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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE TURISMO E INFORMÁTICA

TEMA

O mercado de trabalho e as políticas de emprego

Pemba, Setembro de 2023

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE GESTÃO DE TURISMO E INFORMÁTICA

Estudantes:
Trabalho de carácter avaliativo, a ser
Almirante José
apresentado na Faculdade de Gestão de
Jonas Bento
Turismo e Informática, referente a cadeira de
Mfarança Bacar Ali
Recursos Humanos e Emprego

Docente: Euroflim das Dívidas

Pemba, Setembro de 2023

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Índice

Introdução ................................................................................................................................... 4

1. O mercado de trabalho e as políticas de emprego .................................................................. 5

1.1. Conceitos básicos ................................................................................................................ 5

1.2. Politicas passivas do mercado do trabalho .......................................................................... 7

1.3. Avaliação com base em indicadores das políticas activas e passivas do mercado de trabalho
.................................................................................................................................. 8

Conclusão ................................................................................................................................. 11

Referências bibliográfica .......................................................................................................... 12

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Introdução

O poder público possui inúmeras formas de intervenção que afetam o nível de emprego. Essas
formas vão desde a fixação do salário-mínimo, o contexto institucional que regula as relações
capital-trabalho e os custos fiscais e parafiscais nos encargos trabalhistas até a formação
profissional. Não obstante a importância das variáveis possuem sobre a oferta de oportunidades
de trabalho (tanto no curto como no longo prazo), quando se analisam as políticas de emprego,
o universo é bem mais restrito. Em termos da literatura internacional, são incluídos nas políticas
de emprego dois tipos de instrumentos ou medidas: as passivas e as ativas. Entretanto, faremos
mais referência das políticas passivas.

O foco de discussão deste trabalho é o: Mercado de trabalho e as políticas de emprego. Temos


como objectivo geral: analisar as políticas de emprego no cenário internacional. Traçamos
como objectivos específicos os seguintes: definir os conceitos básicos, explicar o papel das
políticas passivas do mercado do trabalho e avaliar os indicadores das políticas ativas e
passivas.

Para a realização do trabalho usou-se o método hermenêutico que consistiu na leitura,


compreensão e interpretação de textos que abordam o tema em destaque. O mesmo obedece a
seguinte estrutura lógica: parte introdutora, desenvolvimento da temática, conclusão e a sua
respectiva bibliografia.

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1. O mercado de trabalho e as políticas de emprego

O poder público possui inúmeras formas de intervenção que afetam o nível de emprego. Essas
formas vão desde a fixação do salário-mínimo, o contexto institucional que regula as relações
capital-trabalho e os custos fiscais e parafiscais nos encargos trabalhistas até a formação
profissional. Não obstante a importância das variáveis possuem sobre a oferta de oportunidades
de trabalho (tanto no curto como no longo prazo), quando se analisam as políticas de emprego,
o universo é bem mais restrito. Em termos da literatura internacional, são incluídos nas políticas
de emprego dois tipos de instrumentos ou medidas: as passivas e as ativas. Entretanto, faremos
mais referência das políticas passivas.

1.1. Conceitos básicos


• Mercado de trabalho

Mercado de trabalho “é um termo que se refere as formas existentes de trabalho, sendo prestadas
de forma manual ou intelectual, ou seja, as pessoas trocam sua mão de obra/experiência por um
salário e/ou benefício. Sua funcionalidade é vital para sobrevivência do ser humano” (Borges,
Lima, Lina & Vaz, S/d. p. 6).

Segundo o exposto acima podemos perceber que, o mercado de trabalho refere-se ao ambiente
económico onde empregadores e trabalhadores interagem para comprar e vender serviços de
trabalho. Nele reside certos pontos importantes, tais como: oferta e demanda, salários,
desemprego, Leis e regulamentações, tecnologia e automação, empreendedorismo, entre outros.

Todavia, fazendo uma análise tão profunda nota-se que, muitos trabalhadores e empresas
entram no mercado de trabalho com interesses contrários, trabalhadores ofereceram seus
serviços quando o salário for alto, e poucos trabalhadores ficam predispostos a oferecer seus
serviços quando os salários estiverem baixos. E as empresas estão procurando por
trabalhadores, à medida que os trabalhadores procuram empregos.

Portanto, com as análises acima apresentada podemos perceber que o mercado de trabalho é
incerto, pois, depende de suas variáveis que afetam a economia de um país. Nesse sentido, o
trabalho nada mais é do que um produto, onde o trabalhador atua em vários papéis (vendedor,
consumidor, entre outros) na economia.

