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2ª RODADA - 29/07/2015
RETA FINAL
CEI-AGU/PGFN
PREPARATÓRIO PARA A ADVOCACIA GERAL
DA UNIÃO E PROCURADORIA GERAL DA
FAZENDA NACIONAL
2ª RODADA - 29/07/2015
RECADO IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário.
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela sua
gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
PROFESSORES
CARLOS HENRIQUE BENEDITO NITÃO LOUREIRO. Professor de Direito Civil, Penal e Processo Penal.
Procurador Federal, lotado em Boa Vista/RR – Concurso 2013/2014, onde atua na Procuradoria Federal Especializada
junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima/IFRR. Graduado em Direito pela Faculdade
de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA – Campina Grande/PB. Pós-Graduando em Direito Administrativo pela
Universidade Estácio de Sá e Complexo de Ensino Renato Saraiva. Aprovado também nos concursos de Analista e
Técnico do TJPE; Advogado da Câmara Municipal de João Pessoa; Procurador da Assembléia Legislativa da Paraíba;
Procurador do Município de Maceió; Advogado do DETRAN/PB..
JOÃO EULÁLIO DE PÁDUA FILHO. Professor de Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Seguridade Social.
Advogado da União, lotado em Manaus (concurso 2012/2013). Foi Procurador do Estado de São Paulo (concurso
2012/2013). Graduado em Direito pela Universidade Federal do Piauí. Pós-Graduado em Direito Público pela
Universidade Federal do Piauí, em convênio com a Escola Superior da Magistratura do Piauí – ESMEPI. Pós-Graduado
em Direito Privado pela Universidade Federal do Piauí, em convênio com a Escola Superior da Magistratura do
Piauí – ESMEPI.
INSTRUÇÕES GERAIS
Caros alunos,
A fim de promover uma melhor preparação, reformulamos a distribuição das questões de Direito Tributário
e Direito Processual Civil, conforme a relevância de cada disciplina. Serão, portanto, nas rodadas ao estilo
ESAF, sempre 4 questões de Direito Tributário e 3 de Direito Processual Civil. Nas rodadas ao estilo CESPE
inverteremos a cobrança, sendo 4 questões de Direito Processual Civil e 3 de Direito Tributário.
Bons estudos!
Att.,
SUMÁRIO
ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum material, a fim de
simular a situação encontrada em prova.
DIREITO ADMINISTRATIVO
2. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de
outras sanções previstas em lei. Segundo entendimento do STF, a expropriação, nesse caso, deve
se restringir a área onde efetivamente são plantadas as culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
DIREITO CONSTITUCIONAL
5. Ainda que possuam caráter dúplice ou ambivalente, não se admite a cumulação de pedidos
típicos de ADI e ADC em uma única demanda de controle concentrado.
7. A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo
sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.
DIREITO FINANCEIRO
DIREITO ECONÔMICO
10. Medida de Salvaguarda Provisória, cuja duração máxima será de seis meses, poderá ser
aplicada em circunstâncias críticas, nos casos em que qualquer demora possa causar prejuízo
grave de difícil reparação, ocasião em que a avaliação quanto à existência de elementos de prova
claros de que o aumento das importações causou ou esteja ameaçando causar prejuízo grave à
indústria doméstica será feita posteriormente à decretação da medida.
11. O Protocolo de Olivos, que estabelece mecanismos para solucionar controvérsias no âmbito
do Mercosul, prevê a possibilidade de apresentação, por particulares, de reclamações em razão
de alegada violação do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos protocolos e
acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção, das Decisões do Conselho do Mercado
Comum, das Resoluções do Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão de Comércio
do MERCOSUL.
DIREITO TRIBUTÁRIO
12. Ainda que de caráter infralegal, a norma que altera o prazo de pagamento do tributo não se
sujeita ao princípio da anterioridade.
14. A cobrança judicial da dívida ativa de natureza não tributária deve observar o regramento
previsto no Código de Processo Civil, e não aquele disciplinado na Lei de Execuções Fiscais (Lei
nº 6.830/80).
DIREITO AMBIENTAL
17. Segundo o STF, não há ilegalidade na criação de mais de um tipo de unidade de conservação
da natureza a partir de um único procedimento administrativo.
18. De acordo com a Lei Complementar n.º 140, de 8 de dezembro de 2011, o decurso dos prazos
de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, implica emissão tácita e autoriza a prática
de ato que dela dependa ou decorra.
DIREITO CIVIL
19. Nas obrigações solidárias cada devedor deve o todo e não apenas sua fração ideal, logo,
qualquer credor poderá demandar judicialmente qualquer devedor. Neste caso, o devedor se
exonera de sua obrigação adimplindo-a junto a qualquer credor solidário.
20. As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não associados
ou que a elas não anuíram.
21. Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a Seguradora denunciada pode
ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar a indenização devida à vítima, nos
limites contratados na apólice.
22. A União possui legitimidade para figurar no pólo passivo de ação em que o autor visa ao
24. O recorrente deve ser intimado para complementar o preparo quando, embora efetue o
pagamento das custas, deixe de fazê-lo quanto ao porte de remessa e retorno.
25. Em execução invertida de pequeno valor descabe condenar o ente público ao pagamento de
honorários advocatícios em favor do exequente.
DIREITO EMPRESARIAL
28. A jurisprudência do STF posiciona-se pela imunidade relativa de jurisdição em favor dos
Estados estrangeiros e das organizações internacionais.
33. Nos crimes de peculato e no emprego irregular de verbas ou rendas públicas, o sujeito
ativo visa benefício próprio ou alheio, em detrimento do interesse público representado pela
Administração Pública.
34. No curso da investigação criminal, a verificação do juízo criminal competente para apreciar
o pedido de interceptação telefônica, enquanto medida cautelar preventiva, deve ser feita com
base nos elementos de prova existentes até então, à luz da regra do rebus sic stantibus.
DIREITO DO TRABALHO
35. É inválida negociação coletiva que acarrete em diminuição salarial por contrariar o princípio
da irredutibilidade salarial.
36. Compete à União, privativamente, legislar sobre direito do trabalho e sobre as condições para
o exercício de profissões.
38. Na justiça do trabalho, cabe à parte que requereu a prova pericial o pagamento dos honorários
periciais.
40. Atualmente, não é devido pelo servidor público federal a contribuição previdenciária sobre
parcela recebida a título de função de confiança.
QUESTÃO 1 CERTO
QUESTÃO 2 ERRADO
QUESTÃO 3 ERRADO
QUESTÃO 4 CERTO
QUESTÃO 5 ERRADO
QUESTÃO 6 ERRADO
QUESTÃO 7 CERTO
QUESTÃO 8 CERTO
QUESTÃO 9 CERTO
QUESTÃO 10 ERRADO
QUESTÃO 11 CERTO
QUESTÃO 12 CERTO
QUESTÃO 13 CERTO
QUESTÃO 14 ERRADO
QUESTÃO 15 ERRADO
QUESTÃO 16 ERRADO
QUESTÃO 17 CERTO
QUESTÃO 18 ERRADO
QUESTÃO 19 ERRADO
QUESTÃO 20 CERTO
QUESTÃO 21 CERTO
QUESTÃO 22 ERRADO
QUESTÃO 23 ERRADO
QUESTÃO 24 CERTO
QUESTÃO 25 CERTO
QUESTÃO 26 CERTO
QUESTÃO 27 ERRADO
QUESTÃO 28 ERRADO
QUESTÃO 29 CERTO
QUESTÃO 30 CERTO
QUESTÃO 31 ERRADO
QUESTÃO 32 ERRADO
QUESTÃO 33 ERRADO
QUESTÃO 34 CERTO
QUESTÃO 35 ERRADO
QUESTÃO 36 CERTO
QUESTÃO 37 ERRADO
QUESTÃO 38 ERRADO
QUESTÃO 39 CERTO
QUESTÃO 40 CERTO
DIREITO ADMINISTRATIVO
COMENTÁRIO
Muito cuidado para não confundir o caso tratado no enunciado com a pretensão indenizatória por
danos morais decorrentes de atos de tortura praticados durante o regime militar de exceção, esta sim,
imprescritível.
