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Escola Estadual de Ensino Médio Maria Benta Oliveira de Sousa

Professor: Geraldo

Aluno: Elias Ferreira da Cruz.

Série: 2⁰ ano Turma: C Turno: Tarde

Trabalho de História

Redenção, Dezembro de 2022


Primeira Constituição:

As lutas políticas pelo controle do poder

A independência brasileira tomou, desde o início, a forma de um “arranjo político”


entre as elites, conforme enfatizou pioneiramente, em 1933, o historiador Caio Prado
Jr. O antigo poder da metrópole foi transferido para o novo governo, chefiado por D.
Pedro I, sendo absorvido pelos grupos dominantes da ex-colônia.
A participação popular nesse processo foi, portanto, pouco expressiva. Isso ficou claro
desde a formação da primeira Assembleia Constituinte. Constituição de 1823Em junho
de 1822, quando D. Pedro ainda governava o Brasil como príncipe regente, foram
convocadas eleições para uma Assembleia a fim de elaborar uma Constituição para o
Brasil. A maioria dos membros da Assembleia Constituinte representava e defendia os
interesses dos grandes proprietários rurais, que haviam tido grande influência no
processo de independência do Brasil. O projeto de Constituição elaborado pelos
deputados da Assembleia Constituinte, reunida no Rio de Janeiro, ficou pronto em
1823. Entre alguns aspectos marcantes de seu texto, estavam:
•a oposição aos portugueses (comerciantes e militares) que ainda ameaçavam a
independência brasileira e desejavam a recolonização do país – o projeto proibia, por
exemplo, os estrangeiros de ocupar cargos públicos de representação nacional
(deputado, senador);
•a limitação dos poderes do imperador – o projeto valorizava e ampliava os poderes
do Legislativo, ao mesmo tempo em que estabelecia, por exemplo, que o imperador
não tinha poderes para dissolver o Parlamento e que as Forças Armadas deviam
submeter-se às ordens do Legislativo, e não às de D. Pedro I;
•o poder político dos grandes proprietários rurais – a maioria da população não tinha o
direito de votar nem de ser votada. O projeto estabelecia que o eleitor precisava ter
renda mínima anual equivalente a 150 alqueires de mandioca. Para ser eleito, o
representante tinha de possuir renda elevada em alqueires. Por isso, o projeto ficou
conhecido, popularmente, como Constituição da Mandioca. Ricos que não Primeira
Constituição As lutas políticas pelo controle do poder possuíssem terras não podiam
ser eleitos deputados nem senadores. Era o caso de muitos comerciantes portugueses,
que, embora tivessem dinheiro, não tinham renda proveniente de propriedade rural.
Constituição de 1824
A Constituição de 1824 estabeleceu a existência de quatro poderes no Estado
brasileiro:
•Judiciário – composto de juízes e tribunais. O órgão máximo desse poder era o
Supremo Tribunal de Justiça, com magistrados nomeados diretamente pelo imperador.
•Legislativo – composto de senadores e deputados, encarregados de elaborar as leis
do império. O mandato de senador era vitalício e o de deputado durava três anos. Os
senadores eram escolhidos pelo imperador a partir de uma lista dos três candidatos
mais votados nas províncias.
•Executivo – exercido pelo imperador (chefe do Executivo) e seus ministros de Estado,
era o poder encarregado da administração pública e de garantir o cumprimento das
leis.
•Moderador – exclusivo do imperador e definido pela Constituição como a “chave-
mestra de toda organização política”. Estava acima dos demais poderes. Dava ao
imperador autoridade para nomear ministros, senadores e juízes, nomear e demitir
presidentes das províncias, dissolver a Câmara, vetar atos do Legislativo etc. Enfim, o
poder Moderador dava a D. Pedro I o direito de intervir nos demais poderes, devendo
para isso consultar o Conselho de Estado.
Abdicação do trono: A conjuntura do Final do Primeiro Reinado

Alguns acontecimentos comprometeram a popularidade do imperador, como o fechamento da


Assembleia Constituinte, a imposição da Constituição de 1824, a violência utilizada contra os
rebeldes da Confederação do Equador. Isso levou ao fortalecimento da oposição a seu
governo, que passou a ser atacado com mais intensidade e por maior número de opositores. A
partir de 1825, novos acontecimentos aumentaram a crise política vivida pelo governo
imperial, que culminaria com a abdicação de D. Pedro I.

