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9 procedimentos no processo
trabalhista
Departamento de Pessoal Maçambará - RS

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DICAS DE DIREIT O PROCESSUAL DO T RABALHO PARA CONCURSOS T RABALHISTAS


Guedes aut omoveis

DICAS DE DIREIT O PROCESSUALDO T RABALHO PARA CONCURSOS T RABALHISTAS Bruno Klippel


Pâmela Robert a
Bento Herculano Duarte Neto
José Augusto Rodrigues Pinto
Júlio César Bebber
Otávio Augusto Reis de Sousa
Pedro Paulo Teixeira Manus
Ricardo Tadeu Marques da Fonseca
Sergio Torres Teixeira
Victor Russomano Junior

Direito Processual do Trabalho

3.ª edição
2009

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ção por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

D812 Duarte Neto, Bento Herculano. / Direito Processual do Tra-


balho. / Bento Herculano Duarte Neto et al. 3. ed. —
Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. [Atualizado até abril de
2009]
608 p.

ISBN: 978-85-387-0407-2

1. Justiça do Trabalho. 2. Direito do Trabalho. I. Título. II. Pin-


to, José Augusto Rodrigues. III. Bebber, Júlio César. IV. Sousa,
Otávio Augusto Reis de. V. Manus, Pedro Paulo Teixeira. VI.
Fonseca, Ricardo Tadeu Marques da. VII. Teixeira, Sergio Tor-
res. VIII. Russomano Junior, Victor.

CDD 341.688

Capa: IESDE Brasil S.A.


Crédito da imagem: Comstock Complete

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Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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Bento Herculano Duarte Neto

Doutor em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Cató-


lica de São Paulo (PUC-SP). Professor da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade
Potiguar (UnP). Professor convidado de cursos de Pós-Graduação na Universida-
de do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Centro Universitário de João Pessoa
(Unipê), na Universidade da Amazônia (Unama), no Centro Universitário Nilton
Lins (UniNiltonLins-AM), no Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e na
Universidade Federal de Feira de Santana (UEFS). Membro da Academia Nacio-
nal de Direito do Trabalho (ANDT) e do Instituto Brasileiro de Direito Processual
(IBDP). Juiz do Trabalho da 21.ª Região.

José Augusto Rodrigues Pinto

Coordenador e Professor da Especialização em Direito do Trabalho e Pro-


cesso do Trabalho da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Presidente Honorário
da Academia Nacional de Direito do Trabalho (ANDT). Juiz do Trabalho aposenta-
do. Advogado e Consultor Jurídico.

Júlio César Bebber

Mestre em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP). Pro-


fessor de Direito Processual do Trabalho da Escola da Magistratura do Trabalho
(Amatra). Juiz do Trabalho da 24.ª Região.

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Otávio Augusto Reis de Sousa

Doutor em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São


Paulo (PUC-SP). Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho (ANDT).
Professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Juiz do Trabalho da 20.ª
Região.

Pedro Paulo Teixeira Manus

Doutor em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São


Paulo (PUC-SP). Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho (ANDT).
Ministro do Tribunal Superior do Trabalho.

Ricardo Tadeu Marques da Fonseca

Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista


e Mestre em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Universidade de São
Paulo (USP). Professor de Direito do Trabalho das Faculdades Integradas do Brasil
(UniBrasil) e dos cursos de Pós-Graduação lato sensu da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUCPR) e do Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA). Pro-
curador Regional do Ministério Público do Trabalho da 9.ª Região.

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Sergio Torres Teixeira

Doutor em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco


(UFPE). Professor de Graduação e Pós-Graduação da UFPE. Professor da Escola da
Magistratura de Pernambuco (Esmape) e coordenador da Escola Superior da Ma-
gistratura Trabalhista de Pernambuco (Esmatra). Juiz do Trabalho da 6.ª Região.

Victor Russomano Junior

Mestrando em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB). Profes-


sor da Graduação da UnB. Condecorado com a Ordem do Mérito Judiciário do
Trabalho, concedida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Advogado.

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Sumário
Princípios do Direito
Processual do Trabalho........................................................... 17
Conceitos...................................................................................................................................... 17
Funções ......................................................................................................................................... 18
Sistematização............................................................................................................................ 19

Organização judiciária
trabalhista e investidura dos juízes.................................... 29
Órgãos da jurisdição trabalhista .......................................................................................... 29
Investidura dos juízes e ministros ....................................................................................... 32

Jurisdição e competência trabalhista ............................... 37


Jurisdição e competência ....................................................................................................... 37
Competência trabalhista e Emenda Constitucional 45/2004.................................... 46

O Ministério Público
do Trabalho: sua estrutura e atribuições.......................... 51
O Ministério Público
do Trabalho: evolução histórica ........................................................................................... 51
Funções institucionais e princípios do MP ....................................................................... 51
Estrutura do MPT ....................................................................................................................... 53
Atribuições do MPT .................................................................................................................. 55
Coordenadorias das atividades do MPT............................................................................ 56

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Fontes e autonomia
do Direito Processual do Trabalho ..................................... 61
Conceitos...................................................................................................................................... 61
Funções ......................................................................................................................................... 61
Sistematização ........................................................................................................................... 62
Autonomia do Direito Processual do Trabalho ............................................................... 63

Partes e procuradores ............................................................. 67


