turma, Rel.: Min. Luiz Fux, j. em 08/05/2007).
B) INCORRETA: A Constituição, em seu artigo 5º, inciso LXXII, prevê duas hipóteses de
cabimento do habeas data, quais sejam: “a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;” A terceira hipótese, que é a referida
na assertiva, foi trazida pelo artigo 7º, inciso III, da Lei nº 9.507/1997, e não pelo Texto
Constitucional.
C) CORRETA: Como vimos acima, o artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição, prevê que o
habeas data pode visar acessar informações referentes ao impetrante “constantes de registros
ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público”. Nesse sentido, o artigo
1º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/1997, estabelece: “considera-se de caráter público todo
registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas
a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária
das informações.”
E) INCORRETA: O artigo 12 da Lei nº 9.507/1997 prevê que, após terminado o prazo de dez
dias para a prestação das informações, deverá ser ouvido o Ministério Público. Daniel
Amorim explica que parece “nesse caso, ser indiscutível a necessidade de sua intimação para
participar como fiscal da lei”. Quanto à necessidade de efetiva manifestação, o autor opina
que deve ser aplicado “subsidiariamente o art. 12 da Lei 12.016, que veio a pacificar polêmico
tema a respeito da necessidade de manifestação do Ministério Público quando intimado a
participar como custos legis. O parágrafo único do dispositivo legal mencionado é claro ao
prever que, com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz para
a decisão, em previsão de todo aplicável ao procedimento do habeas data” (NEVES, Daniel
Amorim Assumpção. Ações Constitucionais. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 285).
GABARITO: C
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 21. Infrações e sanções administrativas.
Pessoal, se esse ponto se mantiver no novo edital, recomendo-lhes, quando for publicado, a
leitura do Capítulo XV do livro de Celso Antônio Bandeira de Mello, cujo título corresponde,
exatamente, ao ponto do edital. Os outros autores tratam do assunto dentro de outros, como
responsabilidade das pessoas jurídicas e agentes públicos.
II. Correta. Celso Antônio Bandeira de Mello (Op. Cit. p. 852) explica que “não há infração
administrativa nem sanção administrativa sem prévia estatuição de uma e de outra. Assim,
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que as alternativas I e III estão corretas, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa III está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o que
corresponde aos comentários feitos acima.
GABARITO: E
19. De acordo com a Lei nº 9.504/1997 são considerados agentes públicos, para fins
eleitorais, exceto:
A) Os agentes políticos exercentes de mandato.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 22. Eleitoral. Condutas vedadas aos agentes públicos em campa-
nhas eleitorais. Lei 9.504/1997.
Pessoal, neste ponto do edital, recomendo-lhes a leitura da Cartilha da AGU sobre o tema, que
está atualizada e foi publicada recentemente, e parece-me suficiente conhecimento sobre o
assunto.
Quanto à questão, o artigo 73, § 1º, da Lei nº 9.504/1997 prevê que “reputa-se agente público,
para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública
direta, indireta, ou fundacional.”
Vejam que essa definição é amplíssima, muito semelhante àquela da lei de improbidade
administrativa. De acordo com a Cartilha da AGU, estão compreendidos, nessa definição: “•
os agentes políticos (Presidente da República, Governadores, Prefeitos e respectivos Vices,
Ministros de Estado, Secretários, Senadores, Deputados federais e estaduais, Vereadores
etc.); • os servidores titulares de cargos públicos, efetivos ou em comissão, em órgão ou
entidade pública (autarquias e fundações); • os empregados, sujeitos ao regime estatutário ou
celetista, permanentes ou temporários, contratados por prazo determinado ou indeterminado,
de órgão ou entidade pública (autarquias e fundações), empresa pública ou sociedade de
economia mista; • as pessoas requisitadas para prestação de atividade pública (p. ex.: membro
de Mesa receptora ou apuradora de votos, recrutados para o serviço militar obrigatório etc.); •
os gestores de negócios públicos; • os estagiários; • os que se vinculam contratualmente com
A) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.
B) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.
C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.
D) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como visto acima, estão incluídos no conceito de
agentes públicos, para fins eleitorais.
GABARITO: E
20. Sobre as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais, julgue
os itens a seguir:
I. No caso de a conduta vedada em campanha eleitoral consistir, também, em ato
de improbidade administrativa, caberá à Justiça Eleitoral o julgamento tanto da
infração eleitoral quanto da ação de improbidade administrativa.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III.
E) II e III.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 22. Eleitoral. Condutas vedadas aos agentes públicos em campa-
nhas eleitorais. Lei 9.504/1997.
