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Autor:
Celso Natale
21 de Julho de 2023
SUMÁRIO
1 Equilíbrio no Mercado de Trabalho ................................................................................................. 3
4 Intervenção Governamental........................................................................................................... 26
Resumo ..................................................................................................................................................... 39
Questões Comentadas........................................................................................................................... 41
Lista de Questões.................................................................................................................................... 59
Gabarito.................................................................................................................................................... 66
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INTRODUÇÃO
Saudações!
Apesar de serem assuntos fascinantes e muito “cobráveis”, não há muitas questões sobre o tema,
então elaborei várias para ajudar a fixar os conceitos.
Boa aula!
@profcelsonatale
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Você pode estar pensando: Ora, ora, temos um Sherlock por aqui!
E tudo bem. Realmente, é uma obviedade. O salário é definitivamente a variável mais importante
na determinação do equilíbrio do mercado de trabalho.
Então, existe determinado nível salarial, ou seja, um valor do salário de mercado, que resultará
em iguais quantidades demanda e ofertada de trabalho.
Sendo assim, para nossos propósitos, convém definir o que é esse tal de equilíbrio.
Agora, vamos revisitar a demanda por trabalho e a oferta de trabalho, sob uma perspectiva um
pouco diferente e, felizmente, mais simples, definindo suas curvas.
Vamos supor, inicialmente, que exista, no nosso mercado fictício, uma única empresa disposta a
pagar salários de até R$7.000 para contratar um trabalhador. Vamos chamar essa empresa de
Alfa.
Sabemos que a Alfa faz isso porque é lucrativo para ela, por causa de sua estrutura de custos etc.
Mas isso não é o mais importante agora.
O que devemos saber, para nossos fins atuais, é que ao salário de R$7.000 somente um
trabalhador será contratado.
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Depois Alfa, temos duas pessoas – que vamos chamar de Beta e Gama – dispostas a pagar, no
máximo, R$5.500 de salário para um trabalhador.
Até aqui, se o salário for fixado em R$5.500, três trabalhadores serão demandados, certo?
Afinal, Alfa está disposta a pagar até R$7.000, então ficará feliz em pagar R$5.500 (isso significa
que ela terá um lucro), enquanto Beta e Gama pagam, no máximo exatamente, esse salário.
Para podermos montar nossa curva de demanda, vamos dizer que existem mais três empresas
(Delta, Epsilon e Zeta, se quiser) que pagariam, no máximo, R$5.000 para um trabalhador.
Com essas seis empresas, finalizamos a nossa tabela da demanda, a partir da qual derivaremos
a curva da demanda por trabalho.
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Para começar a desenhar a curva da demanda, vamos convencionar, como é na Economia, que
no eixo horizontal (também chamado eixo das abcissas1), vamos demonstrar as quantidades
demandas de trabalho, que representamos pela palavra “Emprego”:
No eixo vertical, ou eixo das ordenadas, vamos colocar os valores de “salário”. Quanto mais alto
o salário estiver no eixo vertical, bem... maior será o salário:
Combinando os dois eixos, temos nosso gráfico em duas dimensões: Salário e Emprego:
Mas ainda falta alguma coisa... Sim! É a curva da demanda por trabalho. Para construir a curva,
vamos transformar cada linha da tabela em um ponto no gráfico:
1
Para lembrar: as abcissas ficam abaixo.
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Mas talvez você esteja pensando: “Ok, professor... mas só vejo três pontos. Não tem curva
nenhuma aí!”.
E você tem razão! Fizemos uso de uma simplificação enorme ao construir nossa tabela: apenas
6 empresas.
Em um mercado competitivo, por definição, existem inúmeras empresas que dispostas a pagar
diferentes salários máximos.
Há quem esteja disposto a pagar R$6.500, mas há também quem pague até R$6.499,99, por
exemplo.
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E essa é uma verdadeira curva da demanda por trabalho, e dela podemos tirar algumas
conclusões muito importantes para nossos propósitos:
Veja que a curva da demanda por trabalho é decrescente. Isso significa que
quando diminuímos o salário, a quantidade demandada por trabalho aumenta.
Isso decorre da lei da demanda, que nos diz que preço (salário, no caso) e
quantidade demandada são inversamente relacionados: quando um cresce,
o outro diminui. Vale para os mercados de bens e serviços, e vale para o mercado
de trabalho.
Isso é o que há de mais importante na curva da demanda. Por isso, vamos usar uma “curva”
simplificada: uma reta, como esta:
Não se preocupe com o nome. Ela continuará sendo uma curva de demanda, pois continuará
estabelecendo a relação entre as variáveis salário e quantidade demandada da forma certa:
inversamente relacionados.
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Você já entendeu que quanto menor o salário, maior será a quantidade demandada por
trabalho, certo? Quanto maior o salário, menor a quantidade demandada.
Contudo, pode ser interessante saber qual será o tamanho da variação na quantidade
demandada de trabalho diante de uma variação no salário.
O nome completo e mais informativo seria elasticidade da demanda por trabalho em relação
ao salário, mas vamos chamar apenas de elasticidade da demanda.
Isso fica mais fácil de ver na curva da demanda, então vamos direto a ela.
Em M1, o salário está em R$80,00 (como mostra a linha pontilhada horizontal mais acima), e a
quantidade de trabalho demandada é de 10 unidades.
Em M2, o salário passou a ser R$60,00, e a quantidade demandada subiu para 25 unidades. Isso
era esperado; afinal, quando o salário cai, a quantidade demandada sobe.
Analisando mais a fundo, vemos que o salário variou -25% (de R$80 para R$60) e isso causou
uma variação de +150% na quantidade demandada (de 10 para 25).
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V1 - V0
V0
Você percebeu que, no nosso exemplo, mesmo o salário caindo relativamente pouco, a
quantidade demandada aumentou muito?
Agora faço um desafio: você acha que essas empresas são sensíveis (reagem fortemente às
mudanças salariais, são elásticos) ou insensíveis (reagem pouco, são inelásticos)?
