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3ª RODADA - 09/03/2018
CEI-PGE/SP
3ª RODADA - 09/03/2018
DURAÇÃO
09/02/2018 A 10/05/2018
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
12 QUESTÕES DISSERTATIVAS
total
6 PEÇAS OU PARECERES
total
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PGE/SP
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2018
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
60,00
em até 3x
Lançamento!
Páginas: 190
sem juros Edição: 3ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-02-6
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Dimensões: 14x21cm
60,00
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Páginas: 190
sem juros Edição: 1ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-01-9
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Dimensões: 14x21cm
PROFESSORES
IURI QUADROS. Advogado da União, aprovado em 11º lugar no último concurso da carreira,
obtendo a 2ª maior nota do Brasil na prova discursiva. Ex-assessor jurídico da Secretaria
de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, aprovado nos concursos da Procuradoria-
Geral do Município de Canoas, Especialista em Regulação da Ancine (13º lugar), Advogado
da FINEP e Residência Jurídica da PGE/RJ. Bacharel em direito pela UFRJ.
RAVI PEIXOTO. Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela
UERJ. Mestre em Direito pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado.
Aprovado nos concursos da PGM-JP, PGDF e PGM-Recife.
WOLKER VOLANIN BICALHO. Procurador do Estado de São Paulo. Exerce suas atribuições
na Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral. Coordenador e professor do curso
“Direito Previdenciário Público” na Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de
São Paulo em 2015 (ESPGE). Mestrando em Direito do Trabalho e Previdência Social
pela Universidade de São Paulo (USP).
SUMÁRIO
PROFESSORES..............................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................................6
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO.................................................................8
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................8
DIREITO PROCESSUAL CIVIL....................................................................................................10
DIREITO CIVIL................................................................................................................................13
DIREITO ADMINISTRATIVO......................................................................................................15
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO....................................................... 17
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 20
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 22
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................. 25
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO................................ 28
GABARITO................................................................................................................................................. 32
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO............................................................. 33
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................... 33
DIREITO PROCESSUAL CIVIL....................................................................................................41
DIREITO CIVIL............................................................................................................................... 52
DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 68
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO...................................................... 76
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 86
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 97
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................109
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO...............................127
APRESENTAÇÃO
Queridos alunos(as),
Tudo bom?
Sentem que o conhecimento adquirido está fazendo sentido ou tudo ainda está bagunçado e
fora de ordem? Seja qual for a sua sensação, fato é que muitos de vocês escreveram para nós
relatando a extensão dos comentários das rodadas e a quase impossibilidade da sua leitura
dentro do período de 15 dias, que é o prazo entre uma rodada e outra ser liberada.
Assim, visando ao maior aproveitamento do curso por vocês e a fim de não diminuir a
qualidade dos comentários, como Coordenadora, entendi que seria prudente que vocês melhor
assimilassem e absorvessem o conteúdo que lhes está sendo entregue de modo a não se
sentirem sufocados pelo material, mas, sim, que consigam lê-lo com calma dialogando com
os seus livros, vade mecum, manuais e pdfs, fazendo as anotações, apontamentos e grifos
necessários para, numa eventual revisão, relembrar conceitos e temas importantes.
Dessa forma, refiz o calendário. Vejam, abaixo, que o número de questões objetivas total não
é alterado, assim como também não é o número de questões subjetivas e de peças/pareceres.
O que apresento a vocês é um maior espaçamento para o término do curso. Assim, o curso
terá, ao invés de 6, 10 rodadas de questões. Portanto, a partir desta rodada – Rodada 3,
vocês passarão a receber 45 questões objetivas por rodada liberada e, quando a rodada for
ímpar, vocês receberão conjuntamente as questões discursivas e parecer/peça para elaborar.
Ao final, vocês terão realizado 540 questões objetivas, 12 questões subjetivas e 6 peças/
pareceres, porém num maior espaço e tempo.
Também tomei o cuidado para que a liberação das rodadas ímpares seja próxima ao final
de semana, eis que recebi pedidos para que isso ocorresse sob o fundamento de que vocês
gostariam de pesquisar sobre os temas e escrever quando a rotina diária já é mais amena, ou
seja, aos sábados e domingos.
Desse modo, vocês conseguirão visualizar no cronograma abaixo que nossa última rodada
terminará em 25/05/2018, o que trará ganho qualitativo ao estudo de vocês e não haverá
prejuízo, pois o Edital para o concurso da PGE-SP ainda não foi divulgado. Caso seja publicado
nos próximos dias e a data da prova seja anterior ao término das rodadas, nossos professores
se comprometem a antecipá-las. Portanto, fiquem tranquilos.
Desejo que vocês tenham bons estudos e fico à disposição para eventuais dúvidas e
esclarecimentos pelo e-mail: profcei.mariannamotta@gmail.com.
Um forte abraço,
CRONOGRAMA
Limite p/
Peça (Até 150 Questões (Até Publicação
Rodada Objetivas Publicação resposta p/
linhas) 30 linhas) espelho
aluno
Previdenciário Trabalho
90 questões
1ª Rodada Público 9/02 17/02 01/03
objetivas Civil
(peça)
DIREITO CONSTITUCIONAL
A) exaurida.
C) plena.
D) contida.
A) O habeas corpus, segundo o STF, pode ser utilizado para impugnar decisão
judicial que autoriza a quebra de sigilo fiscal e bancário.
6. Acerca dos recursos regulados pelo Código de Processo Civil, assinale a alternativa
incorreta:
resolução de demandas repetitivas terá efeito suspensivo ope legis, com presunção
de repercussão geral da questão constitucional.
E) Ainda que a questão seja de ordem pública, impõe-se que ela tenha sido
prequestionada para que seja admitido o recurso especial.
C) Nos casos em que o pedido seja genérico, a sentença proferida poderá ser
ilíquida, cabendo às partes o requerimento de realização da liquidação, a qual
seguirá o rito do Código de Processo Civil.
DIREITO CIVIL
11. À luz da disciplina dos vícios redibitórios no Código Civil, é correto afirmar:
C) Por expressa previsão legal, as disposições relativas aos vícios redibitórios não
se aplicam às doações onerosas.
13. Acerca da teoria das nulidades do negócio jurídico prevista no Código Civil, assinale
a opção correta:
C) Haverá nulidade do negócio que tiver como objetivo fraudar diretamente a lei
imperativa.
E) A posse somente pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende ou por
seu representante.
DIREITO ADMINISTRATIVO
D) Até o momento, não adveio a lei que disciplina a licitação no âmbito das empresas
20. O Senado Federal, no dia 01.03.2018, enviou e-mail aos servidores informando sobre
a pretensão de concessão de licença capacitação a Maria, servidora pública daquele
órgão, a ser gozada no período compreendido entre 01.08.2018 e 31.12.2018. Um dos
colegas de trabalho observou, contudo, que o prazo da licença extrapola o prazo máximo
previsto na legislação de regência, que é de três meses. Por isso, o Senado Federal
publicou portaria, no dia 02.03.2018, sem o erro contido no e-mail do dia anterior, ou
seja, concedendo a licença pelo prazo previsto na lei. Pode-se afirmar que o controle
exercido pelo Senado Federal, na espécie, foi:
21. Pra fins do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, Lei nº
10.206/1968, é INCORRETO afirmar que:
22. No tocante à licença para tratamento de saúde concedida a servidor público ocupante
de cargo exclusivamente comissionado no Estado de São Paulo, nos termos do Estatuto
dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, pode-se afirmar que:
D) O servidor não faz jus às licenças para tratamento de saúde, por motivo de
doença na família e para tratar de interesses particulares.
A) Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa
determinas as penas de repreensão, suspensão ou multa.
DIREITO AMBIENTAL
30. Para os fins da Política Nacional do Meio Ambiente, é INCORRETO afirmar que:
DIREITO TRIBUTÁRIO
32. A Fazenda do Estado de São Paulo possui contra pessoa jurídica X créditos tributários
de ICMS que remontam à competência dos anos de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. A
falência da pessoa jurídica X foi decretada em novembro de 2014, pelo juízo de falências
competente. Em 2017 foi arrematado parte do parque industrial da empresa falida. A
respeito do tema, assinale a alternativa correta:
B) O ICMS de 2015 e 2016 tem preferência sobre eventual crédito da União anterior
à decretação da falência.
C) Lei estadual que prorrogue aumento de alíquota de ICMS instituída por lei
anterior deve observar a anterioridade nonagesimal.
36. Uma empresa de calçados contratou João, com anotação na CTPS, sem qualquer
previsão para prestação de serviços imediatos, estabelecendo que João apenas
trabalharia quando convocado pelo empregador para tal. À vista de tal cenário, assinale
a alternativa correta:
D) Na primeira data avençada entre as partes para pagamento, João receberá, além
da remuneração, férias proporcionais, sem acréscimo do terço constitucional,
D) O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será
proporcional à sua jornada, adotando como parâmetro o valor do salário mínimo.
38. Tiago, empregado público de uma empresa pública estadual, obteve sentença de
procedência no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), a título de férias e horas extras
não quitadas. Tiago, que não está assistido por advogado no processo, é intimado
da sentença, a qual não foi objeto de recurso pela reclamada, e não dá início à fase
executória do processo. À luz das circunstâncias descritas, é correto afirmar que:
E) No caso concreto, a execução não poderia ser iniciada de ofício nem pelo juiz
nem pelo Ministério Público do Trabalho, se afigurando indiferente a ausência de
advogado na causa.
41. Suponha que a sociedade Rodovias Expressas S.A. seja uma holding de
concessionárias de rodovias no Estado de São Paulo, apresentando em 2017 faturamento
bruto de R$ 450 milhões de reais e que apresentou proposta para incorporação da
Sistemas Rodoviários S.A., outra controladora de rodovias no Estado de São Paulo, que
por sua vez apresentou faturamento bruto de R$ 50 milhões de reais. Nessa situação,
considerando as competências para aprovação da operação, e que no Estado de São
Paulo a regulação das concessões rodoviárias estaduais é feita pela ARTESP, assinale
a alternativa correta:
B) mecanismo que tem como função garantir real competição de empresas que
operam eminentemente no mesmo mercado geográfico.
C) dado que constitui ato ilícito condutas que causem prejuízos a outrem, decisões
societárias que causem prejuízos aos acionistas geram responsabilização dos
administradores.
A) Todas as alternativas.
B) somente I.
C) Somente II.
D) I e II.
E) I e III.
GABARITO
1 B 23 D
2 C 24 B
3 B 25 C
4 C 26 D
5 C 27 D
6 B 28 E
7 E 29 D
8 B 30 C
9 E 31 D
10 D 32 B
11 B 33 C
12 B 34 D
13 A 35 C
14 D 36 C
15 D 37 C
16 B 38 A
17 B 39 D
18 E 40 D
19 A 41 D
20 B 42 E
21 A 43 D
22 C 44 A
45 B
DIREITO CONSTITUCIONAL
COMENTÁRIO
Ponto do edital: O constitucionalismo.
jurídico-constitucional. O constitucionalismo, por sua vez, tem raízes muito mais antigas, sendo
bastante comum a referência à Magna Carta, de 1215, e às revoluções liberais dos séculos
XVIII e XIX.
B) INCORRETA: A noção de Constituição Dirigente, na acepção que lhe foi dada por José
Joaquim Gomes Canotilho, não é em si antagônica ao neoconstitucionalismo. O dirigismo
constitucional, na verdade, vai ao encontro da valorização da juridicidade de todo o texto
da Constituição (inclusive as normas programáticas), sobretudo porque atribui ao Estado a
tarefa de realizar os fins e objetivos sociais e econômicos que lhe foram prescritos pelo Poder
Constituinte, na própria Lei Maior.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Constituição: conceito, concepções, classificação e elementos.
Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional,
póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinarias”); (iii) Quanto à
extensão: concisa (sucinta, sintética) ou prolixa (analítica, longa, ampla, extensa, desenvolvida,
larga).
GABARITO: C
A) exaurida;
C) plena;
D) contida;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Normas constitucionais: conceito, forma, conteúdo, finalidade, es-
trutura lógica, classificações, eficácia e aplicabilidade.
A) INCORRETA: Normas de eficácia exaurida são aquelas que já produziram todos os efeitos,
seja por que esgotado o lapso temporal de sua vigência, seja porque já foram aplicadas ao
caso concreto. É o caso, por exemplo, da revisão constitucional prevista no artigo 3º do ADCT e
é o destino de diversas regras de transição para a concessão de aposentadoria, como aquelas
previstas nas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003. Muito embora atualmente
não existam territórios na federação brasileira (a Lei Maior de 1988 elevou Amapá e Roraima à
condição de Estados-membros) não é possível afirmar que a norma seja de eficácia exaurida,
pois não há óbice à formação de territórios caso seguido o procedimento previsto no artigo 18,
§ 3º, da Constituição.
C) INCORRETA: Normas de eficácia plena são aquelas dotadas de aplicabilidade direta, imediata
e integral e que, por isso, produzem seus efeitos independentemente de regulamentação.
As normas de eficácia plena são imediatamente aplicáveis, não precisando da atuação do
legislador ordinário e não admitindo que este, mediante ato normativo inferior, restrinja a sua
eficácia.
D) INCORRETA: Normas de eficácia contida (ou “relativa restringível”, para Maria Helena Diniz)
são as que possuem aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral. Isso
porque são normas que trazem direitos já exercitáveis desde a promulgação da Constituição,
independentemente de regulamentação. Todavia, pode tal direito sofrer restrição advinda de
norma infraconstitucional ou da incidência de outra norma constitucional. As normas de eficácia
contida são autoaplicáveis e o são imediatamente, não precisando do legislador ordinário
para produzir seus efeitos. Contudo, as normas de eficácia contida permitem que o legislador
ordinário restrinja parcialmente, mediante lei, o seu alcance e aplicação.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: “Direitos políticos” e “Partidos políticos”.
