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5ª RODADA - 29/03/2018
CEI-PGE/SP
5ª RODADA - 29/03/2018
DURAÇÃO
09/02/2018 A 10/05/2018
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
12 QUESTÕES DISSERTATIVAS
total
6 PEÇAS OU PARECERES
total
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PGE/SP
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2018
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
60,00
em até 3x
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Páginas: 190
sem juros Edição: 3ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-02-6
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Dimensões: 14x21cm
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PROFESSORES
SUMÁRIO
PROFESSORES..............................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................................6
CRONOGRAMA...........................................................................................................................................7
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO.................................................8
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................8
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................11
DIREITO CIVIL................................................................................................................................14
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................... 17
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO.......................................................19
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 22
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 25
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................. 28
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO.................................31
GABARITO................................................................................................................................................. 35
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO............................................................. 36
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................... 36
DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................... 44
DIREITO CIVIL............................................................................................................................... 53
DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 67
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO...................................................... 80
DIREITO AMBIENTAL..................................................................................................................91
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................ 101
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO..................................................111
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO...............................126
QUESTÃO DISSERTATIVA.........................................................................................................138
DIREITO CIVIL..............................................................................................................................138
APRESENTAÇÃO
Chegamos, praticamente, à metade do curso, pois estamos na quinta rodada, e, ao total, serão nove. À
medida em que o tempo avança, as dúvidas e angústias também se multiplicam e, da mesma forma, o
número de e-mails que tenho recebido de vocês. A principal dúvida compartilhada por vocês se refere
aos pontos do edital que devem ser priorizados neste momento. Minha sugestão é a leitura – com
atenção e cuidado – das leis específicas do Estado de São Paulo, eis que, com elas, vocês têm pouco ou
nenhum contato. Recomendo que as leiam neste momento e as releiam no período pré-prova, de modo
mais rápido, a fim de captar e apreender pontos que não devem ser esquecidos. Não raro, os alunos
leem e revisam conteúdos que mais gostam ou com as quais já tiveram contato e essas leis, muitas
vezes mais enfadonhas, são negligenciadas pelos alunos. Por favor, não façam isso. Provavelmente,
com essas leis estaduais vocês conseguirão alavancar vários pontos na prova. Portanto, no estudo
diário, sugiro mesclar um conteúdo novo como, por exemplo, leis estaduais que vocês nunca tenham
lido, com um conteúdo que vocês dominam ou que já estudaram e precisam apenas revisar, mas não
aprender. Além disso, alguns de vocês questionaram se deveriam se preocupar com artigos e livros de
membros da banca e eventuais materiais deles. Sugiro que, se possível, ou seja, se o tempo permitir,
leiam as publicações do Centro de Estudos (Boletins e Revistas da PGE-SP):
Por fim, desejo que vocês tenham bons estudos e lembrem que fico à disposição para eventuais dúvidas
e esclarecimentos pelo e-mail: profcei.mariannamotta@gmail.com.
Um forte abraço,
CRONOGRAMA
Questões Limite p/
Peça (Até Publicação
Rodada Objetivas (Até 30 Publicação resposta p/
150 linhas) espelho
linhas) aluno
Previdenciá-
90 questões Trabalho
1ª Rodada rio Público 9/02 17/02 01/03
objetivas Civil
(peça)
Constitucio-
90 questões Ambiental
2ª Rodada nal 23/02 03/03 15/03
objetivas (parecer)
Financeiro
Administra-
tivo Pessoal
45 questões
3ª Rodada 09/03 17/03 29/03
objetivas (parecer) Econômico
45 questões
4ª Rodada - - 19/03 - -
objetivas
Processo do
45 questões Tributário
5ª Rodada Trabalho 29/03 08/04 20/04
objetivas Civil
(peça)
45 questões
6ª Rodada - - 10/04 -
objetivas
Processo
Civil Ambiental
45 questões
7ª Rodada Administra- 20/04 29/04 11/05
objetivas (peça)
tivo
Constitucio-
45 questões Tributário nal
8ª Rodada 02/05 09/05 16/05
objetivas (peça) Empresarial
Público
90 questões
objetivas
9ª Rodada - - 11/05
(estilo
SIMULADO)
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. “(...) Se o poder constituinte é a expressão da vontade política da nação, não pode ser
entendido sem a referência aos valores éticos, religiosos, culturais que informam essa
mesma nação e que motivam as suas ações” (BRANCO, Paulo Gustavo Bonet; COELHO,
Inocêncio Mártires; e MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2008, p. 199).
solução que torne possível a coexistência entre elas, evitando-se o sacrifício total
de um princípio em relação ao outro.
B) A multa prevista como sanção para atos de litigância de má-fé não pode ser
cominada, cumulativamente, com a multa aplicada em razão do caráter protelatório
dos embargos de declaração, sob risco de bis in idem.
8. Caio ingressou com ação ordinária em face de Maria Amélia, demanda que foi
julgada totalmente improcedente, condenando-se a parte vencida ao pagamento de
custas e honorários sucumbenciais em 10% sobre o valor da causa. Inconformado,
Caio interpôs o respectivo recurso de apelação, o qual foi conhecido pelo relator, mas
julgado improcedente, por meio de decisão monocrática, em cuja fundamentação se
expôs que a pretensão recursal de Caio afrontava entendimento firmado pelo STJ em
julgamento de recurso especial repetitivo, nos termos do art. 932, IV, “b”, do CPC/2015.
Caio, contudo, está convicto de que a decisão monocrática pela improcedência do seu
recurso incorreu em grave erro, pois as circunstâncias fáticas do seu caso concreto
não se assemelhavam àquelas do caso paradigma que ensejou a formação da tese pelo
STJ e o juiz não observou essa distinção ao julgar o seu caso. Em face dessa situação,
assinale a alternativa CORRETA:
A) Para que Caio possa provocar a Corte julgadora a enfrentar diretamente os
argumentos expostos por ele e não analisados pelo relator em sua decisão
monocrática, o único recurso cabível são os embargos de declaração.
B) Caio poderá fazer uso do agravo interno para tentar reformar a decisão que
monocraticamente julgou improcedente sua apelação, desde que o Regimento
Interno do Tribunal regulamente o processamento deste recurso.
E) Interposto agravo interno por Caio, se este recurso for declarado manifestamente
inadmissível ou improcedente em votação por maioria, o órgão colegiado, em
decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada
entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
10. A Lei 9.099/95 estabeleceu o regime dos Juizados Especiais, sistema voltado para
o processamento e julgamento de causas de menor complexidade e informado pelos
critérios de oralidade, simplicidade, informalidade, celeridade, entre outros. A esse
respeito é CORRETO afirmar que:
A) Em vista do princípio da oralidade, que orienta o processo nos Juizados
D) É possível sentença ilíquida nos Juizados Especiais, uma vez formulado pedido
genérico pelo autor.
DIREITO CIVIL
11. À luz da doutrina e das disposições do Código Civil, julgue os itens abaixo, assinalando
a alternativa INCORRETA:
C) Pedro celebra contrato de locação com João e passa a ser seu locatário. O
contrato, regido pela Lei 8.245/91, prevê o reajuste anual dos aluguéis pelo IGP-M.
Passados alguns anos de ótima relação contratual, sem que João jamais houvesse
alterado o valor do aluguel, este decide finalmente aplicar o índice de reajuste
previsto, mas de forma retroativa. Neste cenário, pode-se afirmar que a pretensão
C) Ciente o devedor da penhora que recaiu sobre o crédito, poderá optar por
depositar o valor em juízo ou pagar ao seu credor.
14. Foi decretada em 2016 a falência de determinada empresa que possuía débitos
de ICMS e IPVA, identificados alguns atos falimentares. A respeito do tema assinale a
alternativa correta:
A) Decretada a falência e fixado o quadro geral de credores, afasta-se qualquer
incidência da taxa SELIC, presente ou pretérita.
DIREITO ADMINISTRATIVO
B) Moralidade.
C) Impessoalidade.
D) Publicidade.
E) Eficiência.
legislativa.
20. Sobre a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de direito público,
indique a(s) assertiva(s) correta(s):
I. A regra de responsabilização objetiva com base no artigo 37, § 6º, da Constituição
da República, tratando-se de prestação de serviços públicos, não é extensível aos
não usuários que sofram danos decorrentes da atividade estatal.
II. O prazo prescricional das ações ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal.
III. O Estado de São Paulo pode ser responsabilizado em ação de indenização por
danos decorrentes de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante
atendimento custeado pelo SUS.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
D) O teto deve incidir sobre a soma dos valores de todas as espécies remuneratórias
percebidas pelo servidor, salvo para acumulações de cargos, empregos e funções
públicos regularmente constituídas até da Emenda Constitucional 41/03, quando
o teto incidirá de forma isolada sobre cada remuneração, preservando-se o direito
adquirido.
22. A exoneração do servidor público poderá ocorrer diante das seguintes situações,
EXCETO:
A) A pedido do próprio servidor.
24. Ana Paula servidora pública estadual tomou posse e entrou em exercício no serviço
público em 20 de janeiro de 1999. Em 24 de dezembro de 2012, ao preparar os arranjos
de natal, caiu da escada de sua residência e lesionou a coluna. Após perícia médica
pelo órgão médico oficial do Estado, constatou-se a incapacidade permanente de Ana
Paula para o trabalho. A decisão pela aposentadoria por invalidez foi publicada no Diário
Oficial de 9 de janeiro de 2013. Diante desse caso hipotético, os proventos de Ana Paula:
A) serão integrais, calculados sobre a média aritmética simples das maiores
remunerações.
DIREITO AMBIENTAL
27. Em relação a Lei Estadual n° 15.684/15, que dispõe sobre o Programa de Regularização
Ambiental-PRA, assinale a alternativa CORRETA:
A) O proprietário ou o possuidor do imóvel rural não poderá alterar a localização
da área de Reserva Legal no PRA.
28. Em relação à Lei 11.445/07, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico, assinale a alternativa CORRETA:
A) A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico é
caracterizada por um único prestador do serviço para vários municípios contíguos.
30. Com base no decreto 60.302/14, que instituiu o Sistema de Informações e Gestão de
Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo – SIGAP, assinale a
alternativa CORRETA:
A) O SIGAP integra apenas as unidades de conservação da natureza, as áreas de
reserva legal e as áreas de preservação permanente.
DIREITO TRIBUTÁRIO
32. Inscrito determinado crédito tributário em dívida ativa, o contribuinte propôs ação
declaratória buscando a declaração de inexistência da relação obrigacional tributária.
A) O juízo deverá extinguir o feito sem resolução de mérito, eis que não é cabível a
E) A ação em análise terá cabimento ainda que não vislumbrado qualquer ato
consumado ou previsível.
34. Acerca da execução de sentença que condene a Fazenda Pública Estadual a pagar
quantia certa, assinale a alternativa correta:
A) O regime dos precatórios previsto no art. 100 da CF/88 é a forma por excelência
de execução da sentença em análise, não cabendo outro modo para dar o seu
cumprimento.
C) Não editada norma a respeito do valor do RPV, não pode o legislador municipal
ou estadual estabelecer valor inferior ao previsto no ADCT, ante a prejudicialidade
para os contribuintes.
35. A empresa X, autuada pelo Fisco Estadual pelo não recolhimento do ICMS, ingressou
com mandado de segurança, com pedido de liminar, objetivando a suspensão da
exigibilidade do crédito e a declaração de sua nulidade. Foi concedida a liminar pelo
Juízo de primeiro grau. Posteriormente o Tribunal de Justiça dá provimento a agravo de
instrumento proposto pelo Estado, cassando a liminar, momento em que a Impetrante
apresenta fiança bancária no valor integral do crédito tributário. A empresa X requer
certidão de regularidade fiscal. Tendo em vista os dados expostos, será concedida
certidão:
A) Positiva, pois o crédito está plenamente exigível.
D) Positiva, eis que o crédito tributário está suspenso pela garantia judicial.
39. Assinale a opção CORRETA acerca das alterações promovidas pela Reforma
Trabalhista no direito coletivo do trabalho.
A) É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de
emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o
sindicato dos empregados da categoria, termo que discriminará as obrigações de
dar e fazer cumpridas mensalmente e do qual constará a quitação anual dada pelo
empregado, com eficácia liberatória geral.
E) Ambos os regimes podem ser utilizados para contratações com qualquer objeto.
B) O CADE não aplica, no âmbito nacional, a chamada state action doctrine, a qual
prevê que, sob determinadas circunstâncias, a intervenção governamental exclui
a aplicação do direito anticoncorrencial;
B) A chamada regulação por preço teto (price cap) é caracterizada por estimar os
custos esperados em cada ciclo de revisão e então fixar o preço respectivo do
serviço até a próxima revisão;
GABARITO
1 E 23 B
2 B 24 C
3 C 25 E
4 E 26 E
5 A 27 C
6 D 28 E
7 D 29 E
8 D 30 E
9 B 31 E
10 A 32 C
11 A 33 E
12 A 34 D
13 E 35 B
14 C 36 E
15 D 37 B
16 E 38 E
17 B 39 B
18 E 40 C
19 A 41 C
20 E 42 A
21 B 43 B
22 D 44 B
45 A
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. “(...) Se o poder constituinte é a expressão da vontade política da nação, não pode ser
entendido sem a referência aos valores éticos, religiosos, culturais que informam essa
mesma nação e que motivam as suas ações” (BRANCO, Paulo Gustavo Bonet; COELHO,
Inocêncio Mártires; e MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2008, p. 199).
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Formação da Constituição e Poder Constituinte
A) INCORRETA: O poder constituinte originário é inicial (não existe outro poder anterior ou
superior a ele) e incondicionado, ao passo que o poder constituinte derivado deve obediência
às normas estabelecidas pelo legislador constituinte originário, respeitando os limites formais
e materiais previstos para a alteração da Constituição.
