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Acidentes do

Trabalho para o
Concurso da AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
1872023250

TIPO DE MATERIAL:
E-book

TÍTULO:
Acidentes do Trabalho para o Concurso da AFT

PROFESSORA:
Maria Rafaela de Castro

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
7/2023
ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Sumário
ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT..........................................4

1. CONCEITO DE ACIDENTE DO TRABALHO.............................................................5

2. ESPÉCIES DE ACIDENTE DO TRABALHO..............................................................21

3. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS DO ACIDENTE DE TRABALHO.............................28

4. EFEITOS TRABALHISTAS DO ACIDENTE DE TRABALHO...................................31

5. EFEITOS PREVIDENCIÁRIOS DO ACIDENTE DE TRABALHO.............................35

6. CAT E NR 31..................................................................................................................42

7. RESUMO........................................................................................................................47

8. LEGISLAÇÃO IMPORTANTE SOBRE O TEMA........................................................49

9. GABARITO....................................................................................................................52

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT

APRESENTAÇÃO

Olá, futuro (a) auditor (a)!

Tudo bem? Estudando firme e forte? Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela
de Castro. Atualmente sou Juíza do Trabalho Substituta no TRT da 7ª Região, doutoranda em
Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto em Portugal, professora de prepara-
tórios e faculdades aqui no Ceará, a Terra do Sol, e faço parte do Time do GRAN CURSOS;
registro que estou muito feliz em estar aqui, escrevendo esse livro digital para você atingir o
sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui Juíza no TRT 14, Promotora de Justiça do Estado de Rondônia, analista judici-
ária, professora universitária concursada etc. Em suma, essa apresentação foi para te dizer
que fui “concurseira raiz” e que é possível (SIM) passar em concurso.
O mais importante da minha apresentação é te dizer que eu entendo sua dor e sua pressa
para ser aprovado em concurso. Também entendo que você quer o máximo de informações
de forma objetiva e clara, sem rodeios e que quer gabaritar a prova, bem como entender as
nuances da legislação. Veio ao lugar certo. Eu fiz exatamente o material que eu gostaria que
meus professores tivessem feito quando estava me preparando para as provas.
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exer-
cícios, respondendo a questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que
você surpreenda a Banca examinadora, e não o contrário.
Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar à posse.
No fim do nosso material, existe toda a jurisprudência atualizada sobre o tema, exata-
mente para que você esteja apto para as provas. Não basta saber a legislação, para o seu
tipo de prova, o conhecimento jurisprudencial é essencial!
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca
texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e ficar ligado no curso GRAN.
Vamos começar?

Maria Rafaela

Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal.


Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua-
ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª
Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios
para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do
MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal
de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros
concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados. @mrafaela_castro | @juizamariarafaela

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

1. CONCEITO DE ACIDENTE DO TRABALHO

Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa


ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, pro-
vocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

DICA: inclui-se o EMPREGADO DOMÉSTICO no acidente de trabalho.

Além da legislação previdenciária, podemos incluir o estudo de algumas Normas Regula-


mentares do Ministério do Trabalho: NR 01, NR 05, NR 06, NR 12 e NR 15.
NR 01: DISPOSIÇÕES GERAIS e GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS
NR 05: COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
NR 06: EQUIPAMENTODE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI
NR 12: SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
NR 15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
Isso corrobora a ideia de que o acidente do trabalho é um evento complexo que impacta
a sociedade de diferentes maneiras, mobilizando diferentes instâncias da Administração
Pública e interesses das organizações empresariais e dos trabalhadores.
Também é considerado um evento que impacta a sociedade em diferentes dimensões,
cujos custos não se restringem aos aspectos econômicos.
Ou seja, o acidente do trabalho pode causar desde um simples afastamento à perda ou à
redução da capacidade para o trabalho, e até mesmo ao óbito do trabalhador.
ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE: é aquele que acarreta mutilação, física ou funcional,
ou o que leva a lesão cuja natureza implique comprometimento extremamente sério, preocu-
pante, com consequências nefastas ou fatais.

DIRETO DO CONCURSO

1. (ADM E TEC/PREFEITURA DE CUPIRA/GUARDA MUNICIPAL/2018) O acidente do


trabalho pode causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capaci-
dade para o trabalho, até mesmo a morte do trabalhador.

COMENTÁRIO
A assertiva está em conformidade com o artigo 19 da Lei n. 8.213/1991.

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Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a


data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia
da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este
efeito o que ocorrer primeiro.
O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por
meio da identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. Trata-se da perícia do INSS.
Para avançar nesse tema, é preciso verificar o meio ambiente de trabalho, pois é um
direito fundamental de 3ª geração (direitos de fraternidade e solidariedade).
Seus titulares são indeterminados.
A temática dos direitos humanos/fundamentais está intimamente vinculado à teoria geral
da cidadania, com preservação e respeito à dignidade humana.
Tudo isso com escopo no art. 225 da CF/88, em que a saúde é bem ambiental. O enfoque
do que falamos também está em nível internacional, como as Convenções da OIT 148, 155,
161 e 170.
CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE ACIDENTE DE TRABALHO: existe um conceito
contemporâneo, não se limita apenas às normas regulamentadoras, mas deve ser entendido
como O CONJUNTO DAS CONDIÇÕES INTERNAS E EXTERNAS DO LOCAL DE TRABA-
LHO E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE DOS TRABALHADORES.
Temos, ainda, a obrigação do empregador manter um meio ambiente livre e sadio de
qualquer risco, o que gera para o trabalhador o direito à reparação pelo dano moral decor-
rente de sua capacidade laborativa.
Nasce, concomitantemente, a figura da PREVENÇÃO DOS INFORTÚNIOS – imposição
de deveres gerais a cargo dos empregadores e trabalhadores; inspeção prévia dos estabe-
lecimentos; embargo ou interdição; outras medidas especiais de prevenção, nos termos dos
artigos 170 a 188 da CLT. Podemos ter, à guiza de exemplo, a Convenção 127 da OIT – pre-
venção contra a fadiga (Homens até 60 kg e mulheres até 20 kg em atividades contínuas ou
25 kg em atividades ocasionais).
Nessa mesma linha de raciocínio, há a obrigatoriedade do fornecimento de EPI, desta-
cando-se a Súmula 289 do TST:

O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pa-


gamento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam à
diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do
equipamento pelo empregado.

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Importante trazer à baila a Lei n. 14.457/2022:

Art. 23 Para a promoção de um ambiente laboral sadio, seguro e que favoreça a inserção
e a manutenção de mulheres no mercado de trabalho, as empresas com Comissão In-
terna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (Cipa) deverão adotar as seguintes medi-
das, além de outras que entenderem necessárias, com vistas à prevenção e ao combate
ao assédio sexual e às demais formas de violência no âmbito do trabalho:
I – inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de
violência nas normas internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos
empregados e às empregadas;
II – fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para
apuração dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos
responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e de violência, garantido o
anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis;
III – inclusão de temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a ou-
tras formas de violência nas atividades e nas práticas da Cipa;
IV – realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações de capacitação, de orien-
tação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierár-
quicos da empresa sobre temas relacionados à violência, ao assédio, à igualdade e à
diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis, apropriados e que apresen-
tem máxima efetividade de tais ações.
§ 1º O recebimento de denúncias a que se refere o inciso II do caput deste artigo não
substitui o procedimento penal correspondente, caso a conduta denunciada pela vítima
se encaixe na tipificação de assédio sexual contida no art. 216-A do Decreto-Lei n. 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), ou em outros crimes de violência tipificados
na legislação brasileira.
§ 2º O prazo para adoção das medidas previstas nos incisos I, II, III e IV do caput deste
artigo é de 180 (cento e oitenta) dias após a entrada em vigor desta Lei.

O PULO DO GATO
Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou
de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provo-
cando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
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DICA: PERMANENTE OU TEMPORÁRIA!

A importância do tema para as provas é de que, quando há acidentes de trabalho, exis-


tem diretamente custos para o Estado.
Incumbe ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – administrar a prestação de
benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação
profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte.
Então, vêm as perguntas:
Quem é o acidentado?
Aquele que sofre ACIDENTE DE TRABALHO, conforme o artigo 118 da Lei n. 8.213/1991.
E o que é o ACIDENTE DO TRABALHO para fins objetivos de provas?
Acidente de trabalho se caracteriza no exercício profissional e que causa lesão corporal
ou perturbação funcional, provocando a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho, nos termos do artigo 19 da Lei n. 8.213/1991.
As análises de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho devem ser documentadas:
a) Considerar as situações geradoras dos eventos, levando em conta as atividades efe-
tivamente desenvolvidas, ambiente de trabalho, materiais e organização da produção e
do trabalho;
b) Identificar os fatores relacionados com o evento;
c) Fornecer evidências para subsidiar e revisar as medidas de prevenção existentes. (Ins-
trução Normativa n. 01)
No Anexo I da NR 1, são trazidos alguns conceitos importantes que são relevantes para
interpretação de questões de nossas provas:

Agente biológico: Microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que,


em função de sua natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou
agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópi-
co da célula T humana, príon agente de doença de Creutzfeldt-Jakob, fungo Coccidioi-
des immitis.
Agente físico: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e
exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações
não ionizantes.
Agente químico: Substância química, por si só ou em misturas, quer seja em seu estado
natural, quer seja produzida, utilizada ou gerada no processo de trabalho, que em função
de sua natureza, concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde
do trabalhador. Exemplos: fumos de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina,
vapores de tolueno, névoas de ácido sulfúrico.

