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Encargos Sociais

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os encargos incidentes na folha de pagamento, as


entidades que recebem contribuições do INSS, com base na folha de pagamento de
responsabilidade de recolhimento, por parte da empresa, e a incidência dos encargos das
provisões das férias e do 13o salário dos empregados.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar quais são os encargos e as alíquotas de tributação incidentes sobre as variáveis


da folha de pagamento.
• Apontar quais são os encargos da folha de pagamento do empregador e do empregado.
• Calcular os encargos da folha de pagamento e contabilizá-los.

DESAFIO

Para apurar os encargos sobre a folha de pagamento, o RH deve acompanhar constantemente as


mudanças da legislação trabalhista, os fatos e dados que geram essa folha e os impostos devidos
(INSS, IRRF, FGTS, etc.). Soma-se a isso a adoção de bons procedimentos internos e sistemas
informatizados, entre outros, para elaborar a folha, pagar os salários e os impostos. Evitam-se,
assim, pagamentos em duplicidade, impostos recolhidos indevidamente e ocorrência de juros e
multas por atrasos, além das demandas judiciais.

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Consideremos que você é o gerente de contabilidade da empresa ABC Materiais Ltda. e está
revisando os cálculos da elaboração e contabilização da folha de pagamento, as provisões (férias
e 13o salário) e os encargos por parte da empresa no mês de agosto/X1 (empresa não optante
pelo Simples Nacional). Veja, a seguir, os dados para a elaboração da folha.
Após analisar os dados, responda o Desafio seguindo os passos listados a seguir.

1) Elabore a folha de pagamento de João, Joaquim e José. Lembre-se de mencionar os valores


correspondentes a: salário bruto, horas extras, comissões, total bruto; INSS e total do salário
líquido; FGTS (8%).

2) Faça a contabilização da folha de pagamento.

3) Faça a contabilização da provisão de férias/encargos e do 13o salário.

4) Contabilize os encargos (parte da empresa) a serem recolhidos pela Guia da Previdência


Social (GPS).

INFOGRÁFICO

Os encargos sociais representam uma parcela relevante nos custos e, por conseguinte, na
performance econômico-financeira da empresa. Não obstante, o reconhecimento incorreto dos
encargos sociais pode trazer consequências indesejadas, pois afeta diretamente o cálculo de
outros tributos.

No Infográfico a seguir, você vai analisar a relevância dos encargos sociais na visão das
empresas, além de ver uma simulação de como a contabilização incorreta poderia trazer riscos e
prejuízos à organização.
CONTEÚDO DO LIVRO

O estudo dos encargos incidentes na folha de pagamento suportados pelos empregados e


empregadores, o cálculo, bem como a responsabilidade do pagamento e o recolhimento de tais
encargos são de extrema importância na rotina das empresas. Procedimentos realizados de forma
incorreta podem resultar em multas à empresa, além de distorções nas demonstrações contábeis
divulgadas pela entidade.

Em Encargos sociais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os
principais encargos incidentes sobre a folha de pagamento, as alíquotas correspondentes, as
responsabilidades de cada parte (empregadores e empregados), os cálculos e a contabilização de
tais encargos.

Boa leitura.
CONTABILIDADE
COMERCIAL

Ronaldo Akiyoshi Nagai


Encargos sociais
Ronaldo Akiyoshi Nagai

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar quais são os encargos e as alíquotas de tributação incidentes


sobre as variáveis da folha de pagamento.
>> Apontar quais são os encargos da folha de pagamento do empregador e
do empregado.
>> Calcular os encargos da folha de pagamento e contabilizá-los.

Introdução
O cálculo e a contabilização dos encargos da folha de pagamento devem ser
acompanhados de perto pelas entidades, já que são obrigatoriedades impostas
por lei (e eventuais sanções no descumprimento). Além disso, o correto cálculo dos
encargos e o reconhecimento da folha de pagamento nos demonstrativos finan-
ceiros são imprescindíveis para a gestão e o planejamento de qualquer entidade.
Neste capítulo, você vai estudar os elementos que compõem a folha de pa-
gamento, os proventos, os descontos, a sua forma de cálculo e as variantes que
surgem conforme as diversas situações práticas que as organizações podem se
deparar. Conhecer tais aspectos preliminares é de extrema importância para a
compreensão dos encargos incidentes sobre a folha de pagamento. A contabilização
desses encargos também será abordada ao longo do capítulo.

Encargos incidentes sobre a folha


de pagamento
A folha de pagamento registra as informações sobre os proventos e descontos
dos empregados. O documento é de preparação obrigatória pelo empregador
2 Encargos sociais

por força do art. 225 do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, devendo


ficar à disposição dos órgãos de fiscalização e auditorias interna e externa.
A folha de pagamento é dividida em proventos e descontos (BRASIL, 1999):

„„ proventos: salário, horas extras, adicionais (insalubridade, periculo-


sidade, noturno) e outros previstos em lei;
„„ descontos: imposto de renda retido na fonte, contribuições para a
previdência social, faltas, atrasos e penalidades, seguros e outros
previstos em lei.