B) INCORRETA: O poder constituinte de revisão encontra-se previsto no artigo 3º do ADCT
e foi exercido em 1993, cinco anos após a promulgação da Constituição de 1988, produzindo
seis emendas constitucionais de revisão mediante o voto da maioria absoluta dos membros
do Congresso, em sessão unicameral. A revisão, portanto, não está relacionada ao caráter
rígido ou flexível de uma Constituição, mas a um procedimento simplificado para o exercício
do poder constituinte derivado que, no caso brasileiro, já teve sua eficácia exaurida há mais
de vinte anos.
C) INCORRETA: segundo posição firmada pelo STF no julgamento da ADI 2076, o preâmbulo
da Constituição não tem força normativa, figurando como mero vetor interpretativo do seu texto.
Por este motivo, a Corte decidiu que o preâmbulo não constitui norma de repetição obrigatória
e, consequentemente, que a frase “(...) sob a proteção de Deus” não é incompatível com a
liberdade religiosa assegurada pela Lei Maior. Veja: “CONSTITUCIONAL. CONSTITUIÇÃO:
PREÂMBULO. NORMAS CENTRAIS. Constituição do Acre. (...). II. - Preâmbulo da
Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata de
norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa. (...)”
(ADI 2076, Relator Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, julgado em 15/08/2002). Por isso,
sendo desprovido de força normativa, o preâmbulo não pode servir como parâmetro para o
controle de constitucionalidade.
D) INCORRETA: O fato de que os deputados eleitos diretamente em 1986 tenham acumulado
as funções de congressistas (poder constituído) e legisladores constituintes não interfere
no reconhecimento de que a Constituição de 1988 seja obra do poder constituinte originário
(também chamado de “primário” ou “de primeiro grau”), e não derivado. O poder constituinte
originário que é inicial (não existe outro poder anterior ou superior) autônomo (não se subordina
a qualquer norma jurídica preexistente) e incondicionado (goza de plena liberdade quanto aos
procedimentos que serão empregados para elaborar a Constituição).
E) CORRETA: O fato de se tratar da mesma legislatura – que compreende quatro sessões
legislativas – é irrelevante porque o artigo 60, § 5º, da Constituição veda a reapresentação
apenas na mesma sessão legislativa. Logo, a proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada no ano de 2017 efetivamente poderá ser reapresentada em 2018 ao Congresso
Nacional.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Hermenêutica constitucional: especificidades, elementos de inter-
pretação, princípios metódicos.
provenientes de emenda podem ser objeto de controle tendo como parâmetro as normas
constantes da redação originária da Constituição (cf., por exemplo, as ADI 4357, 4372, 4400
e 4425, que versam sobre a inconstitucionalidade da EC 62/2009, que criou regime especial
de pagamento de precatórios). Note que o princípio da unidade da constituição não obsta nem
interfere nesse fenômeno, preceituando apenas que a interpretação constitucional seja feita de
forma sistemática, compreendendo princípios e regras como um todo coeso de modo a evitar
antinomias e contradições.
C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Hesse afirma que toda norma constitucional tem
uma “pretensão de eficácia” que aproxima o dever ser normativo da realidade social. Essa
aproximação pode ser realizada por meio da hermenêutica constitucional, a fim de que se
confira a maior efetividade possível ao texto da Constituição.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Organização política do Estado: (...) b) Federação brasileira: com-
ponentes, repartição de competências e intervenções federal e estadual.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Defesa do Estado e das instituições democráticas: a) estado de
defesa b) estado de sítio; c) forças armadas; d) segurança pública.
A) INCORRETA: nos termos do artigo 136, § 3º, inciso IV da Constituição de 1988, é vedada
a incomunicabilidade do preso.
B) INCORRETA: com efeito, segundo o artigo 53, § 8º, da Lei Maior, as imunidades de Deputados
e Senadores subsistirão durante o estado de sítio, mas existe a possibilidade de suspensão
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
D) INCORRETA: além de não exigir maioria absoluta (ao invés dos 3/5), a Constituição sequer
pode ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio, nos termos do artigo 60, § 2º, da Lei Maior, pois são limitações circunstanciais do poder
de reforma.
E) CORRETA: a alternativa está correta, porquanto a autorização prévia é exigida apenas para
a decretação do estado de sítio. Note que o caput do artigo 136 da Constituição não o exige,
ao passo que os §§ 4º a 7º do mesmo dispositivo estabelecem procedimento para submissão
do ato ao Congresso a posteriori, que resolverá por maioria absoluta sobre a manutenção ou
cessação do estado de defesa.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Organização política do Estado: a) Estado Federal: conceito, for-
mação, evolução e características; b) Federação brasileira: componentes, reparti-
ção de competências e intervenções federal e estadual.
enquanto perdure, de exercer competência plena a respeito (CF, art. 24, § 3º e § 4). (ADI 1.926
MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 19.4.1999).
GABARITO: A
processo, firmando entendimentos à luz desse preceito fundamental. Com base no que
restou consagrado na jurisprudência do STJ, assinale a alternativa correta:
A) O denominado venire contra factum proprium é decorrência da boa-fé processual,
que veda posturas contraditórias no processo, desde que a conduta tida por contraditória,
quando considerada de forma isolada, também se configure como um ato ilícito.
B) A multa prevista como sanção para atos de litigância de má-fé não pode ser
cominada, cumulativamente, com a multa aplicada em razão do caráter protelatório
dos embargos de declaração, sob risco de bis in idem.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 2. Normas de Direito Processual Civil. Normas fundamentais e
aplicação das normas processuais em geral. Princípios constitucionais, infracons-
titucionais e informativos do processo civil. Aplicação das regras processuais no
tempo e no espaço: direito intertemporal e direito adquirido processual.
B) INCORRETA: No julgamento de recurso especial repetitivo (TEMA 507), o STJ fixou tese
em sentido contrário ao da assertiva, nos seguintes termos: “A multa prevista no artigo
538, parágrafo único, do Código de Processo Civil (1.026, § 2º, CPC/2015) tem caráter
eminentemente administrativo – punindo conduta que ofende a dignidade do tribunal
e a função pública do processo –, sendo possível sua cumulação com a sanção prevista
nos artigos 17, VII, e 18, § 2º, do Código de Processo Civil, (arts. 80, VII, e 81, §§ 2º e 3º,
CPC/2015) de natureza reparatória”. O texto entre parênteses não consta do original.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Partes: Conceito, capacidade, ônus e deveres. Prerrogativas da
Fazenda Pública. Representação processual das pessoas jurídicas de direito pú-
blico. Responsabilidade por dano processual. Substituição e sucessão das partes.
Litisconsórcio. Intervenção litisconsorcial. Intervenção de Terceiros. Intervenção
da Fazenda Pública.
B) CORRETA: O art. 1.015, inc. IV, expressamente prevê o cabimento de agravo de instrumento
contra a decisão interlocutória referente ao incidente de desconsideração da personalidade
jurídica.
C) CORRETA: O art. 133, § 2º, do CPC/2015 determina que “Aplica-se o disposto neste
Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica”.
GABARITO: D
8. Caio ingressou com ação ordinária em face de Maria Amélia, demanda que foi
julgada totalmente improcedente, condenando-se a parte vencida ao pagamento de
custas e honorários sucumbenciais em 10% sobre o valor da causa. Inconformado,
Caio interpôs o respectivo recurso de apelação, o qual foi conhecido pelo relator, mas
julgado improcedente, por meio de decisão monocrática, em cuja fundamentação se
expôs que a pretensão recursal de Caio afrontava entendimento firmado pelo STJ em
julgamento de recurso especial repetitivo, nos termos do art. 932, IV, “b”, do CPC/2015.
Caio, contudo, está convicto de que a decisão monocrática pela improcedência do seu
recurso incorreu em grave erro, pois as circunstâncias fáticas do seu caso concreto
não se assemelhavam àquelas do caso paradigma que ensejou a formação da tese pelo
STJ e o juiz não observou essa distinção ao julgar o seu caso. Em face dessa situação,
assinale a alternativa CORRETA:
A) Para que Caio possa provocar a Corte julgadora a enfrentar diretamente os
argumentos expostos por ele e não analisados pelo relator em sua decisão
monocrática, o único recurso cabível são os embargos de declaração.
B) Caio poderá fazer uso do agravo interno para tentar reformar a decisão que
monocraticamente julgou improcedente sua apelação, desde que o Regimento
Interno do Tribunal regulamente o processamento deste recurso.
E) Interposto agravo interno por Caio, se este recurso for declarado manifestamente
inadmissível ou improcedente em votação por maioria, o órgão colegiado, em
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Recursos. Teoria geral. Princípios que regem os recursos cí-
veis. Recursos em espécie: modalidades, formas de interposição, admissibilidade,
efeitos e julgamento. Outros meios de impugnação das decisões judiciais. Reexa-
me necessário
A) INCORRETA: O art. 1.021 do CPC/2015 prescreve que “Contra decisão proferida pelo
relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao
processamento, as regras do regimento interno do tribunal”. Portanto, se percebe que o
recurso de embargos de declaração não são a única forma de impugnação dessa decisão,
sendo possível a interposição do agravo interno.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Procedimentos especiais do CPC e da legislação extravagante
(jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária). Ação monitória. Ação de prestação
de contas. Ação de consignação em pagamento. Ação de desapropriação. Inventá-
rio e partilha. Embargos de terceiro. Oposição. Habilitação. Restauração de autos.
Mandado de segurança: partes, litisconsórcio, petição inicial, liminares, procedi-
mento, sentença, recursos. Pedido de suspensão da segurança. Cumprimento de
sentença. Competência originária.
B) CORRETA: Nesse sentido, veja-se o disposto no art. 22 da Lei 12.016/2009: “No mandado
de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou
categoria substituídos pelo impetrante”.
C) INCORRETA: O parágrafo único, art. 21, da Lei 12.016/2009 apenas prevê o cabimento do
mandado de segurança, de forma expressa, para os chamados direitos coletivos stricto sensu
e os direitos individuais homogêneos, sem qualquer menção para os direitos e interesses
difusos. Antes mesmo da edição da Lei 12.016/2009, com esse claro teor restritivo, o STF
já havia editado a Súmula 101, no qual asseverou o entendimento de que “o mandado de
segurança não substitui a ação popular”.
D) INCORRETA: O art. 22, § 1º, da Lei 12.016 exige que o impetrante a título individual desista
da sua ação para que possa ser beneficiado pelos efeitos da coisa julgada do mandado de
segurança coletiva e não que requeira a suspensão do writ individual, como proposto na
assertiva.
GABARITO: B
10. A Lei 9.099/95 estabeleceu o regime dos Juizados Especiais, sistema voltado para
o processamento e julgamento de causas de menor complexidade e informado pelos
critérios de oralidade, simplicidade, informalidade, celeridade, entre outros. A esse
respeito é CORRETO afirmar que:
A) Em vista do princípio da oralidade, que orienta o processo nos Juizados
Especiais, permite-se que o mandato concedido ao advogado possa ser conferido
verbalmente.
D) É possível sentença ilíquida nos Juizados Especiais, uma vez formulado pedido
genérico pelo autor.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 21. Juizados Especiais Cíveis estaduais e federais. Princípios. Jui-
zados Especiais da Fazenda Pública: limites, partes, terceiros, competência, pro-
cedimento, provas, liminares, poderes do juiz, cumprimento de sentença, incidente
de uniformização e recursos.
A) CORRETA: O mandato concedido ao advogado pode ser verbal, salvo quanto aos poderes
especiais, de acordo com o disposto no § 3º, art. 9º, da Lei 9.099/95.
B) INCORRETA: A esse respeito o art. 32, da Lei 9.099/95 determina que “todos os meios de
prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a
veracidade dos fatos alegados pelas partes”, sendo evidente o cabimento de provas atípicas.
D) INCORRETA: É possível se formular pedido genérico, nos Juizados Especiais, quando não
for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação (§ 2º, art. 14, da Lei 9.099/1995).
Contudo, veda-se a sentença ilíquida, em qualquer caso (art. 38, parágrafo único, da Lei
9.099/1995).
GABARITO: A
DIREITO CIVIL
11. À luz da doutrina e das disposições do Código Civil, julgue os itens abaixo, assinalando
a alternativa INCORRETA:
C) Pedro celebra contrato de locação com João e passa a ser seu locatário. O
contrato, regido pela Lei 8.245/91, prevê o reajuste anual dos aluguéis pelo IGP-M.
Passados alguns anos de ótima relação contratual, sem que João jamais houvesse
alterado o valor do aluguel, este decide finalmente aplicar o índice de reajuste
previsto, mas de forma retroativa. Neste cenário, pode-se afirmar que a pretensão
de João não está agasalhada pela ordem jurídica pátria.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Abuso de direito; 12. Obrigações e 13.b Contratos. Princípios.
O art. 313, do Código Civil, dispõe expressamente que o credor de obrigação certa não é
obrigado a receber coisa diversa da pactuada, ainda que mais valiosa. Por se tratar o objeto
em questão de bem infungível, tem-se que a obrigação, como corolário desta circunstância é
certa. Não cabe ao devedor da obrigação interferir na vontade do devedor ao ponto de impor-
lhe o recebimento de coisa diversa, ainda que mais valiosa.
Pode parecer estranho, afinal o comprador do veículo sairia em vantagem. Mas isto simplesmente
não é admitido. E é melhor que seja assim, pois a vontade dos contratantes ainda preside a
intepretação dos negócios jurídicos e deve ser respeitada ao máximo (desde que, claro, em
conformidade com a lei).