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Canteiro de obra: área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de


apoio e execução à construção, demolição ou reforma de uma obra.
Empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário.
Empregador: a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao
empregador as organizações, os profissionais liberais, as instituições de beneficência,
as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitam traba-
lhadores como empregados.
Estabelecimento: local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel, próprio
ou de terceiros, onde a empresa ou a organização exerce suas atividades em caráter
temporário ou permanente.
Evento perigoso: Ocorrência ou acontecimento com o potencial de causar lesões ou
agravos à saúde.
Frente de trabalho: área de trabalho móvel e temporária. Local de trabalho: área onde
são executados os trabalhos.
Obra: todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, ma-
nutenção ou reforma.
Ordem de serviço de segurança e saúde no trabalho: instruções por escrito quanto às
precauções para evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. A ordem de ser-
viço pode estar contemplada em procedimentos de trabalho e outras instruções de SST.
Organização: pessoa ou grupo de pessoas com suas próprias funções com responsabi-
lidades, autoridades e relações para alcançar seus objetivos. Inclui, mas não é limitado
a empregador, a tomador de serviços, a empresa, a empreendedor individual, produtor
rural, companhia, corporação, firma, autoridade, parceria, organização de caridade ou
instituição, ou parte ou combinação desses, seja incorporada ou não, pública ou privada.
Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco ocupacional: Fonte com o
potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em com-
binação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
Prevenção: o conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as
fases da atividade da organização, visando evitar, eliminar, minimizar ou controlar os
riscos ocupacionais.
Responsável técnico pela capacitação: profissional legalmente habilitado ou trabalhador
qualificado, conforme disposto em NR específica, responsável pela elaboração das ca-
pacitações e treinamentos.
Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde
causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade
de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde.

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Setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mes-


mo estabelecimento.
Trabalhador: pessoa física inserida em uma relação de trabalho, inclusive de natureza
administrativa, como os empregados e outros sem vínculo de emprego.

Em conformidade com a NBR 14.280, norma brasileira da Associação Brasileira de


Normas Técnicas – ABNT, acidente de trabalho é a ocorrência imprevista e indesejável, de
caráter instantâneo e traumático, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou
possa resultar lesão pessoal.
Também devemos relacionar o tema com a atuação da CIPA que, por sua vez, tem trata-
mento bem delimitado na NR 5, do qual ressaltamos como suas atribuições a prevenção de
acidentes de trabalho, destacando-se:

a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como


a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem
1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada
à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em
Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver;
c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que
possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segu-
rança e saúde no trabalho;
e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segu-
rança e saúde no trabalho;
f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da
NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados;
g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança
e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT
emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais;
h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou
situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das
medidas corretivas e de controle; e
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA.

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É IMPORTANTE saber a diferença entre doença profissional e do trabalho:


a) Doença profissional: assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício
do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Ex.: minerador que adquire doença no
pulmão já inerente à sua condição de mineiro; LER no digitador etc.
b) Doença do trabalho: assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
Ex.: alguém ficou doente na sua coluna cervical pelas péssimas condições ergonômicas da
empresa ou porque levantava pesos de forma inadequada e acima dos limites legais.
Vamos registrar uma tabela para te ajudar mais:

DOENÇA PROFISSIONAL DOENÇA DO TRABALHO

- É a produzida ou desencadeada - É a adquirida ou desencadeada em


pelo exercício do trabalho peculiar a função de condições especiais em que o
determinada atividade; e trabalho é realizado; e
- Deve estar na respectiva relação - Está relacionada diretamente ao
elaborada pelo Ministério do Trabalho. desempenho do trabalho.

Observação: os requisitos são cumulativos!

Nesse azo, destacamos nos mapas mentais:

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Temos como espécie o ACIDENTE IMPESSOAL, ou seja, tecnicamente são aqueles cuja
caracterização independe de existir acidentado. Prefiro defini-los como ocorrências que pro-
vocam dano e/ou perda patrimonial. Exemplo: uma colisão de veículo ou queda de um equi-
pamento ilustram esse conceito.
E o ACIDENTE PESSOAL? É justamente o oposto. É aquele que existe a pessoa do aci-
dentado. Há um trabalhador lesionado que pode ser afastado ou não de suas funções laborais.
Há, ainda, os INCIDENTES.
Esses também são chamados de QUASE ACIDENTES. Configuram-se quando há situa-
ções nas quais houve iminência de ocorrer um acidente. Por exemplo, um obreiro que esteve
atento e evitou um acidente grave. Acrescento: acidente sem danos pessoais, mas que deve
ser analisado para que sejam propostas medidas para evitar sua repetição, é incidente.
Há doutrina interessante que menciona ACIDENTE COM PERDA DE TEMPO E ACI-
DENTE SEM PERDA DE TEMPO.
Vejamos na tabela:

ACIDENTE COM PERDA DE TEMPO ACIDENTE SEM PERDA DE TEMPO


É o afastamento temporário ou
permanente do trabalhador de suas É quando ocorrem pequenas escoriações
funções para sua recuperação. Exemplo: ou lesões, não levando ao afastamento
Daniel sofreu acidente de trabalho e, pela da rotina de trabalho, bastando primeiros
gravidade das lesões, ficou afastado 30 socorros e, às vezes, nem isso. Ex: Daniel
dias, depois retornando. É acidente com teve um corte no dedo.
perda de tempo.

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DIRETO DO CONCURSO

2. (CESPE/PETROBRÁS/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2022) Um


pedreiro, em uma escada, fazia assentamento de revestimentos cerâmicos na parede,
a dois metros e meio de altura, quando o degrau da escada quebrou. O pedreiro, ao se
desequilibrar, caiu e sofreu escoriações nas pernas, o que lhe rendeu afastamento, com
retorno, após três dias, às suas atividades laborais normais. Com base nessa situação
hipotética e na regulamentação aplicável, julgue o próximo item. A queda do pedreiro é
classificada como acidente impessoal.

COMENTÁRIO
Não é verdadeiro, pois, se teve a figura do obreiro acidentado, trata-se de ACIDENTE
PESSOAL. Temos como espécie o ACIDENTE IMPESSOAL, ou seja, tecnicamente são
aqueles cuja caracterização independe de existir acidentado. Prefiro defini-los como ocor-
rências que provocam dano e/ou perda patrimonial. Uma colisão de veículo ou queda de
um equipamento ilustram este conceito. E o ACIDENTE PESSOAL? É justamente o opos-
to. É aquele que existe a pessoa do acidentado. Há um trabalhador lesionado que pode ser
afastado ou não de suas funções laborais.

E o que é acidente de trabalho por equiparação?


O art. 21 da Lei n. 8.213/1991 equipara, ainda, a acidente de trabalho diversas situações
que ocorrem no desempenho de suas atividades ou de forma lateral a estas, dos quais enu-
meramos aqui:

I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contri-
buído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.
Temos aqui a situação de agravamento da doença.
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conse-
quência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de tra-
balho; DICA: TERCEIRO (ex.: cliente ou um empregado da empresa terceirizada) OU COLE-
GA DO TRABALHO, podendo-se incluir, por exemplo, o prestador de serviço ou estagiário.
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho; DICA NOVAMENTE: TERCEIRO (ex.: cliente ou um empregado da empresa
terceirizada) OU COLEGA DO TRABALHO, podendo-se incluir, por exemplo, o prestador
de serviço ou estagiário.

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c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de


trabalho; DICA NOVAMENTE: TERCEIRO (ex.: cliente ou um empregado da empresa
terceirizada) OU COLEGA DO TRABALHO, podendo-se incluir, por exemplo, o prestador
de serviço ou estagiário.
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada dentro de
seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

O PULO DO GATO
Nos períodos destinados à refeição ou a descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considera-
do no exercício do trabalho. Ex: uma agressão no horário do almoço, por exemplo.

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DIRETO DO CONCURSO

3. (AOCP/UFPB/MÉDICO/2014) O Gerente de uma empresa teve um problema elétrico


em sua casa e ordenou que o eletricista da empresa que gerencia fosse até sua casa
resolver o problema elétrico, pois era próximo a empresa e não tomaria muito o tempo
do funcionário, pois o mesmo estava dentro do seu horário de trabalho. Para solucionar
o problema elétrico o eletricista teve que subir no poste, mas infelizmente sofreu uma
queda vindo a fraturar um dos pés, com afastamento do trabalho por 30 dias. O médico
da empresa é questionado se deve ser considerado como Acidente de Trabalho. Sobre
o caso, assinale a alternativa correta.
a. É acidente de trabalho independentemente de haver afastamento ou não.
b. É acidente de trabalho somente se o afastamento for inferior a 15 dias
c. Não se considera acidente de trabalho aquele ocorrido fora do ambiente de trabalho.
d. Não é acidente de trabalho, pois o eletricista não prestou atenção ao subir no poste.
e. É acidente de trabalho somente se o afastamento for superior a 15 dias.