I. Incorreta. A Cartilha da AGU referida na questão anterior, em sua página 25, explica que
“conforme o disposto no § 7º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, as condutas enumeradas no
referido art. 73 caracterizam também atos de improbidade administrativa referidos no art. 11,
inciso I, da Lei nº 8.429, de 1992, e sujeitam-se às disposições deste diploma legal, em especial
às cominações do art. 12, inciso III. Nesse caso, a competência para processar e julgar o ato de
improbidade não será da Justiça Eleitoral, mas da Justiça comum (Justiça federal no caso de
autoridade da administração federal) (TSE, RO nº 1.717.231, Acórdão de 24/04/2012, relator
Ministro Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira). As penalidades também não são de ordem
eleitoral, mas de ordem cível-administrativa àquele que venha a ser condenado.” Ou seja, a
justiça eleitoral julgará as infrações eleitorais, e a justiça comum (federal ou estadual)
julgará os atos de improbidade.
II. Correta. O artigo 77, caput, da Lei nº 9.504/97 prevê que “é proibido a qualquer candidato
comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas.”
Porém, o TSE já decidiu que “a mera presença do candidato na inauguração de obra
pública, como qualquer pessoa do povo, sem destaque e sem fazer uso da palavra ou
dela ser destinatário, não configura o ilícito previsto no art. 77 da Lei nº 9.504/97.” (AgR-
AI nº 1781-90, Acórdão de 5/11/2013, relator o Ministro Henrique Neves).
III. Correta. É, exatamente, o que dispõe o artigo 74 da Lei nº 9.504/1997: “configura abuso
de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de
maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando
o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma.” O artigo
37, § 1º é, justamente, aquele que prevê que “a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa III está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que as alternativas II e III estão corretas, o que
decorre dos comentários feitos acima.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 17. Sistema próprio de previdência dos servidores
A) O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que o art. 40, §19, da Constituição
Federal, que garante ao servidor público um abono de permanência, equivalente ao valor da sua
contribuição previdenciária, quando completar os requisitos da aposentadoria, não se restringe
à aposentadoria voluntária comum, prevista no art. 40, §1º, III, “a” da Constituição Federal,
mas se estende para as aposentadorias voluntárias, insertas no art. 40, §4º, da Constituição
Federal. (ARE 954.408 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 22.4.2016).
B) O Supremo Tribunal Federal também decidiu que, uma vez preenchidos os requisitos para
o recebimento do abono de permanência, esse direito não pode estar condicionado a outra
exigência. Logo, a exigência de requerimento administrativo para a aquisição do direito não
é permitida pela Constituição Federal, assim, o policial civil poderá fazer jus ao abono de
permanência, equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, quando completar os
requisitos da aposentadoria da aposentadoria especial do art. 40, §4º, II, da Constituição
Federal. Portanto, a assertiva está INCORRETA.
GABARITO: E
22. No tocante ao custeio do Regime Próprio de Previdência Social, pode-se afirmar, nos
termos da Constituição Federal, da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e da
legislação de regência, que:
A) Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social que superem o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
com percentual correspondente a 11% (onze por cento), inclusive para os portadores
de doença incapacitante.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 17. Sistema próprio de previdência dos servidores
A) O art. 40, §18, da Constituição Federal estabelece que a contribuição sobre os proventos de
aposentadorias e pensões concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social que superem
o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, com
percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. A contribuição
dos servidores ativos corresponde à 11% (onze por cento) da remuneração, nos termos do art.
8º, caput, da Lei Complementar 1.012/2007. A resposta está errada quando se aplica a mesma
base de cálculo ao portador de doença incapacitante, pois a Emenda Constitucional nº 47/2005,
garantiu que a contribuição para esse grupo incida somente sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
benefícios do Regime Geral de Previdência Social (art. 40, §21, da Constituição Federal).
Portanto, a assertiva está INCORRETA.
majoração, desde que o aumento dessa exação tributária observe padrões de razoabilidade e
seja estabelecido em bases moderadas. Não assiste ao contribuinte o direito de opor, ao Poder
Público, pretensão que vise a obstar o aumento dos tributos - a cujo conceito se subsumem
as contribuições de seguridade social, desde que respeitadas, pelo Estado, as diretrizes
constitucionais que regem, formal e materialmente, o exercício da competência impositiva”.
Portanto, a assertiva está INCORRETA.
GABARITO: B
23. A Diretoria Executiva da São Paulo Previdência será composta pelos seguintes
diretores executivos, EXCETO:
A) Diretor Presidente.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 18. Entidade gestora do regime próprio de previdência do servidor
público
Compõe a Administração Indireta do Estado de São Paulo como autarquia sob regime especial,
caracterizada pela autonomia administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos
humanos e autonomia nas suas decisões (art. 1º da Lei Complementar 1.010/2007).
A SPPREV, conforme já explicado no item “A”, é uma autarquia especial, enquanto a SP-
PREVCOM é uma fundação, logo elas não se confundem. Diante do exposto, a alternativa
está INCORRETA.
