Você está na página 1de 28

Resumão de Economia

do Trabalho para AFT


Conceitos Fundamentais
Professor: Manuel Piñon
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
472023295

TIPO DE MATERIAL:
E-book

DATA DE APLICAÇÃO:
07/2023

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
07/2023
Sumário

ECONOMIA DO TRABALHO: CONCEITOS FUNDAMENTAIS........................................5

1 – INTEGRANTES DO MERCADO DE TRABALHO........................................................5

2 – FORÇA DE TRABALHO...............................................................................................5

3– PIA E PINA.....................................................................................................................6

4– PEA E PNEA..................................................................................................................7

5 – SUBEMPREGO............................................................................................................11

6 – INDICADORES DO MERCADO...................................................................................12

7 – SALÁRIOS NOMINAL X REAL....................................................................................15

8 – CAPITAL HUMANO......................................................................................................15

9 – DISCRIMINAÇÃO / SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO.....................16

10 – TIPOS DE DESEMPREGO E SUAS CAUSAS..........................................................16

11 – A TAXA NATURAL DE DESEMPREGO.....................................................................25

12 – SALÁRIOS DE EFICIÊNCIA......................................................................................27
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

ECONOMIA DO TRABALHO
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

APRESENTAÇÃO

Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

Tudo bem?
Espero que sim!

Passados 10 anos desde o último concurso para AFT, estamos com o edital em vias de
ser publicado.
Certamente, nesse período, pouca gente teve contato com a disciplina Economia do
Trabalho, o ramo da economia que estuda o funcionamento e a dinâmica do mercado de
trabalho, incluindo a influência dos aspectos macroeconômicos nesse mercado.
Como o aprendizado da nossa matéria é gradativo, mais lento que nas demais, exigindo
mais tempo e dedicação, este material foi elaborado com o objetivo de apresentar conceitos
fundamentais da disciplina, de modo que, aos poucos, você vá se familiarizando e memori-
zando termos que certamente aparecerão na sua prova.
Espero que o conteúdo seja útil para te auxiliar no processo de aprovação. Fico à dis-
posição, desde já, para sanar todas as dúvidas que eventualmente surgirem.

Então, vamos nessa!

Prof. Manuel Piñon

www.grancursosonline.com.br 4
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

ECONOMIA DO TRABALHO: CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1 – INTEGRANTES DO MERCADO DE TRABALHO

Como principais integrantes do mercado de trabalho, temos os trabalhadores, as empre-


sas e o Governo.

Basicamente, os trabalhadores vendem a sua força de trabalho (o seu tempo) em troca


de salários (bem-estar), enquanto as empresas compram trabalho, objetivando, em última
análise, lucro. O Governo ou Estado exerce influência nas decisões dos trabalhadores e das
empresas por meio de incentivos, como a tributação, a concessão de subsídios concedidos
e a regulação do mercado por meio de leis ou normas infralegais.

2 – FORÇA DE TRABALHO

A FT – Força de Trabalho – é o somatório da quantidade de pessoas que estão empre-


gadas (E) com a quantidade de pessoas que estão desempregadas (D).

FT = E + D

É importante destacar que uma pessoa empregada deve ser computada como uma
unidade da força de trabalho, independentemente da quantidade de horas que ela trabalhe
em um dia ou de quantos empregos essa pessoa tenha.
Vamos aproveitar para conhecer um indicador: a TPFT – Taxa de Participação da
Força de Trabalho.
A TPFT apresenta a razão entre a força de trabalho e a população total de uma cidade,
região, um estado ou país, ou seja, apresenta a taxa unitária ou percentual (se multiplicada
por 100) da Força de Trabalho (FT) em relação à População (P) em questão.

www.grancursosonline.com.br 5
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

TPFT = 𝐹𝑇 / 𝑃

Nessa toada, podemos ver que a TE – Taxa de Emprego – que representa percentual
da população que está empregada é:

TE = 𝐸 / 𝑃

A TD – Taxa de Desemprego – que representa o percentual da Força de Trabalho que


está desempregada é:

TD = 𝐷 / 𝐹T

3– PIA E PINA

A primeira classificação da População é dividida em 2 categorias: PIA e PINA.

Falando de forma simples, PIA é a População em Idade Ativa. Na verdade, a PIA deve-
ria referir-se às pessoas com mais de 16 anos; no entanto, segundo o IBGE e o DIEESE,
a PIA incorpora as crianças de 14 anos, segmento com idade inferior à idade constitu-
cionalmente estipulada como mínima para trabalhar no país, e que até recentemente era
de 10 anos.

ATENÇÃO

Então, ao fato de que, aqui no Brasil, a idade ativa para efeito de mensuração da PIA
começa aos 14 anos.

Amigo(a), destaco que, embora exista pouco efeito quantitativo sobre os indicadores
globais, a inclusão deste segmento decorre da consideração de que a presença dessa par-
cela populacional no mercado de trabalho é resultado da própria realidade social do país.

www.grancursosonline.com.br 6
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Nesse contexto, é interessante conhecermos o conceito de bônus demográfico, situ-


ação transitória que decorre de uma transformação da população de um país, que acontece
quando a participação na população total do grupo formado pelas pessoas maiores de 60
anos e pelas menores de 15 anos diminui, em relação às pessoas entre 15 e 60 anos, durante
um certo período. Em suma, o bônus demográfico ocorre quando temos aumento na PIA.

DICA
Para fins de prova de concurso, essas idades não são rigidamente definidas. Assim,
se a banca relacionar bônus demográfico com idades ligeiramente diferentes, como
14 a 62 anos, por exemplo, não está errado, desde que apresente aumento da PIA.

PINA é a população em idade não ativa. É constituída basicamente pelas crianças


menores de 14 anos e pelos aposentados que não pretendem mais trabalhar.

DICA
Chamo a atenção para o fato de que, se um aposentado decide procurar emprego
ou trabalhar, ele ingressa na PIA.