Notem bem: caso o comprador aceitasse a oferta da caminhonete mais valiosa (diferente da
pactuada originalmente), não se teria extinção da obrigação por pagamento, mas sim por
dação em pagamento (art. 356, do CC).
B) CORRETA: Inicialmente, é sempre bom lembrar que a boa-fé objetiva, muito estudada em
matéria de contratos, distingue-se da boa-fé simplesmente considerada, a que convencionou-se
chamar boa-fé subjetiva. Enquanto a boa-fé subjetiva diz respeito a um estado de consciência,
a boa-fé objetiva relaciona-se a um padrão de comportamento.
Daí a diferença, até mesmo terminológica, entre ambas. A boa-fé subjetiva só é, ao menos em
um primeiro momento, conhecida pelo próprio indivíduo que em conformidade com ela age –
pense-se, por exemplo, no possuidor de boa-fé, isto é, aquele que possui um bem e ignora,
não tem consciência, de eventual vício.
Por outro lado, a boa-fé objetiva diz respeito ao comportamento, às ações, ao padrão esperado
de atuação de um contratante. Age em conformidade com a boa-fé objetiva aquele que celebra
e executa um contrato de forma leal para com a outra parte, incutindo-lhe a segurança e
previsibilidade necessárias para o ambiente negocial.
Não é por outra razão que a boa-fé objetiva tem, dentre outras funções, a de criar deveres
anexos – ou laterais – ao contrato, tais como o de informação, colaboração e cooperação.
A figura da supressio nada mais é do que a perda de um direito em decorrência do seu não
exercício. Note que o conceito doutrinário é praticamente idêntico ao da decadência. Mas,
ao contrário da decadência, que é legalmente prevista, a supressio rege-se sempre pelas
circunstâncias do caso concreto.
Como vimos acima, a boa-fé objetiva está ligada a um padrão de comportamento cooperativo
leal, gerador de segurança na outra parte. Se uma parte não exerce um direito que implica
ônus a outra, por um determinado lapso de tempo, não poderá, depois, surpreendê-la com o
exercício daquele. Este comportamento contraditório e surpreendente é contrário ao princípio
da boa-fé objetiva. Por esta razão, pode-se afirmar que não é agasalhado pela ordem jurídica,
o que torna verdadeira a assertiva.
D) CORRETA: O abuso de direito está previsto, ainda que não com estas palavras, no art. 187,
do Código Civil, onde fica claramente assentada a ilicitude do comportamento que, não obstante
consista em exercício de direito, seja marcado pelo excesso ou subversão de finalidades.
Muito cuidado com provas que tentem deslocar o abuso de direito para o campo da licitude, já
que se trata, bem ou mal de exercício de direito. O mencionado art. 187 o trouxe expressamente
para o campo dos atos ilícitos. Vale dizer: na ordem jurídica vigente, pelas lentes do Código
Civil, o exercício manifestamente excessivo e desvirtuado de um direito, é visto como um ato
ilícito.
Não é por outra razão que a doutrina denomina o abuso de direito de ilícito funcional, pois com
ele desnatura-se a própria função do direito que se pretende exercer, de forma a usá-lo como
instrumento de atentado a seu próprio fim, à boa-fé e aos bons costumes.
Um exemplo bastante comum, que ajuda bem a ilustrar a figura dos deveres anexos, é o dever
dos fabricantes de bens duráveis de disponibilizar, aos compradores de seus produtos, rede
de assistência técnica e peças de reposição.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Negócio Jurídico
A alternativa está correta, exceto quanto aos exemplos dados. A afirmativa engana ao elencar
a morte como condição futura e incerta. A morte, enquanto fato jurídico, é evento futuro e
certo, tratando-se, na verdade, de termo incerto. Não há de se confundir termo incerto com
condição. A doutrina subdivide o termo quanto à sua duração, classificando-o em termo certo
quando sabido o exato momento de sua ocorrência, e termo incerto quando desconhecida sua
duração, embora inequívoca sua efetiva ocorrência.
B) CORRETA: O Código Civil de 2002 prescreve em seu Art. 170: “Se o negócio jurídico nulo
contiver requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir
supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade”. Através do instituto, é possível
a conversão do negócio nulo em outro, aproveitando-o no que for válido.
Para ser convertido, o negócio deve contar com o suporte fático e os requisitos de validade,
isto é, existência e validade. Em exemplo, é digno de nota julgamento do Superior Tribunal
de Justiça: CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE DOAÇÃO. AUSÊNCIA DE
SOLENIDADE ESSENCIAL. PRODUÇÃO DE EFEITOS. CONVERSÃO DO NEGÓCIO
JURÍDICO NULO. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS ATOS JURÍDICOS. CONTRATO
DE MÚTUO GRATUITO. ART. ANALISADO: 170 DO CC/02. 1. Ação de cobrança distribuída
em 13/04/2006, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em
13/01/2011. 2. Cinge-se a controvérsia a decidir a natureza do negócio jurídico celebrado entre
a recorrente e sua filha, e se a primeira possui legitimidade e interesse de agir para pleitear, em
ação de cobrança, a restituição do valor transferido à segunda. 3. O contrato de doação é, por
essência, solene, exigindo a lei, sob pena de nulidade, que seja celebrado por escritura pública
ou instrumento particular, salvo quando tiver por objeto bens móveis e de pequeno valor. 4.
A despeito da inexistência de formalidade essencial, o que, a priori, ensejaria a invalidação
da suposta doação, certo é que houve a efetiva tradição de bem móvel fungível (dinheiro),
da recorrente a sua filha, o que produziu, à época, efeitos na esfera patrimonial de ambas e
agora está a produzir efeitos hereditários. 5. Em situações como essa, o art. 170 do CC/02
autoriza a conversão do negócio jurídico, a fim de que sejam aproveitados os seus elementos
prestantes, considerando que as partes, ao celebrá-lo, têm em vista os efeitos jurídicos do
ato, independentemente da qualificação que o Direito lhe dá (princípio da conservação dos
atos jurídicos). 6. Na hipótese, sendo nulo o negócio jurídico de doação, o mais consentâneo
é que se lhe converta em um contrato de mútuo gratuito, de fins não econômicos, porquanto
C) CORRETA: Direitos potestativos são aqueles que criam, modificam ou extinguem relações
jurídicas, dependendo unicamente da vontade de seu titular. Contrapõem-se aos direitos
obrigacionais, que vinculam duas partes no dever a uma prestação.
Embora seja controvertido na doutrina, o Código Civil é literal quanto ao termo a quo da
contagem decadencial, ao alinhá-lo na conclusão do ato. Pela necessidade de segurança e
estabilidade das relações negociais, parte da doutrina nacional defende que o termo inicial
seria o da ciência do interessado, a partir de quando poderia exercer seu direito. Apesar da
divergência, a alternativa remete expressamente ao texto legal, afastando qualquer discussão.
Não há de se confundir, pela alternativa, entre a nulidade absoluta do negócio jurídico simulado,
e a possibilidade de subsistência do negócio que se dissimulou, quando presentes os requisitos
de validade. O negócio simulado é nulo. A esse respeito, classifica Flávio Tartuce:
aparência, mas na essência almeja um outro ato jurídico, (...). A simulação relativa,
mais comum de ocorrer na prática, pode ser assim subclassificada: Simulação
relativa subjetiva – caso em que o vício social acomete o elemento subjetivo do
negócio, pessoa com que este é celebrado (art. 167, § 1.º, I, do CC). A parte celebra
o negócio com uma parte na aparência, mas com outra na essência, entrando no
negócio a figura do testa de ferro, laranja ou homem de palha, que muitas vezes
substitui somente de fato aquela pessoa que realmente celebra o negócio jurídico ou
contrato. Trata-se do negócio jurídico celebrado por interposta pessoa. Simulação
relativa objetiva – caso em que o vício social acomete o elemento objetivo do
negócio jurídico celebrado, o seu conteúdo. Celebra-se um negócio jurídico, mas na
realidade há uma outra figura obrigacional, sendo mascarados os seus elementos
verdadeiros. Como exemplo, repise-se: para burlar o fisco, determinada pessoa
celebra um contrato de comodato de determinado imóvel, cobrando aluguel do
comodatário. Na aparência, há um contrato de empréstimo, mas na essência, trata-
se de uma locação”.
E) CORRETA: A fraude contra credores é vício do negócio jurídico que não decorre da má-
formação da vontade. A anulabilidade do negócio por fraude contra credores decorre da
necessidade de preservação da segurança jurídica, preservando o interesse dos credores contra
tentativas fraudatórias do devedor. É, assim, vício social do negócio jurídico. Embora penda na
doutrina controvérsia sobre os efeitos da fraude contra credores, predomina o entendimento
que seu efeito incide sobre a validade do negócio, na segunda dimensão da escala Ponteana.
Para sua conformação, são necessários dois elementos. Um de ordem objetiva, denominado
eventus damni, o qual consiste no prejuízo dos credores decorrente da alienação, pelo devedor,
que lhe reduza à insolvência. O segundo requisito é de ordem subjetiva, chamado consilium
fraudis, e corresponde à má-fé do terceiro adquirente, que conhece a situação de insolvência do
devedor. No caso de alienação gratuita, o código civil dispensa o elemento subjetivo, de modo
que o negócio pode ser anulado ainda que o adquirente a título gratuito ignore a insolvência
do devedor.
Dada a importância do instituto não só na seara cível, mas sobretudo na seara processual,
nunca é demais rememorar as diferenças práticas entre fraude contra credores e fraude à
execução. Tomamos de empréstimo as lições de Flávio Tartuce:
- O devedor tem várias obrigações assumidas perante credores e aliena de forma gratuita
ou onerosa os seus bens, visando prejudicar tais credores.
Fraude à execução:
GABARITO: A
livremente.
C) Ciente o devedor da penhora que recaiu sobre o crédito, poderá optar por
depositar o valor em juízo ou pagar ao seu credor.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. Obrigações
A) INCORRETA: Antes de tudo, cessão de crédito é o negócio jurídico por meio do qual o
credor cede crédito seu em face do devedor para uma terceira pessoa, originalmente estranha
à obrigação. Vamos ter em mente o seguinte: o crédito, em que pese ser o direito a alguma
prestação, é um direito do credor e, como tal, integra seu patrimônio. Tem, em inúmeros casos,
valor econômico. Pode, portanto, ser cedido a título gratuito ou oneroso.
Feita a cessão de crédito, aquele que o adquiriu torna-se, em tese, o novo credor. A cessão
pode ser válida, mas somente vinculará o devedor – vale dizer, terá eficácia em face do devedor
– se este souber que há um novo credor na relação obrigacional.
Mas note que o que importa é a ciência do devedor, e não o modo como ela se operou. É
justamente isto que invalida a alternativa. Pela sua redação, somente quando o devedor é
notificado da cessão. Contudo, é plenamente possível que o devedor saiba, por outro meio
qualquer, da cessão. Não é por outra razão que o art. 290, do CC, estabelece que o negócio
vincula o devedor quando daquele é notificado ou quando declara, em escrito público ou
particular, ter ciência da cessão.
Pois bem, estando o crédito penhorado em uma execução e ciente disto o credor, cessa a
liberdade de disposição sobre o mesmo. Isto se dá porque a partir da penhora o crédito fica
adstrito à satisfação do direito do exequente. Caso o credor venha a ceder o crédito, estará
possivelmente cometendo fraude à execução (art. 798, do nCPC), a menos que reserve bens
Contudo, o art. 298 do CC, é expresso ao vedar a cessão deste crédito. Contudo, nos termos
do mesmo artigo, caso ainda assim ocorra a cessão e dela não tenha ciência o devedor, este
se liberará da obrigação pagando ao credor originário (vale o raciocínio da assertiva anterior).
Neste caso, em nome da efetividade da penhora, o devedor deve pagar em juízo (ou de outra
forma facultada pelo juiz, desde que a benefício do terceiro que executa o credor). Não irá se
desincumbir da obrigação o devedor se pagar diretamente ao credor, pois o credor não se
encontrará mais na condição de senhor do crédito. Se o fizer, o terceiro exequente poderá
constranger o devedor a pagar novamente, garantido o direito de regresso em face do credor-
executado, a fim de evitar-lhe o enriquecimento sem causa, tudo na forma do art. 312 do CC.
Portanto, errada a alternativa.
D) INCORRETA: Com efeito, se uma obrigação indivisível tornar-se, por qualquer motivo,
insubsistente ou de impossível execução, e for convertida em perdas e danos, esta última é,
via de regra, uma obrigação divisível, já que consiste em uma obrigação de dar dinheiro. É o
teor do caput, do art. 263, do CC.
O erro da assertiva está em afirmar que, sempre que isto ocorrer, cada um dos devedores da
obrigação indivisível original responderá pela sua quota-parte. Não é bem assim. Na verdade,
cabe perquirir sobre as razões da conversão em perdas e danos, bem como sobre uma possível
peculiaridade da obrigação.
Em primeiro lugar, deve-se atentar para a existência de culpa de algum dos devedores para
a impossibilidade de execução da obrigação indivisível inicial. Se de todos a culpa, todos
respondem em partes iguais. Mas se somente de um, ou alguns, a culpa, este(s) responde(m)
pela integralidade das perdas e danos. É a lógica simples e direta dos §§ 1º e 2º, do citado art.
263.
Em segundo lugar, cabe indagar se a obrigação indivisível era também solidária. Neste ponto,
pode surgir a pergunta: Mas por que tornar solidária algo que já é indivisível? A resposta é
justamente esta: em caso de conversão em perdas e danos, a obrigação de reparar também
será solidária, a teor do art. 271, do CC.