D) Uma vez que a SPPREV é responsável por gerenciar e administrar tanto o Regime Próprio
de Previdência dos Servidores Públicos titulares de cargos efetivos - RPPS - quanto o Regime
Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo - RPPM, há dois diretores
responsáveis pelos benefícios previdenciários: Diretor de Benefícios- Servidores Públicos e
Diretor de Benefícios - Militares. Portanto, a assertiva está CORRETA.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 16. A reforma previdenciária do setor público no Brasil
Apesar de não existir no texto original da Constituição Federal essa vedação, o Supremo Tribunal
Federal já tinha posicionamento consolidado de que a acumulação de cargos proibida pela
Constituição se refere a vínculos jurídicos, abrangendo também os servidores já aposentados,
permitindo somente no caso de cargos constitucionalmente acumuláveis (RE 163204, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 9.11.1.994). Dessa forma, a reforma promovida pela Emenda
Constitucional nº 20/1998 somente veio a consolidar esse entendimento. Diante do exposto, a
alternativa está INCORRETA.
B) Outra é a hipótese prevista no art. 40, §6º, da Constituição Federal, com a redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20/1998. Este artigo veda a possibilidade de percepção de
mais de uma aposentadoria à conta do Regime Próprio de Previdência Social, ressalvadas as
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal. Pela
redação deste dispositivo, a alternativa está INCORRETA.
C) Como já dito no item “A”, além dos cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal,
a Emenda Constitucional nº 20/1998, garantiu, além dos cargos acumuláveis na forma da
Constituição, a possibilidade de cumulação de proventos de aposentadoria decorrente do
Regime Próprio de Previdência Social com vencimentos de cargo, emprego e função pública aos
cargos eletivos e aos cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
Diante do exposto, a alternativa está INCORRETA.
D) De acordo com as razões apresentadas nas letras “A” e “C”, a alternativa está CORRETA.
Lei federal nº 8.213/91. No caso, não há vedação para o percebimento de duas aposentadorias
em regimes diversos (RPPS e RGPS). Diante do exposto, a alternativa está INCORRETA.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 22. Militares. Regime previdenciário. Pensões. Sistema próprio de
previdência. Entidade gestora. Custeio e Benefícios previdenciários.
A) Cumpre esclarecer que, nos termos do art. 42 da Constituição Federal, os policiais militares
do Estado poderão ter regime previdenciário diferente dos servidores civis do mesmo ente
político. No entanto, a contribuição dos militares do serviço ativo e dos servidores efetivos do
Estado de São Paulo possuem praticamente as mesmas regras, porém estão disciplinados
2. o auxílio-transporte;
3. o salário-família;
4. o salário-esposa;
5. o auxílio-alimentação;
B) O décimo terceiro salário, diferentemente das vantagens acima citadas, tem natureza
salarial e, portanto, incide a contribuição previdência sob o valor recebido pelo militar (art. 9º
da Lei Complementar nº 1.013/2007) e aos servidores efetivos (art. 10 da Lei Complementar
nº 1.012/2007). Diante disso a alternativa está INCORRETA.
C) Conforme as razões expostas nos itens “A” e “E”, as parcelas percebidas em decorrência
do local de trabalho não compõe, a princípio, a base de cálculo do benefício previdenciário,
podendo o militar (art. 7º, §2º, da Lei Complementar nº 1.013/2007) ou o servidor civil (art. 8º,
§2º, da Lei Complementar nº 1.012/2007) pela inclusão desta parcela para efeito de cálculo do
seu benefício previdenciário. Diante disso, a alternativa está INCORRETA.
GABARITO: E
DIREITO AMBIENTAL
c) As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sob pena de não poderem ser instaladas.
e) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1 Proteção do meio ambiente na Constituição Federal
B) CORRETA: Em geral, conforme preconiza do artigo 100 do Código Civil, as terras devolutas
são bens dominicais e, portanto, podem ser alienadas, ao contrário do que se passa com os
bens públicos de uso comum e de uso especial. Ocorre, contudo, por força do disposto no §
5° do artigo 225 da Constituição Federal, as terras devolutas arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais são indisponíveis.
C) CORRETA: Além da necessidade de que a localização de uma usina nuclear seja aprovada
por lei federal, conforme exige o § 6° do artigo 225 da Constituição Federal, há que se ter
em mente que ainda subsiste a necessidade do seu licenciamento, inclusive no que toca à
viabilidade da localização e da concepção do projeto. Em verdade, são requisitos cumulativos,
o primeiro de ordem política e o segundo de ordem técnica. Ademais, conforme estabelece
GABARITO: D
b) O proprietário pode apropriar-se por meio de poços das águas que existam
debaixo da superfície desde que não prejudique o uso comum.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10 Política nacional de recursos hídricos.
recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência, com
objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o equilíbrio financeiro da prestação
do serviço e a gestão da demanda. Portanto, no Estado de São Paulo, compete à Secretaria
de Saneamento e Recursos Hídricos declarar a situação de criticidade hídrica e necessidade
de racionamento e à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo –
ARSESP, a adoção de mecanismos tarifários de contingência, que podem envolver um bônus
para quem consumir menos ou uma tarifa mais elevada para quem consumir mais.
