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O desemprego no Brasil

Segundo informações do IBGE, o desemprego é a contagem de pessoas que


estão em idade legal para trabalhar, ou seja, acima de 14 anos, e que não estão trabalhando,
porém também estão ativamente buscando emprego. Isto difere de pessoas que tem idade
legal para trabalhar, porém não são consideradas desempregadas pois são estudantes em
dedicação integral ao estudo, pessoas que não busquem emprego (fora da força de trabalho),
empreendedores com negócio próprio (ocupados), dentre outros. Por isso, o termo oficial
utilizado atualmente pelo IBGE é desocupados.

1 – Taxa de desemprego

Segundo informações do IBGE, a atual taxa de desocupação é de 13,1%,


calculada no 3º trimestre de 2020, sendo 14,1 milhões de brasileiros desempregados. A taxa é
calculada com base na população que é considerada força de trabalho: os brasileiros que
possuem mais de 14 anos e que estão trabalhando ou procurando trabalho.

A população de desalentados, que são pessoas fora da força de trabalho que


não estão mais procurando emprego por não acreditarem que encontrariam ou que desistiram
de procurar é de 5,9 milhões de pessoas no 3º semestre de 2020.

Além disso, a taxa de subutilização do trabalho é de 30,3% também no 3°


semestre de 2020. Isto significa que toda esta população possui horas de trabalho insuficientes
ou subocupadas.

2 – Desemprego e Renda

Com o desemprego, obviamente há uma redução de renda, uma vez que o


salário se torna ou inexistente ou reduzido ou a fonte de renda se torna informal. Desta forma,
a renda média das famílias acaba caindo com o desemprego, uma vez que divide-se menos
entre o mesmo número de pessoas. É muito comum que pessoas que se tornam
desempregadas ou subocupadas aceitem empregos com salários menores quando finalmente
encontram uma vaga. Portanto, há uma relação inversamente proporcional entre desemprego
e renda: quanto maior a taxa de desemprego, menor a renda média do trabalhador.

3 – Percepção sobre o desemprego no Brasil

a) Tipo de desemprego

Segundo O’Sullivan (2004, pp. 281-282) pode-se dividir o desemprego em três


tipos:
- Desemprego cíclico: acompanha as variações do PIB real, subindo os índices
quando o PIB cai e vice-versa. Isto se dá devido a ligação com a situação econômica no
momento, que pode gerar seguranças e incertezas que afetam a capacidade ou vontade de
contratação de diversos setores.

- Desemprego friccional: é o de ocorrência natural, mesmo em tempos de


crescimento econômico. As razões são várias, como mudanças de emprego, de moradia, busca
contínua de empregos melhores com melhores salários pode fazer com que uma pessoa
espere uma vaga que mais a agrade ao invés de aceitar o primeiro emprego que encontrar.

- Desemprego estryutural: acontece por diversos fatores, por exemplo quando


a oferta de certos empregos é maior que a capacidade dos candidatos de atende-la; por falta
de capacidade de oferta de emprego pelas empresas, devido a encargos trabalhistas;
empregos em áreas onde não há trabalhadores capacitados para ocupar as posições; posições
de trabalho substituídas por novas tecnologias mais eficientes e baratas;

b) Dificuldades de mensuração

Segundo o IBGE, a população brasileira pode ser dividida quatro classificações,


de acordo com o mercado de trabalho:

- Ocupados: empregados, trabalhadores autônomos, empregadores,


trabalhadores dosmésticos, trabalhadores familiares auxiliares. Nos índices de ocupados
entram também aqueles que não possuem carteira assinada ou trabalham na informalidade.

- Descupados: não estão trabalhando, porém estão procurando trabalho e


dispostos a assumir um cargo caso encontrem.

- Fora da força de trabalho: aposentados, pessoas que buscaram trabalho e


não estavam disponíveis, pessoas que não buscaram trabalho e estavam disponíveis,
adolescentes que apenas estudam, donas de casa que não trabalham fora, pessoas sem
interesse ou sem condições de trabalhar, desalentados.

