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Aula 05

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do


Trabalho - AFT) Economia do Trabalho -
2022 (Pré-Edital)

Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo

23 de Janeiro de 2022

95531440049 - Fernanda Gomes


Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 05

Intervenção Governamental .................................................................................... 2


Sindicatos ................................................................................................................... 13
Questões Propostas .................................................................................................. 19
Gabaritos ...................................................................................................................................................................... 33
Questões Comentadas ............................................................................................ 34
Considerações Finais ............................................................................................... 68

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INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL

O mercado de trabalho pode ter seu equilíbrio normal alterado por duas
instituições: o governo (intervenção governamental) e os sindicatos. O governo
intervém no mercado através de políticas salariais e políticas de emprego. Dentro
das políticas salariais, nosso estudo será voltado para o caso da legislação do
salário mínimo. Em relação aos sindicatos, veremos de que forma eles podem
distorcer o mercado, no que tange não só ao nível de salários, mas também ao
nível de emprego.

SALÁRIO MÍNIMO

A teoria que estudamos na aula 00 (visão geral da oferta e demanda por mão-de-
obra) é baseada na economia de mercado, onde o nível de emprego e de salários
é definido pelas forças da demanda e oferta, ou seja, é definido livremente pela
“mão invisível” do mercado.

No entanto, esta auto regulação do mercado nem sempre traz bem-estar ou


benefícios sociais à maioria de seus integrantes. Nós podemos ter, por exemplo, um
mercado de mão-de-obra em equilíbrio, mas com os seus trabalhadores
recebendo salários que não permitem o atingimento de padrões mínimos de
alimentação, saúde, educação, lazer, moradia, etc. Veja que o fato de um
mercado de determinada mão-de-obra estar em equilíbrio não significa
necessariamente bem-estar àqueles que o compõem1. Assim, percebe-se que o

1Imagine, por exemplo, o mercado de trabalhadores que ofertam sua mão-de-obra em


canaviais (trabalho semi-escravo). O equilíbrio deste mercado é atingido a um nível
salarial em que a oferta iguala a demanda de mão-de-obra. No entanto, mesmo com o
mercado em equilíbrio, estes trabalhadores podem vir a receber baixíssimos salários
que não lhes permitem desfrutar de uma vida digna.

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conceito de equilíbrio, em Economia, é frio, teórico, nem sempre leva em conta o


ponto de vista social e do bem-estar dos trabalhadores.

Desta forma, surgem as instituições (governo e sindicatos) para intervir no mercado


e fazer com que este possibilite melhores condições de vida à classe trabalhadora.
Nossa missão na primeira parte desta aula será investigar as consequências e os
efeitos destas intervenções, a começar pela intervenção governamental e a
questão do salário mínimo.

Como já sabemos, o objetivo do governo ao impor um salário mínimo ao mercado


é melhorar a vida do trabalhador pobre, garantindo, pelo menos teoricamente, a
satisfação das necessidades básicas da vida.

Antes de tudo é importante ressaltar que o nosso estudo é voltado para aqueles
mercados de trabalho afetados pela imposição do salário mínimo, ou seja, para os
mercados formados pelos trabalhadores não-qualificados e/ou inexperientes que,
por ventura, recebam salários abaixo do mínimo.

Nossa análise sobre estes mercados será desenvolvida em duas partes. Primeiro,
partiremos do pressuposto de que todos os trabalhadores que, em um dado
momento, recebem valores abaixo do salário mínimo são abrangidos pela
imposição governamental, de forma que todo este contingente seja beneficiado
e tenha seus salários aumentados para o valor estipulado em lei. Aqui, estamos
supondo um modelo de cobertura total ou uniforme.

Depois, partiremos do pressuposto que, daqueles que recebem valores abaixo do


salário mínimo, apenas uma parte será beneficiada e terá seus salários aumentados
(para o valor do salário mínimo). Já a outra parte não será atingida 2 e continuará

2 Entre estes trabalhadores que não são atingidos pela legislação do salário mínimo,
podemos exemplificar aqueles que trabalham em regiões longínquas (onde não há
fiscalização trabalhista), os adolescentes (não qualificados e muito inexperientes) ou
ainda aqueles pertencentes ao mercado estritamente informal.

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a receber valores abaixo do mínimo estipulado em lei. Neste caso, estamos


supondo um modelo de cobertura incompleta ou parcial.

COBERTURA TOTAL

A figura abaixo representa o mercado de trabalho para um grupo de


trabalhadores não qualificados que, em um dado momento, recebe o valor W 0,
salário de equilíbrio onde a oferta iguala a demanda de mão-de-obra. Note o que
acontece caso seja imposto a este mercado de trabalho o salário mínimo W1:

Taxa O
salarial
(W)

W1

W0

E1 E0 E2 Emprego

Quando o salário aumenta de W0 (salário de equilíbrio) para W1, há mudanças na


demanda e na oferta de trabalhadores. Em W1, a demanda de trabalhadores será
E1, enquanto a oferta será E2, ou seja, de uma situação inicial onde não havia
desemprego (oferta=demanda), passou-se para uma situação onde há
desemprego (E2 – E1). Ao mesmo tempo, a quantidade de trabalhadores
efetivamente empregados (nível de emprego) foi reduzida (E0 – E1). Ou seja, houve:

✓ Aumento do desemprego (E2 – E1);

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✓ Redução do nível de emprego ou número de empregados efetivamente


trabalhando (E0 – E1).

Nota → Não faremos a análise do caso em que o salário mínimo é legislado abaixo
do valor de equilíbrio W0, pois, neste caso, ele não teria qualquer efeito sobre o
mercado de trabalho. Em qualquer nível de salários abaixo de W 0, haverá um
excesso de demanda pela mão-de-obra e os empregadores seriam obrigados a
aumentar o salário para W0 para preencher os postos de trabalho.

Nossa análise acima foi realizada tomando por base os salários nominais (W).
Façamos agora análise semelhante tomando por base os salários reais (W/P). Na
figura adiante, temos um mercado de trabalhadores não qualificados em
equilíbrio, a um salário real (W0/P0) e ao nível de emprego E0. Agora, suponha que
seja legislado um salário mínimo nominal de W1, que é mais elevado do que W0; isso
elevará o salário real para W1/P0 e reduzir para E1 o número de empregados que as
empresas querem contratar (ponto B), semelhante ao que ocorreu na primeira
análise tendo por base os salários nominais.

O
(W/P)

B
W2 = W1
P1 P0
A
W1 = W0
P1 P0

E1 E0 E2 Emprego

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Com o passar do tempo, o governo pode adotar medidas para estimular a


economia com o intuito de reduzir o desemprego provocado pelo aumento de
salário mínimo. Tais medidas incluem evidentemente a realização de políticas
monetárias e/ou fiscais expansionistas3, que levam invariavelmente a aumentos de
preços. No entanto, à medida que o nível de preços se eleva, o salário mínimo real
(W1/P0) cai porque o nível de preços (P) aumenta enquanto o salário mínimo
nominal (W) é mantido constante. A perseguição das políticas expansionistas por
parte do governo fará com que o nível de preços se eleve a tal ponto que o salário
real caia para o nível em que a demanda volte a igualar a oferta (ponto A). Assim,
os preços subirão até P1, em que (W1/P1)=(W0/P0). Isto é, a tendência é que o valor
real do salário mínimo caia de volta para o nível de equilíbrio do mercado, e o
emprego retornará ao seu nível inicial. Embora o impacto imediato do aumento do
salário mínimo seja de reduzir o emprego, essa redução do emprego é eliminada
por um período de tempo mais longo, quando as políticas expansionistas do
governo causam um nível de preços mais alto que deprime o salário real.

No entanto, a história continua. O salário mínimo é reajustado periodicamente. Um


aumento, por exemplo, para W2, em que (W2/P1)=(W1/P0), mais uma vez reduziria o
emprego para E1 e criaria maior pressão para que o governo adotasse políticas no
sentido de reduzir o desemprego. A consequência é um ciclo de aumentos do
salário mínimo que induz a perdas de emprego de curto prazo. Tais perdas no
emprego induzem a políticas governamentais inflacionárias para reduzir o
desemprego, que, por sua vez, induzem à inflação. Esta reduz o valor real do salário
mínimo e restabelece o emprego. Quando tudo está equilibrado, acontece um

3 Políticas monetárias ou fiscais expansionistas incluem expansão do crédito, redução


da taxa de juros, aumento dos gastos do governo, redução de impostos, etc. É
naturalmente aceito que tais políticas expansionistas, apesar de estimularem a
produção e emprego, são inflacionárias, ou seja, causam aumento dos preços (P), já
que as pessoas tendem a gastar mais, comprar mais e este aumento de demanda puxa
os preços para cima. Este aumento de preços, por sua vez, causa redução do salário
real dos trabalhadores, pois salário real é igual a W/P.

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novo aumento do salário mínimo nominal que começa o processo novamente, e


assim por diante.

A conclusão a que chegamos, considerando um modelo de cobertura total, é que


o aumento de salário mínimo, mantendo-se os outros constantes4, causa
reduções no emprego.

COBERTURA INCOMPLETA

No item anterior, foi pressuposto que a legislação do salário mínimo abrangia todos
aqueles trabalhadores não qualificados que recebessem valores inferiores àquele
estipulado como mínimo, ou seja, pressupomos cobertura total. Embora a
cobertura do salário mínimo esteja se expandindo com o tempo, é perfeitamente
aceitável que ainda existam muitos trabalhadores que não são abrangidos por esta
intervenção governamental.

Assim, já que a cobertura não é completa, apresentaremos um modelo dos efeitos


do salário mínimo sob a cobertura incompleta. Para simplificar a abordagem,
iremos presumir que:

✓ Os preços são constantes (ou seja, os salários reais são iguais aos nominais);

✓ A oferta total de mão-de-obra não qualificada é fixa (ET trabalhadores). Isso


quer dizer que a curva de oferta total de mão-de-obra é vertical;

✓ Esse mercado de mão-de-obra tem um setor coberto e não coberto; e

✓ Os trabalhadores sem qualificação entram e saem entre os setores em busca


de empregos onde os salários são mais elevados.

4 A hipótese do mantendo-se os outros fatores constantes nos faz ignorar uma série de
coisas que podem fazer com que aumentos do salário mínimo não causem redução de
emprego como, por exemplo, crescimento da economia, a cobertura não ser total, o
fato de alguns empregadores não obedecerem à imposição do salário mínimo, etc.

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Se não houvesse salário mínimo, o salário seria igual para os dois setores. Na figura
abaixo, este salário pré-mínimo é representado por W0 e o emprego total (ET) é
dividido em EC0 no setor coberto mais EN0 no setor não coberto (ET = EC0 + EN0).