E) CORRETA: Nas alternativas acima, tratamos da cessão de crédito. Neste ponto, tratamos
da situação inversa, qual seja, da cessão do débito. Pode parecer estranho alguém querer
assumir débito alheio, mas no mundo negocial inúmeras oportunidades abrem espaço para
outro sem número de situações, que acabam merecendo a atenção do legislador.
A assunção de dívida é regulada pelos arts. 299 e seguintes. A assertiva é correta, na medida
em que traz claramente a necessidade de consentimento expresso do credor, para que haja
alteração no polo passivo da obrigação. Ao passo que na cessão de crédito o devedor deve ser
somente cientificado, para saber a quem pagar, na cessão de dívida, o credor deve anuir, e de
forma expressa, com a mudança do devedor. Isto se deve ao fato de que o credor poderia não
confiar em um novo devedor, não podendo ser prejudicado por um negócio que diz respeito a
devedor originário e terceiro.
Outro ponto interessante é que o devedor pode ser substituído por uma ou mais pessoas,
consoante entendimento consagrado no Enunciado n. 16, do CJF, sempre com o consentimento
do credor.
GABARITO: E
14. Foi decretada em 2016 a falência de determinada empresa que possuía débitos
de ICMS e IPVA, identificados alguns atos falimentares. A respeito do tema assinale a
alternativa correta:
A) Decretada a falência e fixado o quadro geral de credores, afasta-se qualquer
incidência da taxa SELIC, presente ou pretérita.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 16. Falência. Recuperação da empresa.
A) INCORRETA: o art. 124 da Lei de Falências determina que contra a massa falida não são
exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o
ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. Excetuam-se desta
previsão os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, respondendo por eles
apenas o produto dos bens que constituem garantia real.
Tendo em vista este dispositivo legal, o STJ tem posicionamento pacificado no sentido de que
antes da decretação da falência são devidos juros de mora, sendo viável, pois, a aplicação da
taxa SELIC (composta de correção monetária e juros). Após a decretação da falência, contudo,
a incidência dessa taxa fica condicionada à suficiência do ativo para pagamento do principal.
Sobre o tema vide, exemplificativamente, o REsp 1.505.917/RS.
Desta forma, a questão está incorreta, eis que a incidência da taxa SELIC é mantida até a
decretação da falência, estando o período posterior à quebra sujeito à suficiência dos bens do
devedor.
A título de exemplo, cite-se o RESp 1.429.931/SP. Assim, os sócios da empresa não podem
ser culpados pela extinção em virtude de processo falimentar, eis se tratar de procedimento
previsto em lei. Todavia, comprovado quaisquer dos comportamentos indicados pelo STJ,
abre-se a via do redirecionamento da execução fiscal, como é o caso dos crimes falimentares
narrados no comando da questão.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 16. Sociedades Simples e Empresariais.
isto acontece.
Muito cuidado ao ler o art. 44, do CC, pois o mesmo considera as sociedades como pessoas
jurídicas de uma forma geral (inciso II). Sua leitura deve ser feita em consonância com outros
dispositivos do Código, notadamente o Título II, do Livro II, da Parte Especial do Código, que
trata das sociedades.
Vejam que o Código dedica o Subtítulo I, do Título II, acima mencionado, para tratar da sociedade
não personificada. Ali encontram-se a Sociedade em Comum (capítulo I) e a Sociedade em
Conta de Participação (capítulo II), que não são dotadas de personalidade jurídica.
C) INCORRETA: O erro desta alternativa está em afirmar que a EIRELI é uma sociedade
unipessoal. Chegou-se, a bem da verdade, a discutir se a EIRELI seria a manifestação no direito
brasileiro da sociedade unipessoal, espécie prevista em alguns ordenamentos alienígenas.
No entanto, a doutrina majoritária firmou entendimento no sentido de que a EIRELI não é uma
sociedade. Afinal, o conceito de sociedade pressupõe pluralidade de participantes, o que não
existe na EIRELI. Colha-se, a este respeito, o Enunciado 469, do CJF: “A empresa individual
de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado”.
Prova de que a o ordenamento jurídico de fato não caracteriza a EIRELI como sociedade
é a sua localização topográfica dentro do Código Civil. Para sua inserção na referida lei, foi
criado o art. 980-A, dentro do Título I-A (Da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada),
ladeando o título I que cuida da figura do empresário. Somente a partir do art. 981, do Título II,
é que inicia a disciplina das sociedades.
Entretanto, o fato de não ser uma sociedade não lhe retira a personalidade jurídica, atribuída
expressamente pelo art. 44, VI, do CC.
D) CORRETA: Esta alternativa está correta e deve ser marcada. A administração da sociedade
é tarefa que incumbe a pessoas conhecidas e de confiança. Os sócios podem deliberar, ao
formarem uma sociedade limitada, que a administração caiba a todos eles. Se isto é feito no
contrato, é porque existe fidúcia entre cada um deles.
No entanto, é sabido que as quotas sociais, por integrarem o patrimônio de cada um dos sócios,
podem ser vendidas, alterando-se o quadro societário. Caso fosse possível a investidura
automática, na administração, de um novo sócio, isto poderia se transformar em dissabor para
os demais sócios, caso não tivessem com o mesmo a relação de confiança que tinham com o
primeiro.
Por esta razão, o art. 1.060, parágrafo único, dispõe que a administração atribuída aos sócios
no contrato social, não se estende de pleno direito a novos sócios. Ou seja, para que estes
venham a ser administradores, é necessário alterar o contrato social, ou mesmo elaborar ato em
separado para torna-los administradores. Em outras palavras, é necessária nova manifestação
de vontade e fidúcia para investidura dos mesmos na administração.
E) INCORRETA: A alternativa está incorreta, pois inexiste esta vedação no Código Civil. Pelo
contrário, o CC chega até mesmo a disciplinar o quórum para a eleição de administrador
não sócio. Assim, a mesma depende da aprovação da unanimidade dos sócios, se o capital
não estiver integralizado, e de 2/3 do capital, após a integralização, consoante art. 1.061. Da
mesma forma, o não sócio pode ser nomeado administrador tanto no contrato como em ato
separado.
GABARITO: D
DIREITO ADMINISTRATIVO
B) Moralidade.
C) Impessoalidade.
D) Publicidade.
E) Eficiência.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 2. Princípios da Administração Pública.
Para responder a esta questão, seria necessário assinalar o princípio constitucional mais
relacionado à vedação de que a acumulação de jornadas de cargos públicos ultrapasse 60
horas semanais.
Apesar de a Constituição não prever uma carga horária máxima, o STJ considera que, além do
respeito à carga horária, deve haver observância ao princípio constitucional da eficiência, de
modo que uma jornada “pública” superior a sessenta horas semanais parece incompatível com
as condições físicas e mentais necessárias ao bom exercício de dois cargos públicos. Assim,
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Pontos do edital: 6. Improbidade Administrativa.
B) CORRETA: Como se sabe, o STJ tem entendimento pacífico no sentido de que a Lei de
Improbidade se aplica aos agentes políticos. Assim, entendeu-se que “é possível, no âmbito
de ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de membro do Ministério
Público à pena de perda da função pública prevista no art. 12 da Lei 8.429/1992”. Para o
STJ, convivem duas possibilidades de perda do cargo para o membro do MP que pratica ato
ímprobo: “a demissão ou perda do cargo por ato de improbidade administrativa (art. 240, V, “b”,
da LC 75/1993) não só pode ser determinada por sentença condenatória transitada em julgado
em ação específica, cujo ajuizamento deve ser provocado por procedimento administrativo
e é da competência do Procurador-Geral, conforme se extrai da Lei 8.429/1992, c/c com o
parágrafo único do art. 208 da LC 75/1993, como também pode ocorrer em decorrência do
trânsito em julgado da sentença condenatória proferida em ação civil pública prevista na Lei
8.429/1992”. (REsp 1.191.613-MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015, DJe
17/4/2015). Essa conclusão decorreria da redação do caput do artigo 12 da LIA.
Assim, tanto o Poder Judiciário pode aplicar a penalidade, na ação de improbidade administrativa,
quanto a própria Administração Pública, no PAD.
D) INCORRETA: Esta alternativa também contraria a jurisprudência do STJ, que admite que
o magistrado dose e aplique, dentre as penalidades previstas no artigo 12, as que entender
adequadas para a punição do ato ímprobo. A mesma edição da Jurisprudência em teses prevê
que “o magistrado não está obrigado a aplicar cumulativamente todas as penas previstas
no art. 12 da Lei n. 8.429/92, podendo, mediante adequada fundamentação, fixá-las e
dosá-las segundo a natureza, a gravidade e as consequências da infração” (base: AgRg
no AREsp 538656/SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
Julgado em 23/06/2015,DJE 05/08/2015).
Neste ponto, é interessante lembrar, contudo, que o STJ (REsp 1.582.014/CE, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 07/04/16) decidiu que, no caso de ato que atenta contra os
princípios, não se pode aplicar nem a penalidade de suspensão dos direitos políticos nem a de
proibição de contratar com o poder público em patamar inferior ao mínimo legal estabelecido,
por ausência de previsão. Vejam: “no caso dos autos, ao fixar a condenação baseado no
art. 12, III, da Lei 8.429/92, não poderia o acórdão regional revisar para aquém do mínimo
legal a penalidade imposta, qual seja, dois anos, por manifesta ausência de previsão
legal”.
E) INCORRETA: Essa infração está prevista, de forma específica, no artigo 10-A da LIA, e para
compreendê-la completamente, deve-se ler o artigo 8º-A da Lei Complementar nº 116/2003. É
interessante conhecer o artigo 10-A, pois foi introduzido em 2016 na LIA. O artigo 12, inciso IV,
da LIA, prevê as seguintes penalidades: “na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido”. Logo, o erro da assertiva está
na afirmação de que este ato de improbidade não poderia acarretar perda da função pública.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. Convênios e consórcios administrativos.
que se faz, a contrario sensu, é que, nos casos de se constituírem como pessoa jurídica de
direito privado, não a integrarão). Esse é o entendimento de parte da doutrina, a partir de
interpretação gramatical. Outra parcela dos doutrinadores entende que “trata-se da prestação
de serviço público de forma descentralizada por pessoa jurídica formada exclusivamente por
pessoas da federação e, desse modo, a entidade, pelo sistema vigente, não pode deixar de
integrar a Administração Indireta. Pensamos, pois, que, seja de direito público ou de direito
privado, a entidade representativa do consórcio público se incluirá na administração indireta
dos entes federativos consorciados” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo. São Paulo: Atlas, 2012, pp. 230-231). Para a prova objetiva, procurem guardar
o dispositivo legal.
C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Justifica-se pelo disposto no artigo 109, inciso
I, da Constituição Federal, pois haverá nítido interesse da União na causa. Vejam, ainda uma
vez, o quadro acima, que indica a correção da assertiva.
D) CORRETA (portanto, não é a resposta): O STJ já decidiu que “o fato de ente integrante
de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações para
Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a
celebração de convênio, à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC n.
101/2000” (REsp 1.463.921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/11/2015, DJe
15/2/2016).
No caso, o STJ levou em consideração que o consórcio público é pessoa jurídica distinta
daqueles que o formam. Por isso, considerou que “segundo o princípio da intranscendência
das sanções, não podem as penalidades e as restrições de ordem jurídica superar a dimensão
estritamente pessoal do infrator, não podendo prejudicar os outros entes, sob pena de violação
desse preceito normativo”.
OBS: de acordo com a decisão do STJ, o Executivo Federal poderia, por exemplo, deixar
de selecionar o consórcio em razão do inadimplemento de um dos entes, já que isso estava
dentro de sua discricionariedade, mas não depois de celebrado o convênio. Vejam: “Se a
administração pública decidisse por não selecionar a proposta em razão da inadimplência de
um dos entes consorciados, não haveria óbice algum. No entanto, se aprovado o plano de
trabalho do consórcio público e selecionada a sua proposta, não há que se falar, em razão da
pendência de alguns dos entes consorciados, em irregularidade por parte do consórcio público
para firmar convênio, visto que possui personalidade jurídica própria e relações jurídicas
próprias”.
E) INCORRETA (portanto, é a resposta): Como se pode verificar no quadro do item “b” acima,
os bens das associações públicas são bens públicos.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 12. Convênios e consórcios administrativos.
A) CORRETA: Embora pareça uma cláusula muito aberta, a alternativa reproduz parte do teor
do artigo 2º, § 1º, inciso I, da Lei 11.107/2005, de acordo com o qual “para o cumprimento de
seus objetivos, o consórcio público poderá: (...) firmar convênios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas
de outras entidades e órgãos do governo”. A lei dos convênios é uma lei curta e que merece
a leitura atenta de vocês, pois a maioria das questões de concurso cobram a sua literalidade.
B) INCORRETA: A assertiva destoa do art. 1º, § 2º, da Lei 11.107/2005: “a União somente
participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em
cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados”. Sobre a participação da
União, é importante saber que antes da Lei 11.107/2005, a União não podia integrar consórcios,
mas apenas convênios, entretanto, com a referida lei, há expressa autorização para que a
União integre os consórcios. Porém, a condição que a lei impôs foi a participação concomitante
– em caso de consórcio a ser celebrado com o Município – do Estado onde o Município estiver
inserido.
Assim, na afirmação da questão, a presença do Estado de São Paulo é condição para que a
União realize consórcio em que esteja o Município de São Paulo. Rafael Carvalho Rezende
Oliveira (OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Método, 2014, pp. 131-134) apresenta importantes distinções sobre a disciplina dos consórcios
públicos antes e depois da Lei 11.107/2005. Para facilitar o estudo, coloquei-as na seguinte
tabela:
D) INCORRETA: O artigo 5º, caput, da Lei nº 11.107/2005 prevê que “o contrato de consórcio
público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções”. A
exceção fica por conta do § 4º do referido dispositivo, para o qual “é dispensado da ratificação
prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de
intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público”. Trata-se, contudo, de
um caso específico. A regra, como se viu, é a necessidade de autorização legislativa e, aliás,
mesmo a exceção pressupõe uma autorização legislativa que, embora abstrata, foi prévia.
