1) O documento discute aspectos da população brasileira, incluindo desigualdades socioeconômicas, setores de atividade econômica e indicadores sociais.
2) Apesar de melhorias recentes, o Brasil continua sendo um país desigual com alta concentração de renda e pobreza. O IDH do Brasil é alto, mas está abaixo de outros países da América Latina com economias semelhantes.
3) Taxas de analfabetismo e escolaridade melhoraram, porém 20% da população
Descrição original:
Título original
Atividade - Ciclo IV - Geografia - Semana 02 - MALB - População brasilera
1) O documento discute aspectos da população brasileira, incluindo desigualdades socioeconômicas, setores de atividade econômica e indicadores sociais.
2) Apesar de melhorias recentes, o Brasil continua sendo um país desigual com alta concentração de renda e pobreza. O IDH do Brasil é alto, mas está abaixo de outros países da América Latina com economias semelhantes.
3) Taxas de analfabetismo e escolaridade melhoraram, porém 20% da população
1) O documento discute aspectos da população brasileira, incluindo desigualdades socioeconômicas, setores de atividade econômica e indicadores sociais.
2) Apesar de melhorias recentes, o Brasil continua sendo um país desigual com alta concentração de renda e pobreza. O IDH do Brasil é alto, mas está abaixo de outros países da América Latina com economias semelhantes.
3) Taxas de analfabetismo e escolaridade melhoraram, porém 20% da população
ASPECTOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA encontram-se ocupados, enquanto o restante,
teoricamente, busca emprego. PONTO DE PARTIDA Em 2014, chegamos a um dado impressionante: SETORES DA ATIVIDADE ECONÔMICA mais da metade da população passou a acessar à As transformações recentes na economia, internet. Atingimos índices de conectividade próximos apoiadas no desenvolvimento tecnológico, tiveram aos de países como Estados Unidos e Japão. impacto no modo de vida das pessoas, nas atividades Em sua opinião, isso significa que estamos econômicas e, consequentemente, no mercado de diminuindo as desigualdades socioeconômicas no país? trabalho, cada vez mais seletivo. Se, de um lado, a adoção de novas tecnologias favoreceu o aumento da 1. Um país desigual produtividade e da competitividade em todos os setores, O Brasil constituiu-se ao longo de sua história de outro afetou os trabalhadores com a diminuição de em um país de enorme desigualdade, fruto da empregos e ocasionou transferência de muitos postos de concentração de renda e do elevado nível de pobreza. trabalho do setor de produção de mercadorias para o Em que pese uma sutil melhora na última década (2001- setor de serviços. 2010), um recorte histórico mais amplo revela uma situação próxima ao dramático; e aqui não há nenhum As diferentes atividades econômicas são tradicionalmente exagero. A desigualdade social tornou-se uma triste agrupadas em três setores: marca brasileira, que exclui grande parte da população Primário: atividades agropecuárias, extrativismo dos padrões mínimos de dignidade e cidadania. (vegetal e mineral) e pesca. Secundário: atividades industriais, incluindo a 2. A PEA e os setores de atividades construção civil e indústrias extrativas. Chamamos de População Economicamente Ativa Terciário: atividades comerciais e de serviços (PEA) a parcela da sociedade que está diretamente (educação, comunicações, saúde, bancos, ligada às atividades produtivas. Compreende as pessoas transportes, turismo, administração pública etc.). ocupadas e desocupadas no momento de um levantamento estatístico, pois se depreende que a Esses setores da economia não podem ser situação seja momentânea. confundidos com outro tipo de setorização difundida mais recentemente. De acordo com o IBGE, compõem a PEA: É outra classificação, que obedece à seguinte distribuição: População ocupada: ► Primeiro setor: são as atividade públicas, ► Empregado: que exerce atividade remunerada em conduzidas pela ação do Estado. troca de um salário. Incluem-se nesta situação, os ► Segundo setor: são as atividade exercidas pelo jovens que prestam o serviço militar e os clérigos; setor privado, com foco no mercado; ► Trabalhador por conta própria: exerce uma ► Terceiro setor: são as atividades desenvolvidas no atividade autônoma, mas não tem empregados; âmbito da sociedade civil, como ações voluntárias, ou ► Empregador: explora alguma atividade econômica e Organizações Não Governamentais (ONGs). tem um ou mais empregados; ► Não remunerado: exerce alguma atividade na Nos países em desenvolvimento, parcela significativa sociedade civil ao menos 15 horas por semana, mas dos trabalhadores encontra-se empregada nos setores não remunerado, por exemplo em instituições primário e terciário, com alto grau de informalidade. filantrópicas, religiosas, beneficentes, entre outras Nos países emergentes (como Brasil, México, circunstâncias específicas. Argentina e outros), a participação dos setores secundário e terciário é dominante. População desocupada: ► Pessoas não economicamente ativas: conjunto Informalidade: refere-se ao emprego informal, ou de pessoas que estão temporariamente desocupadas seja, quando o trabalhador não se insere em uma em determinado período de referência. situação regulamentada, com carteira assinada e direitos trabalhistas como o Fundo de garantia do Ao conjunto de pessoas que não participam da força Tempo de Serviço (FGTS), Previdência Social, férias, ativa da economia, não exercendo atividade remunerada, 13º Salário, etc. Consiste no entanto, em parte da chamamos de população inativa (ou população não PEA. economicamente ativa), que corresponde a crianças, jovens estudantes que não trabalham, aposentados e O Brasil ascendeu nos últimos anos à posição de pessoas que exercem atividades domésticas sem sétima maior economia do globo. No âmbito econômico, remuneração. Há um ou outro caso de exceção, por é motivo de destaque uma nação que apresenta um exemplo, a população carcerária. Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 2,2 trilhões de A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios dólares (valores em 2013). (Pnad) 2013, divulgada em 2014, registrou um total de Esse PIB é oriundo das inúmeras atividades 102,5 milhões de pessoas acima de 15 anos exercendo econômicas desenvolvidas no país e que apresentaram atividade remunerada, índice de 50,8%. crescimento nos últimos anos – agricultura, indústria, Isso está relacionado à tendência de envelhecimento da mineração, comércio, serviços e muitas outras. população brasileira. As regiões Sul e Sudeste são as que Os indicadores sociais da sétima maior economia apresentam os maiores índices de pessoas em atividade. melhoraram nos últimos anos, mas não no mesmo ritmo Desse contingente da PEA que soma pouco mais da economia e, em alguns casos, ainda apresenta índices de 100 milhões de brasileiros, aproximadamente 92% vergonhosos que nada lembram a prosperidade econômica do país. Trata-se de uma questão de cidadania conhecer alguns desses indicadores que refletem a situação da sociedade brasileira.
