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EEEFM MARIA AUGUSTA DE LUCENA BRITO DATA :_____/______/2023

PROFESSOR: Robson Pontes DISCIPLINA: Geografia


ALUNO(A): _____________________________________________________ Nº _____
NOTA: __________ TURMA: Ciclo IV EJA TURNO: Noite Texto auxiliar

ASPECTOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA encontram-se ocupados, enquanto o restante,


teoricamente, busca emprego.
PONTO DE PARTIDA
Em 2014, chegamos a um dado impressionante: SETORES DA ATIVIDADE ECONÔMICA
mais da metade da população passou a acessar à As transformações recentes na economia,
internet. Atingimos índices de conectividade próximos apoiadas no desenvolvimento tecnológico, tiveram
aos de países como Estados Unidos e Japão. impacto no modo de vida das pessoas, nas atividades
Em sua opinião, isso significa que estamos econômicas e, consequentemente, no mercado de
diminuindo as desigualdades socioeconômicas no país? trabalho, cada vez mais seletivo. Se, de um lado, a
adoção de novas tecnologias favoreceu o aumento da
1. Um país desigual produtividade e da competitividade em todos os setores,
O Brasil constituiu-se ao longo de sua história de outro afetou os trabalhadores com a diminuição de
em um país de enorme desigualdade, fruto da empregos e ocasionou transferência de muitos postos de
concentração de renda e do elevado nível de pobreza. trabalho do setor de produção de mercadorias para o
Em que pese uma sutil melhora na última década (2001- setor de serviços.
2010), um recorte histórico mais amplo revela uma
situação próxima ao dramático; e aqui não há nenhum As diferentes atividades econômicas são tradicionalmente
exagero. A desigualdade social tornou-se uma triste agrupadas em três setores:
marca brasileira, que exclui grande parte da população  Primário: atividades agropecuárias, extrativismo
dos padrões mínimos de dignidade e cidadania. (vegetal e mineral) e pesca.
 Secundário: atividades industriais, incluindo a
2. A PEA e os setores de atividades construção civil e indústrias extrativas.
Chamamos de População Economicamente Ativa  Terciário: atividades comerciais e de serviços
(PEA) a parcela da sociedade que está diretamente (educação, comunicações, saúde, bancos,
ligada às atividades produtivas. Compreende as pessoas transportes, turismo, administração pública etc.).
ocupadas e desocupadas no momento de um
levantamento estatístico, pois se depreende que a Esses setores da economia não podem ser
situação seja momentânea. confundidos com outro tipo de setorização difundida mais
recentemente.
De acordo com o IBGE, compõem a PEA: É outra classificação, que obedece à seguinte
distribuição:
 População ocupada: ► Primeiro setor: são as atividade públicas,
► Empregado: que exerce atividade remunerada em conduzidas pela ação do Estado.
troca de um salário. Incluem-se nesta situação, os ► Segundo setor: são as atividade exercidas pelo
jovens que prestam o serviço militar e os clérigos; setor privado, com foco no mercado;
► Trabalhador por conta própria: exerce uma ► Terceiro setor: são as atividades desenvolvidas no
atividade autônoma, mas não tem empregados; âmbito da sociedade civil, como ações voluntárias, ou
► Empregador: explora alguma atividade econômica e Organizações Não Governamentais (ONGs).
tem um ou mais empregados;
► Não remunerado: exerce alguma atividade na Nos países em desenvolvimento, parcela significativa
sociedade civil ao menos 15 horas por semana, mas dos trabalhadores encontra-se empregada nos setores
não remunerado, por exemplo em instituições primário e terciário, com alto grau de informalidade.
filantrópicas, religiosas, beneficentes, entre outras Nos países emergentes (como Brasil, México,
circunstâncias específicas. Argentina e outros), a participação dos setores
secundário e terciário é dominante.
 População desocupada:
► Pessoas não economicamente ativas: conjunto Informalidade: refere-se ao emprego informal, ou
de pessoas que estão temporariamente desocupadas seja, quando o trabalhador não se insere em uma
em determinado período de referência. situação regulamentada, com carteira assinada e
direitos trabalhistas como o Fundo de garantia do
Ao conjunto de pessoas que não participam da força Tempo de Serviço (FGTS), Previdência Social, férias,
ativa da economia, não exercendo atividade remunerada, 13º Salário, etc. Consiste no entanto, em parte da
chamamos de população inativa (ou população não PEA.
economicamente ativa), que corresponde a crianças,
jovens estudantes que não trabalham, aposentados e O Brasil ascendeu nos últimos anos à posição de
pessoas que exercem atividades domésticas sem sétima maior economia do globo. No âmbito econômico,
remuneração. Há um ou outro caso de exceção, por é motivo de destaque uma nação que apresenta um
exemplo, a população carcerária. Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 2,2 trilhões de
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios dólares (valores em 2013).
(Pnad) 2013, divulgada em 2014, registrou um total de Esse PIB é oriundo das inúmeras atividades
102,5 milhões de pessoas acima de 15 anos exercendo econômicas desenvolvidas no país e que apresentaram
atividade remunerada, índice de 50,8%. crescimento nos últimos anos – agricultura, indústria,
Isso está relacionado à tendência de envelhecimento da mineração, comércio, serviços e muitas outras.
população brasileira. As regiões Sul e Sudeste são as que Os indicadores sociais da sétima maior economia
apresentam os maiores índices de pessoas em atividade. melhoraram nos últimos anos, mas não no mesmo ritmo
Desse contingente da PEA que soma pouco mais da economia e, em alguns casos, ainda apresenta índices
de 100 milhões de brasileiros, aproximadamente 92%
vergonhosos que nada lembram a prosperidade 4 – Riqueza, pobreza e desigualdade no Brasil
econômica do país. Em diversos estudos sobre a sociedade
Trata-se de uma questão de cidadania conhecer brasileira, Celso Furtado, um dos mais destacados
alguns desses indicadores que refletem a situação da economistas brasileiros e professor da Universidade de
sociedade brasileira. Sorbonne, na França, afirmava categoricamente: o Brasil
não pode ser considerado um país pobre. Muitos outros o
3. Geografia Social do Brasil seguiram nessa constatação.
3.1 – O IDH O conceito de pobreza não obedece a padrões
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) rígidos; ele varia no tempo e no espaço e é um critério,
é um indicador utilizado pelo Programa das Nações por vezes, subjetivo. Segundo o IPEA, o conceito de
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para aferir a pobreza refere-se à situação de “carência em que os
qualidade de vida e está baseado em três critérios: indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo
saúde, educação e renda. condizente com as referências socialmente estabelecidas
De acordo com levantamentos do divulgados em cada contexto histórico”.
pelo Pnud (2014), o Brasil apresenta um IDH de 0,744. Já o Banco Mundial considera pobre, o sujeito
apesar de alto, esse índice o coloca em 79º lugar, numa que vive com até 60 dólares mensais.
posição bem modesta quando se considera que o país é a Apesar de a participação dos mais pobres na
sétima economia do mundo. Por exemplo, no grupo dos renda nacional ser ainda muito baixa, esse índice veio
países com IDH alto, o primeiro posto dos países latino- apresentando melhora a partir de 1994.
americanos, em 2013, pertenceu ao Uruguai, com um Com o Plano Real e os programas de
índice de 0,790. O Brasil situava-se ainda bem atrás de transferência de renda implantados pelos governos nas
outros países latino-americanos como o Chile 41º lugar, últimas décadas (aposentadoria rural, bolsa-escola,
ou a Argentina, 49º lugar, como 0,808. bolsa-família e muitos outros) os mais pobres passaram
Nos últimos anos, o país tem conseguido a ter uma participação um pouco maior na renda
melhorar sua posição, mas a passos tímidos. nacional.
Na primeira década do século XXI, ocorreu uma
melhoria na renda de uma parcela significativa da
população brasileira. Milhões de brasileiros migraram das
classes pobres e extremamente pobres, classificadas
como D e E, para integrarem a classe C (com capacidade
de consumo além dos produtos básicos de subsistência).
Esses dados refletem um período de crescimento
econômico e de adoção de políticas sociais que
promoveram transformações na sociedade brasileira.