- Abaixo da idade de trabalhar: população menor de 14 anos

As dificuldades de se mensurar o desemprego ou os seus diversos tipos


provém das próprias pesquisas. Como parte dos segmentos do mercado de trabalho não é
medido objetivamente, o relato do entrevistado é a única fonte de dados nesses casos. O
entrevistador não tem maneiras de verificar se as informações relatadas são verdadeiras. Pelo
estigma que a sociedade coloca sobre a pessoa que não tem uma ocupação, é possível que o
número de pessoas desalentadas seja maior. Porém isto não alteraria de forma considerável os
níveis de desemprego, já que os números de ocupados são mais fáceis de se mensurar.

c) Informalidade

Com o aumento das taxas de desemprego, há um crescimento da


informalidade do trabalho. O mercado de trabalho brasileiro ainda é marcado por fortes
diferenças entre os setores produtivos, altos índices de informalidade, baixos salários e
desigualdades gritantes (IBGE, p.12, 2020). Apesar de ser parte do mercado de trabalho
brasileiro, a informalidade é a razão de parte da desigualdade na renda, o que leva a
desproteção destes trabalhadores pela seguridade social e demais mecanismos de proteção
social provenientes da formalização, como aposentadoria, seguros e licenças. A diferença de
rendimentos em comparação ao trabalhador formal é visível, e reflete, demograficamente, os
grupos mais historicamente vulneráveis na sociedade.

Inflação

1 – O que é inflação: história econômica antes e depois do Plano Real

Segundo o Banco Central, a inflação é o aumento do valor de bens e serviços.


Desta forma, ocorre um menor poder de compra da moeda. Ela é calculada com base em
índices diversos, sendo um deles o IPCA, índice de preços ao consumidor amplo, e com esta
referência são calculadas as metas para a inflação em um determinado período.

O Plano Real foi uma política econômica de estabilização, levando a


desaceleração da inflação na década de 90 do Brasil. O cenário anterior era de inflação
descontrolada, trocas constantes da moeda, perda de valor dos salários de um dia para o outro
e aumento da desigualdade social, afinal o aumento de itens básicos prejudica muito mais a
população economicamente vulnerável.

Com sua implantação, houve um ajuste fiscal de emergência, com corte de


gastos e flexibilidade orçamentária para socorrer a economia. Foi feita uma transição de
moeda corrente para o real por meio de uma moeda de transição, a URV, que era indexada ao
dólar e freou a inflação descontrolada, já que a indexação feita com base na inflação anterior
ajustava os preços a níveis absurdos.
Após a implantação, o Plano Real gerou um período de estabilidade
econômica, favorecendo reformas fiscais e financeiras, fortalencendo o Banco Central e
reduzindo a desigualdade de renda.

2 – Índice de preços

Utilizados para medir a inflação. É uma média de vários preços, de diversas


categorias econômicas, para juntá-las em um único valor. Existem diversos índices:

- IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE. Este é o


índice utilizado pelo BC.

- INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor do IBGE

- IPC-Fipe – Índice de Preços ao Consumidos da Fipe

- IGP – Índice Geral de Preços da FGV

3 – Taxa SELIC

O Comitê de Política Monetária decidiu na sua última reunião em 20/01/2021


manter a taxa SELIC em 2,00% ao ano. A SELIC vem em tendência de manutenção após uma
queda histórica de 14,25 % ao final de 2016 para os atuais 2%.

Segundo informações do site do Banco Central do Brasil


(bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic acessado em 04/02/2021 às 09:41), “a SELIC é a taxa
básica de juros da economia”. É uma forma do Banco Central de controlar a inflação, pois ela
influencia todas as outras taxas de juros do país, principalmente as taxas de crédito praticadas
pelos bancos.

4 – Histórico das metas para a inflação

Segue a tabela retirada do site do BC para o histórico de metas para a inflação:

Referências:
O’Sullivan, Arthur. Introdução à economia: princípios e ferramentas. São Paulo: Prentice Hall,
2004.

BRASIL. IBGE. (org.). Desemprego. Disponível em:


https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php. Acesso em: 04 fev. 2021.

BRASIL. BANCO CENTRAL DO BRASIL. (org.). Taxa SELIC. Disponível em:


https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic. Acesso em 04 fev. 2021.

BRASIL. BANCO CENTRAL DO BRASIL. (org.). Plano Real. Disponível em:


https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/planoreal. Acesso em 04 fev. 2021.

BRASIL. BANCO CENTRAL DO BRASIL. (org.). índices de preços. Disponível em:


https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/indicepreco. Acesso em 04 fev. 2021.

BRASIL. BANCO CENTRAL DO BRASIL. (org.). Histórico de metas para a inflação. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicometas. Acesso em 04 fev. 2021.

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