Salário
(W)

W1

W0
W0

W2
DC DNC

EC1 EC0 Emprego EN0 EN1


a) SETOR COBERTO b) SETOR NÃO COBERTO

Se um salário mínimo de W1 é imposto sobre o setor coberto, todos os trabalhadores


não qualificados preferirão trabalhar ali. Entretanto, o aumento dos salários nesse
setor, de W0 para W1, reduz a demanda, e o emprego do setor coberto diminuirá
de EC0 para EC1. Isto é, alguns trabalhadores que anteriormente tinham encontrado
emprego no setor coberto agora devem buscar emprego no setor não coberto.
Assim, aos trabalhadores EN0, que antes trabalhavam no setor não coberto,
acrescentam-se os trabalhadores que perderam seus empregos no setor coberto
(EC0 – EC1).

Assim, a oferta de trabalhadores no mercado do setor não coberto aumentará (de


EN0 para EN2). A maior oferta dos trabalhadores nesse setor reduz o salário ali de W 0
para W2.

Observe que a imposição de um salário mínimo em um modelo de cobertura


parcial é benéfica para alguns e prejudicial para outros. Os ganhadores são os
trabalhadores dos setores cobertos que mantiveram seus empregos depois da

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imposição do mínimo e que, agora, recebem o salário mínimo mais alto. Os


perdedores são os trabalhadores com baixas qualificações que perderam seus
empregos no setor coberto e que, agora, recebem salários mais baixos no setor não
coberto. Os perdedores também incluem aqueles trabalhadores de baixa
qualificação que já estavam no setor não coberto e mantiveram por lá seus
empregos, mas que agora constataram que seus salários foram reduzidos devido à
maior oferta de mão-de-obra para o setor não coberto.

Assim, mesmo no contexto deste modelo, onde não há alterações no nível de


emprego, os ganhos de uns devem ser compensados pelas perdas de outros. O
resultado final sobre se há ganhos ou perdas sociais será visto no próximo item.

PERDAS SOCIAIS DECORRENTES DO SALÁRIO MÍNIMO

Demonstraremos agora que a imposição do salário mínimo provoca perdas sociais


tanto em modelos de cobertura total como em modelos de cobertura incompleta,
mantendo-se os outros fatores constantes.

No caso de cobertura total, em que os aumentos determinados pelo governo no


salário real criam desemprego, fica evidente que o nível de produção da
economia é reduzido, desta forma, concluímos que há perdas sociais no modelo
de cobertura total, em virtude das reduções de emprego e produção.

Quanto ao caso da cobertura incompleta, em que o nível de emprego total


permanece o mesmo, devemos relembrar os princípios da maximização de lucros.
Segundo estes princípios, a empresa contratará mão-de-obra até o ponto em que
o produto/valor da receita marginal da mão-de-obra iguale a taxa do salário
nominal (PRmgL=W)5.

5 Se estivermos em concorrência perfeita a nomenclatura mais correta é Valor do


produto marginal da mão-de-obra (VPmgL).

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No caso da cobertura parcial, a mão-de-obra não qualificada antes da imposição


do salário mínimo seria contratada nos dois setores no ponto em que produto da
receita marginal da mão-de-obra igualasse W0. Assim, se um trabalhador saísse de
um setor para outro, o valor da produção total não se alteraria (iria cair W 0 em um
setor e subir W0 em outro setor). Como a produção geral permaneceria igual,
podemos concluir que, sem salário mínimo, as mudanças de um setor para o outro
não causariam ganhos ou perdas sociais.

Depois que o salário mínimo é imposto sobre o setor coberto, o emprego é reduzido6
ali até que o produto da receita marginal da mão-de-obra iguale W1. Os salários no
setor não coberto, em contraste, caem para W2. O emprego no setor não coberto
aumentará7 até que o produto da receita marginal da mão-de-obra seja igual a
W2. Note que, como W2<W1, o produto da receita marginal no setor não coberto
está abaixo daquele do setor coberto, de forma que se um trabalhador for
transferido do setor não coberto, para o setor coberto, a produção será
aumentada (se um trabalhador sair do setor não coberto, o valor da produção total
será reduzido em W2. Ao entrar no setor coberto, o valor da produção é aumentado
em W1).

Como W1>W2, o valor da produção poderia ser aumentado caso trabalhadores do


setor não coberto fossem transferidos para o setor coberto. No entanto, com a
imposição do salário mínimo, a mão-de-obra não pode ser transferida para fora do
setor de salário mais baixo para o setor de salário mais alto. Os salários no último
setor não podem cair por imposição legal e, portanto, a demanda por
trabalhadores não pode se expandir ali. Ou seja, uma transferência de recursos que

6 Pela lei dos rendimentos marginais decrescentes, a redução do número de


trabalhadores aumenta o PmgL que, por sua vez, aumenta o PRmgL, já que PRmgL =
PmgL.Rmg

7 Pela lei dos rendimentos marginais decrescentes, o aumento do número de


trabalhadores reduz o PmgL que, por sua vez, reduz o PRmgL.

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poderia aumentar a produção total da economia é bloqueada, ocorrendo perdas


sociais.

Pelo acima exposto sobre o efeito do salário mínimo no modelo de cobertura


incompleta, concluímos que a produção total poderia ser aumentada sem
mudança em nossos recursos totais e isto seria feito através da mera transferência
de mão-de-obra de um setor para o outro. Como o salário mínimo impede esta
benéfica transferência, há perdas sociais decorrentes de sua imposição.

CONCLUSÕES SOBRE O SALÁRIO MÍNIMO

O salário mínimo é uma fonte permanente de debates sobre política econômica.


Seus defensores consideram-no um meio de aumentar a renda do trabalhador
pobre. Certamente, o salário mínimo no Brasil proporciona um padrão de vida
limitadíssimo, em que sequer é possível ficar acima da linha de pobreza oficial para
uma família de duas pessoas.

Embora frequentemente é admitido que essa política salarial cause desemprego


para alguns trabalhadores, os defensores do salário mínimo também argumentam
que vale a pena arcar com esse custo para tirar outros trabalhadores da pobreza.

Aqueles que se opõem a um salário mínimo mais alto alegam que essa não é a
melhor maneira de ajudar os trabalhadores pobres. Eles argumentam não somente
que os maiores custos da mão-de-obra aumentam o desemprego, mas também
que o público alvo do salário mínimo pode estar sendo avaliado de modo
distorcido. Muitos daqueles que recebem salário mínimo são, por exemplo,
adolescentes de classe média que trabalham para ganhar dinheiro para despesas
supérfluas, e não chefes de família que trabalham visando ao sustento da unidade
domiciliar.

Muitos economistas e formuladores de políticas econômicas defendem o uso de


créditos fiscais como a melhor maneira de aumentar os rendimentos dos

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trabalhadores pobres. Esse crédito fiscal corresponderia a uma quantia que as


famílias de trabalhadores pobres são autorizadas a deduzir dos impostos que
devem pagar. Para uma família com rendimentos muito baixos, o crédito excede
o montante de seus impostos, e a família recebe um pagamento do governo.
Diferentemente do salário mínimo, o crédito fiscal por rendimento recebido não
eleva os custos de mão-de-obra para as empresas e, conseqüentemente, não
reduz a quantidade de mão-de-obra que as empresas demandam. Entretanto,
apresenta a desvantagem de reduzir a arrecadação do governo.

Ainda sobre o salário mínimo, é interessante destacar que há diversas pesquisas que
apontam evidências contrárias àquelas que vimos em nossa análise (que o salário
mínimo aumenta o desemprego no modelo de cobertura total e causa perdas
sociais no modelo de cobertura incompleta). Alguns resultados verificados
apontam para crescimento do emprego após aumento no salário mínimo.
Entretanto, realizar tais pesquisas de modo a isolar somente o efeito do aumento do
salário mínimo é bastante dificultoso. Assim, os resultados podem ter sido
ocasionados por outros fatores como crescimento econômico, não obediência à
imposição do salário mínimo, etc.

Para fins de prova, utilize a conclusão de que, considerando o modelo de


cobertura total e mantendo-se os outros fatores constantes, o salário mínimo reduz
o emprego. Considerando o modelo de cobertura incompleta, o salário mínimo
causa perdas sociais (o emprego não se altera).

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SINDICATOS

Veremos agora a influência dos sindicatos trabalhistas e das negociações coletivas


sobre o mercado de trabalho. Muitas pessoas têm opiniões conflitantes a respeito
do papel dos sindicatos em nossa sociedade, de modo que é um tanto difícil
permanecer objetivo em nossa abordagem. Algumas pessoas consideram os
sindicatos trabalhistas formas de monopólio que, embora beneficiem seus
membros, impõem custos sociais sobre o restante da sociedade. De forma oposta,
outras pessoas consideram os sindicatos a única forma de defender os direitos do
==1e00d3==

trabalhador e melhorar sua situação econômica frente aos empregadores.

Note que essa dualidade de opiniões também acontece em relação à questão do


salário mínimo. Aliás, creio que, em razão destas divergências de opiniões, as
bancas tenham receio de cobrar estes assuntos (salário mínimo e sindicatos) em
provas de concursos, pois as questões dariam margem para muitos recursos.

Pois bem, independente das divergências, assim como fiz com o salário mínimo,
passarei o assunto seguindo aquilo que as bibliografias oficiais dizem, tentando
resumir o máximo possível para não perdermos objetividade.

Os sindicatos trabalhistas são organizações coletivas cujo objetivo primário é


melhorar as condições financeiras e não financeiras de seus membros. A melhoria
destas condições de trabalho é alcançada através de negociações coletivas que
abrangem uma gama de questões bem mais ampla do que a simples questão dos
níveis salariais. Entre as questões normalmente incluídas estão outras condições
pecuniárias do emprego não relacionadas ao salário (pagamento de férias, plano
de saúde, pensões, etc), bem como questões não financeiras (estabilidade no
emprego, regras de promoções, segurança no emprego, etc).

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PODER DE MONOPÓLIO SOBRE O NÍVEL DE REMUNERAÇÃO

Em primeiro lugar, devemos ter em mente que o sindicato, de certa forma, tem
poder de monopólio. Isso porque ele é o único vendedor de determinada mão-de-
obra, como tal, em face do poder monopolista que possui, ele poderá escolher
qualquer nível de remuneração e a correspondente quantidade de trabalho
ofertada, exatamente como faz o monopolista de um produto ao escolher seu
preço e determinar a correspondente quantidade a ser produzida.

Se o interesse do sindicato fosse maximizar o número de trabalhadores contratados,


ele optaria pela solução do mercado competitivo, o ponto A da figura 6, onde a
oferta iguala a demanda, ao nível de emprego L* e salário W*. Entretanto, se o
interesse fosse obter um nível de remuneração superior àquele praticado em
mercados competitivos, o sindicato poderia limitar seu número de membros a L 1
trabalhadores. Conseqüentemente, a empresa pagaria uma remuneração W 1
(onde o nível de emprego L1 cruza a curva de demanda da empresa). Note que,
neste caso, os trabalhadores sindicalizados que possuíssem emprego ficariam em
situação melhor, no entanto, haveria redução do emprego (L* - L1), de forma que
as pessoas que perdessem seus empregos estariam em situação pior.