É relevante diferenciarmos salário de remuneração. “Remuneração” tem


a sua origem no latim remuneratio, que significa re (reciprocidade) e mune-
ratio (recompensa). Já o termo “salário” deriva do latim salarium, fazendo
referência ao sal (salis), principal meio de pagamento dos romanos. Na CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) — Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943 —, a remuneração é tratada no “Capítulo II – Da Remuneração”, do art. 457
ao 467. O termo “remuneração” apresentado pelo art. 457 da CLT constitui um
conjunto de vantagens observadas pelo trabalhador, o que envolve tanto o
montante pago diretamente pelo empregador ao empregado (salário) quanto
as outras formas indiretas, feita por terceiros, como as gorjetas (BRASIL, 1943).
Portanto, salário é o valor econômico pago diretamente pelo empregador ao
empregado em razão da prestação de serviços, destinado à satisfação das
necessidades pessoais e familiares (MARTINS, 2020). Podemos dizer que a
remuneração é gênero, e salário é espécie.
As horas extras estão disciplinadas no inciso XIII do art. 7º da Constituição
Federal (BRASIL, 1988). Trata-se da remuneração adicional pela duração do
trabalho acima do normal, que não será, via de regra, superior a oito horas
diárias e 44 semanais. Em algumas categorias profissionais, por conta de
legislação ou acordo específico, a jornada poderá ser inferior (como nos casos
dos trabalhadores do telemarketing, considerados de turno ininterrupto). A
jornada poderá ser ampliada em no máximo duas horas, e a remuneração
será, no mínimo, 50% superior à hora normal.
Os adicionais envolvem as remunerações extras proporcionadas ao empre-
gado em ocasião de condições menos favoráveis de trabalho. Por exemplo, no
adicional noturno, exige-se um esforço maior do trabalhador e, do ponto de
vista do Direito do Trabalho, demanda-se uma tutela especial. Dessa forma,
no caso dos empregados urbanos, há o acréscimo de, no mínimo, 20% sobre
a hora diurna e, aos trabalhadores rurais, o adicional é de, no mínimo, 25%.
Encargos sociais 3

Assim como nas horas extras, acordos ou convenções coletivas que estabe-
leçam adicionais superiores ao mínimo legal são permitidos, privilegiando o
princípio da norma mais benéfica ao trabalhador.
Já o adicional de insalubridade, disciplinado no art. 189 da CLT, dispõe
que são:

[…] consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua na-


tureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e
da intensidade do agente e do tempo de exposição a seus efeitos (BRASIL, 1943,
documento on-line).

Para essas atividades, é garantida ao empregado uma remuneração


extra conforme o grau de insalubridade, à razão de 10% (mínimo grau), 20%
(grau médio) e 40% (máximo grau) sobre o salário mínimo (salário mínimo
nacional, unificado, apesar de o texto da CLT dispor sobre “salário-mínimo
da região”).
Por fim, destaca-se a gratificação natalina, mais conhecida como 13º
salário. Trata-se de um pagamento obrigatório por parte das empresas e,
portanto, possui natureza salarial. A remuneração-base para pagamento é
a do mês de dezembro do ano correspondente ao pagamento, remuneração
esta que considera, além do salário, gorjetas, comissões, gratificações legais,
os adicionais de insalubridade ou periculosidade vistos anteriormente e as
utilidades. O cálculo é de 1/12 por mês de serviço e, dessa forma, é necessária
a apuração mensal das faltas, pois são considerados como meses trabalhados
somente aqueles em que o empregado trabalhou pelo menos 15 dias. Faltas
justificadas e legais (licenças maternidade, paternidade, por questões de
saúde) não são descontadas na apuração dos dias trabalhados.
Esse resumo sobre os principais componentes da remuneração é de ex-
trema importância, uma vez que a folha de pagamento, o montante total
da remuneração recebida pelos empregados, forma a base de cálculo dos
encargos sociais, tributação e outras obrigações legais. Note que, sobre a
parcela da remuneração percebida pelos empregados, temos a incidência
de encargos de responsabilidade destes, mas há também os encargos de
responsabilidade de empregadores, incidentes sobre a remuneração paga
aos trabalhadores e prestadores de serviços, bem como eventualmente
sobre a receita bruta. Veremos tais encargos de responsabilidade de cada
parte na seção seguinte.
4 Encargos sociais

Encargos da folha de pagamento:


impactos aos empregados e empregadores
e alíquotas de tributação
Esquematicamente, trabalharemos os encargos suportados pelo empregador
— INSS (patronal), GIL-RAT e FGTS — e os suportados pelo empregado — INSS
(empregado) e IRRF.

Contribuição previdenciária (INSS)


Nos termos do art. 195 da Constituição Federal (BRASIL, 1988, documento
on-line):

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I – dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
II – dos trabalhadores;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.

A seguridade social é financiada pelos trabalhadores e, também, pela


inciativa privada. Costumamos dizer que há uma gestão tripartite em que o
governo, trabalhadores e empregadores assumem a responsabilidade pelo
financiamento do sistema. Uma parcela relevante da seguridade social é
financiada pelos recursos provenientes da contribuição ao INSS, com parti-
cipação desses três atores da sociedade.
Do ponto de vista dos empregados, a contribuição ao INSS é uma obri-
gação dos trabalhadores com registro na carteira e facultativa no caso dos
trabalhadores informais. A contribuição previdenciária, apesar de ser de
responsabilidade do empregado, é calculada e recolhida pelo empregador
e descontada no salário do empregado. O cálculo leva em consideração o
salário do empregado (denominado de salário de contribuição), que será
adequado às faixas de alíquotas para contribuição. Importante definirmos o
conceito de salário de contribuição. Trata-se de um conceito mais amplo do
que o salário-base do empregado, pois engloba a remuneração percebida.
Pagamentos indiretos, como as gorjetas, utilidades, gratificações, adicionais,
verbas eventuais, desde que não tenham caráter indenizatório, compõem a
base de cálculo da contribuição do INSS.
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Em relação às alíquotas, aplica-se a tabela informada pelo Instituto Na-


cional do Seguro Social. Para o ano de 2021, temos o Quadro 1.