Certamente são muito sensíveis, são muito elásticas, reagem fortemente às mudanças salariais –
nesse caso, uma pequena redução no salário levou a uma “explosão” na demanda por
trabalhadores.
Mas para podermos afirmar se uma demanda é elástica ou inelástica em relação ao salário,
precisamos aprender, finalmente, a calcular a elasticidade da demanda.
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No nosso exemplo anterior, a variação da quantidade demandada foi de +150%, diante de uma
variação do salário de -25%. Vamos calcular nossa elasticidade.
Aqui cabe uma observação. A elasticidade da demanda será negativa, pois salário e quantidade
demandada andam em direções opostas (quando um deles aumenta, o outro diminui).
Por esse motivo, os economistas (e as bancas de concurso) costumam omitir esse sinal de
negativo, para não ter de repeti-lo o tempo todo.
(ANAC/Analista Administrativo)
A relação entre preço e quantidade demandada é direta, logo o valor da elasticidade-preço da
demanda será sempre negativo.
Comentários:
Para começar a relação entre preço (incluindo salários) e quantidade demandada é, em regra,
inversa, e não direta. Isso quer dizer que eles andam em direções opostas: quando o preço
aumenta, cai a quantidade demandada, e vice-versa.
Dizer que será negativa, no contexto estrito de Economia do Trabalho, estaria correto.
Gabarito: Errado
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Perceba que o menor grau é quando não tem elasticidade nenhuma, indicando que as empresas
“não estão nem aí” para mudanças salariais. Continuarão contratando a mesma quantidade.
Precisamos saber identificar, por meio da curva de demanda, qual é o grau da elasticidade da
demanda. Vamos começar!
Quando a demanda é perfeitamente inelástica em relação ao salário, como no caso dessa curva
acima, não importa para onde vá o salário, que a quantidade demandada continua exatamente
a mesma.
Vamos calcular:
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E assim é a demanda perfeitamente inelástica: igual a zero, não tem elasticidade nenhuma, pode
mudar o salário à vontade que a quantidade demandada será sempre a mesma (10, no gráfico
exemplificativo).
Dessa vez, uma variação de -75% no salário levou ao aumento de 20% na quantidade
demandada de trabalho.
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A elasticidade é igual a 6. Significa que é maior que 1 e menor do que ∞, o que a torna uma
demanda elástica em relação ao salário.
A demanda pode ser, também, perfeitamente elástica, quando seu valor tende ao infinito.
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Aqui, no nosso caso, a R$40, as empresas podem demandar 10, 30, 50... mas também 17, 328,
1.598.124 unidades etc. Vai depender da oferta...
Se o salário subir, a demanda vai para zero, ou seja, ninguém vai querer contratar mais. Se o
salário cair, a demanda tenderá ao infinito.
Já sabemos que a curva de demanda por trabalho pode ser mais ou menos elástica. Agora, resta
saber quais fatores determinam essa elasticidade.
A elasticidade da demanda por trabalho é influenciada por vários fatores que afetam a
sensibilidade da quantidade de trabalho demandada em resposta a mudanças nos salários ou
condições de trabalho. Alguns dos principais fatores que determinam a elasticidade da demanda
por trabalho incluem:
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É importante ressaltar que a elasticidade da demanda por trabalho pode variar de acordo com
as condições específicas do mercado e da economia em um determinado momento. Cada setor
e ocupação podem ter suas características distintas que influenciam a elasticidade da demanda
por trabalho.
Com que aprendemos sobre a curva de demanda, construiremos bem mais rapidamente a curva
de oferta de trabalho.
Assim como acontece com a demanda, a curva da oferta é a demonstração gráfica da quantidade
ofertada de trabalho para cada nível de salário.
Isso acontece porque quem define a oferta é o trabalhador, e, para ele, quanto maior for o salário,
mais interessante será trabalhar (abdicando de lazer, certo?).
Sendo que cada trabalhador possui o que chamamos “Salário de reserva”. Por exemplo: se o
salário de reserva de determinado trabalhador por de R$5.000, significa que ele está disposto a
trabalhador por, pelo menos, R$5.000. Obviamente, ninguém é bobo, então ele também
trabalhará por salários superiores.
Salário de Reserva
É o menor salário que cada trabalhador está disposto a receber para ofertar sua
força de trabalho.
Cada trabalhador tem o seu próprio salário de reserva, alguns os têm maiores,
outros menores, mas todos os definem avaliando o custo-benefício de
trabalhar, ou seja, comparando-se as horas de lazer perdidas em comparação
com a remuneração que proporciona o consumo.
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Então, vamos direto para a nossa curva de oferta de trabalho, que também é traçada
considerando as variáveis Salário e Emprego.
Até aqui, acho que tudo está fazendo sentido, certo? Então, daremos um passo adiante.
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Lembre-se que utilizamos o “w” de “wages” (salário em inglês), enquanto o asterisco serve para
representar uma situação de equilíbrio.
Apenas para esclarecer: o salário nominal (ou monetário) é aquele que usamos comumente, é
aquele que aparece nos holerites, contracheques, leis e noticiários. Os salários reais, por outro
lado, descontam a inflação, pois medem quanto a remuneração do trabalho compra em bens e
serviços.
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Significa que a situação gera a melhor situação possível para trabalhadores e empresas, sem
“desperdícios”. E isso vai ficar mais fácil de ver quando analisarmos o gráfico de equilíbrio,
acrescentando alguns números.
Para começar, note que o salário de equilíbrio é de 50. Pode ser 50 reais por dia, ou 50 mil por
ano. A unidade importa menos agora.
Para começar, o trecho destacado a seguir, na curva de oferta de trabalho, demonstra pessoas
cujos salários de reserva são superiores ao salário de equilíbrio:
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Essas pessoas trabalhariam por exemplo, com salários de 60, 70, 80... mas não ofertarão sua
força de trabalho por 50, que é o salário de mercado.
Note, portanto, que essas pessoas não estarão tecnicamente desempregadas, porque não estão
dispostas a trabalhar e não estão procurando emprego pelo salário de mercado.