Entende o STJ que a coisa julgada na instância penal constitui o termo inicial da contagem do prazo de
prescrição da ação de indenização em face do Estado, razão pela qual o Tribunal entende que se o ato
ou fato danoso está sendo apurado na esfera criminal, aconselha-se a finalização desta instância para
só então ter partida o prazo prescricional, em nome da segurança jurídica e pelo princípio da actio nata.
Nesse sentido, vide o REsp 254.167/PI.
Assim, o termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de suposta tortura e morte de
preso custodiado pelo Estado, nos casos em que não chegou a ser ajuizada ação penal para apurar os
fatos, é a data do arquivamento do inquérito policial. De outro norte, caso tenha sido ajuizada ação penal,
seria o trânsito em julgado dessa ação.
GABARITO: CERTO
2. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de
outras sanções previstas em lei. Segundo entendimento do STF, a expropriação, nesse caso, deve
se restringir a área onde efetivamente são plantadas as culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
COMENTÁRIO
A expropriação a que alude a assertiva corresponde à desapropriação confisco, presente no art. 243
da Constituição Federal. Conforme entendeu o STF no RE nº 543.974, a área a ser expropriada não se
circunscreve apenas àquela onde são efetivamente cultivadas as culturas ilegais, mas à área como um
todo. Nesse sentido, vide a ementa abaixo colacionada:
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Segundo entendeu o STJ no REsp nº 1.492.710, fica configurada a responsabilidade subjetiva por omissão
da concessionária decorrente de falha do dever de efetiva vigilância do reservatório de água, quando
nele é encontrado um cadáver humano. Esse fato evidencia falha na prestação do serviço, indenizável por
dano moral, já que a concessionária não garantiu a qualidade da água distribuída à população.
Também sustentou o Tribunal que o fato de permitir que um cadáver humano seja depositado em
reservatório de água causa ao consumidor violação da dignidade da pessoa humana, caracterizada no
caso, angústia, humilhação, impotência da pessoa que toma ciência que consumiu água contaminada por
cadáver em avançado estágio de decomposição, o que não se confunde com o mero dissabor cotidiano.
Ademais, entendeu o STJ que a ocorrência do dano moral, nesse caso, se dá in re ipsa, o qual dispensa
comprovação do prejuízo extrapatrimonial, sendo suficiente a prova da ocorrência de ato ilegal, uma vez
que o resultado danoso é presumido. Portanto, ERRADO o item.
GABARITO: ERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
COMENTÁRIO
A EC nº 88/2015 alterou o art. 40, §1º, II, da Constituição Federal, estabelecendo que os servidores públicos
serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar.
Além disso, referida emenda acrescentou o art. 100 ao ADCT, dispondo que até que entre em vigor
a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão,
compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade desde que observadas as condições do art. 52,
dentre as quais consta a necessidade de sabatina pelo Senado.
Ao julgar a ADI nº 5.316, o STF deferiu pedido de medida cautelar para suspender a aplicação da expressão
“nas condições do art. 52 da Constituição Federal” contida no art. 100 do ADCT, introduzido pela EC
88/2015, por vulnerar as condições materiais necessárias ao exercício imparcial e independente da função
jurisdicional, ultrajando a separação dos Poderes, cláusula pétrea inscrita no art. 60, § 4º, III, da CF.
Ressalta-se também que o STF fixou interpretação quanto à parte remanescente da EC 88/2015, no sentido
de que o art. 100 do ADCT não pode ser estendido a outros agentes públicos até que seja editada a lei
complementar a que alude o art. 40, § 1º, II, da CF. Enfatizou que referida LC, quanto à magistratura, é de
iniciativa do STF, nos termos do art. 93 da CF. Por fim, suspendeu a tramitação de todos os processos que
envolvessem a aplicação a magistrados do art. 40, § 1º, II, da CF e do art. 100 do ADCT, até o julgamento
definitivo da ADI acima mencionada, e declarou sem efeito todo e qualquer pronunciamento judicial ou
administrativo que afaste, amplie ou reduza a literalidade do comando previsto no art. 100 do ADCT e,
com base neste fundamento, assegure a qualquer outro agente público o exercício das funções relativas
a cargo efetivo após ter completado 70 anos de idade.
GABARITO: CERTO
5. Ainda que possuam caráter dúplice ou ambivalente, não se admite a cumulação de pedidos
típicos de ADI e ADC em uma única demanda de controle concentrado.
COMENTÁRIO
A assertiva está incorreta. Com efeito, ADI e ADC possuem caráter dúplice ou ambivalente (lembrem que
uma ADI julgada improcedente equivale a uma ADC julgada procedente, e vice-versa). Por outro lado, na
ADI nº 5.316, entendeu o STF que pode haver cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única
demanda de controle concentrado (no caso, requereu-se a inconstitucionalidade de um dispositivo de
determinada lei, e a constitucionalidade de outro dispositivo dessa mesma lei). No entender do STF, essa
cumulação não só é possível como também adequada à promoção dos fins a que destinado o processo
objetivo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, destinado à defesa, em tese, da harmonia do
sistema constitucional. Isso facilita o enfrentamento judicial coerente, célere e eficiente de questões
minimamente relacionadas entre elas. Ressaltou o STF que a não admissão das cumulações apenas daria
ensejo a uma nova demanda com pedido e fundamentação idênticos, a ser distribuída por prevenção,
além de não ter fundamento expresso na Lei 9.868/1999.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A primeira parte do enunciado está correta, correspondendo ao texto do art. 26 da Lei 9.868/1999, que
Por outro lado, o erro da questão está em afirmar que não se admite que um ato normativo, cuja
constitucionalidade formal havia sido rechaçada em ADI anterior, tenha sua constitucionalidade material
questionada em ADI posterior.
Ao julgar a ADI nº 5.081 o STF admitiu essa possibilidade. Na ocasião, a Resolução nº 22.610/2007 do TSE
havia sido questionada por meio de ADI, tendo o Tribunal se pronunciado apenas sobre a constitucionalidade
formal da norma. Posteriormente, por meio da ADI nº 5.081, foi questionada a constitucionalidade material
do ato normativo. Ao julgar o tema, entendeu o STF não haver óbice para que se pronuncie sobre a
constitucionalidade material do dispositivo, a qual não havia sido ainda analisada.
GABARITO: ERRADO
7. A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo
sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.
COMENTÁRIO
Isso foi o que decidiu o STF na ADI nº 5.081, que questionou a Resolução 22.610/2007 do TSE, ao igualar
os sistemas proporcional e majoritário para fins de fidelidade partidária. Entendeu o STF que haveria
fundamento constitucional para vincular a regra da fidelidade partidária apenas ao sistema proporcional.
Isso porque, no sistema majoritário, a regra é da maioria de votos e não do quociente eleitoral, de
modo que o candidato eleito é o mais bem votado, não sendo necessário impor a fidelidade partidária
como medida para preservar a vontade do eleitor. Sustentou o Tribunal que impor a perda do mandado
também no sistema majoritário implicaria em violar o princípio da soberania popular (CF, artigos 1º,
parágrafo único; e 14), já que nesse os eleitores votam em candidatos e não em partidos (CF, art. 77, § 2º).
GABARITO: CERTO
DIREITO FINANCEIRO
COMENTÁRIO
Como vocês já sabem, a questão da atualização monetária dos débitos fazendários através dos índices
oficiais de remuneração da caderneta de poupança foi um dos aspectos que, inseridos na Constituição
Federal através da Emenda Constitucional nº 62/09, teve sua inconstitucionalidade reconhecida
recentemente pelo STF. Entendeu o Plenário do Tribunal que “a atualização monetária dos débitos
fazendários inscritos em precatórios segundo o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança
viola o direito fundamental de propriedade (CF, art. 5º, XXII) na medida em que é manifestamente
incapaz de preservar o valor real do crédito de que é titular o cidadão. A inflação, fenômeno
tipicamente econômico-monetário, mostra-se insuscetível de captação apriorística (ex ante), de modo
que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remuneração da caderneta de poupança) é inidôneo a
promover o fim a que se destina (traduzir a inflação do período)”.
