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MARCELO AGAMENON GOES DE SOUZA

DIREITO
CONSTITUCIONAL
TEORIA E JURISPRUDÊNCIA

Londrina/PR
2022
Dados Internacionais de Catalogação na
Publicação (CIP)

Souza, Marcelo Agamenon Goes de.


Direito Constitucional: teoria e
jurisprudência. / Marcelo Agamenon
Goes de Souza. – Londrina, PR: Thoth,
2022.

457 p.
Bibliografias: 449-457
© Direitos de Publicação Editora Thoth. ISBN 978-65-5959-360-6
Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br 1. Constitucional. 2. Teoria. 3.
contato@editorathoth.com.br Jurisprudência. 4. Didático. I. Título.

CDD 341.2

Diagramação e Capa: Editora Thoth


Revisão: Annie Rose dos Santos. Índices para catálogo sistemático
Editor chefe: Bruno Fuga 1. Direito Constitucional : 341.2
Coordenador de Produção Editorial: Thiago
Caversan Antunes
Diretor de Operações de Conteúdo: Arthur
Bezerra de Souza Junior

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sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é
crime estabelecido na Lei n. 9.610/98.
Todos os direitos desta edição são reservados
pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se
responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por
seus autores.
SOBRE O AUTOR

MARCELO AGAMENON GOES DE SOUZA


Doutorando em Direito pela Universidade Estadual Norte do Panará –
UENP. Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino
de Bauru - SP e Mestre em Direito Processual Penal pela Universidade do
Oeste Paulista - UNOESTE de Presidente Prudente - SP. Graduado em
Ciências Jurídicas - Direito pelo Centro Universitário “Antônio Eufrásio
de Toledo” (ex-ITE) de Presidente Prudente – SP, onde atualmente é
professor na disciplina de Direito Constitucional e Prática Jurídica Penal;
professor Orientador de Monografia na Graduação e Pós-Graduação em
Direito e da Pós-Graduação EAD Estado, Governo e Gestão Pública;
professor consultor AD HOC no Conselho da Justiça Federal (Centro de
Estudos Judiciários) para publicação de artigos na Revista CEJ; Professor
avaliador de monografia no curso de Pós-Graduação no Curso do Professor
Damásio de Jesus realizado via satélite. Foi Professor da Universidade do
Oeste Paulista - UNOESTE e da Escola Superior de Advocacia - ESA
de Presidente Prudente; foi Procurador e Assessor Especial Para Assuntos
Jurídicos da Câmara Municipal de Presidente Prudente (2006/2010); Foi
advogado da Fundação Manoel Pedro Pimentel (FUNAP), por aprovação
em concurso público. É Advogado da AGAMENON & CORREA
ADVOGADOS ASSOCIADOS.
“Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a
sua justiça, e tudo mais vos serão acrescentadas.”
Mateus 6:33
PREFÁCIO

O caminhar na vida acadêmica é uma experiência árdua, muitas vezes


solitária, de dedicação, mas traz alegrias com o sucesso dos antigos alunos
e principalmente dos amigos. Há sempre a possibilidade de compartilhar
experiências interessantes de estudo, conhecimento e pesquisa, sendo que
o livro é uma muito especial. A elaboração de uma obra dessa natureza
vem de muito estudo, de mestrados e principalmente do dia-a-dia das salas
de aulas. Aliás, nos professores somos mesmo forjados na preparação e
ministração das aulas. Mas, as publicações são sempre especiais, pois
representam sonhos realizados e expectativas de futuro. Só pode escrever
um livro como esse, que tenho a honra de prefaciar, alguém que compartilha
toda sua experiência acadêmica, de profissional advogado e de professor.
Por isso, o conteúdo é excelente, pois surge de alguém que tem talento
e conhecimento, ou seja, já passou (e experimenta hoje) as três faces da
maturidade necessária para elaborar um curso. Se a caminhada acadêmica é
mágica, ao mesmo tempo exige muita dedicação, como fica claro na análise
dos capítulos, atualizado após o processo que afastou Dilma Rousseff.
O amigo advogado Marcelo Agamenon Goes de Souza caminha ao
longo dos anos como professor do Centro Universitário “Antônio Eufrásio
de Toledo”, apoiado no estudo, sempre brilhou na didática. O livro está na
mesma direção. Fez seu trabalho com coragem e sempre alcança sucesso,
pois faz o seu melhor. Publicamos este prefácio mais como agradecimento
ao querido amigo, pois a obra nos proporciona um panorama de estudo
do direito constitucional qualificado, que é ao mesmo tempo atual e rico
de conteúdo. A Toledo Prudente, casa de ensino tradicional Faculdade
de Direito de Presidente Prudente, terá um novo livro básico de Direito
Constitucional para 2020. O motivo é reconhecer a qualidade do trabalho e
não apenas prestigiar um amigo. A obra é uma semente do processo ensino
e aprendizado jurídico, que muito colabora para o processo de educação.
O autor reflete na doutrina seu conhecimento. Ao mesmo tempo pensa no
acadêmico que vai se alimentar dos frutos, pois estrutura a obra de forma
didática. Quem sonha não perde a perspectiva de alcançar. O sonho é o
combustível. Quem sonha vive. Quem sonha concretiza. Obrigado pela
excelente contribuição na disciplina a qual dediquei minha vida acadêmica.
Obrigado, em nome dos acadêmicos, pois a nova geração jurídica tem agora
a oportunidade de conhecer seu excelente trabalho, que já adianto ser de
qualidade ímpar.
Professor Doutor Sérgio Tibiriçá Amaral
Coordenador do Curso de Direito do Centro Universitário
“Antônio Eufrásio de Toledo”
A JOÃO VICTOR AGAMENON meu
maior tesouro. Você não é apenas a
razão do meu viver, você é a minha vida!
A minha adorada e amada esposa
CRISTIANE, mulher da minha vida, meu
porto seguro, que me deu meu maior tesouro.
A ambos devo desculpas pela ausência do
pai e do marido enquanto escrevia este livro.
AGRADECIMENTOS