COMENTÁRIO
No caso, configura-se o artigo 21, IV, da Lei n. 8.213/1991. Existe acidente de trabalho,
independentemente do prazo. Apenas se discute a garantia provisória no emprego se o
afastamento for superior ou inferior a 15 dias. O afastamento será em razão de alguma
doença ou acidente que não tenha relação com o trabalho exercido pelo segurado. Os 15
dias de afastamento não precisarão ser seguidos. Poderá ser o afastamento de 15 dias
dentro de um período de 60 dias.

E a GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO na sua relação com acidente do trabalho?


Chamo atenção, pois é bastante cobrada em provas e significa que, pelo prazo mínimo de 12
meses após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de
auxílio-acidente. (12 meses e não, 1 ano), o trabalhador não pode ser dispensado sem justa
causa. Mas a jurisprudência admite a dispensa por justa causa ou a pedido.
Consequência – EXPEDIÇÃO DA CAT: em caso de acidente de trabalho, cabe ao empre-
gador, a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e seu envio à Previdência
Social, ainda que o acidente não gere afastamento do trabalho e concessão de benefícios
previdenciários.
• Esta comunicação deve ser feita também em caso de doenças relacionadas ao traba-
lho, desenvolvidas pelo trabalhador.
• Caso a empresa não cumpra com esta obrigação, podem registrar a CAT: a própria
pessoa acidentada; os dependentes da pessoa acidentada; as entidades sindicais;
os(as) médicos(a); e a autoridades públicas.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
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• Cuidado! A CAT deve ser emitida para acidentes de qualquer gravidade, mesmo sem
afastamento. A Lei n. 8.213/1991 determina no artigo 22 que todos os acidentes devem
ser comunicados. Se houve acidente de trabalho, ou seja, acidente que trouxe lesão
corporal ou perturbação funcional, deve ser emitida a CAT.

O PULO DO GATO
A empresa onde a pessoa acidentada trabalha é obrigada a informar o acidente até o dia
útil seguinte. Caso o acidente resulte em morte, a comunicação deve ser imediata.

Dispõe, ainda, o Decreto n. 3.048/1999:

Art. 336. Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à previ-
dência social o acidente de que tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei n. 8.213, de 1991,
ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena da multa aplicada e cobrada na forma do art. 286.

O PULO DO GATO
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer
tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional.

Caso a empresa não emita a CAT, está sujeita à multa e, nesse caso, o próprio trabalha-
dor pode procurar assistência do INSS ou solicitar ao sindicato que representa sua categoria.
O trabalhador acidentado ou vítima de doença adquirida no trabalho, segurado pela Pre-
vidência Social, tem garantido o direito à aposentadoria por invalidez, caso o ocorrido tenha
como consequência uma incapacidade total e definitiva para qualquer trabalho; ao auxílio-do-
ença acidentário, caso ocorra uma incapacidade temporária superior a 15 dias; ao auxílio-a-
cidente, caso ocorra limitações definitivas para o trabalho, mas não incapacidade; e à pensão
por morte, aos dependentes do trabalhador vítima fatal de acidente ou doença de trabalho.

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DIRETO DO CONCURSO

4. (CETREDE/PREFEITURA DE JUAZEIRO DO NORTE/


ENFERMEIRO/2019) A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento
emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma do-
ença ocupacional. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os aci-
dentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento
das atividades, até o __________ dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte,
a comunicação deverá ser __________. Assinale a alternativa que preenche CORRETA
e respectivamente as lacunas.
a. primeiro / imediata
b. terceiro / primeiro dia útil
c. segundo / mediata
d. segundo / urgente
e. terceiro / urgente

COMENTÁRIO
A questão se resolve pela leitura do artigo 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o
empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à auto-
ridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada
pela Previdência Social.

DIRETO DO CONCURSO

5. (VUNESP/EBSEHR/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2020) à luz da


legislação vigente, a empresa deverá comunicar o acidente à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de mutilação, amputação de
membro ou perda de ambos os olhos, de imediato às autoridades policial e trabalhista.

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COMENTÁRIO
A questão se resolve pela leitura do artigo 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o
empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à auto-
ridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada
pela Previdência Social.

DIRETO DO CONCURSO

6. (CEPS-UFPA/UFPA/MÉDICO/2019) Em caso de morte, a comunicação CAT deverá ser


feita no máximo em 48 horas.

COMENTÁRIO
A questão se resolve pela leitura do artigo 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o
empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à auto-
ridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada
pela Previdência Social.

DIRETO DO CONCURSO

7. (UERR/CODESAIMA/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/2017) A comunica-


ção de acidentes do trabalho é feita mediante a emissão de um documento especial
chamado de Comunicação De Acidentes de Trabalho (CAT). Em caso de ACIDENTE,
deve ser comunicado à autoridade competente em qual prazo?
a. Primeiro dia útil, seguinte ao da ocorrência.
b. Segundo dia útil, seguinte ao da ocorrência.
c. Terceiro dia útil, seguinte ao da ocorrência.
d. Quarto dia útil, seguinte ao da ocorrência.
e. De imediato.

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COMENTÁRIO
A questão se resolve pela leitura do artigo 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o
empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à auto-
ridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada
pela Previdência Social.

Temos, ainda, as espécies de CAT:


CAT INICIAL: acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou
do trabalho.
CAT reabertura: reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de aci-
dente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS.
CAT FALECIMENTO: falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do
trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.
Observação importante: a CAT de comunicação de óbito só pode ser emitida após o
registro da CAT inicial.

DICA: Guardar no coração o artigo 22 da Lei n. 8.213/1991! Veja abaixo.

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do traba-


lho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite
mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
§ 1ºDa comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou
seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio aciden-
tado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qual-
quer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade
pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobran-
ça, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
§ 5 º A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A.

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Também é importante destacar que uma forma de prevenção de acidentes é o uso cor-
reto de EPI (Equipamento de Proteção Individual), destacando-se a importância da NR 6.
Nesse azo, é também responsabilidade do empregador o seu fornecimento periódico e
em bom estado e, por sua vez, o empregado tem algumas obrigações, das quais destacamos:

Cabe ao trabalhador, quanto ao EPI:


a) usar o fornecido pela organização, observado o disposto no item 6.5.2;
b) utilizar apenas para a finalidade a que se destina;
c) responsabilizar-se pela limpeza, guarda e conservação;
d) comunicar à organização quando extraviado, danificado ou qualquer alteração que o
torne impróprio para uso; e
e) cumprir as determinações da organização sobre o uso adequado.

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2. ESPÉCIES DE ACIDENTE DO TRABALHO

Primeiro, temos uma distinção muito interessante: ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO


E ATÍPICO.
O primeiro caso acontece no ambiente de trabalho e os riscos são decorrentes do exer-
cício da própria atividade laborativa.
No ATÍPICO, temos doenças ocupacionais, as quais não decorrem necessariamente das
atividades exercidas na empresa, mas têm relação com as condições e o ambiente onde o
trabalho é desenvolvido.
Veja o mapa mental:

Além do acidente típico, há os acidentes por equiparação, que possuem as mesmas con-
sequências jurídicas.
Não esqueça de ficar atento aos artigos 20 e 21 da Lei n. 8.213/1991.
As doenças ocupacionais são: DOENÇA DO TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS.
Temos, ainda, as doenças com nexo técnico epidemiológico: o marco para essas carac-
terizações é a legislação de 2006, que é a Lei n. 11.430/2006, em que a matéria relativa à
prova do acidente do trabalho sofreu significativa modificação: Nexo Técnico Epidemioló-
gico (NTEP).
Esse nexo é um índice no qual são considerados: a ocupação do trabalhador na empresa;
o diagnóstico médico enquadrado na CID (Classificação Internacional de Doenças); e a sua
incidência estatística dentro da CNAE (Classificação Nacional de Atividade).
O NTEP gera uma presunção legal (juris tantum) de que a doença sofrida pelo trabalhador
é ocupacional, de forma a inverter-se o ônus probatório. Cuidado: PRESUNÇÃO RELATIVA!

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DIRETO DO CONCURSO

8. (FEPESE/PREFEITURA DE CONCÓRDIA/MÉDICO DO TRABALHO/2018) Acidente


de trabalho é um evento súbito, ocorrido no exercício de atividade laboral, independen-
temente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador acidentado.

COMENTÁRIO
É preciso ter vínculo de segurado e depende do tipo de relação com o RGPS. Nesse sen-
tido, é o artigo 19 da Lei n. 8.213/1991 que está em sentido diverso do enunciado: Art. 19.
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou
de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Destacamos o ACIDENTE DE TRAJETO. É aquele que ocorre no deslocamento casa/


trabalho/casa.
A Jurisprudência do TST tolera alguns pequenos desvios de trajeto e horário, de acordo
com a proporcionalidade e a razoabilidade, como acidentes de trajeto, passível das mesmas
consequências jurídicas.
Destaquemos: pequenas paradas, dentro do ‘desdobramento’ normal do trajeto, não
podem impedir que alguém, em razão de um acidente, fique desprotegido.
A relação de causalidade do acidente com o trabalho é verificada por meio do nexo cro-
nológico (tempo de deslocamento) e do nexo topográfico (trajeto habitual). Eventuais desvios
devem ser compatíveis com o percurso do trajeto.
Se o tempo do deslocamento (nexo cronológico) for demasiado superior àquele normal-
mente gasto ou se o trajeto habitual (nexo topográfico) for alterado substancialmente, resta
descaracterizado o acidente de percurso.
Há um precedente interessante do TST referente ao atropelamento de empregada no
retorno para casa que foi reconhecido como acidente de trabalho. (Processo: RR- 108700-
32.2005.5.05.0131). Nesse processo, o TST deliberou:

A hipótese é das mais controvertidas na doutrina e na jurisprudência, registrou o Tribu-


nal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), assegurando que, se de um lado o desvio
do percurso atribuído ao empregado implica em descaracterização do fato como aci-
dente de trabalho, de outro, há entendimentos em sentido contrário, ou seja, o simples
afastamento do percurso habitual não leva a tal conclusão, pois a regra não pode ser
interpretada literalmente, a ponto de se compreender que uma simples mudança de rota,
dependendo do motivo, resulte em tal consequência.