A) INCORRETA: Nos termos do art. 17, § 2°, da Constituição, os partidos políticos adquirem
personalidade jurídica na forma da lei civil, com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo
registro, independentemente do registro de seus estatutos no TSE. Vale lembrar que os partidos
políticos são considerados pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, V, CC) e, por isso,
adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus atos no “Registro Civil das Pessoas
Jurídicas da Capital Federal”, nos termos do artigo 8º da Lei nº 9.096/95.
B) INCORRETA: o voto feminino foi previsto pela primeira vez no plano infraconstitucional pelo
Código Eleitoral de 1932 (Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932), durante o Governo
Provisório de Getúlio Vargas, e restou incorporado ao artigo 109 da Constituição de 1934,
nesses termos: “O alistamento e o voto são obrigatórios para os homens e para as mulheres,
quando estas exerçam função pública remunerada, sob as sanções e salvas as exceções que
a lei determinar”.
GABARITO: C
A) O habeas corpus, segundo o STF, pode ser utilizado para impugnar decisão
judicial que autoriza a quebra de sigilo fiscal e bancário.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Proteção judicial dos direitos fundamentais: as ações constitucio-
nais.
D) CORRETA (portanto, não é a resposta): De acordo com o art. 5°, LXVIII, da Lei Maior, o
writ de habeas corpus será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Como a Constituição não restringe o HC a restrições provenientes do setor público, a doutrina
admite a impetração do remédio também em face de atos de particulares, como, por exemplo,
internações irregulares em hospitais psiquiátricos. Segundo Guilherme de Souza Nucci, “A
Constituição Federal não distingue, no polo passivo, a autoridade do particular, de modo que
é possível impetrar habeas corpus contra qualquer pessoa que constranja a liberdade de
locomoção de outrem. É o meio indiscutivelmente mais seguro e rápido de solucionar o impasse.
(...) O mesmo se diga dos inúmeros casos de internação irregular em hospitais psiquiátricos
ou mesmo da vedação de saída a determinados pacientes que não liquidam seus débitos no
nosocômio” (Código de processo penal comentado. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014).
E) CORRETA (portanto, não é a resposta): com efeito, o habeas corpus não pode ser
proposto em favor de pessoa jurídica pois, nesse caso, não há que se falar em ameaça à
liberdade de locomoção. Veja: “Habeas corpus. Negativa de seguimento. (...) Na concreta
situação dos autos, a pessoa jurídica da qual o paciente é representante legal se acha
processada por delitos ambientais. Pessoa jurídica que somente poderá ser punida com multa
e pena restritiva de direitos. Noutro falar: a liberdade de locomoção do agravante não está,
nem mesmo indiretamente, ameaçada ou restringida.” (HC 88.747-AgR. Rel. Min. Ayres Britto,
j. em 15.09.2009).
GABARITO: C
6. Acerca dos recursos regulados pelo Código de Processo Civil, assinale a alternativa
incorreta:
E) Ainda que a questão seja de ordem pública, impõe-se que ela tenha sido
prequestionada para que seja admitido o recurso especial.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Recursos. Teoria geral. Recursos em espécie. Outros meios de
impugnação das decisões judiciais. Duplo grau obrigatório.
Destaque-se que, de acordo com a súmula 182 do STJ, “É inviável o agravo do art. 545 do CPC
que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada”. O entendimento
do STJ significa apenas reconhecer a autonomia dos capítulos de sentença.
B) INCORRETA: De acordo com o art. 1.021, § 4º, do CPC, “Quando o agravo interno for
declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão
D) CORRETA: De acordo com o art. 987, § 1º, que regula o cabimento de recursos do IRDR,
“O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão
constitucional eventualmente discutida”. Portanto, correta a assertiva.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Partes. Conceito. Capacidade. Ônus. Prerrogativas da Fazenda
Pública. Representação processual das pessoas jurídicas de direito público. Deve-
res. Responsabilidade por dano processual. Substituição e sucessão das partes.
Litisconsórcio. Assistência. Intervenção de Terceiros. Espécies. Intervenção anô-
mala da Fazenda Pública. Amicus curiae.
A) INCORRETA: De acordo com Didier, conduta determinante é aquela que leva a uma situação
desfavorável e, por isso, potencialmente lesiva, a exemplo da revelia, a confissão, a renúncia
a direito sobre o qual se funda a ação. Por outro lado, alternativa seria aquela situação em
que a parte almeja a melhora de sua situação, mas, nesse caso, trata-se de uma melhora que
pode ou não ocorrer. (DIDIER, JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 19ª ed. Salvador:
Juspodivm, 2017, v. 1, p. 528).
B) INCORRETA: De acordo com o art. 117, do CPC “Os litisconsortes serão considerados, em
suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário,
caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar”.
Note-se que, no litisconsórcio simples, as partes são tratadas como partes autônomas e, em
regra, os atos de uma não podem nem prejudicar e nem beneficiar as demais. Por isso, em
regra, no litisconsórcio simples, “a conduta alternativa de um litisconsorte não aproveita aos
demais” (DIDIER, JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 19ª ed. Salvador: Juspodivm,
2017, v. 1, p. 529).
D) INCORRETA: Note-se que a assertiva apenas repetiu a primeira parte do art. 1.005, segundo
o qual, “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou
opostos os seus interesses”. É preciso perceber que prevalece na doutrina o posicionamento
de que a expansão subjetiva do recurso apenas incide nos casos de litisconsórcio unitário, em
que a relação jurídica é incindível (DIDIER, JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 19ª
ed. Salvador: Juspodivm, 2017, v. 1, p. 528; BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Comentários
ao código de processo civil. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 383).
E) CORRETA: De acordo com o art. 113, § 1º, do CPC, “O juiz poderá limitar o litisconsórcio
facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença
ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o
cumprimento da sentença”. Por sua vez, de acordo com o § 2º, “O requerimento de limitação
interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da
decisão que o solucionar”.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 18. Execução e processo de execução. Cumprimento de título exe-
cutivo judicial. Título executivo judicial. Liquidação. Espécies de cumprimento e
procedimento. Impugnação. Da viabilidade de manejo da exceção de pré-executi-
vidade.
Item I) CORRETO: O art. 5º, XXVI, da Constituição Federal estabelece que “a pequena
propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento”.
Deste modo, essas normas citadas estabelecem como requisitos únicos para obstar a constrição
judicial sobre a pequena propriedade rural: i) que a dimensão da área seja qualificada como
pequena, nos termos da lei de regência; e ii) que a propriedade seja trabalhada pelo agricultor
e sua família. Conclui-se, portanto, que, nos termos dos arts. 5º, XXVI, c/c o art. 649, VIII,
do CPC/1973 (art. 833, VIII, do CPC/2015), a proteção da impenhorabilidade da pequena
propriedade rural trabalhada pela entidade familiar, como direito fundamental que é, não se
restringe às dividas relacionadas à atividade produtiva. De igual modo, não se exige que o
imóvel seja a moradia do executado, impõe-se, sim, que o bem seja o meio de sustento do
executado e de sua família, que ali desenvolverá a atividade agrícola. (REsp 1.591.298-RJ,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 14/11/2017, DJe 21/11/2017).
Item II: INCORRETO: De acordo com o art. 778, § 1º, IV, “§ 1º Podem promover a execução
forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: (...) IV - o sub-rogado, nos
casos de sub-rogação legal ou convencional”.
Item III: INCORRETO: De acordo com o art. 792, § 1º, do CPC, “A alienação em fraude à
execução é ineficaz em relação ao exequente”. Note-se que o problema não é no plano da
validade, mas no da eficácia. Portanto, a referida alienação é válida, no entanto, apenas será
ineficaz em relação ao exequente que foi prejudicado.
Item IV: CORRETO: De acordo com o art. 803, do CPC, “Art. 803. É nula a execução se: I
A forma de alegação de tais nulidades é tratada no parágrafo único, segundo o qual, “A nulidade
de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
independentemente de embargos à execução”.
GABARITO: B
C) Nos casos em que o pedido seja genérico, a sentença proferida poderá ser
ilíquida, cabendo às partes o requerimento de realização da liquidação, a qual
seguirá o rito do Código de Processo Civil.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30. Juizados Especiais Cíveis. Federal. Estadual. Da Fazenda Pú-
blica.
A) INCORRETA: A improcedência liminar é regulada pelo art. 332 do CPC, segundo o qual,
“Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula
Ao contrário do que aponta a assertiva, essa técnica é aplicável aos juizados, inclusive tendo
sido chancelada pelo enunciado n. 101 do FONAJE, segundo o qual, “O art. 332 do CPC/2015
aplica-se ao Sistema dos Juizados Especiais; e o disposto no respectivo inc. IV também abrange
os enunciados e súmulas de seus órgãos colegiados”, conteúdo que foi repetido igualmente
pelo enunciado n. 43 do ENFAM. No mesmo sentido é o enunciado n. 507 do FPPC, segundo
o qual, “O art. 332 aplica-se ao sistema de Juizados Especiais”.
B) INCORRETA: O erro está na quantidade de testemunhas, pois, de acordo com o art. 34, da Lei
9.099/1995, “As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência
de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de
intimação, ou mediante esta, se assim for requerido”. Ou seja, o limite é de 3 e não 5!
Lembro apenas para o aluno que no procedimento comum do CPC esse número é diverso,
pois, de acordo com o art. 357, § 6º, do CPC, “O número de testemunhas arroladas não pode
ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato”.
C) INCORRETA: De acordo com o art. 38, parágrafo único, da Lei 9.099/1995, “Não se admitirá
sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido”. Portando,
não sendo viável a prolação de sentença líquida, será o caso de extinção do processo sem
julgamento do mérito, sendo as sentenças ilíquidas vedadas no procedimento do juizado.
E) CORRETA: De fato, de acordo com o art. 18, caput, da Lei 12.153/2009, “Caberá pedido de
uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre decisões proferidas por
Turmas Recursais sobre questões de direito material”. Portanto, se o pedido de uniformização
apenas é admitido em questões de direito material é porque não se admite em relação ao
direito processual.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 28. Processo judicial tributário. Execução fiscal. Ação anulatória
de débito fiscal. Ação de repetição de indébito. Ação de consignação em pagamen-
to. Ação Declaratória. Medida cautelar fiscal. Mandado de segurança
B) INCORRETA: Mais uma vez, de acordo com Gajardoni, “Tem-se entendido que não cabe
consignação em pagamento extrajudicial em matéria tributária (art. 164, do CTN), e mesmo
em qualquer outra obrigação de pagar que precisa ser satisfeita contra o Estado” (Comentários
ao art. 539. GAJARDONI, Fernando; DELLORE, Luiz; ROQUE, Andre; OLIVEIRA JR., Zulmar.
Veja-se que a reforço desse entendimento, o art. 164, § 1º, do CTN, destaca que “A consignação
só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar”, o que reforça sua
incompatibilidade com a discussão do crédito tributário.
D) CORRETA: Consoante destacou o STJ no informativo 564, “O prazo de cinco dias previsto
no art. 892 do CPC não é aplicável aos depósitos judiciais referentes a créditos tributários, de
tal sorte que são exigíveis multa e juros caso o depósito não seja realizado dentro do prazo
para o pagamento do tributo”.
Para tanto, o tribunal elencou as seguintes razões, em entendimento que, inclusive pode
ser cobrado em segunda fase: Ao se interpretar a norma processual conforme o princípio
da legalidade tributária estrita, reconhece-se que o prazo para o depósito judicial previsto
no art. 541 do CPC (“Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode
o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se
forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo
vencimento”) não se aplica às consignatórias de crédito tributário, por incompatibilidade
normativa. Nos termos do art. 113, § 1º, do CTN, “A obrigação principal surge com a ocorrência
do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-
se juntamente com o crédito dela decorrente”, sendo que, conforme estabelece o art. 140
do CTN, “As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos,
ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem a exigibilidade do crédito
tributário não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem”. Ademais, o crédito tributário
só se extingue ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída nos casos previstos no CTN
(art. 141); a suspensão da exigibilidade do crédito tributário se dá com o depósito do seu
montante integral, o que não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias (art. 151, II
e parágrafo único); e a extinção do crédito tributário em razão do depósito judicial só se dá por
Nessa linha, deve-se afirmar que a consignação em pagamento do montante do tributo discutido,
que tem por fim a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, a qual, ao final, pode implicar
sua extinção, é aquela em que o crédito é depositado dentro do prazo de vencimento da
obrigação, ou em que há o depósito do montante integral do débito (AgRg no Ag 1.239.917-SP,
Segunda Turma, DJe 17/5/2010). Isso porque não se pode ignorar que o crédito tributário
é exigível a partir do termo de vencimento. Inadimplido, por força de lei, é acrescido
de juros, multa e correção monetária. Por isso que, por ocasião do depósito judicial da
parcela respectiva, a parte deve depositar todo o montante devido: crédito principal,
juros e multa. O depósito judicial, então, elide a mora do contribuinte ou responsável que
ingressa em juízo para discutir a obrigação tributária tão somente quando realizado nos termos
e condições próprias para o pagamento integral do crédito tributário; só assim a conversão do
depósito em renda poderá implicar a extinção do crédito tributário. Não se pode permitir que
o contribuinte ou responsável tributário, por estar em juízo, seja agraciado com mais
cinco dias para adimplir o tributo, só porque ajuíza ação consignatória em pagamento.
Caso admitida essa tese, diretamente, estar-se-ia criando distinção entre contribuintes/
responsáveis, o que é vedado pelo art. 150, I, da CF, além de estar-se estabelecendo
espécie de moratória tributária, de caráter geral, sem previsão legal. AgRg no REsp
1.365.761-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 9/6/2015, DJe 17/6/2015.
GABARITO: D
DIREITO CIVIL
11. À luz da disciplina dos vícios redibitórios no Código Civil, é correto afirmar:
C) Por expressa previsão legal, as disposições relativas aos vícios redibitórios não
se aplicam às doações onerosas.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Contratos: Vício Redibitório.
