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Professor: Geraldo
Trabalho de História
Pedro de Alcântara tornou-se imperador do Brasil com apenas 14 anos de idade. A imagem do
novo imperador, coroado como D. Pedro II, foi difundida como símbolo de um Estado
centralizado. Na visão predominante das elites da época, o Estado deveria preservar a unidade
política do país e garantir a estabilidade social. De acordo com alguns historiadores, a coroação
de D. Pedro II representava a manutenção dos privilégios dos grupos que até então haviam
dominado o cenário político e econômico brasileiro. Esses grupos acreditavam que o
imperador reuniria forças para liquidar as rebeliões provinciais, submetendo revoltosos e
descontentes à ordem pública do império. Desse modo, D. Pedro II exerceria o poder apoiado,
principalmente, por representantes da elite comercial e agrícola.
liberais e conservadores
O grupo político dos liberais moderados dividiu-se, por volta de 1837, em duas alas —
regressistas e progressistas —, que formaram, a partir de 1840, dois partidos políticos. De um
lado, estava o Partido Conservador, constituído pelos regressistas e apelidado de saquarema.
De outro, havia o Partido Liberal, formado pelos progressistas e chamado de luzia. Esses dois
partidos dominaram o cenário político do Segundo Reinado. De acordo com o historiador José
Murilo de Carvalho, o Partido Conservador era uma aliança em que predominavam
representantes de proprietários rurais (grandes lavouras de exportação), burocratas do serviço
público (entre os quais se destacavam os bacharéis de Direito) e ricos comerciantes. Já o
Partido Liberal reunia, principalmente, profissionais liberais urbanos e proprietários rurais que
produziam para o mercado interno ou de áreas de colonização mais recente.
Diferenças e semelhanças
Embora esses partidos não tivessem profundas divergências ideológicas, entre os
conservadores predominava a defesa de um governo imperial forte e centralizado, enquanto
entre os liberais havia uma tendência mais favorável à descentralização, concedendo-se certa
autonomia às províncias. No entanto, quando estavam no governo, liberais e conservadores
não apresentavam atitudes muito diferentes. Por isso, em meados do século XIX, era comum
nas conversas políticas dizer-se que “não havia nada mais parecido com um saquarema
(conservador) do que um luzia (liberal) no poder”. Não era difícil, por exemplo, a passagem de
políticos de um partido para outro, movidos por interesses imediatos de poder.
Historiadores consideram que a segunda metade do século XIX foi marcada por certa
modernização do país. Nesse período, a produção do café superou a de todos os demais
produtos agrícolas, como açúcar, tabaco, algodão e cacau. O café tornou-se, então, o principal
produto da economia brasileira. Os cafezais expandiram-se pelo sudeste brasileiro, e o centro
econômico do país deslocou-se das antigas áreas agrícolas do nordeste para essa região. Nas
fazendas de café da província de São Paulo, o trabalho escravo foi sendo substituído
lentamente pelo trabalho assalariado, com predomínio de imigrantes europeus (italianos,
alemães etc.). Parte do dinheiro obtido com a exportação do café foi aplicada na
industrialização do país. Surgiram, inicialmente, indústrias de produtos alimentícios, de
vestuário, madeireiras, entre outras. Também foi neste período que, nas cidades mais
importantes, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belém e São Paulo, foram surgindo novos
serviços públicos: iluminação das ruas, bondes, ferrovias, bancos, teatros etc.