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Teoria de Dow

Neste estudo, você vai conhecer quem foi Charles Dow e a teoria que leva o seu nome.
Além disso, falaremos sobre os seus princípios e a sua importância para a Análise Técnica,
tão aplicada nas operações de trading atualmente.

Quem foi Charles Dow?

Charles Henry Dow (1851 - 1902) foi um influente jornalista americano, fundador do
renomado jornal econômico The Wall Street Journal e da Dow Jones Company .

O jornalista também foi responsável, como dissemos, pela criação do Dow Jones Industrial
Average (DJIA), o 2º índice de mercado mais antigo dos EUA, considerando a média das
cotações das 30 maiores companhias de capital aberto americanas. 

Além disso, ele elaborou a teoria que leva o seu nome e que seria a base de todo o estudo
moderno da Análise Técnica de ativos de Renda Variável.

Quais são os princípios da Teoria de Dow?

Os princípios da Teoria de Dow se baseiam em estudos sobre as tendências que o


mercado estabelece, considerando os eventos do passado, isto é, os preços de
fechamento anteriores, o volume de negociação e os padrões gráficos.

Resumidamente, os princípios são os seguintes:

1º: os índices e preços já descontam tudo

O mais elementar princípio é que os índices e preços já descontam tudo, isso é, já refletem
o que mercado tem conhecimento, como notícias, decisões das empresas, resultados
contábeis, etc. Além disso, os novos eventos são rapidamente incorporados os preços, os
fazendo subir ou descer.

Entre os traders, é comum dizer que os preços apenas não descontam "Atos de Deus", ou
seja, eventos totalmente inesperados que causam um choque no mercado (como o ataque
ao World Trade Center, o estouro da crise de 2008 e da pandemia em 2020).

2º: o mercado se move em ondas e apresenta 3 tendências principais

O estudo das tendências é um dos pontos principais da teoria. Segundo Dow, o mercado
sempre apresenta 3 tipos de tendências principais: a primária (como as marés do mar, que
são as mais duradouras); a secundária (como as ondas, de médio prazo); e as terciárias
(marolas, de curto prazo).Falaremos sobre elas com exemplos mais à frente.

3º: as tendências de alta possuem 3 fases

Nas tendências primárias de alta, é natural que o mercado demonstre 3 fases:


 Acumulação: grupo de insiders bem informados começam a comprar no momento
em que o mercado está abaixo do valor justo ou há sinais de melhora geral na
economia. Ou seja, ainda não começou incorporou os sinais positivos ou o público
não se animou por completo.
 Subida sensível: observa-se uma elevação estável dos preços com a melhora dos
resultados das empresas. Contudo, o público pode ainda não estar totalmente
disposto a investir. 
 Estouro ou excesso: ocasião em que a maioria  se convence que a tendência de alta
é relevante e passa a comprar e o mercado fica bastante aquecido, fazendo os preços
subirem forte e rapidamente, apoiado por notícias, resultados contábeis ou
crescimento econômico do país. 

4º: as tendências de baixa possuem 3 fases

Do lado oposto, as tendências de baixa, também possuem 3 fases particulares:

 Distribuição: começa no final da tendência de alta com os insiders começando a


realizar operações de venda. Os preços podem estar parados ou baixar pouco. 
 Pânico: os compradores começar a perder força e os vendedores passam a
prevalecer. Começam os sentimentos negativos e uma onda para se desfazer dos
papéis, forçando a queda mais intensa, veloz e com o volume acentuando a baixa.
 Baixa lenta: quando os preços batem em um valor muito baixo e quem não vendeu
ainda não se sente motivado a fazê-lo. Assim, o volume é bastante reduzido.

5º: o volume deve confirmar a tendência

O volume financeiro também é bastante relevante na Teoria de Dow. Esse indicador é um


fator secundário fundamental para confirmar uma tendência. Portanto é de se esperar que o
volume cresça com o desenvolver da tendência e decresça no final do movimento.

6º: duas médias se confirmam mutuamente e devem usar o preço de fechamento

Segundo o autor do livro Análise Técnica dos Mercados Financeiros, Flávio Lemos, esse
é o princípio mais questionável e mais difícil de analisar. De acordo com ele, a teoria
"define que as duas médias (industrial e de transportes) devem andar na mesma  direção. A
falha de uma média em confirmar a direção da outra deve ser encarada como um alerta
para que o investidor fique atento a uma possível mudança na tendência principal".

Além disso, as médias devem ser sempre calculadas considerando o preço de fechamento.
Então, o preço de abertura é inútil para as análises.

7º: uma tendência se prolonga até haver algum sinal de reversão

Outro princípio que diz respeito às tendências é que elas vão continuar indefinidamente se
não houver um sinal de reversão. Ou seja, um movimento de alta ou baixa se prolongará
até que outra força em sentido contrário se exerça sobre ele. Esses sinais podem ser
padrões gráficos, de candlesticks, cruzamentos de médias e muitos outros. 
8º: o mercado pode se movimentar lateralmente

Por fim, pode haver situações em que o mercado não tem uma tendência definida, se
movimentando apenas lateralmente, sem que os topos e fundos sejam ascendentes ou
descendentes. Nessa situação, forças de oferta e procura se equilibram. 

Quais são as 3 tendências de preço segundo Dow?

Como dissemos anteriormente, o mercado se movimenta com 3 tendências principais,


denotando os movimentos de longo, médio e curto prazo.

De acordo com a Teoria de Dow, as tendências tem 3 classificações:

Tendência Característica

Primária Dura mais tempo e determina a direção no longo prazo

Secundária Dura menos que a primária e representa o movimento de médio prazo

Terciária Dura menos que a secundária e configura o rumo do mercado no curto prazo

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