Você está na página 1de 43

Aula 05

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do


Trabalho - AFT) Economia do Trabalho -
2023 (Pré-Edital)

Autor:
Celso Natale

16 de Outubro de 2023

15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR


Celso Natale
Aula 05

SUMÁRIO
1 Instituições e mercado de trabalho .................................................................................................3

1.1 Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos.................................................................6

1.2 Sindicato: monopsônio e monopólio bilateral ...................................................................... 11

1.3 Modelo de preferência salarial ................................................................................................ 13

1.4 Assistência ao desemprego ..................................................................................................... 16

1.5 Rent Seeking............................................................................................................................... 18

Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 20

Questões Comentadas .......................................................................................................................... 21

Gabarito ................................................................................................................................................... 41

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 1
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

INTRODUÇÃO
Saudações!

Agora veremos os seguintes temas do último edital:

5 Instituições e mercado de trabalho. 5.2 Assistência ao desemprego. 5.3


Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos e modelo de preferência
salarial. 5.4 Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio.

Uma informação importante é que esses temas, apesar de previstos, não foram cobrados.

Isso, naturalmente, prejudica um pouco o direcionamento dos estudos, mas com base nos
termos do edital e no estilo de cobrança das principais bancas, conseguimos ter uma ideia do
que pode ser cobrado.

Nesse sentido, abordei por mais conceitos e menos matemática. Embora a cobrança de cálculos
complexos não possa ser descartada, considero um custo muito elevado para um benefício baixo
e improvável.

Além disso, para te ajudar, elaborei praticamente todas as questões desta aula, dado a notável
ausência do tema em provas.

Mas se está no edital, nós estudamos!

Vamos lá!

@profcelsonatale

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 2
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

1 INSTITUIÇÕES E MERCADO DE TRABALHO


No contexto do mercado de trabalho, apoiadores do movimento sindical frequentemente
argumentam que os sindicatos desempenham um papel crucial na melhoria das condições de
trabalho no país. Essas organizações são vistas como defensores dos interesses dos
trabalhadores, desempenhando um papel na busca por melhores condições de emprego.

Richard Freeman e James Medoff, em sua obra seminal "What Do Unions Do?" (1984), destacam
como os sindicatos equilibram o poder de barganha, frequentemente inclinado para o lado do
empregador.

No Brasil, a adesão a sindicados vem caindo consistentemente nos últimos anos, atingindo a
mínima história de 9,2% no ano de 2022.

Nesta aula, abordaremos que sindicatos, assim como trabalhadores que buscam melhorar sua
situação, e empresas, que almejam maximizar seus lucros, fazem escolhas estratégicas para
atingir seus objetivos.

O impacto dos sindicatos no mercado de trabalho não é apenas moldado pelo ambiente político
e institucional que regula as relações entre sindicatos e empresas, mas também por fatores que
motivam os sindicatos a adotarem determinadas estratégias, como a negociação de demandas
salariais que podem levar a greves, enquanto deixam de lado outras opções.

É amplamente conhecido que os sindicatos só conseguem se estabelecer e prosperar sob certas


condições. No Brasil, como em outros lugares, quando a entrada e saída de empresas no
mercado são livres, os lucros tendem a se estabilizar em níveis normais de retorno sobre o
investimento, o que significa que não há lucros extraordinários.

No entanto, os sindicatos tendem a ganhar força quando as empresas obtêm lucros acima do
normal, conhecidos como "rendas" pelos economistas. Na prática, os sindicatos representam um
meio pelo qual os empregadores compartilham parte desses lucros adicionais com os
trabalhadores.

Este capítulo explora como os sindicatos afetam a relação de emprego entre trabalhadores e
empresas no Brasil. Veremos que os sindicatos exercem influência sobre praticamente todos os
aspectos da contratação de funcionários, incluindo jornada de trabalho, salários, benefícios
adicionais, taxa de rotatividade de funcionários, produtividade dos trabalhadores e lucratividade
das empresas no contexto brasileiro.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 3
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Taxa de Sindicalização no Brasil (em %)

Taxa de Sindicalização no Brasil por categoria do trabalho principal (em %)

35

30

25

20

15

10

0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2022

Empregado no setor privado com carteira de trabalho assinada


Empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada
Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar)
Fonte: IBGE, PNAD Contínua

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 4
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Embora a taxa de sindicalização do Brasil esteja abaixo da média mundial e dos países da OCDE1,
o declínio é uma realidade em praticamente todos os países do mundo.

O sistema sindical brasileiro possui uma história complexa, marcada por diferentes fases e
transformações ao longo do tempo. Aqui está um breve histórico da estrutura sindical no Brasil:

• Década de 1930 a 1940: O movimento sindical no Brasil começou a ganhar força durante
o governo de Getúlio Vargas. Vargas implementou políticas de sindicalização controlada
pelo Estado, criando o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Isso levou à formação
de sindicatos vinculados ao governo e à centralização do poder nas mãos do Estado.
• Décadas de 1950 a 1960: Durante esse período, o governo de Juscelino Kubitschek
promoveu uma política de desenvolvimento econômico e industrial, o que levou ao
crescimento do movimento sindical. Os sindicatos operários ganharam influência e se
envolveram em negociações salariais e greves.
• Regime Militar (1964-1985): Durante a ditadura militar, os sindicatos enfrentaram forte
repressão. Muitos líderes sindicais foram perseguidos, e a liberdade sindical foi limitada.
No entanto, o período também viu o surgimento de movimentos de resistência sindical,
como as greves de metalúrgicos em São Bernardo do Campo lideradas por Luiz Inácio
Lula da Silva, que mais tarde se tornaria presidente do Brasil.
• Anos 1980: Com o processo de abertura política no final da década de 1970 e início da
década de 1980, a liberdade sindical foi gradualmente restaurada. A Constituição de
1988, promulgada após o fim da ditadura, reconheceu o direito à liberdade sindical e à
negociação coletiva. Isso levou à formação de diversos sindicatos independentes e à
pluralização do movimento sindical no Brasil.
• Anos 1990 a 2010: O Brasil passou por mudanças significativas nas leis trabalhistas nas
décadas de 1990 e 2000, com tentativas de flexibilização das relações trabalhistas.
• 2010 em diante: O movimento sindical brasileiro enfrentou desafios significativos e
passou por mudanças importantes. Isso incluiu o crescimento econômico, que trouxe
questões trabalhistas, a implementação da Reforma Trabalhista de 2017 (que incluiu o fim
da contribuição sindical obrigatória), protestos e greves em busca de melhores condições
de trabalho, o papel das centrais sindicais na coordenação de ações, desafios políticos e
ideológicos devido à polarização, adaptação às mudanças tecnológicas e no mercado de
trabalho, e a atuação sindical em setores específicos, como saúde e educação.

Passaremos, agora, a aspectos mais teóricos a respeito da atuação dos sindicatos e sua relação
com trabalhadores e empresas.

1
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma organização econômica intergovernamental com 38
países membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial. É composta pelas principais
economias do mundo.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 5
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

1.1 Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos

O sindicato busca atuar como um monopólio.

Por definição, um monopolista é uma empresa que detém a exclusividade da oferta de


determinado produto. No caso do sindicato, o objetivo é ser o único vendedor de determinado
tipo de mão de obra.

E, assim como um monopolista, ser o detentor exclusivo da oferta dá ao sindicato o que


chamamos de poder de mercado, que significa o poder de afetar, sozinho, os preços e
quantidades do “produto”.

Veja só, uma empresa sem poder de mercado não consegue influenciar o preço. Ela pode
produzir quanto quiser, muito ou pouco, mas terá que vender pelo preço de mercado, que é
determinado por forças sobre as quais a empresa sozinha não tem nenhuma influência.

O monopolista, por outro lado, é a oferta de mercado. Assim, ele pode aumentar o preço do
produto e vender pelo preço mais alto.

Claro que mesmo o monopolista com poder de mercado não tem poder ilimitado. Ele pode
aumentar seus preços, mas os consumidores reduzirão a quantidade demandada.

Mesmo assim, isso é uma grande vantagem, pois o monopolista pode “calcular” se aumentar o
preço aumentará seus lucros, o que ocorrerá sempre que o aumento do preço for maior que a
queda nas vendas.

Agora, especificamente sobre o sindicato monopolista (aquele que tem poder para determinar
algo): se ele quisesse maximizar o número de empregos, o melhor a ser feito seria não interferir,
pois o maior nível possível de emprego ocorre no equilíbrio competitivo:

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 6
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

No entanto, se o interesse do sindicato for elevar o salário de seus trabalhadores, teremos algo
muito parecido com o salário mínimo.

Uma forma de elevar os salários é com o sindicato limitando o número de trabalhadores. Afinal,
estamos falando de redução de oferta, e a redução de oferta provoca aumento de preços. Sendo
assim, a redução da oferta de trabalho para E- elevará os salários para w+:

Sendo assim, é possível que os trabalhadores sindicalizados tenham ficado em situação melhor,
pois os salários aumentaram (veremos, no capítulo sobre “modelo de preferência salarial”, que
eles podem ter ficado em situação pior).

