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Lição 4 - O Problema da

Empregabilidade

Estudaremos agora um dos maiores desafios dos governantes de qualquer


país: atenuar o problema dos índices de desemprego. Você compreenderá
que a população de uma nação é formada por pessoas dependentes e pro-
dutivas; que dentre as pessoas que têm possibilidade de estarem produzin-
do para o sistema, muitas podem estar fora do mercado devido a fatores
diferenciados.

Entenderá ainda como é formado o índice de desemprego e assimilará a


importância da mão de obra ocupada.

1. Conceito
A Economia tem participação efetiva no levantamento das causas e con-
sequências do problema do desemprego. A medição dos índices que dizem
respeito à taxa de ocupação, desemprego e outros indicadores dos níveis de
absorção de mão de obra é realizada por técnicos ligados ao governo, bem
como à iniciativa privada.

Muitos profissionais que atuam nessas análises são demógrafos1, outros são es-
tatísticos, mas quase sempre economistas participam deste processo, pois as
implicações socioeconômicas são objeto contínuo de estudo.

Conheça resumidamente alguns dos conceitos utilizados como base para


análise da empregabilidade.

1. Demógrafo
Cientista que estuda os fenômenos populacionais.

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1.1 População Economicamente Ativa – PEA

População Economicamente Ativa (PEA) de um país corresponde ao seu con-


tingente populacional – pessoas entre 10 e 60 anos nos países subdesenvol-
vidos, e entre 15 e 60 anos nos desenvolvidos – voltado para o mercado de
trabalho, ou seja, que está trabalhando ou procurando emprego.

Por esse motivo também é chamada de força de trabalho (soma das pessoas
empregadas e desempregadas). Importante lembrar que, nesse conceito, o
desempregado é o indivíduo que, embora não esteja trabalhando, está à pro-
cura de uma ocupação remunerada.

PEA = Total de pessoas empregadas + Total de pessoas desempregadas

1.2 População Economicamente Inativa – PEI

A População Economicamente Inativa (PEI) de um país é formada pelas pes-


soas que não estão trabalhando, nem procurando emprego, como as crianças
com menos de 10 anos de idade, estudantes, aposentados e donas de casa.

Nos países desenvolvidos, é comum que a PEA seja mais elevada, em termos
relativos, do que a dos subdesenvolvidos. Entre outros fatores, isso ocorre
porque o número de crianças é menor e apresentam uma economia bem
mais poderosa que a dos países subdesenvolvidos. A economia dos líderes
econômicos mundiais apresenta uma abrangente rede de atividades que se
interelacionam de forma bastante intrincada, o que permite ampla oferta de
trabalho, especialmente no setor de serviços.

O percentual de população economicamente ativa do Brasil é bastante se-


melhante ao das três maiores potências do mundo: Estados Unidos, Japão e
Alemanha. Essa semelhança não significa que a PEA brasileira tenha a mes-
ma expressividade relativa da PEA desses países. Isso se explica à medida que,
como já foi dito, os países desenvolvidos não incluem – diferentemente do
que ocorre no Brasil – crianças entre 10 e 15 anos de idade no seu contingente
ativo, pois nessa faixa etária as crianças dos países ricos estão estudando.

Portanto, se excluirmos a participação relativa dessas crianças, que é muito


alta, do cálculo da PEA no Brasil, ela será bem menor do que se apresenta.

Em 1996, a PEA brasileira era da ordem de 73,1 milhões de habitantes, o que


correspondia a aproximadamente 47% da população total do país, que naque-
le ano era de aproximadamente 157 milhões de habitantes.

O número de PEA, no entanto, não retrata a efetiva participação da população


brasileira no mercado de trabalho, pois inclui apenas os que participam da
economia formal (oficial ou legalizada), como profissionais liberais (médicos,
dentistas, advogados) e empregados assalariados devidamente registrados.
Milhões de brasileiros ficam fora do cálculo, pois se dedicam a atividades na,

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cada vez mais expressiva, economia informal (não legalizada ou clandestina),
como camelôs, guardadores de carros etc.

Veja também:
É preciso chamar a atenção para alguns fatos, mostrando que estes números não são
absolutamente precisos e sim uma aproximação, pois alguns dados “escapam” da
estatística. Observe:
1. Há aposentados que continuam trabalhando (inclusive formalmente);
2. Também alguns menores de 16 anos de idade (idade legal para o trabalho,
exceto o menor aprendiz, que pode trabalhar a partir dos 14 anos.)
3. Muitos militares trabalham na economia privada, para complementar o
salário, e o fazem de maneira informal.
4. Principalmente, há milhares de pessoas que trabalham, na informalidade.
Apesar disso, esta categoria de pessoas consome produtos e, portanto,
são interessantes em dados como produção, consumo, etc.

1.3 Taxa de Participação na Força de Trabalho

A taxa de participação na força de trabalho é definida como a porcentagem


da população que se encontra na força de trabalho – PEA –, mas que real-
mente está trabalhando. É o indicador real da população ocupada, ou seja,
taxa de ocupação. É um índice extremamente importante, pois indica qual ní-
vel da população está recebendo renda e, por consequência, pode atuar como
consumidor das disponibilidades em termos de oferta.

Taxa de participação Parcela do PEA


= × 100
na força de trabalho que está trabalhando
Força de trabalho

1.4 Taxa de Desemprego

A taxa de desemprego é definida como a porcentagem da força de trabalho


que está desempregada.

Taxa de desemprego = No de pessoas desempregadas × 100


Força de trabalho

2. Composição da População Quanto à Ocupação


Do total da população de um local determinado, podemos identificar que
existem várias estratificações. Algumas pessoas têm qualificação e podem
estar trabalhando ou desempregadas, formando o conhecido PEA, ou seja,

Estratificação: sociologia.
Processo de diferenciação das diversas camadas sociais que compõem uma sociedade,
agrupadas a partir de suas relações e dos valores culturais, o que vem a constituir sua
separação em classes, estados ou castas.
Fonte: dicionário Houaiss.

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a força de trabalho. O restante são pessoas que não trabalham e não estão
procurando emprego, as quais acabam representando importante parcela de
população dependente. Alguns autores chegam a identificá-la como popula-
ção na situação chamada de lazer, embora possamos localizar nesta situação
muitas pessoas que exercem atividades sem remuneração, como donas de
casa, estudantes, religiosos etc.

Criando-se uma disposição gráfica destes segmentos da população, temos:

População Total
Trabalho

Empregados População
Força de

Dependente
Desempregados (Lazer)

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