Quadro 1. Alíquotas de INSS de responsabilidade do empregado

Salário de contribuição (R$) Alíquota (%)

Até 1.100,00 7,5

De 1.100,01 até 2.203,48 9

De 2.203,49 até 3.305,22 12

De 3.305,23 até 6.433,57 14

Fonte: Adaptado de Brasil (2021).

As alíquotas de INSS de responsabilidade do empregado são en-


contradas nos sites oficiais da Previdência Social. Os valores são
reajustados com frequência para que reflitam os efeitos inflacionários dos
salários.

Note que, conforme discutimos, o financiamento da Seguridade Social


não depende somente dos esforços dos empregados. O financiamento do
sistema também é realizado pelas empresas, chamado de INSS patronal.
Para estas, os encargos concernentes à contribuição ao INSS são calculados
sobre a folha de pagamento ou sobre o faturamento. Dependendo do regime
tributário da empresa, teremos exigências e alíquotas diferenciadas, conforme
as listadas a seguir.

Simples Nacional
Via de regra, as empresas enquadradas no Simples Nacional recolhem o INSS
patronal por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).
A alíquota única aplicada sobre o faturamento da empresa já contempla a
contribuição ao INSS.
A exceção é feita para algumas atividades como limpeza, vigilância, servi-
ços advocatícios, entre outros constantes no Anexo IV e §5º-C, art. 18 da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (BRASIL, 2006). Para essas
atividades, será necessário realizar o recolhimento de 20% sobre a folha de
6 Encargos sociais

pagamento, a título de INSS patronal. Além disso, caso existam retiradas de


pró-labore, há a necessidade de recolhimento de 31% sobre o valor bruto,
que correspondem à parcela do INSS patronal (20%) e do sócio (11%).
Para compreendermos essa dinâmica do INSS incidente sobre as empresas
do Simples Nacional, é necessário revisarmos alguns conceitos relacionados
a esse regime tributário, conforme seguem.

„„ Tributação da empresa no Simples Nacional: é realizada por meio de


uma alíquota única aplicada ao faturamento. Diferentes faixas de
alíquota são aplicadas conforme o nível de faturamento. As faixas
atuais, as alíquotas correspondentes e os tributos contemplados nessa
alíquota única podem ser encontrados na Lei Complementar nº 155,
de 27 de outubro de 2016 (BRASIL, 2016).
„„ Pró-labore: remuneração dos sócios. Termo derivado do latim com o
significado de “pelo trabalho”.
„„ Atividades consideradas como exceção (Anexo IV e §5º-C, art. 18 da
Lei Complementar nº 123/2006):
■■ construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive
sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de
paisagismo, bem como decoração de interiores;
■■ serviço de vigilância, limpeza ou conservação.
■■ serviços advocatícios (BRASIL, 2006).

Lucro Presumido e Lucro Real (primeira hipótese)


Para as empresas tributadas pelo regime de Lucro Real e Lucro Presumido,
há o recolhimento de 20% a título de INSS patronal, incidente “[…] sobre
o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título,
durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe
prestem serviços” (BRASIL, 1991, documento on-line). Essas remunerações
incluem qualquer forma de retribuição de trabalho, inclusive as gorjetas,
os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decor-
rentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa, nos termos do art. 22 da Lei nº 8.212/1991
(BRASIL, 1991).
Encargos sociais 7

A previsão do art. 22 da Lei nº 8.212/1991 considera como base de


cálculo para o INSS Patronal todas as remunerações pagas pela
empresa, independentemente de sua natureza, aos empregados e também as
trabalhadores que lhe prestarem serviços (BRASIL, 1991).

Lucro Presumido e Lucro Real (segunda hipótese)


Por meio da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011), foi criada
a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), que prevê a hi-
pótese de cálculo do INSS Patronal com base na receita bruta auferida ao
invés do total das remunerações pagas. Posteriormente, a Lei nº 13.161, de
31 de agosto de 2015 (BRASIL, 2015), estabeleceu o caráter optativo dessa
modalidade e fixou as novas alíquotas incidentes sobre a receita bruta da
empresa, variando de 1 a 4,5%, dependendo da atividade desempenhada.
Atualmente, está em vigor a Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018 (BRASIL, 2018),
que mantém as mesmas alíquotas de 1 a 4,5%, mas promove modificações
nos setores e atividades contempladas na modalidade.

No contexto em que se debate a dívida pública e o orçamento do


governo, passou-se a questionar o instituto da “desoneração da
folha” promovido pela CPRB. A CPRB sofreu algumas derrotas e chegou a ter
seu fim decretado em 2020 pela Lei nº 13.670/2018 (BRASIL, 2018). Contudo, a
redação dada pela Lei nº 14.020, de 6 de julho de 2020 (BRASIL, 2020a), prorrogou
o instituto até 31 de dezembro de 2021. O principal recado aqui é o seguinte:
trata-se de uma modalidade instável; portanto, atente-se sempre às mudanças
na legislação.