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Taxa O
salarial
(W) B

W1
A

W*

L1 L* Emprego

Veja que esses trabalhadores que ficaram sem emprego (L* - L1), em virtude do
modelo de preferência salarial do sindicato, devem agora ou ficar
desempregados, ou procurar emprego no setor não sindicalizado. Assim, como
primeira conclusão acerca da intervenção sindical no sentido de aumentar os
salários de seus integrantes, podemos estatuir que tal intervenção causa
desemprego.

Trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados

Conforme vimos acima, quando o sindicato faz uso de seu poder de monopólio
para aumentar a remuneração de seus membros, um número menor de
trabalhadores sindicalizados é contratado. Os trabalhadores que perderam seus
empregos em virtude desta política podem optar por procurar empregos no setor
não sindicalizado ou ficar desempregados. Assim, partindo do pressuposto que eles
não queiram ficar desempregados, é importante compreender o que ocorre no
mercado de trabalho dos não sindicalizados.

Suponhamos que a oferta total de trabalhadores seja fixa e, ao mesmo tempo, seja
dividida entre trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados, de forma que a

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diminuição de trabalhadores sindicalizados leva obrigatoriamente ao aumento da


oferta de trabalhadores não sindicalizados e vice-versa. Imagine também que
inicialmente os setores sindicalizado e não sindicalizado apresentam-se em
equilíbrio ao mesmo nível salarial competitivo de equilíbrio W*.

Imagine agora que o sindicato opte por aumentar a remuneração dos


trabalhadores que são seus membros para o nível W 1, situado acima do nível
competitivo W*. Para o nível W1 de salário, o número de trabalhadores contratados
no setor sindicalizado apresentará uma redução ΔLS, como é mostrado na figura 7,
no eixo horizontal. Esta quantidade de trabalhadores ΔL S, que ficaram sem
emprego no setor sindicalizado, ingressará no setor não sindicalizado. O aumento
de trabalhadores neste último setor reduz a remuneração de W* para W 2.

Salário
(W)

W1

W*
W*

DS W2
DNS

ΔLS Emprego
ΔLS
SETOR SINDICALIZADO SETOR NÃO SINDICALIZADO

Assim, considerando que não há alterações no nível total de empregos (a mesma


quantidade de trabalhadores que sai do setor sindicalizado ingressa no setor não
sindicalizado), podemos concluir que a estratégia sindical de aumentar a
remuneração dos trabalhadores pertencentes ao sindicato tem como
consequência a redução da remuneração do setor não sindicalizado, ou seja, os
trabalhadores sindicalizados são beneficiados à custa dos não sindicalizados.

Desemprego de espera

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Poderíamos questionar se, de fato, os trabalhadores que perdem seus empregos no


setor sindicalizado, em virtude do aumento da taxa salarial pelo sindicato,
procurarão necessariamente empregos no setor não sindicalizado, onde
receberão salários bem mais baixos.

Mesmo com o nível de emprego fixo no setor sindicalizado, as vagas de emprego


ocorrem como resultado de aposentadorias, mortes, invalidez, substituições
voluntárias (migração, mudança de profissão, etc), e alguns indivíduos podem
julgar que vale mais a pena permanecerem vinculados ao setor sindicalizado e
ficarem desempregados por um tempo, esperando alguma vaga no setor
sindicalizado. É o chamado desemprego de espera.

Efeito de ameaça

Os empregadores, por razões óbvias, geralmente não gostam que seus


empregados sejam filiados a um sindicato. Assim, os empregadores do setor não
sindical podem se preocupar com a possibilidade de que seus funcionários
tentarão posteriormente se organizar e se filiar a um sindicato. Como a existência
de um sindicato é indesejável para o empregador (a sindicalização aumenta seus
custos salariais e limitar sua flexibilidade administrativa), ele poderá oferecer
aumentos salariais para reduzir a possibilidade de que seus empregados venham a
votar ou organizar um sindicato.

Algum nível salarial entre W* e W1 seria presumivelmente suficiente para assegurar


aos empregadores que a maioria de seus funcionários permanecesse sem a tutela
de um sindicato (presumindo que os empregados estão satisfeitos com as
condições não salariais do emprego).

O fato de o empregador do setor não sindicalizado estar pagando um salário maior


(entre W* e W1) faz com que ele demande, desta vez, menos trabalhadores. Esta
menor demanda de trabalhadores causará desemprego em virtude das
implicações de tais efeitos de ameaça.

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Assim, os efeitos de ameaça – a ameaça de ingresso sindical faz com que os


empregadores concedam aumentos salariais extra-sindicais para evitar o
surgimento da sindicalização – ao mesmo tempo em que provocam aumentos de
salários para os trabalhadores não sindicalizados, resultam também em
desemprego (já que a demanda por trabalhadores no setor não sindical será
menor).

SINDICATOS X MONOPSÔNIOS

Conforme vimos, os sindicatos têm poder de monopólio sobre a mão-de-obra. O


monopsônio, por sua vez, é a situação em que um empregador é único contratante
da mão-de-obra.

Quando há um mercado de trabalho em que as negociações envolvam, de um


lado, um monopolista da mão-de-obra (um sindicato, por exemplo) e, de outro
lado, um monopsonista da mão-de-obra, temos um modelo de negociação
chamado monopólio bilateral.

Um exemplo de monopólio bilateral ocorre quando, por exemplo, temos um único


hospital de uma cidade negociando com determinado sindicato de
enfermeiras(os). O resultado de tal negociação é difícil de prever, mas é
perfeitamente compreensível que o poder de monopsônio e o poder de monopólio
tendem a se contrabalançar. Em outras palavras, o poder de monopsônio do
comprador da mão-de-obra reduzirá o poder de monopólio do vendedor da mão-
de-obra, e vice-versa.

Os salários que normalmente os trabalhadores sindicalizados recebem serão um


tanto menores e os salários que normalmente o monopsonista paga serão um tanto
maiores que o normal. A magnitude com que cada um vai ceder parte de seus
ganhos dependerá do poder de barganha, convencimento, poder econômico,
etc.

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QUESTÕES PROPOSTAS
Questão 01 01. (CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia - Agricultura/2002)

A taxa natural de desemprego é aquela que prevalece quando a economia está


produzindo no nível de seu produto potencial.

Questão 02 02. (ESAF - Analista de Comércio Exterior/1998)

Uma maneira possível de reduzir a "taxa natural" de desemprego de uma economia


seria

a) aumentar o valor do salário mínimo real

b) praticar uma política monetária expansionista

c) praticar uma política fiscal expansionista

d) aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por trabalhadores

e) aumentar o valor dos benefícios do seguro-desemprego em termos reais

Questão 03 03. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2008)

Os fatores que afetam o desemprego estrutural de determinada região incluem a


concentração industrial, o ritmo da evolução tecnológica e a imobilidade da força
de trabalho.

(CESPE/MTE/AFT/2013) Considere uma economia descrita pelas seguintes


condições matemáticas:

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Nesse sentido, considere que:

p é o preço;

w é o salário nominal;

λ e a produtividade do trabalho; e 1/λ o requisito unitário de mão de obra;

τ e o mark-up; zp representa o conjunto de instituições existentes no mercado de


bens que deslocam o preço dos produtos industriais;

E é a taxa de emprego; e zw representa as instituições do mercado de trabalho,


incluindo seguro-desemprego, densidade sindical ou proporção dos trabalhadores
cobertos por acordos coletivos;

é a derivada da função f em relação ao mark-up;

é a derivada da função f em relação as instituições do mercado de bens;

é a derivada da função b em relação ao emprego;

é a derivada da função b em relação as instituições do mercado de trabalho.

Acerca dessa economia, julgue os itens que se seguem.

Questão 04 04. (CESPE/MTE/AFT/2013)

Se essa economia passar a ser regulamentada por um conjunto de leis que


permitam maior flexibilidade nas relações trabalhistas, o resultado será o
deslocamento para baixo da curva de determinação salarial, com redução da
taxa natural de desemprego.

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Questão 05 05. (CESPE/MTE/AFT/2013)

A longo prazo, o desemprego nessa economia será igual a zero.

Questão 06 06. (CESPE/MTE/AFT/2013)

O aumento do seguro-desemprego, em equilíbrio, acarreta o aumento do


desemprego observado.

Questão 07 07. (CESPE/MTE/AFT/2013)

A taxa de desemprego de equilíbrio independe da estrutura sindical da economia.

Questão 08 08. (CESPE/MTE/AFT/2013)

Na economia em questão, as firmas conseguirão contratar a quantidade desejada


de trabalhadores, bastando que seja respeitada a condição de o salário real ser
maior ou igual à produtividade marginal do trabalho.

Questão 09 09. (ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013)

O financiamento do gasto público por intermédio da criação de moeda de alta


potência gera uma espécie de tributação explícita. Sendo assim, o governo pode
obter montantes significativos de recursos ano após ano pela emissão de moeda.

a) Essa receita tributária será aumentada se a economia estiver operando sob o


regime de metas de inflação.

b) Essa fonte de receita não é absorvida pelo público sob a forma de moeda.

c) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o gasto público


é anulado com a redução da alíquota do imposto de renda.

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d) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o gasto público


é anulado quando há regime de câmbio fixo.

e) Essa fonte de receita é conhecida como senhoriagem, que é a capacidade de


o governo arrecadar receita por meio de seu direito de criar moeda.

Questão 10 10. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2010)

A curva de Phillips surgiu da relação entre salários monetários e taxas de


desemprego. Posteriormente, a curva de Phillips moderna adotou a inflação de
preços, incorporando a inflação esperada e os choques de oferta.

Questão 11 11. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998)

Quando a inflação aumenta, a curva de Phillips desloca-se para a direita,


acarretando, assim, taxas mais elevadas de desemprego.

Questão 12 12. (CESPE - Analista do Executivo (ES)/Ciências Econômicas/2013)

Com relação às principais teorias monetárias e aos resultados da política monetária


sobre variáveis da economia, assinale a opção correta.

a) Na curva de Phillips de Milton Friedman, que introduz o conceito de taxa natural


de desemprego, uma maior inflação resulta da pressão que os trabalhadores fazem
por maiores salários em face do incremento do emprego.

b) O principal resultado da curva de Phillips de Milton Friedman foi estabelecer a


proposição de plena neutralidade da política monetária.

c) De acordo com a teoria quantitativa da moeda, cujos adeptos consideram


essencialmente os resultados de curto prazo da economia, a elevação da oferta
de moeda ocorre na mesma proporção do aumento do nível geral de preços.

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d) Consoante a análise da curva de Phillips de Milton Friedman, os agentes possuem


expectativas racionais.

e) Segundo a teoria quantitativa, a moeda deve ser sempre neutra.

Questão 13 13. (CESPE - Agente de Polícia Federal/2004)

Um choque de oferta decorrente, por exemplo, do aumento do preço do petróleo


no mercado internacional provoca deslocamento ao longo da curva de Phillips e
aumenta tanto o emprego como a taxa de inflação.