4– PEA E PNEA

Importantíssimo conceito para fins de concurso, a PEA é a população economica-


mente ativa, também chamada de força de trabalho. A PEA/força de trabalho compreende
o potencial de mão de obra com que pode contar o setor produtivo. Ela é composta de Popu-
lação Ocupada e População Desocupada.

4.1 População Ocupada

São as pessoas que exerceram trabalho, remunerado ou sem remuneração, durante


pelo menos uma hora completa na semana de referência ou que tenham trabalho remune-
rado do qual estavam temporariamente afastadas nessa semana.

www.grancursosonline.com.br 7
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Vale colocar em destaque que se considera como ocupada temporariamente afastada


de trabalho remunerado a pessoa que não trabalhou durante pelo menos uma hora completa
na semana de referência por motivo de férias; greve; suspensão temporária do contrato de
trabalho; licença remunerada pelo empregador; más condições do tempo; ou outros fatores
ocasionais.
Nessa toada, também foi considerada a pessoa que, na data de referência, estava afas-
tada por motivo de licença remunerada por instituto de previdência por período não superior
a 24 meses, do próprio empreendimento; por motivo de gestação, doença ou acidente, sem
ser licenciada por instituto de previdência; por período não superior a três meses; por falta
voluntária ou outro motivo, por período não superior a 30 dias.

A população ocupada compreende:

• Os empregados: são aquelas pessoas que trabalham para um empregador ou mais de


um, cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo, em contrapartida, uma remunera-
ção em dinheiro ou outra forma de pagamento (moradia, alimentação, vestuário etc.).
Incluem-se entre os empregados os recrutas que prestam o serviço militar obrigatório e
os clérigos (pertencentes ao clero).
• Os autônomos: são aqueles que exploram uma atividade econômica ou exercem uma
profissão ou ofício sem empregados, ou seja, trabalham por conta própria.
• Os empregadores: são aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou
exercem uma profissão ou ofício, com auxílio de um ou mais empregados.
• Não remunerados: são aquelas pessoas que exercem uma ocupação econômica, sem
remuneração, em ajuda a membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica,
ou em ajuda a instituições religiosas, beneficentes ou de cooperativismo, ou, ainda,
como aprendiz ou estagiário, todos por pelo menos 01 hora na semana de referência.

O PULO DO GATO

Fique ligado! Aqueles que sendo não remunerados se ocupam prestando ajuda a institui-
ções beneficentes por pelo menos 01 hora semanal, apesar de não realizarem trabalho,
segundo o conceito do item 3, são consideradas pessoas ocupadas (empregadas), perten-
centes à PEA.

DICA
Para o IBGE, não importa se a ocupação segue regras do mercado formal ou
informal, ou seja, os trabalhadores de ambos são indistintamente considerados
como ocupados.

www.grancursosonline.com.br 8
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

4.2 População Desocupada

Pertencem à classificação de População Desocupada as pessoas sem trabalho na


semana de referência, mas que estavam disponíveis para assumir um trabalho nessa semana
e que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência
de 30 dias, sem terem tido qualquer trabalho ou após terem saído do último trabalho que
tiveram nesse período.
Amigo(a), chamo ainda sua atenção para mais um bizú, ou melhor, uma importante con-
clusão: para ser considerado um desocupado, o indivíduo deve se ocupar buscando trabalho.
Se, por acaso, ele não possui trabalho nem está procurando, não pertencerá à PEA, mas sim
à PNEA (População Não Economicamente Ativa).
Em suma, uma pessoa só deve ser classificada como desocupada somente se já tiver
sido estabelecido que ela não seja ocupada, de modo a assegurar que ocupação e deso-
cupação sejam mutuamente excludentes, com precedência dada à ocupação. Note que se
alguém exerce um trabalho eventual e simultaneamente procura trabalho, será classificado
como ocupado.

O PULO DO GATO

O fato de o indivíduo estar em idade ativa e/ou capacitado para trabalho não o torna mem-
bro da PEA, já que este em idade ativa e capacitado para trabalho pode não estar traba-
lhando nem procurando emprego, integrando, assim, a PNEA.

Na figura seguinte, temos uma segmentação de uma população total de 100.000 habi-
tantes de uma cidade hipotética.

www.grancursosonline.com.br 9
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

PNEA é a chamada População Não Economicamente Ativa. É constituída pelas pes-


soas em idade ativa (PIA) que não foram classificadas como ocupadas nem desocupadas.
Essas pessoas são chamadas também de inativas.

www.grancursosonline.com.br 10
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

DICA
Os inativos são aqueles pertencentes à PNEA, e não à PINA.

Chamo a sua atenção para a importância de não confundir também o inativo, indivíduo
pertencente à PNEA, com o desocupado, indivíduo pertencente à PEA.
Assim, a PNEA inclui aqueles que não trabalham e não buscam emprego (estudantes,
donas de casa, desalentados, presos, inválidos, “filhinho(a)s de papai” etc.) e aqueles que
exercem atividade não remunerada por menos de 01 hora na semana de referência.

DICA
As provas de concurso adoram a figura do desalentado!
Então, vamos conhecê-lo!

Os desalentados são aquelas pessoas que não possuem trabalho e que procuraram
trabalho por um tempo, mas que desistiram de procurar por não encontrar qualquer tipo de
trabalho; trabalho com remuneração adequada; ou trabalho de acordo com as suas qualifica-
ções, ficando, dessa forma, desestimuladas, desalentadas ou desencorajadas.
Em outras palavras, são pessoas marginalmente ligadas à PEA na semana de referên-
cia da pesquisa que procuraram trabalho ininterruptamente durante pelo menos seis meses,
contados até a data da última providência tomada para conseguir trabalho no período de
referência de 365 dias, tendo desistido por não encontrar.

ATENÇÃO

Para o IBGE, os desalentados não fazem parte da PEA, por não estarem mais pro-
curando emprego. Já para o DIEESE, os desalentados fazem parte da PEA, consti-
tuindo um tipo de desemprego denominado desemprego oculto pelo desalento. Para
fins de prova, vale, em regra, o entendimento do IBGE.