Introdução ................................................................................................................................... 67
Partes processuais ..................................................................................................................... 68
Substituição processual no processo trabalhista .......................................................... 76
Representação judicial e procuradores no processo trabalhista ............................. 79

Representação processual,
litisconsórcio e intervenção de terceiros ......................... 85
Introdução ................................................................................................................................... 85
Representação processual no processo trabalhista...................................................... 86
Litisconsórcio: generalidades ............................................................................................... 91
Litisconsórcio no processo trabalhista .............................................................................. 93
Intervenção de terceiros no processo trabalhista ......................................................... 95

Atos, termos e prazos processuais ...................................103


Introdução .................................................................................................................................103
Ato processual e termo processual: generalidades ....................................................104
Atos e termos processuais no processo trabalhista ....................................................106
Prazos processuais ..................................................................................................................107
Comunicação dos atos processuais ..................................................................................110

Anulação de ato processual ...............................................115


Conceito......................................................................................................................................115
Princípios básicos
da invalidação dos atos jurídicos processuais ..............................................................118
Regras legais de tratamento
da nulidade no processo civil e trabalhista....................................................................119

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Despesas processuais ...........................................................123
Conceito......................................................................................................................................123
Classiicação ..............................................................................................................................123
Disciplina legal (Lei 10.537/2002) – CLT ..........................................................................124
Assistência judiciária gratuita e gratuidade da justiça...............................................126

Dissídio individual: generalidades ...................................131


Introdução .................................................................................................................................131
Dissídio individual: generalidades ....................................................................................132
Ação judicial: generalidades................................................................................................133
Ações no âmbito da Justiça do Trabalho ........................................................................138
Ação declaratória incidental................................................................................................139
Assistência judiciária e justiça gratuita ............................................................................140

Procedimentos
no processo trabalhista ........................................................145
Introdução .................................................................................................................................145
Procedimento: generalidades.............................................................................................146
Procedimentos no processo trabalhista .........................................................................147
Procedimento ordinário........................................................................................................149
Procedimento sumaríssimo (arts. 852-A a 852-I) .........................................................152
Procedimentos especiais trabalhistas ..............................................................................157

Petição inicial
e pedido no processo trabalhista .....................................161
Introdução .................................................................................................................................161
Petição inicial: generalidades..............................................................................................162
Petição inicial no processo trabalhista ............................................................................162
Requisitos extrínsecos ...........................................................................................................163
Requisitos intrínsecos ............................................................................................................165
Requisitos especiais da petição
no procedimento sumaríssimo ..........................................................................................168
Emenda, aditamento
e indeferimento da petição inicial ....................................................................................169
Pedido .........................................................................................................................................170

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Audiência ..................................................................................175
Noções gerais............................................................................................................................175
Publicidade da audiência .....................................................................................................175
Publicidade restrita da audiência ......................................................................................176
Local de realização da audiência .......................................................................................177
Dias e horários das audiências ...........................................................................................177
Prazo mínimo entre
a citação e a realização da audiência ...............................................................................177
Unidade e fracionamento da audiência..........................................................................178
Atrasos das partes e do juiz .................................................................................................180
Comparecimento das partes na audiência ....................................................................181
Ausência das partes na audiência .....................................................................................184
Adiamento da audiência ......................................................................................................185
Polícia de audiência ................................................................................................................187

Arquivamento..........................................................................189
Noções gerais............................................................................................................................189
Arquivamento...........................................................................................................................189
Efeitos do arquivamento ......................................................................................................190
Perempção e arquivamento ................................................................................................190
Conciliação ................................................................................................................................191
Noções gerais............................................................................................................................191
Momentos da conciliação ....................................................................................................191
Acordo .........................................................................................................................................192
Efeitos da sentença
de homologação do acordo para as partes ...................................................................193
Efeitos da sentença
de homologação do acordo para a União......................................................................193

Resposta do réu ......................................................................197


Noções gerais............................................................................................................................197
Defesa direta e defesa indireta ...........................................................................................198
Contestação...............................................................................................................................199
Exceção .......................................................................................................................................208
Reconvenção.............................................................................................................................212
Compensação ...........................................................................................................................214

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Revelia ........................................................................................217
Noções gerais............................................................................................................................217
Observações especíicas .......................................................................................................217
Observações de excepcionais.............................................................................................218
Revelia, livre convencimento
e amplo poder instrutório do juiz .....................................................................................218

O instituto da prova
no processo do trabalho ......................................................227
Considerações introdutórias ...............................................................................................227
Conceito jurídico de prova...................................................................................................228
Objeto da prova .......................................................................................................................230
Artigo 334 do CPC ...................................................................................................................233
Classiicação das provas ........................................................................................................235
Princípios informadores da prova .....................................................................................236

O instituto da prova
no processo do trabalho ......................................................239
O direito à prova e o acesso à Justiça...............................................................................239
Licitude da prova .....................................................................................................................243

O instituto da prova
no processo do trabalho ......................................................247
A questão do ônus da prova ...............................................................................................247
Ônus dinâmico da prova ......................................................................................................249
Poder instrutório do juiz .......................................................................................................251

O instituto da prova
no processo do trabalho ......................................................255
Valoração da prova .................................................................................................................255
Persuasão racional ..................................................................................................................256