Alíquotas de contribuição ao INSS: situações especiais


A alíquota geral aplicada é de 20%. A exceção ocorre no caso das instituições
financeiras e equiparadas (bancos comerciais, seguradoras, sociedades de
crédito, corretoras de valores, detentoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de leasing, empresas de previdência privada), que contribuirão com
a alíquota de 20,0% além do adicional de 2,5%, totalizando 22,5%.
8 Encargos sociais

GIL-RAT (SAT e FAP)


Além das contribuições ao INSS, as empresas devem considerar a Contribuição
do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos
Ambientais do Trabalho (GIL-RAT). Trata-se de uma contribuição previdenciária
obrigatória, que tem como finalidade financiar a aposentadoria especial e os
benefícios concedidos em razão da ocorrência de incapacidade laboral dos
riscos no ambiente de trabalho.
As alíquotas aplicáveis sobre o total da remuneração paga, devida ou
creditada ao empregado são de 1, 2 ou 3%, e o enquadramento é feito com
base no grau de risco (leve, médio ou grave) da atividade preponderante
exercida pelo trabalhador, conforme o seu CNAE (Classificação Nacional de
Atividades Econômicas).
Deve-se considerar, ainda, o FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que atua
como um flexibilizador do valor recolhido para o GIL-RAT. O bonus e o malus
podem variar de 0,5000 a 2,000, em quatro casas decimais. Em suma, o FAP
irá penalizar (malus) as empresas com o aumento em até 100% da alíquota do
SAT (aplicação do FAP de 2,0000) ou reduzi-la (bonus) em até 50% (aplicação
do FAP de 0,5000). Para chegar ao FAP, a previdência realiza um levantamento
dos números da empresa ao final de cada ano, com o objetivo de verificar se
há ocorrências de acidentes ou doenças do trabalho, considerando os dois
últimos anos de exercício.

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)


O FGTS foi criado pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966 (BRASIL, 1966c),
sendo alterado pelo Decreto-Lei nº 20, de 14 de setembro de 1966 (BRASIL,
1966b), e regulamentado pelo Decreto nº 59.820, de 20 de dezembro de 1966
(BRASIL, 1966a). Visa assegurar aos empregados uma garantia pelo tempo
de serviço prestado às empresas, proporcionando uma reserva financeira
ao empregado para quando for dispensado.
Trata-se de um depósito bancário em instituição financeira oficial
(como a Caixa Econômica Federal), que poderá ser utilizado ou sacado nas
hipóteses previstas em lei, dentre as quais destacamos o financiamento
de moradia pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e tratamento de
doenças graves, como câncer e HIV, além de casos de dispensa sem justa
causa, entre outros.
Encargos sociais 9

Os depósitos do FGTS são garantidos aos trabalhadores regidos pela


CLT, os avulsos, empregados rurais, domésticos e o trabalhador temporário,
ficando excluídos os autônomos e servidores públicos civis e militares. Fica
a cargo do empregador a disponibilização do crédito em conta vinculada do
trabalhador. O valor do fundo de garantia a ser depositado pelo empregador
será calculado sobre a remuneração paga ao empregado (salário, gorjetas,
comissões, gratificações, adicionais de periculosidade, insalubridade, noturno,
horas extras), aplicando-se a alíquota de 8%. O recolhimento é compulsório
e, caso o empregado não realize o depósito do FGTS, sobre o valor não de-
positado incidirá juros de mora de 1% ao mês e multa de 20%.

Contribuições ao Sistema “S”


Sistema “S” é o termo que define o conjunto de organizações das entida-
des corporativas voltadas para treinamento profissional, assistência social,
consultoria, pesquisa e assistência técnica. Recebe esse nome porque as
instituições têm, na inicial de seu nome, a letra “S”. Fazem parte do sis-
tema: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social
do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); Serviço Nacional de
Aprendizagem do Comércio (Senac); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e
Serviço Social de Transporte (Sest).
As empresas recolhem as contribuições a essas instituições conforme
o seu enquadramento no código FPAS (Fundo da Previdência e Assistência
Social). Trata-se de um código que identifica a atividade econômica que a
empresa ou o trabalhador individual exerce. Os percentuais de recolhimento
para cada instituição são listadas a seguir. A empresa deverá verificar a
qual instituição correspondente a sua atividade por meio do FPAS e aplicar
a alíquota correspondente.

„„ Senai: 1,0%.
„„ Sesi: 1,5%.
„„ Senac: 1,0%.
„„ Sesc: 1,5%.
„„ Sebrae: de 0,3 a 0,6%.
„„ Senar: de 0,2 a 2,5%.
„„ Sest: 1,5%.
„„ Senat: 1,0%.
„„ Sescoop: 2,5%.
10 Encargos sociais

Salário Educação
Trata-se de uma contribuição social que tem como objetivo fomentar os
programas, projetos e ações voltados para a educação básica pública. O
salário educação possui fundamento na Constituição Federal, no §5º do art.
212 (BRASIL, 1988, documento on-line):

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na ma-
nutenção e desenvolvimento do ensino.
[...]
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a
contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.

A base de cálculo é o total de remunerações pagas ou creditadas, a qual-


quer título, aos segurados empregados das empresas contribuintes, sobre o
qual aplica-se a alíquota de 2,5%. Referente à obrigatoriedade, o empresário
individual, as associações as sociedades empresariais, urbana ou rural, com
fins lucrativos ou não, vinculadas à Seguridade Social, bem como as empre-
sas públicas e as sociedades de economia mista são obrigadas a recolher o
Salário Educação.