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Para os desembargadores, o importante era verificar se foi preservado ou não o nexo


causal entre o acidente e o trajeto. Com essas considerações dentre outras, o Colegiado
reconheceu a ocorrência de acidente de trabalho, declarou a nulidade da demissão e
determinou a reintegração da empregada com os efeitos daí decorrentes.
No TST, o ministro Renato de Lacerda Paiva, relator do recurso da Accor, avaliou não
se tratar de alteração no percurso do local de trabalho para a residência, mas de mera
interrupção do trajeto para realizar atividade normal, devendo a questão ser resolvida
com razoabilidade. “Pequenas paradas, dentro do ‘desdobramento’ normal do trajeto,
não podem impedir que alguém, em razão de um acidente, fique desprotegido”, concluiu
o ministro, que foi acompanhado, à unanimidade, pelos demais ministros da Turma.

ALERTA! Com a vigência da Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), adveio o debate


se ainda subsiste a figura do acidente de percurso.
Antes da Reforma Trabalhista, a CLT assegurava o direito à remuneração das horas in
itinere – tempo gasto no deslocamento do empregado até o posto de trabalho, que integrava
a jornada de trabalho (art. 58 da CLT).
Nesse contexto, sobreveio a teoria de que, se não havia mais direito a horas in itinere, por
consequência não haveria que se falar em acidente de percurso.
Isso vem sendo rechaçado pelos tribunais majoritariamente, sob a ótica de que a altera-
ção do art. 58 da CLT não implica mudança da redação do art. 21 da Lei n. 8.213/1991 que
trata da equiparação do acidente de trajeto a acidente de trabalho.
Além disso, mesmo quando a empresa fornece o vale-transporte, se o obreiro tiver aci-
dente no seu trajeto, caracteriza-se o acidente de trabalho, pois a lei não faz distinção, con-
forme se verifica:

Artigo 21 – Equiparam-se ao ACIDENTE DE TRABALHO:


d) no PERCURSO da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, QUAL-
QUER que seja o MEIO DE LOCOMOÇÃO, INCLUSIVE VEÍCULO DE PROPRIEDADE
DO SEGURADO.

Em suma, o acidente de trajeto não depende do veículo.


Dessa feita, a emissão da CAT é um direito do acidentado de trajeto, assim como benefí-
cio acidentário, e até uma possível estabilidade no emprego.
Então, o acidente de TRAJETO é aquele sofrido pelo empregado no percurso da residên-
cia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do empregado, desde que não haja interrupção ou alteração
de percurso por motivo alheio ao trabalho.
O TST admite pequenas alterações ou desvios, sempre considerando os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade.

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Um detalhe: se o empregado vender o vale-transporte e for para a empresa usando moto


ou carro, a empresa continua com a obrigação de emitir a CAT (Comunicação de Acidente
de Trabalho).
Isso porque o acidente de trajeto existe por equiparação legal.

O PULO DO GATO
Entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020, vigorou no Brasil a Medida Provisó-
ria n. 905, que pretendia a descaracterização do acidente que acontece no trajeto entre
a residência do trabalhador e seu local de trabalho. Acontece que as medidas provisórias
produzem efeitos precários. Para que continuem vigorando, elas devem ser convertidas
em lei. No entanto, a MP n. 905 não foi convertida em lei. Desse modo, os acidentes de
trajeto ocorridos entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020 não são considera-
dos acidentes de trabalho, pois a MP n. 905 estava em vigor nesse período, e excluía a
possibilidade de tal caracterização. Porém, os acidentes de trajeto anteriores e posteriores
àquele período são equiparados ao acidente de trabalho.

DIRETO DO CONCURSO

9. (CEPS/UFPA-UFPA/MÉDICO/2019) Elenilson trabalha na ALBRÁS/ALUNORTE, loca-


lizada no município de Barcarena. Desde a queda da ponte que interliga os municípios
Belém Barcarena, em abril/2019, a empresa fornece serviço de transporte rodoviário
a fim de garantir o horário de chegada dos funcionários na fábrica regularmente. No
dia 06.05.2019, às 6 (seis) horas, na cidade de Belém, saiu de sua residência, em seu
próprio veículo, em direção ao terminal rodoviário para pegar o ônibus da empresa.
No caminho, colidiu com outro veículo, fraturou o punho direito e foi tratado cirurgica-
mente. Foi encaminhado para o INSS e retornou ao trabalho, após alta médica e peri-
cial, depois de 90 dias de afastamento. Com base nesse histórico, é correto afirmar que
o tipo de acidente que o referido empregado da ALBRÁS sofreu foi:
a. acidente de trajeto.
b. doença do trabalho.
c. doença ocupacional.
d. acidente do trabalho.
e. acidente típico.

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COMENTÁRIO
O acidente ocorreu no deslocamento casa/trabalho/casa e, por isso, denomina-se acidente
de trajeto.

DIRETO DO CONCURSO

10. (ADM E TEC/PREFEITURA DE CUPIRA/GUARDA MUNICIPAL/2018) O acidente ocor-


rido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado também é conside-
rada como acidente do trabalho.

COMENTÁRIO
Está correta, sendo a previsão dos artigos 19 e 20 da Lei n. 8.213/1991, que considera o
acidente de trajeto espécie de acidente de trabalho.

O PULO DO GATO
Equiparam-se também ao acidente de trabalho, para efeitos da referida lei: acidentes em
viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por seus planos
para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utili-
zado, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Nesse âmbito, observa-se que o acidente de trajeto pode até não ensejar danos morais e
materiais se a responsabilidade pelo acidente for de culpa do próprio obreiro ou de terceiros.
O que existe, no caso acima, é a garantia provisória no emprego. Até porque são situ-
ações distintas: responsabilidade por danos morais e materiais e a garantia provisória do
emprego e suas consequências.
Além do acidente de trajeto, há outras situações que são consideradas mediante a situ-
ação de EQUIPARAÇÃO.
Já falamos no tópico anteriormente e agora vamos especificar mediante exemplos.
A doença profissional é causada em razão da exposição contínua a agentes de risco,
sejam físicos, químicos ou outros.
É como se fosse algo natural e esperado do desenvolvimento da atividade.
A doença do trabalho se refere à patologia adquirida pelo desenvolvimento do labor, mas
isso não é presumido nem esperado.
Nota-se que o trabalhador adoece, mas é preciso provar o nexo causal de forma mais
contundente, na medida em que é algo a ser construído na relação doença e trabalho.

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A doença do trabalho acontece em razão do ambiente de trabalho. A doença profissional


é causada de forma direta pela atividade profissional. São as espécies mais relevantes para
as nossas provas.
O acidente típico ocorre quando existe de forma inconteste uma lesão ao trabalhador em
razão do desempenho efetivo de seu labor.
Nesse azo, a obrigação do empregador é emitir a CAT, que é a Comunicação do Acidente
de Trabalho. Se o empregador não o fizer, outros legitimados podem assim proceder, como,
por exemplo, o sindicato.
Obviamente que a emissão de CAT gera consequências negativas ao empregador,
porque aumenta seu risco empresarial de acidente e, com isso, há o aumento da sua contri-
buição social.
Diante disso, tem-se que há constante resistência da má emissão desse documento. Mas
a lei assim o exige. Quando existe a emissão da CAT e há necessidade de afastamento pelo
INSS por mais de 15 dias, haverá a suspensão do contrato de trabalho. Mas a emissão de
CAT independe se o obreiro foi afastado ou não.
Com isso, o obreiro receberá o benefício do auxílio-doença acidentário e fará gozo das
benesses da garantia provisória no emprego.

Repita-se no mapa mental:

Por fim, ainda temos as CONCAUSAS. A concessão da estabilidade se fundamenta,


também, na Súmula 378 do TST, que a prevê nos casos em que for constatada, após a des-
pedida, doença profissional relacionada à execução do contrato de emprego:
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI N.
8.213/1991:

I - É constitucional o artigo 118 da Lei n. 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade


provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado
acidentado.

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II – São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias


e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego.
III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da
garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118
da Lei n. 8.213/1991.

Nesse azo, destaco a explicação de Cavalieri Filho (Programa de Responsabilidade Civil.


7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 58):

“A concausa é outra causa que, juntando-se à principal, concorre para o resultado. Ela
não inicia e nem interrompe o processo causal, apenas o reforça, tal qual um rio menor
que deságua em outro maior, aumentando-se o caudal.”
Sebastião Geraldo de Oliveira salienta que “as concausas podem ocorrer por fatores
preexistentes, supervenientes ou concomitantes com aquela causa que desencadeou o
acidente ou a doença ocupacional.”
As causas preexistentes não eliminam o nexo causal. Desta forma, as condições pesso-
ais de saúde do empregado vítima de acidente de trabalho não excluem a responsabili-
dade da empregadora.
O mesmo se dá com as causas supervenientes, mesmo que concorram para o agrava-
mento da situação clínica. Assim, se o empregado acidentado não for socorrido a tempo,
perdendo, por esta razão, muito sangue, e vindo a falecer, esta causa superveniente,
muito embora concorrente, não eximirá a responsabilidade do empregador.