Contudo, o nível de emprego caiu (E* para E-), o que significa que trabalhadores perderam seus
empregos, e certamente ficaram em situação pior.

Dessa forma, podemos concluir que, a intervenção do sindicato na determinação de maiores


salários gera desemprego no setor sindicalizado. Logo veremos que há exceções, caso a
empresa seja o que chamamos de monopsonista.

Contudo, vamos continuar no nosso mercado, mas olhando para o que ocorre com o setor não
sindicalizado.

Como exploramos anteriormente, o sindicato pode exercer seu poder monopolista para
impulsionar os salários de seus afiliados, resultando na contratação de menos profissionais
sindicalizados.

Aqueles que se veem desempregados devido a essa estratégia podem buscar oportunidades
no segmento não sindicalizado ou enfrentar o desemprego. Presumindo que preferem continuar
trabalhando, é crucial entender as dinâmicas no mercado para trabalhadores fora dos sindicatos.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 7
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Vamos considerar que o número total de trabalhadores disponíveis permanece constante, mas
está segmentado entre sindicalizados e não sindicalizados.

Isso implica que qualquer redução no emprego sindicalizado inevitavelmente resulta em


elevação de oferta de mão de obra no setor não sindicalizado, e o inverso também é válido.

Pense na situação na qual, inicialmente, os setores sindicalizado e não sindicalizado estão em


equilíbrio, ambos operando nos respectivos níveis de salário e emprego competitivos,
denominado W*:

Agora, se os sindicatos – naturalmente, do setor sindicalizado – decidirem elevar os salários de


seus membros para um patamar W+, acima do competitivo W*, haverá consequências.

Com salários ajustados para W1, haverá uma retração na quantidade de empregados no
ambiente sindicalizado, conforme indicado no gráfico a seguir, na seta apontando para a
esquerda.

Esses trabalhadores agora excedentes, migrarão para o mercado não sindicalizado,


pressionando os salários para baixo, de W* para W-, devido ao aumento da oferta de trabalho
nesse setor.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 8
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Portanto, sob a premissa de que o nível global de emprego permanece inalterado (isto é, todos
os trabalhadores que deixam o setor sindicalizado se realocam no setor não sindicalizado),
conclui-se que a tática adotada pelo sindicato de elevar os salários de seus membros afeta
adversamente os ganhos no setor não sindicalizado.

Em outras palavras, enquanto os trabalhadores dentro do sindicato se beneficiam, isso


ocorre às custas daqueles que estão fora dos sindicatos, cuja remuneração tende a diminuir
devido à pressão excedente no mercado de trabalho não sindicalizado.

Portanto, sob a premissa de que o nível global de emprego permanece inalterado (isto é, todos
os trabalhadores que deixam o setor sindicalizado se realocam no setor não sindicalizado),
conclui-se que a tática adotada pelo sindicato de elevar os salários de seus membros afeta
adversamente os ganhos no setor não sindicalizado.

Em resumo:

• Ganham: alguns trabalhadores sindicalizados;


• Perdem: alguns trabalhadores sindicalizados (que perdem seus empregos) e todos os
trabalhadores não sindicalizados.

Portanto, não é “um jogo de soma zero”. Estamos, assim, diante de uma situação de ineficiência.

É muito semelhante ao peso morto que vimos ser causado pelo controle de salários em aula
anterior, reduzindo a renda nacional em relação ao equilíbrio competitivo.

Contudo, adotamos a premissa de que os trabalhadores do setor sindicalizado que perderam


seus empregos imediatamente procuraram trabalho no setor não sindicalizado. Mas isso pode
não ser verdade, diante do fenômeno chamado desemprego de espera.

O "desemprego de espera" é um termo utilizado na economia para descrever uma situação em


que os indivíduos estão desempregados porque estão aguardando uma oportunidade de

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 9
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

trabalho mais adequada ou com remuneração mais alta, em vez de aceitar ofertas de emprego
imediatamente disponíveis que consideram insatisfatórias em termos de posição ou salário.

Essa forma de desemprego é particularmente comum em economias com benefícios de


desemprego generosos ou em cenários onde os trabalhadores têm suporte financeiro que lhes
permite aguardar por uma oportunidade de emprego melhor.

O desemprego de espera pode também ser uma estratégia em ambientes econômicos onde os
indivíduos preveem que haverá uma melhoria nas condições de mercado ou aumento nas taxas
de salários no futuro próximo.

Este fenômeno pode ser tanto racional quanto benéfico para o indivíduo, permitindo-lhe
encontrar uma posição que corresponda melhor às suas habilidades, expectativas e aspirações
de carreira.

No entanto, do ponto de vista macroeconômico, o desemprego de espera pode levar a uma


alocação ineficiente de recursos, já que posições imediatamente disponíveis permanecem não
preenchidas, enquanto trabalhadores qualificados permanecem inativos.

É importante diferenciar o desemprego de espera do desemprego friccional, que é um tipo de


desemprego resultante do tempo que os trabalhadores levam para encontrar um novo emprego
após perder o anterior.

Embora ambos envolvam um período de transição, o desemprego de espera é uma escolha


proativa dos trabalhadores em busca de melhores oportunidades, enquanto o desemprego
friccional é um aspecto natural da dinâmica do mercado de trabalho, relacionado ao
descompasso de informações e ao tempo necessário para casar oferta e demanda de trabalho.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 10
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

1.2 Sindicato: monopsônio e monopólio bilateral

No entanto, a dinâmica do mercado de trabalho nem sempre é clara, especialmente quando


entramos no território do monopsônio, uma situação em que existe apenas um comprador da
força de trabalho (um empregador dominante) com vários vendedores (ou trabalhadores) do
outro lado.

Joan Robinson, em "The Economics of Imperfect Competition" (1933), ilustra como isso reduz a
concorrência, permitindo que o empregador dite os salários. Imagine uma cidade pequena com
apenas uma grande fábrica empregando a maior parte da força de trabalho. Essa fábrica exerce
um poder de monopsônio, potencialmente pressionando os salários para baixo, já que há pouca
concorrência por mão de obra.

O monopsonista, geralmente, contrata menos trabalhadores e paga menos que as


empresas competitivas.

A exceção fica por conta do chamado monopsonista discriminador. Nesse caso, não tem a ver
com o que vimos sobre “discriminação no mercado de trabalho”, não está relacionado com raça,
gênero, idade. O monopsonista discriminador discrimina salários, ou seja, uma empresa
monopsonista discriminadora perfeita consegue empregar diferentes trabalhadores com
salários distintos.

Nesse caso, o resultado é que a empresa contratará tantos trabalhadores quanto uma empresa
competitiva, mas pagará um total de salários inferior ao salário de mercado.

Agora, vamos considerar o conceito de monopólio bilateral. Francis Ysidro Edgeworth, já em


1925, lançou as bases para entender essa dinâmica em "Monopoly and Monopsony".

Ocorre um monopólio bilateral quando o mercado de trabalho é caracterizado por um único


empregador (monopsônio) e um único vendedor de trabalho (o sindicato), cada um com poder
de mercado significativo. Esse cenário está frequentemente presente em indústrias com grandes
sindicatos e poucos empregadores dominantes. Por exemplo, a indústria automobilística em
certos países pode exibir características de monopólio bilateral, onde um poderoso sindicato
negocia com um consórcio de empresas.

Neste cenário de monopólio bilateral, as negociações entre sindicatos e empregadores


determinam os salários e condições de trabalho. Enquanto os sindicatos buscam maximizar os
salários e benefícios, os empregadores visam controlar os custos, e o resultado depende do
poder relativo de barganha de cada lado. É um balé delicado, com implicações diretas para os
trabalhadores e a saúde econômica das empresas.

Porém, é crucial reconhecer que essa dinâmica pode, às vezes, levar a ineficiências de mercado.
Henry Farber, em sua análise dos sindicatos americanos, sugere que o poder excessivo dos
sindicatos pode resultar em desemprego para alguns grupos ou práticas anticompetitivas. No
entanto, os sindicatos também contribuem significativamente para a proteção dos direitos dos
trabalhadores e promoção da justiça social, criando um ambiente de trabalho mais equitativo.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 11
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Outra diferença importante é que a intervenção do governo ou de sindicatos monopolista


pode, no monopsônio, elevar os níveis de bem-estar dos trabalhadores.

Um salário mínimo, seja do governo ou sindical, pode elevar o nível de salários e de empregos
em um monopsônio não discriminador, ou seja, um salário mínimo adequadamente
dimensionado pode eliminar completamente o poder da empresa monopsonista e evitar a
exploração dos trabalhadores.

Monopsonista Monopsonista não


Empresa Competitiva
discriminador discriminador
Salário de mercado Inferior ao salário Inferior ao salário
Salários
competitivo competitivo competitivo

Inferior ao nível
Emprego Nível competitivo Nível competitivo
competitivo
Eleva o emprego (se
Salário Mínimo Reduz emprego Reduz emprego adequadamente
determinado)

Em resumo, os conceitos de monopsônio e monopólio bilateral nos ajudam a entender as


complexidades do mercado de trabalho moderno. Eles nos lembram que a relação entre
empregadores, empregados e sindicatos é delicada, moldada por poder, economia e, acima de
tudo, a busca constante por equidade e eficiência.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 12
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

1.3 Modelo de preferência salarial

Foquemos agora na decisão do trabalhador.