Do outro lado da curva também tem algo interessante. Peguei o exemplo de um indivíduo
qualquer que estaria disposto a trabalhar por um salário de 30:
Esse indivíduo tem salário de reserva de 30, mas irá trabalhar por 50, pois esse é o salário de
mercado. Portanto, ele terá um excedente (também chamado renda econômica) de 20, que é a
diferença entre seu salário de reserva e o salário de mercado.
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Mas ele é apenas um indivíduo. A curva de oferta de trabalho nos conta que tem gente que
estava disposto a trabalhar por 10, por 15, por 40, por 49... E todos eles terão algum excedente,
todos eles terão renda econômica.
O excedente total dos trabalhadores é a soma cada um desses excedentes individuais. Uma
forma simples de calcular isso é pela área do triângulo que fica acima da curva de oferta de
trabalho e abaixo do salário de mercado:
Lembra como calcular a área de um triângulo? Base vezes altura dividido por dois. Isso mesmo:
10 x 40 / 2 = 200
Podemos aplicar o mesmo raciocínio do lado das empresas contratantes. A curva de demanda
por trabalho conta que há empresas que pagariam 60, 62, 70, 80... Cada uma delas também terá
um excedente, pois o salário de mercado é inferior ao que estão dispostas a pagar.
O excedente total das empresas será dado pela área do triângulo acima do salário de equilíbrio,
mas abaixo da curva de demanda por trabalho:
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Calculando: 10 x 30 / 2 = 150
Aí está. O excedente das empresas, que significa literalmente lucro, seria de 150.
Sendo o excedente uma medida de “bem-estar”, dizemos que obter o maior excedente possível
é uma situação eficiente, e os ganhos de troca são máximos em um equilíbrio de mercado
competitivo.
Do outro lado, ou seja, se o salário fosse abaixo do equilíbrio, teríamos muitas empresas
querendo contratar e poucos trabalhadores dispostos a trabalhar. Para convencer mais
trabalhadores, o caminho é aumentar o salário.
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Essa mudança é algo que altera a oferta ou a demanda por trabalho naquele mercado.
Esse aumento seria visualizado como um deslocamento para a direita da curva de oferta de
trabalho, e resultados importantes, que analisaremos na sequência:
O aumento da oferta de trabalho leva à redução dos salários (de w1* para w2*) e aumento no nível
de emprego (E1* para E2*). Isso faz sentido, né? Tem mais gente querendo trabalhar. Eles vão
conseguir, mas irão “puxar” os salários para baixo, afinal... tem mais gente querendo trabalhar!
Agora, vamos olhar o aumento da demanda, que poderia ser resultado, por exemplo, da entrada
de novas empresas no país:
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A curva de demanda é que foi deslocado (D1 para D2). O resultado, nesse caso, foi o aumento no
emprego (E1* para E2*), mas, desta vez, acompanhado pelo aumento nos salários (w1* para w2*).
Mais uma vez, faz sentido, já que mais empresas querendo empregar gerarão novos empregos.
Contudo, elas também precisarão pagar mais para convencer mais trabalhadores, elevando os
salários.
Outro importante fator que afeta a demanda por trabalho é o aumento da procura pelos
produtos das empresas, o que as leva a querer produzir mais e, portanto, contratar mais.
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Por exemplo, podemos dividir o mercado de trabalho brasileiro em suas regiões. Cada uma
delas seria um mercado de trabalho distinto, e trabalhadores e empresas poderiam mudar de
uma região para a outra conforme suas conveniências.
Os gráficos abaixo apresentam as curvas de oferta e demanda de cada um dos mercados, bem
como seu salário de equilíbrio e nível de emprego:
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Contudo, esses movimentos tendem a aumentar os salários no mercado Oeste, por causa da
redução da força de trabalho disponível, ao mesmo tempo em que reduz os salários no mercado
Leste, por causa do aumento da força de trabalho disponível.
Sendo assim, os incentivos para migração entre mercados desaparecem quando houver
convergência dos salários nos dois mercados:
O mesmo resultado seria observado caso, em vez dos trabalhadores, as empresas pudessem
migrar livremente. Contudo, teríamos o aumento da demanda por trabalho onde o salário é mais
baixo (curva de demanda para a direita) e redução da demanda por trabalho onde o salário é
mais alto (curva de demanda para a esquerda).
Portanto, quando há livre movimentação das empresas e/ou dos trabalhadores, o equilíbrio
entre diferentes mercados leva à convergência dos salários.
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4 INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL
Além dos fatores que já vimos, o governo também pode alterar a situação de equilíbrio do
mercado de trabalho.
A política de salário mínimo é comum em muitos países, inclusive o Brasil, então dispensa
maiores explicações. Trata-se do menor salário que as empresas podem pagar aos
trabalhadores.
O que nos interessa é analisar os impactos dessa política no equilíbrio de mercado. Para tanto,
começamos com uma situação de equilíbrio onde, arbitrariamente, eu defini que o salário de
equilíbrio é de R$1000/mês, e o emprego é de 40 (milhões, se preferir).
Antes de inserirmos o salário mínimo nesse mercado, vamos calcular o excedente total, que você
sabe ser dado pelos triângulos destacados:
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Agora, digamos que o governo determinou um salário mínimo de R$1200, ou seja, nenhuma
empresa pode contratar abaixo de R$1200. Isso levará à seguinte situação:
Ao salário de R$1200:
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• A quantidade de trabalho que as empresas estão dispostas a contratar cai de 40 para 30;
• A quantidade de pessoas dispostas a trabalhar aumenta de 40 para 50;
• As empresas não são obrigadas a contratar, então a quantidade de emprego será 30.
• O resultado: desemprego de 20, com excesso de oferta e escassez de demanda.
Portanto, pela combinação acima, a política de salário mínimo fixado acima do salário de
equilíbrio provoca desemprego. De um lado, leva as empresas a demitirem, de outro, leva mais
pessoas a procurar emprego (sem encontrar).