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3. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS DO ACIDENTE DE TRABALHO

O acidente do trabalho tem normalização na Lei n. 8.213/1991 e no Decreto n. 3.048/1999,


na medida em que as repercussões em relação à matéria previdenciária são tema recorrente.
Observa-se que somente em alguns tópicos se trata do acidente de trabalho na CLT, des-
tacando-se as situações de interrupção do contrato de trabalho, bem como em relação aos
recolhimentos do FGTS e o efeito de pagamento de salários e demais direitos trabalhistas.
Também se regulamentam as temáticas de conceitos, espécie e da garantia provisória
no emprego.
Ainda, observa-se a situação do acidente de trajeto e suas repercussões. No caso de
acidente de trabalho, além do usufruto dos efeitos da garantia provisória no emprego, obser-
va-se a possibilidade de indenizações moral, material e estética decorrentes das sequelas
do acidente de trabalho.
Com isso, observa-se que quanto maior o grau de incapacidade, aumenta-se o valor da
indenização, bem como também podemos incluir o pensionamento vitalício.
Quando há óbito do trabalhador, percebe-se o dano em ricochete, extensivo aos familiares.
A indenização por danos materiais a cargo do empregador destina-se a compensar os
danos sofridos pelo empregado em razão do acidente acarretado por culpa daquele primeiro.
O inciso XXVIII do artigo 7º da Constituição da República prevê que o “seguro” contra
acidentes do trabalho não exclui a indenização a que está o empregador obrigado, quando
incorrer em dolo ou culpa. O recebimento de uma verba não exclui ou reduz a outra.
Pela mesma razão, o valor do benefício previdenciário não pode ser compensado em
caso de condenação das empresas em indenizar os prejuízos materiais ou morais sofridos
pelo empregado.

O PULO DO GATO
Os valores pagos como benefício previdenciário têm cunho estritamente alimentar e decor-
rem da incapacidade profissional e das contribuições efetuadas pelo empregador e pelo
empregado no curso do contrato de trabalho.

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No caso da CLT, temos:

Art. 475 O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de tra-
balho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício.
§ 1º Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria can-
celada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria,
facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de
trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de esta-
bilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
§ 2º Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir,
com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido
ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato.
Art. 476 Em caso de seguro doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado
em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício.

Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas de precaução utilizadas com o intuito


de proteger os colaboradores de uma empresa e diminuir eventuais perigos de ocorrência de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
O objetivo é oferecer um ambiente de trabalho benéfico para que os afazeres laborais
sejam alcançados da melhor maneira possível.
Destaca-se o teor da NR 12, por exemplo, a previsão de que o empregador deve adotar
medidas de proteção para o trabalho em máquinas e equipamentos, capazes de resguardar
a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
São consideradas medidas de proteção, a ser adotadas nessa ordem de prioridade:
a) medidas de proteção coletiva;
b) medidas administrativas ou de organização do trabalho; e
c) medidas de proteção individual.
Para a NR 6, há também previsões importantes sobre o uso de EPI como medida de pro-
teção individual.
Temos que para os fins de aplicação dessa NR, considera-se EPI o dispositivo ou pro-
duto de uso individual utilizado pelo trabalhador, concebido e fabricado para oferecer prote-
ção contra os riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho, conforme previsto no
Anexo I da NR 6.
Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual todo aquele utilizado
pelo trabalhador, composto por vários dispositivos que o fabricante tenha conjugado contra
um ou mais riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho.

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As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no Anexo I sejam
considerados como EPI, bem como as propostas para reexame daqueles ora elencados,
devem ser avaliadas pelo órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho.

O PULO DO GATO
Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas de precaução utilizadas com o intuito de
proteger os colaboradores de uma empresa e diminuir eventuais perigos de ocorrência de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. O objetivo é oferecer um ambiente de traba-
lho benéfico para que os afazeres laborais sejam alcançados da melhor maneira possível.

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4. EFEITOS TRABALHISTAS DO ACIDENTE DE TRABALHO

Se houver acidente de trabalho, o obreiro terá GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO.


Essa garantia existe tanto em contrato determinado como indeterminado.
Nesse sentido, no processo 11130-51.2018.5.03.0000, destaca-se que o juízo da Subse-
ção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho negou, por una-
nimidade, recurso contra acórdão da 2ª Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Regional
do Trabalho da 3ª Região (MG), que determinou que uma empresa conceda estabilidade a
um trabalhador com contrato temporário que sofreu acidente no percurso entre a sua resi-
dência e o local de trabalho.
Por isso, deve-se aplicar a garantia de emprego em hipótese de acidente atípico e em
contrato por tempo determinado e a reintegração em prazo superior ao previsto em lei.
Não há, na lei, restrição expressa quanto ao tipo de contrato de trabalho. Logo, não
poderá ser dispensado sem justa causa.
O TST também entende que o artigo 118 da Lei n. 8.213/1991 trata da hipótese de “aci-
dente de trabalho latu sensu, conceito em que se enquadra também, por expressa dicção
legal, o acidente do trabalho equiparado, previsto no artigo 21 da Lei n. 8.213/1991”.
Dessa feita, não há incompatibilidade entre a garantia de emprego e a modalidade con-
tratual aplicada ao recorrido, que, à época do evento, encontrava-se na execução de contrato
de experiência, espécie do gênero dos contratos por prazo determinado (artigo 443, § 2º,
“c”, da CLT).
A Lei da Previdência Social (Lei n. 8.212/1991) não exclui o trabalhador contratado por
prazo determinado da garantia de emprego. Como consequência do acidente, há a manu-
tenção do contrato pelo prazo de 12 meses após a alta previdenciária ou o pagamento das
parcelas salariais devidas no período.
CUIDADO: 12 MESES! O PRAZO É EM MESES. ISSO TEM RELEVÂNCIA NO
SEU GABARITO.

O PULO DO GATO
Por isso, deve-se aplicar a garantia de emprego em hipótese de acidente atípico e em
contrato por tempo determinado e a reintegração em prazo superior ao previsto em lei. É
compatível a garantia de emprego e a modalidade contratual aplicada ao recorrido, que, à
época do evento, encontrava-se na execução de contrato de experiência, espécie do gê-
nero dos contratos por prazo determinado (artigo 443, § 2º, “c”, da CLT).

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Outro ponto: o empregado que sofre acidente de trabalho com afastamento superior a 15
dias goza de estabilidade provisória de emprego, consistindo na impossibilidade de desliga-
mento do empregado por período igual a 12 meses, visando a atitudes retalhadoras por parte
do empregador. Se não tiver esse afastamento superior a 15 dias, não há garantia provisória.
Interrompe-se o contrato de trabalho quando o trabalhador sofre acidente e esse acidente
o impossibilita de desempenhar suas atividades laborativas para o trabalhador por prazo infe-
rior a 15 (quinze) dias, mas recebendo seu salário.
Exemplo: Daniel sofreu um acidente de trabalho e ficou apenas 2 dias afastados do labor,
mesmo com atestados médicos. Aqui não existe garantia provisória no emprego. Mas, se
Daniel se afastou por 16 dias, existe a garantia provisória.

DICA: INTERRUPÇÃO: afastamento até o 15º dia.


SUSPENSÃO: afastamento a a partir do 16º dia.
Mas se é caso de acidente de trabalho – SERÁ INTERRUPÇÃO.
Ex: Daniel teve uma gripe forte, estranha ao seu ambiente de trabalho. Seu ates-
tado médico teve 20 dias. Logo, os 15 primeiros dias são interrupção, ou seja, o
seu empregador arcará com isso. Do 16º dia ao 20º dia, receberá auxílio-doença
previdenciário e o contrato de Daniel estará suspenso. Mas, se Daniel adoeceu de
LER, sendo bancário, tratando-se de doença profissional, se o seu atestado médico
for de 20 dias, o contrato será interrompido, pois é caso de acidente de trabalho.

Admite-se a dispensa por justa causa e o TST vem aceitando o pedido de demissão,
desde que, nesse último caso, homologado pelo Sindicato. Há a concepção da obrigatorie-
dade dessa assistência, mesmo posteriormente à Reforma Trabalhista pela situação peculiar.

Que tal revisar num mapa mental tanta informação?

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

No sentido de garantia provisória no emprego nos contratos por prazo indeterminado ou


determinado, destaca-se o TST:

Súmula n. 378 do TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO.


ART. 118 DA LEI N. 8.213/1991.
I – É constitucional o artigo 118 da Lei n. 8.213/1991 que assegura o direito à estabilida-
de provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao emprega-
do acidentado.
II – São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias
e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego.
III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da
garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118
da Lei n. 8.213/91.

O PULO DO GATO
O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia
provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho.