GABARITO: A
20. Sobre a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de direito público,
indique a(s) assertiva(s) correta(s):
I. A regra de responsabilização objetiva com base no artigo 37, § 6º, da Constituição
da República, tratando-se de prestação de serviços públicos, não é extensível aos
não usuários que sofram danos decorrentes da atividade estatal.
II. O prazo prescricional das ações ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal.
III. O Estado de São Paulo pode ser responsabilizado em ação de indenização por
danos decorrentes de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante
atendimento custeado pelo SUS.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 18. Responsabilidade extracontratual do Estado.
II. CORRETA. A assertiva reflete a tese acolhida pelo STJ, pela qual “o prazo prescricional
das ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal (Decreto n.
20.910/1932), tendo como termo a quo a data do ato ou fato do qual originou a lesão
ao patrimônio material ou imaterial” (v., p. ex., o AgRg no AREsp 850760/RS,Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 07/04/2016,DJE 15/04/2016).
Neste ponto, vale lembrar que, em maio de 2016, quando do julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2418, o Supremo Tribunal Federal analisou a compatibilidade de
determinados dispositivos da Lei nº 9.494/1997 com a Constituição da República, dentre os
quais o artigo 1º-C, que dispõe que “prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização
dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos”. Essa disposição se assemelha à que já
existia no artigo 1º do Decreto 20.910/1932, em relação aos entes da administração direta.
Assim, o STF, quanto àquele dispositivo, decidiu o seguinte: “é constitucional a norma decorrente
do art. 1º-C da Lei 9.494/1997, que fixa em cinco anos o prazo prescricional para as ações
de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, reproduzindo a regra já
estabelecida, para a União, os Estados e os Municípios, no art. 1º do Decreto 20.910/1932”
(ADI nº 2418, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 04/05/2016.
III. INCORRETA. Pessoal, eu já fiz esta questão nos nossos cursos para concursos federais,
porque o precedente do STJ diz respeito à União (EREsp 1.388.822/RN, Rel. Min. Og
Fernandes, j. em 13/5/2015). Porém, idêntico raciocínio pode ser aplicado para afastar a
responsabilização dos Estados em casos análogos, já que a base da decisão foi a distribuição
de competências na lei do SUS. Com efeito, naquele caso, decidiu-se que a União não tem
(...)
ATENÇÃO: como advertiu o Dizer o Direito: “Não se deve confundir a obrigação solidária dos
entes federativos em assegurar o direito à saúde e garantir o acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, com a responsabilidade
civil do Estado pelos danos causados a terceiros. Nesta, o interessado busca uma reparação
econômica pelos prejuízos sofridos, de modo que a obrigação de indenizar se sujeita à
comprovação da conduta, do dano e do respectivo nexo de causalidade. Dessa forma, não
há qualquer elemento que autorize a responsabilização da União, seja porque a conduta não
foi por ela praticada, seja em razão da impossibilidade de aferir-se a existência de culpa in
eligendo ou culpa in vigilando1”.
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que as alternativas I e III estão corretas, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa III está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o que
corresponde aos comentários feitos acima.
GABARITO: E
D) O teto deve incidir sobre a soma dos valores de todas as espécies remuneratórias
percebidas pelo servidor, salvo para acumulações de cargos, empregos e funções
públicos regularmente constituídas até da Emenda Constitucional 41/03, quando
o teto incidirá de forma isolada sobre cada remuneração, preservando-se o direito
adquirido.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8. Sistema remuneratório. Subsídios, vencimentos e vantagens.
A) Em que pese a decisão no Mandado de Segurança nº 24.875 (Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgado em 11.05.2006), de que “ sob o pálio da garantia da irredutibilidade de vencimentos
-, têm direito a continuar percebendo o acréscimo de 20% sobre os proventos, até que seu
montante seja absorvido pelo subsídio fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal
Federal”, a Suprema Corte mudou radicalmente de entendimento.
B) De acordo com o voto do Min. Ricardo Lewandowski, “a Constituição quando utilizou o termo
‘Procuradores’ o fez de forma genérica, sem distinguir entre os membros das distintas carreiras
da Advocacia Pública. Assim, seria desarrazoada uma interpretação que, desconsiderando
o texto constitucional, exclua da categoria de “Procuradores” os defensores das autarquias,
mesmo porque aplica-se, à espécie, o brocardo latino ‘ubi lex non distinguit, nec interpres
distinguere debet’.” (“onde a lei não distingue, não é dado ao intérprete fazê-lo”).
D) Não se pode olvidar que o Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o limite para fins
remuneratórios, decidiu que nas situações jurídicas em que a Constituição autoriza a cumulação
excepcional de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada
um deles, e não ao somatório do que é recebido (Vide RE 612.975 e RE 602.043, Rel. Min.
A Suprema Corte, fixou a tese que impõe a incidência isolada do teto constitucional em
quaisquer hipóteses de acúmulos autorizados pela Lei Maior, independentemente de se tratar
de situações consolidadas antes ou depois da Emenda Constitucional nº 41/03. Portanto, esta
assertiva está INCORRETA.
E) O art. 37, XI, da Constituição Federal (dada pela Emenda Constitucional nº 41/03) prevê
a incidência do teto constitucional sobre as seguintes parcelas: a remuneração, o subsídio,
os proventos, as pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. Apesar disso, a Emenda
Constitucional nº 47/05 incluiu o §11 ao art. 37 da Constituição Federal para esclarecer que
“não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei”. Diante do exposto,
esta assertiva está INCORRETA.
GABARITO: B
22. A exoneração do servidor público poderá ocorrer diante das seguintes situações,
EXCETO:
A) A pedido do próprio servidor.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 2. Servidores públicos.
nos casos de cargos em comissão de livre nomeação e exoneração; bem como no caso de o
servidor não entrar em exercício dentro do prazo legal. Portanto, esta assertiva está CORRETA.
C) A segunda hipótese citada na letra “B” (limite de despesa de pessoal), é importante frisar,
que de acordo com o art. 169, §4º, da Lex Maior, deverá o Poder Público antes de exonerar
os servidores estáveis, promover a redução de 20% das despesas com cargos em comissão,
bem como a exoneração dos servidores não estáveis. Somente após essas condutas e não
se adequando aos limites da LC 101/2000, o corte poderá atingir os servidores estáveis, que
deverão ser indenizados em valor correspondente a um mês de remuneração por ano de
serviço. Ademais, neste caso, ao Poder Público é vedada a criação de cargo, emprego ou
função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. Portanto, esta
assertiva está CORRETA.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 20. Regime de previdência complementar do servidor público.
Os servidores titulares de cargos efetivos que tenham entrado em exercício antes da instituição
do Regime de Previdência Complementar, todavia, não serão compulsoriamente inscritos neste
Regime. A Constituição da República permite, no art. 40, §16, o ingresso destes servidores
novo Regime de Previdência Complementar mediante expressa “opção”.
A Lei estadual nº 14.653/2011, com a alteração promovida por meio da Lei 16.391/2014,
por sua vez, assevera que estes servidores poderão aderir aos planos de benefícios da SP-
PREVCOM, porém, sem qualquer contrapartida do Estado (art. 1º, §6º). Diante do exposto, a
assertiva está INCORRETA.
Todavia, essa adesão deve ser entendida como medida de política administrativa, uma vez
que a adesão ao plano de benefícios do Regime de Previdência Complementar, nos termos
do art. 40, §15, e art. 202, caput, da Constituição da República tem caráter facultativo. Diante
disso, a própria Lei estadual nº 16.675/2018, que alterou a Lei estadual nº 14.653/2011,
criou a hipótese de cancelamento da inscrição no prazo de até 90 (noventa) dias, com a
correspondente restituição das contribuições vertidas, a ser paga em até 60 (sessenta) dias do
pedido de cancelamento, atualizadas pela variação das cotas do plano de benefícios.
As contribuições realizadas pelo patrocinador, por suas vezes, serão restituídas à respectiva
fonte pagadora, também no prazo de até 60 (sessenta) dias do pedido de cancelamento,
atualizadas pela variação das cotas do plano de benefícios.
C) A hipótese prevista nesse item era a correta até a promulgação da Lei estadual nº 16.675,
de 13 de maio de 2018, que modificou a Lei estadual nº 14.653/2011, cujo §4º estabelecia que
a integração ao regime de previdência complementar depende de adesão, mediante prévia
e expressa opção do interessado por plano de benefícios instituído nos termos da lei. Em
consonância com a faculdade de adesão dos planos de benefícios prevista nos art. 40, §15, e
art. 202, caput, da Constituição da República. Diante do exposto, a assertiva está INCORRETA.
D) Pelos mesmos fundamentos das letras “B” e “C”, a assertiva está INCORRETA.
E) Para aqueles servidores efetivos cuja remuneração não ultrapasse o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, a inscrição no Regime
de Previdência Complementar bandeirante é optativa, nos termos do art. 40, §15, e art. 202,
GABARITO: B
24. Ana Paula servidora pública estadual tomou posse e entrou em exercício no serviço
público em 20 de janeiro de 1999. Em 24 de dezembro de 2012, ao preparar os arranjos
de natal, caiu da escada de sua residência e lesionou a coluna. Após perícia médica
pelo órgão médico oficial do Estado, constatou-se a incapacidade permanente de Ana
Paula para o trabalho. A decisão pela aposentadoria por invalidez foi publicada no Diário
Oficial de 9 de janeiro de 2013. Diante desse caso hipotético, os proventos de Ana Paula:
A) serão integrais, calculados sobre a média aritmética simples das maiores
remunerações.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 17. Regime próprio de previdência dos servidores do Estado de
São Paulo. Entidade gestora. Custeio. Segurados. Beneficiários. Benefícios previ-
denciários. Aposentadoria. Pensão por morte.
A regra atual prevê que os proventos da aposentadoria por invalidez serão proporcionais ao
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (art. 40, §1º, I, da Constituição
da República). Somente nestes casos, que não se aplicam à hipótese de Ana Paula, os
proventos da aposentadoria por invalidez serão integrais, calculados pela média das maiores
remunerações, nos termos do §§ 3º, e 17 do art. 40 da Constituição da República c/c art. 1º
da Lei federal 10.887/2004.
Nesse sentido, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu que “os proventos de
aposentadoria por invalidez decorrente de doença grave ou acidente de trabalho (art. 40, § 1º,
I, da CF) correspondiam à integralidade da remuneração percebida pelo servidor no momento
da aposentação, até o advento da EC 41/2003, a partir de quando o conceito de proventos
integrais deixou de ter correspondência com a remuneração recebida em atividade e foi definida
pela Lei 10.887/2004 como a média aritmética de 80% da melhores contribuições revertidas
pelo servidor ao regime previdenciário [...]”. (STF. RE 924.456. Rel. do ac. Min Alexandre de
Morais, julgado em 5 de abril de 2017).
B) O art. 40, § 1º, I, da CF assegura aos servidores públicos abrangidos pelo regime de previdência
nele estabelecido o direito a aposentadoria por invalidez com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição. O benefício será devido, como dito na letra “A”, com proventos integrais
quando a invalidez for decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei.
C) A Emenda Constitucional nº 70/2012 criou uma regra de transição para aqueles servidores
que ingressaram no serviço público em data anterior à publicação da Emenda Constitucional
nº 41/2003 e se aposentaram (ou aposentarão) por invalidez após esta emenda. Esses
servidores (como é o caso hipotético de Ana Paula) terão seus proventos calculados com
base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, aplicando-se a média
aritmética prevista nos §§ 3º e 17 do art. 40 da Constituição da República c/c art. 1º da Lei
federal 10.887/2004.
Não é demais lembrar que o art. 2º da Emenda Constitucional nº 70/2012 limita os efeitos
financeiros da revisão das aposentadorias concedidas após 01.01.2004, nos seguintes termos:
Campos esclarece que “Não devem ser revistas as aposentadorias por invalidez concedidas
antes de 01.01.2004 e as pensões dela decorrentes, visto que já foram calculadas, integral
ou proporcionalmente, com base na remuneração do servidor no cargo e são reajustadas de
acordo com as variações ocorridas nessa remuneração, com fundamento na EC 20/98 (art.
7º, ON/MPS/SPS 1/2012)”. (CAMPOS, Marcelo Barroso Lima Brito de. Regime próprio de
previdência social dos servidores públicos. 4ª ed. Rio de Janeiro: Juruá, 2013, p. 232).
O Supremo Tribunal Federal, nesse sentido, decidiu que “[...] A EC 70/2012 inovou no
tratamento da matéria ao introduzir o art. 6º-A no texto da EC 41/2003. A regra de transição
pela qual os servidores que ingressaram no serviço público até a data de promulgação da
EC 41/2003 terão direito ao cálculo de suas aposentadorias com base na remuneração do
cargo efetivo foi ampliada para alcançar os benefícios de aposentadoria concedidos a esses
servidores com fundamento no art. 40, § 1º, I, CF, hipótese que, até então, submetia-se ao
disposto nos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da CF. Por expressa disposição do art. 2º da EC 70/2012,
os efeitos financeiros dessa metodologia de cálculo somente devem ocorrer a partir da data
de promulgação dessa Emenda, sob pena, inclusive, de violação ao art. 195, § 5º, CF, que
exige indicação da fonte de custeio para a majoração de benefício previdenciário. Recurso
provido, com afirmação de tese de repercussão geral: “Os efeitos financeiros das revisões de
aposentadoria concedidas com base no art. 6º-A da EC 41/2003, introduzido pela EC 70/2012,
somente se produzirão a partir da data de sua promulgação (30-2-2012)”. (STF. RE 924.456.