Mas não é só isso. Podemos avaliar, também, a perda de excedente. No novo excedente será o
seguinte:
Comparando com a situação inicial, fica clara a perda de excedente, que chamamos de “peso
morto”:
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Embora não seja nossa intenção julgar o mérito desse tipo de política, convém acrescentar que
alguns trabalhadores serão beneficiados pela política. São aqueles que estavam trabalhando por
R$1.000 e conseguem não ser demitidos, o que não será a realidade da maioria das pessoas
nessa situação hipotética.
E, para finalizar o assunto, repare que um salário mínimo fixado abaixo do salário de equilíbrio
não teria nenhum efeito. Se o governo manda pagar pelos menos R$1.500, mas o mercado já
está pagando R$2.000, nada mudaria.
Além dos deslocamentos de empresas e trabalhadores, outro fator que tem impacto no
equilíbrio do mercado de trabalho é o governo.
Comecemos pelo caso de um imposto cobrado das empresas para cada trabalhador contratado,
o chamado “imposto sobre a folha de pagamento”.
Nesse caso, colocar alguns números arbitrários vai ajudar a construir o raciocínio. Vamos
começar com a situação de equilíbrio a seguir:
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Veja então que temos: 120 (milhões, se preferir) pessoas trabalhando, ao salário de equilíbrio de
R$1.000.
Portanto, para demonstrar essa causa (imposto) e conhecer seus efeitos, o adequado é
deslocarmos a curva de demanda por trabalho para baixo, em exatas 200 unidades monetárias:
Mas esse é apenas o primeiro passo. Lembre-se: o equilíbrio dar-se-á no ponto onde as curvas
de oferta e demanda se encontram. E o novo equilíbrio nos dará informações importantes:
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O novo equilíbrio ocorre com R$900 de salário e 100 empregos. Mas o mais interessante é notar
que:
• O custo por trabalhador, para as empresas, passa a ser de R$1.100. Afinal, elas pagam
R$900 de salário + R$200 de impostos.
• Além disso, há queda na quantidade de pessoas trabalhando: de 120 para 100. Isso é o
que chamamos de peso morto, e podemos calcular da mesma forma que fizemos com o
controle de salários.
• Contudo, as empresas não pagam os impostos sozinhas. Os trabalhadores, que recebiam
R$1.000, agora recebem R$900.
Por isso, as consequências de um imposto sobre a folha de pagamento são redução nas
quantidades de trabalho ofertadas e demandadas, algo que afeta, naturalmente, tanto as
empresas quanto os trabalhadores.
Mas mesmo sendo cobrado da empresa, o ônus dos impostos também recai, ainda que
parcialmente, sobre os trabalhadores.
Será sempre assim? Ou seja, o ônus do tributo ou imposto sempre será dividido entre
trabalhadores e empresas?
Elaborando um pouco mais: se os trabalhadores forem menos sensíveis, ou seja, menos elásticos
às mudanças salariais, eles arcarão com a maior parte do ônus tributário.
Para deixar essa situação evidente, veja um caso extremo, onde os trabalhadores são totalmente
insensíveis e, portanto, a curva de oferta de trabalho é totalmente inelástica (vertical):
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Veja só: o deslocamento é o mesmo, porque o imposto é o mesmo – de R$200 por trabalhador.
Contudo, desta vez, o salário de equilíbrio passa de R$1.000 para R$800. Para as empresas, isso
significa que terão exatamente o mesmo custo por trabalhador que tinham antes da
implementação do imposto. Antes, o custo era de R$1.000, agora, o custo é de R$800 mais
R$200.
Se a situação fosse inversa, com as empresas totalmente inelásticas, seriam elas que arcariam
com o ônus tributário.
Faz sentido, portanto, que a parte mais tolerante (menos elástica) vai arcar com a maior parte do
imposto.
Por fim, cabe destacar que não faz diferença de quem é cobrado o imposto. Vamos voltar ao
exemplo inicial, mas, desta vez, vamos dizer que quem precisa pagar o governo é o trabalhador.
Teríamos, portanto, a curva de oferta de trabalho sendo deslocada para cima, indicando a
redução da oferta de trabalho:
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Por fim, vejamos o impacto de um subsídio – o “imposto invertido”, onde o governo paga em
vez de cobrar. Em nosso exemplo, vamos usar um subsídio de R$200, ou seja, o governo pagará
para as empresas esse valor para cada trabalhador contratado.
O efeito será um deslocamento da curva de demanda por trabalho para cima, pois as empresas
têm um incentivo para contratar mais:
O resultado é aumento no emprego (100 para 120) e também no salário. Contudo, com o
subsídio de R$200, os salários se elevam em apenas R$100. E a essa altura, você já sabe para
onde foram os outros R$100, correto?
No nosso exemplo, a repartição foi igual. Contudo, o lado menos sensível (mais inelástico), mais
uma vez, “se daria mal”, ficando com a menor parte do bônus, enquanto a outra parte embolsaria
a maior parte do subsídio.
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Além disso, o mercado competitivo supõe homogeneidade da força de trabalho. O que significa
que um trabalhador é tão apto quanto outro trabalhador qualquer.
Agora, voltaremos nossos olhos para algumas situações que estão no outro extremo quando há
apenas uma empresa contratante potencial de determinado grupo de trabalhadores.
5.1 Monopsônio
O monopsônio é como chamamos uma empresa que se depara com uma curva de oferta de
trabalho positivamente inclinada.
Para uma empresa monopsonista contratar mais trabalhadores, ela precisa pagar salários mais
altos.
Um exemplo seria uma empresa mineradora em uma cidadezinha remota. Para contratar mais
trabalhadores, ela precisa elevar o salário a ponto de convencer as pessoas que atualmente não
estão trabalhando, por possuírem salários de reserva mais altos.
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Discriminar salários significa que a empresa tem a capacidade de pagar, para cada trabalhador,
seu respectivo salário de reserva.
Sendo assim, o monopsonista discriminador paga um salário mais baixo para o primeiro
trabalhador contratado. Ora, sempre tem alguém com salário de reserva mais baixo, não é?
Para o segundo trabalhador, ele precisa pagar um pouco mais, e assim por diante.