Nesse contexto, o Plenário do STF, em 25/03/2015, ao decidir, em questão de ordem, sobre a modulação
dos efeitos da decisão proferida na ADI 4425, dentre outras questões, resolveu: “conferir eficácia prospectiva
à declaração de inconstitucionalidade dos seguintes aspectos da ADI, fixando como marco inicial a
data de conclusão do julgamento da presente questão de ordem (25.03.2015) e mantendo-se válidos
os precatórios expedidos ou pagos até esta data, a saber: [...] 2.1.) fica mantida a aplicação do índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da Emenda Constitucional nº
62/2009, até 25.03.2015, data após a qual (i) os créditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice
de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e (ii) os precatórios tributários deverão observar os
mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública corrige seus créditos tributários [...]”
Links úteis:
(http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.
asp?numero=4425&classe=ADI&codigoClasse=0&origem=JUR&recurso=0&tipoJulgamento=M)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Acerca do Tribunal de Contas, e tendo sempre em mente o disposto no Art. 75 da Constituição (“as
normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de
Contas dos Municípios”), recomendo a leitura das Súmulas nº 347 e 653 do STF, assim como da Súmula
Vinculante nº 3 do referido Tribunal, eis que costumam ser bastante cobradas nas provas:
• Súmula 347: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade
das leis e dos atos do poder público.
• Súmula 653: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser
escolhidos pela assembleia legislativa e três pelo chefe do poder executivo estadual, cabendo a este
indicar um dentre auditores e outro dentre membros do ministério público, e um terceiro a sua livre
escolha.
Por fim, tendo em vista a tradição do Cespe de cobrar trechos de informativos de jurisprudência dos
Tribunais Superiores, alerto que, no Informativo nº 780 do STF, restou consignado que “o TCU tem
legitimidade para anular acordo extrajudicial firmado entre particulares e a Administração Pública, quando
não homologado judicialmente”.
GABARITO: CERTO
DIREITO ECONÔMICO
10. Medida de Salvaguarda Provisória, cuja duração máxima será de seis meses, poderá ser
aplicada em circunstâncias críticas, nos casos em que qualquer demora possa causar prejuízo
grave de difícil reparação, ocasião em que a avaliação quanto à existência de elementos de prova
claros de que o aumento das importações causou ou esteja ameaçando causar prejuízo grave à
indústria doméstica será feita posteriormente à decretação da medida.
COMENTÁRIO
Há dois erros na assertiva. Primeiro, porque a duração máxima da Medida de Salvaguarda Provisória
será de duzentos dias, e não de seis meses. Segundo, porque, ainda que haja urgência na situação que
a enseja, a aplicação da Medida de Salvaguarda Provisória somente será feita após uma determinação
preliminar da existência de elementos de prova claros de que o aumento das importações causou ou
esteja ameaçando causar prejuízo grave à indústria doméstica. Abordou-se, no caso, em atenção ao item
“Disciplina das medidas de salvaguarda” do edital do concurso de Advogado da União, as disposições do
Art. 4º e parágrafo primeiro do Decreto nº 1.488/95 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1995/
D1488.htm), cuja leitura (nem que seja uma passada de olho) é recomendada.
GABARITO: ERRADO
11. O Protocolo de Olivos, que estabelece mecanismos para solucionar controvérsias no âmbito
do Mercosul, prevê a possibilidade de apresentação, por particulares, de reclamações em razão
de alegada violação do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos protocolos e
acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção, das Decisões do Conselho do Mercado
Comum, das Resoluções do Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão de Comércio
do MERCOSUL.
COMENTÁRIO
A questão está de acordo com o Art. 39 e seguintes do Protocolo de Olivos, que preveem o procedimento
aplicável às reclamações efetuadas por particulares (pessoas físicas ou jurídicas) em razão da sanção ou
aplicação, por qualquer dos Estados Partes, de medidas legais ou administrativas de efeito restritivo,
discriminatórias ou de concorrência desleal, em violação do Tratado de Assunção, do Protocolo de
Ouro Preto, dos protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção, das Decisões do
Conselho do Mercado Comum, das Resoluções do Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão
de Comércio do MERCOSUL.
GABARITO: CERTO
DIREITO TRIBUTÁRIO
12. Ainda que de caráter infralegal, a norma que altera o prazo de pagamento do tributo não se
sujeita ao princípio da anterioridade.
COMENTÁRIO
A alternativa refere dois importantes entendimentos acerca de alguns dos temperamentos aos princípios
constitucionais tributários, notadamente: (a) que o prazo de recolhimento do tributo pode ser estabelecido
por ato infralegal, e (b) que tal alteração não precisa observar o princípio da anterioridade:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A contribuição de melhoria é espécie de tributo com previsão no art. 145, III, da CF/88 e nos arts. 81 e 82
do CTN. Cuida-se de tributo instituído para fazer face ao custo de obra pública de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada, e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. O art. 82 do CTN enumera uma lista de requisitos
mínimos para a cobrança do tributo, os quais devem ser observados para que a contribuição possa ser
regularmente exigida. No ponto, especificamente, o seguinte precedente do STJ divulgado no Informativo
nº 522: “A instituição de contribuição de melhoria depende de lei prévia e específica, bem como da ocorrência
de efetiva valorização imobiliária em razão da obra pública, cabendo ao ente tributante o ônus de realizar
a prova respectiva. (REsp 1.326.502-RS, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 18/4/2013)”. Com efeito, a
previsão significa que depende de lei específica a instituição da contribuição para cada obra realizada,
a tanto não bastando a previsão genérica em Código Tributário Municipal ou Lei Orgânica Municipal: “A
contribuição de melhoria é tributo cujo fato imponível decorre da valorização imobiliária que se segue a
uma obra pública, ressoando inequívoca a necessidade de sua instituição por lei específica, emanada do
Poder Público construtor, obra por obra, nos termos do art. 150, I, da CF/88 c/c art. 82 do CTN, uma vez
que a legalidade estrita é incompatível com qualquer cláusula genérica de tributação [...] In casu, consoante
dessume-se do voto condutor do acórdão recorrido, o entendimento esposado pelo Tribunal a quo diverge
da jurisprudência dominante nesta Corte Superior, in verbis: “Inicialmente, destaco que entendo não ser
necessária a existência de uma lei específica, obra por obra, para a instituição e cobrança de contribuição de
melhoria. Nessa perspectiva, tenho que o Município apelado logrou comprovar o atendimento ao princípio
da legalidade tributária (art. 150, I, da CF/88), ao acostar ao presente feito, a Lei Municipal nº 286/96 de fl.
151, a qual autoriza o Poder Executivo a realização de obras de pavimentação asfáltica nas ruas no perímetro
urbano, o que abarca a hipótese sob exame.” 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte,
provido. (REsp 927.846/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/08/2010)”. Assim, a
entidade tributante, ao exigir o pagamento de contribuição de melhoria, tem de também demonstrar
o amparo das seguintes circunstâncias, além daquelas já mencionadas: a) a exigência fiscal decorre de
despesas decorrentes de obra pública realizada; b) a obra pública provocou a valorização do imóvel; c)
a base de cálculo é a diferença entre dois momentos: o primeiro, o valor do imóvel antes da obra ser
iniciada; o segundo, o valor do imóvel após a conclusão da obra.
GABARITO: CERTO
14. A cobrança judicial da dívida ativa de natureza não tributária deve observar o regramento
previsto no Código de Processo Civil, e não aquele disciplinado na Lei de Execuções Fiscais (Lei
nº 6.830/80).
COMENTÁRIO
A Lei nº 6.830/80 é a lei específica que disciplina o rito procedimental para a cobrança judicial da dívida
ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias (art. 1º, LEF).
Compõem a dívida ativa tanto os créditos públicos de natureza tributária como os de natureza não
tributária, conforme a exegese extraída do art. 2º, e respectivo §1º, da Lei nº 6.830/80, bem como do
disposto no art. 39 da Lei nº 4.320/64, verbis:
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não
tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui
normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º,
será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas
orçamentárias.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento,
serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após
apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.
