Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
DURAÇÃO
21/08/2017 A 19/11/2017
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada
1 PEÇA/PARECER
Por rodada
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PRO-
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. CURADOR
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela FEDERAL
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo. 1ª ED.
2017
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 1
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
PROFESSORES
Rodolfo Cursino.
Professor de Direito Tributário. Procurador da Fazenda Nacional desde 2013. Especialista em Direito Processual/PUC-MG e
Direito Público/UBC-SP. Graduado em Direito/UFPE. Ex-Técnico do Seguro Social. Autor do livro “Procuradoria da Fazenda
Nacional / Coleção Aprovados” (lançamento em breve) e Coautor do livro “Questões Discursivas
Comentadas – Advocacia Pública Federal (AGU e PFN)”, ambos da Editora Juspodivm. Aprovado,
ainda, nos concursos de Julgador do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco; Procurador
dos Municípios de Maceió/AL e João Pessoa/PB; Advogado da Caixa Econômica Federal; Analista do
MPU, TRT6 e TJPE; Técnico da Fazenda Municipal de Olinda/PE e do TRT6.
Ravi Peixoto.
Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela UERJ. Mestre em Direito
pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado. Aprovado nos concursos da PGM-
JP, PGDF e PGM-Recife.
INSTRUÇÕES GERAIS
Estamos muito felizes por começar este curso com vocês, sabendo que há pessoas que sonham
e se dedicam para assumir um dos cargos fundamentais à defesa própria das instituições estatais.
É muito bom ter, no nosso dia a dia, a missão de defender a coisa pública com excelência e saber
que, através do nosso trabalho, fortalece-se o modelo democrático que escolhemos seguir. É muito
bom, também, depois de meses ou anos de estudo – cada um tem seu tempo e sua estrada – viver
o dia da nossa aprovação, o dia da nossa nomeação e, finalmente, o dia da nossa posse. Como
é emocionante! Como é bom o momento em que chamam o nosso nome. Vale cada segundo do
trabalho duro!
De nossa parte, esforçamo-nos para, a cada rodada, oferecer-lhes um material de qualidade, bem
pensado de acordo com as exigências do edital e com a prática da advocacia pública.
Da primeira à nona rodada, teremos, em cada uma, 100 questões objetivas no estilo CESPE de
Certo ou Errado; duas questões dissertativas com resposta de até 30 linhas e uma peça ou parecer
com resposta de até 150 linhas. Será preciso que vocês se organizem bem.
Esforcem-se, também, para ler as rodadas pontualmente, bem como para responder às questões
dissertativas, recebendo nossas correções de forma individual.
Na 10ª rodada, faremos um simulado com 200 questões objetivas comentadas de forma mais
sucinta e, aí, não haverá questões dissertativas nem peça/parecer.
No canal do CEI no Youtube, temos um vídeo, feito pela Professora Marianna Motta, com dicas
para a leitura das rodadas.
Sigo à disposição de todos vocês para eventuais dúvidas pelo e-mail profcei.mariahelena@gmail.
com.
Que seja um caminho muito proveitoso para todos nós e que, em breve, possamos, juntos,
comemorar o sucesso de vocês.
Sigam firmes!
Um abraço,
CRONOGRAMA
SUMÁRIO
ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum
material, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO ADMINISTRATIVO
ccCERTO ccERRADO
02. Havendo lei que dispõe sobre a concessão de descontos na tarifa de energia elétrica
para os consumidores que desenvolvem atividade de irrigação, a ANEEL pode, por meio de
resolução, estabelecer condições não previstas no referido diploma normativo, para o gozo
do benefício, o que estará inserido no poder regulamentar.
ccCERTO ccERRADO
03. No caso de condenação penal sem observância de patente prova de inocência do acusado,
com a determinação de seu recolhimento a regime fechado, eventual responsabilização do
Estado pelo dano causado ao cidadão dependerá da comprovação de dolo do juiz.
ccCERTO ccERRADO
04. O contrato administrativo tem como finalidade, em última análise, o atendimento de um
interesse público. Nesse sentido, a eventual sobreposição do interesse público sobre o
privado em sua pactuação deve estar, necessariamente, prevista em lei.
ccCERTO ccERRADO
05. Os contratos administrativos serão sempre formalizados por escrito.
ccCERTO ccERRADO
06. As alterações unilaterais dos contratos administrativos sujeitam-se à manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro.
ccCERTO ccERRADO
07. Determinada concessionária do serviço público de fornecimento de energia elétrica,
ao constatar falhas técnicas em suas instalações, veiculou anúncios em três emissoras
de rádio da cidade, informando os usuários afetados de que ocorreria a interrupção do
serviço dali a dois dias. Uma microempresa local, especializada em fotocópias e carimbos,
não tendo tomado conhecimento dos anúncios e ficando impossibilitada de utilizar seus
equipamentos eletrônicos, ajuizou ação pleiteando indenização por danos extrapatrimoniais,
sob a alegação de que a concessionária não atendeu satisfatoriamente à exigência legal
de prévio aviso aos usuários acerca da suspensão do serviço, conforme estabelecida na
Lei n. 8.987/1995. Nesse caso, de acordo com a jurisprudência do STJ, procede o pleito da
microempresa.
ccCERTO ccERRADO
08. A concessão de serviço público pode ser extinta pela anulação, se verificada ilegalidade
na licitação ou no contrato administrativo respectivo, caso em que o concessionário de boa-
fé prejudicado, se não contribuiu para o vício, deverá ser indenizado pelo poder concedente.
ccCERTO ccERRADO
09. No caso de valorização geral extraordinária de um imóvel, em virtude da realização de
um serviço público, o Poder Público poderá utilizar-se da desapropriação por zona.
ccCERTO ccERRADO
10. Na fixação de honorários advocatícios na ação que discute desapropriação indireta,
observa-se o limite máximo de 5% previsto no Decreto-Lei nº 3365/41.
ccCERTO ccERRADO
11. O sistema da jurisdição una, forma de controle jurisdicional dos atos administrativos
adotada no Brasil, liga-se ao princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.
ccCERTO ccERRADO
12. A prorrogação do prazo de validade de concurso público é ato discricionário, e o Poder
Judiciário não pode, na via jurisdicional, avaliar as razões de conveniência e oportunidade
que levaram o administrador a prorrogar ou não a validade do certame.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
13. O Ministério das Relações Exteriores não está obrigado a fornecer o nome de quem
recebe passaporte diplomático por motivos de interesse público.
ccCERTO ccERRADO
14. A jurisprudência do STJ é no sentido de que a perda unilateral da audição não gera para
a pessoa o direito a disputar as vagas reservadas aos deficientes em concursos públicos.
ccCERTO ccERRADO
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 8
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
15. Na classificação das Constituições quanto à estabilidade, flexíveis são aquelas em que
a reforma da Constituição é possível segundo o mesmo processo simplificado previsto para
as leis infraconstitucionais, enquanto que super-rígidas são as que impossibilitam qualquer
alteração em seu texto, no propósito de se eternizarem.
ccCERTO ccERRADO
16. O STF, por decisão da maioria dos membros presentes à sessão, poderá deferir pedido
de medida cautelar na ADC, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo
objeto da ação até seu julgamento definitivo.
ccCERTO ccERRADO
17. Segundo entendimento firmado pelo plenário do STF, é constitucional a instituição de
medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja expressamente
previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as
limitações impostas pelo modelo adotado pela Constituição Federal.
ccCERTO ccERRADO
18. A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal
Federal, por maioria absoluta dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou
decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse público.
ccCERTO ccERRADO
19. A propósito das normas constitucionais que regem a atuação administrativa do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
considerada também a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue a alternativa a
seguir:
Tem o CNJ a atribuição constitucional de rever, de ofício ou mediante provocação, os
processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano.
ccCERTO ccERRADO
20. Em caso de acumulação remunerada de cargos públicos, havendo compatibilidade de
horários e enquadrando-se numa das hipóteses constitucionalmente admitidas, exsurge
ilegítima a consideração, mas apenas se houver previsão infralegal, de limite à jornada de
trabalho semanal em ambos os cargos, consoante recente entendimento do STJ.
ccCERTO ccERRADO
21. Admitem-se os decretos autônomos, segundo o texto da CF/88, em duas hipóteses: para
dispor sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação de órgãos públicos; e para a extinção de funções, órgãos
ou cargos públicos, quando vagos.
ccCERTO ccERRADO
22. A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.
ccCERTO ccERRADO
23. A extinção da CPI não prejudica o conhecimento do habeas corpus impetrado contra as
eventuais ilegalidades de seu relatório final.
ccCERTO ccERRADO
24. A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibi-lo, na medida em que
tal proibição decorre diretamente dos princípios constitucionais contidos no art. 37, caput,
da Constituição Federal.
ccCERTO ccERRADO
25. O plebiscito e o referendo são formas de consulta popular, sendo determinados,
exclusivamente, pelo Congresso Nacional, visando à manifestação do povo sobre
determinado tema específico já aprovado em lei, a qual só entrará em vigor se for ratificada
pela vontade majoritária dos eleitores.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ECONÔMICO
26. A regulação econômica do Estado por meio de suas agências reguladoras, constituídas
geralmente na forma de autarquias especiais, constitui uma forma direta de intervenção do
Estado na economia.
ccCERTO ccERRADO
27. A intervenção do Estado na propriedade privada, como quando legisla sobre limitações
ao direito de propriedade, representa uma das diversas formas na qual o Estado pode atuar
indiretamente no domínio econômico.
ccCERTO ccERRADO
28. A expropriação pode ser entendida como a legítima interferência do Estado na esfera do
domínio privado, quando não se observa a função social da propriedade, garantindo que a
sua fruição alcance os fins sociais mais abrangentes e de interesse da coletividade, como o
bem-estar social e a justiça distributiva.
ccCERTO ccERRADO
29. Os atos de concentração serão submetidos ao CADE pelas partes envolvidas na operação
quando forem observados, de forma cumulativa, os seguintes requisitos: pelo menos um
dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto
anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou
superior a R$ 700.000.000,00 (setecentos milhões de reais); e pelo menos um outro grupo
envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou
volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$
70.000.000,00 (setenta milhões de reais).
ccCERTO ccERRADO
DIREITO FINANCEIRO
ccCERTO ccERRADO
31. As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades
de cada ente e não poderão ser aplicadas em ações e outros papéis relativos às empresas
controladas pelo respectivo ente da Federação.
ccCERTO ccERRADO
A respeito da transparência, controle e fiscalização da gestão fiscal, julgue os itens
subsecutivos.
32. O controle externo das contas da União e das entidades da administração direta e indireta
será exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
ccCERTO ccERRADO
33. Está entre as atribuições do Tribunal de Contas a apreciação, para fins de registro, da
legalidade das nomeações para cargo de provimento em comissão, na administração direta
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO TRIBUTÁRIO
34. Interpretando a imunidade referente aos livros, jornais, periódicos e ao papel destinado
à sua impressão, concluiu o STF estarem abrangidos os livros digitais (E-books), desde que
possuam conteúdo considerados como culturais.
ccCERTO ccERRADO
35. Anteriormente à LC nº 118/2005, o prazo quinquenal para a Fazenda Pública proceder à
cobrança judicial do crédito tributário apenas era interrompido, dentre as causas inerentes
ao processo de execução fiscal, a partir da citação pessoal do executado.
ccCERTO ccERRADO
36. Em regra, é obrigatória a consulta prévia ao CADIN por parte do Poder Público quando
da realização de operação de crédito ou celebração de contratos/convênios/acordos que
envolvam recursos públicos, e concessão de incentivos financeiros e fiscais a outras
pessoas.
ccCERTO ccERRADO
37. Para o Supremo Tribunal Federal, é inconstitucional a instituição de taxas municipais de
combate a sinistros, conhecida como “taxa de bombeiros”.
ccCERTO ccERRADO
38. É possível que o parcelamento do crédito tributário exclua a incidência de juros e multas.
ccCERTO ccERRADO
39. Em regra, havendo a transferência jurídica do encargo fiscal, apenas o contribuinte de
direito terá legitimidade para pleitear a repetição do tributo, e desde que expressamente
autorizado pelo contribuinte de fato.
ccCERTO ccERRADO
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 12
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
Considere o seguinte caso hipotético e julgue o item 40: “Marcos, domiciliado na Bahia,
faleceu e era proprietário de uma casa no Estado de São Paulo e um Iate ancorado em uma
Marina no Estado do Rio de Janeiro, tendo como única herdeira Josefa, domiciliada no
Estado do Maranhão. Seu inventário foi processado no Estado da Bahia”.
40. O ITCMD sobre toda a herança será devido ao Estado do Maranhão, por ser o local de
domicílio da herdeira.
ccCERTO ccERRADO
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
41. Segundo o STJ, a Instituição de Ensino Superior – IES não pode recusar a matrícula de
aluno aprovado em vestibular em razão de inadimplência em curso diverso anteriormente
frequentado por ele na mesma instituição.
ccCERTO ccERRADO
42. Nos termos da lei, somente o ensino fundamental é de obrigatória implantação pelo
Poder Público nos presídios, sendo dispensável o ensino médio aos detentos.
ccCERTO ccERRADO
LEGISLAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL
43. Nos termos da Constituição Federal de 1988, para efeito de aposentadoria, é assegurada
a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade
privada, rural e urbana, porém, nessa hipótese, os diversos regimes de previdência social
não se compensarão financeiramente.
ccCERTO ccERRADO
44. Conforme o entendimento consolidado do STJ, é possível a concessão do acréscimo de
25%, previsto no art. 45 da Lei nº 8.213/91, sobre o valor do benefício, em caso de o segurado
necessitar de assistência permanente de outra pessoa, independentemente da espécie de
aposentadoria.
ccCERTO ccERRADO
45. Os valores previdenciários não recebidos pelo segurado em vida, mesmo que
reconhecidos apenas judicialmente, devem ser pagos, prioritariamente, aos dependentes
habilitados à pensão por morte, para só então, na falta destes, serem pagos aos demais
sucessores na forma da lei civil.
ccCERTO ccERRADO
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 13
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
46. Conforme o entendimento sumulado do STJ, a mulher que renunciou aos alimentos na
separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada
a necessidade econômica superveniente.
ccCERTO ccERRADO
47. A Súmula 24 da AGU não permite a contagem, como tempo de contribuição, do tempo
exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado profissional
realizado em escolas técnicas, ainda que comprovada a remuneração, mesmo que indireta,
à conta do orçamento público e o vínculo empregatício.
ccCERTO ccERRADO
48. Conforme entendimento do STJ, o normativo contido no inciso II do artigo 115 da Lei
n. 8.213/1991 não autoriza o INSS a descontar, na via administrativa, valores concedidos a
título de tutela antecipada, posteriormente cassada com a improcedência do pedido.
ccCERTO ccERRADO
49. O salário-maternidade é devido à segurada da previdência social, durante cento e vinte
dias, com início vinte e oito dias antes e término noventa e um dias depois do parto, não
podendo ser prorrogado.
ccCERTO ccERRADO
50. Conforme o entendimento consolidado do STJ, é devida a continuidade do pagamento
de pensão por morte ao filho maior de 21 anos até que complete 24 anos pelo fato de ser
estudante universitário.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AGRÁRIO
ccCERTO ccERRADO
52. Para a alienação ou a concessão de terras públicas para fins de reforma agrária, é
desnecessária a aprovação do Congresso Nacional.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AMBIENTAL
ccCERTO ccERRADO
A respeito das infrações administrativas ambientais, julgue os itens subsequentes.
ccCERTO ccERRADO
55. Constatada a infração ambiental, o agente autuante, no uso do seu poder de polícia,
poderá adotar medida administrativa de apreensão dos equipamentos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na infração, sendo vedado ao próprio autuado figurar como
depositários dos bens.
ccCERTO ccERRADO
Julgue o item subsequente acerca do tratamento dado pelo Novo Código Florestal aos
apicuns e salgados.
ccCERTO ccERRADO
Em relação à lei que trata da utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata
Atlântica, julgue o item subsequente.
57. A exploração eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, de espécies da flora
nativa, para consumo nas propriedades ou posses das populações tradicionais ou de
pequenos produtores rurais, é permitida mediante processo simplificado de licenciamento
ambiental.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CIVIL
58. O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no registro civil
do Brasil, desde que isso não cause prejuízo a terceiros, quando vier a sofrer transtornos
no exercício da cidadania por força da apresentação de documentos estrangeiros com
sobrenome imposto por lei estrangeira e diferente do que consta em seus documentos
brasileiros.
ccCERTO ccERRADO
59. Segundo o STJ, em razão do vínculo biológico, inexiste possibilidade de o indivíduo
abandonado pelo pai pretender, ao completar 18 anos, a supressão de seu patronímico do
nome civil.
ccCERTO ccERRADO
60. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos.
ccCERTO ccERRADO
61. As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou
de assistência.
ccCERTO ccERRADO
62. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas, ou, se funcionarem
no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios.
ccCERTO ccERRADO
63. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o
qual ou no caso de o Ministério Público denegá-la, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
ccCERTO ccERRADO
64. De acordo com o STJ, os pais de portador de esquizofrenia paranoide que seja solteiro,
maior de idade e more sozinho, têm responsabilidade civil pelos danos causados durante os
recorrentes surtos agressivos de seu filho, no caso em que eles, plenamente cientes dessa
situação, tenham sido omissos na adoção de quaisquer medidas com o propósito de evitar
a repetição desses fatos, deixando de tomar qualquer atitude para interditá-lo ou mantê-lo
sob sua guarda e companhia.
ccCERTO ccERRADO
65. Segundo o STJ, caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade
civil pelos danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir
a interrupção, deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível
com a vida extrauterina.
ccCERTO ccERRADO
66. Segundo o STJ, pessoa jurídica de direito público não pode ser ressarcida por dano
moral.
ccCERTO ccERRADO
67. Segundo o STJ, por se tratar de prescrição aquisitiva, é possível o reconhecimento de
ofício pelo juízo da consumação do lapso temporal para usucapião.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO EMPRESARIAL
ccCERTO ccERRADO
69. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.
ccCERTO ccERRADO
70. O banco sacado não é parte legítima para figurar no polo passivo de ação ajuizada com
o objetivo de reparar os prejuízos decorrentes da devolução de cheque sem provisão de
fundos emitido por correntista.
ccCERTO ccERRADO
71. Para efetuar o registro e o arquivamento de alteração contratual a fim de promover a
transformação de sociedade civil em empresária é exigível a apresentação de certidões
negativas de débitos com o FGTS e com a União.
ccCERTO ccERRADO
72. Constitui meio de recuperação judicial, entre outros, a redução salarial, compensação de
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSUAL DO TRABALHO
73. A partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467, prevista para 11.11.2017, desde que haja
concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo
que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias úteis e os demais não poderão ser
inferiores a cinco dias úteis, cada um.
ccCERTO ccERRADO
74. Nos termos da Lei nº 13.467/2017, o contrato de trabalho não poderá ser extinto por
acordo entre empregado e empregador.
ccCERTO ccERRADO
75. Conforme o entendimento consolidado do TST, é quinquenal o prazo prescricional para
reclamar em face do não recolhimento de contribuição para o FGTS, para os casos em que
a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, observado o prazo de dois anos após o
término do contrato.
ccCERTO ccERRADO
76. Conforme o entendimento majoritário do STF, a Administração Pública não pode proceder
ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos
servidores públicos, independentemente da demonstração de que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público.
ccCERTO ccERRADO
77. Conforme a Lei nº 13.467, de 2017, o valor do depósito recursal será reduzido pela metade
para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.
ccCERTO ccERRADO
78. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso
de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, por violação direta da
Constituição Federal e, ainda por contrariedade a Orientação Jurisprudencial do TST.
ccCERTO ccERRADO
79. Nos termos da Lei nº 13.467, de 2017, a exceção de incompetência territorial será
apresentada no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que
sinalize a existência desta exceção. Protocolada a petição, o processo não será suspenso e
realizar-se-á a audiência de julgamento, embora ainda não decidida a exceção.
ccCERTO ccERRADO
80. Nos termos do entendimento consolidado do STF em súmula vinculante, a competência
da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução
de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante
das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
81. A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas dispõe que o Estado acreditante
está isento do pagamento de impostos e taxas, entretanto é possível que sejam cobrados
valores referentes a serviços específicos que lhe sejam prestados. Interpretando essa norma
em conjunto com o ordenamento tributário brasileiro, o STJ entende pela possibilidade da
cobrança de taxas.
ccCERTO ccERRADO
82. O Direito Comunitário se caracteriza como um ramo do Direito que busca regular os
mecanismos de integração regional que alcançaram um estágio de desenvolvimento mais
profundo. É criado não só pelos Estados, mas também pelos próprios órgãos do bloco
regional e se caracteriza pela aplicabilidade imediata dentro dos entes estatais, como é o
caso do MERCOSUL.
ccCERTO ccERRADO
83. A União Europeia é um bloco regional considerado supranacional, onde há a existência
de entidades que se encontram em posição de primazia frente aos Estados soberanos que a
compõem, pelos menos em certos aspectos, com normas que prevalecem frente às normas
internas dos seus membros.
ccCERTO ccERRADO
84. A Carta da das Nações Unidas prevê expressamente a necessidade de que as partes em
uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacional,
procurarão meios pacíficos para sua solução desse conflito. É possível, ainda, que o
Conselho de Segurança investigue tais controvérsias ou situações conflitantes.