Ele irá escolher se associar a um sindicato se perceber que lhe é oferecido um pacote salário-
emprego mais atraente (maior utilidade) do que o pacote salário-emprego que ele teria se não
se sindicalizasse.

Nesse sentido, é útil imaginarmos que ele pode escolher entre um trabalho sindicalizado e um
trabalho não sindicalizado.

Esse trabalhador, inicialmente, está trabalhando em um emprego não sindicalizado, recebendo


um salário competitivo de s*.

Vou utilizar “s” em vez de “w” para representar salários, assim você não “vicia”, pois as bancas
podem alterar a sigla. O importante é saber o significado.

Utilizando o modelo que aprendemos quando estudamos oferta de trabalho, podemos definir
uma situação inicial da seguinte maneira:

O trabalhador maximiza a utilidade ao escolher a combinação de consumo-lazer na curva de


indiferença tangente à linha orçamentária, ou seja, na curva de indiferença mais alta possível,
dada sua restrição (linha diagonal roxa).

Dessa forma, o trabalhador não sindicalizado “consome” L* horas de lazer e trabalha h* horas.
Essa é uma situação de equilíbrio de mercado, onde oferta e demanda por trabalho são iguais.
Mas isso está prestes a mudar.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 13
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Suponha, agora, que um sindicato propõe aos trabalhadores dessa empresa uma afiliação que
proporcionaria aumento salarial, para o nível s+. Isso deslocará o intercepto vertical da restrição
para cima, mostrando a possibilidade de ganhar salários mais altos:

==1a658b==

Mas o que ocorrerá com a oferta e a demanda por trabalho? Para começar, perderemos a
característica de mercado competitivo. Ou seja, não chegaremos a um novo equilíbrio onde o
trabalhador alcançará a curva de indiferença mais alta possível. O trabalhador ficará dependente
da demanda por trabalho.

E como o salário aumentou, a empresa irá demandar menos trabalho, menor número de horas
de trabalho. Mas quanto menor? Depende do que chamamos de elasticidade-salário da
demanda por trabalho.

• Se a empresa for pouco sensível (pouco elástica), ela reduzirá a demanda por trabalho,
mas não muito: cairá de h* para h-.
• Se a empresa for muito sensível (muito elástica), ela reduzirá muito a demanda por
trabalho, de h* para h--.

No primeiro caso, o trabalhador ficará em melhor situação, pois a curva de indiferença (U+) que
cruza (sim, lembre-se que não é mais um mercado eficiente) a nova restrição é mais alta que a
anterior. Mas se a empresa reduzir muito sua demanda, o trabalhador ficará em pior situação, em
uma curva de indiferença com menor nível de utilidade (U-):

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 14
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Portanto, se a empresa for pouco elástica (inelástica), o trabalhador ganhará maior salário e
trabalhará menos, após se filiar ao sindicato. Caso contrário, ele também trabalhará menos, mas
também receberá menos, pois o salário por hora aumentou, enquanto a demanda por horas de
trabalho diminuiu muito.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 15
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

1.4 Assistência ao desemprego

Existem vários modelos e programas econômicos de assistência ao emprego que governos e


instituições implementam para apoiar a criação de empregos e ajudar os indivíduos na transição
entre empregos ou no ingresso no mercado de trabalho.

Veremos alguns deles, acompanhados de exemplos reais, no contexto brasileiro.

Alguns desses modelos e estratégias incluem:

• Subsídios e incentivos para contratação: Governos podem oferecer subsídios, reduções


fiscais ou outros incentivos para empresas que criam novos empregos, especialmente em
setores estratégicos, regiões com alta taxa de desemprego ou para grupos específicos,
como jovens ou pessoas desempregadas há muito tempo.
Exemplo: em resposta à crise econômica causada pela pandemia de COVID-19, o governo
brasileiro implementou medidas temporárias, dentro do chamado Programa Emergencial
de Manutenção do Emprego e da Renda, como a concessão de benefícios para empresas
que evitassem demissões, ajustando as horas de trabalho e os salários de seus
funcionários em vez de optar pelo desligamento completo.
• Programas de formação e capacitação: Esses programas são projetados para melhorar
as habilidades dos trabalhadores, tornando-os mais atraentes para os empregadores. Isso
pode incluir treinamento em novas tecnologias, estágios, aprendizagem e educação
continuada.
Exemplo: O Sistema S é um conjunto de organizações de entidades corporativas voltadas
para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência
técnica. Essas instituições, como SENAI (indústria) e SENAC (comércio), oferecem
formação profissionalizante em várias áreas, muitas vezes gratuitamente ou a custos
reduzidos para os participantes.
• Empreendedorismo e apoio a pequenas empresas: Iniciativas que facilitam o
empreendedorismo também podem promover o emprego. Isso pode incluir acesso a
capital de risco, mentoria, espaços de coworking e simplificação da burocracia para a
criação de novas empresas.
Exemplo real: O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) é
uma entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável
dos empreendimentos de micro e pequeno porte.
• Serviços de emprego e intermediação de mão de obra: Agências de emprego, feiras
de empregos, e sistemas online podem conectar empregadores e pessoas que procuram
trabalho. Alguns desses serviços também oferecem aconselhamento de carreira,
preparação para entrevistas e assistência na elaboração de currículos.
Exemplo real: O Sistema Nacional de Emprego (SINE) é responsável por políticas de
promoção de emprego e renda, como a intermediação de mão de obra, o seguro-
desemprego e a qualificação profissional.
• Trabalho público ou programas de emprego garantido: Em alguns modelos, o governo
atua como empregador de último recurso, oferecendo trabalho temporário em projetos
de utilidade pública para aqueles que não conseguem encontrar emprego no setor
privado. Embora alguns propostas nesse sentido já tenham sido discutidas como

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 16
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

ampliação do Seguro-Desemprego, não houve implementação de nada do tipo em


âmbito nacional.
• Ajuste e assistência de requalificação para trabalhadores afetados pela globalização
ou mudanças tecnológicas: Programas específicos para trabalhadores que perderam
seus empregos devido a fatores macroeconômicos, como a deslocalização da produção
ou a automação, que incluem assistência financeira, requalificação e ajuda na busca de
novos empregos. Programas específicos de requalificação são menos prevalentes em uma
escala nacional no Brasil, mas iniciativas locais ou setoriais, especialmente em áreas
afetadas por desindustrialização ou mudanças tecnológicas, às vezes são implementadas
para requalificar trabalhadores. Isso pode incluir parcerias entre o governo, sindicatos e
empresas privadas.

Todos esses modelos têm suas vantagens e desvantagens e podem ser mais eficazes em certos
contextos econômicos, geográficos e demográficos. Eles também requerem um equilíbrio
cuidadoso entre oferecer assistência e manter incentivos para a busca de trabalho, além de uma
análise cuidadosa para garantir que estão realmente criando oportunidades econômicas
sustentáveis.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 17
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

1.5 Rent Seeking

"Rent-seeking" sindical é um termo usado na economia e nas ciências políticas para descrever as
atividades dos sindicatos que visam aumentar os benefícios econômicos dos seus membros sem
a criação de nova riqueza ou benefícios para a sociedade como um todo.

Essencialmente, é uma tentativa de obter uma maior fatia do bolo econômico existente, em vez
de fazer o bolo crescer.

Na prática, o rent-seeking sindical pode assumir várias formas, tais como:

• Pressão por restrições de entrada: Alguns sindicatos podem buscar limitar o número de
profissionais em certos campos, criando barreiras à entrada de novos trabalhadores.
Embora isso possa manter os salários altos para os atuais membros do sindicato, também
reduz as oportunidades para outros e pode levar a ineficiências no mercado.
• Benefícios especiais: Sindicatos podem negociar benefícios que são desproporcionais
em relação à sua contribuição para o processo produtivo. Por exemplo, eles podem exigir
planos de aposentadoria generosos ou regras de demissão rígidas que impõem custos
adicionais aos empregadores e, por extensão, aos consumidores ou contribuintes.
• Influência política: Alguns sindicatos usam sua influência para obter vantagens
legislativas ou regulamentares, como leis favoráveis à organização sindical, proteções de
emprego, ou políticas que restringem a concorrência.

Grande parte desse trabalho ocorre por meio do chamado “lobby”, quando um grupo de
pessoas ou organização que tem como atividade buscar influenciar, aberta ou secretamente,
decisões do poder público, especialmente do poder legislativo, em favor de determinados
interesses privados.

Um caso emblemático ocorreu em 2018, quando os caminhoneiros do Brasil entraram em greve


nacional, paralisando as principais rodovias do país. Eles protestavam contra os preços elevados
do diesel, que haviam subido significativamente devido às mudanças na política de preços da
Petrobras e às flutuações nos preços globais do petróleo.