A) INCORRETA: Para a melhor doutrina, não há que se confundir o vício redibitório com o
erro. No vício redibitório, o problema atinge o objeto do contrato, ou seja, a coisa. Já no erro, o
vício é do consentimento, atingindo a vontade, uma vez que a pessoa se engana sozinha em
relação a um elemento do negócio celebrado.
De acordo com José Fernando Simão, “na hipótese de erro quanto ao objeto ou sobre a
qualidade a ele essencial, a coisa é outra, diferente daquela que o declarante tinha em mente
ao emitir a declaração, ou, ainda, falta-lhe uma qualidade importante. Não há defeito ou vício
intrínseco à coisa. O que ocorre é vício no consentimento. O feito, como vício de consentimento,
é subjetivo, há uma falsa ideia da realidade. No caso de vício redibitório, o negócio é ultimado
tendo em vista um objeto com aquelas qualidades que todos esperam que possua, comum a
todos os objetos da mesma espécie. Porém, àquele objeto específico falta aos demais objetos
da espécie. Nesse caso, o comprador realmente queria comprar aquela coisa, mas há defeito
no objeto, o defeito como vício oculto é objetivo. Não há disparidade entre a vontade e a
declaração.”
B) CORRETA: O adquirente prejudicado pelo vício redibitório pode fazer uso das ações
edilícias, nos termos do art. 442 do CC. Estas ações são constitutivas negativas, e os prazos
previstos no art. 445 do CC são decadenciais.
a) Pleitear o abatimento proporcional no preço, por meio de ação quanti minoris ou ação
estimatória;
Obs.: Nos casos em que os vícios não geram grandes repercussões em relação à utilidade
da coisa, não cabe a ação redibitória, mas apenas a ação quanti minoris, com o abatimento
proporcional do preço.
Quanto aos prazos previstos para as ações edilícias, podemos resumir da seguinte forma:
c) Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do
momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando
de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
C) INCORRETA: A garantia legal contra os vícios redibitórios nos contratos bilaterais onerosos
e comutativos aplica-se às doações onerosas, conforme prevê o art. 441, par. único, do CC,
como no caso da doação remuneratória e da doação modal ou com encargo.
Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do
momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando
de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
E) INCORRETA: De acordo com o art. 445, § 2°, do CC, no caso de vendas de animais,
os prazos de garantia quanto aos vícios redibitórios serão aqueles previstos na legislação
ordinária especial.
Segundo Flávio Tartuce, “essa lei especial pode ser o CDC, caso estejam presentes os elementos
da relação de consumo (arts. 2° e 3°). A título de exemplo, pode ser citada a compra por
consumidores de animais de estimação e lojas especializadas ou pet shops (TJRS, Processo
71000962233, Primeira Turma Recursal Cível). Na falta de previsão legal, devem ser aplicados
os usos e costumes locais, o que está em sintonia com a parte final do art. 113 do CC e com os
prazos constantes do § 1° do art. 445 do CC. Como os animais são bens móveis semoventes,
em regra, aplica-se o prazo de 180 dias. Como se pode notar, a norma em comento subverte a
ordem do art. 4° da lei de introdução, eis que primeiro serão aplicados os costumes e só depois
a analogia.”
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Contratos nominados: compra e venda.
B) CORRETA: A compra e venda pode ser negócio formal (solene) ou informal (não solene).
Para parcela da doutrina, há diferença entre contratos formais e solenes: a solenidade estaria
relacionada com a escritura pública e não com a forma escrita (formalidade é gênero, solenidade
é espécie).
Assim, quando o valor do bem imóvel for superior a 30 salários mínimos, o contrato de compra
e venda exigirá escritura pública (art. 108, CC), sendo um contrato formal e solene. Caso
o imóvel tenha valor inferior ou igual a 30 salários mínimos, não haverá a necessidade de
escritura pública, a ser lavrada no Tabelionato de Notas.
Conforme explica Flávio Tartuce, “em todos os casos envolvendo imóveis, é necessária a
forma escrita para registro no CRI, estando a eficácia no mesmo plano que a validade do
contrato em questão (contrato formal e não solene). Na hipótese de compra e venda de bem
móvel, de qualquer valor, não há necessidade de escritura pública nem de forma escrita, pois
não há registro (contrato informal e não solene).
Ademais, para aqueles que entendem que as expressões são sinônimas, os contratos formais
ou solenes são aqueles que exigem uma forma especial para a sua celebração, como no caso
da venda de um imóvel com valor superior a trinta salários mínimos.
Por outro lado, os contratos informais ou não solenes são aqueles que admitem a forma livre,
como é o caso do contrato do mandato, que pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito (art.
656 do CC).
Esse prazo de tolerância deverá ser de, no máximo, 180 dias, visto que, por analogia, é o
prazo de validade do registro da incorporação e da carência para desistir do empreendimento
(arts. 33 e 34, § 2º, da Lei nº 4.591/64 e 12 da Lei nº 4.864/65) e é o prazo máximo para que o
fornecedor sane vício do produto (art. 18, § 2º, do CDC).
(..) A cláusula de tolerância, para fins de mora contratual, não constitui desvantagem
exagerada em desfavor do consumidor, o que comprometeria o princípio da
equivalência das prestações estabelecidas. Tal disposição contratual concorre para
a diminuição do preço final da unidade habitacional a ser suportada pelo adquirente,
pois ameniza o risco da atividade advindo da dificuldade de se fixar data certa para
o término de obra de grande magnitude sujeita a diversos obstáculos e situações
imprevisíveis.
Deve ser reputada razoável a cláusula que prevê no máximo o lapso de 180 (cento
e oitenta) dias de prorrogação, visto que, por analogia, é o prazo de validade do
registro da incorporação e da carência para desistir do empreendimento (arts. 33 e
34, § 2º, da Lei nº 4.591/1964 e 12 da Lei nº 4.864/1965) e é o prazo máximo para
que o fornecedor sane vício do produto (art. 18, § 2º, do CDC).
RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017. Informativo n°
612).
GABARITO: B
13. Acerca da teoria das nulidades do negócio jurídico prevista no Código Civil, assinale
a opção correta:
C) Haverá nulidade do negócio que tiver como objetivo fraudar diretamente a lei
imperativa.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Negócio Jurídico.
B) INCORRETA: De acordo com a melhor doutrina, não se confunde motivo determinante, que
está no plano subjetivo, com a causa negocial, que reside no plano objetivo do negócio. Assim,
o negócio em si, não tem objeto ilícito, mas a nulidade será determinante porque, no caso
concreto, houve conluio das partes para alcançar um fim ilegítimo e, eventualmente, criminoso.
Exemplo: venda de um automóvel para utilização em sequestro; empréstimo de uma arma para
matar alguém; aluguel de casa para exploração de lenocínio. Em outras palavras, a venda, o
empréstimo e o aluguel não são negócios que contrariam o Direito, mas são nulos por seus
motivos ilícitos, que foram determinantes, comum a ambas as partes.
C) INCORRETA: Haverá nulidade do negócio que tiver como objetivo fraudar a lei imperativa,
contudo, a doutrina explica que essa previsão não se confunde com ilicitude do objeto. Isso
porque nesta haveria uma ofensa direta da lei, enquanto que naquela há uma infringência
oblíqua ou indireta da norma proibitiva. Exemplo: uma retrovenda celebrada, cujo objetivo é o
de dar aparência de legalidade a um contrato de mútuo em que foram cobrados juros abusivos.
D) INCORRETA: Conforme previsão do art. 123 do Código Civil, invalidam os negócios jurídicos
que lhes são subordinados, as condições incompreensíveis ou contraditórias.
natureza distinta, conforme art. 170: Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os
requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o
teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Cita-se um exemplo dado pela doutrina: a ausência de escritura pública em venda de imóvel
com valor superior a trinta salários-mínimos, o que acarreta a nulidade absoluta do ato (art. 108,
CC). Por meio da conversão, há a possibilidade do negócio ser aproveitado, transformando-se
a compra e venda nula em compromisso bilateral de compra e venda – espécie de contrato
preliminar (art. 462, “o contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os
requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado”).
Flávio Tartuce explica que deve ser imprescindível que as partes, após manifestações de
vontade livres, denotem as suas intenções de celebrar esse novo negócio jurídico, além da
presença dos demais requisitos mínimos do outro negócio, o que possibilita a convalidação,
mas com outros efeitos jurídicos.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Defeitos do negócio jurídico
A) CORRETA: Segundo o STJ, a ação pauliana não alcança o terceiro de boa-fé, em clara
aplicação da teoria da aparência e do princípio da boa-fé:
1.- Em consonância com o art. 109 do CC/1916 (com redação correspondente no art.
161 do CC/2002), tendo havido sucessivos negócios fraudulentos, cabe resguardar
os interesses dos terceiros de boa-fé e condenar tão somente os réus que agiram
de má-fé, em prejuízo do autor, a indenizar-lhe pelo valor equivalente ao do bem
transmitido em fraude contra o credor.
2.- Recursos Especiais providos.” (REsp 1145542/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 19/03/2014).
B) CORRETA: Conforme súmula n. 195 do STJ, em embargos de terceiro não se anula ato
jurídico, por fraude contra credores. O meio processual adequado para se obter a anulação
de ato jurídico por fraude contra credores é a ação revocatória ou pauliana (nome dado em
atenção ao pretor Paulo, que a introduziu no direito romano – anotem isto, pois pode cair em
uma prova oral!).
“O meio processual adequado para se obter a anulação de ato jurídico por fraude
a credores não é a resposta a embargos de terceiro, mas a ação pauliana.” (REsp
24311 RJ, Rel. Ministro CLAUDIO SANTOS, TERCEIRA TURMA, julgado em
08/02/1993, DJ 22/03/1993).
Nos negócios onerosos, em regra, para ocorrer sua anulabilidade, é necessária a presença do
conluio fraudulento entre aquele que dispõe o bem e aquele que o adquire (consilium fraudis –
má-fé – consciência de prejudicar terceiros), bem como o prejuízo causado ao credor (eventus
damni – prejuízo decorrente da insolvência).
Entretanto, nos casos de disposição gratuita de bens ou de remissão de dividas, o art. 158
não prevê a presença do elemento subjetivo do consilium fraudis (intenção de prejudicar os
credores – má-fé do devedor), sendo suficiente o evento danoso ao credor (eventus damni).
Assim, tais negócios podem ser anulados mesmo quando o adquirente ignore o estado de
insolvência.
Disposição onerosa de bens com intuito de fraude = conluio fraudulento (consilium fraudis) +
evento danoso (eventus damni)
Disposição gratuita de bens ou remissão de dívida = basta o evento danoso (eventus damni).
Obs.: O art. 159 do CC presume a má-fé do adquirente quando a insolvência for notória, ou
houver motivo para ser conhecida do outro contratante. Para a doutrina, a notoriedade da
insolvência pode se revelar por diversos atos, como a existência de bens e de várias execuções
ou demandas de grande porte movidas contra o devedor. Quanto aos motivos para conhecer
a insolvência do devedor, os casos mais comuns de presunção de má-fé do adquirente, por
haver motivo para conhecer a má situação financeira do alienante, são de aquisição de bem
por preço vil ou parentesco próximo entre as partes.
a) Primeira corrente: É anulável. O Código Civil adotou, na sua redação literal, a anulabilidade
do ato praticado em fraude contra credores, conforme previsão do art. 158 e 159. No mesmo
sentido se posicionam: Nelson Nery Junior, Sílvio Rodrigues, Luiz Guilherme Marinoni.
b) Segunda corrente: A alienação é válida, porém ineficaz perante o credor. Esse posicionamento
é defendido por outra parcela da doutrina, entre eles Yussef Cahali e Flávio Tarturce. Há julgados
mais recentes do STJ defendendo esta posição: “A fraude contra credores, proclamada em
ação pauliana, não acarreta a anulação do ato de alienação, mas, sim, a invalidade com relação
ao credor vencedor da ação pauliana, e nos limites do débito de devedor para com este” (STJ,
REsp 971884/PR, Rel. Min. Sidnei Beneti, Terceira Turma, DJe 16/02/2012).
“A ação pauliana cabe ser ajuizada pelo credor lesado (eventus damni) por
alienação fraudulenta, remissão de dívida ou pagamento de dívida não vencida
a credor quirografário, em face do devedor insolvente e terceiros adquirentes ou
beneficiados, com o objetivo de que seja reconhecida a ineficácia (relativa) do
ato jurídico - nos limites do débito do devedor para com o autor -, incumbindo ao
requerente demonstrar que seu crédito antecede ao ato fraudulento, que o devedor
estava ou, por decorrência do ato, veio a ficar em estado de insolvência e, cuidando-
se de ato oneroso - se não se tratar de hipótese em que a própria lei dispõe haver
presunção de fraude -, a ciência da fraude (scientia fraudis) por parte do adquirente,
beneficiado, sub-adquirentes ou sub-beneficiados.
Quanto ao direito material, a lei não tem dispositivo expresso sobre os efeitos do
reconhecimento da fraude, quando a ineficácia dela decorrente não pode atingir
um resultado útil, por encontrar-se o bem em poder de terceiro de boa-fé. Cumpre,
então, dar aplicação analógica ao artigo 158 do CCivil [similar ao artigo 182 do
Código Civil de 2002], que prevê, para os casos de nulidade, não sendo possível a
restituição das partes ao estado em que se achavam antes do ato, a indenização
com o equivalente. Inalcançável o bem em mãos de terceiro de boa-fé, cabe ao
alienante, que adquiriu de má fé, indenizar o credor.” (STJ, REsp 1.100.525-RS, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/4/2013, Quarta Turma, DJe 23/04/2013)
Nesse sentido, para que haja a fraude contra credores, a dívida deve ser anterior à alienação
realizada pelo devedor. Caso esta alienação tenha sido feita por meio de instrumento particular,
a data que será considerada como sendo a da alienação não é aquela constante do contrato
(já que seria extremamente fácil de falsificar), mas sim a data na qual este negócio jurídico foi
registrado no Cartório.