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Regras de investigação do valor das provas ..................................................................258
Prova e nulidade processual................................................................................................260

O instituto da prova
no processo do trabalho ......................................................263
Depoimento pessoal ..............................................................................................................263
Conissão ....................................................................................................................................267
Exibição de coisa ou documento.......................................................................................270
Prova documental ...................................................................................................................273
Prova testemunhal ..................................................................................................................278
Prova pericial.............................................................................................................................282
Inspeção judicial ......................................................................................................................286
Prova emprestada ..................................................................................................................287
Indícios e presunções ............................................................................................................288

Os recursos na Justiça do Trabalho ..................................293


Teoria geral dos recursos trabalhistas ..............................................................................293
Recursos em espécies ............................................................................................................316

Liquidação de sentença trabalhista .................................355


Conceito......................................................................................................................................355
Métodos ......................................................................................................................................355
Procedimentos .........................................................................................................................356
Arbitramento ............................................................................................................................358
Impulso inicial ..........................................................................................................................359
Natureza e recorribilidade da decisão na liquidação .................................................360
Sucessividade dos métodos de liquidação trabalhista .............................................360

Estrutura dos atos de execução trabalhista ..................365


Conceito de execução ...........................................................................................................365
Títulos para execução forçada de obrigação trabalhista ..........................................365
Classiicação dos títulos para execução forçada ..........................................................366
Estrutura da execução forçada trabalhista .....................................................................367

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Execução de sentença ..........................................................373
Conceito e natureza da execução .....................................................................................373
Tipos de obrigação .................................................................................................................374
Títulos executivos judiciais e extrajudiciais ...................................................................377
Execução provisória e execução deinitiva ....................................................................378
Aplicação da Lei 6.830/80 e do CPC .................................................................................378
Início da execução...................................................................................................................379
Pagamento e quitação ..........................................................................................................380
Garantia do juízo .....................................................................................................................380
Penhora – “penhora on-line” ................................................................................................381
Exceção de pré-executividade............................................................................................383
Meios de defesa
na execução: CLT, artigo 884 ...............................................................................................385
Agravo de Petição: CLT, artigo 897 ....................................................................................388
Insolvência e execução trabalhista ...................................................................................391
Execução contra
a Fazenda Pública: CF, artigo 100.......................................................................................392
O precatório e os débitos de pequeno valor.................................................................393
Execução de contribuição
previdenciária: CF, artigo 114, VIII......................................................................................393
Hasta pública: CLT, artigo 888 .............................................................................................394
Embargos à Praça ....................................................................................................................397
Responsabilidade do sócio por dívidas sociais ............................................................398
Publicidade na execução como garantia de terceiros ...............................................399
Embargos de Terceiro ............................................................................................................400
Bem de família ..........................................................................................................................401
Penhora da empresa e administração .............................................................................402

Ações especiais na Justiça do Trabalho,


inclusive decorrentes da Emenda 45/2004 ..................405
Questões propedêuticas – Jurisdição e Competência...............................................405

Inquérito civil e ação civil pública ....................................441


Inquérito civil ............................................................................................................................441
Ação civil pública.....................................................................................................................442
Instrumentos de atuação do MPT .....................................................................................444

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Dissídio coletivo ......................................................................451
Introdução .................................................................................................................................451
Formas de solução dos conlitos coletivos do trabalho ............................................454
Dissídio coletivo: conceito e classiicação ......................................................................459
Dissídio coletivo: competência e instauração...............................................................461
Procedimento do dissídio coletivo ...................................................................................462
Sentença normativa: efeitos, vigência,
extensão, revisão, recurso e ação de cumprimento ...................................................464
Sentença normativa:
Recurso Ordinário e ação de cumprimento...................................................................465

Ação rescisória .........................................................................469


Ação rescisória no processo do trabalho:
cabimento, fundamento e competência ........................................................................470
Ação rescisória no processo do trabalho:
fundamentos de admissibilidade, juízo rescindendo,
juízo rescisório e prazo para a propositura ....................................................................472
Ação rescisória no processo do trabalho:
legitimidade, procedimento e Recurso Ordinário .......................................................476

Tutela antecipada, especíica e cautelar ........................479


Antecipação dos efeitos da tutela .....................................................................................479
Antecipação dos efeitos
da tutela – aspectos gerais procedimentais ..................................................................490
Antecipação dos efeitos
da tutela e processo do trabalho .......................................................................................498
Antecipação dos efeitos
da tutela e Administração Pública ....................................................................................500
Nota sobre as características do processo cautelar ....................................................510

Introdução ................................................................................515

Cabimento dos Recursos


de Revista e de Embargos (regras gerais) ......................529

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Anotações adicionais ...........................................................555
Súmula 126 do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) ..................................................................................................555
Súmula 297 do TST..................................................................................................................562
Súmulas 23 e 296 do TST ......................................................................................................575
Súmula 337 do TST..................................................................................................................581
Súmula 221 do TST..................................................................................................................588

Referências................................................................................595

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Procedimentos
no processo trabalhista

Sergio Torres Teixeira

Introdução
O processo jurisdicional, enquanto meio de concretização coercitiva do
direito material abstrato e veículo de paciicação social, é um só. Nesse sen-
tido, o sistema processual corresponde a um único instrumento mediante o
qual o Estado cumpre o seu dever jurisdicional.