Durante a greve, os caminhoneiros, apoiados por seus sindicatos, bloquearam estradas,


impedindo a passagem de mercadorias. Isso teve fortes efeitos na economia brasileira, uma vez
que o país depende do transporte rodoviário para a distribuição de alimentos, combustível e
outros insumos essenciais.

Os caminhoneiros e seus sindicatos estavam, em essência, engajados em uma forma de "rent-


seeking" ao usar seu poder coletivo para pressionar o governo a atender às suas demandas, que
incluíam:

• Subsídios ao combustível: Eles exigiram e conseguiram que o governo introduzisse


subsídios temporários para baixar o preço do diesel. Enquanto isso beneficiava
diretamente os caminhoneiros, representava um custo significativo para o governo e, em
última instância, para os contribuintes.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 18
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

• Tabela de frete mínimo: Outra demanda atendida foi a implementação de uma tabela
de preços mínimos para os serviços de frete, com o objetivo de garantir que os
caminhoneiros recebessem um valor mínimo pelo seu trabalho, independentemente das
condições de mercado.

Note, contudo, que a intenção é essencial. É possível que o sindicato esteja engajado, de fato,
em melhorias para a sociedade como um todo, e em alguns casos a melhora dos trabalhadores
é quase indissociável da melhora para a sociedade, como no caso da educação. Portanto, uma
questão de concurso precisa deixar evidente qual é a intenção do sindicado ou do grupo (como
veremos nas questões desta aula).

De toda forma, embora os sindicatos desempenhem um papel crucial na proteção dos direitos
dos trabalhadores e na promoção de condições de trabalho justas, o rent-seeking sindical é
frequentemente criticado por economistas e políticos por contribuir para a ineficiência
econômica e desigualdades no mercado de trabalho.

Isso ocorre porque os recursos despendidos nessas atividades de rent-seeking poderiam ser
usados de maneira mais produtiva, e as vantagens obtidas normalmente beneficiam os membros
do sindicato às custas do resto da sociedade, incluindo trabalhadores não sindicalizados e
consumidores.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 19
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Borjas, George J. Economia do Trabalho – 5ª ed. – Porto Alegre: AMGH, 2012.

Card, David; Ashenfelter, Orley. "Handbook of Labor Economics" – Elsevier, (Volume 4B, 2011).

Ehrenberg, Ronald G.; Smith, Robert S. "Modern Labor Economics: Theory and Public Policy" –
12th ed. – Routledge, 2015.

Manning, Alan. "Monopsony in Motion: Imperfect Competition in Labor Markets" – Princeton


University Press, 2003.

Pindyck, Robert; Rubinfeld, Daniel. Microeconomia (p. 63). Edição do Kindle.

População, território e estatísticas públicas: 20 anos do Programa de Pós-Graduação da ENCE /


Escola Nacional de Ciências Estatísticas ; [organizado por César Marques]. - Rio de Janeiro: IBGE,
2020.

Varian, Hal. Microeconomia - Uma Abordagem Moderna (p. 585). GEN Atlas. Edição do Kindle.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 20
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

QUESTÕES COMENTADAS
1. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)
Considere as seguintes afirmações sobre a taxa de sindicalização no Brasil e marque a
alternativa INCORRETA.
a) A taxa de sindicalização no Brasil atingiu seu ponto mais baixo em 2022, registrando 9,2%,
continuando uma tendência de declínio observada nos anos anteriores.
b) Em comparação com a média mundial e os países da OCDE, a taxa de sindicalização do Brasil
é inferior.
c) Uma das características da sindicalização no Brasil é que ela é mais prevalente no setor
público, onde as taxas de adesão aos sindicatos tendem a ser significativamente mais altas do
que no setor privado.
d) O declínio na sindicalização não é exclusivo do Brasil, sendo, na verdade, uma tendência
observada em muitos países ao redor do mundo devido a diversos fatores como mudanças na
estrutura econômica, leis trabalhistas e a natureza do trabalho.
e) Apesar da redução na taxa de sindicalização, o Brasil tem experimentado um aumento no
número absoluto de sindicatos, indicando um movimento contrário à tendência global.

Comentários:

A alternativa E é a incorreta porque, embora a taxa de sindicalização tenha diminuído, isso não
necessariamente indica um aumento no número absoluto de sindicatos. Na verdade, o Brasil
passou por um processo de revisão e racionalização do número de sindicatos, especialmente
após a reforma trabalhista de 2017, que incluiu o fim da contribuição sindical obrigatória. Isso
levou à redução no número de sindicatos, muitos dos quais não conseguiram se manter
financeiramente sem as contribuições compulsórias.

Portanto, ao contrário do que a afirmativa sugere, o número de sindicatos não tem aumentado,
mas sim diminuído, em linha com a queda na taxa de sindicalização.

A demais alternativas estão corretas, e servem de revisão.

Gabarito: “e”

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 21
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

2. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Considerando o contexto de atuação de um sindicato que busca operar como um monopolista
no fornecimento de mão de obra, assinale a alternativa que descreve corretamente uma
característica ou consequência dessa estrutura de mercado monopolista.
a) O sindicato, atuando como monopolista, pode arbitrariamente definir tanto o preço quanto
a quantidade de mão de obra fornecida sem considerar a demanda do mercado, mantendo
sempre os lucros maximizados independente das condições econômicas.
b) Diferentemente de empresas em mercados competitivos, o sindicato-monopolista tem
capacidade de influenciar o preço da mão de obra, mas enfrenta o trade-off entre preço e
quantidade demandada, visto que aumentos de preço podem levar a uma redução na
quantidade de trabalho demandada pelos empregadores.
c) Em sua atuação monopolista, o sindicato tem poder ilimitado de mercado, permitindo-lhe
aumentar os preços da mão de obra indefinidamente, sem que isso afete a quantidade
demandada ou os níveis de emprego.
d) A presença de um sindicato operando como monopolista na oferta de mão de obra garante
que os preços e quantidades se mantenham estáveis e previsíveis, uma vez que não existem
forças competitivas externas impactando diretamente o mercado.
e) No contexto monopolista, o sindicato pode aumentar os preços sem restrições, pois,
independentemente do preço estabelecido, os empregadores são obrigados a manter
constantes as quantidades demandadas de mão de obra devido à ausência de alternativas no
mercado.

Comentários:

A opção "b" é correta, porque aborda a realidade de que, embora um monopolista (neste caso,
o sindicato) tenha o poder de influenciar os preços no mercado devido à sua exclusividade na
oferta, ele ainda está sujeito à lei da demanda.

Isto é, se o preço aumenta, a quantidade demandada tende a cair. O sindicato, portanto, precisa
avaliar como os empregadores responderiam a alterações no preço da mão de obra e encontrar
um ponto que maximize seus objetivos, que podem incluir salários, empregabilidade, entre
outros. As demais opções falham em reconhecer as nuances e limitações do poder de mercado
do sindicato-monopolista.

Gabarito: “b”

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 22
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

3. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Considerando a atuação de um sindicato com características monopolistas, qual consequência
direta pode ser observada, no setor sindicalizado, quando o sindicato decide intervir para
aumentar os salários por meio da limitação da oferta de trabalhadores?
a) Aumento do número total de empregos.
b) Estabilização do nível de emprego existente.
c) Elevação dos salários, com possível redução do emprego.
d) Equilíbrio entre oferta e demanda de mão de obra.
e) Uniformidade salarial sem efeitos no emprego.

Comentários:

A alternativa "c" é a correta, pois reflete o resultado da intervenção de um sindicato monopolista


que limita a oferta de mão de obra com o objetivo de elevar os salários.

Essa ação, embora possa ser bem-sucedida em aumentar os salários (devido à menor oferta de
trabalho aumentando o "preço" do trabalho), também tende a resultar em menos oportunidades
de emprego disponíveis, pois os empregadores podem não estar dispostos ou ser capazes de
contratar o mesmo número de trabalhadores pelos salários mais altos.

Esse fenômeno é consistente com os princípios básicos da economia que ligam a oferta, a
demanda e o preço, neste caso, aplicados ao mercado de trabalho.

As outras opções contrariam essa dinâmica específica e suas consequências, ora falando em
aumento nos empregos (a), ora falando em ausência de efeitos no emprego (b, d, e).

Gabarito: “c”

4. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Em um contexto em que um sindicato utiliza seu poder monopolista para elevar os salários
acima do nível competitivo W*, quais são as implicações diretas dessa ação sobre o emprego e
os salários nos setores sindicalizado e não sindicalizado?
a) Aumento dos salários e do emprego em ambos os setores.
b) Elevação dos salários no setor sindicalizado, redução do emprego neste setor, e diminuição
dos salários no setor não sindicalizado.
c) Equilíbrio nos níveis de salário e emprego em ambos os setores, sem mudanças.
d) Redução dos salários no setor sindicalizado para alcançar equilíbrio no mercado de trabalho.
e) Expansão do número de empregos no setor não sindicalizado sem alterações nos salários.