DICA
Os desalentados integram a PNEA, já que não estão mais buscando emprego.

5 – SUBEMPREGO

Subemprego é a subutilização da mão de obra.


Essa subutilização deve-se a várias causas, como a insuficiência de demanda agre-
gada da Economia, atraso econômico e social, além de questões estruturais e conjunturais
(mercados sazonais ou de época).

www.grancursosonline.com.br 11
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

O IBGE considera dois tipos de subocupação/subemprego:


1 - Pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas: são as pessoas que
trabalharam efetivamente menos de 40 horas na semana de referência, no seu único traba-
lho ou no conjunto de todos os seus trabalhos, mas gostariam de trabalhar mais horas do que
as efetivamente trabalhadas na semana de referência e estavam disponíveis para trabalhar
mais horas no período de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência.
2 - Pessoas sub-remuneradas: são as pessoas ocupadas na semana de referência cuja
relação do rendimento mensal habitualmente recebido de todos os trabalhos por horas sema-
nais habitualmente trabalhadas em todos os trabalhos é inferior à relação do salário-mínimo
por 40 horas semanais.
Os especialistas do assunto costumam conceituar os tipos de subemprego da
seguinte forma:
1 - Subemprego visível: é a diferença entre o volume real de horas trabalhadas pelo
indivíduo e o volume de horas que ele poderia/gostaria de ofertar. Geralmente, acontece
quando a demanda agregada (o consumo da população em geral) é baixa, fazendo com que
as firmas contratem menos horas de trabalho.
2 - Subemprego encoberto: é a quantidade de mão de obra que seria possível libe-
rar, melhorando-se a organização e a distribuição das tarefas de trabalho, mantendo-se a
mesma produção, a mesma quantidade de máquinas, ferramentas, computadores (o capi-
tal da empresa). Na verdade, esse tipo de subemprego reflete o nível de produtividade da
mão de obra.

Imagine que haja um alto nível de subemprego encoberto na Economia.


Imaginou? Então, o que isso significa?
Pode-se ver que existe muita mão de obra produzindo bem menos do que poderia
se o trabalho fosse mais organizado e racional. Em outras palavras, há baixa pro-
dutividade.

3 - Subemprego potencial: é a quantidade de mão de obra que pode ser liberada, a um


determinado nível produtivo, via alterações nas condições de exploração dos recursos ou
transformações no setor produtivo. Implica reduzir gradualmente a proporção de mão de obra
ocupada em atividades de baixa produtividade, elevando-a simultaneamente.

6 – INDICADORES DO MERCADO

Os Indicadores do Mercado de Trabalho são um conjunto de informações sobre o com-


portamento e as tendências de emprego no Brasil. Esses indicadores revelam dados sobre
a situação de oferta e a demanda de trabalho, e são uma rica fonte de informações para os
diversos atores envolvidos.

www.grancursosonline.com.br 12
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

6.1- Taxa de atividade

Conhecida também como de taxa de participação na força de trabalho, é o percen-


tual de pessoas economicamente ativas (PEA) na semana de referência em relação às
pessoas em idade ativa (PIA).

Taxa de Atividade = PEA / PIA

Taxa de Atividade = OCUPADOS + DESOCUPADOS / PIA

Quando estudarmos a discriminação e a segmentação no mercado de trabalho,


veremos que:

• A taxa de atividade/participação masculina é maior que a feminina;


• A taxa de atividade/participação adulta é maior que a participação jovem; e
• À medida que a economia se desenvolve, a taxa de atividade/participação feminina
tende a atingir valores mais próximos da taxa masculina.

6.2 Taxa de inatividade

É o inverso da taxa de atividade. Representa o percentual de pessoas não economi-


camente ativas em relação às pessoas em idade ativa.

Taxa de inatividade = PNEA / PIA

Note que:

• A taxa de inatividade feminina é maior do que a masculina;


• A taxa de inatividade entre jovens e idosos é maior do que entre adultos; e
• O desenvolvimento econômico tende a diminuir a taxa de inatividade feminina.

6.3- Nível de ocupação

Amigo(a), o nível de ocupação é o percentual de pessoas ocupadas (empregadas) em


relação às pessoas de 14 anos ou mais de idade (PIA).

Nível de ocupação = ocupados / PIA

6.4 Nível de desocupação

Situação inversa ao nível de ocupação. É o percentual de pessoas desocupadas em


relação às pessoas em idade ativa (PIA).

www.grancursosonline.com.br 13
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Nível de desocupação = desocupados / PIA

6.5 Taxa de desocupação (Taxa de desemprego)

A taxa de desocupação, taxa de desemprego ou taxa de desemprego aberto é o


indicador mais importante e mais conhecido da população em geral, sendo o percentual de
pessoas desocupadas em relação às pessoas economicamente ativas (PEA).

Taxa de desemprego = desocupados / PEA

Apresenta os indivíduos que têm capacidade para trabalhar, desejam trabalhar, buscam
trabalho, mas não encontram uma ocupação.
Quando a taxa de desemprego se situa em torno de 5%, o mercado de trabalho é con-
siderado rígido, indício de que os empregos são abundantes, de que é difícil para os empre-
gadores preencher as vagas e de que a maioria dos desempregados encontrará trabalho
rapidamente.
Por outro lado, quando a taxa de desemprego é mais alta – aproximadamente 7% ou
mais –, o mercado de trabalho é descrito como folgado, os trabalhadores são abundantes e
os empregos são relativamente fáceis de preencher pelos empregadores.
Aqui vale o mesmo raciocínio exposto quando estudamos a taxa de atividade.
A taxa de desocupação dos homens é menor do que a das mulheres; no entanto, com
o avanço econômico, a tendência é cada vez mais essa diferença diminuir. E a taxa de deso-
cupação dos adultos é menor do que a de jovens e idosos.