Questão 14 14. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2010)

Na relação entre a demanda agregada e a curva de Phillips, o aumento na


demanda agregada conduz a um deslocamento ao longo dessa mesma curva e o
choque de custos desloca toda a curva de Phillips.

Questão 15 15. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001)

De acordo com a hipótese da taxa natural, a curva de Phillips de longo prazo é


negativamente inclinada porque taxas de inflação mais elevadas coexistem com
baixas taxas de desemprego.

Questão 16 (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de


Telecomunicações/Geral (Ciências Exatas ou Humanas)/2006)

De acordo com a visão monetarista, quando os mercados reagem a mudanças na


política monetária por meio do ajustamento dos preços relevantes, essas
mudanças afetam o lado real da economia e conduzem a modificações
duradouras no nível de atividade econômica.

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Questão 17 17. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009)

Os economistas utilizam, com muita frequência, construções teóricas com o


objetivo de analisar situações reais e dinâmicas, com simplicidade. Longo prazo x
curto prazo, produto potencial e taxa natural de desemprego são alguns exemplos.

Nesse contexto, analise as proposições abaixo.

I - O produto potencial corresponde ao potencial de produto de uma economia,


dadas suas instituições sociais, a disponibilidade de recursos produtivos e a
tecnologia; por isso, produto potencial corresponde ao conceito de curva de
possibilidades de produção.

II - Além dos mercados de bens e serviços, de recursos produtivos, de ativos


financeiros e de moeda estrangeira (câmbio) usados na caracterização do modelo
de demanda e oferta agregadas, os economistas utilizam o conceito de produto
potencial para caracterizar a oferta agregada de longo prazo.

III - A Curva de Phillips, originariamente percebida como uma regularidade


estatística, pode ser interpretada como a oferta agregada de curto prazo, enquanto
que sua versão de longo prazo à la Friedman-Phelps pode ser interpretada como
oferta agregada de longo prazo.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

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Questão 18 18. CESGRANRIO - Profissional Básico (BNDES)/Engenharia/2013/

A curva de Phillips aceleracionista, proposta pelos economistas Milton Friedman e


Edmund Phelps, propõe que, a longo prazo, a taxa esperada de inflação e a taxa
real de inflação são iguais, e a curva de Phillips se torna uma reta vertical.

Nessas condições, a taxa real de desemprego é igual à taxa natural de


desemprego, contanto que a(o)

a) taxa nominal de juros permaneça constante.

b) taxa natural de desemprego possa ser observada.

c) neutralidade monetária exista a longo prazo.

d) inflação não diminua.

e) Banco Central não aumente a oferta monetária.

Questão 19 19. CESPE - Economista (MJ)/2013/

Julgue o item a seguir, relativo à economia monetária.

Na curva de Phillips com expectativas adaptativas, a inflação reage aos desvios da


taxa efetiva de desemprego em relação à taxa natural de desemprego, aos
choques de oferta e ao componente de inflação esperada.

Questão 20 20. (CESPE - Analista do Ministério Público da União/Perito/Economia/2010)

Acerca da relação existente entre o comportamento do mercado de trabalho e o


nível de atividade e da relação existente entre salários, inflação e desemprego,
julgue o item a seguir.

No longo prazo, a curva de Phillips é vertical.

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Questão 21 21. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001)

Os adeptos da teoria das expectativas racionais tendem a recomendar que o


governo utilize políticas fiscais discricionárias.

Questão 22 22. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2008)

Quando empregadores e trabalhadores dispõem de tempo e flexibilidade


suficientes para acomodar plenamente as mudanças decorrentes de variações
não-antecipadas da demanda agregada, isso é compatível com a existência de
uma curva de Phillips de longo prazo vertical.

Questão 23 23. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998)

Se a taxa de desemprego efetivamente observada for inferior à taxa de


desemprego natural, então, ceteris paribus, a taxa de inflação que prevalece na
economia encontra-se acima da taxa de inflação antecipada pelos agentes
econômicos.

Questão 24 24. ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013/

A hipótese de expectativas racionais considera que:

a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações passadas e os agentes


não comentem erros sistemáticos.

b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a covariança dos erros


igual a zero. Assim, a principal hipótese é de que a política monetária tem pleno
efeito sobre o produto e os preços da economia.

c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no longo prazo, de modo que
os desvios ocorrem apenas em função de choques não antecipados.

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d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam em conta as


informações do passado.

e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

Questão 25 25. (CESGRANRIO - Profissional Básico (BNDES)/Economia/2011)

A figura abaixo mostra três linhas, (I), (II) e (III), com inclinações diferentes,
relacionando a taxa de inflação com a taxa de desemprego em determinada
economia.

Suponha total flexibilidade dos preços e dos salários, propiciando contínuo


equilíbrio entre a oferta e a demanda nos mercados. Se as expectativas dos
participantes dos mercados, a respeito das variáveis relevantes, fossem sempre
corretas, a curva de Phillips de

a) curto prazo seria como em (I)

b) curto prazo seria como em (II)

c) curto prazo seria como em (III)

d) longo prazo seria como em (I)

e) longo prazo seria como em (II)

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Questão 26 26. (ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013)


A hipótese de expectativas racionais considera que:

a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações passadas e os agentes


não comentem erros sistemáticos.

b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a covariança dos erros


igual a zero. Assim, a principal hipótese é de que a política monetária tem pleno
efeito sobre o produto e os preços da economia.

c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no longo prazo, de modo


que os desvios ocorrem apenas em função de choques não antecipados.

d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam em conta as


informações do passado.

e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

Questão 27 27. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009)

A incorporação das expectativas dos agentes econômicos na avaliação de


prováveis impactos da política de estabilização ou anticíclica é indispensável.
Como não se dispõe de informações sobre as expectativas dos agentes
econômicos, os economistas desenvolveram modelos de formação de expectativa
que pudessem ser usados para antecipar as reações dos agentes econômicos e,
desse modo, inferir sobre os impactos das políticas. Considerando uma situação
inicial, na qual haja estabilidade de preços e o nível corrente do produto seja o de
pleno emprego (produto potencial), suponha que seja introduzida uma política
econômica expansionista. Associe os dois modelos de formação de expectativas
com os resultados para a economia, antecipados no curto e no longo prazos, em
decorrência da nova política macroeconômica, apresentados abaixo.

Modelo de Expectativas

I - Adaptativas

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II - Racionais

Impactos da política macroeconômica sobre a economia:

No curto prazo:

P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto.

Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

No longo prazo:

R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

S - Não há mudança nos preços e no produto.

T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.

As associações corretas são:

a) I - P e R; II - Q e R

b) I - P e T; II - Q e S

c) I - P e S; II - P e S

d) I - Q e S; II - P e T

e) I - Q e R; II - P e R

Questão 28 28. CESGRANRIO - Analista (FINEP)/Análise Estratégica em Ciência, Tecnologia


e Inovação/2014/

Considere a moderna teoria da curva de Phillips, relacionando a taxa de inflação


e o nível de atividade econômica.

Essa teoria prediz que se a inércia e a expectativa inflacionárias forem nulas e se


houver capacidade ociosa na economia (ou seja, o hiato do produto for negativo),
tenderá a ocorrer, a curto prazo, uma situação de

a) deflação

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b) aceleração da inflação

c) aumento dos juros nominais

d) redução do produto potencial

e) valorização cambial da moeda doméstica

Questão 29 29. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001)

Após uma mudança credível nas políticas fiscais ou monetárias, a hipótese das
expectativas racionais, quando comparada com a hipótese das expectativas
adaptativas, implica que a transição para um novo equilíbrio de longo prazo será
mais demorada.

Questão 30 30. (CESPE - Economista (MTE)/2008)

Na visão keynesiana, a coexistência entre taxas elevadas de inflação e de


desemprego, nas décadas de 80 e 90 do século passado, explica-se não somente
pelas expectativas de altas dessas duas variáveis, mas também pela ausência,
mesmo no curto prazo, de um trade-off entre inflação e desemprego.

Questão 31 31. (ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013)

Suponha uma economia representada pelas seguintes equações:

I. Lei de Okun:

II. Demanda agregada:

III. Curva de Phillips:

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a) caso a taxa de desemprego vigente seja igual à natural e a taxa de inflação em


vigor seja de 2%, uma taxa de crescimento monetário de 6% manterá constante a
taxa de desemprego.

b) a taxa de desemprego natural é igual a 2%.

c) para manter a inflação nula é necessário expandir a demanda em 10%.

d) se a taxa de desemprego vigente for maior que a taxa natural, a taxa de inflação
vigente será maior que aquela que seria observada caso a taxa de desemprego
vigente fosse igual à taxa natural.

e) admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa de inflação será igual a


5%.

Questão 32 32. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações abaixo, em que u é a
taxa de desemprego, g é a taxa de crescimento da economia, π é a taxa de
inflação, gm é a taxa de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o item que se segue.

Se for observada inflação de 10% ao ano e a economia estiver operando no nível


do produto potencial, a taxa de crescimento da oferta de moeda será de 13% ao
ano.

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Questão 33 33. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações abaixo, em que u é a
taxa de desemprego, g é a taxa de crescimento da economia, π é a taxa de
inflação, gm é a taxa de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o item que se segue.

O produto potencial da economia é de 3% ao ano.

Questão 34 34. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações abaixo, em que u é a
taxa de desemprego, g é a taxa de crescimento da economia, π é a taxa de
inflação, gm é a taxa de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o item que se segue.

Caso o Banco Central reduza a taxa de inflação de 10% para 5% ao ano de uma
única vez, a taxa de desemprego subirá para 13%.

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GABARITOS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

CERTO D CERTO CERTO ERRADO CERTO ERRADO ERRADO E CERTO

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

ERRADO A ERRADO CERTO ERRADO ERRADO E C CERTO CERTO

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

ERRADO CERTO CERTO C C C C A ERRADO ERRADO

31 32 33 34

B CERTO CERTO ERRADO

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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 01 01. (CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia - Agricultura/2002)

A taxa natural de desemprego é aquela que prevalece quando a economia está


produzindo no nível de seu produto potencial.

Questão direta. De fato, a taxa natural de desemprego coincide com o produto


potencial, pois é a taxa compatível com o emprego de todo o fator trabalho que
aceita o nível de salário real, ou seja, é compatível com a existência apenas de
desemprego voluntário e friccional.

GABARITO: Certo

Questão 02 02. (ESAF - Analista de Comércio Exterior/1998)

Uma maneira possível de reduzir a "taxa natural" de desemprego de uma economia


seria

a) aumentar o valor do salário mínimo real

b) praticar uma política monetária expansionista

c) praticar uma política fiscal expansionista

d) aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por trabalhadores

e) aumentar o valor dos benefícios do seguro-desemprego em termos reais

A taxa natural de desemprego é determinada por questões institucionais


(estruturais). Deste modo, a adoção de política econômica expansionista em nada
ajudaria, por ser tratar de medida para variar a taxa de desemprego conjuntural,
pelo que as alternativas b e c estão erradas.