Existe, no entanto, uma grande diversidade de ações judiciais. São inúme-


ras modalidades acionárias, envolvendo não apenas lides de matérias distin-
tas mas também demandas nas quais se buscam distintas formas de tutela
jurisdicional. À pluralidade de tipos de ações judiciais, corresponde uma série
de fórmulas processuais mediante as quais aquelas são desenvolvidas.

O modelo processual pátrio, assim, prevê diversos modelos por meios dos
quais as demandas são conduzidas em direção à almejada entrega da tutela
jurisdicional. São os procedimentos ou ritos processuais, fórmulas especíi-
cas disciplinadas pelo legislador para servirem a modalidades especíicas de
ações judiciais. Ao lado de um modelo padrão, coexistem modelos especiais,
com regras próprias, criados para atender às peculiaridades de determina-
das espécies de demandas, sempre com o intuito de proporcionar meios
mais eicazes à consecução dos ins objetivados por aquelas.

Dentro de tal diversidade, aquele que propõe a ação deve escolher o


modelo adequado ao desenvolvimento da respectiva demanda, conside-
rando as respectivas regras de aplicação, uma vez que prevalece como regra
geral a indisponibilidade sobre o tipo a ser adotado.

O estudo dos procedimentos processuais, destarte, revela grande impor-


tância para os proissionais do Direito.

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Direito Processual do Trabalho

Procedimento: generalidades
Na doutrina processual tradicional1, as normas processuais são enquadradas
em três grandes categorias: normas processuais stricto sensu; normas de organi-
zação judiciária; e normas procedimentais.

Enquanto as normas de organização judiciária são aquelas destinadas a regu-


lamentar a constituição e estruturação dos órgãos que compõem o Poder Judi-
ciário, as normas processuais em sentido restrito são aquelas que disciplinam o
processo jurisdicional enquanto relação jurídica entre os sujeitos processuais,
atribuindo a estes deveres, poderes, direitos e obrigações dentro do processo. As
normas procedimentais ou normas de procedimento, por outro lado, são aquelas
que disciplinam o modo como os sujeitos do processo devem se conduzir em
juízo, deinindo quais os atos que devem ser praticados, a respectiva ordem de
sucessão, bem como o conteúdo e a forma do ato quanto ao tempo e lugar.

Sendo a norma procedimental a regra que deine o modo de proceder do par-


ticipante da relação processual, o procedimento corresponde ao modus operandi
do processo jurisdicional, ou seja, a fórmula ou modelo que deine quais os atos
e como devem ser desenvolvidos dentro da relação processual. Compreende,
assim, a expressão extrínseca do fenômeno processual, ou seja, o modo pelo qual
o processo se exterioriza. Trata-se, enim, do rito pelo qual a demanda deve trami-
tar durante o seu desenvolvimento.

O legislador brasileiro, considerando a diversidade de ações judiciais e a neces-


sidade de oferecer modelos aptos a atender às consequentes peculiaridades de
determinados tipos acionários, adotou a pluralidade procedimental como regra,
criando diversos modelos com o intuito de proporcionar meios diferenciados de
obter a tutela jurisdicional. Nesse sentido, existem procedimentos próprios para
ação de conhecimento, outros para ações de execução e, ainda, ritos peculiares às
ações cautelares. Dentro de cada uma dessas categorias, assim, coexistem inúme-
ros tipos procedimentais.

1
O legislador constituinte igualmente adotou tal sistemática. Nesse sentido, o artigo 22, I, da Carta Política de 1988 estabelece
que a União Federal tem competência legislativa exclusiva para legislar sobre “direito processual” (isto é, normas processuais em
sentido restrito). O artigo 24, XI, da Constituição, por sua vez, ixa a competência legislativa concorrente da União Federal e dos
Estados para legislar sobre “procedimentos em matéria processual” (ou seja, normas de procedimento). E o artigo 125, parágrafo
1.º, da Carta Magna dispõe que a lei estadual de organização judiciária será de iniciativa do Tribunal de Justiça de cada Estado.

146
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Procedimentos no processo trabalhista

Constata-se, pois, a existência de diversos modelos especiais ao lado de um


modelo básico ou “padrão” que serve à generalidade das ações que não se enqua-
dram como especiais. Não sendo cabível a submissão de uma ação a qualquer um
dos ritos especiais, essa ação seria enquadrada na categoria residual apontada
como a fórmula comum ou ordinária.

Tal diversidade procedimental, por sua vez, também é encontrada no âmbito


do processo trabalhista. Além da plena aplicabilidade dos procedimentos pró-
prios às ações cíveis admissíveis no âmbito da Justiça do Trabalho, o sistema
processual apresenta ritos próprios, não encontrados nas demais ramiicações
do Direito Processual.

Procedimentos no processo trabalhista


Diversos dispositivos da legislação trabalhista consolidada tratam dos mode-
los próprios do processo laboral. Nesse sentido, o artigo 643 da CLT, ao tratar
da fórmula básica para a composição de conlitos trabalhistas, estabelece que
os respectivos conlitos “[...] serão dirimidos pela Justiça do Trabalho, de acordo
com o presente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do traba-
lho”. O artigo 763 consolidado, por seu turno, dispõe que:
Art. 763. O processo da Justiça do Trabalho, no que concerne aos dissídios individuais e coletivos
e à aplicação de penalidades, reger-se-á em todo o território nacional, pelas normas estabele-
cidas neste Título.