“1. Da literalidade do art. 106, parágrafo único, do CC/16, extrai-se que a afirmação
da ocorrência de fraude contra credores depende, para além da prova de
consilium fraudis e de eventus damni, da anterioridade do crédito em relação ao
ato impugnado. 2. É com o registro da promessa de compra e venda no Cartório
de Registro de Imóveis que o direito do promissário comprador alcança terceiros
estranhos à relação contratual originária. 3. A promessa de compra e venda não
registrada e desacompanhada de qualquer outro elemento que possa evidenciar a
alienação do imóvel, não afasta a anterioridade do crédito. 4. Recurso especial não
provido” (STJ. 3ª Turma. REsp 1.217.593-RS, Rel. Min Nancy Andrighui, julgado
em 12/03/2013).
GABARITO: D
que existe por si só, enquanto que no ius possessionis há o direito à posse que
decorre da propriedade.
E) A posse somente pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende ou por
seu representante.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Posse: Classificação.
Em resumo:
Assim, a posse ad usucapionem é aquela que se prolonga por determinado lapso temporal
previsto em lei, admitindo-se a aquisição da propriedade pela usucapião, desde que observados
os requisitos legais. Essa posse deve ser mansa, pacífica, duradoura por lapso temporal
previsto em lei, ininterrupta e com intenção de dono (animus domini – conceito de Savigny). E,
em regra, deve ter os requisitos do justo título e da boa-fé.
Já a teoria objetivista de Rudolf von Ihering, para a constituição da posse, basta que a pessoa
disponha fisicamente da coisa, ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato.
Essa teoria dispensa a intenção de ser dono, tendo a posse apenas um elemento, o corpus,
como elemento material e único fator visível e suscetível de comprovação. Portanto, o corpus
é formado pela atitude externa do possuidor em relação à coisa, agindo este com o intuito de
explorá-la economicamente. A intenção aqui, não é de ser dono, e sim de explorar a coisa com
fins econômicos.
Deve-se ressaltar que, como regra, o Código Civil adotou parcialmente a teoria objetivista de
Ihering, de acordo com o seu art. 1.196 (“Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato
o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”), bastando apenas
o exercício de um dos atributos do domínio para que a pessoa seja considerada possuidora.
Com isso, desdobra-se a posse em direta e indireta (exemplo: o locatário é possuidor direto e
o locador, proprietário, é possuidor indireto, pelos direitos que decorrem do domínio).
E) INCORRETA: A posse pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende ou por seu
representante, além do terceiro sem mandato, dependendo de ratificação (CC, Art. 1.205).
GABARITO: D
DIREITO ADMINISTRATIVO
D) Até o momento, não adveio a lei que disciplina a licitação no âmbito das empresas
estatais, nos termos do artigo 173, § 1º, inciso III, da Constituição.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Licitação e contrato administrativo.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”. Assim,
a competência privativa da União restringe-se às normas gerais, podendo os demais entes
federativos legislar sobre normas específicas, é dizer, a totalidade do assunto ‘licitações e
contratos’ não está reservada à competência legislativa privativa da União.
C) INCORRETA: A assertiva contraria o disposto no artigo 37, inciso XXI, do Texto Constitucional,
que é a principal regra sobre licitações e contratos prevista na Constituição e dispõe que
“ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”.
D) INCORRETA: De fato, o artigo 173, § 1º, inciso III, da Constituição, prevê que a lei que
estabelecer o estatuto jurídico das estatais e disporá, dentre outras matérias, sobre “licitação
e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública”. O erro da alternativa está em afirmar que esta lei não existe, quando,
na verdade, a Lei nº 13.303/2016 dispôs sobre regras de licitação específicas para as empresas
estatais.
E) INCORRETA: Bastaria reler o artigo 37, inciso XXI, da Constituição, para ver que a licitação
deve assegurar igualdade de condições entre os participantes, o que evidencia a estreita
ligação do procedimento licitatório com o princípio da isonomia.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Pontos do edital: 9. Licitação e contrato administrativo.
A) INCORRETA: O registro de preços não está elencado entre as modalidades licitatórias, nem
corresponde a elas. Na verdade, trata-se de um instrumento (especificamente, um procedimento
auxiliar) para, como diz o próprio nome, formar um banco de preços de fornecedores.
Sobre o registro de preços, objeto da nossa questão, vale conhecer a lição de Sidney
Bittencourt, citada no livro de Ronny Charles Lopes de Torres (TORRES, Ronny Charles
Lopes de. Leis de Licitações Públicas Comentadas. Salvador: JusPodivm, 2017, pp. 164-165),
segundo a qual o sistema de registro de preços está fundado no conceito do sistema just in
time, segundo o qual “a compra ou contratação deve ser efetivada apenas quando ocorrer a
necessidade, gerando, para a Administração, uma redução nos gastos de armazenagem e
estoque.” Nas palavras exatas de Sidney Bittencourt: “o SRP baseia-se no conceito do sistema
de administração da logística de produção adotado no âmbito privado denominado just in time,
que se orienta apoiado na ideia de que nada deve ser produzido, transportado ou comprado
antes do momento exato da necessidade”.
B) CORRETA: É, exatamente, o que dispõe o artigo 15, § 6º, da Lei nº 8.666/93: “qualquer
cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de
incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado”. Trata-se de expressão do
E) INCORRETA: Mais uma questão de prazo, para lembrá-los da importância de ler a lei,
para a prova objetiva especialmente. O artigo 15, § 3º, da Lei nº 8.666/93, prevê que, na
regulamentação do sistema de registro de preços, devem ser observadas três condições: a)
seleção feita mediante concorrência; b) estipulação prévia do sistema de controle e atualização
dos preços registrados e c) validade do registro não superior a um ano.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Regime Diferenciado de Contratações Públicas.
O RDC, apesar de, inicialmente, ter um espectro de incidência bastante reduzido, foi sofrendo
ampliações de objeto ao longo dos anos e, hoje, pode ser aplicado para diversas contratações
não contingenciais, como as obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS e as ações no
âmbito da segurança pública.
É importante conhecer o artigo 1º da Lei nº 12.462/2011, para entender como é, hoje, ampla,
a moldura que permite as contratações pelo referido regime. A seguir, faço um quadro com a
simples transcrição de seus incisos:
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Regime Diferenciado de Contratações Públicas.
B) INCORRETA: O artigo 9º, §1º, da Lei nº 12.462/2011 dispõe que “a contratação integrada
compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a
execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-
operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do
objeto.” De fato, a contratação integrada é o que se chama de turn key contract. Esse termo,
originário do mercado imobiliário, indica os contratos em que a pessoa compra uma casa toda
pronta e mobiliada, e só precisa virar a chave, entrar e morar. A ideia da contratação integrada
é, justamente, esta: o licitante deve entregar a obra ao Poder Público em plenas condições de
funcionamento, o que inclui a realização de testes.
C) INCORRETA: O artigo 9º, § 4º, da Lei nº 12.462/2011 prevê duas exceções à regra que
veda a proibição de celebração de termos aditivos, é dizer, pode haver celebração de termos
aditivos apenas nos seguintes casos: “I - para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro
decorrente de caso fortuito ou força maior; e II - por necessidade de alteração do projeto ou
das especificações para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a pedido
da administração pública, desde que não decorrentes de erros ou omissões por parte do
contratado, observados os limites previstos no § 1º do art. 65 da Lei no 8.666, de 21 de junho
de 1993.”
E) INCORRETA: Há três critérios que podem ser utilizados para calcular o valor estimado da
contratação: 1) os valores praticados pelo mercado; 2) os valores pagos pela administração
pública em serviços e obras similares ou 3) a avaliação do custo global da obra, aferida
mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou paramétrica. É o que prevê o artigo
9º, § 2º, inciso II, da Lei nº 12.462/2011.
GABARITO: A
20. O Senado Federal, no dia 01.03.2018, enviou e-mail aos servidores informando sobre
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 19. Controle administrativo, legislativo e judicial da Administração.
O primeiro deles diz respeito ao órgão responsável pelo controle, caso em que poderá
haver o controle interno (realizado pelo próprio Poder, no exercício da função administrativa -
lembrem-se de que não é apenas o Poder Executivo que desempenha a função administrativa,
mas que ela pode ser exercida, atipicamente, pelos demais poderes); o controle externo, que
é o exercido pelo Judiciário e pelo Legislativo, inclusive com o auxílio do Tribunal de Contas,
sobre os atos do Poder Executivo; e o controle social, que “é implementado pela sociedade civil,
por meio da participação nos processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento
e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas e programas públicos”.
(OLIVEIRA, Op. Cit., p. 791).
No caso da questão, o controle foi realizado pelo Senado Federal, no exercício de sua função
administrativa (atípica), denotando tratar-se de controle interno. Diferentemente seria, por
exemplo, se um dos servidores propusesse medida judicial para sanar a irregularidade.
O segundo critério diz respeito ao momento do controle. De acordo com Rafael Oliveira (Op.
Cit., p. 792), o controle prévio é aquele exercido antes da publicação do ato administrativo,
enquanto o controle posterior é feito depois da publicação.
Na hipótese da questão, o Senado Federal corrigiu seu erro antes da publicação, que já se deu
com o prazo correto, o que evidencia tratar-se de controle prévio.
Por fim, quanto ao parâmetro do controle, há o controle de legalidade, que ocorre quando
se constata que o ato não condiz com a legislação de regência, e o controle de mérito, que
envolve ponderação sobre a conveniência e oportunidade do ato praticado.
No caso apresentado, ficou claro que o ato estava em desacordo com a lei, ou seja, que tratou-
se de controle de legalidade.
A) INCORRETA: O erro está em afirmar que se tratava de controle externo e posterior, o que
destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: O erro está em afirmar que se tratava de controle externo, o que destoa dos
comentários feitos acima.
D) INCORRETA: O erro está em afirmar que se tratava de controle posterior, o que destoa dos
comentários feitos acima.
E) INCORRETA: O erro está em afirmar que se tratava de controle externo e de mérito, o que
destoa dos comentários feitos acima.
GABARITO: B
21. Pra fins do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, Lei nº
10.206/1968, é INCORRETO afirmar que:
emprego públicos.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3. Cargo, emprego e função
A) Os servidores públicos, para a doutrina, são os agentes que integram a Administração Direta
e Indireta, sob qualquer regime funcional (José dos Santos. Manual de Direito Administrativo.
31ª ed. São Paulo: Atlas, 2017, 634). Há quem entenda, ainda, que os integrantes das entidades
privadas da Administração Indireta também são considerados servidores públicos (vide Maria
Sylvia Zanella di Pietro in Servidores Públicos na Constituição de 1988. São Paulo: Atlas,
2011, p. 1).
Atlas, 2017, 652). Dividem-se os cargo em (vide art. 13 da Lei nº 10.206/1968 - formas de
nomeação):
E) Como dito no item “B”, os cargos públicos podem ser divididos em cargos de carreira ou
isolados, nos termos do art. 5º da Lei nº 10.206/1968. Aqueles são definidos como o conjunto de
classes funcionais cujos integrantes podem progredir (progressão funcional), diferentemente
do isolado que é estanque. A Lei nº 10.206/1968, no art. 8º, definiu carreira como “o conjunto
de classes da mesma natureza de trabalho, escalonada segundo o nível de complexidade e
grau de responsabilidade”.. Portanto, esta assertiva está CORRETA.
GABARITO: A
22. No tocante à licença para tratamento de saúde concedida a servidor público ocupante
de cargo exclusivamente comissionado no Estado de São Paulo, nos termos do Estatuto
dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, pode-se afirmar que:
para o trabalho, por inspeção médica oficial, o servidor será aposentado por
invalidez, no Regime Próprio de Previdência Social, desde que conte com mais de
15 (quinze) anos de exercício ininterrupto do cargo.
D) O servidor não faz jus às licenças para tratamento de saúde, por motivo de
doença na família e para tratar de interesses particulares.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo e
legislação complementar
Apesar de o prazo da licença à saúde para os servidores efetivos ser de até o máximo de
4 (quatro) anos, com vencimento ou remuneração, nos termos do art. 191, caput, da Lei nº
10.206/1968, com a nova redação dada pela Lei Complementar nº 1.123/2010, esta disposição
não se aplica aos servidores de cargos exclusivamente comissionados.
Pelas normas do Regime Geral de Previdência Social, será concedido ao funcionário público
o benefício do auxílio-doença, previsto no art. 59 e seguintes da Lei federal 8.213/91 e
regulamentado pelo Decreto 3.048/99.
Desse modo, o prazo a ser seguido é o definido pela perícia médica oficial do Instituto Nacional
de Seguro Social (INSS), nos termos do art. 62 da Lei federal 8.213/91, não haverá prejuízo
dos vencimentos somente nos primeiros 15 (quinze) dias de afastamento por motivo de
incapacidade temporária, sendo que o pagamento é feito pelo INSS a partir do 16º (décimo
sexto) dia, conforme art. 60 da Lei federal 8.213/91. Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
B) A alteração do art. 181, caput, e §2º, da Lei nº 10.206/1968, pela Lei Complementar nº
1.123/2010, se deu em virtude de adaptar o texto legal à reforma da previdência ocorrida por
meio da Emenda Constitucional nº 20/1998, que excluiu do Regime Próprio de Previdência
Desse modo, entendo, que o art. 227 da Lei nº 10.206/1968 que garante aposentadoria por
invalidez aos servidores ocupantes de cargos exclusivamente comissionados no Regime
Próprio de Previdência Social, desde que conte com mais de 15 (quinze) anos de exercício
ininterrupto do cargo, não mais subsiste em face da alteração da Constituição Federal pela
Emenda Constitucional nº 20/1998. Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
C) Conforme disposto nos itens “A” e “B”, o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de São Paulo, de modo correto, alterou o art. 181, §2º, da Lei nº 10.206/1968 (Lei
Complementar nº 1.123/2010), de modo a ser assegurada a licença à saúde, mediante as
regras estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com o art. 40,
§13, da Constituição Federal. Portanto, esta assertiva está CORRETA.