Aumentar o valor do salario mínimo real e o valor do seguro-desemprego em termos


reais resulta em aumento da taxa de desemprego, pois a demanda por trabalho

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está inversamente relacionada com o valor do salário real, pelo que as alternativas
a e e estão incorretas.

Aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por trabalhadores


tem como efeito reduzir os custos em se ofertar/demandar trabalho, reduzindo a
taxa natural de desemprego.

Este fator é compatível com uma mudança institucional, como, por exemplo, a
adoção de novos canais de comunicação que centralizam a oferta e demanda
de trabalho.

GABARITO: LETRA D

Questão 03 03. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2008)

Os fatores que afetam o desemprego estrutural de determinada região incluem a


concentração industrial, o ritmo da evolução tecnológica e a imobilidade da força
de trabalho.

(CESPE/MTE/AFT/2013) Considere uma economia descrita pelas seguintes


condições matemáticas:

Nesse sentido, considere que:

p é o preço;

w é o salário nominal;

λ e a produtividade do trabalho; e 1/λ o requisito unitário de mão de obra;

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τ e o mark-up; zp representa o conjunto de instituições existentes no mercado de


bens que deslocam o preço dos produtos industriais;

E é a taxa de emprego; e zw representa as instituições do mercado de trabalho,


incluindo seguro-desemprego, densidade sindical ou proporção dos trabalhadores
cobertos por acordos coletivos;

é a derivada da função f em relação ao mark-up;

é a derivada da função f em relação as instituições do mercado de bens;

é a derivada da função b em relação ao emprego;

é a derivada da função b em relação as instituições do mercado de trabalho.

Acerca dessa economia, julgue os itens que se seguem.

De certo modo, estas observações completam as que foram citadas na aula sobre
determinantes da taxa de desemprego natural (ou estrutural).

A concentração industrial indica a existência de monopólio ou oligopólio,


resultando em emprego do fator trabalho inferior ao de concorrência perfeita.

O ritmo da evolução tecnológico pode resultar em extinção de maior número de


postos de trabalho do que criação de novas vagas. Notadamente, isto pode
ocorrer devido à substituição do fator trabalho pelo capital e também pela
necessidade de fator trabalho mais especializado, nem sempre existente na região
considerada.

Por fim, a imobilidade da força de trabalho pode também afetar o desemprego


estrutural. Atualmente, a cadeia produtiva é dividida globalmente, além de
apresentar mobilidade em função dos custos do trabalho. Assim, caso vagas sejam

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extintas em determinada região cujo fator trabalho possui imobilidade, a taxa


natural de desemprego irá aumentar.

GABARITO: Certo

Questão 04 04. (CESPE/MTE/AFT/2013)

Se essa economia passar a ser regulamentada por um conjunto de leis que


permitam maior flexibilidade nas relações trabalhistas, o resultado será o
deslocamento para baixo da curva de determinação salarial, com redução da
taxa natural de desemprego.

Este conjunto de questões demonstra muito bem o que podemos esperar para a
prova do BACEN. A questão fornece um pouco de matemática para complicar a
vida, em que pese ela não servir para quase nada.

Podemos considerar as observações institucionais feitas para o mercado de


trabalho e para a taxa natural de desemprego para responder todos os itens
tranquilamente. Vejamos:

A flexibilidade no mercado de trabalho confere menores custos para a demanda


por trabalho, ou seja, reduz o valor do salário real. Como visto durante a aula, a
redução do salário real eleva, ou ajusta, a demanda por trabalho, reduzindo a taxa
desemprego. Caso esta modificação institucional seja permanente, a redução
ocorrerá também na taxa natural de desemprego, como afirma a questão.

Matematicamente, podemos visualizar isto pela >0, o que significa que o


fortalecimento das instituições aumenta b, elevando o salário. Contrariamente, a
flexibilização das instituições de trabalho reduzem b, assim como o salário,
incentivando o aumento do emprego.

GABARITO: CERTO

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Questão 05 05. (CESPE/MTE/AFT/2013)

A longo prazo, o desemprego nessa economia será igual a zero.

A presença de instituições no mercado de trabalho, tais como os sindicatos,


resultam em elevação do salário real acima do nível de PMgL, o que inviabiliza a
taxa de desemprego zero. Ademais, mesmo que a economia se encontra na taxa
natural de desemprego, ela é maior do que zero.

GABARITO: ERRADO

Questão 06 06. (CESPE/MTE/AFT/2013)

O aumento do seguro-desemprego, em equilíbrio, acarreta o aumento do


desemprego observado.

Como vimos na exposição sobre fatores que influenciam o mercado de trabalho e


a NAIRU, o aumento do seguro desemprego eleva a propensão a não trabalhar
dos trabalhadores, pois eles podem dispender horas com lazer e auferir
remuneração. Assim, este fato acarreta aumento da taxa de desemprego.

GABARITO: CERTO

Questão 07 07. (CESPE/MTE/AFT/2013)

A taxa de desemprego de equilíbrio independe da estrutura sindical da economia.

A estrutura sindical da economia é um importante fator na determinação da taxa


de desemprego natural, ou de equilíbrio, da economia. Há diversas evidências
sobre a influência do poder dos sindicatos na determinação dos salários, e
consequentemente, níveis de emprego da economia.

GABARITO: ERRADO

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Questão 08 08. (CESPE/MTE/AFT/2013)

Na economia em questão, as firmas conseguirão contratar a quantidade desejada


de trabalhadores, bastando que seja respeitada a condição de o salário real ser
maior ou igual à produtividade marginal do trabalho.

Simplesmente errado. Como já vimos, revimos, e vimos de novo, a firma demanda


trabalho no ponto em que w/P = PMgL. No caso de salário real acima da
produtividade marginal do trabalho, as firmas deixam de contratar a quantidade
de trabalhadores que deseja, reduzindo a eficiência e a produção.

Visto de oura forma, a presença de instituições no mercado de trabalho não


assegura o equilíbrio entre oferta e demanda por trabalho como considerado pelo
livre mercado. As instituições podem resultar em aumento do salário real acima da
produtividade do trabalho, provocando redução na demanda por trabalho.

GABARITO: ERRADO

Questão 09 09. (ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013)

O financiamento do gasto público por intermédio da criação de moeda de alta


potência gera uma espécie de tributação explícita. Sendo assim, o governo pode
obter montantes significativos de recursos ano após ano pela emissão de moeda.

a) Essa receita tributária será aumentada se a economia estiver operando sob o


regime de metas de inflação.

b) Essa fonte de receita não é absorvida pelo público sob a forma de moeda.

c) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o gasto público


é anulado com a redução da alíquota do imposto de renda.

d) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o gasto público


é anulado quando há regime de câmbio fixo.

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e) Essa fonte de receita é conhecida como senhoriagem, que é a capacidade de


o governo arrecadar receita por meio de seu direito de criar moeda.

A questão trata da senhoriagem, que nada mais é do que o financiamento de


gastos públicos através da emissão de moeda pela autoridade monetária.

Ao emitir mais moeda, o governo aumenta seu poder de compra, que pode ser
calculado através do valor nominal da moeda criada (-) o custo para produzi-la,
ou, de maneira análoga, através do valor real possibilitado pela nova quantidade
de moeda em circulação.

É importante entender que ao aumentar a receita de senhoriagem, a autoridade


monetária gera efeitos inflacionários na economia, transferindo renda do setor
privado para o setor público. Este efeito é chamado de imposto inflacionário.

Vamos aos itens:

a) caso a economia esteja sob um regime de metas de inflação, a autoridade


monetária deverá respeitar o limite de inflação, ou seja, a emissão de moeda e os
ganhos de senhoriagem possuem esta limitação; consequentemente o imposto
inflacionário também será menor

b) como explicado acima, ao passo que o governo gera ganhos de senhoriagem


ao emitir moeda, o setor privado arca com o ônus através do imposto inflacionário,
de modo que a receita de senhoriagem é absorvida pelo setor privado na forma
de moeda

c) a senhoriagem gera pressões inflacionárias por si só; a redução na alíquota do


imposto de renda provoca aumento da renda disponível do setor privado, o que
pode fomentar a demanda da economia e alimentar ainda mais a inflação.

d) a senhoriagem gera pressões inflacionárias por si só, independentemente do


regime de câmbio da economia; no caso de câmbio fixo, a elevação da inflação
provoca valorização do câmbio real.

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e) item correto, pois, como explicado acima, a senhoriagem é fonte de receita do


governo obtida a partir da elevação da oferta de moeda.

GABARITO: LETRA E

Questão 10 10. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2010)

A curva de Phillips surgiu da relação entre salários monetários e taxas de


desemprego. Posteriormente, a curva de Phillips moderna adotou a inflação de
preços, incorporando a inflação esperada e os choques de oferta.

Nesta aula estão apresentadas as 3 versões da Curva de Phillips. Como notado, a


versão original continha apenas o trade-off entre salários nominais e taxas de
desemprego. As demais versões adotaram o trade-off entre inflação e
desemprego.

GABARITO: Certo

Questão 11 11. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998)

Quando a inflação aumenta, a curva de Phillips desloca-se para a direita,


acarretando, assim, taxas mais elevadas de desemprego.

Pelo visto no modelo aceleracionista da Curva de Phillips, o aumento na


expectativa de inflação resulta em maior inflação efetiva à mesma taxa de
desemprego (taxa natural de desemprego). Assim, a taxa de desemprego não
aumenta, mas sim a inflação efetiva.

GABARITO: Errado

Questão 12 12. (CESPE - Analista do Executivo (ES)/Ciências Econômicas/2013)

Com relação às principais teorias monetárias e aos resultados da política monetária


sobre variáveis da economia, assinale a opção correta.

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a) Na curva de Phillips de Milton Friedman, que introduz o conceito de taxa natural


de desemprego, uma maior inflação resulta da pressão que os trabalhadores fazem
por maiores salários em face do incremento do emprego.

b) O principal resultado da curva de Phillips de Milton Friedman foi estabelecer a


proposição de plena neutralidade da política monetária.

c) De acordo com a teoria quantitativa da moeda, cujos adeptos consideram


essencialmente os resultados de curto prazo da economia, a elevação da oferta
de moeda ocorre na mesma proporção do aumento do nível geral de preços.

d) Consoante a análise da curva de Phillips de Milton Friedman, os agentes possuem


expectativas racionais.

e) Segundo a teoria quantitativa, a moeda deve ser sempre neutra.

Questão interessante.

De acordo com a visão monetarista, os indivíduos utilizam a inflação passada como


variável de ajuste nos contratos salariais. A inflação passada possibilitou aos
empresários elevar a demanda por trabalho, tendo em vista a redução nos salários
reais.

No entanto, assim que os contratos de trabalho são reajustados, mantendo o valor


do salário real anteriormente vigente, o emprego volta ao nível de longo prazo e a
inflação aumenta ainda mais, tendo em vista o aumento do custo de produção.