Ao Centro Universitário “Antônio Eufrásio de Toledo” de Presidente


Prudente, que nas pessoas de Milton Pennacchi (in memorian) e Marlene,
instituíram um centro de excelência do ensino superior no Brasil, a qual
tenho a honra e o orgulho de fazer parte, seja na condição de ex-aluno
e agora Professor, onde com seu corpo docente e discente formamos a
GRANDE família Tolediada, discutindo e analisando diariamente o Direito
e os mais diversos assuntos e, por lógica, o futebol.
Ao Professor Doutor Sérgio Tibiriçá Amaral, coordenador do curso
do Direito da Toledo; prezado e estimado amigo que me honra com o
prefácio, pelo seu profissionalismo, mesmo na hora em que sua fé foi
testada, e não esmoreceu.
Ao ex-aluno e agora colega e Professor Kleber Luciano Ancioto
pelos primeiros rascunhos, demonstrando que a criatura pode e consegue
superar o criador.
Por fim e principalmente ao grande arquiteto do Universo, que tem
guiado minha vida, fazendo tudo justo e perfeito, sempre me levando a
encontrar pessoas como as acima mencionadas.
APRESENTAÇÃO

O presente trabalho é dedicado e destinado não somente aos


bacharelandos, mas também aos bacharéis em direito cujo objetivo é
ingressar nas mais diversas carreiras públicas, buscando facilitar a leitura de
um ramo do direito tão complexo, uma vez que, todos os juízes e tribunais
são os guardiães da Constituição Federal, o que pode levar, devido ao fato
de ser o Brasil um País de dimensões continentais, termos entendimentos
diversos sobre o entendimento e aplicação dos dispositivos constitucionais.
O Direito Constitucional faz parte do convívio diário dos cidadãos
e de uma sociedade, de tal modo que esta obra, procura contribuir
significativamente para aqueles que ainda se encontram nos bancos
acadêmicos, além daqueles que se preparam para o ingresso nas diversas
área do serviço público, trazendo em linguagem simples e através de
exemplos práticos, informações aos eternos estudante, pois, o direito é um
eterno ensino, e esclarecimentos de como proceder, além de colocar o leitor
a par dos problemas sociais existentes em nosso país e possíveis soluções.
A obra foi dividida em 07 capítulos, exatamente dentro do plano
de aula da cadeira de Direito Constitucional junto ao Centro Universitário
“Antônio Eufrásio de Toledo” onde o autor é titular desta disciplina (além
também de Prática Jurídica Penal). Inicialmente, no capítulo 01, o autor
tratou da questão Estado e Constituição, descrevendo suas espécies, além do
sentido de eficácia e aplicabilidade dos dispositivos do texto constitucional.
Já no capítulo 02, tratou do Poder Constituinte, seja no seu modo originário
e derivado, para em seguida tratar do processo e procedimento legislativo
em suas diversas espécies normativas. No capítulo 03 tratou do emblemático
controle de constitucionalidade, seja na sua origem americana (difuso) e
após no europeu (concentrado), observando a existência de uma forma
de controle eclético e todo próprio no Brasil, com uma atenção especial as
mudanças proporcionadas pela Emenda Constitucional nº 45/2004 e na
própria jurisprudência do Supremo Tribunal Federal através do instituto
da mutação constitucional. O capítulo 04 foi destinado aos direitos
fundamentais em suas diversas categorias. Coube ao capítulo 05 a análise
quanto aos direitos a nacionalidade, passando pelos direitos políticos no
capítulo 06, com ênfase ao direito eleitoral, muitas vezes esquecidos ainda
nos bancos acadêmicos, finalizando a obra ao tratar da organização dos
poderes no capítulo 07.
O autor busca através da apresentação de um conteúdo bastante
didático, dar ao eterno estudante de direito, noções básicas sobre o
entendimento do Direito Constitucional.
No último capítulo, um dado a ser observado, está no fato quanto ao
estudo do julgado do processo de impeachment da ex-Presidente da República
no Senado Federal onde a perda do mandato ocorreu e houve o chamado
fatiamento do julgamento e suas implicações.
Por fim, vale observar que o autor elenca seu trabalho em diversas
as diversas Súmulas (Vinculantes ou comuns) do STF, Súmulas do STJ,
e de outros diversos Tribunais espalhados no este país, como forme de
demonstrar que, mesmo em se tratando de Direito Constitucional, podem,
e é comum ocorrer, interpretações diferentes e divergentes, porém, a palavra
final será do Supremo Tribunal Federal, Tribunal este que nos últimos
anos tem buscado fazer o seu papel de Corte Constitucional, aplicando
fortemente o ativismo judicial, não deixando de lado o seu viés político,
fazendo com isto sofrer severas críticas da sociedade como um todo.
SUMÁRIO