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❖ As variáveis do mercado de emprego

Existem diversos factores que influenciam o funcionamento do Mercado de Trabalho, dos quais
afetam positivo e negativamente a economia do país, desta forma, podemos abordar como
variáveis a empregabilidade, investimentos, inflação e o empreendedorismo (Borges, Lima,
Lina & Vaz, S/d. p. 6).

- Empregabilidade: é conforme Hedal e Rocha (2011) apud (Borges, Lima, Lina & Vaz, S/d.
p. 6), “a capacidade de um indivíduo se manter no mercado de trabalho, onde ele se mostra
capaz de competir com outros indivíduos por um emprego”. Isso quer dizer que, a
empregabilidade por outro lado é um conjunto de habilidades de um indivíduo que são
necessárias para que ele venha garantir sua vaga de trabalho e se manter no emprego.

-Investimentos: segundo Pereira, (2014, p. 2), “é o comprometimento atual de recursos por um


período na expectativa de receber recursos futuros que compensarão o investidor”. Esse
investimento é feito analisando os agentes do mercado económico, como por exemplo, a
política, a competitividade, as taxas de juros, entre outros.

- Inflação: nada mais é do que o aumento generalizado dos preços. É quando ocorre o aumento
de preços de bens de serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da moeda. A inflação
é medida pelos índices de preços.

- Empreendedorismo: é uma forma de desenvolver uma actividade económica por meio do


negócio próprio. Sendo assim, empreender significa abrir uma nova empresa ou criar um novo
produto, ou seja, ideias inovadoras e transformadoras. Criar algo, gerar uma fonte de renda,
utilizar a capacidade criativa e melhorar o mercado de trabalho (Borges, Lima, Lina & Vaz,
S/d. p. 6).

• Políticas de emprego

As políticas de emprego se referem às estratégias, regulamentações e medidas governamentais


adotadas para promover o emprego e a estabilidade no mercado de trabalho. Tais políticas
podem incluir: estímulo à criação de empregos, treinamento e qualificação, investimento em
infraestruturas, entre outras.

Para serem eficazes, as políticas de emprego necessitam de cooperação e diálogo público-


privado numa série de domínios políticos, a fim de aprofundar a complementaridade e de
maximizar as sinergias entre o papel-chave do setor privado na criação de emprego e as políticas

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públicas destinadas a promover quadros de política sólidos, inclusivos e propícios, estratégias
de desenvolvimento das competências e instituições do mercado de trabalho.

1.2. Politicas passivas do mercado do trabalho

As políticas passivas do mercado do trabalho são aquelas que consideram o nível de emprego
(ou desemprego) como dado, e o objectivo central é assistir financeiramente ao trabalhador
desempregado ou reduzir o “excesso de oferta de trabalho”. Ou seja, é de garantir um
determinado nível de consumo e bem estar para aqueles trabalhadores que não conseguiram se
inserir na actividade económica (Azeredo e Ramos, 1995).

Conforme já foi dito, as políticas passivas compreendem majoritariamente transferências


monetárias para os trabalhadores desempregados e não aumentam necessariamente a
empregabilidade do trabalhador. No quadro abaixo, listamos as possíveis ações que podem ser
classificadas como políticas passivas de mercado de trabalho.

Políticas passivas de mercado de trabalho


1. Seguro-Desemprego;
2. Qualquer outro tipo de transferência de
renda aos trabalhadores desempregados ou em
risco de perda de emprego;
3. Aposentadoria precoce;
4. Extensão do ciclo escolar;
5. Expulsão de imigrantes.
Cahuc e Zylberberg (2004) apud Machado e Neto (2011).

Entretanto, o instrumento mais importante nessas alternativas foi, historicamente, o seguro-


desemprego. Em realidade, a denominação seguro-desemprego é um termo suscetível a críticas.
Sendo assim, caracterizar um sistema de assistência ao desempregado como “seguro” implica
que:

• O financiamento (tanto do empregador como do empregado) seja sobre o salário;


• As condições de acesso têm como restrição um número mínimo de cotizações;
• O valor do benefício ao desempregado é determinado pelo salário sobre o qual foram
feitas as cotizações e, em certos casos, pelo número de cotizações;
• A duração do benefício é função da duração das cotizações (Azeredo e Ramos, 1995).