GABARITO: LETRA A

Questão 13 13. (CESPE - Agente de Polícia Federal/2004)

Um choque de oferta decorrente, por exemplo, do aumento do preço do petróleo


no mercado internacional provoca deslocamento ao longo da curva de Phillips e
aumenta tanto o emprego como a taxa de inflação.

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A questão relaciona os conceitos da Curva de Phillips a da Curva OA-DA. Como já


visto em aulas anteriores, um choque de oferta reduz a demanda de trabalho pelas
firmas, ao reduzir a PMgL e a produtividade dos demais fatores produtivos.

Neste cenário, há primeiramente um deslocamento da Curva de Phillips de curto


prazo para cima, evidenciando maior taxa de inflação a mesma taxa de
desemprego. Posteriormente, ocorre deslocamento ao longo da Curva de Phillips,
resultando em maior desemprego à maior taxa de inflação, ou seja, estagflação.

GABARITO: Errado

Questão 14 14. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2010)

Na relação entre a demanda agregada e a curva de Phillips, o aumento na


demanda agregada conduz a um deslocamento ao longo dessa mesma curva e o
choque de custos desloca toda a curva de Phillips.

Importante questão para complementar o conteúdo da aula.

O deslocamento ao longo da Curva de Phillips é feito por variáveis endógenas, ou


seja, a taxa de inflação ou de desemprego. A variação positiva da demanda
agregada resulta em aumento do emprego e do produto. Esta mudança é
demonstrada na Curva de Phillips pela redução da taxa de desemprego e
aumento da inflação, gerando deslocamento ao longo da Curva.

As mudanças em variáveis exógenas, por sua vez, deslocam a Curva de Phillips.


Assim, considerando um choque de oferta negativo, que aumenta os custos da
quantidade produzida, há deslocamento da Curva de Phillips para cima,
evidenciando maior preço ao mesmo nível de desemprego.

GABARITO: Certo

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Questão 15 15. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001)

De acordo com a hipótese da taxa natural, a curva de Phillips de longo prazo é


negativamente inclinada porque taxas de inflação mais elevadas coexistem com
baixas taxas de desemprego.

A hipótese da taxa natural segue a tradição monetarista, cuja Curva de Phillips é


vertical no longo prazo. Como os indivíduos possuem expectativas adaptativas, o
reajuste dos salários compatível com a taxa natural de desemprego no longo prazo
resulta apenas em aumento de preços.

GABARITO: Errado

Questão 16 (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de


Telecomunicações/Geral (Ciências Exatas ou Humanas)/2006)

De acordo com a visão monetarista, quando os mercados reagem a mudanças na


política monetária por meio do ajustamento dos preços relevantes, essas
mudanças afetam o lado real da economia e conduzem a modificações
duradouras no nível de atividade econômica.

Para afetar o lado real da economia, e provocar modificações duradouras no nível


de atividade econômica, devem-se variar os fatores produtivos presentes na
função de produção, ou seja, capital, trabalho, insumos e tecnologia, e/ou variar
configurações institucionais que incentivam a produção, mesmo sem variar os
fatores produtivos (como, por exemplo, a adoção de uma nova lei que fomente a
atividade produtiva).

O ajustamento de preços relevantes, no âmbito da Curva de Phillips, corresponde


ao ajustamento dos salários que, no longo prazo, mantém a economia à taxa de
desemprego natural.

GABARITO: Errado

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Questão 17 17. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009)

Os economistas utilizam, com muita frequência, construções teóricas com o


objetivo de analisar situações reais e dinâmicas, com simplicidade. Longo prazo x
curto prazo, produto potencial e taxa natural de desemprego são alguns exemplos.

Nesse contexto, analise as proposições abaixo.

I - O produto potencial corresponde ao potencial de produto de uma economia,


dadas suas instituições sociais, a disponibilidade de recursos produtivos e a
tecnologia; por isso, produto potencial corresponde ao conceito de curva de
possibilidades de produção.

II - Além dos mercados de bens e serviços, de recursos produtivos, de ativos


financeiros e de moeda estrangeira (câmbio) usados na caracterização do modelo
de demanda e oferta agregadas, os economistas utilizam o conceito de produto
potencial para caracterizar a oferta agregada de longo prazo.

III - A Curva de Phillips, originariamente percebida como uma regularidade


estatística, pode ser interpretada como a oferta agregada de curto prazo, enquanto
que sua versão de longo prazo à la Friedman-Phelps pode ser interpretada como
oferta agregada de longo prazo.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

I - O produto potencial indica a quantidade possível de produção que pode ser


obtida com o emprego de fatores de produção e instituições disponíveis. Assim,
este conceito corresponde á curva de possibilidades de produção, ou seja,

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corresponde à curva que indica o emprego de fatores e obtém como resultado a


produção.

II – Como já apresentado em aulas anteriores, a curva de oferta de longo prazo


está relacionada com a função de oferta, ou seja, com o produto potencial. A
curva de demanda agregada, por sua vez, está relacionada com os determinantes
do Modelo IS-LM-BP (mercado de bens, mercado monetário e transações com o
resto do mundo)

III – A diferença entre a Curva de Phillips tradicional e a monetarista é exatamente


esta. No curto prazo, representado pela Curva de Phillips negativamente inclinada,
há um trade-off entre inflação e desemprego. No longo prazo, representado pela
Curva de Phillips vertical, a economia converge para o emprego da taxa natural
de desemprego que, quando colocada na função de produção juntamente com
os demais fatores produtivos, evidencia a curva de oferta de longo prazo.

Portanto, todos os itens estão corretos.

GABARITO: LETRA E

Questão 18 18. CESGRANRIO - Profissional Básico (BNDES)/Engenharia/2013/

A curva de Phillips aceleracionista, proposta pelos economistas Milton Friedman e


Edmund Phelps, propõe que, a longo prazo, a taxa esperada de inflação e a taxa
real de inflação são iguais, e a curva de Phillips se torna uma reta vertical.

Nessas condições, a taxa real de desemprego é igual à taxa natural de


desemprego, contanto que a(o)

a) taxa nominal de juros permaneça constante.

b) taxa natural de desemprego possa ser observada.

c) neutralidade monetária exista a longo prazo.

d) inflação não diminua.

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e) Banco Central não aumente a oferta monetária.

A proposta de Friedman e Phelps para a Curva de Phillips assume a seguinte forma


gráfica e algébrica:

A economia encontra-se inicialmente em equilíbrio, representado pela Curva de


Phillips de curto prazo (PCCP) mais baixa. Neste ponto, a taxa de desemprego é
igual à taxa natural, pelo que a inflação realizada é igual à inflação esperada .

Considere, por exemplo, que o governo adote uma política monetária


expansionista, com o objetivo de elevar a demanda agregada e o emprego.

Partindo do equilíbrio citado, a economia se desloca pela Curva de Phillips de


curto prazo a um ponto representado pelo quadrado, evidenciando menor
desemprego ao custo de maior inflação.

O movimento é possível em face à rigidez dos salários. No momento da


implantação da política monetária, os salários já estavam determinados e
estabelecidos contratualmente, considerando a expectativa de inflação
anteriormente definida.

As firmas, por sua vez, aproveitam o momento de redução nos salários reais para
contratar mais funcionários, resultando na queda de desemprego. Friedman
denominou esta situação de ilusão monetária. Na prática, como os efeitos da

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inflação são sentidos com certo atraso, os trabalhadores entendem que sua
situação é confortável, pelo que aceitam o salário real vigente.

Ao passo que os trabalhadores passam a notar o aumento da inflação, inserem


esta maior expectativa nas próximas negociações salariais, reduzindo a ilusão
monetária a zero.

Este ajuste do preço, no médio/longo prazo, face ao aumento da quantidade de


moeda permite concluir que a moeda é neutra neste mesmo período.

GABARITO: LETRA C

Questão 19 19. CESPE - Economista (MJ)/2013/

Julgue o item a seguir, relativo à economia monetária.

Na curva de Phillips com expectativas adaptativas, a inflação reage aos desvios da


taxa efetiva de desemprego em relação à taxa natural de desemprego, aos
choques de oferta e ao componente de inflação esperada.

A expressão da Curva de Phillips com expectativas adaptativas é a que segue:

A diferença entre a taxa de inflação efetiva e a taxa de inflação esperada é igual


ao desvio da taxa de desemprego em relação à taxa natural de desemprego,
exatamente como afirmado pela questão.

Um exemplo pode elucidar.

Supondo o ajuste de salários no mercado de trabalho, os trabalhadores e


empregadores estão interessados no valor real do salário. Assim, caso ocorra
expectativa de aumento de inflação, o salário será ajustado no mesmo montante.
No caso de inflação efetiva = inflação esperada, a taxa de desemprego é a taxa

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natural. Caso contrário, como inflação esperada < inflação efetiva, a taxa de
desemprego efetiva será mais elevada que a taxa natural de desemprego.
Adicionalmente, os choques de oferta provocam também variações na inflação.
Choques de oferta negativos, na medida que reduzem a produtividade dos
insumos produtivos, encarecendo o valor da produção, provocam aumento de
preços, isto é, aumento da inflação.

Portanto, a inflação responde sim (i) aos desvios da taxa efetiva de desemprego
em relação à taxa natural de desemprego, (ii) aos choques de oferta e (iii) ao
componente de inflação esperada.

GABARITO: CERTO

Questão 20 20. (CESPE - Analista do Ministério Público da União/Perito/Economia/2010)

Acerca da relação existente entre o comportamento do mercado de trabalho e o


nível de atividade e da relação existente entre salários, inflação e desemprego,
julgue o item a seguir.

No longo prazo, a curva de Phillips é vertical.

O item está CERTO.

Esta é a interpretação proposta pelos monetaristas para explicar as relações entre


produto, desemprego e inflação no longo prazo.

Vamos entender passo a passo este processo:

1. considere que a economia encontra-se no equilíbrio (ponto A), com taxa de


inflação e desemprego estáveis.

2. o governo promove uma expansão no estoque de moeda (política monetária


expansionista).

3. no curto prazo os preços da economia aumentam mais depressa que o salário


nominal, pois o salário encontra-se estabelecido em contratos de médio prazo

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(salários são rígidos no curto prazo); como resultado, o salário real diminui e os
empresários contratam mais trabalhadores e aumentam a produção, diminuindo o
desemprego, mas com uma taxa de inflação mais elevada (consequência da
política monetária); a economia se move ao ponto B.

4. no médio e longo prazo, os trabalhadores percebem o declínio dos salários reais


e promovem renegociação salarial, de modo que o antigo salário real seja
estabelecido (o aumento no salário nominal é equivalente à taxa de inflação);

5. neste novo ponto, o desemprego volta ao nível inicial, no entanto a taxa de


inflação não, devido à oferta monetária expansionista e ao aumento de salários; a
economia se move ao ponto C.