Comentários:

A alternativa "b" expõe corretamente as dinâmicas econômicas descritas no cenário.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 23
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Quando um sindicato, agindo monopolisticamente, impõe um aumento de salários acima do


nível competitivo (W*), ocorre uma contração no número de posições de emprego dentro do
setor sindicalizado devido ao custo mais alto da mão de obra.

Isso cria um excedente de trabalhadores que, presumindo que buscam continuar trabalhando,
se deslocam para o setor não sindicalizado. O influxo de mão de obra no mercado não
sindicalizado aumenta a oferta de trabalho, o que, segundo as leis de oferta e demanda, exerce
uma pressão descendente sobre os salários desse setor.

Assim, embora alguns trabalhadores sindicalizados se beneficiem de salários mais altos, outros
se veem desempregados, e os trabalhadores no setor não sindicalizado enfrentam condições de
salários reduzidos. A situação não representa um jogo de soma zero, mas sim uma redistribuição
ineficiente que, em última análise, reduz a renda nacional total em relação ao que seria alcançado
em condições de mercado competitivo.

Esse raciocínio torna as demais alternativas incorretas. Estariam corretas se escritas assim:

a) Aumento dos salários NO SETOR SINDICALIZADO e do emprego NO SETOR NÃO


SINDICALIZADO em ambos os setores.

c) DESVIO do equilíbrio nos níveis de salário e emprego em ambos os setores, sem mudanças.

d) Redução ELEVAÇÃO dos salários no setor sindicalizado para alcançar equilíbrio no mercado
de trabalho.

e) Expansão do número de empregos no setor não sindicalizado sem alterações nos salários COM
REDUÇÃO DOS SALÁRIOS.

Gabarito: “b”

5. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Na economia, o "desemprego de espera" é um fenômeno que se refere a indivíduos que optam
por não aceitar empregos imediatamente disponíveis, aguardando oportunidades melhores.
Esse é o chamado desemprego
a) friccional
b) de espera
c) natural
d) estrutural
e) sazonal

Comentários:

Questão para fixar o conceito de desemprego de espera, tornando a letra “b” o gabarito.

Aproveitamos para lembrar os demais desempregos:

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 24
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

a) Desemprego friccional: Este tipo de desemprego é inevitável e ocorre mesmo em uma


economia saudável. Surge devido ao tempo que os trabalhadores levam para encontrar um novo
emprego que se alinhe com suas habilidades e preferências. O desemprego friccional acontece
por razões naturais, como mudanças de carreira, mudança para um novo local ou a busca por
um emprego após a graduação. É geralmente de curto prazo e não é problemático para a
economia como um todo.

c) Desemprego natural: Refere-se ao desemprego que persiste mesmo quando a economia está
em equilíbrio, incluindo o desemprego friccional e o estrutural. O desemprego natural
representa o número de pessoas que estão desempregadas devido a incompatibilidades
inerentes no mercado de trabalho, como habilidades desatualizadas ou mudanças geográficas,
e não por flutuações na atividade econômica.

d) Desemprego estrutural: Este tipo de desemprego ocorre quando há um descompasso entre


as habilidades que os trabalhadores oferecem e as habilidades demandadas pelos
empregadores. Pode ser o resultado de mudanças tecnológicas, evolução da estrutura
econômica, ou outras mudanças estruturais na economia. Diferente do desemprego friccional, o
estrutural é mais problemático e de longa duração, exigindo políticas de requalificação e
educação para os trabalhadores afetados.

e) Desemprego sazonal: Acontece quando a demanda por trabalho flutua ao longo do ano,
como é o caso em indústrias fortemente influenciadas pelas estações, como o turismo, a
agricultura e a construção civil. Os trabalhadores nesses campos podem estar empregados
durante os períodos de pico e desempregados durante a entressafra. Embora seja previsível, o
desemprego sazonal pode criar instabilidade para os trabalhadores afetados.

BÔNUS) Desemprego cíclico ou conjuntural: Trata-se do desvio do desemprego real em torno


do desemprego natural, ou seja, é a diferença entre a taxa de desemprego natural e a taxa de
desemprego real. O desemprego conjuntural decorre de flutuações na economia, como
desaceleração do crescimento ou crises econômicas.

Gabarito: “b”

6. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Considerando o contexto de aumento salarial promovido por sindicatos e suas repercussões no
mercado de trabalho, como o fenômeno do "desemprego de espera" influencia a dinâmica do
emprego nos setores sindicalizado e não sindicalizado?
a) Os trabalhadores do setor sindicalizado prontamente aceitam empregos no setor não
sindicalizado, mitigando os efeitos do aumento salarial.
b) Trabalhadores desempregados do setor sindicalizado optam por esperar por empregos
melhores ou salários mais altos, não preenchendo as vagas disponíveis no setor não
sindicalizado imediatamente.
c) O desemprego de espera contribui diretamente para o aumento do desemprego friccional,
pois prolonga o tempo que os trabalhadores do setor sindicalizado gastam na busca por novos
empregos.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 25
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

d) O desemprego de espera causa uma elevação imediata nos salários do setor não
sindicalizado, equilibrando o mercado de trabalho.
e) O fenômeno não tem impacto significativo, pois os trabalhadores do setor sindicalizado
geralmente não buscam emprego no setor não sindicalizado.

Comentários:

A alternativa "c" é a única que explica corretamente o conceito de "desemprego de espera".

Quando os sindicatos elevam os salários no setor sindicalizado, alguns trabalhadores perdem


seus empregos devido à redução do emprego nesse setor. No entanto, em vez de migrarem
imediatamente para o setor não sindicalizado, esses trabalhadores podem optar por permanecer
desempregados por algum tempo, aguardando oportunidades de trabalho mais adequadas ou
salários mais altos.

Este fenômeno é comum em cenários com suporte financeiro adequado para os trabalhadores
ou expectativas de melhoria no mercado. Embora essa possa ser uma decisão racional e benéfica
no nível individual, ela pode levar a ineficiências no mercado de trabalho como um todo, já que
vagas urgentes podem não ser preenchidas imediatamente e trabalhadores qualificados
permanecem inativos.

Gabarito: “c”

7. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Em um mercado de trabalho caracterizado pelo monopsônio, a dinâmica de emprego e salários
é distinta daquela encontrada em mercados competitivos. Assinale a alternativa que descreve
corretamente o comportamento de um "monopsonista discriminador" em contraste com um
monopsonista típico?
a) O monopsonista discriminador emprega menos trabalhadores do que em um mercado
competitivo e paga salários uniformemente baixos, explorando seu poder de mercado único.
b) O monopsonista discriminador, diferentemente do monopsonista típico, contrata tantos
trabalhadores quanto uma empresa em um mercado competitivo faria, mas é capaz de variar os
salários, pagando menos do que o salário de mercado predominante.
c) O monopsonista discriminador pratica a discriminação no emprego com base em fatores
como raça, gênero e idade, diferentemente do monopsonista típico que mantém uma política
salarial uniforme.
d) O monopsonista discriminador eleva os salários para atrair trabalhadores de regiões
adjacentes, aumentando assim o pool de mão de obra, enquanto um monopsonista típico
mantém os salários no nível mínimo sustentável.
e) O monopsonista discriminador ajusta os salários e os níveis de emprego de acordo com as
flutuações sazonais, enquanto o monopsonista típico oferece contratos de longo prazo com
salários fixos.

Comentários:

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 26
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Está correta a letra “b”.

Em um cenário de monopsônio, onde há apenas um comprador dominante no mercado de


trabalho, existe a tendência de que sejam oferecidos salários abaixo do padrão de mercado e
um número menor de vagas de emprego.

No entanto, o monopsonista discriminador manipula esta dinâmica ao empregar diferentes


trabalhadores a diferentes salários. Isso permite que a empresa mantenha uma força de trabalho
comparável em número à de empresas em mercados competitivos, embora consiga manter a
massa salarial total mais baixa através da discriminação salarial.

Esta estratégia não tem relação com discriminação baseada em demografia (raça, gênero etc.),
mas sim com a capacidade de variar os salários.

Foquemos nos erros das demais alternativas.

a) O monopsonista discriminador emprega menos trabalhadores do que em um mercado


competitivo e paga salários uniformemente baixos, explorando seu poder de mercado único.

Errado. O monopsonista discriminador emprega o mesmo número de trabalhadores, embora


pague salários inferiores de forma geral.

c) O monopsonista discriminador pratica a discriminação no emprego com base em fatores como


raça, gênero e idade, diferentemente do monopsonista típico que mantém uma política salarial
uniforme.

Errado. A discriminação é de acordo com o salário de reserva de cada trabalhador, e não em


suas características pessoais.

d) O monopsonista discriminador eleva os salários para atrair trabalhadores de regiões


adjacentes, aumentando assim o pool de mão de obra, enquanto um monopsonista típico
mantém os salários no nível mínimo sustentável.

Errado. Essa, simplesmente, não é a diferença entre eles, nem um resultado dessa diferença.

e) O monopsonista discriminador ajusta os salários e os níveis de emprego de acordo com as


flutuações sazonais, enquanto o monopsonista típico oferece contratos de longo prazo com
salários fixos.

Errado. Cabe o mesmo comentário feito na alternativa anterior.