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Na prática, essas condições dificilmente são preenchidas e os sistemas de “seguro-desemprego”
possuem, mundialmente, uma certa lógica de “assistência” (existe uma contribuição financeira
que provém de fundos públicos ou parafiscais, o mínimo a ser recebido não depende sempre do
número de cotizações ou do salário sobre o qual incidia a contribuição).

Como podemos ver o sistema funciona como um seguro que é financiado pelas contribuições
dos trabalhadores e das empresas para a Segurança Social. Mais tarde, em períodos adversos
no mercado de trabalho, aqueles que perdem o emprego têm garantido o pagamento de um
rendimento de substituição. Na linguagem dos economistas, o seguro permite aos agentes alisar
o seu padrão de consumo entre os diferentes estados (emprego- desemprego) no mercado de
trabalho. Este alisamento é tanto mais valorizado quanto maior for a preferência dos indivíduos
por um padrão de rendimento estável e que minimize as consequências que decorrem de
choques imprevisíveis (Centeno e Novo, 2006).

Contudo, como qualquer outro sistema de seguro, o subsídio de desemprego introduz um


problema de risco moral: ao garantir um rendimento nas situações sem emprego pode tornar os
trabalhadores menos receosos dessas situações e aumentar a ocorrência e a duração do
desemprego de forma desnecessária. O processo é semelhante a outras formas de seguro. Por
exemplo, no caso do seguro automóvel a transmissão para a empresa seguradora do custo com
acidentes resulta em conduções menos cuidadosas. Para além deste problema, o subsídio de
desemprego diminui o custo do lazer (tornando-o mais atractivo) e aumenta as exigências
salariais dos desempregados. Assim, um efeito imediato do subsídio é o de tornar mais difícil
que estes encontrem um emprego com um salário que satisfaça essas exigências. Não se pense,
contudo, que este aumento é sempre indesejável. De facto, o rendimento de substituição
proporcionado pelo subsídio de desemprego permite aos desempregados esperar pelo “melhor”
emprego. Um bom sistema de subsídio de desemprego procura o equilíbrio entre estes efeitos
antagónicos.

1.3. Avaliação com base em indicadores das políticas activas e passivas do mercado de
trabalho

Políticas ativas e passivas existem para corrigir falhas de mercado, relacionadas à restrição de
crédito, assimetrias de informação ou problemas de intermediação de mão-de-obra. A
implementação destas políticas contribui para a correção destas falhas auxiliando no combate
ao desemprego e na melhoria da inserção da mão de obra no mercado de trabalho com o
consequente o aumento de sua produtividade e remuneração.
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No entanto, para se analisar a eficácia de políticas ativas de emprego, como a intermediação de
mão-de-obra, são propostos alguns indicadores. A importância da descrição destas estatísticas
é identificar os principais desafios futuros para o desenho de uma política ativa de mercado de
trabalho.

Seguindo Ramos e Freitas (1998), sugerimos indicadores que consideram a atratividade, a


eficiência do matching e a abrangência do SINE1 para avaliar sua eficácia como sistema de
intermediação de mão-de-obra:

• Grau de atratividade: razão entre o total de trabalhadores que procuram os postos de


atendimento e o total de trabalhadores demitidos;
• Grau de matching: razão entre total de trabalhadores colocados pelos postos de
atendimento e o total de trabalhadores inscritos nos SINEs;
• Grau de abrangência: total de trabalhadores colocados pelos SINEs sobre total de
trabalhadores admitidos.

O objetivo de uma boa política de intermediação é tentar reduzir o tempo de desemprego,


através da melhor difusão das informações entre os agentes econômicos, e permitir um aumento
da renda e da produtividade quando a nova ocupação for encontrada.

Com relação às políticas ativas, destacamos a oportunidade de aumento dos investimentos


privados nos serviços de treinamento e capacitação. Como já visto, a provisão privada de cursos
de qualificação profissional ocorre principalmente via Sistema S e entidades da sociedade civil.
Esta capilaridade é positiva a partir do momento que propicia uma maior heterogeneidade e
flexibilidade dos cursos de qualificação a serem oferecidos. No entanto, a descentralização
também deve ser acompanhada de um maior monitoramento por parte dos gestores de recursos.
Desta forma, apesar de ser importante a oferta cada vez mais crescente por parte do setor
privado de treinamento, capacitação e qualificação profissional, é de fundamental importância
o aumento do investimento no monitoramento e no acompanhamento destes cursos. A avaliação
de impacto deve ser estendida a todos os programas, sejam públicos ou privados. Assim, seria
possível através desta análise identificar possíveis gargalos de treinamento e qualificação, bem
como a eficiência das instituições provedoras.