DICA
Atenção para não confundir taxa de desocupação com nível de desocupação.
A taxa de desocupação, o indicador mais importante, reflete o percentual de deso-
cupados em relação à PEA, enquanto o nível de desocupação reflete o percentual
de desocupados em relação à PIA.
Isso quer dizer que o nível de desocupação é sempre menor do que a taxa de deso-
cupação, já que a PEA é sempre menor do que a PIA.

6.6 Taxa de ocupação (Taxa de emprego)

A Taxa de ocupação ou taxa de emprego é o inverso da taxa de desocupação, ou seja,


representa o percentual de ocupados em relação às pessoas economicamente ativas (PEA).

Taxa de emprego = ocupados / PEA

www.grancursosonline.com.br 14
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

7 – SALÁRIOS NOMINAL X REAL

Salário nominal (W) é a remuneração medida em moeda corrente. É o valor que os


trabalhadores recebem por hora, e é bastante útil quando comparamos os salários de diver-
sos trabalhadores ou profissões em um mesmo momento ou no momento corrente.
Salário real (W/P) é a remuneração medida em moeda constante. É o valor do salário
nominal dividido pelo índice de preços, sugerindo, assim, o poder real de compra. O uso do
salário real em vez do nominal é obrigatório quando comparamos os salários de um mesmo
trabalhador ou profissão em uma série de tempo, de um ano para o outro, por exemplo. Caso
contrário, não teríamos uma correta ideia acerca da real variação do poder de compra.

8 – CAPITAL HUMANO

Quando os trabalhadores incorrem em gastos visando à sua qualificação, esses gastos


também podem ser considerados investimento, pois se está aumentando o capital, só que,
dessa vez, o capital humano.

Os trabalhadores incorrem em três tipos principais de investimentos:


1 - Educação e profissionalização;
2 - Migração; e
3 - Busca de novos empregos.

Podemos notar que o investimento em capital humano seria uma série de habilitações
e conhecimentos que os trabalhadores “alugam” aos empregadores.

www.grancursosonline.com.br 15
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Vale dizer que os conhecimentos e as habilitações de um trabalhador que são oriundos


da educação e da profissionalização, incluindo-se o treinamento proporcionado pela experi-
ência, geram um certo estoque de capital produtivo, o capital humano.
A forma mais simples e inocente de se prever os futuros níveis salariais está em pre-
sumir que o observado hoje se repetirá no futuro. Essa suposição inocente é a que causa o
modelo da teia de aranha.
Vale destacar que outra forma de se prever os futuros níveis salariais está em se esta-
belecer que os salários esperados futuros sejam uma espécie de média dos salários corren-
tes e passados. A esse tipo de formação de expectativas, chamamos de expectativas
adaptativas.
O modelo de expectativas racionais supõe que os trabalhadores, devido à sua racio-
nalidade, não serão enganados na previsão para mais ou para menos dos futuros níveis
salariais.

9 – DISCRIMINAÇÃO / SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

A discriminação e/ou a segmentação no mercado de trabalho são fontes de diferen-


ças salariais entre trabalhadores considerados substitutos perfeitos, tendo em conta que
dois trabalhadores são considerados substitutos perfeitos quando um substitui o outro com
perfeição.
A diferenciação por discriminação ocorre quando trabalhadores de trabalhos e apti-
dões idênticos (substitutos perfeitos) recebem diferentes remunerações em razão de raça,
cor, gênero ou etnia.
Já a diferenciação por segmentação ocorre quando trabalhadores idênticos recebem
diferentes remunerações em razão de estarem em mercados segmentados, seja por área de
atuação, região de trabalho etc.
Muitas das diferenças salariais estão embasadas na teoria do capital humano, e não
somente na discriminação em si.

10 – TIPOS DE DESEMPREGO E SUAS CAUSAS

10.1. Desemprego Friccional

Vamos imaginar um mercado de trabalho em que a oferta iguala a demanda por trabalho.
Até agora, nossa aula tem tratado tal situação como pleno emprego e tem implicado
que não há desemprego nesse caso. No entanto, essa afirmação não é inteiramente verda-
deira. Mesmo quando o mercado está em equilíbrio ou em situação de pleno emprego, ainda
haverá algum desemprego friccional (ou natural), já que algumas pessoas estarão “entre
empregos”, ou seja, estarão em trânsito de um emprego para outro.

www.grancursosonline.com.br 16
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Nesse tipo de situação, a busca por emprego e o tempo gasto nessa atividade serão
a causa do desemprego friccional. Esse tipo de desemprego é inevitável em uma economia
que esteja sempre em transformação.

Podemos citar como exemplo a situação em que os tipos de bens exigidos pelas
empresas e pelas famílias variam ao longo do tempo.
Na medida em que a demanda por bens se modifica, o mesmo acontece com a
demanda pela mão de obra que produz esses bens.
A invenção do telefone celular, por exemplo, reduziu a demanda por “orelhões”,
e, por conseguinte, a demanda por mão de obra que produz esses equipamen-
tos. Ao mesmo tempo, isso aumentou a demanda por mão de obra na indústria de
celulares.

Note que leva algum tempo para que os trabalhadores e as empresas se adaptem a
essas mudanças na composição da demanda de bens. Perceba que a oferta de trabalho
continua igual à demanda. No entanto, haverá um grupo de trabalhadores desempregados
“entre empregos” e algumas firmas precisando desses trabalhadores. Enquanto eles não
“se acham”, haverá desemprego friccional.
Outra situação elucidativa é a de que os trabalhadores podem, também, deixar o
emprego para mudar de carreira, mudar para outra cidade ou, ainda, se ver repentinamente
sem emprego devido a falências.
Nessas situações, independentemente da causa, serão necessários tempo e esforço
para que o trabalhador encontre um novo emprego. Enquanto a oferta e a demanda de tra-
balho estiverem mudando, haverá desemprego friccional.
É importante ter em mente que o nível ou a quantidade deste desemprego friccional
dependerá dos fluxos de indivíduos que entram e saem do mercado de trabalho e da veloci-
dade com que as pessoas desempregadas encontram emprego.
Perceba que essa velocidade com que “pessoas e firmas se acham” pode ser influen-
ciada pelas políticas públicas.
Aqui se destacam dois tipos de políticas públicas e suas influências sobre o desem-
prego friccional: o seguro-desemprego e o serviço de informações.