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)


Por fim, apresentamos o IRRF, cujo ônus é suportado pelo empregado. A ideia
é semelhante ao desconto da contribuição previdenciária visto anteriormente.
É um valor devido pelo empregado, mas, para que o recolhimento e a audi-
toria sejam mais fáceis, a Administração Tributária impõe à fonte pagadora
(o empregador) o dever de recolhimento. O imposto devido pelo empregado
será, então, descontado no cálculo da folha de pagamento.
A base de cálculo do IRRF é a remuneração total do empregado, sendo
possível a dedução da parcela da contribuição previdenciária, dos valores
pagos a título de pensão alimentícia e de uma parcela mensal de R$ 189,59
por dependente (R$ 2.275,08 por ano). Em relação às alíquotas, aplica-se a
tabela informada pela Receita Federal, seguindo o mesmo raciocínio visto
nas contribuições previdenciárias. Por meio de uma tabela progressiva, são
aplicadas alíquotas diferenciadas para cada faixa salarial. Veja no Quadro 2
como é feito o cálculo do imposto de renda do empregado.
Encargos sociais 11

Quadro 2. Tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)

Até 1.903,98 - -

De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,8

De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,8

De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Fonte: Adaptado de Brasil (2020b).

Em suma, podemos resumir os encargos suportados pelo empregado


e empregador no esquema da Figura 1 (com as respectivas alíquotas
possíveis).

Figura 1. Encargos suportados pelo empregado e empregador.

Cálculo e contabilização dos encargos


A seguir, você vai ver como ocorrem o cálculo e a contabilização dos encargos
suportados pelo empregador e pelo empregado por meio de exemplos. Vamos
iniciar com o INSS da parte patronal. Imagine o seguinte cenário.
12 Encargos sociais

Exemplo 1: INSS patronal


Empresa de transportes, cuja frota atende tanto ao transporte coletivo de
passageiros quanto ao de cargas.

„„ Folha de pagamento: unidade de negócios de transporte de cargas:


R$ 100.000,00

„„ Receita bruta total:


R$ 850.000,00
(40% do transporte de passageiros
e 60% do transporte de cargas)

„„ Contribuição previdenciária patronal sem folha:


R$ 100.000,00 × 20% = R$ 20.000,00

„„ Contribuição previdenciária patronal sem receita bruta:


R$ 850.000,00 × 40% × 2% = R$ 6.800,00

„„ Contribuição previdenciária patronal total:


R$ 20.000,00 + R$ 6.800,00 = R$ 26.800,00

A contabilização será a seguinte:

D (débito) encargos sociais R$ 26.800,00 conta de resultado (despesa)

C (crédito) encargos a pagar R$ 26.800,00 conta de passivo

A empresa possui duas fontes de receita: transporte de passageiros e de


cargas. O transporte de passageiros se enquadra em uma das hipóteses de
aplicação da CPRB na alíquota de 2%.

Exemplo 2: GIL-RAT

„„ SAT (enquadramento de risco): 2% (médio).


„„ FAP: 1,250.
„„ GIL-RAT: 2,5% (2% × 1,250).

Base de cálculo do GIL-RAT R$ 48.000,00 (remuneração dos empregados)

GIL-RAT R$ 48.000,00 × 2,5% = R$ 1.200,00


Encargos sociais 13

A contabilização será a seguinte:

D (débito) encargos sem a folha R$ 1.200,00 Conta de resultado (despesa)

C (crédito) encargos a pagar R$ 1.200,00 Conta de passivo

Exemplo 3: FGTS
Folha de pagamento – unidade de negócios de transporte de cargas.

„„ Base de cálculo do FGTS: R$ 100.000,00.


„„ FGTS (8%): R$ 100.000,00 × 8% = R$ 8.000,00.

A contabilização será a seguinte:

D (débito) encargos sem a folha R$ 8.000,00 Conta de resultado (despesa)

C (crédito) FGTS a pagar R$ 8.000,00 Conta de passivo

Veja que a contabilização dos encargos sob responsabilidade do emprega-


dor não é complexa e se resume a reconhecer a despesa (ou custo) resultante
dos encargos, com contrapartida no passivo — valor do encargo a pagar. A
seguir, veremos como funciona o cálculo e a contabilização dos encargos de
responsabilidade do empregado, que possui algumas nuances. Apesar de o
ônus ser do empregado, o recolhimento é realizado pelo empregador por
meio do desconto da remuneração a ser recebida pelo empregado.

Exemplo 4: INSS (parte do empregado)


Vamos considerar as seguintes premissas:

a)  salário-base: R$ 2.000,00;


b)  comissões recebidas no mês: R$ 200,00;
c)  outras verbas não indenizatórias: R$ 500,00.

Temos, portanto:

Salário de contribuição (a + b + c) = R$ 2.700,00

Com posse do salário de contribuição, verificaremos qual é a faixa de


alíquota aplicável. A tabela vigente a partir de 1º de março de 2020 está no
Quadro 3.
14 Encargos sociais

Quadro 3. Tabela para empregado, empregado doméstico e trabalhador


avulso a partir de 1º de março de 2020

Salário de contribuição (R$) Alíquota de contribuição (%)

Até 1.045,00 7,50

De 1.045,01 até 2.089,60 9

De 2.089,61 até 3.134,40 12

De 3.134,41 até 6.101,06 14

Fonte: Adaptado de Debit (2021).

