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ECO 276 – Macroeconomia II

PERÍODO ESPECIAL REMOTO


– PER (2021) –

Prof. Luciano Dias de Carvalho


Macroeconomia II
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Médio Prazo:
O Mercado de Trabalho
O Mercado de Trabalho
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 Demanda; Produção e Mercado de Trabalho:


 1. Uma maior demanda  menores estoques  maior
produção;
 2. Uma produção maior  mais trabalhadores empregados;
 3. Um nível maior de emprego  menor desemprego;
 4. Um menor desemprego  maior poder de barganha dos
trabalhadores  salários maiores;
 5. Salários maiores  aumento dos custos de produção 
elevação dos preços por parte das empresas;
 6. Preços maiores  elevação do custo de vida 
trabalhadores reivindicam salários maiores  etc. (Espiral
preço-salário).
O Mercado de Trabalho
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 Determinantes de Salários:
 Assuma a seguinte determinação para os salários
nominais:
F F
1 W  P F u , z  ;
e
0 e 0
u z
 Sendo F( ): função de barganha salarial; W: salário
nominal agregado; Pe: nível esperado de preços; u: taxa
de desemprego; z: fatores institucionais.
 A força de trabalho (L) é a soma do nível de
trabalhadores empregados (N) e desempregados (U).
2  L  N U
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 Determinantes de Salários:
 Ao dividir a equação (2) pela força de trabalho, L, segue:
L N U (*)

L  N U   
L L L
 Defina-se: n  N L e u  U L como sendo a taxa de
emprego e de desemprego da economia, respectivamente,
segue de (*):

1  n  u  u  1 n 3
Ou seja: a taxa de desemprego (u) é o inverso da taxa de
emprego (n).
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 Determinação de Preços:
 Tome a seguinte função de produção:

4  Y  AN

 Sendo Y: o produto agregado, N: o nível de emprego e A:


a produtividade do trabalho (suposta constante e igual a
1).
 A função de produção fica, portanto:

4.1 YN ; Y N  A  1

Produtividade do Trabalho = 1
O Mercado de Trabalho
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 Determinação de Preços:
 Observe que em nossa economia o único fator de
produção é o trabalho. Com efeito, o custo de se produzir
uma unidade do produto é o custo de uma unidade de
trabalho contratada (lembre-se que a PMgN = 1):
5 C  WN
 Assuma que o salário nominal é determinado em acordo
contratual com os trabalhadores. Assim, pelo período em
que vigorar o contrato o salário será constante,
independentemente no volume de produção das firmas.
Desse modo, o custo marginal do trabalho é:
5.1 C N  CMgN  W
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 Determinação de Preços:
 Na ausência de concorrência perfeita o preço da firma (P)
será determinado por uma taxa de markup sobre os
custos unitários de produção. Ou seja:
6  P  1   .W .a ;  0
 Sabe-se que a é o requisito unitário de mão de obra (a
quantidade de horas de trabalho necessárias para
produzir uma unidade do produto). Uma vez que Y = N,
seque que a = 1. A equação (6) fica então:
6.1 P  1    W
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 Relação de Fixação de Preços:


 Ao dividir a equação (6.1) pelo salário nominal obtemos:
P W P
P  1   W   1      1    
W W W
W 1
6.2   Equação de Fixação de
P 1    Preços (FP)

 Observe que a equação de Fixação de Preços (FP)


independe do nível da taxa de desemprego  curva
horizontal quando representada no plano (u, W/P).
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 Relação de Fixação de Salários:


 A título de simplificação assuma que o nível esperado de
preços pelas firmas é igual ao preço efetivo. Assim sendo,
a equação (1) fica:
7   
W  P.F  u , z 
 
 Sendo, como vimos, F( ) a função de barganha salarial
entre trabalhadores e capitalistas (donos das empresas).
 Dividindo ambos os lados pelo preço efetivo (P):