O exame da legislação pátria, por sua vez, revela a presença dos seguintes pro-
cedimentos próprios do processo trabalhista:

 procedimento do dissídio individual “ordinário” (CLT, arts. 837 a 852);

 procedimento sumaríssimo (CLT, arts. 852-A a 852-I);

 rito especial do inquérito judicial (CLT, arts. 853 a 855);

 procedimento do dissídio coletivo (CLT, arts. 856 a 875); e

 etapa procedimental da execução trabalhista (CLT, arts. 876 a 892).

Alguns juristas ainda acrescentam como procedimento especial o previsto na


Lei 5.584/70, conhecido como “procedimento de alçada”.

147
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Direito Processual do Trabalho

Apesar de tal diversidade, entretanto, na realidade, a legislação processual tra-


balhista não se revela capaz de exaurir os tipos procedimentais necessários ao
regular atendimento às demandas propostas perante o Judiciário do Trabalho.
Como consequência, frequente é o uso de ritos do processo comum perante as
cortes laborais, quando atendidos os requisitos estipulados no artigo 769 conso-
lidado:
Art. 769. Nos casos omissos, o Direito Processual comum será fonte subsidiária do Direito Proces-
sual do Trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.

Havendo lacuna no sistema processual trabalhista e compatibilidade entre as


regras e princípios deste e as normas procedimentais originárias do processo civil,
portanto, será admissível a aplicação de regra do procedimento cível no âmbito
do processo trabalhista2. É o caso, por exemplo, de regras procedimentais relati-
vas à reconvenção, aplicáveis no âmbito do processo do trabalho em virtude da
completa omissão da legislação processual laboral.

Tal “importação” de institutos do processo civil, por sua vez, abrange não
apenas regras procedimentais especíicas (quando a omissão é apenas de tópi-
cos), mas igualmente de alguns ritos especiais na sua íntegra.

Nesse sentido, o artigo 1.º da Instrução Normativa (IN) 27/2005 do Tribunal


Superior do Trabalho (TST) estabelece a seguinte regra:
Art. 1.º As ações ajuizadas na Justiça do Trabalho tramitarão pelo rito ordinário ou sumaríssimo,
conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, excepcionando-se, apenas, as que, por
disciplina legal expressa, estejam sujeitas a rito especial, tais como o Mandado de Segurança,
Habeas corpus, Habeas data, Ação Rescisória, Ação Cautelar e Ação de Consignação em Paga-
mento.

Como consequência, ações cíveis sujeitas a procedimentos especiais por


expressa previsão legal, quando proposta perante a Justiça do Trabalho, devem
seguir as regras procedimentais próprias ao respectivo rito especial. As demais
demandas, entretanto, devem ser submetidas aos dois principais ritos do pro-
cesso trabalhista, o ordinário e o sumaríssimo, segundo as respectivas peculiari-
dades.

2
Sendo a omissão no âmbito do procedimento ordinário trabalhista, o recurso deve ser ao procedimento ordinário previsto no
CPC. Sendo a omissão originalmente no âmbito do procedimento sumaríssimo trabalhista, por outro lado, as fontes normativas
subsidiárias devem seguir a seguinte ordem de preferência:
a) procedimento ordinário trabalhista;
b) procedimento sumário do CPC; e
c) procedimento ordinário do CPC.

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Procedimentos no processo trabalhista

Procedimento ordinário
O procedimento ordinário do dissídio individual é disciplinado nos artigos
837 a 852 da CLT. Trata-se do rito “padrão” do processo trabalhista, utilizado não
apenas como categoria residual para atender às demandas que não se enqua-
dram nos demais procedimentos especiais, mas também como a primeira fonte
supletiva dos demais procedimentos típicos do processo laboral.

A disciplina legal do respectivo rito é dividida em dois setores tópicos: for-


ma da reclamação e notiicação (arts. 837 a 842); e artigos 843 a 852 da CLT. A
primeira parte se restringe a tratar da fase postulatória (estipulando requisitos
intrínsecos e extrínsecos da petição inicial) e da notiicação das partes acerca da
audiência, merecendo destaque o teor do artigo 841 consolidado, ora transcrito:
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta
e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notiicando-o ao
mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida,
depois de 5 (cinco) dias.

§1.º A notiicação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notiicação por edital, inserto no jornal oicial
ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, aixado na sede da Junta ou Juízo.

§2.º O reclamante será notiicado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do pará-


grafo anterior.

A notiicação dirigida à parte reclamada, assim, é feita pela via postal (com
aviso de recebimento) por determinação do diretor de secretaria da Vara do Tra-
balho, sem intervenção do Juiz do Trabalho, e deverá ser instruída com cópia da
peça vestibular. Além da ciência acerca da ação proposta, a notiicação deverá
convocar o demandado para a sessão inaugural da audiência, a ser realizada no
mínimo cinco dias após o respectivo recebimento. A parte reclamante, por sua
vez, será notiicada no momento em que apresentar a ação na secretaria da Vara
ou do Setor de Distribuição.

Os artigos 843 a 852 da CLT, por outro lado, se destinam a disciplinar a própria
audiência de instrução e julgamento.