E) INCORRETA: As águas pluviais, ou seja, aquelas decorrentes das chuvas, nos termos
dos artigos 102, 103, 104, 106, 107 e 108 do Código de Águas, nesta parte ainda vigente, se
caírem em um terreno privado pertencem ao seu proprietário que não poderá desperdiça-las
ou desviar o seu curso, se caírem em terrenos ou lugares públicos todos poderão apanhá-las,
não se admitindo a construção de qualquer tipo de reservatório para o seu aproveitamento
sem autorização a administração. Obviamente, a ideia do legislador não é acentuar a
impermeabilização do solo, mas garantir o acesso da população à água, mormente a mais
carente e que habita regiões mais desérticas. Como todo direito, seu exercício abusivo constitui
ato ilícito, de modo que deve ser compatibilizado com o disposto no caput do artigo 225 da
Constituição Federal, assegurando-se a manutenção dos processos ecológicos.
GABARITO: D
28. No julgamento das ADI 4901, 4902 e 4903, ajuizadas pelo Procurador Geral da
República, da ADI 4937 ajuizada pelo Partido Socialismo e Democracia-PSOL e da ADC
42 ajuizada pelo Partido Progressista-PP, assinale a alternativa correta:
a) Foi declarada inconstitucional a dispensa de área de preservação permanente
para os reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou
represamento de cursos d´águas naturais.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8 Código Florestal.
GABARITO: C
c) O Vale do Ribeira é considerado como Zona Costeira, para fins do Plano Estadual
de Gerenciamento Costeiro.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4 Zoneamento ambiental.
Costeiro
C) CORRETA: Em que pese o Vale do Ribeira não possuir propriamente uma zona costeira,
o artigo 3° da Lei Estadual 10.019/98 estabeleceu que a Zona Costeira, para fins do Plano
Estadual de Gerenciamento Costeiro, divide-se nos seguintes setores: (i) Litoral Norte; (ii)
Baixada Santista; (iii) - Complexo Estuarino-Lagunar de lguape--Cananéia; e (iv) Vale do
Ribeira.
GABARITO: B
c) Sem um plano estadual de resíduos sólidos os Estados não têm acesso aos
recursos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão
de resíduos sólidos.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11 Resíduos Sólidos
A) CORRETA: A política nacional de resíduos sólidos estabelece como diretriz, nos termos
do artigo 10 da Lei 12.305/10, a competência primordial do Distrito Federal e dos Municípios
para gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo
das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sisnama. O
mandamento está em consonância com o disposto no artigo 30 da Constituição Federal, vez
que reporta o uso e ocupação do solo traduz matéria de interesse predominantemente local. Os
Estados, conforme estabelece o § 3° do artigo 25 da Constituição Federal, poderão, mediante
lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum relacionadas à gestão
dos resíduos sólidos, bem como controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a
licenciamento ambiental.
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
GABARITO: D
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.
A questão foi objeto do RESp 1.452.840/SP, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos,
no qual se considerou que, mesmo acolhidos os embargos de terceiro, os honorários seriam
devidos pelo embargante, atual proprietário, que não atualizou os dados cadastrais do imóvel.
A parte embargada seria responsabilizada, contudo, caso ciente da transmissão do bem,
apresenta impugnação ou insiste em recurso para manter a penhora sobre bem cujo domínio
foi transferido.
De acordo com o dispositivo legal, o devedor citado que não pagar, nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, será determinado pelo
Juiz contra ele a indisponibilidade de seus bens e direitos. Comunicar-se-á a decisão aos
órgãos e entidades que promovam registro de transferência de bens, para fazerem cumprir a
ordem judicial.
Diante desse dispositivo, o STJ, no RESp 1.377.507, julgado sob a sistemática do recurso
repetitivo, estabeleceu como requisitos para a aplicação do art. 185-A do CTN: (i) citação
do devedor tributário; (ii) inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora no
prazo legal; e (iii) a não localização de bens penhoráveis após esgotamento das diligências
realizadas pela Fazenda, caracterizado quando houver nos autos (a) pedido de acionamento
do Bacen Jud e consequente determinação pelo magistrado e (b) a expedição de ofícios aos
registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de
Trânsito - DENATRAN ou DETRAN.
depende da tentativa frustrada de BACEN JUD e a expedição de ofícios aos registros públicos
de imóveis do domicílio do executado e ao DETRAN. A assertiva equivocou-se por não trazer
todos esses requisitos.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Crédito tributário. Lançamento e suas modalidades. Revisão do
lançamento. Suspensão, extinção e exclusão. Garantias e privilégios. Preferências
e cobrança em falência. Responsabilidade dos sócios em sociedades por quotas
de responsabilidade limitada. Alienação de bens em fraude à Fazenda Pública.