A dívida ativa não tributária pode assim ser identificada de forma residual, consistindo em qualquer crédito
da Fazenda Pública, desde que não decorrente de atividade impositiva tributária (isto é, na definição
do art. 3º do CTN, não relativa à “prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”). Portanto, independentemente da natureza do crédito, a cobrança
da dívida ativa far-se-á mediante o procedimento executivo previsto na LEF. Dessa forma, tem-se que
mesmo nos casos de cobrança judicial de créditos públicos não tributários (dos quais são exemplos as
multas e demais receitas públicas originárias/contratuais), o rito a ser observado para a cobrança judicial
é aquele previsto na Lei de Execuções Fiscais, com as respectivas especificidades procedimentais que o
distinguem da execução por quantia certa prevista no CPC (p.ex: citação por correio, necessidade de
garantia do juízo para o apresentação de embargos, etc.).
GABARITO: ERRADO
DIREITO AMBIENTAL
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 72, § 3º, inciso I, da Lei 9.605/98, “a multa simples será aplicada sempre que o
agente, por negligência ou dolo: I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar
de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos,
do Ministério da Marinha;”. Diante da redação do dispositivo, surgiu, no âmbito do Superior Tribunal
de Justiça, em recente caso, o seguinte questionamento: Nos termos da Lei 9.605/98, que dispõe sobre
as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, é
necessário que, para a imposição de multa decorrente de infração ambiental, seja, previamente, aplicada
a penalidade de advertência? A resposta é negativa, conforme decidido pela Primeira Turma do STJ no
julgamento do REsp 1.318.051-RJ, noticiado no Informativo n.º 561.
De fato, a leitura isolada do art. 72, § 3º, I, da Lei 9.605/98 pode conduzir à errônea conclusão de que
a aplicação da penalidade de multa (art. 72, II) somente é possível se precedida de uma advertência
ao infrator da norma ambiental (art. 72, I). Nada obstante, segundo o Relator do caso, Min. Benedito
Gonçalves, a solução para o questionamento não pode ser extraída da leitura isolada e literal do art.
72, § 3º, I, da Lei 9.605/98. Pelo contrário, há que se fazer a conjugação do dispositivo com as regras
estabelecidas no art. 6º do mesmo diploma e no art. 4º do Decreto 6.514/2008 (este artigo reproduz,
quase que integralmente, a redação do art. 6º da Lei 9.605/98. Recomendo a leitura de ambos, para
efeito comparativo):
Lei 9.605/98
Assim, a multa ambiental — e qualquer outra penalidade constante do rol do art. 72 da Lei de Crimes
e Infrações Ambientais — será aplicada conforme os critérios norteadores estampados no art. 6º
supramencionado, que levam em conta: a gravidade do fato, os antecedentes do infrator e a sua situação
econômica. Constatada gravidade tal que implique a imediata imposição de multa, não estará a penalidade
condicionada a aplicação prévia de advertência. Ademais, ainda nos termos do voto condutor do acórdão
do REsp 1.318.051-RJ, a penalidade de advertência tão somente tem aplicação nas infrações de menor
potencial ofensivo, justamente porque ostenta caráter preventivo e pedagógico, de modo que, diante de
casos em que ocorrida grave transgressão às normas ambientais nem há se falar em prévia imputação de
advertência como condição para aplicação de multa.
Para finalizar, eis o quanto noticiado no Informativo n.º 561: “Configurada infração ambiental grave,
é possível a aplicação da pena de multa sem a necessidade de prévia imposição da pena de
advertência (art. 72 da Lei 9.605/1998). De fato, na imposição de penalidade por infração ambiental,
a gradação das penalidades é imposta pela própria Lei 9.605/1988, que obriga a autoridade competente
a observar, primeiramente, a gravidade do fato e, posteriormente, os antecedentes do infrator e a
sua situação econômica (arts. 6º da Lei 9.605/1998 e 4º do Decreto 6.514/2008). Esses são os critérios
norteadores do tipo de penalidade a ser imposta. Feitas essas considerações, insta expor que a penalidade
de advertência a que alude o art. 72, § 3º, I, da Lei 9.605/1998 tem aplicação tão somente nas infrações
de menor potencial ofensivo, justamente porque ostenta caráter preventivo e pedagógico. Assim, na
hipótese de infração de pequena intensidade, perfaz-se acertado o emprego de advertência e, caso não
cessada e não sanada a violação, passa a ser cabível a aplicação de multa. Porém, no caso de transgressão
Portanto, errada a assertiva, uma vez que a penalidade de multa não está condicionada à imposição da
pena de advertência.
DICA DE ESTUDO: Não deixem de lado o estudo da responsabilidade administrativa em matéria ambiental.
Leiam os arts. 70 e 72 da Lei 9.605/98. Em relação ao Dec 6.514/2008, desnecessária a sua leitura, mas
sugiro que compreendam a estrutura e a distribuição dos capítulos do Regulamento.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Segundo o art. 1º, III, da Resolução CONAMA n.º 237/97, estudos ambientais “são todos e quaisquer
estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação
de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida,
tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar
de risco.”
Dentre as diversas modalidades de estudos ambientais talvez o de maior relevância seja o Estudo Prévio
de Impacto Ambiental – EPIA ou EIA, exigido para os casos de empreendimentos e atividades efetiva ou
potencialmente causadoras de significativa degradação ao meio ambiente (art. 3º da Resolução CONAMA
n.º 237/97).
Segundo Luís Paulo Sirvinskas, “o EPIA nada mais é do que a avaliação, mediante estudos realizados por
uma equipe técnica multidisciplinar, da área onde o postulante pretende instalar a indústria ou exercer
atividade causadora de significativa degradação ambiental, procurando ressaltar os aspectos negativos
e/ou positivos dessa intervenção humana. Tal estudo analisará a viabilidade ou não da instalação da
indústria ou do exercício da atividade, apresentando, inclusive, alternativas tecnológicas que poderiam
ser adotadas para minimizar o impacto negativo ao meio ambiente. O RIMA, por sua vez, nada mais é
do que a materialização desse estudo.” (SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 11ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013).
Como o objetivo desse estudo é reduzir ao máximo o impacto ambiental1 de atividade efetiva ou
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, a sua realização a posteriori ou
póstuma iria de encontro ao princípio da prevenção, esvaziando por completo a utilidade do instrumento.
Portanto, incorreta a assertiva.
DICA DE ESTUDO: Leiam os arts. 1º a 3º, e 7º e seguintes, da Resolução n.º 237/97 do CONAMA, dando
especial enfoque aos arts. 1º, 3º e 8º. Em relação aos arts. 4º, 5º e 6º, relacionados à repartição de
competência em matéria ambiental, observar novos ditames estabelecidos pela LC 140/2011.
GABARITO: ERRADO
17. Segundo o STF, não há ilegalidade na criação de mais de um tipo de unidade de conservação
da natureza a partir de um único procedimento administrativo.
COMENTÁRIO
A assertiva está correta, e reproduz entendimento firmado pelo Plenário do STF no MS 25347, de relatoria
do Min. Ayres Britto, julgado em 17/02/2010. Nos termos do voto condutor do acórdão, “equivocada a
alegação de que o procedimento administrativo, inicialmente instaurado para a criação de um parque
nacional acabou por conduzir à criação de uma estação ecológica para fugir à obrigatoriedade de
realização da consulta pública. Primeiro, porque as reuniões públicas foram realizadas. Segundo, porque
do mesmo procedimento administrativo resultou também a criação do Parque Nacional Terra do Meio.
E aqui devo frisar que não há qualquer ilegalidade na criação de mais de um tipo de unidade
de conservação da natureza a partir de um único procedimento administrativo. É que, não raro,
os estudos técnicos e as próprias consultas às populações interessadas indicam essa necessidade,
consideradas as características de cada um dos tipos de unidade de conservação.” (passagem do voto do
Ministro Ayres Britto).