O salário de contribuição de R$ 2.700,00 se enquadraria na faixa de


alíquota de 12%. Contudo, há a necessidade de aplicação dessa alíquota
somente sobre a parte que excede as demais faixas de contribuição, para
evitarmos um desconto acima do legalmente exigido. Veja a seguir a ideia
por trás desse ponto.
O salário de contribuição é de R$ 2.700,00; logo:

„„ primeira faixa:

R$ 1.045,00 × 7,5% = R$ 78,38

„„ diferença entre a segunda faixa e a primeira faixa:

R$ 1.044,60 × 9,0% = R$ 94,01

Temos, então, as duas faixas R$ 2.089,60 (R$ 1.045,00 + R$ 1.044,60). A


diferença de R$ 610,40 (R$ 2.700,00 – R$ 2.089,60) será a parcela em que
efetivamente teremos a aplicação da contribuição de 12%:

„„ terceira faixa:

R$ 610,40 × 12,0% = R$ 73,25

O total da contribuição devida pelo empregado e que o empregador des-


contará da folha totalizará R$ 245,64 (78,38 + 94,01 + 73,25).
Encargos sociais 15

Exemplo 5: IRRF
Vamos considerar as seguintes premissas:

a)  salário-base: R$ 2.000,00;


b)  comissões recebidas no mês: R$ 200,00;
c)  outras verbas não indenizatórias: R$ 500,00.

Portanto, o salário de contribuição (a + b + c) é R$ 2.700,00, do qual devem


ser descontados:

d)  contribuição previdenciária: R$ 245,64;


e)  pensão alimentícia: R$ 100,00;
f)  número de dependentes: 2.

A base de cálculo do imposto de renda será o salário de contribuição,


descontados a contribuição previdenciária oficial, a pensão alimentícia e o
número de dependentes multiplicado por R$ 189,59:

Salário de contribuição R$ 2.700,00


(–) Contribuição previdenciária R$ 245,64
(–) Pensão alimentícia R$ 100,00
(–) Desconto dependentes R$ 379,18
(=) Base de cálculo IRPF R$ 1.975,18

Aplica-se, em seguida, a tabela progressiva vigente apresentada no Quadro 4.

Quadro 4. Tabela para base de cálculo de IRPF

Parcela a deduzir
Base de cálculo (R$) Alíquota (%) do IRPF (R$)

Até 1.903,98 - -

De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,8

De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,8

De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Fonte: Adaptado de Brasil (2020b).


16 Encargos sociais

Com base na tabela, verifica-se que a base de cálculo de R$ 1.975,18 se


adequa à faixa em que a alíquota é de 7,5%. Dessa forma, temos o seguinte
cálculo do imposto:

IRPF = R$ 1.975,18 × 7,5% = R$ 148,14

Veja há na tabela a “parcela a deduzir do IRPF”. Para entender o que


é isso, vamos analisar o caso do exemplo que estamos estudando. A
renda tributável do empregado para fins de imposto de renda é de R$ 1.975,18.
Sabemos que rendimentos até o valor de R$ 1.903,98 estão isentos do IRPF. Não
seria nada justo o empregado do nosso exemplo pagar 7,5% de imposto de renda
sobre o valor total de seus rendimentos. É justamente por esse motivo que existe
a “parcela a deduzir do IRPF”. Do total de R$ 148,14 calculado anteriormente,
deduziremos a parcela de R$ 142,80. A diferença será o valor do imposto devido
pelo empregado:

IRPF = R$ 1.975,18 × 7,5% = R$ 148,14 – R$ 142,80 = R$ 5,34

Na prática, a parcela a deduzir é 7,5% aplicado à parcela isenta de R$ 1.903,98.

A seguir, vamos ver como ocorre a contabilização dos descontos.

Exemplo 6: IRRF e INSS


Considerando as seguintes premissas:

a)  salário de contribuição: R$ 2.700,00;


b)  pensão alimentícia: R$ 100,00;
c)  número de dependentes: 2.

Aplicando a tabela de contribuição vigente do INSS, temos:

„„ primeira faixa:

R$ 1.045,00 × 7,5% = R$ 78,38

„„ diferença entre a segunda faixa e a primeira faixa:

R$ 1.044,60 x 9,0% = R$ 94,01


Encargos sociais 17

Temos as duas faixas R$ 2.089,60 (R$ 1.045,00 + R$ 1.044,60). A diferença


de R$ 610,40 (R$ 2.700,00 – R$ 2.089,60) será a parcela em que efetivamente
teremos a aplicação da contribuição de 12%:

„„ terceira faixa: R$ 610,40 × 12,0% = R$ 73,25

A total da contribuição devida pelo empregado e que o empregador des-


contará da folha totalizará R$ 245,64 (78,38 + 94,01 + 73,25). A contabilização
será a seguinte:

D (débito) salários a pagar R$ 245,64 Passivo (redução do salário bruto)

D (débito) salários a pagar R$ 100,00 Passivo (redução do salário bruto)

C (crédito) INSS a recolher R$ 245,64 Passivo (recolhimento ao INSS)

C (crédito) pensões alimentícias 100,00 Passivo (pagamento da pensão)

No efetivo pagamento, teremos a seguinte contabilização:

D (débito) bancos/conta corrente R$ 245,64 Ativo (redução das


disponibilidades)

D (débito) bancos/conta corrente R$ 100,00 Ativo (redução das


disponibilidades)

C (crédito) INSS a recolher R$ 245,64 Passivo (recolhimento


ao INSS)

C (crédito) pensões alimentícias 100,00 Passivo (pagamento


da pensão)

Seguimos com a apuração do IRRF:

Salário de contribuição R$ 2.700,00


(–) Contribuição previdenciária R$ 245,64
(–) Pensão alimentícia R$ 100,00
(–) Desconto dependentes R$ 379,18
(=) Base de cálculo IRPF R$ 1.975,18