C) CORRETA: Como já dito, o rol do art. 151 do CTN é exaustivo quanto às causas de
suspensão do crédito tributário, prevendo, em seus incisos IV e V, a concessão de medida
liminar em mandando de segurança e a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada
em outras espécies de ação judicial como as únicas hipóteses de causas suspensivas oriundas
de ordens emanadas do Poder Judiciário.
Neste último caso a moratória é definida por lei a todos quantos se encontrem na mesma
situação, efetivada individualmente por despacho da autoridade administrativa, uma vez
comprovado pelo beneficiário que satisfaz todos os requisitos legais. Não há, no caso, afronta
ao princípio da isonomia, eis que decorre de previsão legal contida no CTN.
A assertiva buscou saber o que é feito com o crédito tributário na hipótese de extinção do
processo sem resolução do mérito. Sabbag e parte da doutrina compreendem que, não
havendo solução do mérito, o contribuinte deveria levantar o depósito realizado. O STJ,
contudo, firmou posicionamento em sentido contrário, admitindo, neste caso, a conversão em
renda do depósito efetuado. Em julgado de 2008, ainda, o STJ reafirmou o posicionamento em
questão, adicionando que a conversão em renda não ocorrerá quando o tributo for claramente
indevido ou se a Fazenda Pública litigante não for a titular do crédito. O entendimento foi
mantido em julgados mais recentes, tais como o REsp 1155459/SP.
GABARITO: C
33. A respeito do ITCMD cobrado no Estado de São Paulo, assinale a alternativa incorreta:
A) No ITCMD causa mortis, o débito fiscal poderá ser recolhido em até doze
prestações mensais, a critério dos Procuradores Chefes das Procuradorias
Fiscais, caso no monte não haja importância suficiente em dinheiro, título ou ação
negociável.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. ITCMD - imposto sobre a transmissão causa mortis e doação
de quaisquer bens ou direitos.
Atenção para o art. 33 da mesma norma, segundo o qual, no caso de doação, o Coordenador
da Administração tributária poderá conceder parcelamento do imposto até o limite de 12
prestações mensais, observadas as prescrição contidas nos parágrafos do art. 33.
Vale salientar que a isenção tributária é hipótese de exclusão do crédito tributário, ou seja,
dispensa legal de pagamento do tributo. São dois os casos de exclusão: isenção e anistia.
A diferença fundamental entre elas é que a isenção exclui os tributos propriamente ditos e a
anistia, as penalidades pecuniárias.
As isenções poderão ser gerais, quando o benefício fiscal atingir a um sem número de
contribuintes, independente da satisfação de qualquer requisito específico. À semelhança da
moratória em caráter geral, decorre unicamente da lei. Poderá, ainda, a isenção, ser concedida
em caráter individual, quando alcança determinados indivíduos, contribuintes especificamente
considerados. Neste caso, estes contribuintes precisam comprovar o preenchimento das
condições legais elencadas pela norma, devendo a Administração Tributária analisar o
preenchimento dos requisitos para a concessão da isenção em cada caso.
Assim, ainda que a competência seja da Autoridade Fiscal, por ela não participar do processo
de arrolamento sumário, o Juiz não poderia decidir pela concessão da isenção em caráter
individual. No sentido contrário, na hipótese da partilha, por participar a Fazenda Estadual,
poderia o juiz, de acordo com o STJ, decidir o tema.
Assim, embora a herança seja transmitida, desde logo, com a abertura da sucessão (art.
1.784 do Código Civil), a exigibilidade do imposto sucessório fica na dependência da precisa
identificação do patrimônio transferido e dos herdeiros ou legatários, para que sejam apurados
os tantos fatos geradores distintos quantos herdeiros houver a que alude o citado parágrafo
único do art. 35.
Não tendo ocorrido pagamento anterior, portanto, o trânsito em julgado da sentença é o marco
para incidência do art. 173, I, do CTN.
GABARITO: D
B) O arrendante não é responsável solidário pelo pagamento do IPVA, eis que sua
posse é indireta.
C) Na hipótese de perda ou roubo ocorrido fora do Estado de São Paulo, não haverá
dispensa do pagamento do IPVA.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. IPVA - imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
Sendo possuidor indireto do veículo, é possível que o arrendante venha a reaver o bem em
face de eventual inadimplemento a qualquer momento, uma vez que somente com a tradição
definitiva poderia ser afastado o seu direito real de propriedade sobre o veículo. Assim, sendo
o IPVA um tributo real, o arrendante do bem responde solidariamente com o arrendatário.