GABARITO: CERTO
18. De acordo com a Lei Complementar n.º 140, de 8 de dezembro de 2011, o decurso dos prazos
1 Impacto ambiental é “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: I — a saúde,
a segurança, e o bem-estar da população; II — as atividades sociais e econômicas; III — a biota; IV — as condições estéticas
e sanitárias do meio ambiente; V — a qualidade dos recursos ambientais” (art. 1º, I, II, III, IV e V, da Resolução n. 1/86 do
CONAMA).
de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, implica emissão tácita e autoriza a prática
de ato que dela dependa ou decorra.
COMENTÁRIO
A assertiva está incorreta, pois contraria o disposto no art. 14, § 3º, da LC 140/2011: “O decurso dos prazos
de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática
de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 15.”
Nos termos do art. 2º, inciso I, da LC 140/201, consiste o licenciamento ambiental em “procedimento
administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.”.
No mesmo sentido, a previsão do art. 1º, inciso I, da Resolução CONAMA n.º 237/97.
O art. 14, § 3º, da LC 140/2011 veio reafirmar o comando do art. 16 da Resolução 237, no sentido da
necessidade de instauração da competência supletiva quando decorridos os prazos do licenciamento
sem a emissão das respectivas licenças ambientais.
(...)
III – atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das
atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
DICA DE ESTUDO: É muito importante a leitura da LC 140/2011, diante das inovações trazidas em relação
à repartição de competências em matéria ambiental (arts. 7º a 10). Destaque especial deve ser dado aos
arts. 2º e 17!!!
GABARITO: ERRADO
DIREITO CIVIL
19. Nas obrigações solidárias cada devedor deve o todo e não apenas sua fração ideal, logo,
qualquer credor poderá demandar judicialmente qualquer devedor. Neste caso, o devedor se
exonera de sua obrigação adimplindo-a junto a qualquer credor solidário.
COMENTÁRIO
Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigida indiferentemente por
qualquer dos credores de quaisquer dos devedores. Cada devedor deve não apenas a sua fração ideal,
mas o todo, assim como ocorre com as obrigações indivisíveis. No entanto, a indivisibilidade da obrigação
relaciona-se com o objeto da prestação, enquanto que a solidariedade se funda em relação jurídica
de natureza subjetiva.
Segundo o Código Civil “cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento
da prestação por inteiro” – art. 267, do Código Civil. São elementos da solidariedade: (i) multiplicidade das
partes; (ii) unidade de prestação; (iii) corresponsabilidade das obrigações.
O devedor poderá efetuar o pagamento para quem quiser e como quiser, antes de eventual demanda
proposta por qualquer dos credores.
Nesse sentido “enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer
daqueles poderá este pagar” – art. 268, do Código Civil.
Neste caso, estamos diante de situação de prevenção judicial, ou seja, o credor que propôs a ação
judicial terá direito preferencial ao recebimento total da dívida.
Nas palavras de Maria Helena Diniz2 “como qualquer credor solidário pode demandar, ou seja, acionar o
devedor pela totalidade do débito, uma vez iniciada a demanda, ter-se-á a prevenção judicial; o devedor,
2 DINIZ, Maria Helena. Código Civil anotado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 277.
então, apenas se libertará pagando a dívida por inteiro ao credor que o acionou, não lhe sendo mais lícito
escolher o credor solidário para a realização da prestação”.
GABARITO: ERRADO
20. As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não associados
ou que a elas não anuíram.
COMENTÁRIO
O Superior Tribunal de Justiça, com fundamento em idêntica tese de direito (a validade ou não da cobrança
de “taxas”, contribuições de manutenção ou de conservação criadas por associação de moradores ou
administradora de loteamento impostas a proprietário de imóvel que não seja associado ou não tenha
aderido ao ato que instituiu o encargo), concluiu, em 11/03/2015, o julgamento do REsp n. 1.439.163/SP,
nos termos do art. 543-C, do Código de Processo Civil e da Resolução STJ n. 08/2008, firmando tese em
recurso repetitivo, segundo a qual:
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, firma-se a seguinte tese: “As taxas de manutenção
criadas por associações de moradores não obrigam os não associados ou que a elas não
anuíram”.
2. No caso concreto, recurso especial provido para julgar improcedente a ação de cobrança.
(REsp 1280871/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO
BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/03/2015, DJe 22/05/2015).
Nas palavras do relator: “no entanto, nos termos da consolidada jurisprudência desta Corte, em virtude da
natureza jurídica da associação civil, não é possível a exigência de pagamento compulsório de contribuição
de proprietário não associado à entidade por atentar contra a liberdade de associação prevista na própria
Constituição Federal”.
GABARITO: CERTO
21. Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a Seguradora denunciada pode
ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar a indenização devida à vítima, nos
limites contratados na apólice.
COMENTÁRIO
O Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp n. 925.130/SP firmou entendimento segundo o qual:
1. Para fins do art. 543-C do CPC: Em ação de reparação de danos movida em face do segurado,
a Seguradora denunciada pode ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar
a indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.
(REsp 925.130/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
08/02/2012, DJe 20/04/2012)
Nessa linha, a referida Corte de Justiça editou dois enunciados de súmulas, vejamos:
Súmula 529 - No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação
pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador
do dano. (Súmula 529, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/05/2015, DJe 18/05/2015).
GABARITO: CERTO
22. A União possui legitimidade para figurar no pólo passivo de ação em que o autor visa ao
pagamento de indenização em decorrência de erro médico cometido em hospital particular
conveniado ao SUS.
COMENTÁRIO
A União não dispõe de legitimidade passiva na hipótese, conforme o recente e importante precedente
da 1ª Seção do STJ, divulgado no Informativo nº 563: “A União não tem legitimidade passiva em ação de
indenização por danos decorrentes de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento
custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). [...] Nesse contexto, não se deve confundir a obrigação
solidária dos entes federativos em assegurar o direito à saúde e garantir o acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, com a responsabilidade civil do Estado pelos
danos causados a terceiros. Nesta, o interessado busca uma reparação econômica pelos prejuízos sofridos,
de modo que a obrigação de indenizar se sujeita à comprovação da conduta, do dano e do respectivo
nexo de causalidade. Dessa forma, não há qualquer elemento que autorize a responsabilização da União,
seja porque a conduta não foi por ela praticada, seja em razão da impossibilidade de aferir-se a existência
de culpa in eligendo ou culpa in vigilando” (EREsp 1.388.822-RN, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
13/5/2015). Por fim, anota-se que, nos termos da descentralização de funções e atribuições prevista pela
Lei nº 8.080/90, a responsabilidade pela fiscalização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A primeira parte do enunciado está correta, vez que a arbitragem é método de solução de conflitos por
heterocomposição, espécie que se caracteriza quando o conflito é solucionado através da intervenção
de um agente exterior à relação conflituosa originária, a quem então caberá resolvê-la. De outro lado,
tem-se a autocomposição, que se verifica quando o conflito é solucionado pelas próprias partes, sem a
intervenção de outros agentes externos, dividindo-se em renúncia, aceitação e transação. A arbitragem
é instrumento de heterocomposição, posto que as partes se submetem a uma decisão imposta por um
terceiro que atua como se juiz fosse. Diferentemente do processo jurisdicional, no caso da arbitragem
esse terceiro será um particular ou uma instituição especializada (Câmara de arbitragem), de confiança
dos contendores. A arbitragem hoje tem ganhado relevo, sendo regulamentada pela Lei nº 9.307/96,
recentemente reformada pela Lei nº 13.129, de 26 de maio de 2015, a qual possui prazo de vacatio legis
de 180 dias. A 2ª parte do enunciado da nossa questão é que se encontra incorreta, pois, embora a
existência de convenção de arbitragem componha o elenco das matérias preliminares elencadas pelo art.
301 do CPC, ela é a única das ali previstas que o juiz não poderá conhecer de ofício: Art. 301. Compete-lhe,
porém, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta;
III - inépcia da petição inicial; IV - perempção; V – litispendência; VI - coisa julgada; VII - conexão; VIII -
incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; IX - convenção de arbitragem; X
- carência de ação; Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. [...] § 4º Com
exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo. Destaca-
se, por fim, que a menção à convenção de arbitragem aí compreende tanto a cláusula compromissória
(convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os
litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato) quanto o compromisso arbitral (convenção
através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial
ou extrajudicial).