1) Seguro-desemprego

Na prática, o seguro-desemprego aumenta o desemprego friccional, ou seja, aumenta


o tempo em que o desempregado leva para encontrar outro emprego.
Naturalmente, o desempregado que recebe os benefícios do seguro-desemprego é
menos pressionado a procurar um novo emprego, e tem mais probabilidade de rejeitar ofer-
tas de emprego que não sejam muito atraentes.

www.grancursosonline.com.br 17
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Nessa linha de raciocínio, acaba sendo verdadeira a afirmação de que o seguro-desem-


prego diminui o ímpeto de encontrar um novo emprego, aumentando, assim, o desemprego
friccional.

2) Serviço de informações

Amigo (a), observe que, caso o governo desenvolva agências de emprego que tenham
o objetivo de divulgar informações sobre vagas para empregos, com o fito de combinar tra-
balhadores e empregos com mais eficiência e rapidez, o desemprego friccional diminuirá.

DICA
Em suma, guarde o seguinte em relação às políticas públicas e ao desemprego
friccional: o seguro-desemprego aumenta o desemprego friccional, diferentemente
do aprimoramento do serviço de informações, que reduz o desemprego friccional.

10.2. Desemprego estrutural

Consideramos desemprego estrutural, como o próprio nome sugere, aquele decorrente


de mudanças na estrutura do emprego.
O desemprego estrutural aparece quando mudanças no padrão da demanda de traba-
lho fazem com que surja diferença entre as qualificações requeridas e as fornecidas em uma
determinada região.
Por conseguinte, agora teremos um desequilíbrio ocupacional.

Exemplo:
Vamos pensar no mercado de médicos e de dentistas.
Vamos supor que os salários no mercado de médicos são inflexíveis e que estes
são flexíveis no mercado de dentista.
Agora, suponha que, devido à crise no setor hospitalar, a demanda por médicos caia.
Nesse caso, se os salários desses empregados são inflexíveis no sentido de que
eles não podem diminuir (devido a cláusulas contratuais, sindicatos, normas sociais,
pressão dos trabalhadores etc.), haverá desemprego no mercado de médicos.
Se eles pudessem se tornar dentistas, sem custo, esses funcionários desemprega-
dos iriam mudar rapidamente para outros mercados, em que foi presumido que os
salários são flexíveis e que, por fim, todo o desemprego seria eliminado.
Mas não é isso que acontece. Em razão de os custos de ajustamento serem bas-
tante elevados e dos salários serem inflexíveis no mercado de médicos, haverá
desemprego estrutural nesse último mercado de trabalho.

www.grancursosonline.com.br 18
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Esse desemprego estrutural será decorrência direta do desequilíbrio ocupacional


e decorrência indireta da rigidez de salários e dos custos inerentes à mobilidade
ocupacional.
É importante ter em mente que o desemprego estrutural ainda pode surgir quando
há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda por mão de obra em algumas áreas.
Nessa situação, temos um desequilíbrio geográfico.
Exemplo:
Vamos pensar no mercado de trabalho de operários da construção naval de duas
regiões distintas, a região X e a região Y, onde os salários são inflexíveis para baixo
(rígidos) na região X e flexíveis na região Y.
Em nosso exemplo, quando há um desaquecimento da indústria naval na região X,
haverá redução na demanda por mão de obra nessa região.
Como resultado, em virtude da rigidez salarial, haverá desemprego na região X.
O mais natural e lógico, do ponto de vista econômico, seria os desempregados da
região X procurarem empregos na região Y, onde os salários são flexíveis e conse-
quentemente o desemprego seria eliminado.

Mas não é isso que acontece no mundo real, pois, muitas vezes, os trabalhadores
desempregados aguardam por empregos em sua região de origem, em sua cidade natal.
Pense comigo que isso acontece por três motivos:
A) Os fluxos de informações são imperfeitos, de forma que os trabalhadores podem não
estar cientes de que existem empregos disponíveis em outras regiões distantes;
B) Os custos diretos (custos financeiros) de tal mobilidade geográfica são elevados a
ponto de desestimular a migração;
C) Os custos psicológicos da mobilidade geográfica também podem ser fatores impedi-
tivos da migração, já que família, amigos etc., precisam ser deixados para trás.
Vale dizer que os três fatores inibem a mobilidade geográfica e, de fato, podem fazer
com que muitos trabalhadores que se tornam desempregados após o fechamento ou falência
de empresas não demonstrem qualquer interesse em buscar empregos em outras regiões.
Concluindo, temos um caso de desemprego estrutural que, dessa vez, é decorrên-
cia direta do desequilíbrio geográfico e decorrência indireta da rigidez salarial, dos
fluxos imperfeitos de informações e dos custos da mobilidade geográfica.

DICA:
As políticas públicas, da mesma maneira que interferem no desemprego friccional,
também têm o poder de influenciar o nível do desemprego estrutural.

www.grancursosonline.com.br 19
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Nesse sentido, as políticas públicas incluem:


1) Treinamento subsidiado com o fito de reduzir os custos da mobilidade ocupacional;
2) Informações a respeito das condições do mercado de trabalho de outras áreas
visando melhorar o fluxo de informações;
3) Subsídios para o deslocamento, visando reduzir os custos diretos da mobilidade
geográfica e acelerar o processo de ajustamento; e
4) Aviso prévio para demissões e fechamentos de empresas, para que os empre-
gadores que planejem fechar seus negócios avisem antecipadamente a seus funcionários, a
fim de acelerar o processo de ajustamento.
É importante deixar claro que as políticas públicas citadas acabam reduzindo também o
desemprego conjuntural, e que o desemprego estrutural visto até aqui ocorre em virtude de
desequilíbrios ocupacionais e geográficos.
É necessário ter em mente também que a causa inicial dos desequilíbrios vistos até
aqui é o fato de os salários serem rígidos (inflexíveis) nos mercados de trabalho em que
houve desemprego.