C) INCORRETA: A Lei Estadual de São Paulo nº 13.296/2008 estabelece, em seu art. 14, que
fica dispensado do pagamento do IPVA, a partir do mês da ocorrência do evento, quando o
proprietário seja privado dos direitos de propriedade do veículo por furto ou roubo, quando
ocorrido no território do Estado de SP, o que não desonera de fatos geradores anteriores. A
dispensa será dos fatos geradores posteriores, restituído, proporcionalmente, o IPVA pago no
ano em que houve o furto ou roubo.
Quando o roubo ou o furto ocorrerem fora do território paulista, o Poder Executivo poderá
dispensar o pagamento do imposto incidente a partir do exercício seguinte ao da data da
ocorrência do evento.
à anterioridade anual. Esta previsão decorre da leitura do art. 150, III, alínea c, da CF/88,
combinado com o § 1º desse mesmo dispositivo, que afasta a noventena para o IPVA (art. 155,
III, CF).
Saliente-se que o IPVA não é previsto no CTN, nem em qualquer lei complementar, razão pela
qual o STF compreende que os Estados e DF podem exercer a competência legislativa plena,
conforme o art. 24, § 3º, da CF/88.
GABARITO: A
35. Enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa
recair a penhora, o juiz suspenderá o curso da execução fiscal. Neste caso, não correrá
o prazo prescricional e o processo:
B) ficará suspenso até que a Fazenda possa localizar o devedor ou encontrar bens
que garantam a penhora.
C) estará suspenso pelo prazo de cinco anos, ao fim do qual será arquivado com
baixa na distribuição.
D) ficará interrompido pelo prazo de cinco anos, após o qual transcorrerá o prazo
decadencial de cinco anos.
E) será interrompido pelo prazo de um ano, após o qual será iniciado o prazo
decadencial para constituição do crédito tributário.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.
Passado este prazo de um ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens
penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos, momento em que volta a correr a
prescrição, in casu, a prescrição intercorrente.
Neste sentido é a Súmula 314 do STJ, segundo a qual “em execução fiscal, não localizados
bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da
prescrição quinquenal intercorrente”.
A alternativa está, portanto, correta, eis que disciplinou que o processo estará suspenso por
um ano, findo o qual começará o prazo prescricional de cinco anos.
Saliente-se, por fim, que, encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens,
os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução. Ainda, o reconhecimento
da prescrição intercorrente será precedido de oitiva da Fazenda Pública, a quem será dada
oportunidade de alegar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazo prescricional,
a exemplo de adesão a parcelamento, hipótese bastante comum.
B) INCORRETA: a suspensão é, apenas, pelo prazo de um ano, findo o qual o processo será
arquivado, transcorrendo o prazo de cinco anos de prescrição intercorrente.
C) INCORRETA: mais uma vez, a suspensão é apenas pelo prazo de um ano e o arquivamento
é sem baixa na distribuição.
D) INCORRETA: o processo é suspenso pelo prazo de um ano e não interrompido pelo prazo
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Convenção coletiva de trabalho. Acordo coletivo de trabalho.
13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares. Processo em geral.
Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para apuração de falta
grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos.
I - agente capaz;
Essa é mais uma emanação do que já expusemos, no sentido de que a Reforma Trabalhista
tem por mote minimizar o ativismo judicial da justiça do trabalho.
Pois bem, a jurisprudência do TST sobre esse tema tinha certa predominância no sentido de
exigir, na maioria dos casos, a existência de contrapartidas quando se estivesse diante de
supressões de direitos trabalhistas. O fato é que, com a Reforma trabalhista, esse tema será
muito discutido pela jurisprudência, porque o art. 611,§2º afirma expressamente que não há
necessidade de contrapartida para a validade de negociação coletiva. Agora, vamos esmiuçar
o tema com comentários específicos sobre as assertivas.
Portanto, caso a cláusula constante de acordo ou convenção coletiva reduza salário ou jornada
de trabalho, a lei prevê que será obrigatória a previsão de uma contrapartida específica, qual
seja, cláusula que preveja a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o
Esse dispositivo é exclusivamente de direito processual e, novamente, segue uma lógica geral
do direito processual no sentido de que, na ação anulatória de qualquer ato jurídico, haverá
litisconsórcio necessário entre todas as partes que entabularam aquele ato. Isso é simples
de entender, porque a coisa julgada somente gera efeitos inter partes, de modo que a parte
precisa ter figurado como parte para se submeter à sentença. Ao mesmo tempo, não é possível
declarar um negócio nulo para uma parte que o celebrou e válido em relação à outra parte.
A decorrência lógica é que todos os contratantes precisam figurar como partes na demanda
anulatória, e é isso que diz o dispositivo legal.