Política interna: O jogo político entre liberais e conservadores

Pedro de Alcântara tornou-se imperador do Brasil com apenas 14 anos de idade. A imagem do
novo imperador, coroado como D. Pedro II, foi difundida como símbolo de um Estado
centralizado. Na visão predominante das elites da época, o Estado deveria preservar a unidade
política do país e garantir a estabilidade social. De acordo com alguns historiadores, a coroação
de D. Pedro II representava a manutenção dos privilégios dos grupos que até então haviam
dominado o cenário político e econômico brasileiro. Esses grupos acreditavam que o
imperador reuniria forças para liquidar as rebeliões provinciais, submetendo revoltosos e
descontentes à ordem pública do império. Desse modo, D. Pedro II exerceria o poder apoiado,
principalmente, por representantes da elite comercial e agrícola.

liberais e conservadores

O grupo político dos liberais moderados dividiu-se, por volta de 1837, em duas alas —
regressistas e progressistas —, que formaram, a partir de 1840, dois partidos políticos. De um
lado, estava o Partido Conservador, constituído pelos regressistas e apelidado de saquarema.
De outro, havia o Partido Liberal, formado pelos progressistas e chamado de luzia. Esses dois
partidos dominaram o cenário político do Segundo Reinado. De acordo com o historiador José
Murilo de Carvalho, o Partido Conservador era uma aliança em que predominavam
representantes de proprietários rurais (grandes lavouras de exportação), burocratas do serviço
público (entre os quais se destacavam os bacharéis de Direito) e ricos comerciantes. Já o
Partido Liberal reunia, principalmente, profissionais liberais urbanos e proprietários rurais que
produziam para o mercado interno ou de áreas de colonização mais recente.

Diferenças e semelhanças
Embora esses partidos não tivessem profundas divergências ideológicas, entre os
conservadores predominava a defesa de um governo imperial forte e centralizado, enquanto
entre os liberais havia uma tendência mais favorável à descentralização, concedendo-se certa
autonomia às províncias. No entanto, quando estavam no governo, liberais e conservadores
não apresentavam atitudes muito diferentes. Por isso, em meados do século XIX, era comum
nas conversas políticas dizer-se que “não havia nada mais parecido com um saquarema
(conservador) do que um luzia (liberal) no poder”. Não era difícil, por exemplo, a passagem de
políticos de um partido para outro, movidos por interesses imediatos de poder.

Modernização: O impacto das transformações econômicas

Historiadores consideram que a segunda metade do século XIX foi marcada por certa
modernização do país. Nesse período, a produção do café superou a de todos os demais
produtos agrícolas, como açúcar, tabaco, algodão e cacau. O café tornou-se, então, o principal
produto da economia brasileira. Os cafezais expandiram-se pelo sudeste brasileiro, e o centro
econômico do país deslocou-se das antigas áreas agrícolas do nordeste para essa região. Nas
fazendas de café da província de São Paulo, o trabalho escravo foi sendo substituído
lentamente pelo trabalho assalariado, com predomínio de imigrantes europeus (italianos,
alemães etc.). Parte do dinheiro obtido com a exportação do café foi aplicada na
industrialização do país. Surgiram, inicialmente, indústrias de produtos alimentícios, de
vestuário, madeireiras, entre outras. Também foi neste período que, nas cidades mais
importantes, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belém e São Paulo, foram surgindo novos
serviços públicos: iluminação das ruas, bondes, ferrovias, bancos, teatros etc.

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