11. INÉDITA/2022: Daniel, em contrato por prazo determinado com a Fábrica VALE TUDO
LTDA, sofre acidente de trabalho enquanto cumpria expediente. Ele teve afastamento
previdenciário em com 60 dias. Ao retornar, foi dispensado sem justa causa com aviso
prévio indenizado. O departamento jurídico da empresa afirmou que não existe garan-
tia provisória no emprego, sendo este o entendimento do TST. Nesse caso, a empresa
está correta, pois não existe garantia provisória no emprego em contrato por prazo
determinado.

COMENTÁRIO
Se houver acidente de trabalho, o obreiro terá GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO.
Essa garantia existe tanto em contrato determinado como indeterminado. Não há, na lei,
restrição expressa quanto ao tipo de contrato de trabalho. É o mesmo entendimento do
TST através da Súmula 378.

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Professora: Maria Rafaela de Castro

Outra consequência é a INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO, ocasião


em que o empregador terá direito ao pagamento de salários e recolhimentos do FGTS. Se
ainda ficar incapacitado, total ou parcial, definitiva ou temporária, possui direito, ainda, à
indenização.
Quando suspenso o contrato de trabalho em caso de afastamento do obreiro por doença,
não associada ao labor, o tempo de duração do benefício não será contado para nenhum
efeito diante da legislação trabalhista, em regra.
EXCEÇÃO: direito de férias, pois será computado no período aquisitivo o tempo de auxí-
lio-doença até seis meses, conforme preconizado nos arts. 131, inciso III, combinado com o
art. 133, inciso IV, ambos da CLT.
Outro julgamento importante é do TST: o fechamento da empresa não afasta
direito de empregado à estabilidade por acidente de trabalho (Processo: RR-1001733-
76.2016.5.02.0087), ocasião em que o fundamento do TST é que a estabilidade provisória
decorrente de acidente de trabalho tem caráter social, de modo que, com o encerramento da
empresa, é devida a indenização correspondente ao período:

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Ferglass Indústria Co-


mércio de Ferragens Ltda., de Cambuci (SP), já extinta, ao pagamento de indenização
substitutiva referente ao período de estabilidade de um empregado. Segundo o cole-
giado, no caso de extinção da empresa, o empregado com estabilidade decorrente de
acidente de trabalho tem direito à indenização correspondente ao mesmo período.

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5. EFEITOS PREVIDENCIÁRIOS DO ACIDENTE DE TRABALHO

O trabalhador, quando sofre um acidente de trabalho, pode ter uma incapacidade perma-
nente ou temporária.
No primeiro caso, ele é encaminhado ao INSS e receberá aposentadoria por invalidez.
É quando o obreiro não consegue mais executar nenhuma função, mesmo que seja trans-
ferido de setor.
Exemplo: Daniel perdeu os dois braços e se torna incapaz para desempenhar uma função
braçal. No caso de incapacidade temporária, o obreiro teve um acidente, mas consegue
retornar ao trabalho. Nesse caso, ele retornará, será reabilitado ou transferido de setor. Mas,
se a lesão persiste, é a denominada consolidação da lesão, e, então, receberá seus salários
normalmente, executando suas funções e do INSS, um benefício chamado auxílio-acidente.
Vejamos a Lei n. 8.213/1991:

Art. 42.A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência
exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
§1ºA concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição
de incapacidade mediante exame médico pericial a cargo da Previdência Social, poden-
do o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2ºA doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Ge-
ral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa do-
ença ou lesão.

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto
dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do
início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.
§ 1ºQuando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o
auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento.
§ 3º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por
motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salá-
rio integral.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
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Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando,


após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resulta-
rem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmen-
te exercia.
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário de be-
nefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxí-
lio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo
acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposenta-
doria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente.
§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do
auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a
doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho
que habitualmente exercia.

Então: o que é a incapacidade laborativa?


O conceito de incapacidade laborativa é a IMPOSSIBILIDADE DO DESEMPENHO DE
TODA E QUALQUER ATIVIDADE, FUNÇÃO OU OCUPAÇÃO LABORATIVA, SENDO CON-
CEITO ESSENCIALMENTE TEÓRICO, SALVO QUANDO EM CARÁTER TRANSITÓRIO.
Por sua vez, na doença profissional, há o direito ao FGTS enquanto estiver afastado e à
estabilidade quando retornar. Além disso, deve receber do INSS o auxílio-doença acidentário
e talvez o auxílio-acidente.
Na doença do trabalho, quando facilmente caracterizada,existe a possibilidade de também
receber auxílio-acidente. Mas, se a doença não for perceptivelmente demonstrada, ou não
tiver relação com o trabalho, o obreiro receberá auxílio-doença previdenciário.
Cuidado! A incapacidade laborativa aposenta se for considerada incapacidade total e per-
manente. Assim, ao ser constatada a incapacidade permanente, é possível a concessão do
benefício de aposentadoria por invalidez, agora denominado de benefício por incapacidade
permanente.
Nesse último caso, o contrato de trabalho é suspenso e o empregador se desobriga de
pagar qualquer benefício ao obreiro, inclusive no que se refere ao FGTS. Logo, caberá à
autarquia efetuar o pagamento do benefício. Também, nesse caso, não haverá os efeitos da
garantia provisória do emprego.
Para o INSS, incapacidade laborativa é a impossibilidade de desempenhar as atribuições
definidas para os cargos, funções ou empregos, provocada por alterações patológicas decor-
rentes de doenças ou acidentes.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
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Observar sempre a diferença entre interrupção e suspensão do contrato de trabalho. No


primeiro caso, o empregador continua responsável por todas as obrigações trabalhistas e
previdenciárias. No segundo caso, não há mais essas obrigações pelo empregador.
NÃO ESQUEÇA: a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido
para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional.
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer
tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional.
Quando a incapacidade ultrapassar o período de quinze dias consecutivos, o segurado
será encaminhado ao INSS para avaliação médico pericial.
O auxílio por incapacidade temporária será devido ao segurado que, uma vez cumprido,
quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, conforme definido em
avaliação médico pericial.
Não será devido auxílio por incapacidade temporária ao segurado que se filiar ao RGPS
já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, exceto
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença
ou lesão. Será devido auxílio por incapacidade temporária, independentemente do cumpri-
mento de período de carência, aos segurados obrigatório e facultativo quando sofrerem aci-
dente de qualquer natureza.
O setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social reconhecerá o direito do
segurado à habilitação do benefício acidentário.
Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto esti-
ver sob a responsabilidade da reabilitação profissional.
Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo
técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças CID.
Considera-se agravo lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou sín-
drome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive
morte, independentemente do tempo de latência.
Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a incapacidade para o trabalho e o nexo
entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário
tiver direito.
A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao
caso concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o tra-
balho e o agravo.
O requerimento poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data para a entrega,
sob pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
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Caracterizada a impossibilidade de atendimento motivada pelo não conhecimento tem-


pestivo do diagnóstico do agravo, o requerimento poderá ser apresentado no prazo de quinze
dias, contado da data em que a empresa tomar ciência da decisão.
A empresa formulará as alegações que entender necessárias e apresentará as provas
que possuir demonstrando a inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo.
A documentação probatória poderá trazer, entre outros meios de prova, evidências téc-
nicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo ser produzidas no
âmbito de programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável
técnico legalmente habilitado.
O INSS informará ao segurado sobre a contestação da empresa para que este, que-
rendo, possa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de provas, sempre que a instru-
ção do pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de inexistência do nexo entre o
trabalho e o agravo.
A empresa é responsável pela adoção e pelo uso de medidas coletivas e individuais de
proteção à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados.
É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a
executar e do produto a manipular.
A Perícia Médica Federal terá acesso aos ambientes de trabalho e a outros locais onde
se encontrem os documentos referentes ao controle médico de saúde ocupacional e aque-
les que digam respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais para verificar a
eficácia das medidas adotadas pela empresa para a prevenção e o controle das doenças
ocupacionais.
O INSS auditará a regularidade e a conformidade das demonstrações ambientais, incluin-
do-se as de monitoramento biológico, e dos controles internos da empresa relativo ao geren-
ciamento dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a veracidade das informações
prestadas pela empresa e constantes do CNIS, bem como o cumprimento das obrigações
relativas ao acidente de trabalho.
Sempre que a Perícia Médica Federal constatar o descumprimento, esta comunicará for-
malmente aos demais órgãos interessados, inclusive para fins de aplicação e cobrança da
multa devida.
O pagamento pela previdência social das prestações decorrentes do acidente não exclui
a responsabilidade civil da empresa, do empregador doméstico ou de terceiros.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
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O PULO DO GATO
O INSS ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nas hipóteses de: I negligência
quanto às normas-padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção
individual e coletiva; e II violência doméstica e familiar contra a mulher. Os órgãos de fisca-
lização das relações de trabalho encaminharão à Procuradoria-Geral Federal os relatórios
de análise de acidentes do trabalho com indícios de negligência quanto às normas-padrão
de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção individual e coletiva.