Apenas para ilustrar o que quero dizer, vamos nos concentrar na contratação do terceiro
trabalhador, quando a empresa ainda está em seu “caminho” contratando, ou seja, ainda não
chegou ao equilíbrio:
Se o mercado fosse competitivo, a empresa pagaria R$800 para contratar o terceiro trabalhador.
E pagaria esse valor porque, ainda assim, teria lucro.
Contudo, como consegue descobrir e pagar o exato salário de reserva do terceiro trabalhador,
a empresa pagará apenas R$300, ficando com um excedente total de R$500 apenas nesse
trabalhador, cujo excedente foi totalmente capturado pelo monopsonista.
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Portanto, o monopsonista discriminador de salários captura, para si, todo o excedente dos
trabalhadores.
Além disso, ele não gera peso morto, ou seja, o equilíbrio do monopsonista é eficiente. A
quantidade de trabalhadores contratados também é a mesma que seria em um mercado
competitivo.
O monopsonista não discriminador paga o mesmo salário para todos os trabalhadores que
contrata.
Isso fará com que a empresa não possa simplesmente “andar” pela curva de oferta de trabalho,
pois cada trabalhador adicional precisará de um salário maior, e assim terá impacto nos salários
de todos os trabalhadores anteriores.
1. Para contratar o primeiro trabalhador, o André, digamos que a empresa precisa pagar um
salário de R$5.000. Nesse caso, tanto o salário do primeiro trabalhador quanto o custo
para contratar um trabalhador adicional (custo marginal) são iguais a R$5.000.
2. Para contratar o segundo trabalhador, o Bruno, a empresa precisa pagar R$6.000, para o
Bruno e para o André!! Portanto, o salário dos trabalhadores é R$6.000, mas o custo
marginal foi de R$7.000. O salário é diferente do custo marginal.
3. Prosseguindo, a Carla pode ser contratada por R$7.000. Isso significa que o salário é
R$7.000, mas o custo marginal é de R$9.000, pois será preciso pagar:
a. R$7.000 para a Carla;
b. R$1.000 a mais para André e Bruno.
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Concluindo, você notou que o custo de contratação, que é aquilo que a empresa vai levar em
consideração na hora de avaliar se vale a pena contratar, é superior ao salário.
Significa que podemos traçar a curva de custo marginal acima da curva de oferta de trabalho:
O ponto a esquerda mostra que o monopsonista não discriminador vai contratar até que o valor
de cada trabalhador (VM) iguale seu custo marginal de contratação (CMg). Contudo, ele
consegue pagar de salário (wM) um valor abaixo do que ele mesmo recebe do trabalhador, ou
seja, wM é menor que VM.
Além disso, o equilíbrio do monopsonista não discriminador é ineficiente, pois causa peso morto.
Uma forma de mitigar esses problemas seria uma política de salário mínimo, que seria capaz de
elevar os salários e emprego, além de reduzir a ineficiência.
Por fim, há outro mercado não competitivo que, apesar do complexo desenvolvimento, tem
chance bem pequena de cair em prova, considerando o histórico. Estou falando do monopólio.
Por isso, vou me limitar a dar a solução (mantendo-me à disposição para indicar caso queira
aprofundar).
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O monopólio é um mercado no qual uma única empresa é a única ofertante do produto. Esse
fato leva a empresa monopolista a ter um comportamento diferente também no mercado de
trabalho, que se resume ao seguinte:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Armando Castelar Pinheiro Antônio José M. Porto Patricia Regina Pinheiro Sampaio. Direito e
economia do trabalho. FGV Editora. Edição do Kindle.
Varian, Hal. Microeconomia - Uma Abordagem Moderna (p. 585). GEN Atlas. Edição do Kindle.
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RESUMO
• Equilíbrio no Mercado de Trabalho é a situação na qual o nível de salário é tal que a
quantidade ofertada de trabalho é igual à quantidade demandada de trabalho, havendo
tendência de que continue assim, exceto se houver alguma mudança externa.
• Como resultado da lei da demanda, a curva da demanda por trabalho é decrescente.
•
• A elasticidade da demanda pode ser classificada em cinco graus:
o Demanda Perfeitamente Inelástica: Elasticidade igual a 0 (zero);
o Demanda Inelástica: Elasticidade maior que 0 e menor que 1;
o Demanda de Elasticidade Unitária: Elasticidade igual a 1;
o Demanda Elástica: Elasticidade maior do que 1 e menor do que ∞ (infinito);
o Demanda Infinitamente Elástica: Elasticidade igual a ∞.
• Fatores que afetam a elasticidade da demanda:
o Diretamente (quanto mais, maior a elasticidade)
▪ Substitutibilidade do trabalho: relação direta
▪ Disponibilidade de capital e tecnologia
▪ Custo do trabalho em relação ao custo total
o Inversamente (quanto mais, menor a elasticidade)
▪ Necessidade de habilidades específicas
▪ Natureza competitiva do mercado
• Salário de reserva é o menor salário que cada trabalhador está disposto a receber para
ofertar sua força de trabalho
• A relação entre salário e quantidade ofertada de trabalho é positiva (curva ascendente)
•
• No mercado de trabalho são determinadas duas variáveis: Nível ou Taxa de Emprego e
Salário Nominal ou Monetário.
• Excedente do trabalhador: a soma da diferença entre os salários de reserva e o salário
de mercado, dado pela área do triângulo acima da curva de oferta e abaixo do salário de
equilíbrio.
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• Excedente das empresas: a soma da diferença entre os salários máximas que cada
empresa estava disposta a pagar e o salário de mercado, dado pela área do triângulo
abaixo da curva de demanda e acima do salário de equilíbrio.
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)
De acordo com a lei da demanda aplicada ao mercado de trabalho, a curva de demanda por
trabalho possui qual característica principal?
a) É uma curva vertical, indicando que a quantidade de trabalho demandada permanece
constante, independentemente das variações nos salários.
b) É uma curva horizontal, indicando que a quantidade de trabalho demandada varia
proporcionalmente aos salários oferecidos pelas empresas.
c) É uma curva ascendente, indicando que a quantidade de trabalho demandada aumenta à
medida que os salários oferecidos pelas empresas também aumentam.
d) É uma curva descendente, indicando que a quantidade de trabalho demandada diminui à
medida que os salários pelas empresas aumentam.
e) É uma curva elástica, indicando que a quantidade de trabalho demandada varia de forma
irregular e imprevisível em resposta às mudanças nos salários.