Com base na aplicação da tabela do IRPF, verifica-se que a base de cálculo


de R$ 1.975,18 se adequa à faixa em que a alíquota é de 7,5%. Dessa forma,
temos o seguinte cálculo do imposto:

IRPF = R$ 1.975,18 x 7,5% – parcela a deduzir = R$ 148,14 – R$ 142,80 = R$ 5,34


18 Encargos sociais

O valor do IRPF a pagar será deduzido do salário a pagar, semelhante à


contabilização da pensão alimentícia e da contribuição ao INSS:

D (débito) salários a pagar R$ 5,34 Passivo (redução do salário


bruto)

C (crédito) IRRF a recolher R$ 5,34 Passivo (recolhimento do IR


à receita federal)

No efetivo pagamento, teremos a seguinte contabilização:

C (crédito) bancos/conta R$ 5,34 Ativo (redução das


corrente disponibilidades)

D (débito) IRRF a recolher R$ 5,34 Passivo (recolhimento do IR


à receita federal)

A contabilização dos encargos suportados pelo empregado tem uma com-


plexidade maior na realização dos cálculos. Referente à contabilização, temos
o seguinte racional: os encargos são de responsabilidade do empregado, mas,
por uma determinação legal (e para facilitar a arrecadação e a fiscalização),
os recolhimentos são realizados pela fonte pagadora (empregador) em nome
do empregado. Assim, os valores devidos pelo empregado são descontados
da remuneração a receber.

Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 26 abr. 2021.
BRASIL. Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o regulamento da previdência
social, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm. Acesso em: 14 abr. 2021.
BRASIL. Decreto nº 59.820, de 20 de dezembro de 1966. Aprova o regulamento do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Brasília, DF: Presidência da República, 1966a.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D59820.htm.
Acesso em: 14 abr. 2021.
BRASIL. Decreto-lei nº 20, de 14 de setembro de 1966. Introduz modificações na Lei
número 5.107 de 13 de setembro de 1966, que cria o Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1966b.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/del0020.
htm. Acesso em: 14 abr. 2021.
BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1943. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 14 abr. 2021.
Encargos sociais 19

BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional


da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte [...]. Brasília, DF: Presidência da
República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.
htm. Acesso em: 11 abr. 2021.
BRASIL. Lei complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006 [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2016.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp155.htm. Acesso em:
11 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966. Cria o Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1966c.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5107.htm. Acesso em: 14
abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade
Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.
htm. Acesso em: 8 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Institui o Regime Especial de Rein-
tegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) [...]. Bra-
sília, DF: Presidência da República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12546.htm. Acesso em: 8 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.161, de 31 de agosto de 2015. Altera as Leis n º 12.546, de 14 de dezem-
bro de 2011, quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta [...]. Brasília,
DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13161.htm. Acesso em: 8 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018. Altera as Leis nº s 12.546, de 14 de dezem-
bro de 2011, quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta [...]. Brasília,
DF: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13670.htm. Acesso em: 8 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 14.020, de 6 de julho de 2020. Institui o Programa Emergencial de Ma-
nutenção do Emprego e da Renda [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2020a.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14020.
htm. Acesso em: 8 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. IRPF (Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas).
Brasília, DF: Ministério da Economia, 2020b. Disponível em: https://www.gov.br/re-
ceitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/tributos/irpf-imposto-de-renda-
-pessoa-fisica. Acesso em: 27 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Tabela de contribuição mensal. Brasília, DF: Ministério
da Economia, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/inss/pt-br/saiba-mais/seus-di-
reitos-e-deveres/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de-contribuicao-
-mensal. Acesso em: 27 abr. 2021.
DEBIT. Histórico de tabelas do INSS. São Paulo: Debit, 2021. Disponível em: https://www.
debit.com.br/tabelas/tabelas-inss.php. Acesso em: 27 abr. 2021.
MARTINS, S. P. Direito do trabalho. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
20 Encargos sociais

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integralidade das informações referidas em tais links.
DICA DO PROFESSOR

O vídeo da Dica do Professor apresenta, de forma simples, a apuração e a contabilização dos


encargos sobre a folha de pagamento de uma empresa não optante pelo Simples Nacional.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) O valor total bruto da folha de pagamento da empresa R&B Supermercados Ltda. foi
de R$ 50.000,00 em janeiro. O total de descontos de INSS dos empregados alcançou
R$ 4.500,00 e, do Imposto de Renda na Fonte (IRRF), R$ 6.000.00. A alíquota do
Risco de Acidente do Trabalho (RAT) é de 3,0%.

Com base nos dados da folha de pagamento, assinale a alternativa correta.

A) O valor de R$ 4.500,00 referente ao INSS não é considerado um encargo social.

B) O valor de R$ 6.000,00 corrrespondente ao IRRF é considerado um encargo social da


empresa.

C) Os valores de INSS e IRRF descontados dos empregados deverão ser recolhidos ao


governo, e somente o INSS é considerado encargo social; a empresa aparece como
intermediária no processo de ambos.

D) O valor de R$ 2.500,00 corresponde ao que deve ser recolhido de RAT na Guia de


Previdência Social (GPS).

E) O valor líquido da folha de pagamento foi de R$ 38.000,00.

2)
Suponha que o valor bruto mensal da folha de pagamento de determinada empresa é
de R$ 10.200,00. Os encargos sociais do INSS por parte da empresa são de 26,80%
sobre a folha e a alíquota do FGTS é de 8%.

Com base nesses dados da folha de pagamento, assinale a alternativa correta.