SOBRE O AUTOR .......................................................................................................7


PREFÁCIO ..................................................................................................................11
AGRADECIMENTOS ..............................................................................................15
APRESENTAÇÃO .....................................................................................................17

CAPÍTULO 1
DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO .....................................29
1.1 Estado e seus elementos .......................................................................................30
1.1.1 Soberania (poder soberano) ..............................................................................30
1.1.2 Povo .....................................................................................................................31
1.1.3 Território .............................................................................................................31
1.1.4 Finalidade ............................................................................................................31
1.1.5 Ausência dos elementos do estado ..................................................................32
1.1.5.1 Estado soberano, com território, mas sem povo.........................................32
1.1.5.2 Estado soberano, com povo, mas sem território.........................................32
1.1.5.3 Estado que tem povo, território, mas não soberano ...................................33

CAPÍTULO 2
ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÕES (CLASSIFICAÇÃO) .................................35
2.1 Quanto ao conteúdo .............................................................................................36
2.1.1 Material.................................................................................................................37
2.1.2 Formal ..................................................................................................................37
2.2 Quanto à forma .....................................................................................................37
2.2.1 Escrita...................................................................................................................37
2.2.2 Não escrita ...........................................................................................................37
2.3 Quanto ao modo de elaboração ..........................................................................38
2.3.1 Dogmática............................................................................................................38
2.3.2 Histórica ou costumeira.....................................................................................39
2.4 Quanto à origem ....................................................................................................39
2.4.1 Outorgada ............................................................................................................39
2.4.2 Promulgada, democrática ou populares ..........................................................39
2.4.3 Cesarista, bonapartista ou ditatorial.................................................................40
2.5 Quanto à mutabilidade..........................................................................................40
2.5.1 Rígida ....................................................................................................................40
2.5.2 Semirrígida ...........................................................................................................41
2.5.3 Flexível .................................................................................................................41
2.5.4 Imutável ...............................................................................................................41
2.5.4.1 Cláusulas pétreas..............................................................................................42

CAPÍTULO 3
NORMATIVIDADE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O
PREÂMBULO.............................................................................................................45

CAPÍTULO 4
DA APLICABILIDADE E DA EFICÁCIA DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS ...............................................................................................47
4.1 Normas constitucionais de aplicabilidade plena ...............................................47
4.2 Normas constitucionais de aplicabilidade contida ...........................................49
4.3 Normas constitucionais de aplicabilidade limitada...........................................51
4.3.1 Norma constitucional de aplicabilidade limitada programática ..................52
4.3.2 Norma constitucional de aplicabilidade limitada constitutiva .....................53
4.4 Normas constitucionais de aplicabilidade exaurida .........................................54
4.5 Eficácia X aplicabilidade .......................................................................................54

CAPÍTULO 5
PODER CONSTITUINTE ......................................................................................57
5.1 Espécies de poder constituinte ............................................................................58
5.1.1 Poder constituinte originário ............................................................................58
5.1.1.1 Poder soberano.................................................................................................60
5.1.1.2 Poder inicial......................................................................................................60
5.1.1.3 Poder ilimitado.................................................................................................62
5.1.1.3.1 (I)limitabilidade segundo os positivistas....................................................62
5.1.1.3.2 (I)limitabilidade segundo os jusnaturalistas...............................................63
5.1.1.3.3 (I)limitabilidade segundo os internacionalistas.........................................64
5.1.1.4 Fenômenos gerados por uma nova constituição.........................................65
5.1.1.4.1 Recepção........................................................................................................65
5.1.1.4.2 Desconstitucionalização..............................................................................67
5.1.1.4.3 Repristinação.................................................................................................69
5.1.2 Poder constituinte derivado ..............................................................................72
5.1.2.1 Poder secundário..............................................................................................72
5.1.2.2 Poder subordinado...........................................................................................72
5.1.2.3 Poder limitado .................................................................................................72
5.1.2.3.1 Limitação material.........................................................................................73
5.1.2.3.1.1 Limitação material explicita ou expressa................................................73
5.1.2.3.1.2 Limitação material implícita.....................................................................74
5.1.2.3.2 Limitação formal...........................................................................................75
5.1.2.3.2.1 Limitação formal subjetivo.......................................................................76
5.1.2.3.2.2 Limitação formal objetivo .......................................................................79
5.1.2.3.2.2.1 Emenda constitucional..........................................................................79
5.1.2.3.2.2.2 Lei ordinária.............................................................................................83
5.1.2.3.2.2.3 Lei complementar...................................................................................89
5.1.2.3.2.2.4 Medida provisória ..................................................................................90
5.1.2.3.2.2.4.1 Origem..................................................................................................90
5.1.2.3.2.2.4.2 Procedimento.......................................................................................92
5.1.2.3.3 Limitação circunstancial..............................................................................99
5.1.2.3.4 Limitação temporal.....................................................................................100
5.1.3 Poder constituinte decorrente ....................................................................... 100
5.1.3.1 Normas ou regras simétricas.........................................................................101
5.1.3.2 Normas ou regras assimétricas....................................................................101
5.1.3.3 Poder decorrente nos municípios................................................................102
5.1.4 Mutação constitucional ................................................................................... 103