Comentários:
A lei de demanda diz que um “produto” qualquer (inclusive o trabalho) tem sua quantidade
demandada diminuída quando ocorrem aumentos nos preços.
Quando colocamos salário e emprego como variáveis nos eixos de um gráfico, temos que a curva
de demanda será descendente (ou decrescente), como afirmado na alternativa “d”.
Essa afirmação não condiz com a lei da demanda aplicada ao mercado de trabalho. De acordo
com a lei da demanda, quando o salário aumenta, a quantidade de trabalho demandada tende
a diminuir, e vice-versa, criando uma relação inversa entre salário e quantidade de trabalho
demandada.
A curva de demanda pode, teoricamente, ser vertical (totalmente inelástica), como vimos, mas
isso é uma exceção à lei da demanda.
Também seria possível uma curva de demanda horizontal, mas isso também seria exceção à lei
da demanda e tornaria a parte sobre as variações serem proporcionais equivocada.
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Pelo contrário. Essa seria uma boa descrição para a curva de oferta de trabalho.
e) é uma curva elástica, indicando que a quantidade de trabalho demandada varia de forma
irregular e imprevisível em resposta às mudanças nos salários.
A curva de demanda por trabalho pode ser classificada como elástica, inelástica ou qualquer
outra classificação típica de elasticidade. Contudo, a lei da demanda simplesmente estabelece
que, em geral, quando os salários aumentam, a quantidade de trabalho demandada tende a
diminuir, mantendo-se uma relação inversa.
Gabarito: “d”
Comentários:
a) A elasticidade da demanda por trabalho é mais baixa em setores de alta tecnologia, uma vez
que a substituição de trabalhadores por máquinas é menos viável nessas indústrias.
Essa afirmação não está correta. A elasticidade da demanda por trabalho em setores de alta
tecnologia pode variar dependendo do grau de substituição possível entre trabalho humano e
máquinas. Em alguns casos, a demanda pode ser mais elástica se a automação for facilmente
implementada.
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Essa afirmação está incorreta. A disponibilidade de capital e tecnologia pode ter um impacto
significativo na elasticidade da demanda por trabalho. Quanto mais capital e tecnologia uma
empresa possui, maior a possibilidade de substituir mão de obra por máquinas, tornando a
demanda por trabalho mais elástica.
Essa afirmação está correta. Em mercados de trabalho competitivos, as empresas têm menor
flexibilidade para ajustar os salários em resposta às variações na oferta e procura de trabalho, o
que pode tornar a demanda por trabalho menos elástica.
e) Se o custo do trabalho for uma parcela significativa do custo total de produção, as empresas
podem ser menos sensíveis a variações nos salários, tornando a demanda por trabalho mais
inelástica.
Pelo contrário. Se o trabalho representa uma grande parcela dos custos da empresa, ela tenderá
a ser mais sensível às mudanças salariais, ou seja, mais elásticas.
Gabarito: “c”
Comentários:
De fato. Cada trabalhador tem o seu próprio salário de reserva, alguns os têm maiores, outros
menores, mas todos os definem avaliando o custo-benefício de trabalhar, ou seja,
comparando-se as horas de lazer perdidas em comparação com a remuneração que proporciona
o consumo.
Gabarito: Certo
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Comentários:
Questão mais tranquila. Está falando das variáveis do modelo básico do mercado de trabalho:
salários nominais (monetários) e nível de emprego.
Gabarito: “a”
Comentários:
Antes de me agredir mentalmente porque a questão é praticamente uma cópia da anterior, veja
a importância de identificar quando um assunto se repete, com bancas diferentes, mesmo
quando há poucas questões sobre essa parte da matéria.
Note, contudo, que tanto a letra “a” quanto a letra “b” poderiam ser consideradas gabarito. Mas
a banca deu a letra “a”. Com duas corretas, deveria ter anulado a questão.
Gabarito: “a”
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Comentários:
EOT = 5 / 4 = 1,25
Gabarito: “b”
Comentários:
Para começar, observe que a elasticidade da demanda é negativa. Sendo assim, diante de um
aumento no salário, só podemos ter uma queda na quantidade demandada de trabalho,
eliminado as alternativas “b” e “d”.
Também sabemos que essa demanda é inelástica, pois é de -0,5. Isso significa que, seja qual for
a variação na quantidade demandada de trabalho, ela tem que ser inferior, em número absoluto,
à variação no salário, que foi de 12%. Com isso, eliminamos a alternativa “e”.
Com isso em mente, podemos aplicar nossa fórmula da elasticidade para descobrir qual foi a
variação na quantidade demandada de trabalho:
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Temos a resposta. Mas sim, a elasticidade de -0,5 significa que, desde o começo, a variação na
quantidade demandada só poderia ser igual à metade da variação do salário.
Gabarito: “a”
Comentários:
a) A curva de demanda por trabalho deslocará para a esquerda, pois os empregadores preferirão
contratar os imigrantes a salários mais baixos, reduzindo a quantidade de trabalhadores locais
demandados.
Errado. Se os empregadores preferirem contratar os imigrantes a salários mais baixos, isso pode
levar a uma redução nos salários para os trabalhadores locais, mas não necessariamente à
diminuição da quantidade de trabalhadores demandados. Além disso, a curva de demanda por
trabalho é influenciada por fatores além dos salários, como a atividade econômica e a demanda
por produtos e serviços das empresas.
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b) A curva de demanda por trabalho deslocará para a direita, já que os imigrantes contribuirão
para aumentar a demanda por trabalhadores, dada a escassez de profissionais altamente
qualificados.
c) A curva de oferta de trabalho deslocará para a esquerda, pois os trabalhadores locais sentirão
a pressão da competição com os imigrantes e ofertarão menos trabalho.
d) A curva de oferta de trabalho deslocará para a direita, visto que os imigrantes acrescentarão
uma oferta adicional de trabalho qualificado no mercado local.