ccCERTO ccERRADO
85. O Tribunal Penal Internacional possui competência para julgar os crimes mais graves que
afetam a comunidade internacional. Dentre eles se destaca os crimes de guerra praticados
durantes os conflitos armados, enquadrados no conceito de jus ad bellum.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL
86. Segundo o STJ, a legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento
imposta em sentença condenatória é do Ministério Público.
ccCERTO ccERRADO
87. Segundo o STJ, o Ministério Público tem legitimidade para promover medida assecuratória
que vise à garantia do pagamento de multa imposta por sentença penal condenatória.
ccCERTO ccERRADO
88. Segundo o STJ, a prescrição da pretensão punitiva do crime de apropriação indébita
previdenciária (art. 168-A do CP) permanece suspensa enquanto a exigibilidade do crédito
tributário estiver suspensa em razão de decisão de antecipação dos efeitos da tutela no
juízo cível.
ccCERTO ccERRADO
89. A superveniência do término de mandato eletivo é causa de interrupção do julgamento
iniciado pelo STF de denúncia criminal ofertada contra parlamentar, deslocando a
competência para outra instância.
ccCERTO ccERRADO
90. De acordo com o STJ, a modificação da competência em razão de superveniente aquisição
pelo réu de foro por prerrogativa de função implica em desfazimento dos atos decisórios até
então praticados, cabendo ao novo juízo ratificá-los para regular produção de seus efeitos.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
91. O procedimento cautelar fiscal apenas poderá ser instaurado após a constituição do
crédito.
ccCERTO ccERRADO
CPF: 115.343.046-06 ALUNO: diegoprado.silveira pág. 20
CEI-PROCURADOR
FEDERAL
5ª RODADA - 30/09/2017
ccCERTO ccERRADO
93. Para a propositura da ação monitória, exige-se a utilização de prova documental.
ccCERTO ccERRADO
94. A desistência no mandado de segurança pode ser realizada a qualquer tempo.
ccCERTO ccERRADO
95. Da sentença na ação discriminatória caberá apelação com efeito suspensivo ope legis e
devolutivo.
ccCERTO ccERRADO
96. O processo discriminatório judicial tem caráter preferencial e prejudicial em relação às
ações em andamento, referentes a domínio ou posse de imóveis situados, no todo ou em
parte, na área discriminada, determinando o imediato deslocamento da competência para a
Justiça Federal.
ccCERTO ccERRADO
97. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ajustar compromisso recíproco
para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado,
mediante termo de cooperação firmado pelas respectivas procuradorias.
ccCERTO ccERRADO
98. É possível, em certas situações, a aplicação dos efeitos materiais da revelia à Fazenda
Pública.
ccCERTO ccERRADO
99. É cabível a majoração de honorários no julgamento de improcedência da apelação em
mandado de segurança.
ccCERTO ccERRADO
100. No mandado de segurança impetrado por servidor público contra a Fazenda Pública,
as parcelas devidas entre a data de impetração e a de implementação da concessão da
segurança devem ser pagas por meio de precatórios, e não via folha suplementar.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
COMENTÁRIO
Recentemente, o STJ (AgRg no RHC 48.222/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA,
julgado em 16/02/2017, DJe 24/02/2017) decidiu que “a atuação da advocacia pública restringe-
se aos casos em que os atos a serem defendidos vinculam-se estritamente ao exercício das
atribuições constitucionais, legais e institucionais dos agentes públicos, caso em que há interesse
público em fazê-lo, porquanto a conduta é imputada ao próprio ente federativo. Nesses casos,
possível a defesa até mesmo na hipótese em que se discute a própria legalidade do ato praticado
pelo agente, porquanto em seu favor milita presunção de legalidade. Importante perceber que o
ato, em si, não é definido como ilícito pelo ordenamento, ou seja, a validade do ato administrativo
será definida pela sindicabilidade judicial, motivo pelo qual possível a defesa do ato pela advocacia
pública, desde que não seja flagrantemente contrário ao interesse público.” Entretanto, tratando-se
de crime contra a Administração Pública, entendeu-se que “por sua vez, nos crimes violadores
de bens jurídicos atrelados à Administração Pública, conquanto o agente atue no contexto
do exercício da função pública ou em razão dela, ao ser imputado ao agente público um
crime funcional, não resta dúvida que a conduta foi realizada fora do plexo de atribuições
que lhe é conferida, portanto, inviável a imputação volitiva da conduta ao Estado. Nesse
caso, a defesa realizada pela advocacia pública do servidor implicaria evidente conflito
de interesses para a Administração Pública, porquanto se trata de interesse unicamente
pessoal do agente público, e não público primário, até porque, para que este existisse,
pressupor-se-ia o teratológico reconhecimento da responsabilização penal do Estado
por atos de seus agentes, flagrantemente contrários aos interesses estatais, o que é repelido,
inclusive, no âmbito do direito internacional penal, hipótese em que recai sempre sobre o indivíduo
a culpa, como indica o art. 1º, c/c o art. 25, 2, ambos do Estatuto de Roma (Decreto 4.388/2002)”
A referida decisão é muito interessante, pois parte, para chegar à conclusão apresentada, do estudo
da teoria do órgão, segundo a qual a vontade da pessoa jurídica deve ser atribuída aos órgãos que
a compõem. Pela precisão do raciocínio adotado, transcrevo-o: “nessa perspectiva, corolário da
teoria do órgão é a teoria da imputação volitiva, cuja consequência é a imputação da vontade do
órgão público à pessoa jurídica correlata. Os entes federativos manifestam, pois, sua a vontade
por meio de órgãos públicos. Por sua vez, os órgãos públicos são plexos de atribuições, que, por
não serem dotados de estrutura biopsicológica, são integrados pelos agentes públicos, nos
termos da teoria eclética para caracterização do órgão público”.
Então, vamos lá! A teoria do órgão baseia-se na compreensão da imputação volitiva. Por essa teoria,
imputa-se à pessoa jurídica (ex.: União) a vontade do órgão público (ex.: CGU). Os órgãos, de seu
turno (ex.: CGU), são integrados pelos agentes públicos, que, em última análise, manifestarão a
vontade do próprio ente federativo. Por isso mesmo, entende-se, como se apontou lá no comecinho
da resposta, que a Advocacia-Geral da União pode defender os atos dos agentes públicos que
forem imputados à União e às demais entidades descentralizadas de direito público, no âmbito
federal.
Art. 22. A Advocacia-Geral da União e os seus órgãos vinculados, nas respectivas áreas
de atuação, ficam autorizados a representar judicialmente os titulares e os membros dos
Poderes da República, das Instituições Federais referidas no Título IV, Capítulo IV, da
Constituição, bem como os titulares dos Ministérios e demais órgãos da Presidência da
República, de autarquias e fundações públicas federais, e de cargos de natureza especial,
de direção e assessoramento superiores e daqueles efetivos, inclusive promovendo
ação penal privada ou representando perante o Ministério Público, quando vítimas de
crime, quanto a atos praticados no exercício de suas atribuições constitucionais, legais
ou regulamentares, no interesse público, especialmente da União, suas respectivas
autarquias e fundações, ou das Instituições mencionadas, podendo, ainda, quanto
aos mesmos atos, impetrar habeas corpus e mandado de segurança em defesa dos
agentes públicos de que trata este artigo.
GABARITO: ERRADO
02. Havendo lei que dispõe sobre a concessão de descontos na tarifa de energia elétrica
para os consumidores que desenvolvem atividade de irrigação, a ANEEL pode, por meio de
resolução, estabelecer condições não previstas no referido diploma normativo, para o gozo
do benefício, o que estará inserido no poder regulamentar.
COMENTÁRIO
Referimo-nos, é claro, aos regulamentos executivos (e não aos autônomos, sobre os quais
falaremos em outra rodada). Nesse sentido, Ceslo Antônio Bandeira de Mello explica que “a
Constituição prevê os regulamentos executivos porque o cumprimento de determinadas leis
pressupõe uma interferência de órgãos administrativos para a aplicação do que nelas se dispõe,
sem, entretanto, predeterminar exaustivamente, isto é, com todas as minúcias, a forma exata
da atuação administrativa pressuposta.” (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito
Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 352). Assim, embora o regulamento executivo tenha
certa margem para dispor sobre o assunto versado na lei, terá que respeitar os limites nela impostos
e não poderá criar nenhuma obrigação que não esteja nela prevista, pois deverá respeito à regra
maior da legalidade, prevista no artigo 5º, inciso II, da Constituição.
GABARITO: ERRADO
03. No caso de condenação penal sem observância de patente prova de inocência do acusado,
com a determinação de seu recolhimento a regime fechado, eventual responsabilização do
Estado pelo dano causado ao cidadão dependerá da comprovação de dolo do juiz.
COMENTÁRIO
O juiz pode proferir a sentença de forma negligente, caso em que, tratando-se de sentença penal
condenatória, é clara a responsabilidade do Estado, que decorre diretamente do art. 5º, LXXV, da
Constituição Federal: “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como que
ficar preso além do tempo fixado na sentença.”
Já no que diz respeito a atos jurisdicionais de natureza cível, parte da doutrina (ex. Lúcia Valle
Figueiredo e Cotrim Neto) entende que a previsão constitucional retromencionada os abrange,
enquanto outra parcela (ex. José dos Santos Carvalho Filho) advoga que, para os atos de natureza
cível, a responsabilidade está restrita aos atos funcionais do juiz (e não aos tipicamente jurisdicionais,
estes só atacáveis por recurso). Veja como ele explica: “parece-nos inteiramente cabível distinguir
os atos tipicamente jurisdicionais do juiz, normalmente praticados dentro do processo judicial, dos
atos funcionais, ou seja, daquelas ações ou omissões que digam respeito à atuação do juiz fora do
processo. Neste último caso, diferentemente do que sucede naqueles, se tais condutas provocam
danos à parte sem justo motivo, o Estado deve ser civilmente responsabilizado, ainda que o juiz
tenha agido de forma apenas culposa, porque o art. 37, §6º, da CF é claro ao fixar a responsabilidade
estatal por danos que seus agentes causarem a terceiros, e entre os seus agentes, encontram-se,
à evidência, inseridos os magistrados. É o caso, por exemplo, em que o juiz retarda, sem justa
causa, o andamento de processos; ou perde processos por negligenciar em sua guarda; ou deixa,
indevidamente de atender a advogado das partes; ou ainda pratica abuso de poder em decorrência
de seu cargo.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo:
Atlas, 2013, p. 577)
antigo – existe previsão expressa sobre a responsabilidade do juiz, nos casos ali previstos, ser
regressiva.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O edital traz, como ponto expresso, o conceito de Contrato Administrativo. Celso Antônio Bandeira
de Mello (Op. Cit., pp. 620-621) o fornece, nos seguintes termos: “é um tipo de avença travada
entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do
tipo de objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas assujeitam-se
a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimonais do
contratante privado.” Vê-se, assim, de forma muito simples, que, para o referido doutrinador, a
prevalência do interesse público pode decorrer de lei, das cláusulas pactuadas ou, simplesmente,
do tipo de objeto do contrato administrativo. Tal conclusão se justifica à luz do princípio geral do
regime jurídico administrativo, ou seja, da supremacia do interesse público sobre o privado. Nesse
sentido, Celso Antônio Bandeira de Mello prossegue, referindo-se às prerrogativas da Administração
Pública no cumprimento dos contratos administrativos: “conferem à Administração prerrogativas
de supremacia, enquanto instrumentais à realização da finalidade pública e na medida em que o
sejam, do mesmo passo em que lhe irrogam sujeições típicas, umas e outras armadas ao propósito
de acautelar o interesse público.” (Op. Cit., p. 621).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Essa questão é simples, podendo ser respondida pelo simples conhecimento do artigo 60, parágrafo
único, da Lei nº 8.666/93, segundo o qual “é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de
valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta
Lei, feitas em regime de adiantamento”. Dessa forma, os contratos verbais são admitidos apenas
para as pequenas compras em valor não superior a 5% do valor máximo para a modalidade convite.
Ronny Charles Lopes de Torres ensina que “a vedação a ajustes verbais alcança também as
prorrogações contratuais, que devem se submeter ao formalismo, exigindo-se o respectivo termo
aditivo” (TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de Licitações Públicas Comentadas. Salvador:
JusPodivm, 2017, p. 652). O referido autor cita, ainda, duas orientações do TCU (Acórdãos nº
1.215/2008 e 106/2006, respectivamente):
Nesse sentido, o TCU orientou que determinada sociedade de economia mista evitasse
a realização de contrato verbal, sob pena de nulidade do ato de contratação, salvo para
as compras de pronto pagamento (...). No mesmo prumo, o TCU determinou ao Instituto
Nacional do Seguro Social que evitasse a assinatura de contratos e aditivos com data
retroativa, por caracterizar o ajuste verbal vedado pelo art. 60, parágrafo único, da Lei
nº 8.666/1993. (Idem).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O artigo 57, § 2º, da Lei nº 8.666/93 consagrou o princípio da manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro, nas contratações públicas. Nesse sentido, de fato, como vimos anteriormente, a
Administração tem prerrogativas, as chamadas cláusulas exorbitantes, que se justificam diante
da persecução do interesse público. Em contrapartida, caso queira, utilizando-se delas, por
exemplo, prorrogar um contrato, será necessário que haja uma contraprestação equivalente ao
particular. Nesse sentido, Ronny Charles Lopes de Torres (Op. Cit., p. 636) explica que “o legislador
preocupou-se com a manutenção do equilíbrio das relações econômicas entre o contratado e a
Administração. Entende-se assim legítimo que determinadas situações imponham alterações de
cláusulas contratuais pela administração, mas sempre respeitando-se o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato. Essa relação econômica entre encargos e vantagens, de cada parte,
deve ser respeitada, mesmo quando necessária alguma modificação contratual.”
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Nesse sentido, o STJ julgou recentemente o REsp n. 1.270.339-SC (Primeira Turma, Rel. Min.
Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016, Informativo n. 598), entendendo que “a divulgação em
três emissoras de rádio com cobertura no Município do usuário desse serviço, dias antes da
suspensão, satisfaz a exigência prevista na lei”.
Conforme consignado no voto do Relator, a lei não especificou de que forma deveria ocorrer o
aviso aos usuários, de modo que, sendo o rádio um dos meios de comunicação mais populares
e de maior alcance, o requisito legal restou atendido, razão pela qual a interrupção do serviço foi
legítima e não houve dano extrapatrimonial a ser indenizado.
Também acerca da necessidade de aviso prévio aos usuários acerca da interrupção do serviço,
o STJ julgou outro caso interessante, desta feita envolvendo companhias aéreas. No caso, a
Corte decidiu que “o cancelamento e a interrupção de voos, sem razões de ordem técnica e de
segurança intransponíveis, é prática abusiva contra o consumidor e, portanto, deve ser prevenida e
punida. Também é prática abusiva não informar o consumidor, por escrito e justificadamente,
quando tais cancelamentos vierem a ocorrer”. (REsp 1.469.087-AC. Segunda Turma. Rel. Min.
GABARITO: ERRADO
08. A concessão de serviço público pode ser extinta pela anulação, se verificada ilegalidade
na licitação ou no contrato administrativo respectivo, caso em que o concessionário de boa-
fé prejudicado, se não contribuiu para o vício, deverá ser indenizado pelo poder concedente.
COMENTÁRIO
O contrato de concessão pode ser extinto, nos termos do art. 35 da Lei n. 8.987/1995, em virtude
do advento do termo contratual, da encampação, da caducidade, da rescisão, da anulação e da
“falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso
de empresa individual”. Além desses casos, a doutrina aponta o distrato (ato bilateral e consensual),
o desaparecimento do objeto e a força maior (OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Administrativo.
São Paulo: Forense, 2017, p. 185).
Ocorre anulação por motivo de ilegalidade na licitação ou no contrato administrativo. Ela pode ser
declarada tanto na via administrativa (autotutela) como no âmbito judicial, assegurando-se, em todo
caso, o direito à ampla defesa e ao contraditório. Caso seja anulada a concessão, o concessionário
que agiu de boa-fé e não contribuiu para o vício deverá ser indenizado pelo poder concedente nos
termos do art. 59, parágrafo único, da Lei n. 8.666/1993, aplicável subsidiariamente aos contratos
de concessão de serviços públicos, o qual determina: “a nulidade não exonera a Administração
do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela
for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja
imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa”. (OLIVEIRA, Rafael.
Op. cit., p. 185).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
“Desapropriação indireta”.
O artigo 4º, caput, do Decreto-Lei nº 3365/41 prevê o instituto da desapropriação por zona,
nos seguintes termos: “a desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao
desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente,
em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública
deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que
se destinam à revenda.” Portanto, a desapropriação por zona pode ter dois fundamentos: a) área
contígua necessária ao desenvolvimento da obra principal ou b) zonas que, em razão da realização
do serviço, se valorizarem extraordinariamente. Sobre esse último aspecto, é necessário que a
valorização seja especial (ou seja, que atinja a apenas algum grupo identificável de cidadãos). O
STJ considera, ainda, que “a mais-valia divide-se em ordinária (todos os imóveis lindeiros à obra
valorizam-se na mesma proporção) ou extraordinária (um ou alguns se valorizam mais que outros
sujeitos à mais-valia ordinária). Na hipótese de valorização geral ordinária, o Poder Público
tem em mão o instrumento legal da contribuição de melhoria e, diante da valorização geral
extraordinária, tem a desapropriação por zona ou extensiva (art. 4º do DL n. 3.365/1941).”
No caso julgado, houve valorização de área remanescente de um imóvel em razão da construção
de uma rodovia, e o Poder Público deduziu a valorização do valor da indenização. A recorrente
se insurgiu contra a decisão que chancelou essa posição do Poder Público, e o STJ lhe deu
razão, fixando que “(...) essa compensação não pode ser feita na desapropriação, com exceção
dos casos de comprovada valorização específica ou individual. No caso, é patente a mais-valia
da área remanescente em decorrência da construção da rodovia. Todavia, essa se mostra não
como especial, mas como genérica, ao atingir os mesmos patamares dos demais imóveis lindeiros.
Daí a respectiva mais-valia dever ser cobrada mediante contribuição de melhoria, a invalidar
seu abatimento proporcional do valor da indenização, tal qual assentado no acórdão recorrido.
Esse entendimento foi firmado por maioria pela Turma no prosseguimento do julgamento.” (REsp
1.092.010-SC, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 12/4/2011).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
propor uma ação possessória, se o bem ainda não tiver utilidade pública, ou, caso já tenha, a ação
será de indenização pela desapropriação indireta.
Vale, ainda, lembrar que há súmula antiga do STJ (119) que prevê o prazo de 20 (vinte) anos como
prescricional para a pretensão de indenização. Essa súmula se baseava no prazo de usucapião
extraordinária do Código antigo. No Código de 2002, como se sabe, o prazo de usucapião
extraordinária é de 15 (quinze) anos. Entretanto, em se tratando de apossamento realizado pelo
Poder Público, o STJ entende que – já que o pressuposto lógico da desapropriação indireta é a
existência de alguma utilidade pública – o prazo será de 10 anos, pois houve obras ou serviços de
caráter produtivo, como dispõe o art. 1.238, parágrafo único, do Código Civil. (REsp 1.300.442-SC,
Rel. Min. Herman Benjamin, j. em 18/6/2013).
GABARITO: CERTO
11. O sistema da jurisdição una, forma de controle jurisdicional dos atos administrativos
adotada no Brasil, liga-se ao princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.
COMENTÁRIO
Pessoal, vamos aproveitar esta questão para revisar um ponto do edital que pode ser estudado
muito rapidamente, que é o ponto 48. Como se sabe, há dois sistemas de controle jurisdicional,
o sistema do contencioso administrativo (dualidade de jurisdição), também chamado de sistema
francês, no qual, a par do controle judicial, que se ocupa dos atos dos particulares em geral, há
uma jurisdição administrativa, que tem independência e decide de forma definitiva; e o sistema
da jurisdição una (unidade da jurisdição), também chamado de sistema inglês, em que o Poder
Judiciário tem atribuição para analisar a legalidade de todos os atos, quer particulares, quer
administrativos.
Entre nós, a Constituição de 1988 dispôs, em seu artigo 5º, inciso XXXV, que “a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Esse dispositivo, como aponta a
doutrina processualista, consagrou o princípio da inafastabilidade da jurisdição, de modo que é
seguro afirmar que adotamos o sistema da jurisdição una, o que tem estreita relação com o princípio
constitucional mencionado.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
DIREITO CONSTITUCIONAL
13. O Ministério das Relações Exteriores não está obrigado a fornecer o nome de quem
recebe passaporte diplomático por motivos de interesse público.