CAPÍTULO 6
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................. 107
6.1 Significado e objetivo ......................................................................................... 107
6.2 Formas de controle ............................................................................................ 108
6.3 Legitimidade para o controle de constitucionalidade.................................... 109
6.4 Momento de realização do controle ................................................................ 110
6.5 Controle repressivo de constitucionalidade jurisdicional ............................. 114
6.5.1 Controle difuso de constitucionalidade (via de exceção) .......................... 114
6.5.1.1 Origem e fator histórico...............................................................................114
6.5.1.2 Competência e o efeito (des)vinculante no controle difuso....................117
6.5.1.3 Legitimidade para o controle difuso............................................................119
6.5.1.4 A matéria constitucional como questão prejudicial..................................119
6.5.1.5 Efeitos da decisão no controle difuso.........................................................122
6.5.1.6 Efeitos da decisão contra as pessoas e a objetivação do controle
concentrado no difuso...............................................................................................122
6.5.1.7 Súmula vinculante..........................................................................................125
6.5.1.8 Cláusula de reserva de plenário....................................................................131
6.5.1.8.1 Plenário X órgão especial..........................................................................133
6.5.1.9 Efeitos da decisão quanto ao tempo...........................................................134
6.5.1.10 Repercussão geral de matéria constitucional no recurso extraordinário.135
6.5.1.11 Resolução do Senado suspendendo lei (art. 52, inc. X CF)..................138
6.5.2 Controle concentrado de constitucionalidade (via de ação) ..................... 139
6.5.2.1 Origem e fator histórico................................................................................140
6.5.2.2 Críticas de Kelsen e diferenças com o controle difuso............................140
6.5.2.3 Formas de controle concentrado de constitucionalidade........................142
6.5.2.3.1 Controle concentrado tipicamente europeu via corte constitucional.142
6.5.2.3.2 Controle concentrado via suprema corte (controle concentrado misto
ou brasileiro)...............................................................................................................143
6.5.2.3.3 Controle concentrado via sala constitucional.........................................143
6.5.2.4 O controle concentrado de lei ou ato normativo no Brasil......................144
6.5.3 Ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ................................................ 147
6.5.3.1 Legitimados.....................................................................................................147
6.5.3.2 Categorias de legitimados (temáticos/específicos e genéricos)..............153
6.5.3.2.1 Legitimados temáticos ou específicos......................................................153
6.5.3.2.2 Legitimados genéricos................................................................................154
6.5.3.2 Legitimados estaduais para ADI..................................................................154
6.5.3.3 Amicus curiae.....................................................................................................155
6.5.3.4 Efeitos da decisão do controle concentrado ............................................158
6.5.3.4.1 Efeito quanto as pessoas............................................................................158
6.5.3.4.2 Efeito quanto à extensão e a possibilidade de modulação....................158
6.5.3.4.2.1 Conclusões sobre a ADI.........................................................................161
6.5.4 Ação declaratória de constitucionalidade - ADECOn................................162
6.5.4.1 Pontos comuns entre ADI e ADECOn.....................................................164
6.5.4.2 Pontos divergentes da ADECOn para a ADI...........................................164
6.5.4.2.1 Competência (órgão julgador)..................................................................164
6.5.4.2.1 Objeto da ação.............................................................................................165
6.5.4.3 Existência de controvérsia judicial relevante.............................................165
6.5.4.4 Efeito ambivalente (duplo) da decisão em controle concentrado..........166
6.5.4.5 Aplicação da modulação do efeito na ADECOn......................................166
6.5.5 Arguição de descumprimento de preceito fundamental - ADPF ............ 167
6.5.5.1 Pontos comuns entre a ADPF e as demais forma de controle concentrado
(ADI e ADECOn)......................................................................................................169
6.5.5.2 Particularidades da ADPF............................................................................170
6.5.5.2.1 Formas e objetivos (prevenir ou reparar)................................................170
6.5.5.2.2 Objeto – ato do poder público, lei e ato normativo municipal, estadual e
federal, inclusive anteriores a constituição federal.................................................170
6.5.5.2.3 Caráter subsidiário da ADPF.....................................................................171
6.5.5.2.4 Controvérsia judicial...................................................................................173
6.5.6 Ação direta de inconstitucionalidade por omissão ..................................... 173
6.5.7 (In)constitucionalidade superveniente ......................................................... 175
6.5.8 Decisões manipulativas de caráter aditivo ................................................... 178
6.5.9 Normas constitucionais em trânsito para inconstitucionalidade ou
inconstitucionalidade progressiva ........................................................................... 179
6.5.10 Inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento......................180
6.5.11 Inconstitucionalidade parcial conforme a Constituição sem redução de
texto............................................................................................................................. 184
6.5.12 Estado de coisa inconstitucional ................................................................. 186