Gabarito: “b”

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 27
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

8. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Em um cenário de monopólio bilateral, onde o mercado de trabalho é dominado por um único
grande empregador (monopsônio) e um único sindicato poderoso, a imposição de um salário
mínimo pelo sindicato pode afetar a dinâmica de empregos e salário. Supondo que o
monopsonista é não discriminador, assinale a alternativa correta.
a) O salário mínimo estabelecido pelo sindicato maximiza os salários sem afetar os níveis de
emprego, pois o monopsonista está disposto a absorver custos adicionais para manter a paz
laboral.
b) A imposição de um salário mínimo pelo sindicato pode levar a salários mais altos, e também
a elevação no nível de emprego.
c) O salário mínimo determinado pelo sindicato é irrelevante, pois o monopsonista mantém o
poder decisório, definindo tanto os salários quanto os níveis de emprego independentemente
das demandas sindicais.
d) O salário mínimo sindical eleva os salários, e o nível de emprego se expande, pois leva à
eliminação completa do poder de mercado do monopsonista, forçando a empresa a operar
como se estivesse em um mercado competitivo.
e) O salário mínimo imposto pelo sindicato harmoniza os interesses, garantindo que os salários
e o emprego permaneçam estáveis e previsíveis, já que tanto o monopsonista quanto o
sindicato buscam evitar conflitos trabalhistas e interrupções na produção.

Comentários:

A letra “b” está correta. Nesse cenário, a atuação do sindicato é capaz de mitigar os efeitos do
poder de mercado do monopsonista, elevando salários e nível de emprego.

Vejamos os problemas nas demais alternativas:

a) O salário mínimo estabelecido pelo sindicato maximiza os salários sem afetar os níveis de
emprego, pois o monopsonista está disposto a absorver custos adicionais para manter a paz
laboral.

Errado. Esta opção presume uma disposição quase altruística do monopsonista em sacrificar
lucros para manter a estabilidade do trabalho, o que é irrealista na maioria dos contextos
econômicos. As empresas, especialmente em um cenário de monopsônio, tendem a tomar
decisões que maximizam o lucro e minimizam os custos.

c) O salário mínimo determinado pelo sindicato é irrelevante, pois o monopsonista mantém o


poder decisório, definindo tanto os salários quanto os níveis de emprego independentemente
das demandas sindicais.

Errado. Isso subestima o poder de barganha que um sindicato representa em um cenário de


monopólio bilateral. Embora o empregador tenha significativo poder de mercado, o sindicato,
sendo o único fornecedor de mão de obra, também tem influência considerável. A negociação
coletiva desempenha um papel fundamental na determinação dos salários.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 28
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

d) O salário mínimo sindical eleva os salários, e o nível de emprego se expande, pois leva à
eliminação completa do poder de mercado do monopsonista, forçando a empresa a operar como
se estivesse em um mercado competitivo.

Errado. E o problema está apenas no final. Embora seja capaz de mitigar o poder do
monopsonista, o sindicato monopolista não irá eliminar completamente esse poder, e a empresa
não irá operar como em um mercado competitivo.

e) O salário mínimo imposto pelo sindicato harmoniza os interesses, garantindo que os salários e
o emprego permaneçam estáveis e previsíveis, já que tanto o monopsonista quanto o sindicato
buscam evitar conflitos trabalhistas e interrupções na produção.

Errado. Embora a estabilidade seja um objetivo desejável, esta opção ignora as forças
competitivas e conflitantes em jogo em negociações desse tipo. Tanto o sindicato quanto o
empregador estão tentando maximizar seus próprios benefícios (salários altos para os
trabalhadores, custos baixos para o empregador), o que naturalmente leva a algumas tensões e
concessões.

Gabarito: “b”

9. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Um trabalhador se sindicaliza, e seu salário por hora aumenta. Se a empresa tem uma demanda
por trabalho bastante elástica, assinale a alternativa que contém o impacto mais provável.
a) O trabalhador ganhará significativamente mais, pois trabalhará muitas mais horas.
b) A empresa iniciará treinamentos intensivos para que os trabalhadores mantenham seus
ganhos totais, mesmo com menos horas de trabalho.
c) Não haverá mudança nas horas de trabalho ou nos ganhos totais do trabalhador.
d) O trabalhador receberá um bônus único para compensar a redução das horas de trabalho.
e) O trabalhador terá uma redução drástica em horas de trabalho e, possivelmente, uma
diminuição nos ganhos totais, apesar do aumento salarial por hora.

Comentários:

Em uma situação em que a empresa tem uma demanda elástica por trabalho, aumentos no
salário tendem a resultar em reduções substanciais nas horas de trabalho oferecidas pelo
empregador, conforme consta na letra “e”.

Isso ocorre porque a empresa busca manter os custos controlados e é muito sensível a aumentos
nos custos de mão de obra. Portanto, mesmo que o trabalhador esteja ganhando mais por hora,
a redução significativa nas horas trabalhadas pode levar a uma diminuição nos ganhos totais.

Vejamos as demais alternativas:

a) O trabalhador ganhará significativamente mais, pois trabalhará muitas mais horas.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 29
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Isso é incompatível com uma situação de demanda elástica por trabalho, pois a empresa tende
a reduzir substancialmente as horas de trabalho quando os salários aumentam, não o contrário.

b) A empresa iniciará treinamentos intensivos para que os trabalhadores mantenham seus ganhos
totais, mesmo com menos horas de trabalho.

Esta alternativa, simplesmente, não é característica de uma resposta a demandas de trabalho


elásticas. Os treinamentos intensivos requerem investimentos e tempo, e empresas com
demanda elástica por trabalho normalmente respondem a aumentos salariais com cortes diretos
nas horas de trabalho, em vez de investimentos adicionais nos trabalhadores.

c) Não haverá mudança nas horas de trabalho ou nos ganhos totais do trabalhador.

Isso seria incoerente com a natureza de uma demanda elástica por trabalho, onde as horas de
trabalho e os salários são sensíveis a mudanças nas condições do mercado.

d) O trabalhador receberá um bônus único para compensar a redução das horas de trabalho.

Errado. Embora isso possa ocorrer em circunstâncias específicas, não é um resultado típico
associado à dinâmica de uma demanda elástica por trabalho. Geralmente, a discussão não
envolve compensações pontuais, mas sim mudanças salariais e de horas trabalhadas.

Gabarito: “e”

10. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Um trabalhador está considerando a possibilidade de se associar a um sindicato, que promete
um aumento salarial de s* para s+. No entanto, a resposta da empresa a esse aumento depende
de sua elasticidade-salário da demanda por trabalho. Assinale a alternativa que contém cenários
verdadeiros se a empresa tem uma demanda inelástica por trabalho.
a) O trabalhador experimentará um aumento no salário e nas horas de trabalho, pois a empresa
é insensível a mudanças nos custos de mão de obra.
b) O trabalhador receberá um salário mais alto e trabalhará menos horas, terminando em uma
curva de indiferença mais alta.
c) O trabalhador verá um declínio tanto em salários quanto em horas de trabalho, pois a
empresa corta drasticamente as horas de trabalho para compensar o aumento dos custos de
mão de obra.
d) O trabalhador não observará nenhuma mudança em seus salários ou horas de trabalho, já
que a empresa absorve completamente o custo adicional sem ajustar suas práticas de emprego.
e) O trabalhador estará em pior situação quanto menor for a elasticidade da empresa.

Comentários:

A chave para entender a resposta correta aqui repousa no conceito de "demanda inelástica por
trabalho". Quando a demanda por trabalho é inelástica, a empresa não reduz significativamente

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 30
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

as horas de trabalho em resposta a um aumento nos salários. Isso ocorre porque a produção da
empresa é menos sensível às mudanças no número de horas de trabalho dos empregados.

Portanto, está correta a letra “b”.

a) O trabalhador experimentará um aumento no salário e nas horas de trabalho, pois a empresa é


insensível a mudanças nos custos de mão de obra.

Este cenário é incorreto. Com a demanda inelástica por trabalho, a empresa reduziria as horas
de trabalho oferecidas. O trabalhador não veria um aumento nas horas de trabalho porque a
empresa ainda tenta mitigar os custos adicionais, apesar de sua baixa sensibilidade.

c) O trabalhador verá um declínio tanto em salários quanto em horas de trabalho, pois a empresa
corta drasticamente as horas de trabalho para compensar o aumento dos custos de mão de obra.

Errado. Este cenário contradiz a natureza da demanda inelástica. Se a empresa fosse altamente
sensível às mudanças no salário (demanda elástica), isso poderia ser verdadeiro, pois ela buscaria
reduzir substancialmente as horas de trabalho. No entanto, com demanda inelástica, as reduções
nas horas de trabalho não são severas o suficiente para resultar em uma perda líquida para o
trabalhador.

d) O trabalhador não observará nenhuma mudança em seus salários ou horas de trabalho, já que
a empresa absorve completamente o custo adicional sem ajustar suas práticas de emprego.