COMENTÁRIO
Pessoal, essa questão trata de uma decisão importantíssima do Superior Tribunal de Justiça sobre
a publicidade acerca dos passaportes diplomáticos. Para compreender a decisão, é interessante
saber que o artigo 6º do Anexo do Decreto nº 5.978/2006 contém uma lista de pessoas que serão
contempladas com o passaporte diplomáticos. Dentre elas estão o Presidente da República, os
membros do Congresso Nacional e os Ministros do Supremo Tribunal Federal, por exemplo. O §
3º do referido dispositivo prevê que “mediante autorização do Ministro de Estado das Relações
Exteriores, conceder-se-á passaporte diplomático às pessoas que, embora não relacionadas nos
incisos deste artigo, devam portá-lo em função do interesse do País.” Diante desse panorama, o
STJ decidiu que o Ministério das Relações Exteriores não poderia sonegar o nome de quem
recebe passaporte diplomático, na forma do referido § 3º. Nesse sentido, louvando o princípio
da publicidade, afirmou-se o seguinte: “o nome de quem recebe um passaporte diplomático emitido
por interesse público não pode ficar escondido do público. O interesse público pertence à esfera
pública, e o que se faz em seu nome está sujeito ao controle social, não podendo o ato discricionário
de emissão daquele documento ficar restrito ao domínio do círculo do poder. A noção de interesse
público não pode ser linearmente confundida com “razões de Estado” e, no caso, é incompatível
com o segredo da informação. Noutra moldura, até é possível que o interesse público justifique o
sigilo, não aqui.” (MS 16.179-DF, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 9/4/2014).
GABARITO: ERRADO
14. A jurisprudência do STJ é no sentido de que a perda unilateral da audição não gera para
a pessoa o direito a disputar as vagas reservadas aos deficientes em concursos públicos.
COMENTÁRIO
Na verdade, o artigo 4º, II, do Decreto 3.298/1999, que dispõe sobre a Política Nacional para
Integração da Pessoa com Deficiência define a deficiência como perda bilateral da audição, ainda
que parcial. O artigo assim dispõe:
O STJ alinhou-se à jurisprudência do STF, vindo, inclusive, a editar sua recente Súmula 552:
SÚMULA 552 - O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos. Corte
Especial, aprovada em 4/11/2015, DJe 9/11/2015.
GABARITO: CERTO
15. Na classificação das Constituições quanto à estabilidade, flexíveis são aquelas em que
a reforma da Constituição é possível segundo o mesmo processo simplificado previsto para
as leis infraconstitucionais, enquanto que super-rígidas são as que impossibilitam qualquer
alteração em seu texto, no propósito de se eternizarem.
COMENTÁRIO
A rigidez constitucional da CF/88 está prevista no art. 60, que, por exemplo, em seu §
2º estabelece um quorum de votação de ⅗ dos membros de cada casa, em dois turnos
de votação, para aprovação das emendas constitucionais. Em contraposição, apenas
para aclarar mais a situação lembrada, a votação das leis ordinárias e complementares
dá-se em um único turno de votação (art. 65), com quorum de maioria simples (art.
47) e absoluta (art. 69), respectivamente para lei ordinária e complementar. Outra
característica definidora da rigidez da CF/88 está prevista nos incisos I, II e III do art.
60, que estabelecem iniciativa restrita: a) de ⅓, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; b) do Presidente da República; e c) de mais da
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (...)2.
Lembre-se, ainda, que, a par das classificações já apresentadas, há, também, de acordo com a
classificação tradicional em relação à alterabilidade constitucional, as constituições semirrígidas ou
semiflexíveis, que são aquelas em que algumas matéras exigem processo de alteração diferenciado
e outras se alteram no mesmo sistema das leis em geral.
GABARITO: CERTO
16. O STF, por decisão da maioria dos membros presentes à sessão, poderá deferir pedido
de medida cautelar na ADC, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo
objeto da ação até seu julgamento definitivo.
COMENTÁRIO
Segundo o art. 21 da Lei 9.868/99, “O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de
seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade,
consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos
processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento
2 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2017, pp. 105-106.
definitivo”. Como se vê, o quórum exigido é de maioria absoluta; logo, não basta o voto da maioria
dos membros presentes à sessão, algo erroneamente colocado na alternativa em comento.
Recentemente, tivemos o caso da medida cautelar na Ação Declaratória de Constitucionalidade
nº 43, em que o Partido Ecológico Nacional (PEN) busca a declaração de constitucionalidade do
artigo 283 do Código de Processo Penal, que condiciona a execução da pena de prisão ao trânsito
em julgado de sentença penal condenatória. Nessa oportunidade, o Relator, Ministro Marco Aurélio
votou no sentido de deferir a medida cautelar e, por isso, submeteu o processo à apreciação dos
demais ministros. Entretanto, não atingido o quorum que ora apresentamos, a medida cautelar
pleiteada foi indeferida, e o processo seguiu o trâmite, ainda pendente de julgamento definitivo.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
medidas provisórias com força de lei, tornou-se impossível o cotejo de todo o referido
dispositivo da Carta catarinense com o teor da nova redação do art. 62, parâmetro
inafastável de aferição da inconstitucionalidade argüida. Ação direta prejudicada
em parte. 2. No julgamento da ADI 425, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.12.03, o
Plenário desta Corte já havia reconhecido, por ampla maioria, a constitucionalidade da
instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja
expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os
princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela Constituição Federal,
tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal.
Outros precedentes: ADI 691, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 19.06.92 e ADI 812-
MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93. 3. Entendimento reforçado pela significativa
indicação na Constituição Federal, quanto a essa possibilidade, no capítulo referente à
organização e à regência dos Estados, da competência desses entes da Federação para
“explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação” (art. 25,
§ 2º). 4. Ação direta cujo pedido formulado se julga improcedente. (ADI 2391, Relator(a):
Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 16/08/2006, DJ 16- 03-2007 PP-00020
EMENT VOL-02268-02 PP-00164 RDDT n. 140, 2007, p. 233-234)
GABARITO: CERTO
18. A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal
Federal, por maioria absoluta dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou
decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse público.
COMENTÁRIO
Como se vê do art. 4º da Lei 11.417/06, in verbis: “A súmula com efeito vinculante tem eficácia
imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros,
poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento,
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público”.
Pessoal, esse quorum de ⅔ vem previsto, em relação ao Poder Judiciário, ainda em duas ocasiões
da Constituição. É bom tê-las em mente, pois é uma forma de agrupar as informações que, tantas
vezes, são pedidas nas provas objetivas. O artigo 93, II, “d”, que prevê, para os magistrados,
promoção alternada por antiguidade e merecimento, estabelece que “na apuração de antigüidade,
o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus
membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até
fixar-se a indicação”. Quanto ao Supremo especificamente, o quorum de ⅔ é exigido para a recusa
de repercussão geral, nos termos do artigo 102, § 3º: “no recurso extraordinário o recorrente deverá
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela
manifestação de dois terços de seus membros.”
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A competência do CNJ está prevista no inciso V do § 4º do artigo 103-B da CF. Segue redação do
inciso V do § 4º:
Pedro Lenza, explicando parte da decisão cautelar proferida na ADI nº 4.638, afirma que,
para o Supremo Tribunal Federal, “o CNJ, no exercício de suas atribuições correicionais, atua
originariamente (primariamente) e concorrentemente com as Corregedorias dos tribunais, podendo,
assim, instaurar, independentemente da atuação das Corregedorias locais, procedimentos
administrativos disciplinares aplicáveis aos magistrados, bem como, após o devido processamento
e observado o contraditório e a ampla defesa, aplicar as penalidades previstas na lei” (Op. Cit., pp.
948-949).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A assertiva encontra-se incorreta aos olhos do STJ. Em recente julgado de 2015 o Tribunal Superior
reconheceu legítima a consideração de um limite de 60 horas semanais em caso de acumulação
remunerada de cargos públicos, em que pese a ausência de norma legal ou constitucional prevendo
esse limite. Confira-se a ementa desse importante precedente:
1. Segundo a dicção do art. 37, XVI da Constituição Federal e do art. 118 da Lei
8.112/90, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, ressalvados
os casos topicamente previstos no art. 37, XVI da Constituição Federal, dentre eles
o de dois cargos ou empregos privativos de Profissionais de Saúde, desde que haja
compatibilidade de horários e os ganhos acumulados não excedam o teto remuneratório
previsto no art. 37, XI da Lei Maior.
3. A Lei 8.112/90, em seu art. 19, fixou para o servidor público a jornada de trabalho de,
Tomando-se como base esse preceito legal, impõe-se reconhecer que o Acórdão TCU
2.133/2005 e o Parecer GQ 145/98, ao fixarem o limite de 60 horas semanais para que
o servidor se submeta a dois ou mais regimes de trabalho, devem ser prestigiados,
uma vez que atendem ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade. Neste sentido:
MS 19.300/DF, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 18.12.2014. 4. Agravo
Regimental desprovido. (AgRg no AREsp 415.766/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 04/11/2015).
Idêntico entendimento foi firmado pela 2º Turma do STJ no REsp 1.565.429-SE, julgado em 2016,
em que se fixou o entendimento segundo o qual “não é possível a acumulação de dois cargos
públicos quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de sessenta horas” (cf.
Informativo n. 576). Sobre a acumulação de cargos, empregos e funções públicas, recomendo a
leitura do art. 37, XVI e XVII, da Constituição.
GABARITO: ERRADO
21. Admitem-se os decretos autônomos, segundo o texto da CF/88, em duas hipóteses: para
dispor sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação de órgãos públicos; e para a extinção de funções, órgãos
ou cargos públicos, quando vagos.
COMENTÁRIO
A assertiva encontra-se equivocada ao dispor que a extinção de órgãos públicos poderia ocorrer
por via de decreto autônomo. De acordo com o art. 84, inciso VI, alíneas a e b da Constituição
Federal, são admitidos, no Brasil, os decretos autônomos em duas situações: para dispor sobre
a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e para a extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O artigo 14, § 7º, da Constituição da República, prevê o seguinte: “são inelegíveis, no território de
jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato eletivo e candidato à reeleição.” Note-se que, de acordo com Pedro Lenza, trata-se
de hipótese de inelegibilidade relativa em razão do parentesco, que busca, dando efetividade aos
princípios republicanos e democráticos, evitar a perpetuidade ou alongada presença de familiares
no poder.
Justamente por isso, o STF editou o Enunciado da Súmula Vinculante n.º 18 do STF, litteris:
Pessoal, é indispensável conhecer todas as súmulas vinculantes, pois elas são, frequentemente,
objeto de questionamento nas provas.
GABARITO: CERTO
23. A extinção da CPI não prejudica o conhecimento do habeas corpus impetrado contra as
eventuais ilegalidades de seu relatório final.
COMENTÁRIO
De acordo com a Suprema Corte, a extinção da CPI implica a extinção (sem análise do mérito)
de habeas corpus impetrado contra supostas ilegalidades em seu relatório final, porquanto, com a
extinção da CPI, não mais há legitimado passivo para a impetração.
Neste sentido:
civil, criminal ou administrativa, não constitui indiciamento (...).” (HC 95.277, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgamento em 19-12-2008, Plenário, DJE de 20-2-2009.)
GABARITO: ERRADO
24. A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibi-lo, na medida em que
tal proibição decorre diretamente dos princípios constitucionais contidos no art. 37, caput,
da Constituição Federal.
COMENTÁRIO
Apesar de não existir lei proibindo o nepotismo, o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da
Súmula Vinculante n° 13, com base nos princípios constitucionais administrativos, dentre os quais
o da moralidade, deixou clara sua proibição por ela violar diretamente a Constituição Federal.
Segue a Súmula in literis:
Insta observar que a súmula 13 comporta duas exceções: a) A primeira diz respeito aos servidores
públicos que foram admitidos na Administração Pública via concurso público, os quais, conforme
o STF, não podem ser prejudicados em razão do grau de parentesco, tendo em vista que eles
já passaram por rigorosos concursos públicos, tendo, portanto, o mérito de assumir um cargo
de direção, chefia ou assessoramento; b) A segunda diz respeito a não aplicação da Súmula,
conforme posição do STF, nas nomeações para cargos de natureza política, os quais dizem respeito
aos primeiros escalões da Administração, dentre os quais podemos citar os cargos de ministro,
secretário estadual e municipal.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O plebiscito e o referendo foram legalmente definidos pela Lei n.º 9.709/1998 como instrumentos de
consulta formulada ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza
constitucional, legislativa ou administrativa.
Art. 2º, lei 9.709/98. Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que
delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa
ou administrativa.
Conforme prevê o artigo 10 da lei, em ambos os casos, a aprovação ou rejeição será por maioria
simples, de acordo com o resultado homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral, encontrando-se
incorreta a assertiva quando diz que necessita de aprovação/rejeição majoritária.
Insta observar que o plebiscito consiste em uma consulta prévia formulada ao cidadão para que
manifeste sua concordância/discordância em relação a um tema contido em ato administrativo
ou legislativo. Já o referendo é uma consulta realizada posteriormente à edição do ato
legislativo ou administrativo, com o intuito de ratificá-lo ou rejeitá-lo. A autorização de referendo
e a convocação de plebiscito são da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49,
XV). Assim, o tema específico de análise pode ser ato legislativo e ato normativo, sendo que no
plebiscito o ato ainda nem mesmo foi aprovado.
GABARITO: ERRADO
DIREITO ECONÔMICO
26. A regulação econômica do Estado por meio de suas agências reguladoras, constituídas
geralmente na forma de autarquias especiais, constitui uma forma direta de intervenção do
Estado na economia.
COMENTÁRIO
A questão traz ponto muito importante para a prova de Procurador Federal. A temática trata da
regulação econômica por meio das agências reguladoras, como a ANEEL, ANAC, ANATEL e etc,
autarquias de regime especial e que podem ser o futuro local de trabalho de vocês.
Nessa questão, é necessário destacar o art. 174, da CF, já abordado em rodadas anteriores
que dispõe sobre a atuação do Estado como agente fiscalizador e regulador. Na organização
administrativa brasileira, certos setores estratégicos foram transferidos a administração indireta
com o objetivo de especializar e racionalizar a atuação Estatal. O conceito de regulação é bem
abordado por Marçal Justen Filho, citado por Fabiano Del Masso:
Essa atuação consiste, na verdade, numa atuação indireta do Estado na Economia, não como agente
econômico, mas como uma forma de acompanhar o desenvolvimento da atividade econômica por
intermédio de agentes estatais com o objetivo de observar o cumprimento das regras e princípios
impostos pela Constituição Federal. Outro trecho de professor Marçal Justen Filho, ilustra bem
essa questão:
GABARITO: ERRADO
27. A intervenção do Estado na propriedade privada, como quando legisla sobre limitações
ao direito de propriedade, representa uma das diversas formas na qual o Estado pode atuar
indiretamente no domínio econômico.
COMENTÁRIO
Pessoal, a questão está correta. A atuação do Estado no domínio econômico não se restringe à
prestação de serviços públicos, à regulação econômica ou à exploração direta de atividades
econômica, mas pode ocorrer, também, quando este atua a limitar a autonomia privada com
o uso do seu poder de polícia, como é o caso por exemplo das limitações ao direito de
propriedade.
Nesse caso o Estado está agindo de forma indireta no mercado econômico, que sofrem limitações
decorrentes do cumprimento da função social da propriedade, caracterizando uma maneira de
atuação do Estado no domínio da economia. Nesse sentido, Fabiano Del Masso:
É necessário observar que os Capítulos II e III, que tratam da Política Urbana e da Política Agrícola
e Fundiária e da Reforma Agrária, estão inseridos no mesmo Título VII, da Constituição Federal,
que trata da Ordem Econômica e Financeira, em virtude de disporem formas de intervenção indireta
GABARITO: CERTO
28. A expropriação pode ser entendida como a legítima interferência do Estado na esfera do
domínio privado, quando não se observa a função social da propriedade, garantindo que a
sua fruição alcance os fins sociais mais abrangentes e de interesse da coletividade, como o
bem-estar social e a justiça distributiva.
COMENTÁRIO
Trata-se de uma medida drástica e excepcional, prevista no art. 243 da Constituição Federal, e
ocorre nos casos de cultivo ilegal de plantas psicotrópicas ou de uso de trabalho escravo.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo
na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
GABARITO: CERTO
29. Os atos de concentração serão submetidos ao CADE pelas partes envolvidas na operação
quando forem observados, de forma cumulativa, os seguintes requisitos: pelo menos um
dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto
anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou
superior a R$ 700.000.000,00 (setecentos milhões de reais); e pelo menos um outro grupo
envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou
volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$
70.000.000,00 (setenta milhões de reais).
COMENTÁRIO
Prezados, a Lei 12.529/2011 traz detalhadamente a sistemática da análise pelo CADE dos atos
de concentração econômica. A previsão é encontrada no art. 88 e seguintes, da referida lei, que
dispõe sobre as características desse procedimento perante a autarquia federal. O próprio art. 88,
especificamente, aborda os valores em que a lei entende ser necessária a análise prévia do CADE,
observem que há possibilidade de adequação desses numerários.
Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os atos de
concentração econômica em que, cumulativamente:
Por fim, é necessário registrar que o controle dos atos de concentração econômica será prévio,
razão pela qual tais atos não poderão ser consumados antes de apreciados pelo CADE. Assim,
as condições de concorrência entre as empresas envolvidas deverão ser preservadas até decisão
final sobre o ato de concentração.
GABARITO: ERRADO
DIREITO FINANCEIRO
COMENTÁRIO
A questão está errada. O STF manifestou-se seguidas vezes que a lei a que a Constituição se refere
na parte final do comando transcrito é lei nacional. Vamos compreender os conceitos tratados no
dispositivo constitucional para alcançar o posicionamento do Supremo.
Em primeiro lugar, cabe trazer breve conceito do que seja disponibilidade de caixa. Oportuna a
dicção de DIÓGENES GASPARINI, que em termos financeiros, anota que “disponibilidade de caixa
é o numerário (dinheiro, cheques, cartas de crédito) sobejante do encontro do somatório dos
recebimentos com a soma dos pagamentos ocorridos num dado espaço de tempo (dia, semana,
mês). Juridicamente, é o numerário que pode ser disposto pelo seu proprietário, segundo seu
interesse ou, no caso das entidades públicas, nos termos do interesse público e na hipótese
das governamentais, consoante suas finalidades”. (GASPARINI, Diógenes. Disponibilidade de
caixa do poder público. Revista de Direito da Procuradoria Geral do Estado Rio de Janeiro, n. 56.
Rio de Janeiro: Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro, 2002. Acesso em 23/09/2017).
(GN).
Em outros termos, disponibilidade de caixa é o numerário disponível em caixa e/ou conta bancária
de um ente federativo ou de sua administração indireta.
A título de exemplo são os valores dos depósitos do sistema de arrecadação dos tributos, que
devem ficar depositados para serem usados. E, ainda, para tornar mais perceptível a concepção,
façamos um contraponto com nosso cotidiano. Digamos que um cidadão receba um salário e o
gasta por completo com suas despesas mensais. Assim, pagaria o aluguel dia 10, a conta de luz
dia 15 e a de água dia 30. Todos esses valores já têm gasto determinado e certo, mas entre uma
data e outra ficam eles disponíveis no banco do correntista.
Em comparação bastante singela, é isso que significa disponibilidade de caixa dos entes federativos
e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas. Repita-se, são as
importâncias depositadas em bancos oficiais e disponíveis para serem usadas.
Prezado aluno, a reiteração de conceitos e o cotejo destes com situações comuns do nosso dia a
dia, por vezes, é necessária, em virtude de a matéria versar sobre diversos termos técnicos e de
alcance pouco prático.
Por isso, o posicionamento do STF é considerado acertado e prudente ao indicar que “cabe,
unicamente, à União Federal, mediante Lei de caráter nacional, definir as exceções autorizadas
Por fim, chamo a atenção para o fato de que a regra da necessidade de depósito das disponibilidades
de caixa em instituição financeira oficial não se confunde com a possibilidade de o ente federativo
fazer o depósito de salário ou de remuneração de servidor público em instituição financeira privada.
Não há afronta ao artigo 164, § 3º da Constituição Federal, pois o crédito da folha de pagamento
em conta em branco privado não se enquadra no conceito de disponibilidade de caixa. “O
Ministro Eros Grau, em seu voto-vista, no julgamento da Rcl 3.872-AgR/DF, esclareceu que o
depósito referente à folha de pagamento de servidores não pode ser considerado disponibilidade
de caixa pelas seguintes razões: “Ora, os recursos atribuídos a pagamentos a fornecedores do
Estado e da remuneração dos servidores do Estado não constituem mais disponibilidades de
caixa do Estado, vale dizer, dinheiro ainda não afetado a determinado fim. Tais recursos já
estão afetados a esses pagamentos; evidentemente já não podem ser concebidos como
disponibilidades de caixa”. (AI 837677 AgR/MA, Rel. Ministra Rosa Weber, DJe-089 DIVULG 07-
05-2012 PUBLIC 08-05-2012).
GABARITO: ERRADO
31. As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades
de cada ente e não poderão ser aplicadas em ações e outros papéis relativos às empresas
controladas pelo respectivo ente da Federação.
COMENTÁRIO
A assertiva está certa e o preceito está contido no art. 43, §§ 1º e 2º, inc. I, da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Vejamos a letra do dispositivo:
Art. 43 (...)
I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis
relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação; (GN).
Tem-se que todas as receitas recolhidas aos cofres públicos devem observância ao princípio da
unidade de tesouraria, previsto no art. 56 da Lei nº 4.320/1964, vedada qualquer fragmentação
para criação de caixas especiais. A unidade de tesouraria significa que o recolhimento das receitas
deve se perfazer pelo sistema de caixa único, dotando apenas um órgão da competência para
centralizar os valores recebidos.
Perceba-se que a LRF, em seu art. 43, § 1º, estabeleceu exceção a tal sistema quando previu
que as disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social deveriam ser apartadas,
ficando depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente, e aplicadas
nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência
financeira.