CAPÍTULO 7
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................ 189
7.1 Significado e evolução histórica........................................................................ 189
7.2 Eficácia vertical e horizontal dos direitos fundamentais .............................. 190
7.3 Dimensões (ex-gerações) ................................................................................... 191
7.3.1 Direitos fundamentais de 1ª dimensão ......................................................... 192
7.3.2 Direitos fundamentais de 2ª dimensão ......................................................... 193
7.3.3 Direitos fundamentais de 3ª dimensão ......................................................... 194
7.3.4 Direitos fundamentais de 4ª dimensão ......................................................... 195
7.3.5 Direitos fundamentais de 5ª dimensão ......................................................... 196
7.3.6 Direitos fundamentais de 6ª dimensão ........................................................ 197
7.3.7 Crítica à classificação cronológica das dimensões dos direitos
fundamentais...............................................................................................................198
7.3.8 Características dos direitos e garantias ......................................................... 199
7.3.8.1 Historicidade....................................................................................................199
7.3.8.2 Universalidade (impessoalidade)..................................................................200
7.3.8.3 Limitabilidade (relatividade)..........................................................................200
7.3.8.4 Imprescritibilidade.........................................................................................201
7.3.8.5 Irrenunciabilidade..........................................................................................202
7.3.8.6 Vedação ao retrocesso...................................................................................205
7.3.9 Conflito de direitos.......................................................................................... 207
7.3.9.1 Previsão legal..................................................................................................207
7.3.9.2 Ponderação de valores e o princípio da proporcionalidade.....................208
7.3.10 Direitos e garantias fundamentais............................................................... 211
7.3.11 Direitos explícitos e implícitos .................................................................... 212
7.3.12 Direitos fundamentais e tratados internacionais ...................................... 213
7.3.13 Direitos fundamentais básicos .................................................................... 220
7.3.13.1 Do direito à vida...........................................................................................221
7.3.13.2 Do direito à liberdade.................................................................................226
7.3.13.2.1 Liberdade de pensamento e liberdade de expressão............................227
7.3.13.2.2 Liberdade de consciência........................................................................228
7.3.13.2.2.1 Liberdade de crença..............................................................................228
7.3.13.2.2.2 Liberdade de culto.................................................................................230
7.3.13.2.2.3 Relação estado/igreja............................................................................232
7.3.13.2.2.4 Escusa de consciência...........................................................................233
7.3.13.2.2.5 Liberdade cultural..................................................................................238
7.3.13.2.3 Liberdade de reunião................................................................................239
7.3.13.2.4 Liberdade de associação............................................................................241
7.3.13.3 Do direito à segurança................................................................................245
7.3.13.3.1 Princípio da legalidade.............................................................................246
7.3.13.3.2 Segurança individual.................................................................................248
7.3.13.3.2.1 Invasão ou inviolabilidade do domicilio.............................................249
7.3.13.3.2.2 Sigilo das comunicações........................................................................257
7.3.13.3.2.2.1 Sigilo de correspondência..................................................................257
7.3.13.3.2.2.2 Interceptação telefônica....................................................................260
7.3.13.3.2.2.2.1 Indícios de autoria, coautoria ou participação do agente no evento
criminoso (inciso I)....................................................................................................262
7.3.13.3.2.2.2.2 Inexistência de outro(s) meio(s) probatório(s) (inciso II).........263
7.3.13.3.2.2.2.3 Ser crime doloso apenado com reclusão (inciso III).................263
7.3.13.3.2.2.1 Teoria da árvore dos frutos envenenados (tree fruits theory poisoned).266
7.3.13.3.2.2.2 Gravação clandestina.........................................................................269
7.3.13.3.2.2.3 Quebra de dados telefônicos.............................................................272
7.3.13.4 Extradição, expulsão e deportação............................................................273
7.3.13.4.1 Extradição..................................................................................................274
7.3.13.4.2 Expulsão ...................................................................................................280
7.3.13.4.3 Deportação................................................................................................284
7.3.13.5 Do direito à propriedade.............................................................................287
7.3.13.5.1 Função social da propriedade.................................................................288
7.3.13.5.1.1 Propriedade urbana e propriedade rural ...........................................289
7.3.13.5.1.1.1 Função social da propriedade urbana.............................................292
7.3.13.5.1.1.2 Função social da propriedade rural.................................................297
7.3.13.5.1.1.2.1 Desapropriação para fim de reforma agrária..............................301
7.3.13.5.1.1.2.2 Ação de desapropriação x ação discriminatória cumulada com
reivindicatória (terras devolutas)..............................................................................305
7.3.13.5.1.1.2.3 Desapropriação confisco................................................................308
7.3.13.5.1.1.2.4 Usucapião........................................................................................312
CAPÍTULO 8
DIREITO A NACIONALIDADE ....................................................................... 327
8.1 Significado ......................................................................................................... 327
8.2 Espécies................................................................................................................ 327
8.2.1 Primária ou originária...................................................................................... 327
8.2.2 Secundária ou adquirida.................................................................................. 328
8.3 Critérios de nacionalidade ................................................................................. 329
8.3.1 Critério do “Jus solis” ....................................................................................... 329
8.3.2 Critério do “Jus sanguinis”................................................................................ 330
8.3.3 Cruzamento de critério - fatores positivo e negativo................................. 330
8.3.4 Princípios .......................................................................................................... 331
8.3.4.1 Princípio da atribuição estatal da nacionalidade........................................332
8.3.4.2 Princípio da inconstrangibilidade................................................................332
8.3.4.3 Princípio da optabilidade..............................................................................332
8.3.5 Dos brasileiros natos ....................................................................................... 333
8.3.6 Dos brasileiros naturalizados ......................................................................... 336
8.3.6.1 Naturalização ordinária ................................................................................338
8.6.3.2 Naturalização extraordinária .......................................................................339
8.3.6.3 Naturalização tácita........................................................................................339
8.3.6.4 Questão personalíssima................................................................................340
8.3.6.5 Português equiparado....................................................................................340
8.3.6.6 Distinção entre brasileiros e estrangeiros...................................................342
8.3.6.7 Perda da nacionalidade..................................................................................345
8.3.6.7.1 Brasileiro naturalizado (inciso I)...............................................................346
8.3.6.7.2 Brasileiro nato e naturalizado (inciso II)..................................................347
8.3.6.8 Reaquisição da nacionalidade (status quo ante)............................................349