D) O art. 181, §1º, da Lei nº 10.206/1968, com a nova redação dada pela Lei Complementar
nº 1.123/2010, disciplina que não haverá concessão das seguintes licenças para o servidor
ocupante de cargo exclusivamente comissionado: por motivo de doença na família; para tratar
de interesses particulares e; à funcionária casada com funcionário ou militar. Portanto, esta
assertiva está INCORRETA.
GABARITO: C
A) Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa
determinas as penas de repreensão, suspensão ou multa.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. Responsabilidade dos agentes públicos. Processo administra-
tivo disciplinar e sindicância. Infrações e sanções disciplinares.
A) De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, Lei nº
10.206/1968, com a redação dada pela Lei Complementar nº 942/2003, a apuração das
infrações será realizada mediante dois procedimentos: sindicância ou processo administrativo
disciplinar (art. 268, caput).
De acordo com os artigos 269 e 270 da Lei nº 10.206/1968, será instaurada sindicância quando
a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou
multa, reservando-se, ao processo administrativo disciplinar, as faltas que, também por sua
natureza, possam acarretar as penas de demissão, demissão a bem do serviço público e
cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Portanto, esta assertiva está CORRETA.
C) Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter entendido que a ausência de advogado não
macula o procedimento disciplinar, como esclarecido no item “B”, o Estatuto dos Funcionários
Públicos do Estado de São Paulo exige que seja garantido ao acusado, no caso de insuficiência
financeira ou na negativa de constituir advogado, lhe seja concedido advogado dativo (art. 282,
§3º).
D) A ideia aqui é diferenciar a exoneração da demissão. Ambas são atos administrativos que
ensejam a extinção do vínculo estatutário do servidor para com a Administração Pública, com a
consequente vacância do cargo. Enquanto a demissão tem um caráter punitivo (prática de uma
infração), a exoneração é a dispensa do servidor por interesse da Administração ou do próprio
servidor, sem qualquer conotação de sentido punitivo (interesse). Portanto, esta assertiva está
INCORRETA, pois não cabe procedimento administrativo disciplinar relativos aos fatos que
podem sujeitar a exoneração do servidor, haja vista o suporte fático ser o interesse pessoal
ou público. Exemplos de fatos que podem ensejar a exoneração: servidor não satisfaz as
condições do estágio probatório; “ad nutum”, no tocante aos servidores comissionados etc..
E) O art. 271 do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo disciplina que
“os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados pela Procuradoria Geral do Estado
e presididos por Procurador do Estado confirmado na carreira”. Atualmente, com base na Lei
Orgânica da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, Lei Complementar nº 1.70/2015,
a Procuradoria de Procedimentos Disciplinares é o órgão responsável por “realizar, desde a
portaria inicial até o relatório conclusivo, os procedimentos disciplinares não regulados por lei
especial, em face de servidores da Administração Direta e Autárquica, independentemente de
seu regime jurídico” (art. 42, I). Portanto, esta assertiva está CORRETA.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Acumulação de cargos, empregos e funções
A regra foi objeto de importantes modificações com a reforma administrativa, realizada por
meio da Emenda Constitucional nº 19/1998. O texto originário somente exigia somente a
compatibilidade de horários para a acumulação dos cargos, sem qualquer menção ao respeito
ao teto de vencimentos disciplinado no art. 37, XI, da Constituição Federal. Diante do exposto,
a resposta esta INCORRETA.
B) Apesar de o art. 37, XVI, da Constituição Federal disciplinar acerca das hipóteses
possíveis de acumulação remunerada de cargos públicos, no inciso XVII do mesmo artigo,
há previsão de extensão da proibição da acumulação “a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público” (redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19/1998). Portanto a assertiva está CORRETA.
judicial a respeito do alcance dessas expressões e o Superior Tribunal de Justiça decidiu que
são aqueles cargos para cujo exercício sejam exigidos “conhecimentos técnicos específicos e
habilitação legal, não necessariamente de nível superior”. Para o Superior Tribunal de Justiça,
“o fato de o cargo ocupado exigir apenas nível médio de ensino, por si só, não exclui o caráter
técnico da atividade” (RMS 20033, Rel. Min. Arnaldo Esteves, DJ 2.2.2007. RMS 12352, Rel.
Min. Paulo Medina, DJ 23.10.2006). Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
E) A Constituição Federal prevê, como dito no item “A”, a possibilidade de acumulação de dois
cargos de professor, desde que respeitado o teto de vencimentos (art. 37, XI) e compatibilidade
de horários. O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o limite para fins remuneratórios,
decidiu que nas situações jurídicas em que a Constituição autoriza a cumulação excepcional
de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada um deles, e
não ao somatório do que é recebido (Vide RE 612.975 e RE 602.043, Rel. Min. Marco Aurélio,
Dje 8.9.2017). Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
C) A reversão é específica para o servidor inativo e ocorre em duas situações funcionais: (i)
restabelecimento, por laudo médico, de servidor aposentado por invalidez; (ii) vício de ilegalidade
do ato que concedeu a aposentadoria (José dos Santos. Manual de Direito Administrativo.
31ª ed. São Paulo: Atlas, 2017, 663). Em que pese a doutrina considerar a hipótese de vício
do ato de aposentadoria como reversão, a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado
somente trouxe disciplinou a respeito do “aposentado por invalidez quando insubsistentes as
razões que determinaram o ato de aposentação.” (art. 107, caput).
Apesar de o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado prever a hipótese de reversão
a pedido do servidor, de duvidosa constitucionalidade para alguns autores (vide José dos
Santos. ob. cit., p 664), a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado não a previu. Portanto
a resposta está INCORRETA.
GABARITO: C
DIREITO AMBIENTAL
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4 Licenciamento
D) CORRETA: Muito embora parte da doutrina apregoe que, com a edição da Lei n° 140/11,
apenas as unidades de conservação da mesma esfera federativa do órgão licenciador teriam
sobredita eficácia vinculante em suas autorizações (Paulo Bessa Antunes, in Direito Ambiental,
16ª edição, p.215), tanto no Estado de São Paulo, como na União (resolução Conama 428/10,
Portaria MMA n° 55/15, art. 3°, caput), permanece o entendimento acerca da validade e
eficácia do § 3° do artigo 36 da lei do SNUC (Lei 9.985/00), no sentido de que, quando o
empreendimento de obra ou atividade de significativo impacto ambiental afetar unidade
de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento só poderá ser
concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: O parágrafo primeiro do artigo 231 da Constituição Federal estabelece que são
terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (i) as por eles habitadas em caráter permanente,
(ii) as utilizadas para suas atividades produtivas, (iii) as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e (iv) as necessárias a sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. O Supremo Tribunal Federal assentou
no caso Raposa Serra do Sol que o marco temporal para “as por eles habitadas em caráter
permanente a data de promulgação da Constituição Federal, 05 de outubro de 1988, com
a ressalva de que a “tradicionalidade da posse nativa [...] não se perde onde, ao tempo da
promulgação da Lei Maior de 1988, a reocupação apenas não ocorreu por efeito de renitente
esbulho por parte de não-índios.”
C) INCORRETA: Em que pese a possibilidade de dupla afetação, uma vez demarcada como
território indígena, determinada área passa a ser de dominialidade da União, conforme
preconiza o inciso XI do artigo 20 da Constituição Federal e, portanto, caberá a ela a gestão
desse espaço territorial especialmente protegido. Por outro lado, é importante ter em mente que
nem sempre será possível estabelecer um regime de dupla afetação nas unidades de proteção
integral, mormente nas áreas cujo zoneamento seja mais restritivo no que toca à intervenção
antrópica. Há que se analisar a viabilidade ambiental de acordo com o uso e ocupação que se
pretenda dar na área sobreposta, considerando-se a capacidade de resiliência do ecossistema
sobreposto.
Raposa Serra do Sol (Pet. 3388 RR), assentou uma série de condicionantes, denominadas
“salvaguardas institucionais” ao procedimento demarcatório das terras indígenas. Atento à
segurança jurídica, o Pretório Excelso delineou a condicionante XVII, segundo a qual é vedada
a ampliação de terra indígena já demarcada, sob pena de se submeter todo o espaço adjacente
a uma permanente situação de insegurança jurídica. Nessa oportunidade se definiu que “o
instrumento da demarcação previsto no art. 231 da Constituição não pode ser empregado, em
sede de revisão administrativa, para ampliar a terra indígena já reconhecida, submetendo todo
o espaço adjacente a uma permanente situação de insegurança jurídica. Nada disso impede
que a área sujeita a uso pelos índios seja aumentada por outros instrumentos previstos no
Direito. Os próprios índios e suas comunidades podem adquirir imóveis, na forma da lei civil
(Lei no 6.001/73, arts. 32 e 33). Nessa qualidade, terão todos os direitos e poderes de qualquer
proprietário privado (CF/88, art. 5º, XXII). A União Federal também pode obter o domínio de
outras áreas, seja pelos meios negociais tradicionais (como a compra e venda ou a doação),
seja pela desapropriação (CF/88, art. 5º, XXIV).”
E) INCORRETA: A decisão não vincula, mas serve de orientação aos demais tribunais e tem
sido respeitada nas cortes inferiores. Conforme assentou o Supremo Tribunal Federal no
julgamento da PET 3388 ED / RR “a decisão proferida na Pet 3.388/RR não vincula juízes e
tribunais quando do exame de outros processos, relativos a terras indígenas diversas. Como
destacou o Ministro Carlos Ayres Britto, “a presente ação tem por objeto tão-somente a Terra
Indígena Raposa Serra do Sol” (fl. 336). Vale notar que essa linha já vem sendo observada pelo
Tribunal: foram extintas monocraticamente varias reclamações que pretendiam a extensão
automática da decisão a outras áreas demarcadas (Rcl 8.070 MC/MS, dec. Min. Carlos Ayres
Britto [RI/STF, art. 38, I], DJe 24.04.2009; Rcl 15.668/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
DJe 13.05.2013; Rcl 15.051/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 18.12.2012; Rcl 13.769/
DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 28.05.2012). 56. Apesar disso, seria igualmente
equivocado afirmar que as decisões do Supremo Tribunal Federal se limitariam a resolver
casos concretos, sem qualquer repercussão sobre outras situações. Ao contrário, a ausência
de vinculação formal não tem impedido que, nos últimos anos, a jurisprudência da Corte venha
exercendo o papel de construir o sentido das normas constitucionais, estabelecendo diretrizes
que tem sido observadas pelos demais juízos e órgãos do Poder Público de forma geral”.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7 SNUC
A) INCORRETA: Nem toda unidade de conservação deve possuir uma zona de amortecimento.
Conforme disciplina o artigo 25 do SNUC, não contam com zona de amortecimento: (i) a Área
de Proteção Ambiental (APA - área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,
dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes
para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos
básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais – art. 15 SNUC) e (ii) a Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN- uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de
conservar a diversidade biológica - art. 21 SNUC).
B) INCORRETA: A zona de amortecimento pode ser formada por áreas públicas ou particulares.
Não há nenhum regramento específico em relação à dominialidade das áreas que estão nela
contidas. Por esse motivo, em respeito à propriedade privada, a zona de amortecimento não
pode, por si só, inviabilizar o proveito econômico dessas áreas sob pena de desapropriação
indireta. Isso não impede, contudo, que a zona de amortecimento encampe restrições já
existentes advindas da legislação ambiental como um todo. Especificamente em relação à
propriedade privada, o artigo 27 do SNUC estabelece que o plano de manejo deve (i) incluir
medidas para promover a integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas
D) INCORRETA: Toda área de unidade de proteção integral é considerada zona rural para
os efeitos legais e a suas zonas de amortecimento, desde que definidas formalmente, no
ato de criação da unidade ou após, não poderá ser transformada em zona urbana, conforme
preconiza o caput e o parágrafo único do artigo 49 do SNUC, respectivamente.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13 Responsabilidade administrativa ambiental
C) CORRETA: A lei complementar n° 140/11 fixou normas para a cooperação entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício
da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
florestas, da fauna e da flora. Considerando que o artigo 23, inciso VI da Constituição Federal
estabelece a competência administrativa comum da União, dos Estados e Distrito Federal e
dos Municípios para proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas, o artigo 17, § 3 ° da LC 140/11, assentou a possibilidade do exercício pelos entes
federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e
atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a
legislação ambiental em vigor, mas deu prevalência ao auto de infração ambiental lavrado
por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização.
GABARITO: D
30. Para os fins da Política Nacional do Meio Ambiente, é INCORRETO afirmar que:
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4 Política Nacional do Meio Ambiente.
GABARITO: C
DIREITO TRIBUTÁRIO
pelo TJSP, o prazo prescricional continua suspenso, ainda que eventuais recursos
para as Cortes Superiores não tenham efeito suspensivo.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.
- Se a ação limitar-se a ver reconhecido o direito de compensar (Súmula 213 do STJ), partindo
de um ato da autoridade que negou a compensabilidade, sem fazer juízo específico sobre os
elementos concretos da própria compensação (ou seja, querer ver reconhecido, em abstrato,
o seu direito à compensação), a prova exigida é, apenas, da condição de credora tributária,
razão pela qual a questão está incorreta.
Sobre o tema vide o REsp 1.111.164/BA, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos. A
respeito do mandado de segurança, importante, ainda, o conhecimento das súmulas 213 e 460
do STJ, que tratam da compensação.
Haja vista os efeitos transcendentes desta decisão, ela é aplicada não só à Fazenda Nacional,
mas às demais Fazendas Públicas, não se limitando, ainda, ao sistema SINCOR da Receita
Federal, mas a qualquer sistema informatizado que detenha dados dos contribuintes, mesmo
que tais dados tenham sido resultado de informações por ele mesmos prestadas (ou seja,
Importante notar que a temática continuamente aparece na jurisprudência do STJ, ante o erro
dos contribuintes em indicar o Secretário de Estado da Fazenda como autoridade coatora.