W  
8  F  u , z  Equação de Fixação de
P   Salários (FS)
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 Relação de Fixação de Salários:


 Ao derivar a equação (8) em relação a taxa de
desemprego, segue:
 W P  F u  W P  F 8.1
 .   0
u u u u u
 Curva de Fixação de Salários (FS) é negativamente
inclinada no plano (u, W/P).
 Proposição 1: Quanto maior a taxa de desemprego
menor o poder de barganha dos trabalhadores e, em
consequencia, menor o salário real escolhido pelos
fixadores de salários.
1
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 Mercado de Trabalho e a Taxa Natural


de Desemprego:
O Mercado de Trabalho
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 Mercado de Trabalho e a Taxa Natural


de Desemprego:
 Definição: A taxa natural de desemprego é a taxa de
desemprego que faz com que o salário real escolhido na
fixação de salários seja o mesmo que o salário real
resultante da fixação de preços por parte das firmas.

 Ao igualar (6.2) com (8) temos:


9  F u N , z   1 1    Equação de Equilíbrio do
Mercado de Trabalho
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 Análise de Estática Comparativa:


 Aumento do Seguro Desemprego:
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 Análise de Estática Comparativa:


 Aumento da Taxa de Markup (M):
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 Do Desemprego ao Emprego:
 Da equação (3) e lembrando que n = N/L, segue:
N LN
u  1 n  u  1  u  
L L
 uL  L  N  N  L  uL  N  1  u L 9 
 O nível de emprego pode ser visto como o produto da
taxa de emprego (1 - u) pela força de trabalho (L).
 Dada a taxa natural de desemprego chega-se a taxa de
emprego natural (Nn). Com efeito:
10  N N  1  u N L Nível Natural de Emprego
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 Do emprego para o Produto:


 Dada a equação (3.1) e usando a equação (10) é possível obter
o nível natural do produto natural (potencial):

11 YN  N N  1  u N L Produto
Natural

 Da equação (11) segue:

YN  1  u N L  1  u N   YN L  u n  1  YN L  12 
 Ao substituir (12) em (9), fica:
F u N , z   1 1     F 1  YN L , z   1 1    13
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 Desemprego, PIB e a Lei de Okun:


 Conceito: Relação inversa entre desemprego e PIB real,
de acordo com a qual uma redução de 1% no desemprego
está associada a um aumento adicional de cerca de 2% no
PIB real.

14   % PIBreal     u

 Exemplo: Assuma que o desemprego varia de 4% para


5% e que os parâmetros são:   3% e   2 . Então:
 % PIBreal  3%  2 5%  4%   % PIBreal  1%
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 Desemprego, PIB e a Lei de Okun:


 Exemplo para o Brasil:
Ano Taxa de Desemprego Taxa de Crescimento
do PIB
2014 4,3% +0,50
2015 10% -3,55
Variação +5,7% -4,05%

 % PIBreal     u
7,05%
 4,05%  3%   5,7%        1,23
5,7%
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 Conclusão:
 1. Alterações institucionais (aumento do seguro desemprego)
eleva o custo do trabalho (salário real maior) e, por
consequencia, aumenta a taxa natural de desemprego (dado
que as firmas já consideraram esse aumento do seguro
desemprego na determinação do nível de preços futuro).
 2. O aumento da taxa de markup eleva os preços da economia
e reduz o salário real. Esta redução do poder de compra dos
trabalhadores somente será possível com o aumento da taxa
natural de desemprego;
O Mercado de Trabalho
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 Conclusão:
 3. A redução da taxa natural de desemprego eleva o produto
potencial  no aumento do salário nominal. A economia
consegue operar com um nível de preço mais baixo (dada a
taxa de markup) ou uma taxa de markup - e de lucro menor-
(dado o nível de preço da economia).
 4. Em geral o nível de preços efetivo pode ser diferente do
nível de preço esperado por fixadores de salários. Portanto, a
taxa de desemprego não precisa ser igual à taxa natural de
desemprego.

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