GABARITO: CERTO
32. O controle externo das contas da União e das entidades da administração direta e indireta
será exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
competindo ao TCU julgar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
COMENTÁRIO
A afirmativa está errada, porquanto não é competência do Tribunal de Contas da União julgar
as contas prestadas pelo Presidente da República. Essa competência é atribuição exclusiva
do Congresso Nacional, de acordo com o art. 49, inc. IX, da Magna Carta. A situação cobrada é
bastante confundida pelos melhores candidatos, por isso é necessário compreender a fundamental
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
Veja-se que o inc. I é expresso ao estipular que o TCU apenas irá apreciar as contas prestadas
pelo Presidente da República e essa apreciação se dá por meio de Parecer, que será, em
seguida, remetido ao Congresso Nacional. A intenção da norma Constitucional é permitir que o
Tribunal de Contas faça um exame técnico do cumprimento das metas e prioridades estabelecidas
nas leis orçamentários e a compatibilidade destas com a exigências da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Após essa análise técnica é que as contas do chefe do Poder Executivo serão julgadas pelo
Poder Legislativo, em absoluto respeito ao princípio da separação de poderes.
Registre-se que em recente decisão pelo Regime da Repercussão Geral (RE nº 848826) o STF,
conquanto tratando matéria de inelegibilidade eleitoral, tangenciou a matéria (que havia sido tratada
no RE nº 132747), para explicitar que o julgamento das contas do chefe do Poder Executivo de
todas as esferas sempre compete ao Poder Legislativo, seguindo o regime de Parecer Prévio
elaborado pelo Tribunal de Contas da União.
GABARITO: ERRADO
33. Está entre as atribuições do Tribunal de Contas a apreciação, para fins de registro, da
legalidade das nomeações para cargo de provimento em comissão, na administração direta
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
COMENTÁRIO
admissão, o Tribunal de Contas irá verificar se as regras e princípios típicos do concurso público
foram cumpridas. Como a nomeação para cargo de provimento em comissão não pressupõe a
prévia aprovação em concurso público, indispensável, portanto, a apreciação do TCU.
Temos, pois, que o conjunto de normas que trata do controle visa a buscar a melhor aplicação
dos recursos públicos. Elas se iniciam na Constituição Federal, que traçou nos art. 70 a 75
uma seção específica para disciplinar a matéria, além de estarem presentes também na Lei de
Responsabilidade Fiscal (arts. 43 a 59) e na Lei nº 4.320/1964 (arts. 75 a 82). Tais dispositivos,
embora relacionados à fiscalização em torno dos dispêndios realizados pela União, aplicam-se às
demais esferas políticas.
Enfim, a verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e
subsequente.
GABARITO: ERRADO
DIREITO TRIBUTÁRIO
34. Interpretando a imunidade referente aos livros, jornais, periódicos e ao papel destinado
à sua impressão, concluiu o STF estarem abrangidos os livros digitais (E-books), desde que
possuam conteúdo considerados como culturais.
COMENTÁRIO
A imunidade referente aos livros, jornais, periódicos e ao papel destinado à sua impressão, também
conhecida como imunidade cultural, consiste na impossibilidade de instituição de impostos
pelos entes federativos sobre os mencionados materiais. Referida imunidade possui o caráter
objetivo, de forma que apenas incide sobre os objetos “livros, jornais, etc.”, não retirando da
cobrança do imposto, por exemplo, os sujeitos que exerçam tal atividade (livrarias, jornaleiros) e
seus respectivos imóveis ou automóveis.
Com o avanço da tecnologia, há muito tempo a doutrina vem debatendo acerca da interpretação a
ser dada ao artigo 150, inciso VI, alínea “d”. Neste contexto, recentemente, o Supremo Tribunal
Federal, em julgamento com repercussão geral (STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 8/3/2017) definiu que não só os livros eletrônicos estão abrangidos pela
imunidade cultural, como também todos os suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo
(leitores digitais).
Se limitada a este ponto, estaria correta a assertiva. O erro se encontra em seu final, ao condicionar
a imunidade cultural dos livros digitais ao tipo de seu conteúdo. Isto porque, conforme lições
doutrinárias e antigas manifestações do Supremo Tribunal Federal, já é pacífico o entendimento
de que o conteúdo do livro, jornal ou periódico não possui qualquer relevância para a
atribuição da imunidade, já tendo o STF, inclusive, reconhecido expressamente imunidade
para listas telefônicas (STF, 2ª Turma, AI 663747 AgR, Relator Joaquim Barbosa, julgado em
06/04/10), uma vez que a Constituição Federal de 1988 não traçou qualquer distinção quanto
ao assunto. Assim, sejam os livros, jornais ou periódicos impressos ou digitais, haverá
imunidade cultural, independentemente do caráter de seus respectivos conteúdos.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
De acordo com o Código Tributário Nacional, em seu artigo 174, “a ação para a cobrança do
crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva”. Assim,
devidamente constituído o crédito tributário, inicia-se o prazo de cinco anos para o ajuizamento
da execução fiscal, o qual só é interrompido quando preenchidas uma das hipóteses dispostas no
parágrafo único do mesmo dispositivo.
Esta última hipótese, no entanto, não constava na redação original do dispositivo, tendo sido
inserida, justamente, pela LC nº 118/2005, novamente com o intuito de proporcionar mais proteção
ao crédito público. Anteriormente à alteração legislativa, dentre as causas interruptivas
relacionadas com o processo de execução fiscal, fazia-se necessária a citação pessoal e
GABARITO: CERTO
36. Em regra, é obrigatória a consulta prévia ao CADIN por parte do Poder Público quando
da realização de operação de crédito ou celebração de contratos/convênios/acordos que
envolvam recursos públicos, e concessão de incentivos financeiros e fiscais a outras
pessoas.
COMENTÁRIO
O CADIN é de grande valia para o Poder Público, pois lhe permite consultar a existência de
pendências dos interessados em determinada operação a ser realizada. Neste sentido, o artigo 6º,
da referida lei, prevê a obrigatoriedade de consulta prévia ao CADIN quando da realização de
operação de crédito ou celebração de contratos/convênios/acordos que envolvam recursos
públicos, e concessão de incentivos financeiros e fiscais. A assertiva se utilizou da expressão
“em regra” porque a legislação de regência trouxe algumas exceções. Excepciona-se da
obrigatoriedade de consulta quando se estiver diante de: “concessão de auxílios a Municípios
atingidos por calamidade pública reconhecida pelo Governo Federal; operações destinadas à
composição e regularização dos créditos e obrigações objeto de registro no Cadin, sem desembolso
de recursos por parte do órgão ou entidade credora; bem como operações relativas ao crédito
educativo e ao penhor civil de bens de uso pessoal ou doméstico”. Tais exceções constam do
parágrafo único do mesmo dispositivo.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
38. É possível que o parcelamento do crédito tributário exclua a incidência de juros e multas.
COMENTÁRIO
Frise-se, inclusive, que, não só é possível, como é bastante comum a referida previsão.
Neste contexto, diversas legislações de parcelamentos especiais federais previram a redução de
multa, a exemplo da Lei nº 10.684/2003 (Parcelamento do PAES), artigo 1º, § 7º, que previu a
redução de multa, de mora ou de ofício, em cinquenta por cento, bem como da Lei nº 11.941/09
(Parcelamento do REFIS), que, em seu artigo 1º, § 3º, previu diversas hipóteses de redução de
multas, de mora e de ofício, e juros.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Primeiramente, deve-se ter em mente que o encargo a ser suportado por um tributo pode ser
analisado por dois vieses, o econômico e o jurídico. De acordo com a repercussão econômica,
sempre haverá um contribuinte de fato para suportar referido ônus, uma vez que o valor a título
de tributo é considerado como um elemento de formação do custo das mercadorias ou serviços,
interferindo no próprio preço do produto/serviço. Assim, a repercussão econômica é inerente a
quase todos os tributos. Na repercussão jurídica, por sua vez, só haverá a transferência do
ônus sobre um tributo quando houver uma determinação normativa neste sentido, de forma
expressa e destacável, e não de forma implícita no preço.
Como base nestas conceituações, a doutrina adotou a classificação dos tributos em diretos e
indiretos, de forma que apenas estes permitem a transferência jurídica do encargo fiscal para
outro sujeito. São para esses tributos que é aplicável a regra do artigo 166, do CTN, acima exposta.
A assertiva se encontra correta por tratar corretamente os conceitos acima explicados e refletir, de
fato, a regra inserida no artigo 166, do CTN. A assertiva fala “em regra”, pois, em caso específico,
o Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recursos Repetitivos (REsp 1.299.303/SC), definiu
que o consumidor de energia elétrica (contribuinte de fato) possui legitimidade para propor ação
declaratória com pedido de repetição de indébito a fim de afastar, no tocante ao fornecimento
de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre demanda contratada e não utilizada. Trata-se
de julgado específico e inserido no contexto da concessão de serviço público, possuindo, assim,
regime jurídico próprio.
GABARITO: CERTO
Considere o seguinte caso hipotético e julgue o item 40: “Marcos, domiciliado na Bahia,
faleceu e era proprietário de uma casa no Estado de São Paulo e um Iate ancorado em uma
Marina no Estado do Rio de Janeiro, tendo como única herdeira Josefa, domiciliada no
Estado do Maranhão. Seu inventário foi processado no Estado da Bahia”.
40. O ITCMD sobre toda a herança será devido ao Estado do Maranhão, por ser o local de
domicílio da herdeira.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
41. Segundo o STJ, a Instituição de Ensino Superior – IES não pode recusar a matrícula de
aluno aprovado em vestibular em razão de inadimplência em curso diverso anteriormente
frequentado por ele na mesma instituição.
COMENTÁRIO
A Lei Federal n.º 9.870/1999 não constou expressamente no edital do último concurso, mas me
parece que, pela relevância do assunto, pode vir a ser cobrada como um tema relacionado à
autonomia universitária, por envolver a liberdade de contratação das Instituição de Ensino Superior,
nos termos do artigo 53, inciso VII, da Lei Federal n.º 9.394/1996.
Primeiramente, assim, cumpre recordar quais medidas as Instituições de Ensino Superior – IES
podem adotar em caso de inadimplência do discente, e quais estão proibidas:
(ii) os alunos que estejam inadimplentes há mais de 90 dias estão sujeitos a sanções
legais e administrativas e podem ser desligados, mas somente ao final do ano/semestre
letivo, a depender do regime adotado pela Instituição de Ensino Superior.
(iii) não é permitido que a Instituição de Ensino Superior – IES contra o aluno inadimplente
proíba que ele faça provas; retenha seus documentos escolares; ou aplique quaisquer
outras penalidades pedagógicas por motivo de inadimplemento.
Repare que o dispositivo autoriza excepcionalmente que a Instituição de Ensino Superior – IES não
renove a matrícula de alunos que estejam inadimplentes há mais de 90 dias no âmbito da mesma
relação contratual.
Ocorre que o enunciado da questão trata de uma situação diversa. Isso porque, no caso, se
discute a possibilidade de celebração de um novo contrato de ensino, a despeito de o aluno estar
inadimplente perante a Instituição de Ensino Superior – IES em outra relação contratual.
GABARITO: CERTO
42. Nos termos da lei, somente o ensino fundamental é de obrigatória implantação pelo
Poder Público nos presídios, sendo dispensável o ensino médio aos detentos.
COMENTÁRIO
Fiquem atentos às novidades legislativas que, por óbvio, não se encontram previstas no último
edital do concurso. As alterações legislativas recentes costumam ter alta probabilidade de serem
cobradas.
A questão trata da Lei Federal n.º 13.163/2015, que incluiu na Lei de Execuções Penais – LEP o
seguinte dispositivo:
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação
profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao
preceito constitucional de sua universalização.
Anteriormente à referida norma, a Lei de Execuções Penais – LEP exigia apenas a implantação do
ensino fundamental nos presídios.
A alteração legislativa tem por missão cumprir o mandamento constitucional previsto no artigo 208
da CF/88:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
[...]
Portanto, muita atenção ao tema, que pode vir a ser cobrado na sua prova.
GABARITO: ERRADO
43. Nos termos da Constituição Federal de 1988, para efeito de aposentadoria, é assegurada
a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade
privada, rural e urbana, porém, nessa hipótese, os diversos regimes de previdência social
não se compensarão financeiramente.
COMENTÁRIO
A questão acima trazida reflete o que se denomina de contagem recíproca, a qual “é um instituto
previdenciário decorrente do princípio da universalidade do seguro social, tendo por finalidade
franquear ao segurado que esteve vinculado a diferentes regimes a obtenção dos benefícios
previdenciários, quando ele não preenche os requisitos, considerando-se unicamente um
determinado regime previdenciário. Isto se torna possível mediante a adição dos tempos de
filiação cumpridos pelo segurado em cada um dos diferentes regimes” (ROCHA, Daniel Machado
da; JUNIOR, José Paulo Baltazar. Comentários à lei de benefícios da previdência social. 11. ed.
rev. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora ESMAFE, 2012, p. 94). Na Constituição
Federal, está expressa no art. 201, § 9º, o qual dispõe que, para efeito de aposentadoria, é
assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e
na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência
social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Na Lei
nº 8.213/91, o tema está disciplinado na Seção VII, arts. 94 a 99. Deve-se observar que a Lei
de Benefícios não restringe a contagem recíproca à aposentadoria, mas a alarga para albergar
todos os benefícios previdenciários, desde que observadas as suas exigências. No que tange à
compensação financeira, Amado (AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário.
9. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Juspodium, 2017, p. 551) destaca que funciona como se
fosse um acerto de contas, sendo paga pelo regime de origem ao regime instituidor e calculada
proporcionalmente ao período de serviço/contribuição objeto da contagem recíproca. O candidato
deve estar atento à exceção trazida pelo § 2º do art. 94 da Lei nº 8.213/91, o qual dispõe que não
será computado como tempo de contribuição, para efeito dos benefícios previstos em regimes
próprios de previdência social, o período em que o segurado contribuinte individual ou facultativo
tiver contribuído na forma do § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se
complementadas as contribuições na forma do § 3º do mesmo artigo, ou seja, se tiverem optado
por recolher, 11% sobre o salário de contribuição de um salário mínimo, ou 5% sobre um salário
mínimo no caso do contribuinte individual enquadrado como MEI que optar pelo recolhimento
simplificado ou o segurado facultativo baixa renda que realiza atividades domésticas no seu âmbito
domiciliar, casos em que, para admissão da contagem recíproca por tempo de contribuição, deverá
haver o recolhimento retroativo da complementação de 9 ou 15%, acrescida dos encargos legais.
Frente ao exposto, sugere-se que o candidato faça uma leitura atenta da contagem recíproca do
tempo de contribuição na CF/88 e na Lei de Benefícios, eis que, não raro, suas disposições são
cobradas ipsis litteris nas provas de Procurador Federal. No caso do caput do art. 94 da Lei nº
8.213/91 não foi diferente, eis que, na última prova objetiva de Procurador Federal (2013), o tema
foi requisitado do seguinte modo: “Para fins de concessão dos benefícios previstos no RGPS ou
no serviço público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade
privada e do tempo de serviço na administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas
de previdência social se compensarão financeiramente”.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Nos termos da Lei nº 8.213/91, art. 45, caput, o valor da aposentadoria por invalidez do segurado
que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e
cinco por cento). “A justificativa da criação legal desse acréscimo é que o aposentado por invalidez
terá maiores custos, pois precisará contratar alguém para assisti-lo, ou algum familiar deixará de
trabalhar para fazê-lo” (AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. 9. ed. rev.
ampl. e atual. Salvador: Juspodium, 2017, p. 680). Inicialmente, entendeu-se, pela dicção literal
do dispositivo, que o acréscimo seria exclusivo da aposentadoria por invalidez. Isto é, não haveria
que se falar em concessão do acréscimo quando o segurado recebesse auxílio-doença, renda
mensal vitalícia ou benefício assistencial de prestação continuada. Todavia, surgiu a dúvida de
se o acréscimo poderia ser estendido a outras espécies de aposentadoria. Imagine o caso de
um aposentado por idade que sofre um acidente vascular cerebral (AVC) e passa a necessitar
do auxílio permanente de terceiros para que desenvolva as suas atividades diárias. O INSS, com
base na Lei nº 8.213/91, indefere esses pedidos de acréscimo sob a alegação de que apenas os
aposentados por invalidez teriam esse direito, uma vez que não há previsão legal de extensão às
demais espécies de aposentadoria e que se deve obediência ao Princípio da Precedência da Fonte
de Custeio. Todavia, judicialmente passou-se a admiti-los. A TNU, por exemplo, estendeu o auxílio-
GABARITO: ERRADO
45. Os valores previdenciários não recebidos pelo segurado em vida, mesmo que
reconhecidos apenas judicialmente, devem ser pagos, prioritariamente, aos dependentes
habilitados à pensão por morte, para só então, na falta destes, serem pagos aos demais
sucessores na forma da lei civil.
COMENTÁRIO
O enunciado acima trazido reflete o teor do art. 112 da Lei nº 8.213/91, o qual dispõe que o valor
não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus dependentes habilitados à pensão
por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, independentemente de
inventário ou arrolamento. O dispositivo tem aplicação tanto no âmbito administrativo quanto
no judicial. Isto é, “em caso de falecimento do autor no curso da ação ou execução, os dependentes
previdenciários do autor falecido poderão habilitar-se, comprovando o óbito e a condição de
dependentes previdenciários, mediante certidão fornecida pelo INSS” (ROCHA, Daniel Machado
da; JUNIOR, José Paulo Baltazar. Comentários à lei de benefícios da previdência social. 11. ed.
rev. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora ESMAFE, 2012, p. 373). Assim, apenas
serão declarados habilitados os sucessores se inexistirem dependentes previdenciários. Todavia,
deve ser observado que ou os valores já estavam disponíveis quando do óbito na via administrativa
como, por exemplo, quando o segurado falece no decorrer do mês e são alcançadas aos seus
herdeiros as parcelas entre a data do início do mês até o seu óbito ou, ainda, quando o falecido
já havia ingressado com ação judicial, tendo vindo a óbito durante sua tramitação. Portanto, os
valores decorrentes da procedência do pedido inicial deverão ser alcançados aos seus dependentes
habilitados à pensão por morte e, se não houver, aos seus herdeiros. Recentemente, a 2ª Turma
do STJ, no julgamento do REsp 1.596.774-RS, em 21/3/2017, cujo Relator foi o Min. Mauro
Campbell Marques (Informativo 600), reiterou o entendimento de que a previsão do art. 112 da Lei
nº 8.213/9, aplicável na via administrativa, também se estende aos casos vencidos na via judicial,
porém considerou legítima a prioridade dos dependentes previdenciários, em relação aos demais
sucessores, no recebimento de valores não pagos em vida ao segurado. Restou decidido que “os
valores previdenciários não recebidos pelo segurado em vida, mesmo que reconhecidos
apenas judicialmente, devem ser pagos, prioritariamente, aos dependentes habilitados à
pensão por morte, para só então, na falta destes, serem pagos aos demais sucessores na
forma da lei civil”. Ou seja, não há afronta à legalidade a previsão de exclusão dos demais
herdeiros em relação aos dependentes previdenciários, de modo que os valores não recebidos
em vida pelo segurado serão pagos aos dependentes habilitados à pensão por morte e, somente
na ausência destes, aos sucessores civis do falecido, levando-se em conta que nem sempre há
coincidência entre os herdeiros do falecido e os seus dependentes habilitados a receber o benefício
de pensão por morte. Para fins de diferenciação e memorização e em virtude de que o candidato ao
cargo de Procurador Federal deve ter um conhecimento sistêmico para melhor aproveitamento da
sua prova, sugere-se que seja traçado um paralelo entre quem são os dependentes do segurado,
constantes do rol do art. 16 da Lei de Benefícios, e quem são os “sucessores na forma da lei civil”,
ou seja, tal qual dispostos no art. 1.829 do Código Civil a fim de perceber que nem sempre se
identificam.
GABARITO: CERTO
46. Conforme o entendimento sumulado do STJ, a mulher que renunciou aos alimentos na
separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada
a necessidade econômica superveniente.
COMENTÁRIO
O tema trazido no enunciado da questão acima diz respeito à concessão do benefício de pensão
por morte, mais especificamente, à caracterização de quem são os dependentes habilitados à
GABARITO: CERTO
47. A Súmula 24 da AGU não permite a contagem, como tempo de contribuição, do tempo
exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado profissional
realizado em escolas técnicas, ainda que comprovada a remuneração, mesmo que indireta,
à conta do orçamento público e o vínculo empregatício.
COMENTÁRIO
Com a edição da EC nº 20/98, a aposentadoria por tempo de serviço foi extinta e, em seu lugar,
surgiu a aposentadoria por tempo de contribuição. Significa dizer que não basta mais ao segurado
trabalhar se não comprovar o recolhimento das contribuições, sejam elas reais ou presumidas.
“Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde início até a data
do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados
os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção
de exercício e de desligamento de atividade” (AMADO, Frederico. Curso de direito e processo
previdenciário. 9. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Juspodium, 2017, p. 714). Até que lei específica
disciplina a matéria, utiliza-se, entre outros, os períodos constantes nos incisos do art. 60 do
Decreto nº 3.048/99 para fins de cômputo como tempo de contribuição. Dentre eles, destaca-se
o inciso XXII do art. 60 do Decreto nº 3.048/99, é contado, como tempo de contribuição, o tempo
exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado profissional realizado
em escola técnica, desde que comprovada a remuneração, mesmo que indireta, à conta do
orçamento público e o vínculo empregatício. A TNU possui o mesmo entendimento consolidado na
sua Súmula nº 18, a qual refere que, “provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal
recebia remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, o respectivo
tempo de serviço pode ser computado para fins de aposentadoria previdenciária”. Significa dizer
que “o aluno-aprendiz, diferentemente do que ocorre com o menor-aprendiz, para o qual o tempo
de serviço sempre é computado para fins previdenciários, tem direito ao cômputo do tempo de
aprendizagem em escola técnica federal desde que comprove que recebeu contraprestação direta
ou indireta da instituição de ensino” (Conselho da Justiça Federal. Turma Nacional de Uniformização
dos Juizados Especiais Federais. Comentários às súmulas da Turma Nacional de Uniformização
dos Juizados Especiais Federais. KOEHLER, Frederico Augusto (Coord.). Brasília: Conselho da
Justiça Federal, Centro de Estudos Judiciários, 2016, p. 105-109). Esse entendimento já vinha,
inclusive, estampado na Súmula nº 96 do TCU. A AGU, por sua vez, consolidou o entendimento
na sua Súmula nº 24, a qual dispõe que “é permitida a contagem, como tempo de contribuição, do
tempo exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado profissional
realizado em escolas técnicas, desde que comprovada a remuneração, mesmo que indireta,
à conta do orçamento público e o vínculo empregatício”. Portanto, a assertiva acima trazida
está errada, pois vai de encontro ao disposto no inciso XXII do art. 60 do Decreto nº 3.048/99,
bem como às súmulas mencionadas. Por fim, deixa-se como sugestão, ao candidato, se possível,
que realize a leitura do art. 60 do Decreto nº 3.048/99, eis que ele traz maior número de hipóteses
de reconhecimento de tempo de contribuição se comparado à Lei nº 8.213/91, bem como não
se pode olvidar que consta do último edital fazendo parte do conteúdo programático da prova de
Procurador Federal. Ainda, a título de reforço argumentativo, sugere-se a leitura das súmulas da
AGU, principalmente para a segunda fase do certame, eis que, não raro, algum dos casos nelas
disciplinado é trazido no bojo da prova discursiva, podendo o candidato, caso se recorde, utilizá-las
como fundamento de sua resposta dissertativa.
GABARITO: ERRADO
48. Conforme entendimento do STJ, o normativo contido no inciso II do artigo 115 da Lei
n. 8.213/1991 não autoriza o INSS a descontar, na via administrativa, valores concedidos a
título de tutela antecipada, posteriormente cassada com a improcedência do pedido.
COMENTÁRIO
Nos termos do inciso II do art. 115 da Lei nº 8.213/91, o pagamento de benefício além do devido
pode ser descontado do valor de benefícios previdenciários por ela mantidos. Todavia, o inciso
II do art. 115 da Lei nº 8.213/91 não autoriza a Autarquia Previdenciária a descontar, na via
administrativa, valores concedidos a título de tutela antecipada (tutela provisória de urgência)
que foi posteriormente revogada quando do julgamento de improcedência do pedido. Para
que o INSS se ressarça desses valores antecipados, será necessário que promova a ação judicial
cabível. Esse entendimento foi trazido recentemente pela 1ª Turma do STJ, em 23/5/2017, no
julgamento do REsp. 1.338.912-SE, Rel. Min. Benedito Gonçalves (Informativo nº 605). Portanto,
o candidato deve diferenciar duas situações. A primeira diz respeito à incidência do inciso II do
art. 115 da Lei nº 8.213/91. É o caso de segurado, que aposentado do RGPS, deveria receber um
salário mínimo por mês, mas, por equívoco, o INSS lhe deposita, por determinado período, dois
salários mínimos por mês. Nesse caso, após o devido processo administrativo, em que dada a
possibilidade de defesa ao segurado, o INSS poderá promover os descontos desses valores do
benefício mantido em prol do segurado, caso o segurado não ressarça esses valores de uma única
vez à Autarquia Previdenciária. A segunda situação, que está estampada no julgamento do STJ
refere-se ao caso de segurado que, por exemplo, é aposentadoria por tempo de contribuição, e
ingressou com ação judicial postulando que lhe fosse concedido provisoriamente o adicional de
25%, pois alegou depender da ajuda permanente de terceiros. O juízo concedeu a tutela. Todavia,
em sede de sentença, o juiz entendeu por revogar a tutela, pois se deu conta de que o autor era
beneficiário de aposentadoria por tempo de contribuição, e não de aposentadoria por invalidez e a
Lei nº 8.213/91 somente estenderia à essa o auxílio-acompanhante. Nesse segundo caso, conforme
o entendimento do STJ, o INSS não pode, ainda que já transitado em julgado o processo judicial
em que a tutela foi revogada, promover, de imediato, o desconto mensal do benefício do autor no
que tange às parcelas que lhe foram alcançadas em virtude de decisão judicial posteriormente
revogada. Nessa hipótese, resta ao INSS, para ser ressarcido desses valores, ajuizar ação própria
de cobrança. Portanto, correta a assertiva acima trazida, eis que reflete o atual entendimento do
STJ.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O salário-maternidade está previsto nos arts. 71 a 73 da Lei nº 8.213/91 e nos arts. 93 a 103 do
Decreto nº 3.048/99. Ele é um benefício previdenciário estendido a todas as seguradas do RGPS.
O seu objetivo é substituir a remuneração em virtude do nascimento do seu filho ou em razão da
adoção de uma criança. Em regra, o salário-maternidade é devido à segurada da previdência
social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início 28 (vinte e oito) dias antes e término 91
(noventa e um) dias depois do parto, podendo ser prorrogado. Nos termos do § 3º do art. 93
do RPS, o salário-maternidade será prorrogado, em casos excepcionais, quando os períodos de
repouso anterior e posterior ao parto poderão ser aumentados de mais duas semanas, mediante
atestado médico específico. Assim, o salário-maternidade poderá alcançar o tempo total de 148
dias, os quais corresponderão aos 120 (cento e vinte) dias do salário-maternidade acrescidos
de 2 (duas) semanas anteriores e 2 (duas) semanas posteriores ao parto. “Insta salientar que a
prorrogação dos períodos de repouso anterior e posterior ao parto consiste em excepcionalidade,
compreendendo as situações em que exista algum risco para a vida do feto ou da criança ou da
mãe, devendo o atestado médico ser apreciado pela Perícia Médica do INSS, exceto nos casos
de segurada empregada, que é pago diretamente pela empresa” (AMADO, Frederico. Curso de
direito e processo previdenciário. 9. ed. Salvador: Juspodium, p. 857). Portanto, cotejando-se o
teor do § 3º do art. 93 do RPS com a assertiva acima trazida, verifica-se que ela está incorreta, pois
refere a impossibilidade de prorrogação do salário-maternidade, contrariando a legislação em vigor.
Registra-se que o Decreto nº 3.048/99 não é o único diploma legal vigente a trazer hipótese de
prorrogação do salário-maternidade. A Lei nº 13.301, de 27 de junho de 2016, que dispõe sobre a
adoção de medidas de vigilância em saúde quando verificada situação de iminente perigo à saúde
pública pela presença do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do vírus
da zika, prevê, em seu art. 18, §§ 3º e 4º, que o salário-maternidade será de 180 (cento e oitenta)
dias, no caso das mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti. Deve-se observar, ainda, que, em caso de parto antecipado,
a segurada terá direito aos 120 (cento e vinte) dias correspondentes ao salário-maternidade.
Todavia, em caso de aborto, se for não criminoso e comprovado mediante atestado médico, a
segurada terá direito ao salário-maternidade, porém limitado a 2 (duas) semanas. Ainda, merece
atenção a disposição do RPS, art. 93-A, § 1º, relativa ao pagamento do salário-maternidade à
segurada (adotante) independentemente de a mãe biológica ter recebido o mesmo benefício
quando do nascimento da criança. No que tange à adoção, o Decreto nº 3.048/99 também dispõe
que, quando houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é devido
um único salário-maternidade relativo à criança de menor idade. Ademais, caso a segurada
aposentada retorne à atividade laboral, fará jus ao recebimento do salário-maternidade. Significa
dizer que a aposentadoria deve ter se dado por idade, especial ou por tempo de contribuição, uma
vez que a aposentadoria por invalidez não permite a cumulação de atividade laboral e exercício
de atividade remunerada, salvo quando se tratar de recebimento de mensalidade de recuperação.
Tendo em vista que o último edital publicado para o concurso de Procurador Federal continha, em
seu conteúdo programático, menção ao Decreto nº 3.048/99, sugere-se sua leitura especialmente
no que tange aos arts. 93 a 103 do Decreto nº 3.048/99, eis que esmiúça o que é trazido pela Lei
nº 8.213/91.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Nos termos do caput do art. 74 da Lei nº 8.213/91, a pensão por morte é devida ao conjunto dos
dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data do óbito, quando
requerida até 90 dias depois deste; do requerimento, quando requerimento após os 90 dias
posteriores ao óbito; da decisão judicial, no caso de morte presumida. Todavia, o art. 74 da Lei de
Benefícios não é suficiente, por si só, para resolver a questão. Assim, o candidato deve realizar
a leitura conjugada do referido dispositivo com o inciso I do art. 16 da Lei nº 8.213/91. Ver-se-á
que são elencados como beneficiários do RGPS, na condição de dependentes (presumidos) do
segurado: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave. Observa-se, portanto, que a Lei nº 8.213/91 fixa, como limite etário,
21 anos, ao filho para fins de percepção de pensão por morte. Todavia, por algum período se
discutiu se a idade poderia ou não ser elevada para 24 anos, caso o filho estivesse frequentando
universidade à similaridade do direito de família, em que a jurisprudência entende que o filho até
24 anos tem direito à pensão alimentícia, caso seja estudante universitário. A discussão chegou ao
STJ, o qual decidiu que não é possível estender a pensão por morte até os 24 anos de idade pelo
fato de o filho beneficiário ser estudante universitário. “PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. OMISSÃO DO TRIBUNAL A
QUO. NÃO OCORRÊNCIA. PENSÃO POR MORTE. LEI EM VIGOR POR OCASIÃO DO FATO
GERADOR. OBSERVÂNCIA. SÚMULA 340/STJ. MANUTENÇÃO A FILHO MAIOR DE 21 ANOS E
NÃO INVÁLIDO. VEDAÇÃO LEGAL. RECURSO PROVIDO. (...) A jurisprudência do STJ já firmou
o entendimento de que a pensão por morte rege-se pela lei vigente à época do óbito do segurado.
Na hipótese dos autos, o falecimento do pai do agravante ocorreu em 16.02.1997, na vigência da
Lei 8.213/91, que prevê em seu artigo 77, § 2º, inciso II, a cessação da pensão por morte ao filho,
quando completar 21 anos de idade, salvo se for inválido” (REsp. 1.369.832-SP. Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima). Nesse mesmo sentido é o Enunciado 37 da TNU: “A pensão por morte, devida ao
filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário”. Desse modo,
o teor da assertiva acima trazida está incorreto, uma vez que a Lei nº 8.213/91, art. 16, inciso I
prevê quem são os dependentes do segurado e não elencado, dentre eles, o filho maior de 21
anos, ainda que seja estudante universitário. Desse modo, verifica-se que o enunciado da questão
acima trazida está em dissonância com o entendimento atual do STJ de modo que a assertiva está
errada, pois o STJ não admite a prorrogação do pagamento da pensão por morte pelo INSS além
do período delimitado legalmente, ou seja, após os 21 anos do dependente, ainda que se trate de
filho cursando universidade.
GABARITO: ERRADO
DIREITO AGRÁRIO
COMENTÁRIO
2) Contraditório administrativo;
Assim também dispõe a Lei n.º 6.001, de 19 de dezembro de 1973 (Estatuto do índio):
Art. 19. As terras indígenas, por iniciativa e sob orientação do órgão federal de assistência
ao índio, serão administrativamente demarcadas, de acordo com o processo estabelecido
em decreto do Poder Executivo.
Desta forma, a demarcação deve ser homologada por decreto do Presidente e não por meio de
resolução.
GABARITO: ERRADO
52. Para a alienação ou a concessão de terras públicas para fins de reforma agrária, é
desnecessária a aprovação do Congresso Nacional.
COMENTÁRIO
A assertiva encontra correta, pois, conforme prevê o art. 188 da Constituição Federal de 1988, a
alienação para fins de reforma agrária é uma exceção. Segue o dispositivo:
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política
agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
GABARITO: CERTO
DIREITO AMBIENTAL
COMENTÁRIO
A afirmação está correta. O caput do art. 225 da CF/1988 se inspirou na doutrina antropocêntrica,
uma vez que instituiu o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem
de uso comum do povo. Em outros termos, extrai-se dessa norma que a proteção e preservação
ambiental atende aos interesses humanos. Por outro ângulo, encontramos também o influxo das
teorias eco e biocentrista no inc. VII, do § 1º do art. 225, segundo o qual incumbe ao Poder
Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
A doutrina explica que “na perspectiva ética, a norma constitucional, por refletir a marca da
transição e do compromisso, incorporou aspectos estritamente antropocêntricos (proteção de favor
das ‘presentes e futuras gerações’, p. ex., mencionado no art. 225, caput) e outros com clara
filiação biocêntrica (p. ex., a noção de ‘preservação’, no caput do art. 225)”. Em outras palavras, “o
constituinte desenhou um regime de direitos de filiação antropocêntrica temporalmente mitigada
(com titularidade conferida também às gerações futuras), atrelado, de modo surpreendente, a um
feixe de obrigações com beneficiários que vão além, muito além, da reduzida esfera daquilo que se
chama de humanidade. Se é certo que não se chega, pela via direta, a atribuir direitos à natureza,
o legislador constitucional não hesitou em nela reconhecer valor intrínseco, estatuindo deveres a
serem cobrados dos sujeitos-humanos em favor dos elementos bióticos a abióticos que compõem
as bases da vida”. (BENJAMIM, Antônio Herman. Direito constitucional ambiental brasileiro. José
Gomes Canotilho e José Rubens Morato Leite (organizadores). São Paulo: Saraiva, 2007, p. 110).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A afirmativa está errada, pois nas infrações de transporte, caso a quantidade ou espécie constatada
no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o
agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização,
nos termos do § 3º do art. 47 do Decreto nº 6.514/2008 (na redação dada pelo Decreto nº 6.686,
de 2008). Assim, caso haja fiscalização e se verifique que parte da madeira transportada está de
acordo com a licença ambiental e parte em desacordo, cabe ao fiscal ambiental promover a autuação
da totalidade da carga. A intenção do legislador é punir a fraude, pois o infrator tenta ludibriar a
fiscalização, portando uma licença que não condiz com a realidade da carga que transporta. O
infrator pretende transportar madeira ilegal, ou seja, madeira de origem de desflorestamento sem
autorização ou proveniente de áreas onde é vedada a exploração de madeira.
Veja-se que o § 1º do art. 47 tipifica como infração o transporte sem licença e também o transporte
realizado em desacordo com a licença obtida.
Nesse tipo de infração, o agente ambiental deve conferir toda a carga transportada. Como é de
conhecimento de todos que os órgãos públicos normalmente contam com quadro de pessoal
reduzido, com fiscais em número insuficiente para promover as fiscalizações necessárias, os
infratores contam com a possibilidade de realizar o transporte de madeira em quantidade ou espécie
diferente da licença obtida e não serem parados pela fiscalização ambiental. A licença apenas daria
uma aparência de legalidade da carga.
GABARITO: ERRADO
55. Constatada a infração ambiental, o agente autuante, no uso do seu poder de polícia,
poderá adotar medida administrativa de apreensão dos equipamentos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na infração, sendo vedado ao próprio autuado figurar como
depositários dos bens.
COMENTÁRIO
A assertiva está errada, pois não há vedação a que o infrator assuma o encargo de depositário
dos bens apreendidos. A norma ambiental estabelece que, preferencialmente, os bens
apreendidos deverão ficar sob a guarda do órgão ou entidade responsável pela fiscalização, podendo,
excepcionalmente, ser confiados a fiel depositário, até o julgamento do processo administrativo.
E, a critério da administração, o depósito poderá ser confiado a órgãos e entidades de caráter
ambiental, beneficente, científico, cultural, educacional, hospitalar, penal e militar; ou ao próprio
autuado, desde que a posse dos bens ou animais não traga risco de utilização em novas infrações.
Desta forma, repita-se, a guarda dos bens apreendidos deve, preferencialmente, permanecer com
o órgão fiscalizador, cabendo a nomeação do depositário apenas como medida secundária, a
ser tomada no caso de impossibilidade ou impropriedade das condições de instalação do órgão
fiscalizador. Assim, a guarda dos bens apreendidos deve ficar a cargo do IBAMA (ou órgão estadual),
desde que, por óbvio, possua este condições de proceder a sua guarda de forma adequada e
segura, mantendo o bem em condições de uso e salvaguardado de eventuais danos.
A conclusão advém da conjugação do art. 25 da Lei nº 9.605/1998 c/c arts. 3º, IV; 101, I; 105 e 106
seus parágrafos, todos do Decreto nº 6.514/2008.
GABARITO: ERRADO
Julgue o item subsequente acerca do tratamento dado pelo Novo Código Florestal aos
apicuns e salgados.
COMENTÁRIO
Temos que o Novo Código Florestal, nessa disposição, pretendeu facilitar a regularização das
atividades de carcinicultura e salinas realizada nos apicuns e salgados, sob os fundamentos de
que havia a necessidade de manutenção da área produtiva e o interesse de se manter o pequeno
produtor na região, bem como a inviabilidade de se cumprir o Código revogado (de 1965).
A novel legislação foi bombardeada por diversas críticas de que implantaria uma verdadeira
anistia, relativizando a proteção ambiental. Contudo, os favoráveis à regra alegam a necessidade
de compatibilizar a proteção ambiental com as facetas sociais e econômicas do desenvolvimento
sustentável, de sorte que haveria compensação e benefícios ambientais pela obrigação de proteger
a integridade dos manguezais arbustivos adjacentes.
Por fim, observe-se que apenas será permitida a regularização das atividades e empreendimentos
de carcinicultura e salinas cuja ocupação e implantação tenham ocorrido antes de 22 de julho
de 2008.
GABARITO: ERRADO
Em relação à lei que trata da utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata
Atlântica, julgue o item subsequente.
57. A exploração eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, de espécies da flora
nativa, para consumo nas propriedades ou posses das populações tradicionais ou de
pequenos produtores rurais, é permitida mediante processo simplificado de licenciamento
ambiental.
COMENTÁRIO
A afirmação está errada, porque a exploração eventual da vegetação do Bioma Mata Atlântica,
sem propósito comercial direto ou indireto, de espécies da flora nativa, para consumo nas
propriedades ou posses das populações tradicionais ou de pequenos produtores rurais,
independe de autorização dos órgãos competentes, nos termos do art. 9º da Lei nº 11.428/2006.
Ou seja, não se exige das populações tradicionais e dos pequenos produtores rurais a realização
do procedimento de licenciamento ambiental, seja na modalidade complexa ou simplificada.
Acrescente-se que a própria lei traz a conceituação de pequeno produtor rural e população tradicional,
definindo-os no art. 3º, incisos I e II, respectivamente, como sendo o pequeno produtor rural aquele
que, residindo na zona rural, detenha a posse de gleba rural não superior a 50 (cinquenta) hectares,
explorando-a mediante o trabalho pessoal e de sua família, admitida a ajuda eventual de terceiros,
bem como as posses coletivas de terra considerando-se a fração individual não superior a 50
(cinquenta) hectares, cuja renda bruta seja proveniente de atividades ou usos agrícolas, pecuários
ou silviculturais ou do extrativismo rural em 80% (oitenta por cento) no mínimo; e a população
tradicional aquela que, vivendo em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus
recursos naturais para a sua reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto
ambiental.
Por fim, atente-se que a Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional e sua utilização far-se-á
de maneira a assegurar a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais, conforme estabelece o § 4º do art. 225 da Constituição Federal.
GABARITO: ERRADO
DIREITO CIVIL
58. O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no registro civil
do Brasil, desde que isso não cause prejuízo a terceiros, quando vier a sofrer transtornos
no exercício da cidadania por força da apresentação de documentos estrangeiros com
sobrenome imposto por lei estrangeira e diferente do que consta em seus documentos
brasileiros.
COMENTÁRIO
A questão envolvia a análise do justo motivo previsto nos artigos 56 e 57 da Lei Federal n.º
6.015/1973 – Lei dos Registros Públicos – para alteração do nome:
Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá,
pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os
apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa;
Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após
audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver
sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa,
ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei.
Importante recordar que o registro público é de extrema importância para as relações sociais.
Aliás, o que motiva a existência de registros públicos é exatamente a necessidade de conferir
aos terceiros a segurança jurídica quanto às relações neles refletidas. Por isso, toda alteração de
nome deve ser apreciada à luz do imperativo de segurança jurídica das relações sociais. Esse é
o entendimento do STJ: “A regra da inalterabilidade relativa do nome civil preconiza que o nome
(prenome e sobrenome), estabelecido por ocasião do nascimento, reveste-se de definitividade,
admitindo-se sua modificação, excepcionalmente, nas hipóteses expressamente previstas
em lei ou reconhecidas como excepcionais por decisão judicial (art. 57, Lei 6.015/75),
exigindo-se, para tanto, justo motivo e ausência de prejuízo a terceiros” (REsp 1138103/PR,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 06/09/2011).