Rel. do ac. Min Alexandre de Morais, julgado em 5 de abril de 2017). Diante de todo o exposto,
esta assertiva está CORRETA.
D) Além do disposto na letra “A”, a possibilidade de redução dos proventos ao teto do Regime
Geral de Previdência Social, no Estado de São Paulo, somente se deu com a instituição do
Regime de Previdência Complementar, em 21 de janeiro de 2013 (data da efetiva criação do
Regime previsto na Lei estadual nº 14.653/2011). Tal hipótese não se aplica ao caso em tela.
Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
Entretanto, essa regra geral não se aplica ao caso telado, tendo em vista a incidência da
Emenda Constitucional nº 70/2012, conforme estudado na letra “C”. Portanto, esta assertiva
está INCORRETA.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. O exercício da advocacia do Estado. Normas constitucionais. A
Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado.
B) De acordo com o art. 141, §2º, da Lei Complementar nº 1.270/2015, quando não houver
elementos suficientes para a caracterização da infração ou da sua autoria, será instaurada
apuração preliminar, de natureza investigativa.
A sindicância, por sua vez, é instaurada após a existência de indícios de autoria e materialidade,
para apuração de falta disciplinar, cuja natureza possa determinar as penas de repreensão,
suspensão ou multa, conforme art. 141, II, da Lei Complementar nº 1.270/2015.
Os processos mais complexos, cuja pena por sua natureza possa determinar as penas
de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, serão realizados por meio do processo administrativo disciplinar, conforme art.
141, II, da Lei Complementar nº 1.270/2015. Portanto a resposta está INCORRETA.
Não se pode olvidar que a prescrição não corre: a) enquanto sobrestado o procedimento
administrativo para aguardar decisão judicial; b) enquanto insubsistente o vínculo funcional
que venha a ser restabelecido, conforme previsão do art. 140, §3º, da Lei Complementar nº
1.270/2015.
Se a infração disciplinar também é prevista em lei como infração penal, conta-se o prazo da
prescrição em abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos, conforme art. 139 da
Lei Complementar nº 1.270/2015 cc art. 109 do Código Penal.
Esses prazos começam a correr do dia em que a falta for cometida ou dia em que tenha
cessado a continuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou permanentes, e não do
dia em que a Administração Pública tomou conhecimento do ilícito administrativo (art. 140, I e
II, da Lei Complementar nº 1.270/2015). Portanto a resposta está INCORRETA.
E) De acordo com o art. 142 da Lei Complementar nº 1.270/2015, tanto a sindicânica quanto o
processo administrativo disciplinar serão instaurados por determinação do Procurador Geral,
do Corregedor Geral ou do Conselho da Procuradoria Geral do Estado. Portanto, a assertiva
está CORRETA.
GABARITO: E
DIREITO AMBIENTAL
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 15 Responsabilidade administrativa.
GABARITO: E
27. Em relação a Lei Estadual n° 15.684/15, que dispõe sobre o Programa de Regularização
Ambiental-PRA, assinale a alternativa CORRETA:
A) O proprietário ou o possuidor do imóvel rural não poderá alterar a localização
da área de Reserva Legal no PRA.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10 – CAR e PRA.
GABARITO: C
28. Em relação à Lei 11.445/07, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico, assinale a alternativa CORRETA:
A) A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico é
caracterizada por um único prestador do serviço para vários municípios contíguos.
Federal e municipais.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13 Saneamento Básico.
Neste caso, deverá ser assegurada a representação (i) dos titulares dos serviços, (ii) de órgãos
governamentais relacionados ao setor de saneamento básico, (iii) dos prestadores de serviços
públicos de saneamento básico, (iv) dos usuários de serviços de saneamento básico, e (v) de
entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas
ao setor de saneamento básico, conforme estabelece o artigo 47 da Lei 11.445/07.
GABARITO: E
conservação.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1 Meio ambiente: conceito e classificação.
D) CORRETA: Nos termos preconizados pelo artigo 2°, inciso VI, da Lei 9.985/00, proteção
integral significa a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência
humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais, ou seja, aquele que não
envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais.
GABARITO: E
30. Com base no decreto 60.302/14, que instituiu o Sistema de Informações e Gestão de
Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo – SIGAP, assinale a
alternativa CORRETA:
A) O SIGAP integra apenas as unidades de conservação da natureza, as áreas de
reserva legal e as áreas de preservação permanente.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9 SIGAP.
Parque; (vii) as Áreas sob Atenção Especial do Estado em Estudo para Expansão da Conservação
da Biodiversidade; (viii) a Paisagem Cultural, (ix) o Eco-Museu e (x) o Monumento Geológico.
GABARITO: E
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 5. Crédito tributário. Lançamento: modalidades e revisão. Suspen-
são do crédito tributário. Extinção do crédito tributário. Decadência. Prescrição.
Exclusão do crédito tributário. Garantias e privilégios.
A) INCORRETA: a fraude à execução fiscal vem prevista no art. 185 do CTN. Em sua redação
primitiva, o dispositivo em questão dispunha que era presumida fraudulenta a alienação ou
oneração de bens ou renda, ou o seu começo, por sujeito passivo em débito para com a
Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de
execução. Ou seja, nesse período exigia-se que a venda fosse realizada após a citação do
executado no feito executivo.
Saliente-se que, nos dois casos, o disposto no art. 118 não se aplicava na hipótese de terem
sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
A alternativa está incorreta, eis que não se exige o registro da penhora para configuração da
fraude à execução.
C) INCORRETA: a resposta está incorreta, nos termos comentados na assertiva B, eis que
no caso da Empresa X a alienação ocorreu antes da citação da empresa, quando estava em
vigor a redação antiga do art. 185 do CTN, não incidindo, portanto, a presunção absoluta de
fraude à execução fiscal.
Ocorre que no âmbito do REsp 1.141.990/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos,
a Corte Superior compreendeu que esta súmula em análise não se aplica à fraude à execução
fiscal, eis que, a uma, foi editada tendo como base precedentes que não discutiram a temática
no âmbito da execução fiscal; e, a duas, em virtude da diferença de tratamento que existe entre
o crédito civil e o crédito tributário, mormente o interesse o público incidente no recolhimento
dos tributos que servem à satisfação das necessidades coletivas.
Assim, conforme entendimento do Eg. STJ, a fraude à execução fiscal opera-se in re ipsa, ou
seja, sem a necessidade da demonstração do concilium fraudis.
GABARITO: E
32. Inscrito determinado crédito tributário em dívida ativa, o contribuinte propôs ação
declaratória buscando a declaração de inexistência da relação obrigacional tributária.
A) O juízo deverá extinguir o feito sem resolução de mérito, eis que não é cabível a
ação declaratória após a inscrição do crédito em dívida ativa.
E) A ação em análise terá cabimento ainda que não vislumbrado qualquer ato
consumado ou previsível.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Processo Judicial Tributário. Execução fiscal e cautelar fis-
cal. Ação rescisória. Processo de conhecimento e ação anulatória de débito fiscal.
Consignatória. Mandado de Segurança. Medidas de urgência. Obrigação de fazer
em matéria fiscal.
A questão está, portanto, incorreta, conforme entendimento mais recente sobre a matéria.
suspende a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, II, do CTN). Assim, eventual execução
fiscal ajuizada posteriormente deverá ser extinta, sem julgamento de mérito, haja vista a falta
de exequibilidade do crédito tributário. Entendimento análogo foi exarado pelo STJ no âmbito
do RESp 1.140.956/SP, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos.
E) INCORRETA: a ação declaratória não se presta a discutir lei em tese. O interesse de agir
que justifica o seu cabimento surge da incerteza jurídica objetiva – ou seja, que é caracterizada
num fato concreto. O STJ tem flexibilizado este entendimento para compreender inserida na
hipótese de cabimento, também, situações que mesmo não consumadas são previsíveis,
como é o caso de contribuinte costumeiro de determinado tributo, o qual sabe que será,
invariavelmente, alcançado por tributação que pretende afastar.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8. Tributos estaduais. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doações (ITCMD) no Estado de São Paulo. Imposto sobre a Propriedade de Veícu-
los Automotores (IPVA) no Estado de São Paulo. Imposto sobre Circulação de Mer-
cadorias e Prestação de Serviços de Telecomunicações e de Transporte Intermu-
nicipal e Interestadual (ICMS) no Estado de São Paulo. Incentivos Fiscais do ICMS.
A) INCORRETA: a partir da redação do art. 155, II, §2º, IX, b e art. 156, III, da CF/88,
compreende as Cortes Superiores que: (1) o ICMS incidirá sobre operação de circulação de
mercadorias e prestação de serviços de transportes interestadual e internacional e serviços de
comunicações; (2) o ISS, por seu turno, incidirá sobre as operações de prestação de serviços,
desde que não previstas no art. 155, II, da CF/88 e previstas em Lei Complementar, in casu,
LC nº 116/03; por fim, (3) na hipótese de operações mistas, envolvendo prestação de serviços
e circulação de mercadorias, incidirá o ISS se o serviço estiver previsto na LC nº 116/03, e o
ICMS se não houve tal previsão.
Dessa forma, a assertiva está incorreta, pois o ISS não incide em toda prestação de serviço,
mas apenas naqueles compreendidos na LC nº 116/03.
Cuidado com o recente entendimento do STF a respeito das operações de industrialização por
encomenda de embalagens, objeto de análise na assertiva E.
E) CORRETA: a afirmação contida nesta assertiva foi objeto de análise pelo STF na Medida
Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.389, onde a Corte Suprema interpretou o
art. 1º, caput e §2º, da LC 116/03, até o julgamento final e com eficácia ex nunc, para reconhecer
que o ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens,
destinadas à integração ou utilização direta em processo subsequente de industrialização
ou de circulação de mercadoria, incidindo o ICMS. O STJ passou a decidir observando tal
entendimento do STF, conforme podemos ver no RESp 1.633.483/SC).
Tendo em vista tal entendimento do STF, a LC nº 153, que reformou o ISS, aditou o subitem
13.05 para fazer constar a exceção à incidência do ISS quando o serviço de composição gráfica
resultar em produto destinado a posterior operação de comercialização ou industrialização,
ainda que incorporado, de qualquer forma, a outra mercadoria que deva ser objeto de posterior
circulação, tais como bulas, rótulos, etiquetas, caixas, cartuchos, embalagens e manuais
técnicos e de instrução, quando ficarão sujeitos ao ICMS.
GABARITO: E
34. Acerca da execução de sentença que condene a Fazenda Pública Estadual a pagar
quantia certa, assinale a alternativa correta:
A) O regime dos precatórios previsto no art. 100 da CF/88 é a forma por excelência
de execução da sentença em análise, não cabendo outro modo para dar o seu
cumprimento.
C) Não editada norma a respeito do valor do RPV, não pode o legislador municipal
ou estadual estabelecer valor inferior ao previsto no ADCT, ante a prejudicialidade
para os contribuintes.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Processo Judicial Tributário. Execução fiscal e cautelar fis-
cal. Ação rescisória. Processo de conhecimento e ação anulatória de débito fiscal.
Consignatória. Mandado de Segurança. Medidas de urgência. Obrigação de fazer
em matéria fiscal.
A) INCORRETA: de fato, conforme regramento previsto no art. 100 da CF/88, sendo a Fazenda
Pública condenada, por sentença judicial transitada em julgado, a pagar determinada quantia a
alguém, tal pagamento é feito pelo regime especial de precatório. Neste caso, como sabido, os
pagamentos são feitos observando a ordem cronológica de sua apresentação. Contudo, o §3º
deste mesmo dispositivo trás a exceção da RPV – Requisição de Pequeno Valor, caso em que
o pagamento será realizado sem a necessidade de expedição precatório. Além desta exceção,
é possível ainda o adimplemento da obrigação judicialmente fixada através do procedimento
administrativo de compensação, previsto no art. 170-A do CTN. Neste sentido é a Súmula 461
do STJ, no sentido de que o contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por
compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
B) INCORRETA: o §4º do art. 100 da CF estabelece que o pequeno valor para fins de RPV
poderá ser estabelecido por cada ente federado por meio de leis específicas. Tais valores
poderão ser diferentes para cada pessoa jurídica, observada a capacidade econômica de cada
ente federativo, limitado o mínimo ao valor do maior benefício do INSS. O fato dos entes
federados não editarem suas normas, contudo, não afasta a incidência do RPV, eis que o art.
87 do ADCT estabeleceu os valores de 40 salários mínimos para os estados e 30 salários
mínimos para os municípios que não editarem suas leis.
norma do art. 87 do ADCT tem caráter transitório, tendo previsto, inclusive, que sua eficácia
resta pendente enquanto o Estado-membro não editar lei própria regulamentando a questão.
Entendeu o STF, portanto, que o legislador estadual, possui liberdade para fixar valor inferior
aos quarenta salários-mínimos para pagamento por meio de RPV, observada a realidade
orçamentária regional (ADI 4332/RO, objeto do Informativo 890 do STF).
GABARITO: D
35. A empresa X, autuada pelo Fisco Estadual pelo não recolhimento do ICMS, ingressou
com mandado de segurança, com pedido de liminar, objetivando a suspensão da
exigibilidade do crédito e a declaração de sua nulidade. Foi concedida a liminar pelo
Juízo de primeiro grau. Posteriormente o Tribunal de Justiça dá provimento a agravo de
instrumento proposto pelo Estado, cassando a liminar, momento em que a Impetrante
apresenta fiança bancária no valor integral do crédito tributário. A empresa X requer
certidão de regularidade fiscal. Tendo em vista os dados expostos, será concedida
certidão:
A) Positiva, pois o crédito está plenamente exigível.