ATENÇÃO

Alguns autores de livros de economia conceituam o desemprego estrutural como sendo o


desemprego decorrente da rigidez salarial.

De acordo com Mankiw, o desemprego estrutural é “o desemprego resultante da rigidez


salarial e do racionamento de empregos”.
Mankiw diz, ainda, que “quando o salário real excede o nível de equilíbrio e a oferta de
trabalhadores excede a demanda, seria de se esperar que as empresas reduzissem os salá-
rios que pagam. O desemprego estrutural ocorre porque as empresas deixam de reduzir os
salários, apesar de um excesso na oferta de mão de obra.”

O PULO DO GATO

Podemos concluir que o desemprego que tem como origem a rigidez salarial deve
ser considerado um tipo de desemprego estrutural e que o desemprego causado
pela legislação do salário mínimo, pelo poder de monopólio dos sindicatos e pelos
salários de eficiência são tipos de desemprego estrutural, já que esses três fatores
são causadores de rigidez salarial.

www.grancursosonline.com.br 20
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

10.3 - Desemprego de Espera

Nós sabemos que os empregados que trabalham em empresas de salários mais baixos
naturalmente desejam trabalhar nas empresas de salários mais altos.
Assim, esse anseio pode fazer com que alguns funcionários de empresas de baixos
salários saiam de seus empregos mal remunerados, e se “vinculem” ao setor de altos salá-
rios, “aguardando” que ocorram vagas de emprego.
Dessa maneira, ele ficará à espera de uma vaga no setor de altos salários, já que
sempre haverá uma rotatividade mínima nesse setor (mortes, aposentadorias, mudanças de
cidade etc.).

Esse desemprego em que um trabalhador fica à espera de uma vaga no setor de


altos salários é chamado de desemprego de espera.
É importante que você observe que a rigidez salarial causada pelo pagamento
de salários de eficiência, além de causar desemprego estrutural, pode também causar
desemprego de espera, caso haja trabalhadores que decidam se vincular ao setor de
altos salários e ali esperar vagas de emprego.
A Teoria Econômica propõe várias explicações sobre o modo como os salários de
eficiência afetam a produtividade do trabalhador.

Vamos conhecer algumas delas.

1. Saúde do trabalhador

É fato que trabalhadores melhor remunerados podem arcar com os custos de uma dieta
mais nutritiva, e trabalhadores melhor alimentados e saudáveis são mais produtivos.
Seria, sem dúvida, vantajoso para a empresa pagar salários acima do nível de equilíbrio
para manter a mão de obra em boas condições de saúde.
Note que isso é quase irrelevante para mercados de trabalho em que o salário de equi-
líbrio já é suficiente para se manter uma boa saúde.

2. Rotatividade do trabalhador

Via de regra, salários altos, coeteris paribus, reduzem a rotatividade da mão de obra.
Perceba que os trabalhadores deixam o emprego por muitas razões: mudança de car-
reira, cuidar da família, mudança de cidade, posições melhores em outras empresas etc.
Note, entretanto, que quanto melhor uma empresa remunera seus trabalhadores, maior
o incentivo para que eles permaneçam na empresa.

www.grancursosonline.com.br 21
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Assim, por pagar um salário alto, uma empresa reduz a frequência com que seus empre-
gados pedem demissão, reduzindo, assim, o tempo gasto com contratação e treinamento de
novos trabalhadores.

3. Qualidade média da força de trabalho

Se uma empresa reduz seus salários, os melhores empregados podem aceitar empre-
gos em outros lugares, deixando a empresa com empregados não tão bons, que tenham
menos oportunidades alternativas.
Assim, essa opção desfavorável seria um exemplo de seleção adversa (a tendência de
que os trabalhadores melhor informados – nesse caso aqueles que têm consciência de suas
próprias oportunidades fora da empresa – se auto selecionem, de tal maneira que deixem em
desvantagem aqueles com menor nível de informação, a empresa).

Vamos elucidar essa seleção adversa com um exemplo.


Pense em dois Administradores, um formado pela FGV, com MBA em HARVARD,
e outro formado pela Faculdade Pagou Passou.
Aquele da FGV/HARVARD sabe das suas possibilidades, e só aceita entrar no mer-
cado de trabalho se receber, no mínimo, R$ 30.000,00.
Já o formado na Pagou Passou, sabedor de suas limitações, tem o salário de
reserva de R$ 2.000,00.
Caso a empresa ofereça a remuneração de R$ 3.000,00 aos seus Administradores,
a maior possibilidade é de que ela contrate o de baixa qualificação.
Caso ela ofereça R$ 40.000,00 aos seus executivos, haverá maior possibilidade
de contratar melhores profissionais, pois esses geralmente possuem salário de
reserva maior.

4. Esforço do trabalhador

Aqui, os teóricos da economia dizem que é muito custoso para as empresas manterem
o constante monitoramento de seus empregados.
Além disso, tal monitoramento nem mesmo é possível, de forma que os próprios empre-
gados decidem o empenho que irão dedicar ao trabalho.
Os trabalhadores podem trabalhar com afinco ou podem se esquivar do esforço, cor-
rendo o risco de serem descobertos e demitidos. Essa possibilidade de os trabalhadores
“enrolarem” no trabalho é chamada de risco moral (a tendência de os trabalhadores se
comportarem de maneira inapropriada quando seus comportamentos não estão sendo moni-
torados de modo eficaz).

www.grancursosonline.com.br 22
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Observe que a empresa pode reduzir o problema do risco moral pagando altos salários.
Quanto mais alto for o salário, maior será o custo da enrolação para o trabalhador no caso
de ele ser demitido.

DICA
Essas quatro teorias, apesar das pequenas diferenças, nos dizem que, uma vez
que a firma opera com maior eficiência no caso do pagamento de altos salários,
a empresa pode julgar lucrativo manter os salários acima do nível que equilibra
a oferta e a demanda. O resultado desse salário mais alto é mais desemprego
(desemprego estrutural e/ou de espera).