Importante, pois, conhecer este entendimento jurisprudencial do STJ. Sobre o tema, vejamos:
A Primeira Turma do STJ, ao julgar o AgRg no RMS 36.846/RJ (Rel. Ministro ARI PARGENDLER,
DJe de 07/12/2012), decidiu que, no regime do lançamento por homologação, a iminência
de sofrer o lançamento fiscal, acaso não cumpra a legislação de regência, autoriza o sujeito
passivo da obrigação tributária a impetrar mandado de segurança contra a exigência que
considera indevida. Nesse caso, porém, autoridade coatora é aquela que tem competência
para o lançamento ex officio, que, certamente, não é o Secretário de Estado da Fazenda
(RMS 53.710/GO, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em
07/12/2017, DJe 15/12/2017).
E) INCORRETA: É entendimento da Primeira Seção do STJ que incidem juros de mora sobre
débitos com exigibilidade suspensa por força de decisão liminar em mandado de segurança
cuja ordem tenha sido posteriormente denegada. Sobre o tema vide o REsp 1586507/SP.
Some-se a isso o teor do art. 9º, § 4º, da LEF, segundo o qual, tratando das garantias, somente
o depósito em dinheiro faz cessar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de
mora.
GABARITO: D
32. A Fazenda do Estado de São Paulo possui contra pessoa jurídica X créditos tributários
de ICMS que remontam à competência dos anos de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. A
falência da pessoa jurídica X foi decretada em novembro de 2014, pelo juízo de falências
competente. Em 2017 foi arrematado parte do parque industrial da empresa falida. A
B) O ICMS de 2015 e 2016 tem preferência sobre eventual crédito da União anterior
à decretação da falência.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 15. Lei 11.101/2005 (recuperação judicial/falências).
A) INCORRETA: De acordo com o art. 186 do CTN, “o crédito tributário prefere a qualquer
outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos
decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho”. Na falência, contudo, “o
crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado” (art. 186, parágrafo único, inc. I, do CTN).
O erro da assertiva consta na expressão sem exceção, eis que havendo créditos extraconcursais,
estes serão pagos antes do crédito tributário concursal.
B) CORRETA: O parágrafo único do art. 187 do CTN estabelece que havendo concurso de
credores entre pessoas jurídicas de direito público, a ordem de pagamento será: (1) União,
(2) Estados, DF e Territórios, em conjunto e pró rata e (3) Municípios, conjuntamente e pró
rata. Assim, os créditos tributários da União teriam preferência no pagamento sobre o ICMS
de 2015 e 2016. Ocorre que, no caso em análise, o ICMS destes dois anos são créditos
extraconcursais, eis que os fatos geradores são posteriores à decretação da falência, de forma
que serão pagos antes dos créditos tributários da União anteriores à falência. Inteligência do
art. 84, V, da Lei 11.101/2005 c/c art. 186, parágrafo único, I, do CTN.
C) INCORRETA: De acordo com o rol do art. 83, incs. VI e VII, da Lei 11.101/05, a multa
tributária é paga após os créditos quirografários. A multa tributária relativa a período posterior
à decretação da falência, contudo, é considerada crédito extraconcursal, sendo paga com
preferência sobre os créditos quirografários concursais.
D) INCORRETA: o saldo de crédito trabalhista, que exceda 150 salários mínimos, será pago
como crédito quirografário, preferindo, portanto, às multas tributárias (art. 83, VI, alínea “c”, da
Lei 11.101/05).
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. ICMS: Disciplina constitucional e infraconstitucional. Hipóte-
ses de incidência, contribuintes, responsáveis, substitutos. Base de cálculo. Alí-
quota. O princípio da não-cumulatividade. Regime de apuração e de pagamento.
Administração do ICMS: fiscalização; auto de infração; defesa do contribuinte; par-
celamento de débitos.
A) CORRETA: Alternativa correta de acordo com o art. 74-A, inc. VI, da Lei do Estado de São
Paulo nº 6.374/89, portanto não é gabarito da questão.
B) CORRETA: o art. 84-B, II, da Lei do Estado de São Paulo nº 6.374/89 disciplina que no
interesse da arrecadação tributária é possível ao Poder Executivo adotar medidas de incentivos
compensatórios pontuais. O STF, contudo, na ADI 4635 concedeu medida cautelar para
suspender qualquer interpretação desta norma (e do art. 112 da mesma lei) que tornassem
possível a edição de atos normativos pelo Estado de São Paulo que outorguem benefícios
fiscais ou financeiros, bem como incentivos compensatórios pontuais, dos quais resulte redução
ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus tributário, em matéria de ICMS, sem que
tais medidas sejam precedidas da necessária celebração de convênio no CONFAZ, conforme
determinação constitucional.
C) INCORRETA: De acordo com o entendimento firmado pelo STJ no REsp 1116792/PB, julgado
no rito dos recursos repetitivos, “o ente federado legiferante pode instituir dever instrumental a
ser observado pelas pessoas físicas ou jurídicas, a fim de viabilizar o exercício do poder-dever
fiscalizador da Administração Tributária, ainda que o sujeito passivo da aludida ‘obrigação
acessória’ não seja contribuinte do tributo ou que inexistente, em tese, hipótese de incidência
tributária, desde que observados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade ínsitos
no ordenamento jurídico”.
Dispôs, ainda, o julgado que, “ainda que, em tese, o deslocamento de bens do ativo imobilizado
e de material de uso e consumo entre estabelecimentos de uma mesma instituição financeira
não configure hipótese de incidência do ICMS, compete ao Fisco Estadual averiguar a
veracidade da aludida operação, sobressaindo a razoabilidade e proporcionalidade da norma
jurídica que tão-somente exige que os bens da pessoa jurídica sejam acompanhados das
respectivas notas fiscais”.
D) CORRETA: Como já dito na primeira rodada, a prova da PGE-SP (e, no geral, os concursos
no Estado de São Paulo) cobram o conhecimento da legislação local que, muitas vezes, se
resume à letra da lei ou envolvem a aplicação de alguma informação para solução de uma
questão prática.
Neste sentido, o art. 77 da Lei Estadual do Estado de São Paulo nº 6374/89 estabelece que
ficam sujeitos à apreensão os bens ou mercadorias que constituam prova material de infração
à legislação tributária. O § 2º desse mesmo dispositivo dispõe que no caso desses bens ou
mercadorias encontrarem-se em local a que a fiscalização não tenha livre acesso, devem ser
promovidas buscas e apreensões judiciais, sem prejuízo das medidas necessárias para evitar
sua remoção sem anuência do fisco.
E) CORRETA: A alternativa está correta e pode ser depreendida do julgado tratado na Letra
C (REsp 1116792/PB, julgado no rito dos recursos repetitivos), bem como decorre da própria
noção de obrigação tributária acessória e do dever fundamental de cooperar com a arrecadação
tributária.
GABARITO: C
C) Lei estadual que prorrogue aumento de alíquota de ICMS instituída por lei
anterior deve observar a anterioridade nonagesimal.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 2. Sistema constitucional tributário. Princípios constitucionais tri-
butários. Competência tributária. Imunidades.
Compreendeu o STF que a situação de quem realiza depósito judicial e discute o tributo
é diferente de quem nada o fez, não havendo quebra da isonomia pela regra que impeça
o ingresso daquele no parcelamento. Isto porque, se assim não fosse, admitir-se-ia que o
contribuinte estaria autorizado a levantar o depósito judicial para parcelar extrajudicialmente o
débito. Na hipótese de inadimplemento, o Fisco precisaria envidar novamente esforços para
obter garantia de valores que já estavam depositados judicialmente antes.
B) INCORRETA: A questão foi pacificada pelo STF no início de 2017, com o julgamento do
RE 608.872 sob a sistemática da repercussão geral (tema 342). De acordo com o julgado a
imunidade subjetiva aplica-se aos seus beneficiários quando na posição de contribuinte de
direito, mas não na de contribuinte de fato, sendo irrelevante eventual repercussão econômica
do tributo.
C) INCORRETA: Também julgado sob a sistemática da repercussão geral (tema 91) com relação
à legislação de São Paulo, no RE 584.100 restou decidido que norma que apenas prorrogue
a cobrança do ICMS com alíquota majorada não está sujeita à anterioridade nonagesimal,
que só será utilizada nos casos de criação ou majoração de tributos, mas não na simples
prorrogação da alíquota já aumentada anteriormente.
D) CORRETA: O tema foi decidido no RE 601.720 (tema 437), julgado sob a sistemática dos
recursos repetitivos: a imunidade da alínea a, inc. VI, do art. 150 da CF/99 não alcança bem
imóvel da UNIÃO cedido a empresa privada que explore atividade econômica, eis que o imóvel
é empregado por particular em atividade de fins exclusivamente privados e com intuito lucrativo.
O mesmo entendimento foi exarado no RE 594.015 (tema 385) com relação às sociedades de
economia mista que atua no mercado com fins lucrativos.
E) INCORRETA: O serviço postal é, como todos sabem, monopólio da ECT, estando, portanto,
sujeito à imunidade recíproca. O transporte de encomendas, por outro lado, pode ser realizado
tanto pelos Correios, quanto por outras empresas, em regime de concorrência. Ainda que
explorando atividade econômica neste caso, os Correios devem cumprir o encargo, na dicção
do STF (RE 627.051, julgamento com repercussão geral reconhecida), de alcançar todos os
lugares do Brasil, independentemente de tamanho ou desenvolvimento, razão pela qual sua
atividade persistiria imune ao ICMS, posto que, inclusive, serve para subsidiar a manutenção
do serviço público.
O mesmo entendimento foi exarado no RE 773.992 quando à imunidade da ECT para o IPTU
incidente sobre imóveis afetados ao serviço público e os que não estariam, sendo reconhecida
a manutenção da imunidade em ambos os casos.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 6. Sujeição passiva tributária: contribuinte; responsável e subs-
tituto tributário. Responsabilidade pelo tributo e responsabilidade por infrações.
Denúncia espontânea.
Pode, ainda, a substituição tributária ser progressiva (subsequente ou “para frente”), em que
há a antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador ocorrerá em momento posterior,
com lastro em base de cálculo presumida. Neste caso, o sujeito situado em momento inicial da
cadeia produtiva recolhe não só o tributo que incida na relação jurídica em que se encontra,
mas também os das demais etapas. Portanto, o contribuinte, neste caso, não será o sujeito do
De acordo com esta redação, não ocorrendo o fato gerador cujo recolhimento foi antecipado
pelo substituto tributário, deve ser realizada a restituição da quantia paga.
Esse entendimento foi superado pelo STF no julgamento da ADI 2675/PE, 2777/SP e RE
593849/MG, julgado pela sistemática da repercussão geral, todos objeto do Informativo 844
do STF. Nesses julgamentos foi firmada a tese de que “é devida a restituição da diferença
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais, no regime de
substituição tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à
presumida”.
D) INCORRETA: O art. 13, § 1º, I, da LC 87/96 determina que o valor pago a título de ICMS
integra a base de cálculo do próprio ICMS. Assim, a base de cálculo do ICMS, definida como
o valor da operação de circulação de mercadoria, inclui o próprio montante do ICMS incidente,
pois ele faz parte da importância paga pelo comprador e recebida pelo vendedor na operação.
O STJ decidiu, no RESp 1.454.184, divulgado no Informativo nº 585 do STJ, que ainda que
se adote a substituição tributária como forma de arrecadação do ICMS, é legal aplicar-se a
sistemática do “cálculo por dentro”.
Este não se confunde, portanto, com o contribuinte indireto ou de fato, que é contribuinte de
tributo indireto, que admite que o ônus financeiro de determinado tributo seja transferido para o
contribuinte de fato (normalmente consumidor adquirente de determinado produto ou serviço).
A despeito deste arcar com o ônus financeiro do tributo, não é contribuinte do mesmo.
GABARITO: C
36. Uma empresa de calçados contratou João, com anotação na CTPS, sem qualquer
previsão para prestação de serviços imediatos, estabelecendo que João apenas
trabalharia quando convocado pelo empregador para tal. À vista de tal cenário, assinale
a alternativa correta:
D) Na primeira data avençada entre as partes para pagamento, João receberá, além
da remuneração, férias proporcionais, sem acréscimo do terço constitucional,
décimo terceiro salário proporcional, dentre outras verbas.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Contrato individual de trabalho. Disposições gerais. Remunera-
ção e salário. Alteração, suspensão e interrupção. Rescisão. Aviso prévio. FGTS.
Piso salarial. Décimo terceiro salário. Estabilidade. Proteção contra a despedida
arbitrária ou sem justa causa. Força maior. Irredutibilidade do salário.
A) INCORRETA: Essa assertiva será utilizada para conceituar o instituto em tela. No exemplo,
estamos diante de um contrato de trabalho intermitente (não confundir com contrato de
trabalho parcial, não tem nada a ver uma coisa com a outra), que constitui uma das inovações
mais comentadas de toda a Reforma trabalhista. A espécie contratual permite exatamente
isso, o empregado é contratado, com anotação na CTPS, para, possivelmente, não exercer
atividade alguma de imediato. Por isso, há quem denomine esse contrato de “contrato zero”,
porque o sujeito é contratado, muitas vezes, para efetivamente prestar serviços apenas no
futuro. O primeiro dispositivo que prevê a existência dessa modalidade de contrato de trabalho
é o art. 443 da CLT, ao prescrever que: “O contrato individual de trabalho poderá ser acordado
tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado,
ou para prestação de trabalho intermitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)”
O §3º do art. 443, por sua vez, conceitua, com precisão, o instituto, aduzindo que “Considera-se
como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação,
não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de
inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade
do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
Note que essa espécie contratual se notabiliza, de fato, pela alternância de períodos de
prestação de serviços e inatividade, ou seja, o empregador tem a faca e o queijo na mão,
contrata o empregado com anotação na CTPS sem pagar nada, inicialmente, e apenas pagará
salário àquele empregador quando ele efetivamente julgar que seus serviços são necessários,
e pagará apenas pelas horas efetivamente trabalhadas. Repare que essa modalidade não se
aplica a toda e qualquer categoria, porque os aeronautas foram expressamente excluídos.