Porém, gostaria de destacar com vocês a parte final, que veda a anulação de cláusula de acordo
ou convenção coletiva por ação individual. Repare que esse parágrafo tem redação dada pela
MP 808. Isso porque a redação originária da Reforma trazia exatamente a mesma disciplina
em relação ao litisconsórcio, mas autorizava a anulação em ação individual, o que contraria
a doutrina e jurisprudência unânime sobre o tema. Então, a MP corrigiu essa teratologia, e
determinou que apreciação de nulidade de acordo ou convenção coletiva somente ocorre por
meio de ação coletiva, e não por ação individual.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Não havia ponto correspondente em 2012, porque trata-se de ca-
pítulo introduzido pela Reforma Trabalhista. Porém, considerando que a Reforma
deve ser a inspiração principal do examinador para questões, é necessário formu-
lar uma questão para treinamento acerca do tema.
A) CORRETA: Essa assertiva, na minha opinião, é a que tem maior potencial para cair sobre
teletrabalho. O art. 62,III da CLT afirma que não se aplica NADA do capítulo referente à duração
do trabalho aos empregados contratados em regime de teletrabalho. Isso ocorre porque, ao
menos em tese, o empregador não consegue controlar a jornada de um empregado que exerce
suas atividades fora do estabelecimento. Então, se não é possível controlar a jornada, fica
difícil aplicar a regulamentação referente à duração do trabalho. Então, assim como acontece,
por exemplo, com os “gerentes”, ao empregado em regime de teletrabalho não se aplica a
regulamentação dos benefícios previstos no capítulo II da CLT (“da duração do trabalho”),
como adicional noturno, hora extra, intervalo intrajornada e etc...
empregador.
As duas assertivas estão erradas porque eu inverti as premissas acima. Leiam o esquema
acima e vocês nunca mais erram questão que contenha essa pegadinha.
E) INCORRETA: Trouxe essa assertiva apenas para demonstrar que, caso o empregado
labore em regime de teletrabalho e compareça ao estabelecimento do empregador vez por
outra, para realizar atividades pontuais, isso não descaracteriza o regime de teletrabalho,
ou seja, não há rigidez instransponível no tocante à necessidade de se realizar a atividade
laboral sempre fora do estabelecimento do empregador, desde que as atividades exercidas
nesse estabelecimento sejam pontuais e excepcionais, conforme apregoa o art. 75-B, p.u. da
CLT (“ O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades
específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o
regime de teletrabalho.”)
GABARITO: A
38. Assinale a alternativa que correlaciona de forma correta os conceitos legais com o
correspondente princípio inerente às nulidades no processo do trabalho:
A) Segundo o princípio da transcendência, nos processos sujeitos à apreciação
da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados
manifesto prejuízo às partes litigantes.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares.
Processo em geral. Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para
apuração de falta grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos.
A) CORRETA: Trouxe essa questão para que vocês conheçam os princípios que regem as
nulidades processuais na CLT, que é praticamente o único ponto sobre nulidades no processo
do trabalho que efetivamente cai em prova. O princípio da transcendência é o famoso “pas
de nullité sans grief”, nos termos do qual a nulidade somente será pronunciada se restar
comprovado que gerou prejuízo às partes. Na CLT, o princípio está positivado no art. 794 da
CLT (“Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.”)
Já o princípio trazido na assertiva, o qual preconiza que a nulidade não será pronunciada
quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato, é o denominado princípio da economia
processual (art. 796,a da CLT).
O princípio do interesse, ao revés, aduz que a nulidade não será pronunciada quando argüida
por quem lhe tiver dado causa, nos termos do art. 796,b da CLT.
GABARITO: A
C) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
a convenção coletiva sempre será aplicada em detrimento do acordo coletivo,
quando houver conflito entre eles.
D) A reforma trabalhista não positivou nenhuma das duas teorias, aduzindo que
o acordo coletivo sempre será aplicado em detrimento da convenção coletiva,
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Convenção coletiva de trabalho. Acordo coletivo de trabalho.
Teoria Atomista ou acumulativa Entende que se aplicaria o que fosse mais benéfico em
cada uma das normas coletivas, formando uma “terceira norma”. Assim, no nosso exemplo,
os empregados teriam a majoração de 10% no salário e também a redução de jornada. Essa
teoria vai buscar o que houver de mais favorável em cada norma coletiva conflitante e formar
uma terceira norma, ainda mais benéfica.
Teoria do Conglobamento ou incindibilidade Essa teoria afirma que é preciso escolher entre
uma norma ou outra. Entende que não é possível formar uma terceira norma a pretexto da
prevalência da norma mais benéfica, por isso, defende que deve se olhar globalmente, de
forma holística, par as duas normas conflitantes, e definir qual é a mais vantajosa, haverá,
portanto, um trabalho de interpretação, e só poderá ser aplicada uma norma ou outra.
Note o trabalho doutrinário e o esforço dos juristas para privilegiar a autonomia da negociação
coletiva, mas sem abrir mão da aplicação da norma mais benéfica.