CAPÍTULO 9
DIREITOS POLÍTICOS ........................................................................................ 351
9.1 Significado............................................................................................................ 351
9.2 Formas de participação popular ....................................................................... 353
9.2.1 Plebiscito .......................................................................................................... 354
9.2.2 Referendo.......................................................................................................... 354
9.2.2.1 Diferenças entre plebiscito e referendo.......................................................356
9.2.3 Iniciativa popular ............................................................................................. 356
9.2.4 Do alistamento eleitoral.................................................................................. 357
9.2.4.1 Facultativo.......................................................................................................358
9.2.4.2 Obrigatório.....................................................................................................359
9.2.4.3 Vedado ou proibido.......................................................................................359
9.2.5 Sufrágio ............................................................................................................. 360
9.2.5.1 Espécies de direitos políticos........................................................................361
9.2.5.1.1 Positivo..........................................................................................................361
9.2.5.5.1.1 Direito político ativo – direito de votar..................................................361
9.2.5.5.1.1.1 Características do voto.........................................................................361
9.2.6 Sistema eleitoral ............................................................................................... 364
9.2.6.1 Sistema majoritário........................................................................................364
9.2.6.1.1 Sistema majoritário simples .....................................................................365
9.2.6.1.2 Sistema majoritário absoluto...................................................................365
9.2.6.1.2.1 Votos brancos X votos nulos X votos válidos e cálculo da eleição..365
9.2.6.2 Sistema proporcional.....................................................................................368
9.2.7 Federação de Partidos ..................................................................................... 371
9.2.8 Inelegibilidade .................................................................................................. 372
9.2.8.1 Inelegibilidade por parentesco.....................................................................372
9.2.8.1.1 Exceção para eleição de parentes..............................................................375
9.2.8.2 Inelegibilidade política...................................................................................377
9.2.9 Desincompatibilização ................................................................................... 377
9.2.10 Direito político negativo............................................................................... 378
9.2.10.1 Inciso I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado..........................................................................................................................379
9.2.10.2 Inciso II - incapacidade civil absoluta.......................................................380
9.210.3 Inciso III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos...................................................................................................................381
9.2.10.4 Inciso IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa nos termos do art. 5°, VIII....................................................................383
9.2.10.5 Inciso V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4° 384
9.2.11 Direito político passivo...................................................................................385
9.2.12 Elegibilidade dos militares.............................................................................389
9.2.13 Princípio da anualidade da lei eleitoral ....................................................... 390
9.2.14 Reeleição ......................................................................................................... 391
9.2.15 Prefeito itinerante .................................................................................... ..... 391

CAPÍTULO 10
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................ 393
10.1 Da separação de poderes ................................................................................. 394
10.2 Do Poder Legislativo ....................................................................................... 395
10.2.1 Poder Legislativo Federal ............................................................................. 395
10.2.1.1 Câmara dos Deputados................................................................................398
10.2.1.2 Senado Federal..............................................................................................398
10.2.1.3 Da organização interna das casas..............................................................399
10.2.1.4 Direitos e prerrogativas dos parlamentares..............................................401
10.2.1.4.1 Direitos e prerrogativa..............................................................................401
10.2.1.4.1.1 Imunidade parlamentar ou material....................................................401
10.2.1.4.1.2 Imunidade processual ou formal........................................................405
10.2.1.4.1.2.1 Imunidade processual........................................................................405
10.2.1.4.1.2.2 Prisão do parlamentar e imposição de medidas cautelares..........407
10.2.1.4.1.3 Foro privilegiado....................................................................................409
10.2.1.4.1.4 Limitação quanto ao dever de testemunhar.......................................411
10.2.1.4.1.5 Restrição quanto ao serviço militar....................................................411
10.2.1.5 Direitos e prerrogativas dos deputados estaduais....................................412
10.2.1.6 Direitos e prerrogativas dos vereadores...................................................414
10.2.1.7 Deveres dos parlamentares.........................................................................417
10.2.1.8 Perda do mandato........................................................................................419
10.3 Do Poder Executivo......................................................................................... 421
10.3.1 Substitutos no Poder Executivo .................................................................. 422
10.3.2 Vacância do cargo no Poder Executivo ..................................................... 423
10.3.3 Perda do cargo no Poder Executivo ........................................................... 423
10.3.3.1 Perda do cargo do Presidente da República.............................................423
10.3.3.1.1 Crimes de responsabilidade.....................................................................424
10.3.3.1.2 Crime comum............................................................................................428
10.3.3.2 Perda do cargo do governador de estado.................................................430
10.3.3.2.1 Crimes de responsabilidade.....................................................................430
10.3.3.2.2 Crime comum............................................................................................432
10.3.3.3 Perda do cargo do prefeito municipal......................................................434
10.4 Do Poder Judiciário .......................................................................................... 437
10.4.1 Garantias do Poder Judiciário e os princípios de Bangalôre .................. 438
10.4.2 Ingresso na carreira ....................................................................................... 439
10.4.3 Garantias e prerrogativas dos magistrados ................................................ 441
10.4.4 Das vedações aos magistrados .................................................................... 444