Ademais, estou destacando, o tempo inteiro, que haverá anotação na CTPS. Isso porque a
necessidade de anotação na CTPS gerou controvérsia, pois não havia disposição a respeito
na redação originária da reforma. Porém, a MP 808 modificou o art.452-A, o qual disciplina o
contrato intermitente (art. 443 prevê como modalidade, art. 443,§3º conceitua e o art. 452-A
disciplina), para fazer constar, de forma expressa, a necessidade de anotação da CTPS:”Art.
452-A. O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na CTPS,
ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá: (Redação
dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)”
O dispositivo traz tópicos importantes. Além da anotação na CTPS, note que esse tipo de
contrato precisa ser celebrado por escrito, e é obrigatório que o valor da hora/dia de trabalho
não seja inferior ao que seria devido proporcionalmente ao empregado caso ele recebesse
mensalmente o salário mínimo. Em outros termos, é obrigatório pagar proporcionalmente o
salário mínimo, em relação a horas de trabalho ou ao dia de trabalho, o empregador terá
de fazer o cálculo proporcional. Não acredito que nossa banca cobre cálculos sobre isso,
basta que você não confunda, porque o que é devido não é o salário mínimo integral, mas
sim o proporcional. Pode parecer óbvio, e de fato é, mas destaco isso para evitar que vocês
assinalem assertiva dizendo, por exemplo, que o valor da hora ou dia de trabalho não pode ser
inferior ao salário mínimo. Isso está errado, não pode ser inferior ao “valor horário ou diário do
salário mínimo”, que é justamente a proporcionalidade acima citada.
aumentada. Pois bem, então, qual é a dinâmica de tudo isso? A dinâmica contratual começa
a ser explicada no §1º. Do art. 452-A:“§ 1º O empregador convocará, por qualquer meio de
comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo
menos, três dias corridos de antecedência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”
Portanto, o empregador comunicará por qualquer meio eficaz (e-mail, whatsapp, ligação,
qualquer meio) que necessita da prestação de serviços, esclarecendo desde já qual será a
jornada de trabalho no período de atividade. Note que a nossa assertiva já está incorreta
porque prevê que a comunicação do empregador deve ocorrer com antecedência mínima de
3 dias úteis, quando o prazo é, na realidade, de três dias corridos. De posse da convocação,
o que o empregado deve fazer? Será que ele é obrigado a atender ao chamado? A resposta
está nos §§2º e 3º: “§ 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de vinte e quatro
horas para responder ao chamado, presumida, no silêncio, a recusa. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 808, de 2017) “§ 3º A recusa da oferta não descaracteriza a
subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)”
Tenha atenção com outra pegadinha que pode surgir aqui. Após receber a comunicação, o
empregado terá vinte e quatro horas para responder, não é um dia, e muito menos um dia
útil! Destaco isso porque a redação originária da Reforma trazia o prazo de um dia útil, e a MP
808 alterou o prazo para 24 horas, ou seja, é mais uma informação que parece simples,
mas pode ser cobrada.
Por fim, repare que o empregado não é obrigado a aceitar, tanto é assim que a recusa é
presumida caso o empregado não responda à convocação do empregador, e o §3º é expresso
ao afirmar que a recusa não descaracteriza a subordinação, ou seja, a relação de emprego é
mantida.
C) CORRETA: É o gabarito, previsto no art. 452-A,§13º da CLT, nos termos do qual “Para os
fins do disposto neste artigo, o auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social
a partir da data do início da incapacidade, vedada a aplicação do disposto § 3º do art. 60
da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)”.
trabalho (sem trabalho, com salário). Caso o empregado permaneça afastado por mais
de 15 dias, aí sim, do 16º dia em diante, o contrato de trabalho é suspenso (sem trabalho,
sem salário), o empregador deixa de pagar salário e o empregado recebe auxílio doença
da previdência. “Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da
data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. (Redação dada pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)(...)§ 3º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento
da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu
salário integral. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)”
Pois bem, no contrato intermitente isso não acontece, ou seja, desde o primeiro dia de
afastamento o empregado já goza de auxílio-doença e o empregador não está obrigado a pagar
salário, ou seja, essa regra dos 15 dias de afastamento não se aplica ao contrato intermitente.
D) INCORRETA: O erro da assertiva está apenas na exclusão do terço de férias (art. 452-A,§6º:
III - décimo terceiro salário proporcional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
O intuito do legislador foi conferir alguma vantagem, por mínima que seja, ao empregado que
aderir a contrato de trabalho intermitente. Como ele é contratado sem previsão para receber
o primeiro salário, porque também não tem previsão de efetiva prestação de serviços, a lei
garante que, na primeira vez que receber salário, o empregado já deve receber todas essas
verbas junto ao pagamento. Explorei a única pegadinha que vejo com potencial de ludibriar
candidatos, que é a exclusão do terço de férias, que torna a assertiva incorreta.
E) INCORRETA: Assertiva incorreta e muito importante. Essa assertiva está de acordo com a
redação originária da reforma, que previa, no art. 452-A,§4º, multa de 50% da remuneração
à parte que descumprisse o contrato intermitente. É dizer, a CLT previa que, se o empregado
A CLT NÃO ACABOU COM ESSA MULTA! Porém, a multa deixa de ser legal (decorrer de lei)
e passa a ser convencional (decorre da vontade das partes), conforme apregoa o art. 452-
B, IV da CLT: “Art. 452-B. É facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho
intermitente: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) (...) IV - formato de reparação
recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados nos termos
dos § 1º e § 2º do art. 452-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)”
Portanto, após a MP 808/2017, a CLT nem obriga que haja multa e nem veda o estabelecimento de
multa, apenas delegou à vontade das partes a fixação de reparação (que não necessariamente
precisa ser multa) em caso de descumprimento.
Teremos mais uma questão do curso sobre esse tema, pois ainda não esgotamos os tópicos
mais relevantes e a presente questão já está extensa.
GABARITO: C
D) O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será
proporcional à sua jornada, adotando como parâmetro o valor do salário mínimo.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Contrato individual de trabalho. Disposições gerais. Remunera-
ção e salário. Alteração, suspensão e interrupção. Rescisão. Aviso prévio. FGTS.
Piso salarial. Décimo terceiro salário. Estabilidade. Proteção contra a despedida
arbitrária ou sem justa causa. Força maior. Irredutibilidade do salário.
A) INCORRETA: Essa questão vem para você não confundir contrato intermitente com contrato
em regime parcial. O contrato intermitente é 100% novidade, não existia nada semelhante
antes da Reforma. O contrato em regime parcial, ao revés, já existia antes da Reforma, mas foi
profundamente alterado pela Reforma, conforme veremos nessa questão. Em primeiro lugar,
cabe destacar que o conceito de contrato em regime parcial é puramente objetivo, ou seja, a
conceituação se dá exclusivamente com fulcro na quantidade de horas semanais prestadas pelo
empregado. De fato, antes da Reforma, o regime parcial se caracterizava quando a duração
máxima semanal do trabalho fosse de 25 horas. Porém, a reforma alterou completamente
essa conceituação, conforme se depreende do novel art. 58-A da CLT: “Art. 58-A. Considera-
se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas
semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja
duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo
de até seis horas suplementares semanais. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)”
B) INCORRETA: Antes da reforma, o art. 59,§4º da CLT vedava a prestação de horas extras por
empregado contratado em regime parcial. Porém, esse dispositivo foi revogado pela Reforma,
e, agora, a prestação de horas extras integra o próprio conceito de contrato de trabalho em
regime parcial. Com efeito, o art. 58-A, supratranscrito, prevê duas espécies de contrato de
trabalho em regime parcial, a saber:
Contrato de trabalho em regime parcial que preveja jornada de até 26 horas semanais Nesse
caso, é permitida a prestação de até 6 horas extras semanais.
Cabe destacar que as horas extras em regime parcial são denominadas pela CLT como “horas
suplementares”, mas trata-se de horas extras, conforme dispõe os §§ 3º e 4º do art. 58-A:
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
Encerrando os comentários acerca da prestação de horas extras em contrato por regime parcial,
cabe acrescentar que a Reforma trabalhista prevê, no art. 58-A,§5º da CLT, a possibilidade de
compensação das horas suplementares na semana seguinte à sua prestação, hipótese em
que, evidentemente, não haveria pagamento do adicional, por se tratar de compensação de
jornada: “§ 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas
diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita
a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)“
C) CORRETA: Assertiva perfeita. Dessa vez, optei por trazer um gabarito que não foi inserido
pela Reforma, ou seja, é dispositivo antigo. O importante aqui é você entender que, até mesmo
antes da Reforma, já era (e permanece) permitido que um empregado contratado para laborar
em regime integral passa-se ao regime parcial, desde que isso decorra de manifestação do
empregado, e que haja previsão em negociação coletiva (art. 58-A,§2º) “§ 2º Para os atuais
empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada
perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)”
Nesse caso haverá, inclusive, redução do salário, porque a jornada também será reduzida.
Porém, essa hipótese de redução salarial, repita-se, desde que haja previsão em negociação
coletiva, é constitucionalmente autorizada pelo art. 7º,VI da CRFB/88:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
(...)
D) INCORRETA: Pegadinha que contraria o art. 58-A,§1º da CLT, pois, no caso do contrato
em regime parcial, o parâmetro para proporcionalização da remuneração é o salário pago aos
empregados da mesma empresa que laborem em regime integral e exerçam a mesma função
do contratado em regime parcial. É ler e conferir: “§ 1º O salário a ser pago aos empregados
sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados
que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-
41, de 2001)”
E) INCORRETA: Assertiva versando sobre férias do empregado contratado sob regime parcial,
tema que foi objeto de alteração pela Reforma. Em primeiro lugar, a Reforma trabalhista
revogou o art. 130-A da CLT, que previa escalonamento de férias para o empregado em regime
parcial, de modo que o máximo de férias que um empregado nessa condição poderia gozar
seria de 18 dias. Isso caiu com a Reforma, de modo que as férias do contratado em tempo
parcial passaram a ser reguladas da mesma forma aplicável aos empregados contratados em
tempo integral (art. 58-A,§7º).
“§ 7º As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130
desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”
GABARITO: C
38. Tiago, empregado público de uma empresa pública estadual, obteve sentença de
procedência no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), a título de férias e horas extras
não quitadas. Tiago, que não está assistido por advogado no processo, é intimado
da sentença, a qual não foi objeto de recurso pela reclamada, e não dá início à fase
executória do processo. À luz das circunstâncias descritas, é correto afirmar que:
E) No caso concreto, a execução não poderia ser iniciada de ofício nem pelo juiz
nem pelo Ministério Público do Trabalho, se afigurando indiferente a ausência de
advogado na causa.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares.
Processo em geral. Dissídio individual. Procedimento sumaríssimo. Inquérito para
apuração de falta grave. Dissídio coletivo. Execução. Recursos.
Comentário Genérico sobre a questão: Trouxe essa questão para tratar de um ponto muito
importante e que pode gerar uma questão exatamente nos moldes propostos acima. O direito
do trabalho, tanto sob o prisma material como processual, sempre foi marcado por grande
ativismo judicial, e já dissemos que a Reforma Trabalhista vem num espectro de tolher esse
ativismo. Já trabalhamos isso e, na execução, temos outro exemplo.
Isso porque, antes da Reforma, de fato era possível tanto ao juiz como ao Ministério Público
promover a execução de ofício, ou seja, a parte não precisaria nem mesmo iniciar a execução,
porque o juiz já poderia fazê-lo, poderia determinar, por exemplo, a penhora online sem a parte
requerer.
A Reforma acabou parcialmente com isso, e é o vocábulo “parcialmente” que faz surgir o
terreno fértil para questões. Isso porque, se a parte não estiver representada por advogado, o
que é plenamente possível por conta do princípio do ius postulandi, a CLT autoriza a execução
de ofício pelo juiz. Vamos trabalhar mais detalhadamente a partir das assertivas.
A) CORRETA: A assertiva espelha o atual art. 878 da CLT, transcrito: “Art. 878. A execução
será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do
Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)”
Portanto, o quadro atual é esse. Caso a parte esteja assistida por advogado, não há execução
de ofício. Caso não haja representação por advogado, persiste a execução de ofício. Fique
atento com a possibilidade de o presidente do tribunal também promover a execução de ofício.
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(...)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II,
e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 14. A Fazenda Pública perante a Justiça do Trabalho. 15. Súmulas
e orientações jurisprudenciais.
B) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Essa exceção também foi inserida pelo art. 496 do
CPC e encampada pela súmula 303. Trata-se de uma hipótese de dispensa muito inteligente.
Isso porque, se o próprio ente tem entendimento vinculante, constante de súmula, parecer
ou outra manifestação, é evidente que o próprio ente não recorre porque reconhece o acerto
da decisão. Logo, diante de tal quadro, o reexame necessário se afiguraria, de fato, atividade
processual inútil.
“II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em:
Aproveite para decorar as demais hipóteses constantes da súmula 303, item II, porque qualquer
uma delas pode constar de uma questão de prova.
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:”
Consectário lógico disso é que, em ação rescisória, não haveria como se admitir reexame
necessário, porque trata-se de ação de competência originária dos tribunais.