No julgamento do REsp n.º 1.310.088 – MG, aplicando os critérios adotados na sua jurisprudência
sedimentada, o STJ entendeu que há justo motivo para alteração do nome, com a finalidade de
uniformização de seus assentos no Brasil e no país em que obteve a dupla cidadania. Isso porque a
flexibilidade na admissão da alteração do nome justifica-se pelo próprio papel que ele desempenha
na formação e consolidação da personalidade de uma pessoa. Com efeito, a apresentação de
documentos contendo informações destoantes nos assentamentos registrais dificulta, na prática,
a realização dos atos da vida civil, além de gerar transtornos e aborrecimentos desnecessários.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Prosseguindo na análise dos principais julgados a respeito dos artigos 56 e 57 da Lei Federal n.º
6.015/1973 – Lei dos Registros Públicos, que considero com maior chance de incidência na sua
prova, por se tratar de matéria corriqueiramente enfrentada pelo STJ, vamos estudar a possibilidade
de alteração do nome civil em caso de abandono afetivo.
No julgamento do REsp 1304718, o STJ entendeu que há justo motivo para alteração do nome
civil na hipótese de indivíduo criado exclusivamente pela mãe e pela avó materna, pelo fato
de o genitor ter o abandonado desde tenra idade, de modo que não desenvolveu com este
qualquer vínculo afetivo. Para o STJ, justamente por ser o nome o traço característico da família,
em caso de abandono pelo pai, não há razão para imutabilização do patronímico.
GABARITO: ERRADO
60. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos.
COMENTÁRIO
Com o intuito de promover a inclusão da pessoa com deficiência, a Lei Federal nº 13.146/15 –
Estatuto da Pessoa com Deficiência – expressamente revogou, em seu artigo 123, os incisos I, II e
III, do artigo 3º, do CC/2002.
Assim, o ordenamento jurídico passou a ter apenas uma hipótese de incapacidade absoluta: os
menores de 16 anos. Deixam de ser absolutamente incapazes os “que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática” dos atos da
vida civil e de ser relativamente incapazes “os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo”.
Inclusive, o artigo 6º da Lei Federal nº 13.146/15 – Estatuto da Pessoa com Deficiência – prevê
que:
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
Muita atenção com essas alterações porque podem ser cobradas na sua prova.
GABARITO: ERRADO
61. As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou
de assistência.
COMENTÁRIO
»» Ponto do edital: 2 Das pessoas. Das pessoas naturais. Das pessoas jurídicas.
Art. 62 (...)
I – assistência social;
III – educação;
IV – saúde;
IX – atividades religiosas;
Portanto, por veicular a redação anterior do artigo 62 do CC/2002, a afirmativa está errada.
GABARITO: ERRADO
62. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas, ou, se funcionarem
no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios.
COMENTÁRIO
Prosseguindo na análise das modificações operadas pela Lei Federal n.º 13.151/2015, verifica-
se que a as atribuições do Ministério Público para velar pelas fundações restou corrigida pela
nova redação do artigo 66, § 1º, do CC/2002. Em verdade, o equivocado cometimento ao
Ministério Público Federal da atribuição de velar pelas fundações que funcionassem no Distrito
Federal ou em Território já havia sido resolvido no julgamento da ADI n.º 2.794-8, que declarou a
inconstitucionalidade da redação originária do artigo 66, § 1º, do CC/2002.
A fim de corrigir legislativamente a questão, a Lei Federal n.º 13.151/2015 dispôs que:
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
GABARITO: CERTO
63. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o
qual ou no caso de o Ministério Público denegá-la, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
COMENTÁRIO
Finalizando o estudo sobre as alterações promovidas pela Lei Federal n.º 13.151/2015, depreende-
se que o artigo 67, inciso III, que antes não fixava um lapso temporal para manifestação do Ministério
Público, passou a estabelecer o prazo de 45 dias para que as alterações do estatuto da fundação
sejam aprovadas pelo parquet:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I – seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta
e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz
supri-la, a requerimento do interessado. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
A alteração teve por finalidade conferir celeridade ao procedimento, evitando que a demorada
atuação do Ministério Público prejudicasse o andamento das alterações estatutárias. Portanto, a
afirmativa está correta
GABARITO: CERTO
64. De acordo com o STJ, os pais de portador de esquizofrenia paranoide que seja solteiro,
maior de idade e more sozinho, têm responsabilidade civil pelos danos causados durante os
recorrentes surtos agressivos de seu filho, no caso em que eles, plenamente cientes dessa
situação, tenham sido omissos na adoção de quaisquer medidas com o propósito de evitar
a repetição desses fatos, deixando de tomar qualquer atitude para interditá-lo ou mantê-lo
sob sua guarda e companhia.
COMENTÁRIO
Por se tratar de tema importante e com muitos detalhes, previamente ao comentário do enunciado,
transcrevo as explicações formuladas na segunda rodada sobre o entendimento do STJ sobre a
(i) É subsidiária porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir
a vítima;
(ii) é condicional e mitigada porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio
mínimo do infante (artigo 928, parágrafo único do CC/2002 e Enunciado n.º 39 CJF/STJ – “A
impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928, traduz um dever de
indenização equitativa, informado pelo princípio constitucional da proteção à dignidade da pessoa
humana. Como consequência, também os pais, tutores e curadores serão beneficiados pelo limite
humanitário do dever de indenizar, de modo que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará
não quando esgotados todos os recursos do responsável, mas se reduzidos estes ao montante
necessário à manutenção de sua dignidade”.);
(iii) equitativa, tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo
necessário para a sobrevivência digna do incapaz (artigo 928, parágrafo único do CC/2002 e
Enunciado n.º 449 CJF/STJ – “A indenização equitativa a que se refere o art. 928, parágrafo único,
do Código Civil não é necessariamente reduzida sem prejuízo do Enunciado n. 39 da I Jornada de
Direito Civil”).
Na hipótese proposta pelo enunciado, o STJ entendeu que o CC/2002 impõe aos genitores, em
vários dispositivos – como, por exemplo, o artigo 1.566, inciso IV, do CC/2002 – o dever natural de
cuidar, de instruir, de proteger e de vigiar sua prole, obrigações essas inseridas no próprio conceito
de guarda, que deve ser estendida, por força do art. 1.590 do CC/2002, também aos denominados
maiores incapazes. Para o STJ, caberia aos pais de portador de esquizofrenia paranoide maior de
idade, assim, tomar cuidados para, ao menos, tentar evitar que seu filho cometa agressões contra
terceiros.
Pessoal, apesar de alguns julgados apresentarem uma situação fática peculiar, podem sim ser
cobrados em prova, não devendo ser estudados apenas aqueles entendimentos que se restringem
a teses jurídicas e interpretação de lei.
GABARITO: CERTO
65. Segundo o STJ, caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade
civil pelos danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir
a interrupção, deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível
com a vida extrauterina.
COMENTÁRIO
Para compreender a questão, necessário um breve relato da situação fática apreciada pelo STJ.
Em 2005, o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz impetrou habeas corpus para impedir que uma mulher
grávida levasse adiante, com auxílio médico, a interrupção da gravidez de feto diagnosticado com
síndrome de Body Stalk – denominação dada a um conjunto de malformações que inviabilizam a
vida fora do útero. No habeas corpus impetrado em favor do feto, o padre afirmou que os pais iriam
praticar um homicídio. Deferida a liminar em habeas corpus, determinou-se que o procedimento
fosse suspenso e que a gravidez prosseguisse. Alguns dias após, nasceu a criança, mas morreu
menos de duas horas depois do parto. Sentindo-se prejudicada, a mulher intentou ação de
indenização por danos morais em face do Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, sustentando que houve
um abuso de direito na impetração do habeas corpus.
No julgamento do REsp 1.467.888-GO, o STJ decidiu ser induvidoso o dano causado por abuso do
direito de ação, na medida em que a interrupção da gestação do feto com síndrome de Body Stalk,
que era uma decisão pensada e avalizada por médicos e pelo Poder Judiciário, e ainda assim, de
impactos emocionais incalculáveis, foi impedida pela atuação do Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz.
O aluno aqui poderia se perguntar se a responsabilidade pelo prejuízo não seria do Poder Judiciário.
Particularmente entendo que sim, mas o STJ fundamentou que a busca do Poder Judiciário por
uma tutela de urgência traz, para aquele que a maneja, o ônus da responsabilidade pelos danos
que porventura a concessão do pleito venha a produzir, mormente quando ocorre hipótese de
abuso de direito, nos termos do artigo 302 do CPC.
A decisão do STJ no REsp 1.467.888-GO ainda teve o efeito reflexo de ampliar o campo de incidência
do entendimento firmado na ADPF 54 a outros casos de má-formação fetal que impossibilitem a
vida extrauterina.
GABARITO: CERTO
66. Segundo o STJ, pessoa jurídica de direito público não pode ser ressarcida por dano
moral.
COMENTÁRIO
Em que pese a Súmula n.º 227 do STJ, no sentido de que pessoa jurídica pode sofrer dano moral,
no julgamento do REsp 1.258.389, o STJ entendeu que referido entendimento não se aplica a
pessoas jurídicas de direito público.
Com efeito, embora a indenizabilidade do dano moral esteja prevista nos incisos V e X, do artigo 5º
da CF/88, trata-se de direito fundamental titularizado pelo indivíduo perante o Estado.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Muito cuidado porque a afirmativa pode induzir a erro por se bastante convincente. Com efeito,
parte da doutrina conceitua usucapião como sendo uma forma de prescrição aquisitiva do direto
a propriedade, como bem explica Silvio Venosa: “É tida como aquisitiva essa prescrição porque,
solidificando uma situação fática, pelo decurso de tempo, confere direito real ao possuidor. O
direito do possuidor convalesce, ainda que a princípio não seja perfeito”. A partir desse conceito,
construiu-se a tese de que, por se tratar de prescrição, poderia ser reconhecida de ofício pelo juízo,
nos termos do artigo 332, § 1º, do CPC.
O STJ, ao enfrentar referida tese, no julgamento do REsp 1.106.809-RS, decidiu que a usucapião
não pode ser reconhecida de ofício. Isso porque, tecnicamente, não seria correto aproximar às
cegas os institutos da prescrição e da usucapião, tratando-se de comparação com fundamento
mais histórico do que relacionado à natureza dos institutos. Com efeito, a prescrição implica
em perda da pretensão do exercício de um direito, enquanto que a usucapião corresponde à
aquisição especificamente do direito de propriedade pelo decurso do tempo. Assim, por resultar o
reconhecimento de usucapião na aquisição de um direito, deve ser alegada pelo beneficiário, não
podendo ser suprida pelo Poder Judiciário.
GABARITO: ERRADO
DIREITO EMPRESARIAL
COMENTÁRIO
Segundo a doutrina de André Luiz Santa Cruz Ramos, quanto à forma de transferência ou circulação
os títulos de crédito podem ser: a) ao portador; b) nominais à ordem; c) nominais não à ordem; d)
nominativos.
Já quanto ao modelo os títulos de crédito podem ser livres ou vinculados e quanto às hipóteses de
emissão os títulos de crédito podem ser causais ou abstratos.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
a) Princípio da novidade: o nome empresarial que será criado, deve ser diferente dos já existentes.
Para tanto, deve ser feita uma busca prévia na Junta Comercial a fim de verificar se já há algum
nome parecido ou idêntico ao que se pretende criar. Não havendo, pode-se realizar o registro do
nome empresarial (CC art. 1163 e Lei 8934/94, art. 34). Assim dispõe o art. 1163 do CC: “O nome
de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.”
b) Princípio da veracidade: este princípio requer que a firma individual contenha o nome do
empresário e a social, o nome, pelo menos, de um dos sócios da sociedade empresária, revelando,
tanto como firma ou denominação, seus sócios, sua responsabilidade, a atividade prevista no
contrato social e a estrutura empresarial; não pode conter dados inverídicos. Portanto, o nome
GABARITO: CERTO
70. O banco sacado não é parte legítima para figurar no polo passivo de ação ajuizada com
o objetivo de reparar os prejuízos decorrentes da devolução de cheque sem provisão de
fundos emitido por correntista.
COMENTÁRIO
O credor não é obrigado a receber o pagamento por meio de cheque e, caso não queira correr o
risco da devolução por falta de fundos, pode recusar esta forma de pagamento ou contratar uma
empresa de factoring que “compre” o título e assuma os riscos.
Não existe lei que estabeleça solidariedade entre o banco sacado e o emitente do cheque
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
72. Constitui meio de recuperação judicial, entre outros, a redução salarial, compensação de
horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva.
COMENTÁRIO
Esta assertiva tem previsão legal no art. 50, inciso VIII, da Lei n.º 11.101/2005 - Lei de Recuperação
Judicial, Extrajudicial e Falência. Segue in verbis:
GABARITO: CERTO
Observação:
Queridos alunos,
O enunciado da peça processual trabalhista continha referência, ao final, de que vocês utilizassem,
como data, o prazo final para a apresentação da medida processual cabível. O enunciado ainda
trazia a informação de que a reclamatória trabalhista havia sido ajuizada por Albertina em face do
INSS em 1/8/2017. No espelho de correção, optei por não avaliar vocês quanto ao cômputo do
prazo, eis que as matérias trazidas no decorrer da peça, conforme vários “feedbacks” dos alunos
que a mim chegaram, já havia sido por demais complexa. Todavia, em virtude da importância do
tema – contagem dos prazos processuais – eu e Maria Helena, nossa Coordenadora do CEI-
PGF, acordamos de que seria necessário trazer uma abordagem, ainda que rápida, a respeito
do assunto. Primeira observação, a questão refere que a reclamatória foi ajuizada em 1/8/2017,
porém não trouxe o prazo de notificação do INSS. Desse modo, levando-se em consideração
apenas os dados trazidos pelo enunciado, vamos considerar 1/8/2017 como data de ajuizamento e
de notificação da Autarquia. Tendo em vista que não se aplica à Fazenda Pública o disposto no art.
183 do NCPC, mas, sim, o art. 1º do Decreto-lei nº 779/69, o qual determina que, nos processos
perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais
que não explorem atividade econômica, o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, “in fine”, da
Consolidação das Leis do Trabalho; e o prazo em dobro para recurso deve-se considerar, portanto,
como data final para a apresentação da contestação o dia de 21 de agosto de 2017. Ou seja, uma
vez que há regra própria no âmbito trabalhista, mantém-se, portanto, o prazo em quádruplo para
contestar. Desse modo, considera-se 4 vezes 5 dias, nos termos do caput do art. 841 da CLT, o qual
dispõe que “recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta
e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao
mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida,
depois de 5 (cinco) dias”. Ademais, insta seja observado que, por força da Instrução Normativa nº
39, de 2016, do TST, especialmente do seu art. 2º, inciso III, não se aplica, no âmbito trabalhista,
a contagem dos prazos em dias úteis, eis que apenas haverá guarida para essa nova forma de
contagem dos prazos com a entrada em vigor da Lei nº 13.467, em 11.11.2017. Portanto, atenção
redobrada à contagem dos prazos em dias úteis na seara trabalhista a contar de 11.11.2017.
73. A partir da entrada em vigor da Lei nº 13.467, prevista para 11.11.2017, desde que haja
concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo
que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias úteis e os demais não poderão ser
inferiores a cinco dias úteis, cada um.
COMENTÁRIO
As férias são definidas como o “lapso temporal remunerado, de frequência anual, constituído
de diversos dias sequenciais, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua
disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas
energias e de sua inserção familiar, comunitária e política” (DELGADO, Maurício Godinho. Curso
de direito do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 978). Na CLT, estão previstas no art. 134.
O caput do referido dispositivo prevê que as férias são concedidas, por ato do empregador, em
um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o
direito. Nos termos do § 1º do citado art. 134, apenas em casos excepcionais, as férias poderão
ser concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias
corridos. Todavia, a partir da vigência da Lei nº 13.467, prevista para 11.11.2017, desde que haja
concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo
que um deles não poderá ser inferior a 14 (quatorze) dias corridos e os demais não poderão
ser inferiores a 5 (cinco) dias corridos, cada um. Verifica-se, assim, alteração relevante do
§ 1º pela reforma trabalhista uma vez que passa a exigir a concordância do empregado para
o fracionamento das férias e estabelece como se dará o período mínimo do seu gozo, quando
fracionada, ou seja, um dos períodos não poderá ser inferior a 14 (quatorze) dias e os demais
não inferior a 5 (cinco) dias. O candidato deve atentar que os dias serão corridos, e não úteis,
motivo pelo qual o enunciado da questão acima trazido está incorreto. Ainda, deve-se observar que
o fracionamento das férias não é apenas possível nem foi inaugurado com a Lei nº 13.467/2017.
Portanto, eventual questão referindo que o fracionamento somente ingressou no ordenamento
trabalhista com a reforma ou que somente é possível após a reforma estará errada, pois, antes da
reforma, o fracionamento já era possível, porém restrito a casos excepcionais. Isto é, somente era
permitido que as férias fossem concedidas em 2 (dois) períodos, e um dos quais não poderia ser
inferior a 10 (dez) dias corridos. Essa alteração legislativa veio ao encontro do já propagado pelo
art. 8 da Convenção 132 OIT (Decreto nº 3.197/1999, que promulga a Convenção nº 132 da OIT
sobre férias anuais remuneradas), o qual dispõe que, uma das frações do período de férias deverá
corresponder a, pelo menos, 2 (duas) semanas de trabalho ininterrupto. Desde 2015, com a edição
da LC nº 150, que dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico, o fracionamento das férias já era
permitido em 2 (dois) períodos desde que um dos períodos fosse de, no mínimo 14 (quatorze) dias
corridos. Todavia, diferentemente da nova disposição da CLT, na LC nº 150/2015, o fracionamento
não requer a concordância do empregado, ficando a critério do empregador. Ademais, a Lei nº
13.467/2017 inseriu o § 3º ao art. 134 da CLT dispondo que é vedado o início das férias no período
de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Esse novo dispositivo
legal também vem ao encontro do que já dispunha a jurisprudência pátria. O Precedente Normativo
nº 100 do TST refere que o início das férias, coletivas ou individuais, não poderá coincidir com
sábado, domingo, feriado ou dia de compensação de repouso semanal. No que tange ao § 2º do
art. 134 da CLT, observa-se que a Lei nº 13.467/2017 o revogou de modo que independentemente
da idade do trabalhador, as férias poderão ser fracionadas.
Férias
CLT (antes da Lei nº 13.467, de 2017) CLT (após a Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 134. As férias serão concedidas por ato do Art. 134. As férias serão concedidas por ato do
empregador, em um só período, nos 12 (doze) empregador, em um só período, nos 12 (doze)
meses subsequentes à data em que o empregado meses subsequentes à data em que o empregado
tiver adquirido o direito. tiver adquirido o direito.
§ 1º. Desde que haja concordância do empregado,
§ 1º. Somente em casos excepcionais serão as férias poderão ser usufruídas em até três
as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um períodos, sendo que um deles não poderá ser
dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias inferior a quatorze dias corridos e os demais não
corridos. poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada
um.
GABARITO: ERRADO
74. Nos termos da Lei nº 13.467/2017, o contrato de trabalho não poderá ser extinto por
acordo entre empregado e empregador.
COMENTÁRIO
A Lei nº 13.467, que inaugura a reforma trabalhista, e contém previsão de vigência a contar de
11.11.2017, prevê nova forma de extinção do contrato de trabalho. Até sua entrada em vigor, o
contrato de trabalho se extingue ou por decisão do empregador ou por a pedido do empregado.
Todavia, a contar de 11.11.2017, o contrato de trabalho poderá ser extinto mediante acordo entre
as partes. Nesse caso, serão devidos, pela metade, o aviso prévio, se indenizado, pois, se
trabalhado, será cumprido integralmente; e a indenização sobre o saldo do FGTS, também
pela metade, à similaridade do que ocorre com os casos de culpa recíproca e de força maior,
nos termos do § 2º do art. 17 da Lei nº 8.036. No que tange às demais verbas, serão devidas
integralmente. Desse modo, o enunciado da questão acima trazida está incorreto, pois refere
a impossibilidade, a partir da entrada em vigor da reforma trabalhista, da extinção do contrato
de trabalho por acordo entre as partes. No contexto do disposto no art. 484-A, § 1º, a extinção
do contrato de trabalho por acordo entre as partes permitirá, ao trabalhador, movimentar a sua
conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), limitada até 80% (oitenta
por cento) do valor dos depósitos. Todavia, a extinção do contrato por acordo não dará direito
ao trabalhador de receber o seguro-desemprego, eis que seu suporte fático prevê o desemprego
involuntário para sua concessão. Sugere-se ao candidato não confundir entre a extinção do contrato
de trabalho por acordo entre as partes e a extinção do contrato de trabalho por culpa recíproca. Em
que pese ambos não deem direito ao recebimento de seguro-desemprego, na culpa recíproca, as
parcelas são devidas pela metade, e, na extinção do contrato por acordo entre as partes, apenas o
aviso prévio, se indenizado, e a indenização do FGTS serão devidos pela metade, pois as demais
verbas serão pagas integralmente.
I - por metade:
Sem dispositivo correspondente na
a) o aviso prévio, se indenizado; e
redação antiga.