Referência Bibliográfica: ADÃO, E.; FURQUIM JR., L.;


360° - Geografia. São Paulo: FTD Educação; 1ª edição.
2015.
Atividade:

Questão 01. A PEA é a sigla para População


3.2 – A Mortalidade Infantil Economicamente Ativa.
Apesar de a mortalidade infantil ter se reduzido Como é constituída a PEA e como ela se apresenta no
muito no país nas duas últimas décadas, o índice ainda é Brasil?
considerado alto: 15,6 para cada grupo de mil crianças
que nascem vivas, de acordo com documento divulgado
pelo IBGE em abril de 2012.
Embora seja a região que apresenta os piores
índices, a maior redução ocorreu no Nordeste: de 44,7
óbitos para 18,5 óbitos (IBGE, 2012). Questão 02. A mortalidade infantil corresponde ao índice
A mortalidade infantil no Brasil está diretamente de crianças que morrem para cada grupo de mil nascem
relacionada à pobreza e à miséria. Seguindo a vivas.
Organização Mundial de Saúde (OMS), a principal causa Explique como esse índice se apresenta no Brasil de
da mortalidade infantil é a desnutrição, seguida pela Hoje.
diarreia, fatal em alguns países.

3.3 – Analfabetismo e escolaridade


De acordo com o censo 2010, o Brasil apresenta
uma taxa de analfabetismo de 9,6% o que corresponde a
aproximadamente 1r4 milhões de pessoas, no entanto, a Questão 03. O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH
taxa de analfabetismo funcional, que corresponde ao – é um indicador utilizado pela Organização das Nações
grupo de pessoas com 15 anos ou mais de idade e com Unidas (ONU) para aferir a qualidade de vida e está
menos de 4 anos de estudos, corresponde a 20,3%, baseado em três critérios.
nesse grupo se incluem os analfabetos.
As sucessivas pesquisas do IBGE demonstram Quais são os critérios adotados para a definição do IDH?
que a taxa de analfabetismo vem caindo Qual a posição do Brasil neste índice?
sucessivamente;
A alteração no nível de escolaridade dos
brasileiros fica evidente na melhora recente de duas
taxas: a de pessoas com mais de 25 anos com nível
superior completo subiu para 10,6% e a da população
que completou o Ensino Médio, 23%.

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