10.4 - Desemprego cíclico ou conjuntural

Mesmo quando a demanda iguala a oferta de mão de obra, ainda assim, há desem-
prego friccional e pode haver desemprego estrutural.
O primeiro surge devido ao dinamismo do mercado e ao período “entre empregos”,
enquanto o segundo surge devido a desequilíbrios geográficos ou ocupacionais na oferta e
na demanda, além da política de salário-mínimo, salários de eficiência e poder de monopólio
dos sindicatos.

Mas note que, quando acontece alguma flutuação na atividade econômica (um
“ciclo econômico”) que provoca redução, deficiência ou insuficiência na demanda
agregada da economia, e essa redução na demanda agregada da economia provoca
redução na demanda agregada pela mão de obra, nós temos o desemprego cíclico,
também chamado de desemprego por deficiência de demanda, por insuficiência de
demanda, desemprego conjuntural ou, ainda, desemprego keynesiano.
Sem dúvida, esse é um tipo de desemprego mais grave, merecendo, desse modo,
mais atenção por parte das autoridades.

Note que enquanto os desempregos friccional e estrutural são causados por fluxos
imperfeitos de informações ou desequilíbrios pontuais, o desemprego cíclico é provocado
pela queda no ritmo da atividade econômica.
Parte dos trabalhadores e da capacidade produtiva das empresas fica ociosa, ocasio-
nando perdas aos trabalhadores (através do desemprego) e aos empresários (através da
redução na produção).
É válido ressaltar mais uma vez que o desemprego ocorrerá em virtude da rigidez sala-
rial. Caso contrário, o mercado se ajustaria automaticamente e não haveria desemprego.
Vale abrir outro parêntese e dizer que, apesar de ter sido falado que a rigidez dos salá-
rios reais também é causadora do desemprego estrutural, as duas situações (desemprego
estrutural x desemprego cíclico) não se confundem.

www.grancursosonline.com.br 23
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Já sabemos, mas vamos deixar destacado em nossas mentes que o desemprego estru-
tural, a demanda agregada por trabalho, é igual à oferta agregada de trabalho, mas, mesmo
assim, haverá desemprego estrutural devido a alguns desequilíbrios pontuais que, por sua
vez, têm suas raízes calcadas na rigidez salarial.
Também estamos cientes de que, no desemprego cíclico, a demanda agregada por tra-
balho é inferior à oferta agregada de trabalho, e a rigidez salarial é o mecanismo que impede
o ajuste automático entre demanda e oferta, causando, assim, desemprego cíclico/keyne-
siano/conjuntural.

Concluímos, portanto, que a rigidez salarial está presente nos vários tipos de
desemprego (desemprego estrutural, cíclico – e também no desemprego friccional),
mas as situações são diferentes, pois, no caso do desemprego cíclico, a demanda por
mão de obra é menor do que a oferta de mão de obra. Nos outros casos, a demanda é
igual à oferta, mas o desemprego é causado por desequilíbrios pontuais (geográfico,
ocupacional, fluxo imperfeito de informações etc.).

Lembre-se de que, ao estudarmos o desemprego estrutural, nós aprendemos os


motivos pelos quais há rigidez salarial: salário-mínimo, sindicatos e salários eficiência. No
entanto, esses motivos da rigidez salarial estão associados à situação em que a demanda
agregada por trabalho é igual à oferta agregada de trabalho (caso dos desempregos estru-
tural e friccional).

10.5 - Desemprego sazonal

Finalmente, o tipo de desemprego classificado como sazonal é decorrente de deficiên-


cia na demanda por mão de obra.
A princípio, você pode ver que se assemelha ao desemprego cíclico, no entanto há uma
grande diferença entre este e aquele.
No desemprego sazonal, as flutuações são previsíveis e podem ser antecipadas regu-
larmente. O caso mais comum, certamente, é o do trabalho agrícola, em que há a época do
plantio, da colheita e da entressafra.
Devido à sazonalidade, ocorre desemprego em certas épocas do ano, tal desemprego
é denominado desemprego sazonal, sendo causado pela insuficiência de demanda.

Uma pergunta que pode surgir é: por que os trabalhadores aceitam empregos em
setores em que eles já sabem antecipadamente que ficarão desempregados por
uma parte do ano?

www.grancursosonline.com.br 24
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Para alguns trabalhadores, a existência de benefícios de seguro-desemprego, junta-


mente com a certeza de que serão recontratados ao fim da temporada de demanda fraca,
pode lhes permitir que tratem esses períodos como sendo férias pagas.
No entanto, a maioria dos trabalhadores poderá considerar tal situação indesejável,
já que os valores do seguro-desemprego não são a mesma quantia de suas remunerações
quando estão efetivamente trabalhando.
Assim, para atrair trabalhadores para esses setores sazonais, as empresas terão que
lhes pagar salários mais elevados do que o de outras profissões “regulares”.
Esses salários mais altos servirão para compensá-los pelo fato de ficarem periodica-
mente desempregados.
Assim, podemos concluir que, em setores onde ocorre o desemprego sazonal, há um
diferencial de salários compensatórios com o objetivo de compensar os trabalhadores que
aceitam trabalhar em setores de elevado risco de desemprego.
Da mesma maneira, a existência desses diferenciais de salários que compensam os
trabalhadores que aceitam trabalhar em setores sazonais torna difícil avaliar se esse tipo de
desemprego sazonal (que ocorre nas épocas de baixa demanda) é voluntário, pelo fato de
o trabalhador ter aceitado a situação e o risco de ficar desempregado, ou involuntário, pelo
fato de, uma vez estando empregado, preferir permanecer empregado em vez de se tornar
desempregado.
A conclusão é que esse desemprego (sazonal) pode ser considerado voluntário
ou involuntário, dependendo da perspectiva que se esteja assumindo.
Para encerrar o estudo teórico de hoje, vamos conhecer o que é a taxa natural de
desemprego.