Errado. Isso não é característico de empresas em situações reais, mesmo com demanda
inelástica. A empresa, enfrentando custos mais altos de mão de obra, fará ajustes para manter
sua viabilidade econômica, que, neste caso, se manifesta como uma redução (embora não
drástica) nas horas de trabalho.

e) O trabalhador estará em pior situação quanto menor for a elasticidade da empresa.

Pelo contrário! Se a empresa for pouco elástica, significa que ela pagará grandes aumentos
salariais reduzindo pouco sua demanda por trabalho.

Gabarito: “b”

11. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Existem vários modelos e programas econômicos de assistência ao emprego que governos e
instituições implementam para apoiar a criação de empregos e ajudar os indivíduos na transição
entre empregos ou no ingresso no mercado de trabalho.
Nesse sentido, considere os itens a seguir.
I. Subsídios e incentivos para contratação
II. Programas de formação e capacitação
III. Apoio a pequenas empresas e ao empreendedorismo

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 31
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

IV. Serviços de emprego e intermediação de mão de obra


V. Trabalho público ou programas de emprego garantido
VI. Ajuste e assistência de requalificação para trabalhadores afetados pela globalização ou
mudanças tecnológicas
Enquadram-se no conceito de assistência ao emprego o que consta em
a) I, II, III, IV e VI
b) II, III, IV, V e VI
c) I, III, IV, V e VI
d) I, II, III, V e VI
e) I, II, III, IV, V e VI

Comentários:

Bem, todos os itens são exemplos de assistência ao emprego, vistos na aula. Sem pegadinha.
Então, a questão é para ajudar a fixar e aproveitarmos para uma revisão:

• Subsídios e incentivos para contratação: Governos podem oferecer subsídios, reduções


fiscais ou outros incentivos para empresas que criam novos empregos, especialmente em
setores estratégicos, regiões com alta taxa de desemprego ou para grupos específicos,
como jovens ou pessoas desempregadas há muito tempo.
Exemplo: em resposta à crise econômica causada pela pandemia de COVID-19, o governo
brasileiro implementou medidas temporárias, dentro do chamado Programa Emergencial
de Manutenção do Emprego e da Renda, como a concessão de benefícios para empresas
que evitassem demissões, ajustando as horas de trabalho e os salários de seus
funcionários em vez de optar pelo desligamento completo.
• Programas de formação e capacitação: Esses programas são projetados para melhorar
as habilidades dos trabalhadores, tornando-os mais atraentes para os empregadores. Isso
pode incluir treinamento em novas tecnologias, estágios, aprendizagem e educação
continuada.
Exemplo: O Sistema S é um conjunto de organizações de entidades corporativas voltadas
para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência
técnica. Essas instituições, como SENAI (indústria) e SENAC (comércio), oferecem
formação profissionalizante em várias áreas, muitas vezes gratuitamente ou a custos
reduzidos para os participantes.
• Empreendedorismo e apoio a pequenas empresas: Iniciativas que facilitam o
empreendedorismo também podem promover o emprego. Isso pode incluir acesso a
capital de risco, mentoria, espaços de coworking e simplificação da burocracia para a
criação de novas empresas.
Exemplo real: O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) é
uma entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável
dos empreendimentos de micro e pequeno porte.
• Serviços de emprego e intermediação de mão de obra: Agências de emprego, feiras
de empregos, e sistemas online podem conectar empregadores e pessoas que procuram
trabalho. Alguns desses serviços também oferecem aconselhamento de carreira,
preparação para entrevistas e assistência na elaboração de currículos.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 32
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Exemplo real: O Sistema Nacional de Emprego (SINE) é responsável por políticas de


promoção de emprego e renda, como a intermediação de mão de obra, o seguro-
desemprego e a qualificação profissional.
• Trabalho público ou programas de emprego garantido: Em alguns modelos, o governo
atua como empregador de último recurso, oferecendo trabalho temporário em projetos
de utilidade pública para aqueles que não conseguem encontrar emprego no setor
privado. Embora alguns propostas nesse sentido já tenham sido discutidas como
ampliação do Seguro-Desemprego, não houve implementação de nada do tipo em
âmbito nacional.
• Ajuste e assistência de requalificação para trabalhadores afetados pela globalização
ou mudanças tecnológicas: Programas específicos para trabalhadores que perderam
seus empregos devido a fatores macroeconômicos, como a deslocalização da produção
ou a automação, que incluem assistência financeira, requalificação e ajuda na busca de
novos empregos. Programas específicos de requalificação são menos prevalentes em uma
escala nacional no Brasil, mas iniciativas locais ou setoriais, especialmente em áreas
afetadas por desindustrialização ou mudanças tecnológicas, às vezes são implementadas
para requalificar trabalhadores. Isso pode incluir parcerias entre o governo, sindicatos e
empresas privadas.

Todos esses modelos têm suas vantagens e desvantagens e podem ser mais eficazes em certos
contextos econômicos, geográficos e demográficos. Eles também requerem um equilíbrio
cuidadoso entre oferecer assistência e manter incentivos para a busca de trabalho, além de uma
análise cuidadosa para garantir que estão realmente criando oportunidades econômicas
sustentáveis.

Gabarito: “e”

12. (2019/ANPEC/Exame de Seleção Nacional)


Com relação à economia do setor público, julgue o item abaixo:
Suponha que o sindicato dos caminhoneiros de um país dispende recursos para fazer lobby no
parlamento e assim implementar escolhas políticas de modo a capturar rendas mediante o
subsídio ao preço do diesel. Então o sindicato exerce rent-seeking.

Comentários:

Se os caminhoneiros estivessem buscando o subsídio para baratear o frete, haveria um benefício


para a sociedade como um todo, e não poderíamos falar em rent-seeking. Mas o termo “capturar
rendas” deixa claro que a intenção é elevar seu próprio “lucro”. Portanto, é sim uma situação de
rent-seeking.

Aproveitando para lembrar o principal a respeito do rent-seeking:

"Rent-seeking" sindical é um termo usado na economia e nas ciências políticas para descrever as
atividades dos sindicatos que visam aumentar os benefícios econômicos dos seus membros sem
a criação de nova riqueza ou benefícios para a sociedade como um todo.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 33
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

Essencialmente, é uma tentativa de obter uma maior fatia do bolo econômico existente, em vez
de fazer o bolo crescer.

Na prática, o rent-seeking sindical pode assumir várias formas, tais como:

• Pressão por restrições de entrada: Alguns sindicatos podem buscar limitar o número de
profissionais em certos campos, criando barreiras à entrada de novos trabalhadores.
Embora isso possa manter os salários altos para os atuais membros do sindicato, também
reduz as oportunidades para outros e pode levar a ineficiências no mercado.
• Benefícios especiais: Sindicatos podem negociar benefícios que são desproporcionais
em relação à sua contribuição para o processo produtivo. Por exemplo, eles podem exigir
planos de aposentadoria generosos ou regras de demissão rígidas que impõem custos
adicionais aos empregadores e, por extensão, aos consumidores ou contribuintes.
• Influência política: Alguns sindicatos usam sua influência para obter vantagens
legislativas ou regulamentares, como leis favoráveis à organização sindical, proteções de
emprego, ou políticas que restringem a concorrência.

Gabarito: Certo

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 34
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

LISTA DE QUESTÕES
1. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)
Considere as seguintes afirmações sobre a taxa de sindicalização no Brasil e marque a
alternativa INCORRETA.
a) A taxa de sindicalização no Brasil atingiu seu ponto mais baixo em 2022, registrando 9,2%,
continuando uma tendência de declínio observada nos anos anteriores.
b) Em comparação com a média mundial e os países da OCDE, a taxa de sindicalização do Brasil
é inferior.
c) Uma das características da sindicalização no Brasil é que ela é mais prevalente no setor
público, onde as taxas de adesão aos sindicatos tendem a ser significativamente mais altas do
que no setor privado.
d) O declínio na sindicalização não é exclusivo do Brasil, sendo, na verdade, uma tendência
observada em muitos países ao redor do mundo devido a diversos fatores como mudanças na
estrutura econômica, leis trabalhistas e a natureza do trabalho.
e) Apesar da redução na taxa de sindicalização, o Brasil tem experimentado um aumento no
número absoluto de sindicatos, indicando um movimento contrário à tendência global.

2. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Considerando o contexto de atuação de um sindicato que busca operar como um monopolista
no fornecimento de mão de obra, assinale a alternativa que descreve corretamente uma
característica ou consequência dessa estrutura de mercado monopolista.
a) O sindicato, atuando como monopolista, pode arbitrariamente definir tanto o preço quanto
a quantidade de mão de obra fornecida sem considerar a demanda do mercado, mantendo
sempre os lucros maximizados independente das condições econômicas.
b) Diferentemente de empresas em mercados competitivos, o sindicato-monopolista tem
capacidade de influenciar o preço da mão de obra, mas enfrenta o trade-off entre preço e
quantidade demandada, visto que aumentos de preço podem levar a uma redução na
quantidade de trabalho demandada pelos empregadores.
c) Em sua atuação monopolista, o sindicato tem poder ilimitado de mercado, permitindo-lhe
aumentar os preços da mão de obra indefinidamente, sem que isso afete a quantidade
demandada ou os níveis de emprego.
d) A presença de um sindicato operando como monopolista na oferta de mão de obra garante
que os preços e quantidades se mantenham estáveis e previsíveis, uma vez que não existem
forças competitivas externas impactando diretamente o mercado.
e) No contexto monopolista, o sindicato pode aumentar os preços sem restrições, pois,
independentemente do preço estabelecido, os empregadores são obrigados a manter
constantes as quantidades demandadas de mão de obra devido à ausência de alternativas no
mercado.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 35
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

3. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Considerando a atuação de um sindicato com características monopolistas, qual consequência
direta pode ser observada, no setor sindicalizado, quando o sindicato decide intervir para
aumentar os salários por meio da limitação da oferta de trabalhadores?
a) Aumento do número total de empregos.
b) Estabilização do nível de emprego existente.
c) Elevação dos salários, com possível redução do emprego.
d) Equilíbrio entre oferta e demanda de mão de obra.
e) Uniformidade salarial sem efeitos no emprego.

4. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Em um contexto em que um sindicato utiliza seu poder monopolista para elevar os salários
acima do nível competitivo W*, quais são as implicações diretas dessa ação sobre o emprego e
os salários nos setores sindicalizado e não sindicalizado?
a) Aumento dos salários e do emprego em ambos os setores.
b) Elevação dos salários no setor sindicalizado, redução do emprego neste setor, e diminuição
dos salários no setor não sindicalizado.
c) Equilíbrio nos níveis de salário e emprego em ambos os setores, sem mudanças.
d) Redução dos salários no setor sindicalizado para alcançar equilíbrio no mercado de trabalho.
e) Expansão do número de empregos no setor não sindicalizado sem alterações nos salários.

5. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Na economia, o "desemprego de espera" é um fenômeno que se refere a indivíduos que optam
por não aceitar empregos imediatamente disponíveis, aguardando oportunidades melhores.
Esse é o chamado desemprego
a) friccional
b) de espera
c) natural
d) estrutural
e) sazonal

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 36
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

6. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Considerando o contexto de aumento salarial promovido por sindicatos e suas repercussões no
mercado de trabalho, como o fenômeno do "desemprego de espera" influencia a dinâmica do
emprego nos setores sindicalizado e não sindicalizado?
a) Os trabalhadores do setor sindicalizado prontamente aceitam empregos no setor não
sindicalizado, mitigando os efeitos do aumento salarial.
b) Trabalhadores desempregados do setor sindicalizado optam por esperar por empregos
melhores ou salários mais altos, não preenchendo as vagas disponíveis no setor não
sindicalizado imediatamente.
c) O desemprego de espera contribui diretamente para o aumento do desemprego friccional,
pois prolonga o tempo que os trabalhadores do setor sindicalizado gastam na busca por novos
empregos.
d) O desemprego de espera causa uma elevação imediata nos salários do setor não
sindicalizado, equilibrando o mercado de trabalho.
e) O fenômeno não tem impacto significativo, pois os trabalhadores do setor sindicalizado
geralmente não buscam emprego no setor não sindicalizado.

7. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Em um mercado de trabalho caracterizado pelo monopsônio, a dinâmica de emprego e salários
é distinta daquela encontrada em mercados competitivos. Assinale a alternativa que descreve
corretamente o comportamento de um "monopsonista discriminador" em contraste com um
monopsonista típico?
a) O monopsonista discriminador emprega menos trabalhadores do que em um mercado
competitivo e paga salários uniformemente baixos, explorando seu poder de mercado único.
b) O monopsonista discriminador, diferentemente do monopsonista típico, contrata tantos
trabalhadores quanto uma empresa em um mercado competitivo faria, mas é capaz de variar os
salários, pagando menos do que o salário de mercado predominante.
c) O monopsonista discriminador pratica a discriminação no emprego com base em fatores
como raça, gênero e idade, diferentemente do monopsonista típico que mantém uma política
salarial uniforme.
d) O monopsonista discriminador eleva os salários para atrair trabalhadores de regiões
adjacentes, aumentando assim o pool de mão de obra, enquanto um monopsonista típico
mantém os salários no nível mínimo sustentável.
e) O monopsonista discriminador ajusta os salários e os níveis de emprego de acordo com as
flutuações sazonais, enquanto o monopsonista típico oferece contratos de longo prazo com
salários fixos.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 37
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

8. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Em um cenário de monopólio bilateral, onde o mercado de trabalho é dominado por um único
grande empregador (monopsônio) e um único sindicato poderoso, a imposição de um salário
mínimo pelo sindicato pode afetar a dinâmica de empregos e salário. Supondo que o
monopsonista é não discriminador, assinale a alternativa correta.
a) O salário mínimo estabelecido pelo sindicato maximiza os salários sem afetar os níveis de
emprego, pois o monopsonista está disposto a absorver custos adicionais para manter a paz
laboral.
b) A imposição de um salário mínimo pelo sindicato pode levar a salários mais altos, e também
a elevação no nível de emprego.
c) O salário mínimo determinado pelo sindicato é irrelevante, pois o monopsonista mantém o
poder decisório, definindo tanto os salários quanto os níveis de emprego independentemente
das demandas sindicais.
d) O salário mínimo sindical eleva os salários, e o nível de emprego se expande, pois leva à
eliminação completa do poder de mercado do monopsonista, forçando a empresa a operar
como se estivesse em um mercado competitivo.
e) O salário mínimo imposto pelo sindicato harmoniza os interesses, garantindo que os salários
e o emprego permaneçam estáveis e previsíveis, já que tanto o monopsonista quanto o
sindicato buscam evitar conflitos trabalhistas e interrupções na produção.

9. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Um trabalhador se sindicaliza, e seu salário por hora aumenta. Se a empresa tem uma demanda
por trabalho bastante elástica, assinale a alternativa que contém o impacto mais provável.
a) O trabalhador ganhará significativamente mais, pois trabalhará muitas mais horas.
b) A empresa iniciará treinamentos intensivos para que os trabalhadores mantenham seus
ganhos totais, mesmo com menos horas de trabalho.
c) Não haverá mudança nas horas de trabalho ou nos ganhos totais do trabalhador.
d) O trabalhador receberá um bônus único para compensar a redução das horas de trabalho.
e) O trabalhador terá uma redução drástica em horas de trabalho e, possivelmente, uma
diminuição nos ganhos totais, apesar do aumento salarial por hora.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 38
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

10. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Um trabalhador está considerando a possibilidade de se associar a um sindicato, que promete
um aumento salarial de s* para s+. No entanto, a resposta da empresa a esse aumento depende
de sua elasticidade-salário da demanda por trabalho. Assinale a alternativa que contém cenários
verdadeiros se a empresa tem uma demanda inelástica por trabalho.
a) O trabalhador experimentará um aumento no salário e nas horas de trabalho, pois a empresa
é insensível a mudanças nos custos de mão de obra.
b) O trabalhador receberá um salário mais alto e trabalhará menos horas, terminando em uma
curva de indiferença mais alta.
c) O trabalhador verá um declínio tanto em salários quanto em horas de trabalho, pois a
empresa corta drasticamente as horas de trabalho para compensar o aumento dos custos de
mão de obra.
d) O trabalhador não observará nenhuma mudança em seus salários ou horas de trabalho, já
que a empresa absorve completamente o custo adicional sem ajustar suas práticas de emprego.
e) O trabalhador estará em pior situação quanto menor for a elasticidade da empresa.

11. (INÉDITA/PROF. CELSO NATALE)


Existem vários modelos e programas econômicos de assistência ao emprego que governos e
instituições implementam para apoiar a criação de empregos e ajudar os indivíduos na transição
entre empregos ou no ingresso no mercado de trabalho.
Nesse sentido, considere os itens a seguir.
VII. Subsídios e incentivos para contratação
VIII. Programas de formação e capacitação
IX. Apoio a pequenas empresas e ao empreendedorismo
X. Serviços de emprego e intermediação de mão de obra
XI. Trabalho público ou programas de emprego garantido
XII. Ajuste e assistência de requalificação para trabalhadores afetados pela globalização ou
mudanças tecnológicas
Enquadram-se no conceito de assistência ao emprego o que consta em
a) I, II, III, IV e VI
b) II, III, IV, V e VI
c) I, III, IV, V e VI
d) I, II, III, V e VI
e) I, II, III, IV, V e VI

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 39
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

12. (2019/ANPEC/Exame de Seleção Nacional)


Com relação à economia do setor público, julgue o item abaixo:
Suponha que o sindicato dos caminhoneiros de um país dispende recursos para fazer lobby no
parlamento e assim implementar escolhas políticas de modo a capturar rendas mediante o
subsídio ao preço do diesel. Então o sindicato exerce rent-seeking.

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 40
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR
Celso Natale
Aula 05

GABARITO
1. E 4. B 7. B 10. B
2. B 5. B 8. B 11. E
3. C 6. C 9. E 12. C

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2023 (Pré-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br 41
15957811700 - JORGE FRANKLIN OLIVEIRA HENRIQUES JUNIOR

Você também pode gostar