GABARITO: ERRADO
24. O recorrente deve ser intimado para complementar o preparo quando, embora efetue o
pagamento das custas, deixe de fazê-lo quanto ao porte de remessa e retorno.
COMENTÁRIO
Preparar o recurso significa custear as despesas inerentes ao seu processamento, aí incluído o porte de
remessa e retorno (Súmula n.º 187⁄STJ - “É deserto o recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça,
quando o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos autos”).
Trata-se o preparo de requisito extrínseco de admissibilidade recursal, devendo a comprovação de sua
realização se dar no momento de interposição do recurso, sob pena de preclusão consumativa. O §2º
do art. 511 do CPC dispõe que “A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente,
intimado, não vier a supri-lo no prazo de cinco dias”. Vale aqui uma importante observação no sentido de
que a ausência do preparo difere da sua insuficiência, somente esta última autorizando o complemento
do pagamento no prazo de 5 dias. O STJ tem jurisprudência pacífica nesse sentido, rechaçando a tentativa
de se interpretar extensivamente o §2º do art. 511 do CPC para que o mesmo alcance a hipótese de
ausência do pagamento do preparo: “Apenas a insuficiência do preparo, e não sua ausência, autoriza a
concessão do prazo estabelecido no § 2º do art. 511 do CPC” (AgRg no AREsp 418.715⁄SC, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Terceira Turma, j. 22⁄5⁄2014). A Corte Especial do STJ, conforme julgado
divulgado no Informativo nº 563, teve a oportunidade de recentemente rememorar o tema, fixando a
tese de que como o preparo recursal compreende o recolhimento de todas as verbas previstas em norma
legal e indispensáveis ao processamento do recurso (custas, taxas, porte de remessa e retorno, etc.), deve
também o recorrente ser intimado a complementar o seu preparo quando interpuser o recurso com o
pagamento de apenas parte das rubricas exigidas na espécie:
insuficiente, sendo tal entendimento o que melhor se coaduna com a tradicional jurisprudência
do STJ, com o objetivo da própria Lei 9.756/1998 e com o ideal de acesso à justiça” (REsp
844.440-MS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 6/5/2015, DJe 11/6/2015).
GABARITO: CERTO
25. Em execução invertida de pequeno valor descabe condenar o ente público ao pagamento de
honorários advocatícios em favor do exequente.
COMENTÁRIO
nos casos de “execução invertida”, a apresentação espontânea dos cálculos após o trânsito em
julgado do processo de conhecimento, na fase de liquidação, com o reconhecimento da dívida,
afasta a condenação em honorários advocatícios. AgRg no AREsp 630.235-RS, Rel. Min. Sérgio
Kukina, julgado em 19/5/2015, DJe 5/6/2015.
1. Precatório:
2. Pequeno valor:
GABARITO: CERTO
DIREITO EMPRESARIAL
COMENTÁRIO
Vamos começar relembrado que a companhia é uma forma de denominação das sociedades anônimas
(Arts. 1.088 e 1.060 do Código Civil) e que, independentemente do seu objeto, as sociedades por ações
(das quais são exemplos as sociedades anônimas) consideram-se empresárias (Art. 982, parágrafo único,
do CC).
A legislação de regência destas sociedades por ações é a Lei n.º 6.404/76 e a ação de responsabilidade,
de que trata o enunciado, está prevista em seu Art. 159, segundo o qual: “compete à companhia, mediante
prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos
prejuízos causados ao seu patrimônio”.
(ii) Por qualquer sócio, caso não seja proposta no prazo de 3 (três) meses da deliberação; ou
(iii) Por acionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital social, se a
Relativamente aos itens (i) e (ii), as seguintes situações foram recentemente pontuadas pela 3ª Turma do
STJ (Informativo 563):
a) Enquanto não decorridos os três meses, a companhia é a única legitimada a propor a ação de
responsabilidade (legitimação exclusiva);
b) Ainda que transcorridos os três meses, a companhia continua possuindo legitimidade para
propor a ação (legitimação concorrente);
c) Transcorridos os três meses, não há óbice para que os sócios ingressem com a ação em
litisconsórcio ativo com a companhia.
d) Caso a ação seja proposta por ambos os legitimados concorrentes (companhia e qualquer
sócio), separadamente, estaremos diante de um caso de litispendência;
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Segundo o Art. 1º da Lei n.º 9.492/97, que define competência, regulamenta os serviços concernentes
ao protesto de títulos e outros documentos de dívida e dá outras providências, “Protesto é o ato formal
e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e
outros documentos de dívida”.
A assertiva contraria recente decisão proferida no âmbito do STJ, noticiada no informativo nº 562 do
referido Tribunal. Segue:
• O simples apontamento de título a protesto sem o efetivo registro não gera dano moral. Isso
porque, após a protocolização do título, o devedor tem a oportunidade de pagar a dívida ou
sustar o protesto, antes de este ser lavrado e registrado, não configurando, portanto, nenhum
• Por fim, atenção! Cuidado para não confundir essa situação com aquela em que o devedor tem seu
nome inscrito em cadastro de inadimplentes. Nesses casos, o ônus da baixa da indicação do nome
do consumidor é do credor, e não do devedor. (AgRg no AREsp 415.022/SC, Rel. Ministro MARCO
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 25/04/2014).
GABARITO: ERRADO
28. A jurisprudência do STF posiciona-se pela imunidade relativa de jurisdição em favor dos
Estados estrangeiros e das organizações internacionais.
COMENTÁRIO
Analisando o conteúdo programático de direito internacional público do edital para o próximo concurso
para o cargo de Advogado da União, verifiquei que, em relação ao último concurso, a única alteração se
deu com a inclusão do item “imunidades de jurisdição e de execução”. Como nada há de ser por acaso,
achei por bem explorar o tema.
Isso porque, conforme entendimento atual do Supremo Tribunal Federal, apenas aos Estados se aplica a
imunidade relativa de jurisdição, sendo possível que organizações internacionais desfrutem de imunidade
absoluta, se assim for previsto em tratado.
Importante recordar que, pela tese da imunidade relativa, os Estados só possuem imunidade de jurisdição
em relação aos seus atos de império (ex.: concessão/denegação de visto, admissão de estrangeiros em
seu território, etc.) e não aos atos de gestão (ex.: aquisição de bens, contratação de serviços e funcionários
locais para as missões diplomáticas, etc.). Já a imunidade absoluta não faz distinção entre atos de império
e de gestão, sustentando que nunca será possível um Ente internacional ser processado e julgado por
órgãos de outro Estado.
Veja-se decisão do Ministro Celso de Mello, transcrita no informativo nº 722 do STF (recomendo a leitura),
que bem condensa a posição do Pretório Excelso sobre a imunidade de jurisdição dos Estados:
Impõe-se destacar, por isso mesmo, na linha dos precedentes firmados pelo Supremo Tribunal
Federal (RTJ 133/159 – RTJ 161/643-644 – RTJ 184/740-741), que deixará de prevalecer,
excepcionalmente, a prerrogativa institucional da imunidade de jurisdição (imunidade à
jurisdição cognitiva), sempre que o representante do Estado estrangeiro, por atuar em matéria
de ordem estritamente privada (matéria laboral, p. ex.), intervier em domínio estranho àquele
em que usualmente se praticam, no plano das relações diplomáticas e consulares, atos “jure
imperii”.
Já no que concerne à imunidade das organizações internacionais, as decisões mais recentes do STF
tratam do caso da ONU e do seu Programa para o Desenvolvimento (PNUD). Veja-se:
O cerne da diferenciação está no fato de que, no que se refere aos Estados, a imunidade de jurisdição
decorre de princípios e se aplica através de costume. Já quanto às organizações internacionais, a imunidade
de jurisdição, no mais das vezes, vem expressamente prevista em tratado firmado entre a organização e
o Estado no qual a mesma se estabelece.
Assim, é importante estar atento às diferenças na aplicação da imunidade de jurisdição em favor dos
Estados (relativa, com distinção entre atos de gestão e de império) e das organizações internacionais
(absoluta, sempre que prevista em tratado).