11 – A TAXA NATURAL DE DESEMPREGO

Na verdade, esse conceito apresenta várias definições, tiradas de vários livros diferen-
tes, e todas igualmente relevantes e com a mesma possibilidade de serem cobradas em prova.
O conceito mais simples nos diz que a taxa natural de desemprego corresponde à taxa
de desemprego em direção à qual a economia gravita no longo prazo, consideradas todas
as imperfeições do mercado de mão de obra que impedem os trabalhadores de encontrar
emprego instantaneamente.
Outro autor nos diz que a taxa natural de desemprego é sinônimo de taxa de desem-
prego de pleno emprego, no sentido de que é a taxa de desemprego em que as vagas de
emprego igualam o número de trabalhadores desempregados (haverá basicamente desem-
prego friccional).
Outra definição é a de que é a taxa de desemprego em que aumentos na demanda
agregada não causarão novas reduções no desemprego, ou, ainda, é a taxa de desem-
prego em que todo desemprego é voluntário (friccional e talvez sazonal).

www.grancursosonline.com.br 25
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Existe, ainda, definição como sendo a taxa em que o nível de desemprego não muda
e em que tanto os fluxos rumo ao desemprego como sua duração são normais, ou seja, é a
taxa ao redor da qual a taxa de desemprego varia ao longo do tempo.
Na verdade, a conclusão que você deve guardar é de que a taxa natural de desem-
prego é a taxa condizente com a situação de pleno emprego prevalecente em tempos
“normais”.

DICA
É a relação existente entre a perda e a obtenção de trabalho que determina a taxa
natural de desemprego.

Nessa linha de raciocínio, note que a taxa natural de desemprego depende da taxa de
perda de emprego e da taxa de obtenção de emprego, ou seja, quanto mais alta for a taxa de
obtenção de emprego, menor será a taxa natural de desemprego e quanto mais alta a taxa
de perda de emprego, maior o desemprego natural.
A Taxa de Desemprego (TdD) é a razão entre os trabalhadores desempregados e o total
de trabalhadores:

TdD = D / L

Temos novas variáveis:

o: taxa de obtenção de emprego

p: taxa de perda de emprego

A taxa natural (estado estacionário) indica que a quantidade de trabalhadores desem-


pregados que encontra um emprego é igual a quantidade de trabalhadores empregados que
perdem seus postos de trabalho. Assim, temos:

o.D = p.E

É importante conhecer e distinguir os termos acerca desemprego natural e desemprego


real, conhecendo a sua composição:

DESEMPREGO NATURAL = ESTRUTURAL + FRICCIONAL

DESEMPREGO REAL = NATURAL + CÍCLICO

www.grancursosonline.com.br 26
RESUMÃO DE ECONOMIA DO TRABALHO PARA AFT
Conceitos Fundamentais

Friccional Conjuntural Estrutural


Aquele que surge em momentos de
De caráter temporário, de curto recessão da economia, causado, Desemprego estrutural, também
espaço de tempo. principalmente, por crises internas ou chamado de tecnológico.
externas.

12 – SALÁRIOS DE EFICIÊNCIA

Podemos conceituar os salários de eficiência como salários acima do equilíbrio, e que


tenham como objetivo o aumento da produtividade por parte do trabalhador.
Fica evidente, portanto, que existe uma relação direta entre a remuneração recebida
pelo trabalhador e sua produtividade.

DICA
Associe, nessa situação, as palavras eficiência e produtividade.

Assim, quanto mais um trabalhador ganha, mais ele se empenha, mais ele produz.
Nessa toada, alguns empregadores pagam salários de eficiência a seus empregados,
no intuito de aumentarem seus lucros.
Esses empregadores sabem que os ganhos adicionais provenientes do pagamento
desses altos salários serão maiores que os custos adicionais, de forma que seus lucros serão
aumentados, apesar do aumento de custos em seu total.
O resultado dessa estratégia de utilização de salários de eficiência é a rigidez salarial
causada nesse mercado de trabalho; e, conforme já vimos, tal rigidez é causadora de desem-
prego estrutural.
Por outro lado, em contraste, o pagamento de salários de eficiência pode ocasionar
outro tipo de desemprego: o desemprego de espera.

www.grancursosonline.com.br 27
#VEM
SER
GRAN
ASSINATURA
ILIMITADA
CONCURSOS, OAB E RESIDÊNCIAS

Mude de vida. Garanta seu


futuro com a melhor plataforma de
estudos para concurso público.
A realização do seu sonho merece um
investimento de qualidade. Não desperdice
tempo, dinheiro e energia. Invista no seu sucesso,
no seu futuro e na sua realização profissional.

Assine AGORA a melhor e mais completa


plataforma de ensino para concursos públicos.
Sua nomeação na palma da sua mão com a
Assinatura Ilimitada 6.0 do Gran Cursos Online.

FACILITE SEUS ESTUDOS: TUDO NO SEU TEMPO VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO:
rotas de aprovação, mapas E ESPAÇO: mentorias diárias, ao vivo,
mentais, resumos e faça o download de e fórum de dúvidas não
exercícios irão te guiar por videoaulas e de PDFs e te deixarão só
um caminho mais simples estude onde e quando nesta caminhada.
e rápido. você quiser e puder.

TUDO DE NOVO QUANTAS NÚMEROS GRANDES: TUDO NA SUA MÃO:


VEZES VOCÊ QUISER: milhares de alunos só a Assinatura Ilimitada
quantas vezes você quiser, aprovados, mais de 1 milhão oferece, de forma livre
quantas vezes você precisar, de questões, mais de 23 mil e gratuita: Gran Questões,
estude com o material mais cursos e centenas de Gerenciador de Estudos,
atualizado e de melhor professores para te ajudar Audiobooks e muito mais!
qualidade do mercado. a passar.

Contato para vendas: Quero ser assinante


(61) 99884-6348 | No horário das Seg. a quinta até as 22h e Sex até as 21h. ilimitado agora

Você também pode gostar