3. Geografia Social do Brasil
3.1 – O IDH O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para aferir a qualidade de vida e está baseado em três critérios: saúde, educação e renda. De acordo com levantamentos do divulgados pelo Pnud (2014), o Brasil apresenta um IDH de 0,744. apesar de alto, esse índice o coloca em 79º lugar, numa posição bem modesta quando se considera que o país é a sétima economia do mundo. Por exemplo, no grupo dos Fonte: The World Factbook (2009) e Index Mundi (2010) países com IDH alto, o primeiro posto dos países latino- americanos, em 2013, pertenceu ao Uruguai, com um 3.3 – Analfabetismo e escolaridade índice de 0,790. O Brasil situava-se ainda bem atrás de De acordo com o censo 2010, o Brasil apresenta outros países latino-americanos como o Chile 41º lugar, uma taxa de analfabetismo de 9,6% o que corresponde a ou a Argentina, 49º lugar, como 0,808. aproximadamente 1r4 milhões de pessoas, no entanto, a Nos últimos anos, o país tem conseguido taxa de analfabetismo funcional, que corresponde ao melhorar sua posição, mas a passos tímidos. grupo de pessoas com 15 anos ou mais de idade e com menos de 4 anos de estudos, corresponde a 20,3%, nesse grupo se incluem os analfabetos. As sucessivas pesquisas do IBGE demonstram que a taxa de analfabetismo vem caindo sucessivamente; A alteração no nível de escolaridade dos brasileiros fica evidente na melhora recente de duas taxas: a de pessoas com mais de 25 anos com nível superior completo subiu para 10,6% e a da população que completou o Ensino Médio, 23%.
4 – Riqueza, pobreza e desigualdade no Brasil
Em diversos estudos sobre a sociedade brasileira, Celso Furtado, um dos mais destacados economistas brasileiros e professor da Universidade de Sorbonne, na França, afirmava categoricamente: o Brasil 3.2 – A Mortalidade Infantil não pode ser considerado um país pobre. Muitos outros o Apesar de a mortalidade infantil ter se reduzido seguiram nessa constatação. muito no país nas duas últimas décadas, o índice ainda é O conceito de pobreza não obedece a padrões considerado alto: 15,6 para cada grupo de mil crianças rígidos; ele varia no tempo e no espaço e é um critério, que nascem vivas, de acordo com documento divulgado por vezes, subjetivo. Segundo o IPEA, o conceito de pelo IBGE em abril de 2012. pobreza refere-se à situação de “carência em que os Embora seja a região que apresenta os piores indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo índices, a maior redução ocorreu no Nordeste: de 44,7 condizente com as referências socialmente estabelecidas óbitos para 18,5 óbitos (IBGE, 2012). em cada contexto histórico”. A mortalidade infantil no Brasil está diretamente Já o Banco Mundial considera pobre, o sujeito relacionada à pobreza e à miséria. Seguindo a que vive com até 60 dólares mensais. Organização Mundial de Saúde (OMS), a principal causa Apesar de a participação dos mais pobres na da mortalidade infantil é a desnutrição, seguida pela renda nacional ser ainda muito baixa, esse índice veio diarreia, fatal em alguns países. apresentando melhora a partir de 1994. Com o Plano Real e os programas de transferência de renda implantados pelos governos nas últimas décadas (aposentadoria rural, bolsa-escola, bolsa-família e muitos outros) os mais pobres passaram a ter uma participação um pouco maior na renda nacional. Na primeira década do século XXI, ocorreu uma melhoria na renda de uma parcela significativa da população brasileira. Milhões de brasileiros migraram das classes pobres e extremamente pobres, classificadas como D e E, para integrarem a classe C (com capacidade de consumo além dos produtos básicos de subsistência). Esses dados refletem um período de crescimento econômico e de adoção de políticas sociais que promoveram transformações na sociedade brasileira.