Enquanto o artigo 843 consolidado trata da representação processual das


partes, o artigo seguinte disciplina os efeitos da contumácia das partes, conforme
ora transcrito:
Art. 844. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da recla-
mação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de conissão quanto à
matéria de fato.

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Direito Processual do Trabalho

Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o jul-
gamento, designando nova audiência.

Faltando a parte reclamada à sessão inaugural da audiência, a mesma será


considerada revel e confessa quanto à matéria fática da lide. Estando ausente
o reclamante, a reclamatória será simplesmente arquivada com a consequente
extinção do processo sem julgamento de mérito.

O artigo 845, por sua vez, dispõe que as partes devem produzir as suas provas
na audiência, inclusive apresentando as testemunhas independentemente de rol
ou de prévia intimação, conforme ora exposto:
Art. 845. O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas teste-
munhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.

Segundo o artigo 846, por sua vez, uma vez instalada a audiência e constatada
a presença regular das partes, o primeiro ato a ser praticado é a chamada primeira
tentativa obrigatória de conciliação:
Art. 846. Aberta a audiência, o Juiz ou Presidente proporá a conciliação.

§1.º Se houver acordo, lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignan-
do-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.

§2.º Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de icar
a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma
indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.

Havendo a conciliação judicial, o acordo será reduzido a termo com a estipu-


lação de todas as cláusulas da respectiva transação que, uma vez homologada
pelo juízo, valerá como sentença irrecorrível (exceto em relação ao INSS quanto
às questões pertinentes aos recolhimentos previdenciários). Não havendo con-
ciliação, o dispositivo seguinte estipula que o Juiz do Trabalho deve proceder
à leitura da petição inicial ou, dispensada tal formalidade pelas partes (que é a
regra geral), passar diretamente ao momento da apresentação da defesa. Nesse
sentido, o artigo 847 estabelece que a parte reclamada deverá apresentar a sua
defesa verbalmente, no prazo de 20 minutos:
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

Na prática, contudo, a defesa do reclamado é normalmente apresentada em


peça escrita, facilitando a tramitação da audiência. Após a apresentação da res-
posta do demandado (quando não ocorre a suspensão do processo em face de

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Procedimentos no processo trabalhista

oposição de exceção de suspeição ou incompetência territorial), o artigo 848


dispõe que a audiência deverá ter prosseguimento com a produção de provas:
Art. 848. Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex oi-
cio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.

§1.º Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução
com o seu representante.

§2.º Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.

Não havendo provas a produzir por se tratar de quadro fático incontroverso ou


questão de mera interpretação jurídica, o juízo pode proceder à designação de
sessão para julgamento do feito. Havendo provas a produzir, entretanto, é comum
na praxe forense trabalhista o juízo suspender a audiência após a resposta do
reclamado e designar nova sessão de audiência para a coleta de prova oral. Nesse
caso, na mencionada sessão serão interrogadas as partes, por iniciativa do Juiz do
Trabalho, e ouvidas as testemunhas (eventualmente, também os peritos).

É certo que o artigo 849 da CLT expõe que a audiência deverá ser contínua,
salvo caso de força maior, mas tal procedimento de dividir a audiência em sessões
hoje é prática habitual dos juízos trabalhistas.
Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira
desimpedida, independentemente de nova notiicação.

Uma vez encerrada a fase probatória, o artigo 850 consolidado faculta às partes
a apresentação oral de alegações inais, no prazo de dez minutos cada:
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões inais, em prazo não excedente
de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de
conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.

Parágrafo único. O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos
vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor
atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse
social.

Trata-se de simples faculdade assegurada às partes, com o intuito de propor-


cionar oportunidade para as mesmas destacarem questões relevantes ocorridas
durante a tramitação do feito, reforçar teses já expostas ou ainda admissíveis em
tal momento processual, e, eventualmente, renovar arguições incidentais de nuli-
dade processual, para demonstrar que o inconformismo anteriormente manifes-
tado persiste.

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Direito Processual do Trabalho

Após as razões inais, o juízo deverá proceder à segunda tentativa obrigatória


de conciliação. Apesar de o Juiz do Trabalho estar livre para propor a via concilia-
tória a qualquer momento, em seguida à abertura da audiência e após as alega-
ções inais são os dois momentos em que tal intervenção é imposta pelo legis-
lador, sendo considerado absolutamente imprescindível esta segunda tentativa
(sob pena de nulidade).

Na hipótese de não haver acordo, caberá ao juiz proceder ao julgamento da


causa ou designar sessão especíica de audiência para tal im. O parágrafo único
do artigo 850 da CLT, merece ser destacado, encontra-se revogado em face da
extinção da representação classista.

Quanto ao registro dos atos da audiência, o artigo 851 da CLT disciplina a maté-
ria da seguinte forma singela:
Art. 851. Os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.

§1.º Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, o
resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do Tribunal quanto à matéria
de fato.

§2.º A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo
improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada
pelos juízes classistas presentes à mesma audiência.

Por im, o artigo 852 consolidado determina que as partes devem ser notiica-
das da decisão, na própria sessão de julgamento, nos seguintes moldes:
Art. 852. Da decisão serão os litigantes notiicados, pessoalmente, ou por seu representante, na
própria audiência. No caso de revelia, a notiicação far-se-á pela forma estabelecida no pará-
grafo 1.º do artigo 841.