D) Positiva, eis que o crédito tributário está suspenso pela garantia judicial.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 5. Crédito tributário. Lançamento: modalidades e revisão. Suspen-
são do crédito tributário. Extinção do crédito tributário. Decadência. Prescrição.
Exclusão do crédito tributário. Garantias e privilégios.
Com os mesmos efeitos da certidão negativa é a certidão positiva com efeitos de negativa,
expedida sempre que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança
executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa (art.
206 do CTN).
No caso dos autos, havia sido deferida liminar pelo Juízo de primeiro grau, a qual, conforme
já tratamos anteriormente, é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art.
151, IV do CTN), permitindo a concessão da certidão positiva com efeitos de negativas. Ocorre
que referida liminar foi cassada pelo Tribunal, de forma que o crédito tributário não se encontra
mais com suspensão da sua exigibilidade, sendo o caso de emissão de certidão positiva,
apenas.
A fiança bancária, neste caso, permite a expedição de certidão positiva com efeitos de negativa,
razão pela qual a alternativa está incorreta.
B) CORRETA: nos termos dos comentários anteriores, a alternativa está correta, eis que
a fiança bancária permite a expedição de certidão positiva com efeitos de negativa. O STJ
referendou este entendimento no julgamento do REsp 1156668/DF, sob a sistemática dos
recursos repetitivos.
D) INCORRETA: a fiança bancária, como dito, não suspende a exigibilidade do crédito tributário
e, ainda que assim o fosse, seria o caso de expedir certidão positiva com efeitos de negativa,
o que torna a questão não só errada, como equivocada em sua própria lógica.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 8. Contrato individual de trabalho. Disposições gerais. Remune-
ração e salário. Alteração, suspensão e interrupção. Rescisão. Aviso prévio. Piso
salarial. Décimo terceiro salário. Estabilidade. Proteção contra a despedida arbitrá-
ria ou sem justa causa. Força maior. Assédio moral e assédio sexual. Fundo de Ga-
rantia do Tempo de Serviço – FGTS. Trabalho temporário. Terceirização. Proibição
de práticas discriminatórias na relação de emprego. Participação dos trabalhado-
res nos lucros ou resultados da empresa. 19. Reforma Trabalhista: Lei federal n.º
13.467/2017; Medida Provisória n.º 808/2017 (texto original e texto convertido em lei
ou respectivo decreto legislativo do Congresso Nacional). 20. Jurisprudência dos
Tribunais Superiores.
Comentário Genérico sobre a questão: Tive de usar esse formato de questão com vocês
Assertiva II - INCORRETA: O art. 461, §2º trazia exatamente essa informação, no sentido
de que, quando o empregador organizasse quadro de carreira, não se afiguraria possível
requerer equiparação salarial. O TST, novamente, interpretando esse dispositivo, na súmula
6,I, assentou que esse quadro de pessoal deveria obrigatoriamente ser homologado pelo
Ministério Público do Trabalho, excetuando dessa exigência apenas a fazenda pública. Então,
a assertiva b reproduz o teor da Súmula 6, item I do TST. Ocorre que esse raciocínio também
foi derrubado pela Reforma, face ao disposto na nova redação do art.461, §2º, nos termos
da qual “Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de
negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação
ou registro em órgão público.” Agora há, portanto, duas opções: (i) pessoal organizado em
quadro de carreira; ou (ii) plano de cargos e salários e, em ambos os casos, não há mais
necessidade de qualquer homologação.
Assertiva III - INCORRETA: Essa exigência era expressamente prevista no art. 461,§§2º e 3º
da CLT. Porém, a nova redação do §3º derrubou completamente essa exigência, ao determinar
que “No caso do § 2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por
antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.”.
Assertiva V - INCORRETA: Essa multa é uma novidade da Reforma, prevista no art. 461,§6º,
segundo o qual “No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o
juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do
empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social. “. O erro da assertiva, portanto, recai apenas sob a
base de cálculo da multa. Aliás, tenham esse alerta em mente, o limite máximo de benefícios
do RGPS é frequentemente utilizado como base de cálculo na Reforma.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 15. A Administração Pública e as relações de emprego. Regime
jurídico do empregado da Administração Pública: especificidades quanto aos direi-
tos individual e coletivo do trabalho. Aplicação de acordos, convenções e dissídios
coletivos. Greve. Reflexos trabalhistas da Lei Complementar federal n.º 101/2000 e
da Lei federal n.º 9.504/1997. Administração Pública e terceirização. Responsabili-
dade na terceirização. Comissão de Política Salarial no Estado de São Paulo.
que, para piorar, não estava no edital antigo (porque a comissão sequer existia). Posso estar
equivocado, mas inserir expressamente no edital um ponto para um órgão criado há menos
de 6 meses, afeto à legislação estadual em matéria de direito do trabalho, é sinalização
de que o tema interessa ao examinador e pode ser cobrado em uma questão objetiva. Se
efetivamente for cobrado, 99% da concorrência sequer saberá do que se trata. Em suma,
a comissão de política salarial é disciplinada pelo Decreto Estadual nº 63.033/2017, e tem
por objetivo (i) orientar a Administração Pública Estadual em assuntos de política salarial, (ii)
aprovar negociações salariais realizadas por determinados órgãos do Estado de São Paulo e
(iii) autorizar a inserção, nos estatutos, regulamentos e regimentos internos das Fundações
e das Empresas, de disposições normativas que criem benefícios ou vantagens trabalhistas.
Como nosso curso segue formato de rodadas de questões, não há espaço para discorrer sobre
o tema de forma expositiva. Assim, preste atenção e aproveite a questão que foi formulada e,
por favor, LEIA ESSE DECRETO, não jogue fora uma questão que tem chance considerável de
ser cobrada e cuja resposta está em um decreto de 13 artigos. Vou elaborar mais uma questão
sobre esse tema e inserir no nosso simulado da última rodada.
http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2017/decreto-63033-07.12.2017.html -
link para o decreto
C) INCORRETA: O art. 3º,§4º versa acerca do apoio técnico à comissão de política salarial, e
prevê que o Gabinete do Procurador do Estado prestará auxílio técnico apenas no âmbito das
Fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e das Empresas sob controle acionário direto
ou indireto deste.
D) INCORRETA: Aqui, formulei uma pegadinha que pode perfeitamente ser cobrada pelo
examinador. A assertiva corresponde à íntegra do art. 4º do Decreto, que prevê exatamente
essa competência. Porém, eu inseri as universidades estaduais na assertiva, e o art. 12 do
decreto expressamente exclui as universidades estaduais de sua disciplina (“As disposições
deste decreto não se aplicam às Universidades Públicas Estaduais e à Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.”)
E) INCORRETA: O art. 4º,§2º prevê que “Os termos finais dos acordos coletivos de trabalho
serão analisados pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC e estarão sujeitos
à aprovação da Comissão de Política Salarial.”
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Prova da inexistência de débitos trabalhistas.
Comentário Genérico sobre a questão: Aqui, igualmente, temos uma questão que constitui
ponto autônomo do edital e é contemplada por um dispositivo da Reforma Trabalhista. A
Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas foi criada pela lei nº 12.440/2011, que, basicamente,
inseriu o título VII-A na CLT, e alterou a lei de licitações (8.666/93), exigindo a regularidade
trabalhista como requisito de habilitação em procedimentos licitatórios, regularidade essa que
é comprovada através da CNDT, ou da Certidão Positiva com Efeitos de Negativa. A empresa
que não possui a CNDT é incluída no denominado Banco Nacional dos Devedores Trabalhistas,
A) CORRETA (portanto, não é o gabarito): A assertiva espelha o atual art. 642-A, caput da
CLT, nos termos do qual: “É instituída a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT),
expedida gratuita e eletronicamente, para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos
perante a Justiça do Trabalho.”. Veja, portanto, que a expedição da CNDT é feita de forma
eletrônica, pela internet.
B) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Considero essa uma pegadinha interessante. Não
é apenas o débito da condenação trabalhista que justifica a inclusão do réu no BNDT, mas sim o
inadimplemento de obrigações trabalhistas. Nesse ínterim, o art. 642-A,§1º também considerou
obrigações trabalhistas, para esse efeito, os honorários advocatícios, emolumentos e custas,
que são despesas processuais. (§ 1º O interessado não obterá a certidão quando em seu nome
constar: “o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória transitada
em julgado proferida pela Justiça do Trabalho ou em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no
concernente aos recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a emolumentos ou a
recolhimentos determinados em lei”).
C) CORRETA (portanto, não é o gabarito): Perfeito, uma vez que tenha a CNDT, a negativa
se estende a todo e qualquer estabelecimento da empresa (art. 642-A, §3º “A CNDT certificará
a empresa em relação a todos os seus estabelecimentos, agências e filiais”).
Então, se não pagar em 48 horas, o devedor já está inadimplente, tanto que a lei autoriza
a penhora. Pois bem, o que o art. 883-A diz é que, para o sujeito ser inscrito no BNDT, não
basta que a decisão transite em julgado e ele não pague voluntariamente no prazo legal de
48 horas, é preciso aguardar 45 dias contados da data em que ele é citado para pagar na
execução (“Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada
a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no
Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o
prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia
do juízo”)! Então, para o sujeito ser inscrito no BNDT, primeiro a decisão deve transitar em
julgado, depois o sujeito deve ser citado em execução para pagar em 48 horas, se não pagar e
o juízo for garantido com penhora de bens, expede-se certidão positiva com efeitos de negativa
(art. 642-A,§2º “Verificada a existência de débitos garantidos por penhora suficiente ou com
exigibilidade suspensa, será expedida Certidão Positiva de Débitos Trabalhistas em nome do
interessado com os mesmos efeitos da CNDT”). Se o sujeito não pagar e não tiver bens a
serem penhorados em valor suficiente para garantir o débito, ainda assim, é preciso aguardar
o prazo de 45 dias para incluí-lo no BNDT.
GABARITO: E
39. Assinale a opção CORRETA acerca das alterações promovidas pela Reforma
Trabalhista no direito coletivo do trabalho.
A) É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de
emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o
sindicato dos empregados da categoria, termo que discriminará as obrigações de
dar e fazer cumpridas mensalmente e do qual constará a quitação anual dada pelo
empregado, com eficácia liberatória geral.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Representação dos empregados. 10. Organização sindical. As-
sociação em sindicato, enquadramento sindical e contribuição sindical. 11. Con-
venção coletiva de trabalho. Acordo coletivo de trabalho.
A) INCORRETA: Utilizei essa questão para abordar os artigos que promoveram alteração na
disciplina da contribuição sindical, e aproveitei para também mencionar a quitação sindical
anual, inserida pela Reforma mas que não ostenta densidade suficiente para ser cobrada
com exclusividade em uma questão. Basicamente, todos os anos, empregado e empregador
podem se reunir perante o sindicato e expedir um termo de quitação anual das obrigações
trabalhistas. Isso pode ser feito inclusive após o término do contrato de trabalho, ou seja, o
contrato não precisa viger para que ocorra a quitação sindical anual. O tema é disciplinado
no art. 507-B da CLT, e o único erro da assertiva diz respeito à eficácia liberatória, tendo
em vista que o parágrafo único do dispositivo é expresso ao afirmar que a quitação abrange
apenas as parcelas expressamente previstas no termo de quitação (“O termo discriminara as
obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo
empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.”). Tome cuidado para
não se confundir com o termo exarado mediante comissão de conciliação prévia, pois, esse
sim, tem eficácia liberatória geral.
B) CORRETA: Essa assertiva reflete o disposto no art. 545 da CLT, com redação dada pela
Reforma. Trouxe essa assertiva para deixar claro que, caso o empregado autorize o desconto,
a contribuição é obrigatoriamente retida pelo empregador, e o empregador tem até o 10º dia
contado da retenção para repassar ao sindicato, sob pena de restar configurada apropriação
indébita (art. 545,p.u. da CLT). Portanto, não confundam a ausência de compulsoriedade
relativa ao empregado, que será explicada na assertiva abaixo, com a compulsoriedade da
retenção e repasse pelo empregador, quando autorizado pelo empregado.
C) INCORRETA: Aqui, trouxe uma pegadinha baseada no art. 578 da CLT. Note que a assertiva
fala que há necessidade de autorização dos empregados, mas utiliza a denominação “imposto
sindical”. Pois bem, de fato, como foi alardeado inclusive na mídia, o imposto sindical acabou,
e acabou justamente porque não é mais compulsório. A nomenclatura “imposto sindical” foi
abolida, e substituída pelo termo contribuição sindical. Agora, todos os dispositivos que se
referem à contribuição sindical são expressos ao exigir prévia autorização dos empregados,
ou seja, de fato, não há mais compulsoriedade e, justamente por isso, não há mais natureza
tributária (antes, o imposto sindical não era propriamente um imposto, mas era uma contribuição,
ou seja, ostentava natureza tributária). Portanto, quero chamar a atenção para isso: Caso a
assertiva utilize o termo “imposto sindical”, tenha muito cuidado, pois é enorme a chance de
pegadinha do examinador baseada na alteração da nomenclatura.
D) INCORRETA: Essa assertiva está aqui apenas para abordarmos os arts. 582, caput e 583
da CLT, que consagram a seguinte regra:
Portanto, aproveitamos a temática da questão para te prevenir contra mais essa pegadinha.