LIMBO PREVIDENCIÁRIO: vamos tecer alguns comentários, mas já adiantando que o


TST entende que cabe ao empregador arcar com os pagamentos enquanto a situação do
trabalhador se resolve junto com o INSS. A 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
decidiu que, na hipótese de limbo previdenciário, é do empregado o ônus de demonstrar
que a empresa recusou a sua volta ao trabalho (RRAg 1000254-19.2018.5.02.0074, DEJT
04/02/2022).
Define-se quando o empregador, ao comparecer ao trabalho após alta previdenciária, é
impedida de desempenhar suas atividades sob a justificativa da empresa de que permanece
incapacitada para o trabalho.
A jurisprudência do TST é de que a discussão quanto ao acerto ou não da alta previden-
ciária não afasta o fato de que, com fim do benefício, a pessoa fica à disposição do empre-
gador, e este, caso entenda que ela não está apta ao serviço, deve pagar os salários devidos
até que possa ser reinserida no trabalho ou que o auxílio previdenciário seja estabelecido.
Explicando melhor, o LIMBO ocorre quando o obreiro recebe alta do INSS, mas a empresa
se recusa a aceitá-lo, pois considera que ele ainda está doente e, portanto, não pode aceitá-
-lo nos quadros da empresa.
Exemplo: Daniel ficou 60 dias recebendo auxílio-doença previdenciário e teve alta do
INSS. Então, retorna à empresa, mas o setor médico entende que ele está doente. Logo,
pede para ele voltar ao INSS. Porém, o INSS reafirma que ele está apto ao retorno. Enquanto
essa discussão ocorre entre empregador e INSS, Daniel não está recebendo nem salários
nem o benefício previdenciário. Quem arcará com sua subsistência? O TST entende que é o
empregador. Se o INSS estiver errado e for reconhecido esse erro judicialmente, a empresa
pode entrar com ação de ressarcimento junto ao INSS.
Se o INSS estiver certo e for reconhecido esse acerto judicialmente, a empresa já está
arcando com a subsistência do obreiro.
O que não pode é deixar o obreiro no limbo, no vácuo.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Essa é a discussão do LIMBO PREVIDENCIÁRIO. Fundamento da linha da jurisprudên-


cia do TST: a recusa do empregador ao pagamento dos salários, sob o argumento de que é
indevida a cessação do benefício previdenciário, não se coaduna com os princípios constitu-
cionais da dignidade da pessoa e do valor social do trabalho.

O PULO DO GATO
Não havendo dúvidas quanto à ocorrência de alta previdenciária, e sendo causa de pedir
a recusa da empresa à tentativa de retorno ao trabalho, incumbe à reclamante o ônus de
comprovar tal fato. E, quando comprovado, deve o empregador arcar com os salários e
demais direitos durante o limbo previdenciário.

Que tal um MAPA MENTAL?

12. (INÉDITA/2022) O ônus de provar a recusa do empregador quando o obreiro tem a alta
do INSS é do empregado.

COMENTÁRIO
A 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que, na hipótese de limbo pre-
videnciário, é do empregado o ônus de demonstrar que a empresa recusou a sua volta ao
trabalho (RRAg 1000254-19.2018.5.02.0074, DEJT 04/02/2022).

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SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES NA CLT PARA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Por fim, é importante conhecer o FAP.


É tratado pelo Decreto n. 6.042/2007 com a inclusão do artigo 202-A no Regulamento da
Previdência Social. No cálculo do FAP, excluem-se os acidentes de trajeto, por decisão do
Conselho Nacional da Previdência Social. No site oficial da Previdência Social, conseguimos
informação importante para a sua prova objetiva:

O Fator Acidentário de Prevenção – FAP é um multiplicador, atualmente calculado por


estabelecimento, que varia de 0,5000 a 2,0000, a ser aplicado sobre as alíquotas de 1%,
2% ou 3% da tarifação coletiva por subclasse econômica, incidentes sobre a folha de
salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes
de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente. É calculado sempre sobre os dois
últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da Previ-
dência Social. Pela metodologia do FAP, as empresas que registrarem maior número de
acidentes ou doenças ocupacionais, pagam mais.

DICA: É bom conhecer o teor do artigo 202 do Decreto n. 3049/1999:

Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria es-


pecial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau
de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho
corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remu-
neração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado
empregado e trabalhador avulso:
I – um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do
trabalho seja considerado leve;
II – dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado médio; ou
III – três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado grave.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

6. CAT E NR 31

A aludida NR que versa sobre a expedição de CAT tem como escopo estabelecer crité-
rios para aplicação das diversas espécies de nexo técnico aos benefícios por incapacidade
concedidos pelo INSS.
Como vimos, a Perícia Médica do INSS caracterizará tecnicamente o acidente do traba-
lho mediante o reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo.
A expressão AGRAVO deve ser compreendida como a lesão, a doença, o transtorno de
saúde, o distúrbio, a disfunção ou a síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de
natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência.
E, para isso, é preciso ter NEXO TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO, do qual podemos classi-
ficar da seguinte forma, nos termos do art. 3 da aludida NR 31:

Art. 3º O nexo técnico previdenciário poderá ser de natureza causal ou não, havendo
três espécies:
I – nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associações entre patolo-
gias e exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto n. 3.048/99;
II – nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico indivi-
dual, decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos
do § 2º do art. 20 da Lei n. 8.213/91;
III – nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância
estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças-CID,
e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica-CNAE, na parte inserida pelo De-
creto n. 6.042/07, na lista B do anexo II do Decreto n. 3.048/99.

Os agravos associados aos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza profis-


sional e do trabalho presentes nas atividades econômicas dos empregadores, cujo segurado
tenha sido exposto, ainda que parcial e indiretamente, serão considerados doenças profissio-
nais ou do trabalho, nos termos dos incisos I e II, art. 20 da Lei n. 8.213/1991.
A empresa poderá interpor recurso ao Conselho de Recursos da Previdência Social
(CRPS) até trinta dias após a data em que tomar conhecimento da concessão do benefício
em espécie acidentária por nexo técnico profissional ou do trabalho, conforme art. 126 da Lei
n. 8.213/1991, quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos
não possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador. ALERTA! Veja esse
prazo de 30 dias, guarde no seu coração!
O recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico com base NÃO TERÁ
EFEITO SUSPENSIVO!

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Os agravos decorrentes de condições especiais em que o trabalho é executado serão


considerados doenças profissionais ou do trabalho, ou ainda acidentes de trabalho, nos
termos do § 2º do art. 20 da Lei n. 8.213/1991.
A empresa poderá interpor recurso ao CRPS até trinta dias após a data em que tomar
conhecimento da concessão do benefício em espécie acidentária por nexo técnico por doença
equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, conforme art. 126 da Lei n.
8.213/1991, quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não
possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador. NOVAMENTE O PRAZO
PARA GUARDAR: 30 DIAS.
OS RECURSOS NÃO TERÃO EFEITO SUSPENSIVO.
Considera-se epidemiologicamente estabelecido o nexo técnico entre o trabalho e o
agravo, sempre que se verificar a existência de associação entre a atividade econômica da
empresa, expressa pela CNAE, e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacio-
nada na CID, em conformidade com o disposto na parte inserida pelo Decreto n. 6.042/2007
na lista B do anexo II do Decreto n. 3.048/1999.

O PULO DO GATO
A inexistência de nexo técnico epidemiológico não elide o nexo entre o trabalho e o agravo,
cabendo à perícia médica a caracterização técnica do acidente do trabalho, fundamenta-
damente, sendo obrigatório o registro e a análise do relatório do médico assistente, além
dos exames complementares que eventualmente o acompanhem.

A perícia médica poderá, se necessário, solicitar as demonstrações ambientais da


empresa, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profis-
siográfico Previdenciário-PPP, diretamente ao empregador.
A perícia médica do INSS poderá deixar de aplicar o nexo técnico epidemiológico mediante
decisão fundamentada, quando dispuser de informações ou elementos circunstanciados e
contemporâneos ao exercício da atividade que evidenciem a inexistência do nexo técnico
entre o agravo e o trabalho.
A empresa poderá requerer ao INSS, até quinze dias após a data para a entrega da Guia
de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
Social-GFIP, a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, ao caso concreto, quando dis-
puser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico
com o trabalho exercido pelo trabalhador, sob pena de não conhecimento da alegação em
instância administrativa, caso não protocolize o requerimento tempestivamente.
Caracterizada a impossibilidade de atendimento motivada pelo não conhecimento tem-
pestivo da informação do diagnóstico do agravo, o requerimento poderá ser apresentado no
prazo de quinze dias da data para entrega da GFIP do mês de competência da realização da
perícia que estabeleceu o nexo entre o trabalho e o agravo.

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ACIDENTES DO TRABALHO PARA O CONCURSO DA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Com o requerimento, a empresa formulará as alegações que entender necessárias e


apresentará a documentação probatória, em duas vias, para demonstrar a inexistência do
nexo técnico entre o trabalho e o agravo.
A Agência da Previdência Social-APS, mantenedora do benefício, encaminhará o reque-
rimento e as provas produzidas à perícia médica, para análise prévia.
Sempre que a instrução do pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de ine-
xistência do nexo técnico entre o trabalho e o agravo, o segurado será oficiado sobre a
existência do requerimento da empresa, informando-lhe que poderá retirar uma das vias
apresentada por ela para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo de quinze dias da
ciência do requerimento. CUIDADO COM ESSA MUDANÇA DO PRAZO: QUINZE DIAS DA
CIÊNCIA DO REQUERIMENTO.
Com as contrarrazões, o segurado formulará as alegações que entender necessárias e
apresentará a documentação probatória, com o objetivo de demonstrar a existência do nexo
técnico entre o trabalho e o agravo.
A análise do requerimento e das provas produzidas será realizada pela perícia médica,
cabendo ao setor administrativo da APS comunicar o resultado da análise à empresa e
ao segurado.
Da decisão do requerimento, cabe recurso com efeito suspensivo, por parte da empresa
ou, conforme o caso, do segurado, ao CRPS.
O INSS procederá à marcação eletrônica do benefício no Sistema de Administração de
Benefícios por Incapacidade-SABI, que estará sob efeito suspensivo, deixando para alterar a
espécie após o julgamento do recurso pelo CRPS, quando for o caso.
Isso não prejudica o pagamento regular do benefício, desde que atendidos os requisitos
de carência que permitam a manutenção do reconhecimento do direito ao benefício como
auxílio-doença previdenciário.
Será considerada apenas a documentação probante que contiver a indicação, assinatura
e número de registro, anotação técnica, ou equivalente do responsável legalmente habilitado,
para os respectivos períodos e escopos, perante o conselho de profissão.