Procedimento sumaríssimo
(arts. 852-A a 852-I)
O procedimento sumaríssimo do processo trabalhista foi introduzido no texto
da CLT por meio da Lei 9.957/2000, sendo originária de um projeto de lei de auto-
ria do Executivo, apresentado com o airmado intuito de proporcionar aos litigan-
tes um meio mais célere de solucionar questões trabalhistas.

No âmbito da CLT, o rito em tela se encontra disciplinado pelos artigos 852-A a


852-I. Como o procedimento ordinário anteriormente examinado constitui o rito

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Procedimentos no processo trabalhista

“padrão” do dissídio individual, o rito sumaríssimo apresenta três requisitos de


admissibilidade exigidos para que uma ação seja submetida à sua fórmula:
 que o valor da causa não ultrapasse o limite de 40 salários mínimos;
 que o empregador não seja ente de Direito Público; e
 que a ação seja um dissídio individual não sujeito a rito especial.
Esse último requisito não se encontra previsto expressamente na lei, sendo
deduzido implicitamente. Sendo a demanda uma ação consignatória, já sujeita
a procedimento especial, não seria lógico submeter a demanda ao rito em tela.
Os primeiros dois requisitos, por sua vez, são encontrados no artigo 852-A da
CLT, ora transcrito:
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data do ajuizamento da reclamação icam submetidos ao procedimento sumarís-
simo.

Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a


Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

A aferição dos requisitos relativos ao limite quantitativo leva em considera-


ção o valor da causa considerando o salário mínimo na data da propositura da
demanda. Curiosamente, foram excluídos do rito os entes da Administração
Pública direta, autárquica e fundacional, mas não as empresas públicas e socieda-
des de economia mista.
Merece ser ressaltado, ainda, que prevalece o entendimento segundo o qual,
uma vez satisfeitas tais exigências, a demanda obrigatoriamente terá que ser sub-
metida ao procedimento sumaríssimo, não havendo disponibilidade do postu-
lante quanto à escolha do rito.
O procedimento sumaríssimo apresenta uma série de peculiaridades de
grande destaque. Nesse sentido, o artigo 852-B estabelece requisitos intrínsecos
especiais pertinentes à petição inicial da ação submetida a tal rito, inclusive com
a exigência de formulação de pedidos certos e determinados e com a deinição
dos respectivos valores (inciso I), bem como a imposição do endereço correto do
demandado, uma vez que há expressa vedação à citação do reclamado pela via
edital (inciso II).
O mesmo artigo consolidado, por outro lado, consagra no seu inciso III regra
que de fato impõe a celeridade na tramitação da respectiva demanda, estipu-
lando que a audiência deverá ser realizada dentro do prazo de 15 dias, contados
da propositura da ação:

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Direito Processual do Trabalho

Art. 852-B. [...]

III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuiza-
mento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciá-
rio da Junta de Conciliação e Julgamento.

Nessa mesma linha, os artigos 852-C e 852-G conirmam a busca incessante


pela celeridade ao estipular que a audiência deverá ser única e que devem ser
resolvidos de imediato todos os incidentes e exceções que possam provocar a
mora processual:
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência
única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar
simultaneamente com o titular.

Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença.

Ao contrário do estipulado no procedimento ordinário trabalhista, o rito


sumaríssimo não impõe ao Juiz do Trabalho o dever de proceder a uma tentativa
de conciliação ao inal da audiência, mas, exatamente como no rito ordinário, o
legislador estabelece que, uma vez instalada a sessão inaugural da audiência, o
magistrado deve expor as vantagens da via conciliatória e buscar levar as partes a
transacionarem. Nesse sentido, o artigo 852-E da CLT:
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes sobre as vantagens da con-
ciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em
qualquer fase da audiência.

O magistrado dispõe, no âmbito do rito sumaríssimo, de grande liberdade na


direção probatória, conforme previsto no artigo 852-D da CLT, inclusive com o
poder de limitar ou excluir provas que entender inadequadas:
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzi-
das, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que consi-
derar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor
às regras de experiência comum ou técnica.

O próprio procedimento probatório é extremamente simpliicado, com as


provas sendo produzidas na própria audiência mesmo quando não requeridas
anteriormente. No tocante à prova documental, esta deve ser objeto de manifes-
tação da parte adversa (em relação a quem a produziu) na própria sessão, sem
interrupção do seu andamento, salvo expressa autorização do juiz. No tocante à
prova testemunhal, cada parte pode apresentar até duas testemunhas, cabendo-

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Procedimentos no processo trabalhista

-lhes comparecerem independentemente de intimação e admitindo-se o adia-


mento da audiência apenas quando comprovada que uma testemunha ausente
foi devidamente convidada pela parte interessada na sua oitiva. No que tange
à prova pericial, esta somente deverá ser determinada quando realmente indis-
pensável e, após a entrega do laudo oicial pelo perito no prazo ixado pelo juízo,
as partes terão cinco dias para se pronunciarem. A respectiva disciplina, por sua
vez, se encontra exposta no artigo 852-H da CLT, ora transcrito:
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente.

§1.º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a
parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.

§2.º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de ins-
trução e julgamento independentemente de intimação.