A) O valor da provisão de férias + 1/3 das férias + encargos foi de R$ 1.527,73.

B) O valor da provisão de férias + 1/3 das férias, sem os encargos sociais, foi de R$ 1.033,33.

C) O valor do FGTS incidente sobre as férias + 1/3 de férias foi de R$ 100,67.

D) O valor do INSS incidente sobre as férias + 1/3 de férias foi de R$ 403,73.

E) O valor de 1/3 das férias corresponde a R$ 300,53.

3) Para evitar surpresa no pagamento do 13o salário, as empresas provisionam mensalmente


esse valor, somado aos encargos incidentes sobre o 13o salário (INSS e FGTS). Suponha
que os encargos do INSS da empresa sejam de 26,80% sobre a folha de pagamento e a
alíquota do FGTS seja de 8%. O valor bruto da folha de pagamento foi de R$ 90.000,00
em fevereiro/21.

Com base nos dados da folha de pagamento, assinale a alternativa correta.

A) O valor do INSS sobre o 13o salário foi de R$ 2.000,00.

B) O valor do FGTS sobre o 13o salário foi de R$ 580,00.

C) O valor do 13o salário mais os encargos (INSS e FGTS) foi de R$ 10.110,00.

D) O valor do 13o salário provisionado sem os encargos sociais (INSS e FGTS) foi de R$
8.000,00.
E) O lançamento contábil da contabilização do 13o salário + encargos (INSS e FGTS) seria
de:
• D = provisão do 13o salário dividida pelos encargos a pagar.
• C = despesas do 13o salário divididas pelos encargos a pagar.

4) Após a apuração dos encargos sociais da folha de pagamento da empresa Júpiter


Ltda., foram apurados os seguintes dados referentes ao INSS:
• INSS por parte da empresa = R$ 20.100,00;
• INSS descontado dos empregados = R$ 6.750,00.

Com base nos dados apresentados, assinale a alternativa que indica os lançamentos
corretos registrados pela contabilidade.

A)

D = INSS a recolher (parte da empresa) R$ 20.100,00


D = INSS a recolher (parte dos empregados) R$ 6.750,00
C = INSS (despesas) R$ 13.350,00

B)

D = INSS (despesas) R$ 20.100,00


C = Provisão de INSS a recolher (parte da empresa) R$ 20.100,00
D = Salários a pagar R$ 6.750,00
C = INSS a recolher (parte dos empregados) R$ 6.750,00

C)

D = INSS (despesas) R$ 26.850,00


C = INSS a recolher (parte da empresa) R$ 26.850,00
D) O valor do INSS descontado dos empregados será creditado na conta de cada um.

E) O valor de contribuição do INSS por parte da empresa é aleatório, ou seja, a base de


cálculo é definida por ela, independentemente se é optante ou não pelo Simples Nacional.

5) A legislação trabalhista e tributária está em constante atualização. Por isso, empresas


vêm utilizando sistemas informatizados e parametrizados para elaborar e apurar os
encargos sobre a folha de pagamento.

Considere que o total bruto da folha de pagamento de uma empresa é de R$


25.000,00 e os encargos são os seguintes:
• 20,0% – INSS empresa;
• 3,0% – GIL-RAT;

• 1,500 – FAP;
• 3,3% – terceiros (Senai, Sesi, Sesc, Senac, Senar, Sest, Senat, Sebrae, Incra);
• 2,5% – convênios (salário-educação).

Mediante os dados apresentados, analise as afirmações a seguir:

I. O valor total a ser recolhido por parte da empresa é de R$ 7.200,00.


II. O valor a ser recolhido a terceiros é de R$ 825,00. Ele será repassado pelo INSS às
entidades de acordo com o percentual de cada uma.
III. O total dos encargos da folha de pagamento é de R$ 32.200,00.

Está(ão) correta(s):

A) I.

B) I e II.

C) II e III.
D) II.

E) I, II e III.

NA PRÁTICA

Os encargos sociais representam uma parcela relevante nos custos das empresas. Realizar um
planejamento para reduzir tais custos é recomendado para que as empresas possam ter um alívio
no fluxo de caixa.

Neste Na Prática, você vai ver como a área financeira poderá se alinhar com a operação, mais
especificamente os responsáveis pela segurança do trabalho, para readequar o FAP e, assim,
reduzir o impacto do GIL-RAT nas empresas.
SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Direitos dos idosos e dos trabalhadores

No link, você vai ler um estudo sobre o impacto que as medidas sociais e trabalhistas provocam
nos direitos dos trabalhadores e nos idosos no período da pandemia da covid-19.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Direito do trabalho e Lei da Terceirização

No link, você vai ver um estudo sobre a terceirização e as relações trabalhistas, a evolução
histórica, os conceitos e os tipos de contratos de terceirizações, além de uma análise da
responsabilidade trabalhista.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Custos e folha de pagamento

No link, você vai ver um estudo sobre os custos na folha de pagamento, antes e após as medidas
de desoneração da folha.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

As novas formas de relação de trabalho e os impactos sociais e econômicos

No link, você vai ver a discussão sobre um projeto de lei do Senado Federal que concede
direitos trabalhistas (com base na CLT) aos motoristas de aplicativos. O tema está diretamente
ligado à questão dos encargos sociais, pois esses trabalhadores, atualmente, não fazem jus aos
diversos direitos garantidos aos trabalhadores com carteira assinada. Há impacto direto nos
encargos sociais incidentes nos rendimentos. São novas relações de trabalho que deverão ser
examinadas à luz da legislação.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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