Gabarito: “d”
Comentários:
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Portanto, o deslocamento da curva de demanda será para a direita (e para cima, graças ao seu
formato descendente). Isso elimina as alternativas “a” e “d”.
Gabarito: “c”
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Comentários:
Isso ocorre porque os trabalhadores se deslocarão para os mercados com salários mais altos,
aumentando a oferta de trabalho nesses locais.
Ao mesmo tempo, as empresas que estão localizadas em mercados com salários mais altos
podem se mudar para regiões com mão de obra mais barata, elevando a demanda por trabalho
nos mercados com salários mais baixos. Esse processo de migração de trabalhadores e
empresas levará à convergência dos salários entre os mercados, eliminando as diferenças iniciais
nos níveis salariais e produtividade das empresas.
Não podemos falar em “diferentes produtividades”, como ocorre nas alternativas “c” e “d”, pois
isso contraria o enunciado.
Gabarito: “b”
11. (2014/FGV/ALBA/Auditor)
No mercado de trabalho, a oferta é determinada pelos trabalhadores que oferecem a sua força
de trabalho em troca de um salário. Por sua vez, a demanda é determinada pelas empresas que
desejam adquirir essa força de trabalho pagando um salário. Assim, o produto oferecido neste
mercado é o trabalho, e o seu preço é o salário. Considere que oferta e demanda não são
perfeitamente elásticas e inelásticas.
A partir do texto acima assinale a opção que completa corretamente o fragmento a seguir. Em
uma situação de equilíbrio de oferta e demanda, quando o governo fixa um salário mínimo
a) abaixo do salário de equilíbrio, o excedente de trabalhadores e empresas diminui.
b) abaixo do salário de equilíbrio, o excedente das empresas diminui, mas o efeito é ambíguo
sobre o excedente dos trabalhadores.
c) acima do salário de equilíbrio, o excedente das empresas diminui, mas o efeito é ambíguo
sobre o excedente dos trabalhadores.
d) acima do salário de equilíbrio, o excedente de trabalhadores e empresas diminui.
e) acima do salário de equilíbrio, o excedente de trabalhadores e de empresas não se altera.
Comentários:
Para começar, o estabelecimento de um salário mínimo abaixo do nível de equilíbrio não tem
efeito algum: se as empresas estão pagando R$5.000, um salário mínimo de R$2.000 não muda
nada. Exceto, talvez, eliminar as alternativas “a” e “b”.
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Gabarito: “c”
Comentários:
Desta vez, temos o chamado salário mínimo binding, fixado acima do equilíbrio. A imagem a
seguir refresca nossa memória:
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Portanto, o salário mínimo levará a queda no emprego, com excesso de oferta, tornando a letra
“b” nosso gabarito.
As demais estão incorretas por afirmarem o contrário, embora “d” mereça comentários:
Realmente há escassez de demanda, posto que ela é inferior à oferta. Contudo, o correto é que
a demanda determina o nível salarial, e não a oferta.
Gabarito: “b”
Comentários:
c) redução da oferta de trabalho, o que levaria a níveis salariais superiores àqueles propostos pelo
governo.
Errado. Haverá aumento da quantidade ofertada de trabalho, no nível salarial proposto (pelo
menos em tese, pois a verdade é que tende a elevar a informalidade e sonegação).
d) equilíbrio no nível salarial fixado pelo governo, pois a demanda se ajustará à oferta.
e) redução da demanda por trabalho, levando à informalidade e à redução forçada dos níveis
salariais propostos pelo governo.
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Errado. Mas essa é mais difícil. Para começar, haveria redução na quantidade demanda de
trabalho, ou seja, é diferente de redução da demanda (deslocamento da curva de demanda).
Além disso, apesar de realmente haver estímulo à informalidade, não é correto falar em redução
forçada nos níveis salariais propostos pelo governo. O mercado informal, talvez, estabeleça
salários mais baixos, mas não é o nível proposto pelo governo que será forçado. Na prática,
quantas vezes vimos redução nominal do salário mínimo?
Mas veja, mesmo diante desses detalhes, sendo prático, eu poderia marcar a letra “e”, não fosse
tão perfeita a letra “a”.
Gabarito: “a”
Suponha incialmente uma economia sem desemprego, com equilíbrio entre oferta e demanda
por trabalho.
A situação na qual haverá falta de mão de obra é aquela em que o governo
a) fixa um salário máximo abaixo do salário de equilibro do mercado.
b) fixa um salário máximo acima do salário de equilibro do mercado.
c) fixa um salário mínimo abaixo do salário de equilibro do mercado.
d) fixa um salário mínimo acima do salário de equilibro do mercado.
e) permite que empresa e trabalhadores negociem livremente o salário.
Comentários:
Veja, o enunciado fala em falta de mão de obra, ou seja, escassez de oferta, excesso de demanda.
Além disso, nas alternativas “a” e “b”, fala-se em salário máximo. Inusual, mas podemos usar a
mesma lógica:
Um salário máximo abaixo do equilíbrio vai deixar os trabalhadores menos propensos a trabalhar
(menos oferta) e as empresas mais propensas a contratar (mais demanda). Assim, a letra “a” é
nosso gabarito.
Por outro lado, se o mercado está pagando R$2.000, e o governo determina que só pode pagar,
no máximo, R$5.000 (acima do equilíbrio), não há efeito algum. Por isso, a letra “b” está errada.
Por fim, obviamente “e” está errada, já que quando há liberdade de negociação o mercado se
equilibra, no maior nível de emprego possível com eficiência. Enquanto “c” e “d” estão erradas
porque um salário mínimo não é capaz de provocar excesso de demanda ou falta de oferta.
Gabarito: “a”
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Comentários:
Haverá desemprego, pois a oferta de trabalho vai se tornar superior à demanda, e alguns
trabalhadores não conseguirão encontrar trabalho, mesmo estando dispostos a trabalhar pelo
salário de equilíbrio do mercado (que é inferior ao salário mínimo do governo).