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei
no 8.036, de 11 de maio de 1990;
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Tendo em vista que o conteúdo programático do último edital para o concurso de Procurador Federal
continha ponto específico a respeito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de que
o tema – FGTS – também constava do edital para último concurso da DPU e foi efetivamente
cobrado na prova objetiva ocorrida no último dia 24.9.2017, é de bom alvitre não negligenciar o
seu estudo. O FGTS foi criado pela Lei nº 5.107/66. Seu intuito era proteger o trabalhador demitido
sem justa causa. Atualmente, seu regramento é feito pela Lei nº 8.036/90. Nos termos do § 5º
art. 23 da Lei nº 8.036/90 e do art. 55 do Decreto nº 99.684/90, as quais disciplinam o FGTS,
a prescrição para cobrança dos valores não depositados no FGTS seria trintenária, o que era
aceito pela jurisprudência. Inclusive, o TST possuía a Súmula nº 362 nesse sentido: “É trintenária
a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição para o FGTS,
observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do contrato de trabalho”. Todavia, o FGTS
contém previsão constitucional. Está disciplinado na CF/88, art. 7º, inciso III. O mesmo art. 7º
disciplina, em seu inciso XXIX, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, o prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após
a extinção do contrato de trabalho. Desse modo, chegou no STF a discussão acerca da aplicação
ou não do referido inciso XXIX do art. 7º da CF/88 aos depósitos do FGTS, ou seja, se a verba do
FGTS possuiria ou não natureza jurídica de verba trabalhista. Nos autos do ARE nº 709.212/DF,
com repercussão geral, a Suprema Corte, em 13.11.2014, decidiu a respeito do assunto. Chegou-
se à conclusão de que o § 5º art. 23 da Lei nº 8.036/90 e o art. 55 do Decreto nº 99.684/90 estão
em descompasso com a literalidade do dispositivo constitucional, bem como são contrários à
estabilidade das relações jurídicas. Desse modo, foi declarada a inconstitucionalidade das normas
que previam prazo prescricional trintenário para reclamação de valores não depositados no FGTS.
Portanto, valores não depositados ao FGTS devem obedecer à prescrição quinquenal, respeitado
o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Todavia, como haviam prescrições
em curso e por razões de segurança jurídica, o STF entendeu por modular os efeitos da decisão.
Assim, para os casos cujo termo inicial da prescrição – não depósito do FGTS – se dê após a
data do julgamento, aplica-se a prescrição de 5 anos. Para os casos anteriores, ou seja, prazos
prescricionais em curso, aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou 5
anos, a partir da data do julgamento. Houve, portanto, uma mudança substancial da jurisprudência,
motivo pelo qual o TST reformulou o teor da sua Súmula nº 362, que passou a dispor nos seguintes
termos: “FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em razão de erro
material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015. I – Para os casos em que a ciência da lesão
ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-
recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do
contrato; II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014,
aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo
inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF)”. Frente ao exposto, verifica-
se que o enunciado da questão acima trazida está correto, eis que reflete o teor da jurisprudência
atual sobre o tema FGTS e prescrição. Ainda, recomenda-se leitura integral da Lei nº 8.036/90, que
dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências, eis que é de fácil
entendimento e pode contribuir ao candidato alavancar sua pontuação.
GABARITO: CERTO
76. Conforme o entendimento majoritário do STF, a Administração Pública não pode proceder
ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos
servidores públicos, independentemente da demonstração de que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público.
COMENTÁRIO
O direito de greve está assegurado aos trabalhadores em geral pelo art. 9º da CF/88. Consta
que ele é assegurado, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
sobre os interesses que devam por meio dele defender. Tendo em vista que o § 1º do citado art. 9º
dispõe que a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, foi publicada a Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989, que
dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais e regula o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade. No que diz respeito aos servidores públicos, o direito
de greve está permitido pelo inciso VII do art. 37 da CF/88, o qual refere que será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei específica no âmbito da administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Todavia, referida lei específica ainda não foi editada. Desse modo, surgiu a dúvida acerca da (im)
possibilidade de os servidores públicos fazerem greve e se poderia ou não ser utilizada a lei que
rege a greve no âmbito da iniciativa privada a fim de regulamentar a greve no âmbito público. Ao
STF coube dirimir a questão. Decidiu que: “A administração pública deve proceder ao desconto
dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos,
GABARITO: ERRADO
77. Conforme a Lei nº 13.467, de 2017, o valor do depósito recursal será reduzido pela metade
para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.
COMENTÁRIO
Depósito recursal.
CLT (antes da Lei nº 13.467, de 2017) CLT (após a Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 899. Art. 899.
GABARITO: CERTO
78. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso
de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, por violação direta da
Constituição Federal e, ainda por contrariedade a Orientação Jurisprudencial do TST.
COMENTÁRIO
O art. 896 da CLT disciplina as hipóteses de cabimento do recurso de revista. Recurso de revista
é o apelo eminentemente técnico e extraordinário – por isso não permite a revisão de fatos e
provas, mas somente discussão de matéria de direito (Súmula nº 126 do TST) –, cabível contra
acórdãos proferidos pelos TRTs em dissídios individuais, cujo objetivo é a uniformização da
jurisprudência (MACHADO, Costa (Org.); ZAINAGHI, Domingos Sávio (Coord.). CLT interpretada
artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 8. ed. São Paulo: Manole, 2017, p. 883). Todavia, desde
a publicação da Lei nº 9.957, de 2000, quando foi incluído o § 6º ao art. 896 da CLT, as hipóteses de
cabimento do recurso de revista em causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo sofreu restrição.
Dispunha referido § 6º que, nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente seria
admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal
Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República. Em 2014, a Lei nº 13.015
promoveu alterações nos parágrafos do art. 896 da CLT de modo que a disciplina do recurso de
revista nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo passou a ser disciplinada pelo § 9º,
então incluído ao art. 896 da Consolidação Trabalhista. Restou consignado que, quando se tratar
de causa sujeita ao procedimento sumaríssimo (dissídios individuais, cujo valor não exceda a
40 (quarenta) vezes o valor do salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação),
somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme
do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e
por violação direta da Constituição Federal. Inseriu-se, assim, também a possibilidade de sua
interposição quando se tratar de ofensa a súmula vinculante do STF, antes não prevista dentre
suas hipóteses de cabimento. Todavia, não será admitido recurso de revista, ainda que a causa
esteja sujeita ao procedimento sumaríssimo, se o acórdão recorrido tiver contrariado Orientação
Jurisprudencial do TST, pois não há essa previsão na lei. Nesse sentido, inclusive, dispõe a Súmula
442 do TST: “PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO
EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896,
§ 6º, DA CLT, ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 352 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012.
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista
está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou
contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por
contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal”. Desse modo, a assertiva da
questão acima trazida está incorreta, uma vez que mescla, de forma equivocada, a nova redação
do § 9º do art. 896 da CLT com o teor da Súmula nº 442 do TST. Sugere-se ao candidato leitura
atenta do referido art. 896, pois, apesar de o seu § 9º não sofrer alteração pela Lei nº 13.467, de
2017, diversos parágrafos seus foram revogados, bem como foi inserido o art. 896-A.
GABARITO: ERRADO
79. Nos termos da Lei nº 13.467, de 2017, a exceção de incompetência territorial será
apresentada no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que
sinalize a existência desta exceção. Protocolada a petição, o processo não será suspenso e
realizar-se-á a audiência de julgamento, embora ainda não decidida a exceção.
COMENTÁRIO
O tema relativo à competência territorial foi abordado no teor da peça processual trazida na III
Rodada. Todavia, não se adentrou em aspectos relevantes trazidos pela Lei nº 13.467, com vigência
prevista para 11.11.2017. Nos termos do art. 651 da CLT, a competência para o processamento
e julgamento de demandas trabalhistas será determinada pela localidade onde o empregado,
reclamante, ou reclamado, prestou serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro. Referido dispositivo – art. 651 da CLT – não sofreu ingerência da
reforma trabalhista, permanecendo inalterado. Todavia, o mesmo não ocorre com o art. 800 da
CLT. Atualmente, ele dispõe que, “apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos
autos ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na
primeira audiência ou sessão que se seguir”. Com a entrada em vigor da Lei nº 13.467, passa-
se a privilegiar o contraditório e o acesso à justiça quando se estiver tratando de alegação de
incompetência. Nesse caso, o empregador não precisará comparecer no juízo incompetente desde
que, no prazo de 5 (cinco) dias do recebimento da notificação, manifeste-se acerca da incompetência
territorial do juízo por meio de exceção – já surgindo discussão se seria possível ou não alegar a
incompetência em preliminar de contestação nos moldes do NCPC, eis que, a partir da sua entrada
em vigor, não há mais que se falar em exceção de incompetência. Assim, protocolada a petição,
o processo será suspenso e não se realizará a audiência até que se decida a exceção. Deve-
se observar que a movimentação processual não estará totalmente suspensa, pois a exceção
haverá de ser decidida. Trata-se, portanto, de hipótese de suspensão imprópria (parcial), e não
total da marcha processual, suspendendo-se a decisão a respeito do mérito do processo. Assim,
uma vez alegada a incompetência, os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará
o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum, também,
de cinco dias. Caso entenda necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência,
garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória,
no juízo que este houver indicado como competente. Após decidida a exceção de incompetência
territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de
defesa e a instrução processual perante o juízo competente passando-se, assim, ao julgamento
do mérito. Do exposto, verifica-se que questão acima trazida, em sua parte final, confronta com o
teor do § 1º do art. 800 da CLT, inserido pela Lei nº 13.467, de 2017, o que a torna incorreta.
Incompetência territorial
CLT (antes da Lei nº 13.467, de 2017) CLT (após a Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 800 - Apresentada a exceção
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência
de incompetência, abrir-se-á vista
territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação,
dos autos ao exceto, por 24 (vinte e
antes da audiência e em peça que sinalize a existência
quatro) horas improrrogáveis, devendo
desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido
a decisão ser proferida na primeira
neste artigo.
audiência ou sessão que se seguir.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A escolha do tema objeto desta questão diz respeito ao fato de o conteúdo programático do último
edital para o concurso de Procurador Federal conter ponto específico relacionado a execução das
contribuições sociais na Justiça do Trabalho. Nos termos do inciso I do art. 114 da CF/88, compete
à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. Ao mesmo tempo, o referido art. 114, em seu inciso VIII disciplina
que, também é competência da Justiça do Trabalho, a execução, de ofício, das contribuições
sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças
que proferir, ou seja, as contribuições a cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício, bem como aquelas devidas pelo trabalhador e demais segurados da previdência
social. Significa dizer que a Justiça Trabalhista somente é competente para executar, de ofício,
as contribuições sociais que se refiram às verbas que foram objeto da sentença condenatória
ou do acordo homologado. Isto é, não tem competência para executar, de ofício, contribuições
previdenciárias relacionadas a período reconhecido como de relação de emprego, mas que sobre
o qual não houve condenação. Nesse sentido, há a Súmula nº 368 do TST e a Súmula Vinculante
nº 53 do STF. Aquela refere que “DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA.
COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO.
FATO GERADOR. I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das
contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores,
objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição”. Esta, por sua vez,
diz que “a competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal
alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados”. A contrario
sensu, significa dizer que a contribuição social, referente a salário cujo pagamento não foi objeto
da sentença condenatória ou mesmo de acordo, não está sujeita a execução de ofício. Desse
modo, o enunciado da assertiva acima trazida está correto, eis que reflete o que consta na SV nº
53 do STF e na Súmula 368 do TST. Todavia, o candidato deve ficar atento à disposição contida
no parágrafo único do art. 876 da CLT, eis que, em sua parte final, consta que a execução será
realizada de ofício em relação às contribuições sociais em decorrência de decisão proferida pelos
Juízes e Tribunais do Trabalho, que resultem de condenação ou homologação de acordo, inclusive
sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. Ocorre que o Supremo declarou
a inconstitucionalidade dessa parte final do dispositivo, devendo, portanto, ser aplicada a SV nº
53 do STF. Isto é, se a Justiça Trabalhista não se manifestou sobre os salários pagos durante o
período contratual, mas apenas reconheceu a existência do vínculo empregatício, não há que
se falar em constituição do título executivo judicial no que se refere ao crédito de contribuições
previdenciárias (RE 569.056, Rel. Min. Menezes Direito. Tribunal Pleno. J. 11.9.2008). Ademais,
com a entrada em vigor da Lei nº 13.467, em 11.11.2017, o parágrafo único do art. 876 da CLT
passa a ter nova redação consentânea com a SV nº 53 passando a dispor que: “A Justiça do
Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso
II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar”. Caso o aluno
deseje aprofundar o assunto em virtude da importância do tema, bem como analisar o precedente
representativo da controvérsia que deu ensejo à SV nº 53 do STF e, ainda, eventuais julgados
posteriores à edição do enunciado, recomenda-se acesso à página do STF no link: http://www.stf.
jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=2613.
GABARITO: CERTO
81. A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas dispõe que o Estado acreditante
está isento do pagamento de impostos e taxas, entretanto é possível que sejam cobrados
valores referentes a serviços específicos que lhe sejam prestados. Interpretando essa norma
em conjunto com o ordenamento tributário brasileiro, o STJ entende pela possibilidade da
cobrança de taxas.
COMENTÁRIO
Prezados alunos, a questão está correta. Embora haja isenção prevista no artigo 23, da Convenção
de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, bem como no artigo 32, da Convenção de Viena
sobre Relações Consulares, de 1963, há a exceção dos serviços específicos que sejam prestados
aos Estados acreditantes. Vejamos:
Artigo 23
Artigo 32º
Nesse sentido, analisando o art. 145, II, da CF, que trata das espécies de tributos, vemos que o
conceito de taxa no ordenamento brasileiro se enquadra exatamente nessa concepção excepcional,
razão pela qual é possível a cobrança desse tipo de tributo.
O Superior Tribunal de Justiça em diversas oportunidade tem se manifestado nesse sentido, trago
um julgado bastante elucidativo que trata de outros aspectos relacionados a imunidade dos Estados
estrangeiros. Leitura recomendada.
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal”. 4. Prevalece no STF a orientação de que, “salvo renúncia, é
absoluta a imunidade do Estado estrangeiro à jurisdição executória” (ACO 543 AgR,
Relator: Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ de 24.11.2006). Por essa razão,
como decidido pelo Ministro Gilmar Mendes, Relator da ACO 645, se a existência da
demanda for comunicada ao estado estrangeiro, e este não renunciar expressamente
à imunidade de jurisdição, o processo deve ser extinto sem resolução de mérito. 5.
No presente caso, a petição inicial foi extinta de plano, antes mesmo de ter sido dada
ciência ao estado estrangeiro acerca da propositura da demanda, de modo que não lhe
fora oportunizada eventual renúncia à imunidade de jurisdição. Assim, devem os autos
retornar à origem para que se possa consulta-lo sobre a prerrogativa em questão. 6.
Recurso Ordinário parcialmente provido. (STJ - RO: 138 RJ 2012/0188855-6, Relator:
Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 25/02/2014, T2 - SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJe 19/03/2014)
GABARITO: CERTO
82. O Direito Comunitário se caracteriza como um ramo do Direito que busca regular os
mecanismos de integração regional que alcançaram um estágio de desenvolvimento mais
profundo. É criado não só pelos Estados, mas também pelos próprios órgãos do bloco
regional e se caracteriza pela aplicabilidade imediata dentro dos entes estatais, como é o
caso do MERCOSUL.
COMENTÁRIO
A primeira parte da questão aborda o conceito de Direito Comunitário que, embora sejam próximos,
não pode ser confundido com o Direito de Integração. Aquele se caracteriza por um ordenamento
autônomo em relação aos ordenamentos estatais, como forma de efetivamente vincular os
Estados e limitar sua soberania em nome de um interesse maior, que o da comunidade que
formaram. Outra característica, é a existência de órgãos autônomos criados pelos Estados, mas
independentes destes, que atuam dentro da comunidade, i.e, o Parlamento Europeu.
O trecho abaixo é parte da lição do professor Paulo Portela que discorre bem sobre a concepção
desse ramo do Direito.
No caso do Direito de Integração, este não se impõe automaticamente sobre Direito interno dos
Estados membros do bloco regional, e os órgãos integracionistas não têm ascendência sobre os
órgãos nacionais. Nesse ramo do Direito, as suas normas podem ou não prevalecer diante dos
preceitos da ordem jurídica nacional, isso vai depender das normas internas dos próprios
Estados que tratam da hierarquia do Direito Internacional dentro do seu ordenamento
jurídico e que regulem sua aplicação.
Ante o exposto, observamos que o MERCOSUL não se enquadra nessa concepção de Direito
Comunitário, já que se aplica as mesmas condições do Direito Internacional clássico, com a ausência
de órgãos supranacionais e a necessidade de incorporação dos tratados aos ordenamentos internos
dos Estados pelos procedimentos cabíveis. Essa é a posição que prevalece na doutrina, razão pela
qual a questão está errada.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A questão está correta. O Bloco Europeu é regido por uma série de órgãos que foram criados
pelos próprios Estados que integravam o bloco, mas que lhes foi dada autonomia em relação
aos seus próprios criadores, com ampla capacidade de fazer valer suas determinações frente
aos Estados-membros. Essa concepção de supranacionalidade é abordada pelo professor Paulo
Portela, vejamos:
A parte final da questão destaca a prevalência das normas de Direito Comunitário sobre as
internas dos Estados-membros, que devem ser aplicadas diretamente e independentemente
de qualquer procedimento de internalização ou incorporação adicional. Além disso, como
tratado na questão anterior, haverá primazia em relação ao direito interno do Estado.
O referido autor defende que, até o momento, a União Europeia seja o único modelo de bloco
regional do mundo que incorpora as características do Direito Comunitário, sendo o principal
exemplo.
GABARITO: CERTO
84. A Carta da das Nações Unidas prevê expressamente a necessidade de que as partes em
uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacional,
procurarão meios pacíficos para sua solução desse conflito. É possível, ainda, que o
Conselho de Segurança investigue tais controvérsias ou situações conflitantes.
COMENTÁRIO
A questão está correta! Trata-se de previsão expressa da Carta das Nações Unidas com o objetivo
maior de preservação e manutenção da paz entre os Estados. Esses dois pontos estão inscritos no
art. 33 e 34 desse tratado, que possuem o seguinte texto:
Artigo 33.
1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz
e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por
negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a
entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
Artigo 34.
A Carta da Organização dos Estados Americanos possui previsão similar e que trata da solução
pacífica entre os seus Estados membros, in verbi:
Art. 25. São processos pacíficos: a negociação direta, os bons ofícios, a mediação, a
investigação e conciliação, o processo judicial, a arbitragem e os que sejam especialmente
combinados, em qualquer momento, pelas partes.
Art. 26. Quando entre dois ou mais Estados americanos surgir uma controvérsia que,
na opinião de um deles, não possa ser resolvida pelos meios diplomáticos comuns, as
partes deverão convir em qualquer outro processo pacífico que lhes permita chegar a
uma solução.
Vejam que não há, em princípio, uma obrigação de que seja utilizado um ou outro meio de
solução de controvérsias, mas desde que sejam firmados de forma amistosa e pacífica. O
Professor Valerio Mazzuoli, destaca bem esse ponto, trazendo comentário do Professor Augusto
Cançado Trinade:
“Às partes cabe a livre escolha dos métodos ali elencados no cumprimento do dever
que elas têm (segundo a Carta das Nações Unidas) de concordar em fazer uso deles.
Isso não significa, contudo, que em matéria de solução de controvérsias internacionais
exista um campo “inteiramente aberto ao voluntarismo estatal” ou que a questão esteja
“totalmente sob o controle da vontade dos Estados: com efeito, o consentimento das
partes litigantes não é necessário para que uma disputa seja levada perante o Conselho
de Segurança ou a Assembleia Geral, e nem mesmo para que o Conselho de Segurança
exerça seus poderes investigatórios; pode o Conselho agir por sua própria iniciativa, a
pedido de qualquer membro da ONU, ou em decorrência de iniciativa do Secretário
Geral”, como destaca Cançado Trindade.” (Mazzuoli, Valerio de Oliveira Curso de
direito internacional público /Valerio de Oliveira Mazzuoli. -- 9. ed. rev., atual. e
ampl. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 1150).
GABARITO: CERTO
85. O Tribunal Penal Internacional possui competência para julgar os crimes mais graves que
afetam a comunidade internacional. Dentre eles se destaca os crimes de guerra praticados
durantes os conflitos armados, enquadrados no conceito de jus ad bellum.
COMENTÁRIO
Trouxe para vocês a previsão do artigo 5º do Estatuto de Roma que traz as competências materiais
do Tribunal Penal Internacional. Dentre elas destaco a competência para julgamento dos crimes
de guerra. Ao longo dos art. 6º a 8º são descritos os conceitos desses crimes. Observem que o
crime de agressão não se encontra inserido no texto original, o qual foi objeto de emenda numa
conferência realizada em Kampala, no Uganda, em 2010, nomeadamente a Resolução RC/Res. 6,
ainda pendente de incorporação ao direito interno brasileiro. Trago o referido art. 5º:
Artigo 5º
a) O crime de genocídio;
c) Crimes de guerra;
d) O crime de agressão.