Desta feita, às políticas ativas de emprego, propõe-se uma nova geração de políticas em que
sobressaem como preocupações ajustar as medidas à ótica das empresas (deslocando

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Serviços Públicos de Emprego.
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progressivamente para as empresas a oferta formativa, priorizando como áreas de formação
aquelas em que a oferta de emprego não encontra resposta, fomentando a capacidade de
polivalência para a empregabilidade) e favorecer a escolha da oferta privada de serviços
(através do cheque-formação ou da atribuição da gestão dos Centros Protocolares aos agentes
económicos e parceiros sociais).

Com relação às políticas passivas, os principais indicadores referem-se à:

• Taxa de cobertura (segurados sobre demitidos sem justa causa), indica a proporção de
desempregados que recebem benefícios de seguro-desemprego;
• Taxa de habilitação (segurados sobre requerentes) do programa e a sua capacidade de
contribuir para a reposição da renda dos trabalhadores (valor médio do benefício sobre
valor da demissão).

Além disso, alguns estudos também enfatizam o grau de focalização deste programa, ou seja,
se realmente está atendendo os trabalhadores mais vulneráveis. Esta análise é usualmente
elaborada com os dados da Pnad (ver Barros, Corseuil e Foguel, 2000 apud Machado e Neto,
2011)

Finalmente, avaliar esses indicadores ao longo do tempo pode ajudar a determinar o impacto
das políticas ativas (como programas de treinamento e capacitação) e passivas (como benefícios
de desemprego) no mercado de trabalho e guiar ajustes necessários para melhorar o
funcionamento dessas políticas. Na verdade, o principal problema da implementação das
políticas ativas e passivas em vários Estados está relacionado à interseção entre elas. Uma
combinação entre estes dois tipos de ações é fundamental para se potencializar o atendimento
do trabalhador conforme é mostrado em inúmeras experiências internacionais.

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Conclusão

Após a realização do trabalho o grupo percebeu o seguinte:

As políticas passivas do mercado do trabalho são aquelas que consideram o nível de emprego
(ou desemprego) como dado, e o objectivo central é assistir financeiramente ao trabalhador
desempregado ou reduzir o “excesso de oferta de trabalho”. Conforme já foi dito, as políticas
passivas compreendem majoritariamente transferências monetárias para os trabalhadores
desempregados e não aumentam necessariamente a empregabilidade do trabalhador. Entretanto,
o instrumento mais importante nessas alternativas foi, historicamente, o seguro-desemprego.

No entanto, para se analisar a eficácia de políticas ativas de emprego, como a intermediação de


mão-de-obra, são propostos alguns indicadores que consideram a atratividade, a eficiência do
matching e a abrangência do SINE para avaliar sua eficácia como sistema de intermediação de
mão-de-obra: grau de atratividade, grau de matching; grau de abrangência.

Com relação às políticas passivas, os principais indicadores referem-se à: taxa de cobertura


(segurados sobre demitidos sem justa causa), indica a proporção de desempregados que
recebem benefícios de seguro-desemprego; taxa de habilitação (segurados sobre requerentes)
do programa e a sua capacidade de contribuir para a reposição da renda dos trabalhadores (valor
médio do benefício sobre valor da demissão).

Finalmente, avaliar esses indicadores ao longo do tempo pode ajudar a determinar o impacto
das políticas ativas (como programas de treinamento e capacitação) e passivas (como benefícios
de desemprego) no mercado de trabalho e guiar ajustes necessários para melhorar o
funcionamento dessas políticas. Na verdade, o principal problema da implementação das
políticas ativas e passivas em vários Estados está relacionado à interseção entre elas. Uma
combinação entre estes dois tipos de ações é fundamental para se potencializar o atendimento
do trabalhador conforme é mostrado em inúmeras experiências internacionais.

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Referências bibliográfica

Azeredo, B., e Ramos, C. A. (1995). Políticas públicas de emprego: experiências e desafios -


Planejamento e políticas Públicas. IPEA. Nº12.

Borges, Lima, Lina & Vaz (S/d.). Mercado de trabalho, empregabilidade e suas variações.
Goiano: IPAMERI.

Machado, D. C., e Neto, J. H. (2011). Políticas ativas e passivas de mercado de trabalho:


panorama atual. Rio de Janeiro: CEDE.

Pereira, A. L. (2014). Riscos e incertezas associados aos investimentos no mercado financeiro.


Periódico Científico Negócios em Projeção | v.5 | n.2, 2014.

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