Portanto, a Curva de Phillips de longo prazo (curva vermelha) é vertical, como pode
ser visto abaixo:

É importante salientar que movimentos de curto prazo ocorrem ao longo da curva.


Movimentos de longo prazo deslocam a curva, pois as expectativas de preços e,
consequentemente, da taxa de inflação variam.

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Questão 21 21. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001)

Os adeptos da teoria das expectativas racionais tendem a recomendar que o


governo utilize políticas fiscais discricionárias.

Política discricionária é aquela escolhida em determinado momento, mediante a


conveniência e oportunidade do policy maker, sem guardar relação com a ideia
de políticas previamente anunciadas.

Portanto, políticas discricionárias são não recomendadas pelos adeptos da teoria


das expectativas racionais, pois podem provocar inflação acima da inflação
esperada, ou desemprego acima da taxa natural.

GABARITO: Errado

Questão 22 22. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2008)

Quando empregadores e trabalhadores dispõem de tempo e flexibilidade


suficientes para acomodar plenamente as mudanças decorrentes de variações
não-antecipadas da demanda agregada, isso é compatível com a existência de
uma curva de Phillips de longo prazo vertical.

Questão interessante. Como vimos na aula, variações antecipadas na política


econômica (e na demanda agregada) não resultam em variações no produto e
desemprego, pelo que são ineficazes. A Curva de Phillips é vertical no curto e longo
prazo.

Não obstante, caso esta variação não seja antecipada, aplica-se as disposições
da Curva de Phillips Monetarista, pelo que, apenas no longo prazo, ela é vertical.

GABARITO: Certo

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Questão 23 23. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998)

Se a taxa de desemprego efetivamente observada for inferior à taxa de


desemprego natural, então, ceteris paribus, a taxa de inflação que prevalece na
economia encontra-se acima da taxa de inflação antecipada pelos agentes
econômicos.

Este é exatamente o trade-off demonstrado pela Curva de Phillips sob a hipótese


das expectativas racionais. No curto prazo, taxa de desemprego efetiva menor que
a taxa de desemprego natural resulta em inflação acima da taxa prevista.

GABARITO: Certo

Questão 24 24. ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013/

A hipótese de expectativas racionais considera que:

a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações passadas e os agentes


não comentem erros sistemáticos.

b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a covariança dos erros


igual a zero. Assim, a principal hipótese é de que a política monetária tem pleno
efeito sobre o produto e os preços da economia.

c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no longo prazo, de modo que
os desvios ocorrem apenas em função de choques não antecipados.

d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam em conta as


informações do passado.

e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

A hipótese das expectativas racionais considera que os agentes utilizam a


experiência e todas as informações disponíveis para formular um modelo sobre o
comportamento econômico. Deste modo, eles reagem de modo racional à

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adoção de políticas econômicas previamente anunciadas, ou esperadas, e


adequam suas expectativas, anulando em certo grau a efetividade desta política.

Se aplicada à Curva de Phillips, esta hipótese resulta em curva vertical tanto no


curto como no longo prazo, pois uma determinada política monetária com o
objetivo de reduzir o dezemprego e, consequentemente, aumentar a inflação, é
antecipada pelos agentes já no curto prazo, de modo que a efetividade da política
é anulada.

Em resumo, se considerada a teoria das expectativas racionais, a política


monetária expansionista resultaria em aquecimento da economia, com elevação
na demanda por trabalho. No entanto, como os trabalhadores antecipam este
movimento e passam a exigir de antemão salários maiores, o aumento na
demanda por trabalho logo é reduzido, não provocando mudanças no emprego,
mas sim aumento nos preços e, consequentemente, inflação.

Este conceito é apresentado na letra c.

Vamos ao erro dos demais itens:

a) o item afirma que os agentes utilizam as informações passada, o que é incorreto.


Os agentes não só utilizam as informações passadas como todas as outras possíveis,
assim como se antecipam a possíveis mudanças na política econômica, quando
esperadas.

b) na hipótese das expectativas racionais a política monetária tem efeito nulo sobre
o produto, ao passo que afeta apenas o nível de preços; ademais, o valor da
inflação é exatamente o seu valor esperado, com a covariância dos erros igual a
zero (em português, os valor efetivo da inflação é idêntico ao valor que os agentes
esperam, não havendo erros siginificantes nas previsões).

d) idem ao item 'a', pois os agentes consideram todas as informações disponíveis,


além das mudanças esperadas na condução da política econômica, tanto na
versão fraca como na versão forte.

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e) como já explicado, a Curva de Phillips é vertical no curto prazo

GABARITO: LETRA C

Questão 25 25. (CESGRANRIO - Profissional Básico (BNDES)/Economia/2011)

A figura abaixo mostra três linhas, (I), (II) e (III), com inclinações diferentes,
relacionando a taxa de inflação com a taxa de desemprego em determinada
economia.

Suponha total flexibilidade dos preços e dos salários, propiciando contínuo


equilíbrio entre a oferta e a demanda nos mercados. Se as expectativas dos
participantes dos mercados, a respeito das variáveis relevantes, fossem sempre
corretas, a curva de Phillips de

a) curto prazo seria como em (I)

b) curto prazo seria como em (II)

c) curto prazo seria como em (III)

d) longo prazo seria como em (I)

e) longo prazo seria como em (II)

A total flexibilidade dos preços e dos salários, propiciando contínuo equilíbrio entre
a oferta e a demanda nos mercados, é equivalente com a Curva de Phillips vertical

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no curto e no longo prazo. Este fato ocorre devido à possibilidade de perfeito


ajustamento dos salários nominais à inflação, mantendo o salário real constante e
o desemprego na taxa natural, independentemente da taxa de inflação.

GABARITO: LETRA C

Questão 26 26. (ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013)


A hipótese de expectativas racionais considera que:

a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações passadas e os agentes


não comentem erros sistemáticos.

b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a covariança dos erros


igual a zero. Assim, a principal hipótese é de que a política monetária tem pleno
efeito sobre o produto e os preços da economia.

c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no longo prazo, de modo


que os desvios ocorrem apenas em função de choques não antecipados.

d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam em conta as


informações do passado.

e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

A hipótese das expectativas racionais considera que os agentes utilizam todas as


informações disponíveis para formular um modelo sobre o comportamento
econômico. Deste modo, eles reagem de modo racional à adoção de políticas
econômicas previamente anunciadas, ou esperadas, e adequam suas
expectativas, anulando em certo grau a efetividade desta política.

Se aplicada à Curva de Phillips, esta hipótese resulta em curva vertical tanto no


curto como no longo prazo, pois uma determinada política monetária com o
objetivo de reduzir o dezemprego e, consequentemente, aumentar a inflação, é

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antecipada pelos agentes já no curto prazo, de modo que a efetividade da política


é anulada.

Em resumo, se considerada a teoria das expectativas racionais, a política


monetária expansionista resultaria em aquecimento da economia, com elevação
na demanda por trabalho. No entanto, como os trabalhadores antecipam este
movimento e passam a exigir de antemão salários maiores, o aumento na
demanda por trabalho logo é reduzido, não provocando mudanças no emprego,
mas sim aumento nos preços e, consequentemente, inflação.

Este conceito é apresentado na letra c.

Vejamos o erro dos demais itens:

a) o item afirma que os agentes utilizam as informações passada, o que é incorreto.


Os agentes não só utilizam as informações passadas como todas as outras possíveis,
assim como se antecipam a possíveis mudanças na política econômica, quando
esperadas.
b) na hipótese das expectativas racionais a política monetária tem efeito nulo sobre
o produto, ao passo que afeta apenas o nível de preços; ademais, o valor da
inflação é exatamente o seu valor esperado, com a covariância dos erros igual a
zero (em português, os valor efetivo da inflação é idêntico ao valor que os agentes
esperam, não havendo erros siginificantes nas previsões).
d) idem ao item 'a', pois os agentes consideram todas as informações disponíveis,
além das mudanças esperadas na condução da política econômica, tanto na
versão fraca como na versão forte.
e) como já explicado, a Curva de Phillips é vertical no curto prazo

GABARITO: LETRA C

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Questão 27 27. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009)

A incorporação das expectativas dos agentes econômicos na avaliação de


prováveis impactos da política de estabilização ou anticíclica é indispensável.
Como não se dispõe de informações sobre as expectativas dos agentes
econômicos, os economistas desenvolveram modelos de formação de expectativa
que pudessem ser usados para antecipar as reações dos agentes econômicos e,
desse modo, inferir sobre os impactos das políticas. Considerando uma situação
inicial, na qual haja estabilidade de preços e o nível corrente do produto seja o de
pleno emprego (produto potencial), suponha que seja introduzida uma política
econômica expansionista. Associe os dois modelos de formação de expectativas
com os resultados para a economia, antecipados no curto e no longo prazos, em
decorrência da nova política macroeconômica, apresentados abaixo.

Modelo de Expectativas

I - Adaptativas

II - Racionais

Impactos da política macroeconômica sobre a economia:

No curto prazo:

P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto.

Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

No longo prazo:

R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

S - Não há mudança nos preços e no produto.

T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.

As associações corretas são:

a) I - P e R; II - Q e R

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b) I - P e T; II - Q e S

c) I - P e S; II - P e S

d) I - Q e S; II - P e T

e) I - Q e R; II - P e R

Como de praxe, as questões do BACEN são as mais sagazes. Vamos analisar cada
relação:

No curto prazo:

P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto

• Este caso é compatível com hipótese de expectativas adaptativas; a


existência de ilusão monetária pelos trabalhadores e a rigidez salarial permite aos
empresários elevar a produção e o emprego na presença de inflação no curto
prazo.

Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

• De acordo com as expectativas racionais, no curto prazo, a política


econômica anunciada não produz qualquer efeito no nível de produto, pois os
indivíduos automaticamente ajustam preços e salários de acordo com a política
econômica.

No longo prazo:

R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

• De acordo com a hipótese das expectativas adaptativas, no longo prazo, os


contratos de trabalho são reajustados no nível da inflação, o salário real volta ao
nível anteriormente verificado e a taxa de desemprego retorna à taxa natural,
assim como o produto volta ao nível de longo prazo compatível com o produto
potencial.

S - Não há mudança nos preços e no produto.

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• Esta conclusão não faz parte dos modelos de Curva de Phillips

T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.

• Esta conclusão não faz parte dos modelos de Curva de Phillips

Portanto, temos que:

I-PeR

II - Q e R

GABARITO: LETRA A

Questão 28 28. CESGRANRIO - Analista (FINEP)/Análise Estratégica em Ciência, Tecnologia


e Inovação/2014/

Considere a moderna teoria da curva de Phillips, relacionando a taxa de inflação


e o nível de atividade econômica.