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 449


CAPÍTULO 1
DIREITO CONSTITUCIONAL E
CONSTITUIÇÃO

O Direito Constitucional sem dúvida é o mais importante ramo do


Direito Público.
Para entender o Direito Constitucional como a regra de estruturação
de um Estado, podemos fazer uma comparação (não necessariamente
constitucional, mas que auxilia o entendimento) tomando por exemplo
o fato que, desde quando e passamos a ter entendimento da vida, nós
notamos e passamos a entender que desde bem pequenos devemos seguir
determinadas regras1, relacionadas a hora de brincar, hora de se alimentar,
hora para estudar, etc., que são impostas pelos pais, para estabelecer o que
pode e o que não pode dentro do lar.
Estas primeiras regras ou normas não escritas são de Direito Natural
e se descumprimento pode e muitas vezes leva, a aplicação ou imposição
de sanções, que também pertencem ao próprio direito natural (não poder
brincar, sair, usar o computador, exceto para estudos, não jogar vídeo
games, etc.).
Estas regras, conforme vamos nos desenvolvendo, vão criando em
nós um sendo de responsabilidade de tal modo que no decorrer da nossa
evolução ao tomarmos contato com a sociedade, passamos a entender e
verificar a existência de novas regras nos demais grupos sociais (escola,
igrejas, clubes de desportos, etc.,) que, enfim, fazem parte do nosso
convívio com esta sociedade. Desta forma, constatamos que os motivos
de tantas regras e justamente fazer (ou tentar fazer) com que a sociedade
se estabeleça de forma ordenada, com cada um respeitando os direitos dos
demais de tal forma que esta sociedade viva em harmonia.
Uma vez compreendida a estruturação doméstica e dos demais
grupos sociais por meio de regras de Direito Natural, é hora de reformar a
1. Não se está aqui usando a palavra regra no sentido de diferenciá-la do termo princípio. Usa-se
regra no senso comum.
30 DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria e Jurisprudência

estruturação do Estado. As pessoas físicas e as jurídicas vivem sob regras


do Estado (Nação)
Aliás, o próprio Estado também vive sob suas próprias regras.
Assim como todos devem acatar as regras impostas pelo Estado, o próprio
Estado, da mesma forma deve seguir suas regras, servindo isso para que o
Estado dê o exemplo e para que não abuse do direito.
Nesse último aspecto, têm-se que o Direito Ambiental surgiu
principalmente para barrar os abusos do próprio Estado, pois o maior
violador do meio ambiente é o próprio Estado.
Os Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo possuem direitos e
deveres, que são organizados por meio do Direito Constitucional, e após,
havendo previsão na própria Constituição Federal, a Lei Fundamental do
Estado2, serão regulamentados (se necessário).
Desta forma, o Direito Constitucional é o ramo do Direito Público
que tem por finalidade estudar as regras do Estado, ou mesmo, as regras
de estruturação do Estado. No Direito Constitucional estudamos as regras
que organizam, ou seja, que estruturam o Estado.
Se no Direito Constitucional estudamos as regras de constituição do
Estado, a Constituição é o local, o dispositivo normativo fundante, ou o
instrumento onde encontramos as regras de estruturação do Estado.

1.1 ESTADO E SEUS ELEMENTOS

Segundo sabemos pode se usar os termos Estado, Nação, País como


semelhantes ou homônimos. Desta forma, para o Estado existir necessária
se faz a presença de determinados elementos.

1.1.1 SOBERANIA (PODER SOBERANO)

O Estado tem que ser autossuficiente para criar suas regras da


maneira como ele bem entender, sem sofrer interferência exterior. Desta
forma, a soberania ou poder soberano é a autoridade que o Estado tem de
criar suas próprias Leis.
No ano de 2015, a questão SOBERANIA foi muito falada,
principalmente no Brasil, em razão da execução de um brasileiro na
Indonésia pela prática de crime de tráfico de drogas. Houve críticas por
parte das autoridades brasileiras acerca do fato da existência da pena de
morte naquele Estado (Indonésia) que, por sua vez, respondeu às críticas

2. Como ocorre na Alemanha e no Estado do Vaticano em que a Constituição é denominada


de Lei Fundamental.
31
MARCELO AGAMENON GOES DE SOUZA

simplesmente se afirmando como uma nação SOBERANA, ou seja, com


poder de criar suas próprias leis3.