Ocorre que, no processo do trabalho, a súmula 303 traz previsão expressa de cabimento,
razão pela qual não há dúvidas: “III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal
Regional do Trabalho está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável
ao ente público, exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida
em 03.06.1996)”
E) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Aqui, para fecharmos a súmula, cabe apenas
transcrever o item IV, que apregoa exatamente o cabimento de reexame necessário também em
sede de mandado de segurança. O reexame será cabível quando a concessão da segurança
prejudicar pessoa jurídica integrante da Fazenda Pública (Administração Direta, autárquica
e fundacional). “IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na
relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela
concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e
terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa.
(ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996).”
OBSERVAÇÃO: Cabe destacar que, embora regido pela Súmula 303 do TST, o reexame
necessário no processo do trabalho está previsto no Decreto-Lei 779/69, que congrega
diversas prerrogativas da fazenda pública em juízo. Ainda teremos uma questão sobre esse
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Contrato individual de trabalho. Disposições gerais. Remunera-
ção e salário. Alteração, suspensão e interrupção. Rescisão. Aviso prévio. FGTS.
Piso salarial. Décimo terceiro salário. Estabilidade. Proteção contra a despedida
arbitrária ou sem justa causa. Força maior. Irredutibilidade do salário.
Vamos comentar melhor esse dispositivo legal em outra assertiva, por hora, cabe destacar que
não há sinonímia entre a “dispensa plúrima” e a “dispensa coletiva”, ou seja, os conceitos não
são sinônimos.
Aqui, por abordar o tema com total didática e precisão, cabe transcrever a lição de Vólia
Bonfim Cassar2:
Há, portanto, dois critérios principais que distinguem as modalidades de dispensa, quais sejam:
a motivação e a singularidade do ato.
2 (Comentários à reforma trabalhista, Vólia Bomfim Cassar, Leonardo Dias Borges.- Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo : Método. 2017)
Portanto, vamos repetir para deixar claro. O dispositivo não proíbe que o PDV seja veiculado
em norma interna da empresa, isso não está escrito! O que o art. 477-B aduz é que, caso o
PDV seja estabelecido por acordo coletivo ou convenção coletiva, ensejará quitação plena
e irrevogável de todos os direitos oriundos da relação contratual, exceto se houver ressalva
expressa em sentido oposto. Nossa assertiva está, portanto, errada, pois o PDV constante de
acordo individual não tem a eficácia liberatória supracitada.
Essa equiparação veio para acabar com a controvérsia acerca da aplicação da Convenção nº
158 da OIT, a qual veda as dispensas coletivas de trabalhadores. O Brasil renunciou a essa
convenção através do Decreto nº 2.100/96, e havia ADI (ADI 1625) no STF questionando esse
decreto. A Reforma, então, acrescenta esse dispositivo à CLT, não só autorizando dispensas
coletivas como, também, determinando que sequer há necessidade de autorização de sindicato
ou negociação coletiva para sua efetivação. É dizer, de fato, as dispensas plúrimas e coletivas
estão equiparadas a uma dispensa individual, não há nenhuma formalidade adicional que
precise ser observada pelo empregador para sua efetivação.
D) CORRETA: O seguro-desemprego é direito previsto no art. 7º da CRFB/88 (art. 7º, II), trata-
“Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza
o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)”
Como se vê, o dispositivo aduz que, em caso de distrato, o empregador receberá metade do
aviso prévio, caso este seja indenizado (não se aplica ao aviso prévio trabalhado, até porque
não faria sentido) e metade da indenização a que faria jus sobre o FGTS, ou seja, ao invés de
receber 40% sobre o valor total depositado na conta do FGTS, o empregador receberá apenas
20%. Todas as demais verbas trabalhistas serão pagas normalmente (férias, décimo terceiro,
horas extras, saldo de salários e etc). Por fim, cabe destacar que os parágrafos também trazem
regras importantíssimas. O §1º vamos comentar na última assertiva da questão, já o §2º é
expresso ao prescrever que o distrato NÃO AUTORIZA percepção de seguro-desemprego.
Portanto, a rescisão bilateral não autoriza a percepção de seguro-desemprego pelo empregado.
É o gabarito.
Ocorre que, com a Reforma trabalhista, estabeleceu-se uma distinção entre a movimentação
decorrente de rescisão unilateral imotivada e a decorrente de rescisão bilateral (distrato). Isso
porque, no caso de rescisão unilateral imotivada, o empregado movimenta 100% da conta,
pode sacar o FGTS todo. Porém, no caso de distrato, o empregado apenas pode movimentar
80% da conta, conforme o já transcrito art. 484-A,§1º da CLT. A distinção também foi inserida
na lei do FGTS, que prevê o distrato como hipótese autônoma de movimentação do FGTS:
“Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas
seguintes situações: (...) I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452,
de 1º de maio de 1943; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”
Considero essa questão interessante, pois mescla rescisão do contrato de trabalho com FGTS,
dois temas previstos no último edital.
GABARITO: D
forma, algumas obras que utilizei e creio que são benéficas para a o concurso são as
seguintes:
Direito Empresarial Público: JUNIOR, Mario Engler Pinto; PINTO, Henrique Motta.
Empresas estatais. Saraiva: São Paulo, 2013 – possui uma boa sistematização dos
principais entendimentos jurisprudenciais sobre a matéria.
Para direito econômico realmente creio que a melhor opção é pesquisar os temas de
forma separada, já que a matéria está muito esparsa.
41. Suponha que a sociedade Rodovias Expressas S.A. seja uma holding de
concessionárias de rodovias no Estado de São Paulo, apresentando em 2017 faturamento
bruto de R$ 450 milhões de reais e que apresentou proposta para incorporação da
Sistemas Rodoviários S.A., outra controladora de rodovias no Estado de São Paulo, que
por sua vez apresentou faturamento bruto de R$ 50 milhões de reais. Nessa situação,
considerando as competências para aprovação da operação, e que no Estado de São
Paulo a regulação das concessões rodoviárias estaduais é feita pela ARTESP, assinale
a alternativa correta:
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Legislação antitruste. (...). Estrutura básica do Sistema Brasi-
leiro de Defesa da Concorrência. Aspectos gerais sobre controle dos atos de con-
centração e punição de condutas anticoncorrenciais.
B) INCORRETA: o CADE teve suas competências ampliadas com a edição da Lei n. 12.529/11,
e agora está claro que o controle de concentração econômica é exercido inclusive caso se trate
de operação inserida em setor regulado. Lembrem-se que para a prova da PGE é importante
estudar, em antitruste, principalmente, as interfaces entre a atuação do CADE e as atividades
estatais ou reguladas pelo Estado. Esse foi o foco das questões de antitruste das últimas provas
de direito econômico. No caso, é relevante destacar que o ato de concentração econômica é
primeiramente analisado pela Superintendência-Geral do CADE, que pode aprovar diretamente
a operação ou, caso entenda que o ato deva ser rejeitado, aprovado com restrições ou que
não existam elementos conclusivos quantos aos seus efeitos, oferecer impugnação perante o
Tribunal (arts. 54 e 57). Da decisão da Superintendência-Geral que aprovar a operação caberá
recursos por parte de terceiros interessados e também, tratando-se de mercado regulado, pela
respectiva agência reguladora (art. 65, I)
C) INCORRETA: como observado acima, com a Lei n. 12.529/11 o CADE também analisa
possíveis concentrações econômicas em setores regulados. Tomem cuidado ao responder
questões feitas com base na antiga Lei do CADE (Lei n. 8.884/94), pois o entendimento era
muitas vezes contrário no antigo cenário normativo.
D) CORRETA: de fato, ambas as autarquias irão analisar a operação, mas com foco distinto.
A função do CADE será analisar se a incorporação representará indevida concentração
econômica do mercado. Já a ARTESP irá verificar se os requisitos para a transferência do
controle societário das concessões, previstos no artigo 27 da Lei n. 8.987/95, foram observados.
GABARITO: D
B) mecanismo que tem como função garantir real competição de empresas que
operam eminentemente no mesmo mercado geográfico.
COMENTÁRIO
De uma forma geral, yardtsick competition é uma forma de regulação através da introdução
de incentivos e baseada em comparações. É principalmente aplicável para a regulação de
monopólios regionais. Por este método, procura-se introduzir uma competição artificial entre
empresas que operam no mesmo setor mas funcionam em mercados geográficos diferentes.
É possível coletar dados de cada firma e conjugá-los para chegar-se a um modelo de “firma
média”. Em seguida, são introduzidas, pela regulação, metas de desempenho baseadas no
modelo de “firma média”. Caso a regulada supere as metas, obtém os benefícios estabelecidos.
Por exemplo, é possível mensurar em um serviço de transporte o número de acidentes da
prestadora de serviço e estabelecer que haverá um bônus caso estes sejam reduzidos em
patamar maior do que a redução observada nas demais. Desse modo, verifica-se que a
assertiva E está correta, eis que traz o conceito de yardtsick competition.
GABARITO: E
C) dado que constitui ato ilícito condutas que causem prejuízos a outrem, decisões
societárias que causem prejuízos aos acionistas geram responsabilização dos
administradores.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 18. (...) Deveres e responsabilidades do acionista controlador e
dos administradores.
C) INCORRETA: como posto acima, o simples fato de uma decisão societária causar prejuízos
ao patrimônio da companhia não gera responsabilização, como pode parecer de uma leitura
isolada do artigo 159, caput, da Lei n. 6.404/76. A demonstração de boa-fé da decisão e do
respeito aos deveres de diligência, de lealdade e de informação afasta a responsabilização
pessoal do administrador.
D) CORRETA: com efeito, a doutrina em torno da chamada “regra da decisão negocial” avalia
principalmente se, no processo de tomada de decisão, o administrador agiu de boa-fé e com
respeito aos deveres próprios, ainda que no mérito a decisão tomada não se revele futuramente
como a melhor para a companhia.
E) INCORRETA: a CVM tem analisado três requisitos básicos para aplicar a “regra da decisão
negocial”, balizando-se de certa forma na jurisprudência americana sobre a matéria. Para
GABARITO: D
A) Todas as alternativas.
B) somente I.
C) Somente II.
D) I e II.
E) I e III.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Critérios para alocação de riscos nos contratos de concessão
(comum, patrocinada e administrativa).
Logo, a consequência automática é que cada risco deve ser alocado à parte que tenha
maiores condições de gerenciar sua ocorrência e também maiores condições de evitar suas
consequências danosas caso o risco se materialize, o que torna as assertivas I e II corretas.
A assertiva III também se mostra correta, mas é preciso uma explicação mais detalhada nesse
ponto. Para tanto, lembremos a definição econômica de agente neutro ao risco e avesso ao
risco. Um agente neutro ao risco precifica um risco exatamente pelo seu valor esperado. Por
exemplo, suponha que em uma obra pública é possível que exista, com 50% de chance, uma
característica geológica especial do terreno que, uma vez verificada, exija gasto adicional de
R$ 1000. O gasto esperado com esse risco é de R$ 500 (1000 * 0.5), dado que há 50% de
ocorrer. Ou seja, se essa contratação se repetisse infinitas vezes, na média seriam gastos R$
500 com esse risco, posto que sua materialização seria verificada em 50% das vezes. Logo,
um agente neutro ao risco “cobraria” a quantia de R$ 500 (mediante acréscimo no preço) caso
este risco lhe fosse alocado. De outro lado, um agente avesso ao risco assume postura mais
cautelosa em relação aos riscos, preferindo uma opção que lhe traga menos riscos, ainda que
com retorno menor. No exemplo, um agente avesso ao risco somente assumiria o risco caso
recebesse mais do que R$ 500 (digamos, R$ 600).
Logo, imagine que a administração estivesse diante de duas opções ao contratar com um
agente avesso ao risco, seguindo o exemplo acima: (i) assumir o risco, arcando com seu custo
caso se materialize; ou (ii) repassá-lo à parte privada. Na primeira situação, a parte privada
não cobraria um gasto extra pela contratação (posto que o risco não lhe seria transferido). No
entanto, a administração teria um gasto médio esperado de R$ 500, dadas as chances do risco
ocorrer. Na segunda opção, a administração não efetua desembolsos adicionais caso o risco
ocorra. No entanto, no momento da contratação o agente privado “precifica” este risco e embute
essa precificação no preço cobrado. Como consequência, a administração acabaria pagando
R$ 600 pelo risco, ou seja, mais do que a primeira opção. Ao fim, vejam que interessante:
indiretamente a administração sofre um prejuízo ao alocar o risco ao privado, dada a aversão
ao risco deste último. Destarte, é mais recomendável, quando ambas as partes estejam em
igualdade de condições para gerenciar o risco, que ele seja alocado à administração caso o
privado seja notadamente avesso ao risco.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 2. Plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentá-
ria anual. Conceito (...) 5. Regime jurídico da despesa pública. Despesas de custeio
e de capital. Execução orçamentária e programação financeira.
A) CORRETA (logo, não é a opção a ser assinalada): a competência para legislar sobre
direito financeiro e orçamentário é concorrente (art. 24, I e II, CF). Logo, não pode o Estado
afastar a Lei n. 4.320/64 por norma própria, já que esta representa norma geral sobre a matéria.
C) CORRETA (logo, não é a opção a ser assinalada): como regra, o orçamento como um
todo não é impositivo, apesar de conter despesas que são obrigatórias (como pagamento de
pessoal). No que toca a emendas ao projeto de LOA, a Emenda Constitucional n. 86/2015
incluiu novos parágrafos ao art. 166 da CF. Destaca-se em especial que as emendas individuais
ao projeto de LOA serão aprovadas no limite de 1,2% da receita corrente líquida, e que sua
execução orçamentária e financeira é obrigatória, ressalvado impedimento de ordem técnica
(CF, art. 166, §§ 9º, 11 e 12)
E) CORRETA (logo, não é a opção a ser assinalada): como dito acima, a doutrina dominante
entende o orçamento como facultativo. A programação orçamentária ali constante (para além
das despesas obrigatórias), não precisa ser necessariamente executada. Por exemplo, se
há rubrica orçamentária para a construção de uma nova sede para um órgão público, não há
ilegalidade na falta de execução da proposta nesse ponto.
GABARITO: B
CEI-PGE/SP
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