Por fim, não se deve confundir imunidade de jurisdição, aqui tratada, com imunidade de execução, que
será abordada em rodada futura.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Os temas comércio internacional e litígios perante a OMC têm tomado corpo no campo de atuação
internacional da AGU. Por isso, imagino possível que uma questão referente à OMC e, principalmente, ao
A assertiva está correta, nos termos do parágrafo 1 do artigo 22 do anexo II do Acordo Constitutivo da
OMC, que versa sobre o “entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias”.
In verbis:
A compensação e a suspensão de concessões ou de outras obrigações são medidas
temporárias disponíveis no caso de as recomendações e decisões não serem
implementadas dentro de prazo razoável. No entanto, nem a compensação nem a suspensão
de concessões ou de outras obrigações é preferível à total implementação de uma recomendação
com o objetivo de adaptar uma medida a um acordo abrangido. A compensação é voluntária
e, se concedida, deverá ser compatível com os acordos abrangidos. (grifei)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Por tal razão, elaborei a assertiva em comento, que se mostra atualíssima, eis que a regulamentação da
contratação de advogados e especialistas no exterior para defesa da República em foros estrangeiros
acabou de ser realizada, através da publicação da portaria nº 217, de 09/07/20153 (publicada em
10/07/2015).
Art. 23. O DPI definirá a estratégia jurídica, orientará a atuação do contratado e elaborará e
aprovará previamente as manifestações da República, observadas as orientações do Advogado-
Geral da União e do Procurador-Geral da União.
3 http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=10/07/2015&jornal=1&pagina=1&totalArquivos=296
A publicação tão recente poderia levar a concluir que o conteúdo da portaria não seria objeto de
cobrança em prova. Nada obstante, considerando o grau de dificuldade da prova anterior, o fato de que a
portaria foi publicada antes do edital do concurso em trâmite, bem assim que o assunto ganhou destaque
internamente na AGU4, não duvido que tal ocorra e, por isso, me senti na obrigação de alertá-los.
Para além da portaria nº 217/2015, as atribuições do DPI devem ser estudadas através das seguintes
normas: art. 27 do Decreto nº 7.392/2010; art. 8º, IV, do Ato Regimental nº 05/2002 (alterado pelo Ato
Regimental nº 01/2005) e portaria nº 03/2011. As normas internas da AGU podem ser encontradas no site
do próprio órgão.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Os alunos que acompanharam o nosso curso CEI-AGU devem ter reparado a insistência com que trato
o assunto do sequestro internacional de crianças e a respectiva Convenção da Haia. Isso porque se trata,
possivelmente, da principal atuação do Advogado da União em matéria internacional. Natural então que
o assunto, que já foi objeto de cobrança no último concurso, seja novamente abordado em prova.
Assim, propus uma assertiva que pode parecer singela, mas que é muito importante. É tão básico quanto
fundamental saber como se dá a atuação da Advocacia-Geral da União nos casos envolvendo sequestro
internacional de crianças.
Não cabe à AGU ajuizar ações em foros estrangeiros visando ao retorno de menores transferidos ou
retidos ilegalmente no exterior, mas sim o contrário.
4 http://www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/338979
(...)
f) dar início ou favorecer a abertura de processo judicial ou administrativo que vise o retomo da
criança ou, quando for o caso, que permita a organização ou o exercício efetivo do direito de
visita;
A autoridade central brasileira (no caso, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República),
contatada por uma autoridade central de outro país signatário da Convenção da Haia que noticie a
localização, no Brasil, de menor ilicitamente transferido ou retido, caso conclua, nos termos da Convenção,
pela necessidade da devolução do menor ao seu país de residência habitual e esgotadas as alternativas
extrajudiciais, acionará a Advocacia-Geral da União, para que esse órgão ajuíze a ação (de busca,
apreensão e restituição de menor) visando ao retorno do menor ao Estado da sua residência habitual.
É dizer, a AGU, representando a União, ajuíza ações, perante a Justiça Federal brasileira, visando à restituição
ao Estado estrangeiro da residência habitual, de menores que estejam ilegalmente retidos ou tenham sido
ilegalmente transferidos para o Brasil. Ou seja, nesses casos, o menor sequestrado está no Brasil, a ação
é sempre ajuizada perante o Judiciário brasileiro e o país da residência habitual é estrangeiro.
Por fim, recomendo fortemente a leitura da Convenção da Haia de 1980 e, para os que queiram aprofundar,
a leitura da cartilha da AGU sobre o tema, disponível no site do DPI/PGU5.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Segundo o Código Penal “não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”- Art. 17.
Portanto, ocorre o crime impossível ou quase crime, tentativa inidônea, tentativa inadequada, tentativa
inútil, crime oco, quando não há a consumação em razão de (i) ineficácia absoluta do meio de execução;
(ii) absoluta impropriedade do objeto.
O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1385621 MG, afeto a sistemática dos recursos
repetitivos, fixou a tese segundo a qual “a existência de sistema de segurança ou de vigilância
eletrônica não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido no interior de estabelecimento
5 http://www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/157035
comercial”.
Importante destacar que para a referida Corte é “relativa a inidoneidade da tentativa de furto em
estabelecimento comercial dotado de segurança e de vigilância eletrônica e, por consequência, afastar a
alegada hipótese de crime impossível”.
Assim sendo, entende o STJ que sempre haverá risco de que os sistemas eletrônicos de vigilância e de
segurança, por algum motivo qualquer, não frustrem a ação delitiva, de modo que o delito impossível,
na dicção do art. 17, do Código Penal, somente se configura por “por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto”.
GABARITO: ERRADO
33. Nos crimes de peculato e no emprego irregular de verbas ou rendas públicas, o sujeito
ativo visa benefício próprio ou alheio, em detrimento do interesse público representado pela
Administração Pública.
COMENTÁRIO
Consigna o art. 312, do Código Penal que “apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio”.
Ainda, “§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário”.
Há três modalidades dolosas de peculato: (i) peculato-apropriação; (ii) peculato-desvio; (iii) peculato-
furto. Para além de tais modalidades, há, ainda, o peculato culposo - §2º, art. 312, CP.
No peculato-desvio, o sujeito ativo, ou seja, o funcionário público, visto que é crime próprio, deve ter a
posse da coisa, no entanto, dar destinação diversa da prevista, empregando-a em benefício próprio
ou alheio, que é elemento subjetivo especial do tipo, que também estar presente nas modalidades
apropriação e furto.
O crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas consiste em “dar às verbas ou rendas públicas
aplicação diversa da estabelecida em lei”, na dicção do art. 315, do Código Penal.
O tipo penal exige que o sujeito ativo seja funcionário público com poder de disposição de rendas e
verbas públicas.
A conduta típica consiste em empregar, utilizar, verbas – dotação orçamentária para pagamento das
despesas do Estado, ou rendas – valores arrecadados legalmente pelo Estado, aplicação diversa da
estabelecida em lei, devendo esta ser compreendida em sentido restrito, ou seja, o ato normativo emanado
do Poder Legislativo.
A título de observação, lembremos que se trata de normal penal em branco imprópria ou homogênea,
pois extrai seu complemento de norma de igual hierarquia.
Segundo Nucci6, “não importa eventual finalidade justa para o emprego irregular de verbas, nem o
propósito honesto do sujeito ativo, pois o funcionário tem o dever legal de ser fiel às regras estabelecidas
pela Administração para aplicar o dinheiro público”.
Portanto, no crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas não há o elemento subjetivo,
consistente em “benefício próprio ou alheio”.
GABARITO: ERRADO
34. No curso da investigação criminal, a verificação do juízo criminal competente para apreciar
o pedido de interceptação telefônica, enquanto medida cautelar preventiva, deve ser feita com
base nos elementos de prova existentes até então, à luz da regra do rebus sic stantibus.
COMENTÁRIO
O Poder Judiciário tem exclusividade para determinar a interceptação telefônica, nos termos do art. 5, XII,
da Constituição Federal e art. 1º, caput, c/c art. 5º, da Lei n. 9.296/1996.