§3.º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de


comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata
condução coercitiva.

§4.º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova
técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, ixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.

§5.º (Vetado)

§6.º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.

§7.º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo


máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justiicado nos autos pelo juiz da causa.

Merece destaque que, caso seja necessário dividir a audiência em sessões,


a sessão de prosseguimento deverá ocorrer dentro do prazo de 30 dias, salvo
motivo relevante devidamente justiicado pelo magistrado, conforme dispõe o
parágrafo 7.º do citado artigo.

O artigo 852-F da CLT, por seu turno, estabelece que o registro dos atos proces-
suais praticados deve ser de forma concisa, cabendo ao magistrado deinir quais
os elementos que justiicam ser registrados, nos termos ora expostos:
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as airma-
ções fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova
testemunhal.

A sentença proferida em sede de procedimento sumaríssimo, por sua vez, é


igualmente simples e concisa, ocorrendo a intimação do julgado na própria sessão
de julgamento. O artigo 852-I, inclusive, dispensa a elaboração do relatório:

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Direito Processual do Trabalho

Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

§1.º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos
ins sociais da lei e as exigências do bem comum.

§2.º (Vetado).

§3.º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada.

O rito sumaríssimo, por outro lado, enseja uma fórmula de tramitação diferen-
ciada até na fase recursal. Nesse sentido, o artigo 895, parágrafo 1.º, da CLT dispõe
sobre uma disciplina especial simpliicada para o Recurso Ordinário interposto
contra sentença proferida em sede de sumaríssimo, enquanto o artigo 896, pará-
grafo 6.º, deine que somente caberá Recurso de Revista contra acórdão em ação
originalmente submetida ao procedimento sumaríssimo quando houver diver-
gência entre o julgado e a súmula do TST ou então quando houver violação direta
de dispositivo constitucional:
Art. 895. [...]

§1.º Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o Recurso Ordinário:

I - (Vetado).
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo
no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em
pauta para julgamento, sem revisor;
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se
este entender necessário o parecer, com registro na certidão;
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suiciente
do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for
conirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstân-
cia, servirá de acórdão.

§2.º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento
dos Recursos Ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao proce-
dimento sumaríssimo.

Art. 896. [...]

§6.º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido Recurso de
Revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Traba-
lho e violação direta da Constituição da República.

Flagrante, assim, que no rito sumaríssimo o legislador procurou privilegiar a


celeridade processual.

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Procedimentos no processo trabalhista

Procedimentos especiais trabalhistas


Ao lado dos procedimentos ordinário e sumaríssimo, no âmbito dos dissídios
individuais podem ser apontados como ritos especiais os relativos ao inquérito
judicial e ao chamado “procedimento de alçada”.

O inquérito judicial corresponde a uma ação judicial proposta pelo emprega-


dor em face de empregado estável3, com o intuito de obter o reconhecimento
judicial da existência de falta grave ensejadora da dispensa do obreiro e, assim,
desconstituir o elo de emprego. Disciplinado pelos artigos 853 a 855 da CLT, na
realidade, tal espécie de demanda se submete a apenas duas regras procedimen-
tais peculiares (no mais, é aplicável o rito ordinário do dissídio individual):

 a petição inicial terá que ser obrigatoriamente por escrito (CLT, art. 853); e

 cada parte pode apresentar até seis testemunhas (CLT, art. 821).

O chamado “rito de alçada”, por im, é disciplinado nos parágrafos 2.º, 3.º e 4.º
da Lei 5.584/70:
Art. 2.º [...]

§2.º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição
inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48
(quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.

§3.º Quando o valor ixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de duas vezes o
salário mínimo vigente na sede do juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo
constar da ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.

§4.º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças pro-
feridas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerando, para esse im,
o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

Trata-se do procedimento aplicável a demandas cujos valores não ultrapassam


dois salários mínimos, considerando o valor à época da propositura da demanda.
Como regras procedimentais peculiares (no mais, devem ser aplicadas as regras
do rito sumaríssimo), podem ser destacadas as seguintes:

3
Nem todos os empregados estáveis se encontram alcançados pela exigência relativa ao inquérito judicial. Os portadores das
estabilidades do representante dos empregados na Cipa, da gestante e do acidentado podem ser despedidos sem a prévia auto-
rização judicial, ou seja, sem a propositura de inquérito judicial. O legislador impõe o acolhimento da pretensão do empregador
em inquérito judicial, entretanto, como requisito sine qua non para a validade de dispensa de empregado portador de qualquer
uma das modalidades relativas à estabilidade decenal, à estabilidade sindical, à estabilidade do diretor de cooperativa de em-
pregados, à estabilidade do representante dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS e nos Conselhos Previdenciários e à
estabilidade do representante dos empregados nas comissões de conciliação prévia.

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Direito Processual do Trabalho

 a dispensa do resumo dos depoimentos das partes e das testemunhas,


quando da elaboração da ata de audiência, sendo necessário apenas regis-
tro da conclusão do juízo sobre a matéria fática; e

 salvo quando versar sobre matéria constitucional, a respectiva sentença


será irrecorrível.

Ampliando seus conhecimentos


A “dica” do professor é proceder a um exame comparativo entre os procedi-
mentos ordinário e sumaríssimo, destacando as semelhanças e as distinções na
fase probatória.

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