1.1.2 POVO

O termo povo está relacionado com as pessoas que possuem vínculo


jurídico e político com determinado Estado, fato este que se difere de
população, por ser esta composta pelo todo, no qual também se incluem os
estrangeiros.
O fato do agente ser brasileiro, faz surgir-lhe uma série de direitos e
obrigações para com o país, como, por exemplo, prestar o serviço militar
obrigatório, votar, comparecer se for convocado para tribunal do júri, etc.
Como visto, o povo está vinculado às regras determinadas pelo
Estado em relação a ele, e que não se estendem aos estrangeiros.4

1.1.3 TERRITÓRIO

Por território, entende-se como a base geográfica onde o Estado


exerce o seu poder soberano.
Este território pode ou não estar contiguo ao Estado, como por
exemplo, o Alaska e Havaí, que seguem as regras impostas pelo EUA, e
Fernando de Noronha em relação ao Brasil.5

1.1.4 FINALIDADE

Acredita-se que todo Estado tem uma finalidade e que cada Estado
existe por um motivo, alguns mais tranquilos outros mais drásticos. Exemplo
que pode ser citado é o Vaticano, que existe com a finalidade de levar para
o mundo a religião católica; este é o objetivo básico do porque este governo
existe.6
No caso do Brasil, seus objetivos encontram-se descritos em nossa
Constituição Federal, pela leitura do artigo 3° e seus incisos7.

3. Não se comentará tal fato seja pelo ponto de vista moral ou legal, pois não é este o objetivo
do presente trabalho.
4. Não se está aqui dizendo que os estrangeiros não estão vinculados a regras, normas ou leis de
um Estado. O que se diz é que determinadas normas são impostas apenas àquele que possui
vínculo político e jurídico.
5. Vale lembrar também o espaço aéreo e a área oceânica.
6. Cf. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros,
2004, p. 40.
7. Art. 3° CF – Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
32 DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria e Jurisprudência

1.1.5 AUSÊNCIA DOS ELEMENTOS DO ESTADO

A doutrina discute se seria possível se falar na existência de um Estado,


sem a presença de um dos elementos elencados acima, salvo a finalidade.
Desta forma é possível falar, por exemplo, em um Estado que não tenha
soberania, mas tenha povo e território, ou vice-versa?
Para melhor compreender a discussão doutrinária serão apresentados
na sequência alguns Estados que têm finalidade própria, mas não têm todos
os outros três elementos apontados como necessários a existência de um
Estado.

1.1.5.1 ESTADO SOBERANO, COM TERRITÓRIO, MAS SEM


POVO

Como exemplo de Estado Soberano, que tem um território, mas sem


povo, fala-se no Vaticano, cuja Lei Fundamental do Estado estabelece que
os três poderes estão nas mãos do Sumo Pontífice, qual seja, o Papa; de
forma que este governante dirige seu Estado de forma monocrática.8
No entanto, apesar de ter um território próprio na qual exerce sua
soberania, quem nasce no Vaticano não será vaticanês, ou seja, lá o nome
que se queira dar. Até poderá ser italiano se tiver ascendente italiano, pois
a Itália segue a regra jus sanguinis, ao passo que se não for descendente de
italiano ou originário de outro país que segue a regra jus sanguinis, pode
acabar sendo um apátrida.

1.1.5.2 ESTADO SOBERANO, COM POVO, MAS SEM


TERRITÓRIO

É o caso da Palestina, que é reconhecida pela Organização das


Nações Unidas – ONU como um Estado observador, embora não como
seu membro. Sua soberania se verifica inclusive por seu Poder Judiciário
quanto por seu Congresso. E povo é o que não lhe falta.
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
8. Segundo as Leis Canônicas, o poder papal se desfaz com a quebra do Anel do Pescador
(Anulus Piscatoris) que é o símbolo oficial do Papa, e é usado no quarto dedo da mão direita.
A quebra do anel mais recente ocorreu com a morte de João Paulo II, pois, no caso do Bento
XVI seu anel papal foi apenas riscado, uma vez que ele não morreu, mas apenas renunciou.
Assim, diante de sua renúncia, como regra imposta pelo atual Papa Francisco, em respeito
ao anterior, foram mantidos alguns títulos para o Papa Bento XVI. (Cf. GASPARETTO
JÚNIOR, Antônio, Anel do Pescador. Disponível em: http://www.infoescola.com/religiao/
anel-do-pescador). Acesso em: 19 de jul. 2019.
33
MARCELO AGAMENON GOES DE SOUZA

Essa grande nação é composta por mais de sete milhões de pessoas


que estão estabelecidas no Oriente Médio. Os palestinos lutam pela
formação de um território autônomo e a reincorporação de áreas ocupadas
pelos israelenses. A Organização para Libertação da Palestina (OLP) é o
principal grupo na busca pela criação de um Estado próprio, através da
delimitação de um território onde o povo possa finalmente se fixar.

1.1.5.3 ESTADO QUE TEM POVO, TERRITÓRIO, MAS NÃO


SOBERANO

São casos de países não têm plena soberania, como ocorre com
Austrália e Nova Zelândia, países em que, basta verificar nas suas bandeiras
a presença do brasão da Grã-Bretanha. Tais Estados que por questões
históricas e por serem antigas colônias britânicas, têm como chefe de
Estado justamente a Rainha da Inglaterra.
Quando houve a abertura da olimpíada de Sidney na Austrália, em
sua cerimônia inicial a declaração de abertura e autorização para os jogos
foram dadas pela Rainha da Inglaterra.
Porém, a despeito da Austrália e da Nova Zelândia terem em comum
a Rainha da Inglaterra como Chefe de Estado, suas finalidades, territórios e
povos são distintos, assim como são seus governantes e políticos

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