Art. 5º [...]
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
Assim sendo, o nosso ordenamento adotou um sistema de controle judicial prévio da legalidade da
interceptação telefônica, estando esta, portanto, inserida no âmbito da cláusula de reserva de jurisdição,
devendo ser decretada pelo juiz competente da ação principal.
No entanto, “Quando, no entanto, a interceptação telefônica constituir medida cautelar preventiva, ainda
no curso das investigações criminais, a mesma norma de competência há de ser entendida e aplicada
com temperamentos, para não resultar em absurdos patentes: aí, o ponto de partida à determinação da
competência para a ordem judicial de interceptação - não podendo ser o fato imputado, que só a denúncia,
6 Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Parte geral e especial. Edição 2014. Editora Forense.
eventual e futura, precisará -, haverá de ser o fato suspeitado, objeto dos procedimentos investigatórios
em curso. Não induz à ilicitude da prova resultante da interceptação telefônica que a autorização
provenha de Juiz Federal - aparentemente competente, à vista do objeto das investigações policiais
em curso, ao tempo da decisão - que, posteriormente, se haja declarado incompetente, à vista do
andamento delas7”.
No caso, aplica-se a denominada teoria do juízo aparente, segundo a qual: se, no momento da decretação
da medida, os elementos de prova colhidos apontam para a competência do juízo responsável pela
decretação da interceptação telefônica, as provas assim produzidas devem ser consideradas válidas, ainda
que a posteriori venha ser reconhecida a incompetência da autoridade judicial inicialmente competente.
GABARITO: CERTO
DIREITO DO TRABALHO
35. É inválida negociação coletiva que acarrete em diminuição salarial por contrariar o princípio
da irredutibilidade salarial.
COMENTÁRIO
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
(...)
Percebe-se que o dispositivo constitucional possibilita a redução salarial em caso de convenção ou acordo
coletivo, assim, o princípio da irredutibilidade salarial não é absoluto.
Destaca-se que o art. 503 da CLT prevê uma hipótese de redução salarial:
Art. 503 - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a redução
geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um,
não podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), respeitado, em qualquer
caso, o salário mínimo da região.
A doutrina majoritária (dentre todos destaco o Ministro Maurício Godinho Delgado) defende que tal
7 STF, Tribunal Pleno, HC 81.260/ES, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, j . 14/1 1/2001, D J 1 9/04/2002.
norma não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, uma vez que se trata de uma hipótese de
redução salarial decorrente diretamente da Lei sem nenhuma negociação coletiva.
Nesse diapasão, importante ressaltar que a recente Medida Provisória nº 680, de 06/07/2015, a qual criou
o Programa de Proteção ao Emprego – PPE com a finalidade de proteger o emprego frente à grave crise
econômica que assola o país, trouxe uma nova hipótese de redução salarial com a expressa previsão de
necessidade de acordo coletivo:
Art. 3º As empresas que aderirem ao PPE poderão reduzir, temporariamente, em até trinta
por cento, a jornada de trabalho de seus empregados, com a redução proporcional do salário.
GABARITO: ERRADO
36. Compete à União, privativamente, legislar sobre direito do trabalho e sobre as condições para
o exercício de profissões.
COMENTÁRIO
A Constituição Federal, sem seu art. 22, I e XVI, estabelece que compete privativamente à União legislar
sobre Direito do Trabalho e sobre condições para o exercício de profissões. Nessa seara, o Supremo
Tribunal Federal vem reiteradamente julgando inconstitucionais leis estaduais ou municipais que tratem
do tema:
Assim, o Supremo Tribunal Federal já declarou a inconstitucionalidade de: a) lei estadual que estabelece
regras sobre a profissão de motoboy (ADI 3610); b) lei municipal que fixa jornada máxima aos profissionais
de fisioterapia (ARE 821761 AgR); c) lei estadual que cria limites ao exercício da profissão de despachante
(ADI 4387); d) lei distrital que disciplina a atividade de transporte de bagagens nos terminais rodoviários
do Distrito Federal (ADI 3587).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A partir de tal dispositivo, surgiram interpretações que entendiam que toda demanda decorrente da
relação de trabalho deveria ser julgada na justiça do trabalho, inclusive as ações penais. Nesse diapasão,
o Procurador-Geral da República ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade com o objetivo de
afastar qualquer intepretação nesse sentido.
O Supremo Tribunal Federal ao julgar a Medida Cautelar da ADI 3684 refutou a possibilidade da Justiça
do Trabalho processar e julgar ações penais:
Assim, a assertiva está errada. Ressalta-se que, embora não tenha competência penal, a justiça do
trabalho é competente para julgar habeas corpus, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à
sua jurisdição, nos termos do art. 114, IV, da Constituição Federal.
GABARITO: ERRADO
38. Na justiça do trabalho, cabe à parte que requereu a prova pericial o pagamento dos honorários
periciais.
COMENTÁRIO
Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do
perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido
por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.
Todavia, tal dispositivo não é aplicável à justiça laboral, uma vez que o Texto Consolidado tem regramento
próprio acerca do tema:
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita.
Em suma, diferentemente do processo civil, no qual a responsabilidade pelo pagamento dos honorários
periciais é de quem requereu a realização de tal prova, na justiça do trabalho a responsabilidade é da
parte sucumbente na pretensão objeto da perícia.
É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a
incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança
visando à realização da perícia, independentemente do depósito.
Ressalta-se que a Orientação Normativa nº 27/05, do Tribunal Superior do Trabalho, admite o depósito
prévio nas lides não decorrentes da relação de emprego.
Ainda sobre o tema, a Súmula nº 457 do Tribunal Superior do Trabalho aduz que a União é responsável
pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária
da assistência judiciária gratuita.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O objetivo da presente questão é alertar os alunos das diversas alterações na legislação previdenciária
ocorridas durante o ano de 2015. Houve alterações no regramento do fator previdenciário, da pensão,
do auxílio-doença, dentre outros institutos previdenciários. Ao longo do curso, trataremos de principais
mudanças em especial as existentes na Medida Provisória nº 664, convertida na Lei nº 13.135/15. Desde já,
aconselho aos alunos bastante cuidado com os livros e materiais desatualizados.
Todavia, a Medida Provisória nº 664 estabeleceu que tal prazo passaria a ser de 30 dias. Tal fato teve
bastante destaque na mídia nacional, contudo, o Congresso Nacional ao converter a referida MP na Lei
nº Lei nº 13.135/15 rejeitou a alteração do prazo proposto pelo Poder Executivo.
Assim, período em que o empregador será responsável pelo pagamento do salário do segurado durante
o período do auxílio-doença ocorre durante os 15 (quinze) primeiros dias do afastamento.
GABARITO: CERTO
40. Atualmente, não é devido pelo servidor público federal a contribuição previdenciária sobre
parcela recebida a título de função de confiança.
COMENTÁRIO
No texto original da Constituição Federal não havia diferenciação entre os ocupantes de cargo efetivo ou
em comissão, assim, todos seriam englobados no regime próprio. Contudo, a Emenda Constitucional nº
20/98 inseriu o §13º no art. 40:
Contudo, o caso em tela traz uma situação diferente: a do servidor público federal ocupante de função de
confiança ou de cargo comissionado. Nesse sentido, a Lei nº 10.887/2004 expressamente exclui a parcela
percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função comissionada ou gratificada
da incidência da contribuição previdenciária:
Art. 4º A contribuição social do servidor público ativo de qualquer dos Poderes da União,
incluídas suas autarquias e fundações, para a manutenção do respectivo regime próprio de
previdência social, será de 11% (onze por cento), incidentes sobre:
(...)
(...)
Destaca-se que mesmo antes dessa exclusão legal os Tribunais Superiores (STF ADINMC 2.010/ STJ
EREsp 524711) afastavam a incidência da contribuição previdenciária por entender que a impossibilidade
de incorporação do cargo em comissão à aposentadoria ocasionaria na exclusão de tais valores da base
de cálculo da contribuição previdenciária. O Acórdão abaixo explicita as razões do entendimento:
GABARITO: CERTO
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