Gabarito: “b”
Comentários:
a) Haverá desemprego, inicialmente, mas a curva de demanda aumentará até atingir um novo
equilíbrio de emprego e salário.
Errado. Para começar, a alternativa não fala se o SM é acima ou abaixo do equilíbrio. Se for
abaixo, nenhum efeito ocorrerá. Mas, mesmo se for acima, o desemprego será persistente,
exceto se algum outro fator alterar a disposição das curvas de oferta ou de demanda por
trabalho.
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b) Haverá excesso de demanda por mão de obra, pressionando ainda mais os salários de mercado
vigente.
Excesso de demanda? As empresas vão querer contratar mais depois de instituído um SM? Não
mesmo. Ou nada vai mudar, se o SM for abaixo do salário de equilíbrio, ou elas vão querer
contratar menos, se for acima.
c) A curva de oferta por mão de obra aumentará, caso o SM seja maior do que o salário de
mercado vigente.
Nada de alteração na curva de oferta, que é determinada pela estrutura de custos e produção
das empresas.
d) A política será inócua, caso o SM seja fixado abaixo do salário de mercado vigente.
Isso mesmo. Se o mercado já está pagando um salário de R$5.000, não muda nada se o governo
fixar um SM de R$4.000.
e) A quantidade demandada por mão de obra diminuirá, para qualquer nível fixado de SM.
Gabarito: “d”
Comentários:
Lembre-se: salário mínimo binding é aquele fixado acima do salário de equilíbrio do mercado.
Portanto, ele terá efeitos.
Digamos que o governo determinou um salário mínimo de R$1200, ou seja, nenhuma empresa
pode contratar abaixo de R$1200. Isso levará à seguinte situação:
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Ao salário de R$1200:
• A quantidade de trabalho que as empresas estão dispostas a contratar cai de 40 para 30;
• A quantidade de pessoas dispostas a trabalhar aumenta de 40 para 50;
• As empresas não são obrigadas a contratar, então a quantidade de emprego será 30, ou
seja, determinada pelas empresas, pelo “lado da demanda”.
• O resultado: desemprego de 20, com excesso de oferta e escassez de demanda.
Portanto, pela combinação acima, a política de salário mínimo fixado acima do salário de
equilíbrio provoca desemprego. De um lado, leva as empresas a demitirem, de outro, leva mais
pessoas a procurar emprego (sem encontrar).
Gabarito: “e”
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b) o salário-mínimo é inócuo.
Errado. Seria inócuo se não fosse binding, ou seja, se o salário mínimo fosse fixado abaixo do
salário de mercado.
Errado. Excesso de demanda significa muitas empresas querendo contratar. Isso não geraria
desemprego, e não é o que ocorre, de qualquer forma.
d) a renda dos ocupados aumenta em detrimento daqueles que perdem sua ocupação.
Certo! Os trabalhadores têm aumento salarial, mas alguns deles perdem seu trabalho, pois
haverá desemprego.
Gabarito: “d”
Comentários:
Portanto, você deve marcar a alternativa errada. No caso, é a letra “b”. Veja que oferta e demanda
são igualmente elásticas e, portanto, nenhum lado suportará mais imposto que o outro, de forma
que repartirão igualmente o ônus tributário.
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Gabarito: “b”
Comentários:
Gabarito: “b”
Comentários:
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Não é essa. O monopsonista discriminar possui equilíbrio eficiente, sem peso morto ou perda
de excedente. Contudo, ele captura para si todo o excedente dos trabalhadores.
Errado. É justamente uma forma de mitigar esses problemas gerados pelo monopsônio
discriminador.
Gabarito: “c”
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LISTA DE QUESTÕES
1. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)
De acordo com a lei da demanda aplicada ao mercado de trabalho, a curva de demanda por
trabalho possui qual característica principal?
a) É uma curva vertical, indicando que a quantidade de trabalho demandada permanece
constante, independentemente das variações nos salários.
b) É uma curva horizontal, indicando que a quantidade de trabalho demandada varia
proporcionalmente aos salários oferecidos pelas empresas.
c) É uma curva ascendente, indicando que a quantidade de trabalho demandada aumenta à
medida que os salários oferecidos pelas empresas também aumentam.
d) É uma curva descendente, indicando que a quantidade de trabalho demandada diminui à
medida que os salários pelas empresas aumentam.
e) É uma curva elástica, indicando que a quantidade de trabalho demandada varia de forma
irregular e imprevisível em resposta às mudanças nos salários.
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b) 6%
c) -10%
d) 5%
e) -16%
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11. (2014/FGV/ALBA/Auditor)
No mercado de trabalho, a oferta é determinada pelos trabalhadores que oferecem a sua força
de trabalho em troca de um salário. Por sua vez, a demanda é determinada pelas empresas que
desejam adquirir essa força de trabalho pagando um salário. Assim, o produto oferecido neste
mercado é o trabalho, e o seu preço é o salário. Considere que oferta e demanda não são
perfeitamente elásticas e inelásticas.
A partir do texto acima assinale a opção que completa corretamente o fragmento a seguir. Em
uma situação de equilíbrio de oferta e demanda, quando o governo fixa um salário mínimo
a) abaixo do salário de equilíbrio, o excedente de trabalhadores e empresas diminui.
b) abaixo do salário de equilíbrio, o excedente das empresas diminui, mas o efeito é ambíguo
sobre o excedente dos trabalhadores.
c) acima do salário de equilíbrio, o excedente das empresas diminui, mas o efeito é ambíguo
sobre o excedente dos trabalhadores.
d) acima do salário de equilíbrio, o excedente de trabalhadores e empresas diminui.
e) acima do salário de equilíbrio, o excedente de trabalhadores e de empresas não se altera.
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a) provocará ineficiência
b) será majoritariamente suportado pelas empresas
c) será repartido igualmente entre empresas e trabalhadores
d) elevará a arrecadação do governo
e) causará queda no nível de emprego
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GABARITO
1. D 4. A 7. A 10. B 13. A 16. D 19. B
2. C 5. A 8. D 11. C 14. A 17. E 20. B
3. C 6. B 9. C 12. B 15. B 18. D 21. C
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