Essa teoria prediz que se a inércia e a expectativa inflacionárias forem nulas e se


houver capacidade ociosa na economia (ou seja, o hiato do produto for negativo),
tenderá a ocorrer, a curto prazo, uma situação de

a) deflação

b) aceleração da inflação

c) aumento dos juros nominais

d) redução do produto potencial

e) valorização cambial da moeda doméstica

A moderna teoria da Curva de Phillips corresponde à Curva de Phillips Novo


Clássica (expectativas racionais). Para os Novo Clássicos, a expectativa de
inflação deve se basear na hipótese de racionalidade dos indivíduos. Como são
inteligentes no sentido de maximizar sua utilidade, empregados e empregadores
estão interessados na manutenção dos níveis de produtividade do trabalho e de

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salário real. Assim, é de seu interesse prever o comportamento exato da inflação e


não somente replicar o comportamento passado/presente ao futuro.

Assim, a hipótese das expectativas racionais considera que os agentes utilizam


todas as informações disponíveis no presente, incluindo as mudanças de política
econômica e choques com possibilidade de ocorrência no futuro, para estimar
com certa precisão a inflação futura e compreender o correto modelo econômico.
É comum afirmar que os agentes antecipam de forma racional as condicionantes
do modelo econômico (como a variação anunciada ou esperada na política
econômica) e utilizam estes dados na determinação da expectativa de inflação
do próximo período.

Um exemplo pode elucidar. Podemos considerar que, em resposta a um desvio da


economia ao nível de desemprego natural, a autoridade monetária considera um
aumento da quantidade de moeda em 10% no próximo período. Tudo o mais
constante, o aumento da quantidade de moeda tende a aumentar os preços no
mesmo montante, portanto a inflação esperada para o próximo período será de
10%.

Trazendo estes conceitos à questão, uma situação de inércia inflacionária igual a


zero (não há reprodução da inflação passada no presente)e expectativa de
inflação também igual a zero, a capacidade ociosa na economia tenderá a
promover no curto prazo uma deflação. Uma capacidade ociosa na economia
corresponde a um desvio negativo no nível de desemprego natural da economia,
ou seja, a taxa de desemprego efetiva está acima da taxa de desemprego natural.
Como a taxa de desemprego natural corresponde à taxa que mantém a variação
da inflação igual a zero, uma taxa superior corresponde à taxa que mantém a
variação em um valor negativo, isto é, representa uma situação de deflação.

GABARITO: LETRA A

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Questão 29 29. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001)

Após uma mudança credível nas políticas fiscais ou monetárias, a hipótese das
expectativas racionais, quando comparada com a hipótese das expectativas
adaptativas, implica que a transição para um novo equilíbrio de longo prazo será
mais demorada.

Como visto, a taxa de sacrifício, interpretada pela ótica das expectativas racionais,
é menor devido à credibilidade e compromisso de redução da inflação das
políticas monetária e fiscal, diferentemente do que afirma a questão.

GABARITO: Errado

Questão 30 30. (CESPE - Economista (MTE)/2008)

Na visão keynesiana, a coexistência entre taxas elevadas de inflação e de


desemprego, nas décadas de 80 e 90 do século passado, explica-se não somente
pelas expectativas de altas dessas duas variáveis, mas também pela ausência,
mesmo no curto prazo, de um trade-off entre inflação e desemprego.

A visão keynesiana é compatível com as observações feitas por Stanley Fischer


sobre o mercado de trabalho. Preços e salários são rígidos, além da negociação
de contratos de trabalho serem justapostas, conferindo trade-off negativo entre
inflação e desemprego no curto prazo.

Ademais, a estagflação das décadas de 80 e 90 pode ser explicada, pelos


keynesianos, justamente pela rigidez salarial e taxa de sacrifício vigente.
Considerando os choques de oferta verificados à época (choques do petróleo e
outros), a economia passou a operar em estagnação e alta inflação. Os salários,
sendo rígidos, preservaram o valor real, mantendo a inflação em elevado patamar,
assim como a estagnação.

GABARITO: ERRADO

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Questão 31 31. (ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico-Financeira/2013)

Suponha uma economia representada pelas seguintes equações:

I. Lei de Okun:

II. Demanda agregada:

III. Curva de Phillips:

a) caso a taxa de desemprego vigente seja igual à natural e a taxa de inflação em


vigor seja de 2%, uma taxa de crescimento monetário de 6% manterá constante a
taxa de desemprego.

b) a taxa de desemprego natural é igual a 2%.

c) para manter a inflação nula é necessário expandir a demanda em 10%.

d) se a taxa de desemprego vigente for maior que a taxa natural, a taxa de inflação
vigente será maior que aquela que seria observada caso a taxa de desemprego
vigente fosse igual à taxa natural.

e) admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa de inflação será igual a


5%.

Questão muito boa!!! Vamos apresentar cada relação e depois efetuar as contas

Lei de Okun – relaciona o crescimento do produto e a variação no desemprego.

O desemprego no ano t é identificado por μ1, assim como o desemprego no


período t-1 é representado por μt-1. A taxa de crescimento do produto entre os
anos t-1 e t é representada por gyt

Demanda Agregada – apresenta uma relação entre o crescimento do produto,


crescimento do estoque de moeda e inflação.

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Gyt representa a taxa de crescimento do produto entre os períodos t-1 e t


Gmt representa a taxa de crescimento da moeda nominal
πt representa a taxa de inflação, ou seja, a taxa de crescimento de preços entre
os períodos t-1 e t

Curva de Phillips – relaciona a taxa de desemprego com a evolução da taxa de


inflação entres os períodos t-1 e t. Através desta relação é possível determinar
como será a variação da inflação caso o desemprego se distancie do nível natural
de desemprego, que neste caso é de 2% (0,02). Perceba que esta relação o sinal
negativo faz com que esta relação seja inversa, isto é, a elevação do desemprego
em relação ao nível da taxa natural reduz a variação da inflação.

Deste modo, é possível perceber que, ao se relacionar estas 3 identidades,


podemos relacionar taxas de desemprego, crescimento do produto, crescimento
da moeda nominal e, por fim, variação da inflação.

Agora, vamos às alternativas:

a) Caso a taxa de desemprego seja igual a taxa natural (2%) e taxa de inflação
de 2%, um crescimento monetário de 6% resultará em desemprego inferior à taxa
natural, ao menos no curto prazo
b) A taxa natural de desemprego está demonstrada na curva de Phillips e é iguala
2% ou 0,02, como explicado acima. Item correto .
c) Caso a demanda agregada se eleve em 10%, o nível nominal de moeda teria
que se reduzir também em 10% para a inflação se manter nula, algo impensável.
d) Se a taxa de desemprego for menor que a taxa natural, a inflação será maior.
É só observar a curva de Phillips.

e) Admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa de inflação se


comportaria de modo variável, dependendo da discricionariedade da política
econômica (antecipada ou não- antecipada).

GABARITO: LETRA B

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Questão 32 32. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações abaixo, em que u é a
taxa de desemprego, g é a taxa de crescimento da economia, π é a taxa de
inflação, gm é a taxa de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o item que se segue.

Se for observada inflação de 10% ao ano e a economia estiver operando no nível


do produto potencial, a taxa de crescimento da oferta de moeda será de 13% ao
ano.

Questão muito interessante. Vamos apresentar cada relação e depois efetuar as


contas

Lei de Okun – relaciona o crescimento do produto e a variação no desemprego. É


representada pela primeira expressão.

O desemprego no ano t é identificado por μt, assim como o desemprego no


período t-1 é representado por μt-1. A taxa de crescimento do produto entre os
anos t-1 e t é representada por gt

Curva de Phillips – relaciona a taxa de desemprego com a evolução da taxa de


inflação entres os períodos t-1 e t. Através desta relação é possível determinar como
será a variação da inflação caso o desemprego se distancie do nível natural de
desemprego, que neste caso é de 3% (0,02). Perceba que esta relação o sinal
negativo faz com que esta relação seja inversa, isto é, a elevação do desemprego
em relação ao nível da taxa natural reduz a variação da inflação. É representada
pela segunda expressão.

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Demanda Agregada – apresenta uma relação entre o crescimento do produto,


crescimento do estoque de moeda e inflação. É representada pela terceira
expressão.

Gt representa a taxa de crescimento do produto entre os períodos t-1 e t

Gmt representa a taxa de crescimento da moeda nominal

πt representa a taxa de inflação, ou seja, a taxa de crescimento de preços entre os


períodos t-1 e t

Deste modo, é possível perceber que, ao se cruzar estas 3 identidades, podemos


relacionar taxas de desemprego, crescimento do produto, crescimento da moeda
nominal e, por fim, variação da inflação.

Desta forma, se for observada inflação de 10% ao ano e a economia estiver


operando no nível do produto potencial, a taxa de crescimento da oferta de
moeda será de 13% ao ano.

A taxa de crescimento potencial é aquela que mantém a taxa de desemprego em


seu nível natural. Assim, considerando que a taxa de desemprego natural é de 3%
e, portanto, a taxa de crescimento potencial é compatível com esta taxa, temos
que:

GABARITO: CERTO

Questão 33 33. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações abaixo, em que u é a
taxa de desemprego, g é a taxa de crescimento da economia, π é a taxa de
inflação, gm é a taxa de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

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Com base nas informações apresentadas acima, julgue o item que se segue.

O produto potencial da economia é de 3% ao ano.

Considerando as observações feitas na questão anterior, o produto potencial da


economia é aquele em que a taxa de desemprego efetiva é igual a taxa de
desemprego natural. Desta forma, podemos encontrar o referido produto a partir
da seguinte expressão:

ut = ut - 1 - 0,2(gt - 0,03)

De modo que:

ut = ut - 1

Para que isto aconteça: 0,2(gt - 0,03) = 0.

Resolvendo a expressão acima, temos que gt = 0,03.

Ou seja, o produto potencial é de 3% (0,03).

GABARITO CERTO

Questão 34 34. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações abaixo, em que u é a
taxa de desemprego, g é a taxa de crescimento da economia, π é a taxa de
inflação, gm é a taxa de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o item que se segue.

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Caso o Banco Central reduza a taxa de inflação de 10% para 5% ao ano de uma
única vez, a taxa de desemprego subirá para 13%.

Para resolver a questão, precisamos utilizar a seguinte expressão:

πt = πt - 1 - (ut - 0,06)

Sendo que:

πt = 5%

πt - 1 = 10%

Substituindo, temos que:

5% = 10% - ut + 6%

ut = 11%

A taxa de desemprego subirá para 11%.

GABARITO: ERRADO

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizamos aqui a nossa aula. Espero que tenha gostado e compreendido nossa
proposta de curso.

Saiba que ao optar pelos Estratégia Concursos estará fazendo a escolha certa. Isso
será perceptível no decorrer do curso, a medida em que formos desenvolvendo os
assuntos.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou


disponível no fórum no Curso, por e-mail ou pelo Facebook.

vdalvocamillo@gmail.com

https://www.facebook.com/profvicentecamillo/

https://www.instagram.com/profvicentecamillo/

Obrigado pela companhia. Aguardo você na próxima aula.

Bons estudos e até lá!

Prof. Vicente Camillo

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