E) INCORRETA: O art. 602 da CLT, com redação dada pela Reforma, traz justamente a exceção
ao que acabamos de ver na letra D, ou seja, traz um caso em que o mês de recolhimento da
contribuição sindical será alterado. Isso ocorrerá quando, no mês em que a contribuição é
regularmente recolhida, o empregado não estiver trabalhando, por alguma razão, ou tiver sido
admitido no emprego após o mês de cobrança. Aqui, cabe transcrever a íntegra do dispositivo:
“Art. 602. Os empregados que não estiverem trabalhando no mês destinado ao desconto da
contribuição sindical e que venham a autorizar prévia e expressamente o recolhimento serão
descontados no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único - De igual forma se procederá com os empregados que forem admitidos depois
daquela data e que não tenham trabalhado anteriormente nem apresentado a respectiva
quitação.”
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 15. A Administração Pública e as relações de emprego. Regime
jurídico do empregado da Administração Pública: especificidades quanto aos direi-
tos individual e coletivo do trabalho. Aplicação de acordos, convenções e dissídios
coletivos. Greve. Reflexos trabalhistas da Lei Complementar federal n.º 101/2000
e da Lei federal n.º 9.504/1997. Administração Pública e terceirização. Responsa-
bilidade na terceirização. Comissão de Política Salarial no Estado de São Paulo.
17. Processo Judiciário do Trabalho. Disposições preliminares. Processo em ge-
ral. Dissídios individuais. Processo de jurisdição voluntária para homologação de
acordo extrajudicial. Dissídios coletivos. Execução. Recursos. Outros meios de im-
pugnação de decisões judiciais. 18. A Fazenda Pública perante a Justiça do Traba-
lho. 20. Jurisprudência dos Tribunais Superiores.
“Matéria remetida ao Tribunal Pleno. Art. 77, II, do RITST. Ação coletiva.
Sindicato. Substituição Processual. Execução contra a Fazenda Pública.
Individualização do crédito de cada substituído. Possibilidade. Expedição de
Requisição de Pequeno Valor (RPV).
No caso de ação coletiva em que o sindicato atua como substituto processual na defesa de
direitos individuais homogêneos, não configura quebra do valor da execução, vedada pelo
art. 100, § 8º, da CF, o pagamento individualizado do crédito devido pela Fazenda Púbica aos
substituídos. Entendimento consolidado pelo STF nos autos do processo STF-ARE 925754/
PR, com repercussão geral reconhecida, que, não obstante se refira à hipótese de execução
individual da sentença condenatória genérica, também se aplica à situação em apreço, em que
a execução é coletiva. Em ambos os casos, a titularidade do crédito judicialmente concedido
não pertence ao sindicato, mas aos empregados que ele substitui, de modo que é possível
considerar o valor deferido a cada um deles, individualmente, para fins de expedição da
Requisição de Pequeno Valor (RPV).” TST-ReeNec e RO-118-88.2015.5.05.0000, Tribunal
Pleno, rel. Min. Maria de Assis Calsing, 27.6.2016
C) CORRETA: Gabarito. O TST entende exatamente dessa forma, ou seja, a regra é que o
contrato de estágio enquadra-se na competência da justiça do trabalho, mas é excepcionada
a hipótese de estagiário da Administração Pública. Nesse caso, a competência é da justiça
comum, nos termos de julgado noticiado no informativo nº 131 do TST:
D) INCORRETA: Primeiramente, cabe destacar que a terceirização não está no edital de forma
autônoma, ou seja, a lei de terceirização não consta do edital. O único item do edital que faz
menção à terceirização é o tópico “terceirização e Administração Pública” e “responsabilidade
na terceirização”. Então, não vejo necessidade de comentarmos a lei de terceirização inteira,
mas apenas os tópicos que digam respeito à Administração Pública. Então, o primeiro ponto que
preciso destacar refere-se ao fato de que a Reforma Trabalhista alterou a lei de terceirizações,
para o efeito de permitir a terceirização de atividade fim! É isso mesmo, hoje, o art. Art. 4º-A
da lei autoriza a terceirização inclusive para atividade fim, ao contrário do que apregoa a
súmula nº 331 do TST. (“Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita
pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade
econômica compatível com a sua execução.”). Porém, será que isso se aplica à Administração
Pública? Ainda não há julgado sobre o tema, porque a Reforma Trabalhista é muito recente,
mas a opinião da melhor doutrina2 é no sentido de que não há como aplicar esse dispositivo
no âmbito da Administração Pública, pois isso importaria em manifesto vilipêndio à regra do
concurso público. Acredito que essa discussão tem potencial até mesmo para prova subjetiva,
por isso procedi a essa exposição com vocês. O fato é que, supondo que tal inovação é
inaplicável à Administração, terceirizar atividade fim configuraria terceirização ilícita, e o pleno
do TST, em julgado de meados de 2016, divulgado em informativo, entendeu que a terceirização
ilícita gera dano moral coletivo, justamente porque viola a regra do concurso público. É ler e
conferir:
2 Comentários à reforma trabalhista, Vólia Bomfim Cassar, Leonardo Dias Borges.- Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo : Método. 2017. P. 89.
A utilização de mão de obra terceirizada na atividade fim é conduta irregular que atinge os
interesses difusos de toda a coletividade de trabalhadores, pois em desacordo com a legislação
de proteção ao trabalhador, na medida em que gera perda econômica, exacerba os malefícios
à saúde e causa instabilidade no emprego e desestímulo à produtividade. Tratando-se de
concessionária de serviço público, os malefícios são ainda maiores, pois a terceirização da
atividade fim de empresa estatal gera a substituição indevida de empregados públicos, em
flagrante violação à regra do concurso público prevista no art. 37, II, da CF. Assim, no caso
em que o TRT, nos autos de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho,
reconheceu a terceirização ilícita na área fim da empresa estatal tomadora de serviços, mas
indeferiu a pretensão de indenização por danos morais coletivos, deve prevalecer a decisão da
turma do TST que condenou tomadora e prestadora de serviços ao pagamento de indenização
por danos morais coletivos a ser revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). (...) TST-
E-ED-RR-117400-47.2005.5.14.0001, Tribunal Pleno, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,
30.5.2016
Essa questão é excelente, se eu fosse examinador, seria o tema da minha prova discursiva,
mesmo porque a temática é completamente fazendária.
GABARITO: C
Prezados, esta é a primeira rodada que fazemos após a publicação do tão aguardado
edital. Assim, antes de iniciarmos as questões, convém rapidamente comentar o conteúdo
programático.
ii) Disciplina do mercado de capitais (Lei nº 6.385/76 e alterações): o uso pelo Estado
de mecanismos próprios do mercado financeiro é um tema bem novo, interessante e
que se encontra em voga na prática da advocacia administrativa, pois traz grandes
potencialidades para a área pública. Vale citar também que algumas companhias estatais
possuem ações negociadas em bolsa (a exemplo da SABESP, a companhia paulista de
saneamento básico). Assim, faz sentido o candidato compreender a disciplina do mercado
de capitais. Os tópicos abaixo exemplificam o uso de estruturas do mercado financeiro
pela área pública.
http://www.imoveis.sp.gov.br/Home/FundoImobiliario
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/alckmin-anuncia-fundo-imobiliario/
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/em-pregao-estado-de-sp-define-gestor-de-
fundo-imobiliario/
Basicamente, o intuito do projeto é otimizar a venda dos imóveis públicos ociosos, concentrando-
os em um FII. Economicamente, o grande prejuízo com diversos imóveis públicos ociosos
refere-se ao custo de oportunidade – até existem gastos com seu custeio, mas a real perda
decorre da não utilização do montante que poderia ser levantado com a venda dos bens, que
traria muito retorno para o Estado caso investido em outro programa estatal (lembre-se que
em economia deixar de ganhar é igual a perder!). Vou procurar detalhar o projeto em uma
questão, mas se adiantem e procurem se familiarizar com o tema.
Por fim, em todas as disciplinas explicitou-se que poderá ser cobrada “Jurisprudência dos
Tribunais Superiores”. Feita essa introdução, vamos às questões:
E) Ambos os regimes podem ser utilizados para contratações com qualquer objeto.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11. Critérios para alocação de riscos nos contratos de concessão
(comum, patrocinada e administrativa). Alternativas de política tarifária e criação de
incentivos ao concessionário. Subsídio direto e subsídio cruzado. Pressupostos e
condições para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
pago), e não quando escolher cada regime. O traço crucial de diferenciação dos dois regimes
está na divisão implícita de riscos que a opção acarreta. No regime de empreitada por preço
global, o contratado acaba assumindo os riscos de variações no quantitativo dos insumos, uma
vez que a quantia paga pela administração é fixa. Por exemplo: na realização de uma obra,
desde que não haja alteração do projeto (pois nesse caso caberá reequilíbrio pelo art. 65, I, a,
da Lei n. 8.666/93), não haverá pagamento extra caso o contratado utilize materiais em maior
número do que orçou. No regime de empreitada por preço unitário, porém, o pagamento é
feito conforme as unidades medidas, de forma que a administração é quem assume o risco de
variações nas quantidades demandadas. Portanto, a alternativa se encontra incorreta já que
os regimes trazem, em verdade, regimes distintos quanto aos riscos contratuais.
B) INCORRETA: é o contrário, o regime de empreitada por preço global é que transfere o risco
de variação da quantidade de insumos necessários ao contratado.
contratual possa ser individualizado em partes para medição. Se isso não puder ocorrer (p.
ex., contratação de um advogado para elaboração de um único parecer), então o regime de
execução não terá lugar.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 6. A Ordem Econômica na Constituição Federal de 1988. A relação
do Estado com a economia. Exercício da atividade econômica pelo Estado sujeita
à livre iniciativa e em regime de concorrência com empreendedores privados.
C) INCORRETA: no mesmo julgado – o qual é muito representativo para a visão do STF acerca
do papel do Estado no domínio econômico, sendo também muito útil para o preparo para a
PGE/SP pois envolve contratos de gestão – destacamos o seguinte excerto: “Os setores de
saúde (CF, art. 199, caput), educação (CF, art. 209, caput), cultura (CF, art. 215), desporto e
lazer (CF, art. 217), ciência e tecnologia (CF, art. 218) e meio ambiente (CF, art. 225) configuram
serviços públicos sociais, em relação aos quais a Constituição, ao mencionar que “são deveres
do Estado e da Sociedade” e que são “livres à iniciativa privada”, permite a atuação, por
direito próprio, dos particulares, sem que para tanto seja necessária a delegação pelo
poder público, de forma que não incide, in casu, o art. 175, caput, da Constituição” (ADI
n. 1923, Rel. Min. Luiz Fux). Ou seja, para tais atividades não é necessária delegação através
de licitação.
GABARITO: A
B) O CADE não aplica, no âmbito nacional, a chamada state action doctrine, a qual
prevê que, sob determinadas circunstâncias, a intervenção governamental exclui
a aplicação do direito anticoncorrencial;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Legislação antitruste. Abuso de poder econômico e dominação
dos mercados. Estrutura básica do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.
Aspectos gerais sobre controle dos atos de concentração e punição de condutas
anticoncorrenciais.
pela alternativa, o CADE transportou a doutrina para a esfera nacional. A teoria do state action
doctrine prevê que em determinadas ocasiões a intervenção governamental exclui a aplicação
do direito antitruste, desde que respeitados alguns requisitos, principalmente: (i) a restrição
deve constar de política governamental destinada a substituir a regulação, e (ii) deve haver
supervisão ativa do Estado.
1. O mercado de GLP - gás liquefeito de petróleo - tinha seu preço tabelado pelos
órgãos reguladores competentes no período em que se alega a formação de cartel
por parte das distribuidoras, o que afasta a possibilidade de punição delas.
2. Aplicação, no caso, da state action doctrine, foi formulada nos EUA para
definir os casos em que a regulação estatal afastaria o controle concorrencial
feito pelo órgão antitruste, quando presentes determinados requisitos: (i) a
regulação estatal deve servir a um fim de política pública, e (ii) o Estado deve
efetivamente obrigar determinada conduta e supervisioná-la.
GABARITO: B
B) A chamada regulação por preço teto (price cap) é caracterizada por estimar os
custos esperados em cada ciclo de revisão e então fixar o preço respectivo do
serviço até a próxima revisão;
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7. Princípios e fundamentos da regulação da atividade econômica.
Distinção entre regulação setorial e regulação concorrencial. 10. Peculiaridades da
regulação de serviços públicos concedidos ou autorizados. Regulação contratual
e regulação normativa.
B) CORRETA: efetivamente, a regulação por preço-teto estima os custos para o futuro, para a
partir de então fixar o preço respectivo, sendo por isso chamada de regulação ex ante.
C) INCORRETA: a regulação por revisões periódicas pode ser ex ante (olhando os custos do
D) INCORRETA: tais setores são marcados por revisões periódicas do preço, diferenciando-se
de outros setores nos quais o preço já vem determinado de maneira mais rígida no contrato,
como setores de rodovias e aeroportos (evidentemente, é possível de certa forma mesclar os
regimes).
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 5. (...) Regramento constitucional das Emendas individuais ao pro-
jeto de lei orçamentária (execução equitativa e limitação das programações de ca-
ráter obrigatório).
C) INCORRETA: vale prestar atenção para dois limites distintos do regramento. As emendas
individuais, para serem aprovadas, têm como limite o montante de 1,2% da receita corrente
líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo (art. 166, § 9º). Contudo,
a obrigatoriedade da execução orçamentária e financeira ocorre até o patamar de 1,2% da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior. Ou seja, o regramento constitucional
mantém obrigatória a execução de despesas decorrentes de emendas tendo como base a
receita do exercício anterior, provavelmente com o intuito de limitá-las em um patamar de receita
já realizada no exercício anterior (e, portanto, muito provável de ser atingido novamente).
GABARITO: A