O PULO DO GATO
O segurado em situação de desemprego, no período de graça, terá todos os direitos carac-
terísticos da forma de filiação de empregado.

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A Comunicação de Decisão quanto ao requerimento de benefício por incapacidade deverá


conter informações sobre:
I – a espécie de nexo técnico aplicada ao benefício, bem como a possibilidade de recurso
pelo empregador; e
II – a associação entre CNAE e CID, e a conclusão pericial sobre o nexo, em caso de
não aplicação do NTEP pela perícia médica, bem como a possibilidade de contestação e/ou
recurso pelo segurado.
A existência de nexo de qualquer espécie entre o trabalho e o agravo não implica o reco-
nhecimento automático da incapacidade para o trabalho, que deverá ser definida pela perí-
cia médica.
Reconhecida pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e estabelecido
o nexo técnico entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que
o beneficiário tenha direito.
Quando dos exames periciais por Pedido de Prorrogação-PP, ou Pedido de Reconside-
ração-PR, de benefícios em manutenção, não serão apresentados ao Perito Médico os que-
sitos sobre as espécies de nexo técnico, haja vista que a eventual prorrogação decorre da
incapacidade para o trabalho e não da natureza acidentária do agravo.
Os requerimentos de revisão e recurso tempestivos do segurado visando à transforma-
ção do benefício previdenciário em acidentário, serão analisados pela perícia médica e ope-
racionalizados no SABI pela ferramenta Revisão Médica.
A perícia médica do INSS, quando constatar indícios de culpa ou dolo por parte do empre-
gador, em relação aos benefícios por incapacidade concedidos, deverá oficiar à Procuradoria
Federal Especializada-INSS, subsidiando-a com evidências e demais meios de prova colhi-
dos, notadamente quanto aos programas de gerenciamento de riscos ocupacionais, para as
providências cabíveis, inclusive para ajuizamento de ação regressiva contra os responsá-
veis, conforme previsto nos arts. 120 e 121 da Lei n. 8.213/1991, de modo a possibilitar o res-
sarcimento à Previdência Social do pagamento de benefícios por morte ou por incapacidade,
permanente ou temporária.
Quando a perícia médica do INSS, no exercício das atribuições que lhe confere a Lei n.
10.876/2004, constatar desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalhador, fraude
ou simulação na emissão de documentos de interesse da Previdência Social, por parte do
empregador ou de seus prepostos, deverá produzir relatório circunstanciado da ocorrência
e encaminhá-lo, junto com as evidências e demais meios de prova colhidos, à Procurado-
ria Federal.
Especializada-INSS para conhecimento e providências pertinentes, inclusive, quando
cabíveis, representações ao Ministério Público e/ou a outros órgãos da Administração Pública
encarregados da fiscalização ou controle da atividade.

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A perícia médica do INSS representará esta Autarquia nas Comissões Intersetoriais de


Saúde do Trabalhador-CIST, para garantir a devida articulação entre a política nacional de
saúde do trabalhador e a sua execução, no tocante à concessão de benefícios por incapaci-
dade e reabilitação profissional, nos termos dos arts. 12 e 13 da Lei n. 8.080/1990.
A Gerência Regional indicará o servidor Perito Médico no âmbito das CIST estaduais, e a
Diretoria de Benefícios em relação à CIST nacional.
Os representantes deverão emitir, mensalmente, Relatório de Acompanhamento do Con-
trole Social relativo às ações e providências da competência do INSS, bem como sugerir as
mudanças necessárias à consecução dos objetivos.
A dispensa de vinculação do benefício a uma CAT no Sistema Único de Benefícios, para
a sua concessão em espécie acidentária, não desobriga a empresa da emissão dela, con-
forme previsto nos arts. 19 a 23 da Lei n. 8.213/91.
Não caberá aplicação de multa, por não emissão de CAT, quando o enquadramento
decorrer de aplicação do NTEP, conforme disposto no § 5º, art. 22 da Lei n. 8.213/1991, reda-
ção dada pela Lei n. 11.430/2006.

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7. RESUMO

Acidente de trabalho se caracteriza no exercício profissional e que causa lesão corporal


ou perturbação funcional que provoca a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho, nos termos do artigo 19 da Lei 8.213/1991.
Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Doença do trabalho, assim entendida a adqui-
rida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e
com ele se relacione diretamente.
GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO: bastante cobrada em provas e significa que,
pelo prazo mínimo de 12 meses após a cessação do auxílio-doença acidentário, independen-
temente da percepção de auxílio-acidente. (12 meses e não, 1 ano), o trabalhador não pode
ser dispensado sem justa causa. Mas a jurisprudência admite a dispensa por justa causa
ou a pedido.
ACIDENTE DE TRAJETO: é aquele que ocorre no deslocamento casa/trabalho/casa. A
Jurisprudência do TST tolera alguns pequenos desvios de trajeto e horário, de acordo com a
proporcionalidade e razoabilidade, como acidentes de trajeto, passível das mesmas conse-
quências jurídicas.
Entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020, vigorou no Brasil a Medida Provi-
sória n. 905, que pretendia a descaracterização do acidente que acontece no trajeto entre a
residência do trabalhador e seu local de trabalho. Acontece que as medidas provisórias pro-
duzem efeitos precários. Para que continuem vigorando, elas devem ser convertidas em lei.
No entanto, a MP n. 905 não foi convertida em lei. Desse modo, os acidentes de trajeto ocor-
ridos entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020 não são considerados acidentes
de trabalho, pois a MP n. 905 estava em vigor neste período e excluía a possibilidade de tal
caracterização. Porém, os acidentes de trajeto anteriores e posteriores àquele período são
equiparados ao acidente de trabalho.
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer
tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional.
O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia
provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho.
Não havendo dúvidas quanto à ocorrência de alta previdenciária, e sendo causa de pedir
a recusa da empresa à tentativa de retorno ao trabalho, incumbe à reclamante o ônus de
comprovar tal fato. E, quando comprovado, deve o empregador arcar com os salários e
demais direitos durante o limbo previdenciário.

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Equiparam-se também ao acidente de trabalho, para efeitos da referida lei, acidentes em


viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por seus planos para
melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado.
O inciso XXVIII do artigo 7º da Constituição da República prevê que o “seguro” contra aci-
dentes do trabalho não exclui a indenização a que está o empregador obrigado, quando incor-
rer em dolo ou culpa. O recebimento de uma verba não exclui ou reduz a outra. Pela mesma
razão, o valor do benefício previdenciário não pode ser compensado em caso de condenação
das empresas em indenizar os prejuízos materiais ou morais sofridos pelo empregado.
O segurado em situação de desemprego, no período de graça, terá todos os direitos
característicos da forma de filiação de empregado.
A perícia médica do INSS, quando constatar indícios de culpa ou dolo por parte do empre-
gador, em relação aos benefícios por incapacidade concedidos, deverá oficiar à Procuradoria
Federal Especializada-INSS, subsidiando-a com evidências e demais meios de prova colhi-
dos, notadamente quanto aos programas de gerenciamento de riscos ocupacionais, para as
providências cabíveis, inclusive para ajuizamento de ação regressiva contra os responsá-
veis, conforme previsto nos arts. 120 e 121 da Lei n. 8.213/1991, de modo a possibilitar o res-
sarcimento à Previdência Social do pagamento de benefícios por morte ou por incapacidade,
permanente ou temporária.

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8. LEGISLAÇÃO IMPORTANTE SOBRE O TEMA

Tratamos aqui da Lei n. 8.213/1991:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de em-
presa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referi-
dos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.
§ 1ºA empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2ºConstitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3ºÉ dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da opera-
ção a executar e do produto a manipular.
§ 4ºO Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entida-
des representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos pará-
grafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1ºNão são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desen-
volva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determina-
do pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação pre-
vista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho
é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.

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Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contri-
buído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conse-
quência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro
de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro
de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada dentro de
seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.

Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de
nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da

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incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformi-


dade com o que dispuser o regulamento.
§ 1 º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando de-
monstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo.
§ 2 º A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo
técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da em-
presa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previ-
dência Social.

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do traba-


lho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite
mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou
seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio aciden-
tado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qual-
quer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade
pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobran-
ça, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
§ 5 º A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A.

Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do traba-
lho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou
o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo
para este efeito o que ocorrer primeiro.

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9. GABARITO
1. C
2. E
3. a
4. a
5. E
6. E
7. a
8. E
9. a
10. C
11. E
12. C

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