Pois bem, expus todo o quadro, de modo que você já tem base para discorrer sobre uma
questão a esse respeito. Agora, vejam que inacreditável: a reforma trabalhista simplesmente
jogou para o alto todo esse trabalho doutrinário, atropelou tudo isso, e, no art. 620 da CLT,
estabeleceu que:
Eu tive que fazer essa questão porque isso é tão contrário à principiologia do direito do trabalho
que, sem destacar bem essa informação, fica difícil assinalar essa assertiva em qualquer prova
objetiva (por isso mesmo acho possível que caia).
Então, resumindo, tudo o que expliquei sobre as teorias foi dilacerado pela Reforma, hoje,
se convenção e acordo coletivo disciplinarem a mesma matéria para a mesma categoria,
prevalece o acordo coletivo, mesmo que seja menos benéfico.
E) INCORRETA: Assertiva contraria o art. 620 da CLT, pois a Reforma se posicionou sobre a
prevalência de normas coletivas.
GABARITO: D
B) Portar seu ato de nomeação como procurador, a fim de coprovar sua investidura
no cargo.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares.
Processo em geral. Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para
apuração de falta grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos. 14. A Fazenda Pú-
blica perante a Justiça do Trabalho. 15. Súmulas e orientações jurisprudenciais
Portanto, o Procurador que representa a Fazenda Pública perante a justiça do trabalho não
precisa apresentar procuração, carteira funcional, ato de nomeação, lei orgânica da procuradoria,
absolutamente nada, ele precisa apenas se declarar exercente do cargo de procurador.
Essa súmula despenca demais em prova de procuradoria, por isso, mesmo para os que já
C) INCORRETA: A indicação do número de inscrição na OAB, por si só, não é suficiente para
regular representação processual.
D) CORRETA: Nos termos da Súmula nº 436 do TST, essa é a única providência obrigatória
para a regular representação do Estado pelo procurador.
GABARITO: D
41. Assinale a alternativa correta no que tange à disciplina dos fundos especiais:
A) A criação de fundo por decreto é ilegal, ainda que haja prévia autorização
legislativa;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3. (...) Fundos especiais de despesa e investimento.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3. (...) Vinculação de receitas.
D) INCORRETA: como exposto acima, a alternativa não indica com exatidão as receitas
desvinculadas da União.
GABARITO: C
43. Suponha que, no exercício de 2019, a União ainda não tenha instituído o Imposto
sobre Grandes Fortunas e que novo Município criado ainda não tenha instituído Imposto
sobre Serviços. Nesta situação:
A) não haverá consequências práticas à União;
D) a instituição dos tributos constitui opção política, de modo que a omissão não
se revela ilegal;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. (...) Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000).
(...) 2. (...) Conceito de gestão fiscal responsável e equilíbrio orçamentário.
Contudo, a sanção para a não observância dessa regra se encontra no parágrafo único do artigo
11, e consiste apenas na vedação de recebimento de transferências voluntárias. Como a União
não recebe transferências voluntárias, a não instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas
desde a Constituição de 1988 não lhe traz consequências práticas (apesar de violar a LRF).
No mais, a falta de instituição de tributos não está no rol de crimes contra a lei orçamentária
previstos no artigo 10 da Lei n. 1.079/50.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Ponto do edital: 1. (...) Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Com-
plementar nº 101/2000). (...) 2. Plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei
orçamentária anual.
E) CORRETA: lembrem-se que o 165, § 5º da Constituição Federal prevê que deverá compor
um orçamento próprio as despesas de investimento das empresas em que a União detiver a
maioria do capital social. Isso não significa que todas as despesas com as estatais dependentes
estejam neste orçamento. Demais despesas que não sejam de investimento constarão do
orçamento fiscal.
GABARITO: E
C) caso o prefeito não encaminhe projeto de LOA, o legislativo não pode basear sua
análise na lei orçamentária vigente, dado que seus parâmetros estão defasados;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. Normas gerais sobre direito financeiro (Lei federal nº 4.320/64).
Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000). (...) 2. Plano pluria-
nual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual.
A) CORRETA: A Constituição Federal prevê apenas que a sessão legislativa não será
interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 57, § 2º).
Contudo, a Constituição Estadual de São Paulo vai além, e prevê que a sessão legislativa
também não pode ser interrompida sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento (art.
9º, § 4º).
C) INCORRETA: a possibilidade do legislativo iniciar sua análise com base na lei orçamentária
vigente é prevista no artigo 32 da Lei n. 4.320/64.
E) INCORRETA: lembremos que a LDO deve ser aprovada até 30 de junho de cada ano
(primeiro período da sessão legislativa), ao contrário da LOA que deve ser votada até o final
do ano, conforme artigo 35 do ADCT.
GABARITO: A
CEI-PGE/SP
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