Ao longo do artigo 8º e seus parágrafos são apresentadas diversas ações que são classificadas
como crimes de guerra, como por exemplo: As violações graves às Convenções de Genebra,
de 12 de Agosto de 1949, a saber, qualquer um dos seguintes atos, dirigidos contra pessoas ou
bens protegidos nos termos da Convenção de Genebra que for pertinente (relativas ao Direito
Humanitário Internacional); Atacar ou bombardear, por qualquer meio, cidades, vilarejos, habitações
ou edifícios que não estejam defendidos e que não sejam objetivos militares; utilizar veneno ou
armas envenenadas; e etc.
O professor Mazzuoli destaca que “este rol exemplificativo dos crimes de guerra previstos
pelo Estatuto de Roma já basta para justificar a criação de uma corte penal internacional de
caráter permanente, com competência para processar e julgar os maiores responsáveis pela
violação do direito internacional humanitário” (Mazzuoli, Valério de Oliveira Curso de direito
internacional público /Valeria de Oliveira Mazzuoli. - 9. ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2015, p. 1150).
A parte final do texto está errada! Trouxe esse ponto para testar o conhecimento e atenção de
vocês, já que essa questão do jus in bello e jus ad bellum foi tratada nas rodadas anteriores.
A questão deveria se referir na verdade ao jus in bello como conceito das limitações jurídicas
impostas aos beligerantes durante os conflitos armados.
GABARITO: ERRADO
86. Segundo o STJ, a legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento
imposta em sentença condenatória é do Ministério Público.
COMENTÁRIO
»» Ponto do edital: Direito Penal – 7 Pena de multa criminal (artigo 51 do Código Penal).
Recorde-se, primeiramente, que a multa é uma sanção penal de natureza patrimonial prevista,
em regra, como preceito secundário da norma, a ser cominada de forma isolada ou cumulada
com a pena privativa de liberdade e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional, instituído pela Lei
Complementar nº 79/1994 para os fins de custear o sistema de cumprimento de pena no país. O
artigo 51 do CP assim disciplina a matéria:
Por algum tempo houve divergência na doutrina e na jurisprudência sobre de quem seria a
competência para promover a execução fiscal do montante inscrito em dívida ativa. Como antes da
Lei Federal n.º 9.268/1996 o inadimplemento deliberado da pena de multa resultava na conversão
em pena de detenção, alguns defendiam a titularidade do Ministério Público, em razão de sua
natureza criminal, que não teria sido modificada pela atual redação do artigo 51 do CP. Contudo, no
âmbito do STJ, pacificou-se o entendimento de que a competência seria da respectiva Procuradoria
da Fazenda Pública, como se pode depreender da Súmula n.º 521:
Alerto, no entanto, que a questão no STF não é ainda tão consolidada. Isso porque, na famigerada
Ação Penal 470, o Ministro Luís Roberto Barroso, acompanhado pelo Ministro Dias Toffoli, entendeu
que o Ministério Público é o legitimado, prioritariamente, para a execução da pena de multa perante
o Juízo da Execução Criminal, de modo que, se não o fizer em 90 dias, o Juiz da VEC deverá dar
ciência ao órgão da Fazenda Pública (Federal ou Estadual, conforme o caso) para que promova
a cobrança na Vara de Execução Fiscal. Pretende-se, nessa ocasião, dar interpretação conforme
a Constituição ao art. 51 do Código Penal, para que se considere a legitimação prioritária do
Ministério Público para a execução da pena de multa, restando à Fazenda Pública uma legitimação
subsidiária, em caso de demora do órgão acusador. Com efeito, o Ministro Luís Roberto Barroso
sustentou que, conquanto a multa penal seja dívida de valor, possui caráter de sanção criminal.
O tema é polêmico, e, por isso mesmo, é importante conhecer as variações de entendimento entre
STJ e STF.
GABARITO: ERRADO
87. Segundo o STJ, o Ministério Público tem legitimidade para promover medida assecuratória
que vise à garantia do pagamento de multa imposta por sentença penal condenatória.
COMENTÁRIO
»» Ponto do edital Direito Penal – Direito Penal – 7 Pena de multa criminal (artigo 51 do
Código Penal).
Cuidado porque o conhecimento apenas do conteúdo da Súmula 521-STJ pode levar a erro, e
com certeza o examinador deve explorar esse aspecto da jurisprudência. Isso porque, embora
a legitimidade para a execução fiscal da multa pendente de pagamento imposta em sentença
condenatória seja exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública, a adoção de medidas
assecuratórias que visem à garantia do pagamento da multa imposta por sentença penal
condenatória é de atribuição do Ministério Público.
O entendimento restou assentado pelo STJ no julgamento do REsp 1.275.834-PR, sustentando que
a legitimidade para execução fiscal conferida pelo artigo 51 do CP às Procuradorias da Fazenda
Pública não impede o parquet de atuar previamente com medidas assecuratórias. Com efeito, a
legitimidade do Ministério Público, neste caso, está assegurada pelo artigo 142 do CPP, que dispõe
que caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se
houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. Assim, o artigo
51 do CP e o artigo 142 do CPP são perfeitamente conciliáveis.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A partir dessa premissa, no julgamento do RHC 51.596-SP, o STJ decidiu que se o crédito
tributário permaneceu com a exigibilidade suspensa em razão de antecipação dos efeitos da
tutela, a prescrição da pretensão punitiva também deve permanecer suspensa, porquanto
Estado-acusação não está sendo inerte por vontade própria.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Impende, primeiramente, lembrar que nos termos do artigo 102, inciso I, alínea b, da CF/88, os
membros do Congresso Nacional são julgados nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade pelo STF. A jurisprudência do STF enfrentou ao longo do tempo questões relativas
ao momento do cometimento da infração penal e a atração do foro por prerrogativa de função em
razão da diplomação no cargo público.
o exercício da função. Dessarte, os delitos praticados antes de eventual diplomação que já estejam
sendo processados subirão para o foro especial durante o período do mandato. Após ele, descerão
novamente ao órgão julgador competente a que estavam submetidos, revelando certa itinerância
do processo, salvo se transitado em julgado” (MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 17
ed. São Paulo: Atlas, 2005, p.491-492).
Pela regra da atualidade, tratando-se de crime comum praticado por detentores de foro por
prerrogativa de função, a competência será do STF somente enquanto durar o cargo ou
mandato. Contudo, referida regra é excepcionada nos seguintes casos:
(i) se o julgamento já tiver sido iniciado (STF. Plenário. Inq 2295, Rel. p/ Acórdão Min. Menezes
Direito julgado em 23/10/2008);
(ii) se a renúncia se caracterizou como fraude processual (STF. Plenário. AP 396/RO, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/10/2010);
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Seguindo o tema da questão anterior, fundamental saber para a sua prova a consequência dos
atos processuais praticados anteriormente à causa de modificação da competência pela regra da
atualidade. O assunto é de extrema relevância, uma vez que pode alterar os marcos interruptivos
da prescrição na hipótese de se compreender, por exemplo, que a denúncia deverá ser novamente
recebida.
No julgamento do HC 238.129-TO, o STJ decidiu que, após iniciada a ação penal perante
determinado juízo, caso ocorra modificação da competência em razão da investidura do
réu em cargo que atraia foro por prerrogativa de função, serão válidos os atos processuais
– inclusive o recebimento da denúncia – realizados antes da causa superveniente de
modificação da competência, sendo desnecessária, no âmbito do novo juízo, qualquer
ratificação desses atos.
Para o STJ, entendimento em contrário afrontaria a noção de tempus regit actum, pois o juiz
era competente antes de tal modificação de competência. A necessidade de ratificação de atos
processuais é o procedimento intrinsicamente ligado à ideia de nulidade por incompetência
relativa ou absoluta superveniente. A aplicação da regra da atualidade é causa de modificação da
competência, mas não de reconhecimento de incompetência do juízo originário.
GABARITO: ERRADO
91. O procedimento cautelar fiscal apenas poderá ser instaurado após a constituição do
crédito.
COMENTÁRIO
A regra, de fato, é a de que “O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição
do crédito, inclusive no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e respectivas autarquias” (art. 1º, da Lei nº 8.397/1992). No entanto, trata-
se de uma regra geral.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Os requisitos para a concessão de tutela provisória, em geral, são tratados pelo CPC, no caso mais
específico, no art. 300, caput, segundo o qual “A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo”.
Ocorre que, para a concessão da medida cautelar fiscal, existem requisitos expressos na legislação
(Lei n. 8.397/1992), segundo a qual “Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:
I - prova literal da constituição do crédito fiscal; II - prova documental de algum dos casos
mencionados no artigo antecedente”.
Em suma, os requisitos para a concessão da medida cautelar fiscal são diversos daqueles exigidos
para a concessão da tutela provisória no CPC/2015.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 700 do CPC, “A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz”. Há
o complemento do que pode vir a significar prova escrita no “§ 1º A prova escrita pode consistir
em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381”.
Por conta disso, qualquer prova que não a documental – testemunhal, pericial etc – será representada
por meio de um documento, mas isso não faz com que perca a sua natureza originária. Note-se
que a representação do fato que se deseja provar é realizada por meio da prova testemunhal, não
por meio do documento no qual esta foi representada.
Pode-se pensar em uma prova testemunhal ou pericial produzida antecipadamente e que são
documentadas, mas, no processo principal, chegarão como provas documentadas. “Isso quer dizer
que a declaração testemunhal e o laudo pericial obtidos antecipadamente provam apenas o que
as testemunhas disseram e o perito concluiu. Nesse sentido apenas documentam um testemunho
e uma perícia, sem constituírem provas documentais capazes de representar (MARINONI, Luiz
Guilherme; ARENHART, Sergio Cruz. Prova. São Paulo: RT, 2009, p. 300).
Uma prova testemunhal documentada, que venha a ser utilizada como prova emprestada em outro
processo não deixa de ser prova testemunhal. A grande importância dessa diferenciação ocorre
nos procedimentos em que há alguma restrição cognitiva, como ocorre no mandado de segurança,
em que apenas se admite a prova documental, portanto, não se admitiria, por exemplo, que a
parte se utilizasse de uma prova testemunhal documentada para ingressar com um mandado de
segurança.
Veja-se que, como a ação monitória exige apenas a prova escrita, não há qualquer óbice à utilização
da prova documentada, não se exigindo que ela seja uma prova documental.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O regime da desistência do processo civil – em geral – é regulado pelo CPC e possui, como
limite temporal a sentença. Isso é afirmado pelo art. 485, § 7º: “A desistência da ação pode ser
apresentada até a sentença”.
Ocorre que os tribunais superiores têm entendido (STF e STJ), que a desistência no mandado
de segurança teria regime diverso. Veja-se o seguinte trecho de decisão do STJ: “O Plenário do
Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 669.367/RJ, sob o regime da repercussão geral
(art. 543-B do Código de Processo Civil), adotou o entendimento segundo o qual a desistência em
O raciocínio, que começou a ser desenvolvido pelo STF foi no sentido de que o mandado de
segurança é uma ação dada ao cidadão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autoridade
pública considerada coatora, pois seria “intrínseco na defesa da liberdade do cidadão”.
GABARITO: CERTO
95. Da sentença na ação discriminatória caberá apelação com efeito suspensivo ope legis e
devolutivo.
COMENTÁRIO
De acordo com a doutrina, a ação discriminatória é “a ação conferida à União e aos Estados, para
separar as terras de seu domínio das de propriedades particulares. Estas terras, que compõem
o domínio privado da União, dos Estados e dos Municípios, denominam-se terras devolutas”
(BORGES, Marcos Afonso. Ação discriminatória. Revista da Faculdade de Direito da UFG, n. 3,
1978, p. 9).
O procedimento judicial de tal ação é regulado pela Lei 6.383/1976. Segundo o art. 21 da mencionada
lei, “Da sentença proferida caberá apelação somente no efeito devolutivo, facultada a execução
provisória”. Portanto, trata-se de uma exceção à regra geral do art. 1.012: “Art. 1.012. A apelação
terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir
efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que”. Portanto, a assertiva está incorreta.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A legislação processual estabelece uma série de preferências, seja pela natureza do processo
(a exemplo do IRDR, que “terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam
réu preso e os pedidos de habeas corpus” (art. 980, caput, CPC)), seja pela situação subjetiva do
indivíduo (aqueles “em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas
no art. 6º, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988” (art. 1.048, I, CPC)).
No caso, tem-se uma preferência pela natureza do processo, que é expressamente mencionada
pelo art. 23, da Lei 6.383/1976: “Art. 23 - O processo discriminatório judicial tem caráter preferencial
e prejudicial em relação às ações em andamento, referentes a domínio ou posse de imóveis
situados, no todo ou em parte, na área discriminada, determinando o imediato deslocamento da
competência para a Justiça Federal”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Uma interessante novidade do CPC/2015 foi a previsão do art. 75, § 4º, segundo o qual “Os Estados
e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por
seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas
procuradorias”.
Note-se que a assertiva contém dois erros: i) insere os Municípios como legitimados a realizar
tais compromissos recíprocos e b) trocar o instrumento pelo qual esse compromisso recíproco
deve ser utilizado, pois deve haver utilização de convênio e não termo de cooperação.
GABARITO: ERRADO
98. É possível, em certas situações, a aplicação dos efeitos materiais da revelia à Fazenda
Pública.
COMENTÁRIO
De acordo com a doutrina “A revelia é ato-fato processual que produz os seguintes efeitos: a)
efeito material: presunção de veracidade das alegações de fato feitas pelo demandante (art.
344, CPC); b) os prazos contra o réu revel que não tenha advogado fluem a partir da publicação da
decisão (art. 346, CPC); c) preclusão em desfavor do réu do poder de alegar algumas matérias de
defesa (efeito processual, ressalvadas aquelas p revistas n o art. 342 do CPC); d) possibilidade de
julgamento antecipado do mérito da causa, caso se produza o efeito material da revelia (art. 355,
II, CPC)” (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 19 ed. Salvador: Juspodivm, 2017,
v. 1, p. 749).
Em regra, a revelia gera efeitos materiais, mas, em algumas situações, esse efeito não é produzido,
como é o caso dos direitos indisponíveis (art. 345, II, CPC). A Fazenda Pública, em regra, não
sofre os efeitos materiais da revelia porque seus direitos são indisponíveis.
No entanto, existem algumas exceções à produção dos efeitos materiais da revelia contra a Fazenda
Pública. O mais conhecido deles advém da OJ 152, segundo a pessoa jurídica de direito público
sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT. Para a assertiva em questão, o mais importante
é, de acordo com o STJ, quando a Fazenda Pública está inserida em uma relação de direito
privado (STJ, RESP 1.084.745). No mencionado precedentes, consta a seguinte afirmação: “Os
efeitos materiais da revelia não são afastados quando, regularmente citado, deixa o Município de
contestar o pedido do autor, sempre que não estiver em litígio contrato genuinamente administrativo,
mas sim uma obrigação de direito privado firmada pela Administração Pública”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 85, § 11, do CPC, “O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários
fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal,
observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo
geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos
limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento”. Em tese, no julgamento da
apelação, haverá a majoração dos honorários fixados anteriormente. O problema é que há uma
particularidade no enunciado.
Ocorre que, de acordo com o art. 25, da Lei 12.016/2009 (Lei do MS), “Não cabem, no processo de
mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento
dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-
fé”. A partir da particularidade no procedimento do mandado de segurança, qual seja, a ausência
de condenação em honorários advocatícios, passa a não ser possível a incidência do art. 85, §11
do CPC, pois este fala em majoração, mas não há majoração sobre o nada.
Essa conclusão foi chancelada pelo STJ, quando, no informativo n. 592, afirmou que “O art. 25
da Lei n. 12.016/2009, que estabelece regra de descabimento de condenação em honorários
advocatícios “no processo mandamental”, afasta a incidência do regime do art. 85, § 11, do
CPC/2015’”. (RMS 52.024-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por unanimidade, julgado em
6/10/2016, DJe 14/10/2016).
GABARITO: ERRADO
100. No mandado de segurança impetrado por servidor público contra a Fazenda Pública,
as parcelas devidas entre a data de impetração e a de implementação da concessão da
segurança devem ser pagas por meio de precatórios, e não via folha suplementar.
COMENTÁRIO
Em didática decisão, publicada no informativo n. 576, a segunda turma do STJ afirmou que
“Destaca-se, inicialmente, que a jurisprudência das Turmas da Primeira Seção do STJ se firmou
no sentido de que, no mandado de segurança impetrado por servidor público contra a Fazenda
Pública, não se aplica o rito dos precatórios (arts. 100 da CF e 730 do CPC) às verbas devidas
entre a data de impetração e a de implementação da concessão da segurança, devendo esses
valores serem pagos mediante inclusão em folha suplementar, diante da natureza mandamental da
decisão concessiva” (AgRg no AREsp 360.999-GO, Primeira Turma, DJe 9/6/2015; AgRg no REsp
1.247.993-AM, Segunda Turma, DJe 24/4/2015). O STF, no entanto, ao apreciar o RE 889.173-
MS (DJe 17/8/2015), reconheceu a repercussão geral da matéria e julgou-a de maneira diversa
da firmada pelo STJ, tendo o Min. Rel. Luiz Fux, na ocasião, exarado que: “os pagamentos
devidos pela Fazenda Pública estão adstritos ao sistema de precatórios, nos termos do
que dispõe o artigo 100 da Constituição Federal, o que abrange, inclusive, as verbas de
caráter alimentar, não sendo suficiente a afastar essa sistemática o simples fato de o débito
ser proveniente de sentença concessiva de mandado de segurança”. Portanto, imperiosa a
aplicação do entendimento firmado pelo STF à hipótese”. (STJ, 2ª T., REsp 1.522.973-MG, Rel.
Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 4/2/2016, DJe
12/2/2016). Ver, no mesmo sentido: STJ, 2ª T., REsp 1.530.169/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, j.
07/03/2017, DJe 19/04/2017.
Note-se que o entendimento do STJ foi alterado pelos novos precedentes do STF e, agora, as duas
Cortes possuem o mesmo entendimento sobre a matéria.
GABARITO: CERTO
QUESTÕES DISSERTATIVAS
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
LEGISLAÇÃO DE ENSINO
1. “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito
humano se eleva para a contemplação da verdade” (Carta Encíclica Fides et Ratio: sobre as
relações entre fé e razão. Papa João Paulo II. 14 de setembro de 1998).
a) Modelo constitucional adotado pela CF/88 nas relações entre Estado e religiões;
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 05/10/2017:
profcei.rubensventura@gmail.com - LIMITE 30 LINHAS
A empreiteira “BSF – Brasil Sem Fraude Ltda.” venceu a licitação para construção de um
presídio no interior de Tabatinga/AM. Assim, tendo dificuldade em contratar trabalhadores
em virtude da distância até o canteiro de obras e pela grande oferta de trabalhadores
senegaleses e haitianos (estrangeiros), optou por contratá-los, em que pese estivessem em
situação irregular no país. Esses trabalhadores, arregimentados, concordaram em não ter
CTPS assinada e a receber valor inferior ao piso da categoria dos trabalhadores da construção
civil. Diante dessas informações, elabore um texto dissertativo abordando os seguintes
tópicos e os artigos da legislação pertinente, bem como as súmulas correspondentes, se
houver:
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 05/10/2017:
profcei.mariannamotta@gmail.com - LIMITE 30 LINHAS
PARECER
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
Em abril de 2016, Carlos, então com 23 anos, trafegava, com seu celta preto rebaixado,
durante a madrugada, em uma rodovia federal, quando atingiu um cavalo que atravessava
a rodovia. Com o choque, Carlos veio a falecer. No Boletim de Acidente de Trânsito (BAT),
consta que o automóvel trafegava em velocidade compatível com a rodovia, mas o motorista
não estava usando o cinto de segurança. A noite estava clara e a rodovia tinha iluminação
suficiente, no entanto, não foi possível identificar se o falecido trafegava com os faróis
acesos ou não, elemento relevante na avaliação de sua responsabilidade.
Devido a essa situação, Joana, então com 30 anos, esposa do autor, em litisconsórcio com
suas duas filhas, Carla e Maria, que possuíam, respectivamente, 3 e 4 anos, ingressaram
com ação de indenização por danos morais contra o DNIT.
Alegaram, em sua exordial, que seria hipótese de responsabilidade civil objetiva e que
o evento morte teria sido causado pela presença do animal na pista. Com base nisso,
requereram a procedência dos pedidos e a condenação do réu na obrigação de pagar-lhes:
a) indenização por danos morais, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais); b) pensão
vitalícia, no valor de cinco salários mínimos a serem pagos a Joana (até que atingisse 75
anos) e às filhas (até que completassem 30 anos); c) danos materiais, no valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), que teriam sido gastos no funeral de Carlos.
Na contestação, a Procuradoria Federal negou todos esses fatos, tendo destacado que, com
base na regra da eventualidade, mesmo que se considerasse ter havido responsabilidade
estatal pelo acidente ocorrido com o animal, houve a descoberta, mediante investigações
posteriores, de que havia uma testemunha afirmando que Carlos transitava com o farol
apagado.
Com base nessa situação hipotética, elabore, na condição de Procurador Federal lotado no
DNIT, o recurso cabível da mencionada decisão judicial. Ao elaborar a peça, aborde todos
os aspectos de direito material e processual pertinentes ao caso, dispense relatório e não
crie fatos novos.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 05/10/2017:
profcei.ravipeixoto@gmail.com - LIMITE 150 LINHAS
NOME:_________________________________________________________________________________________________
PROFESSOR:___________________________________________________________________________________________
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
NOME:_________________________________________________________________________________________________
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30