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´Índice
Competência 1
Primeiro Reinado (1822
Competência 1 -1831)
O Primeiro reinado é considerado o início da nossa organização enquanto Estado independente.
Esse processo foi marcado por intensa instabilidade política somada à intenção de consolidação da
independência e de construção de uma identidade nacional brasileira. Além disso, é possível observar
uma acirrada crise interna, em que projetos e modelos de governo contrapunham-se — ainda que
estivessem presentes pontos de consentimento —, os debates em torno da elaboração da
Constituição de 1824 acaloravam conflitos em reação à ordem monárquica voltava em cena.

Constituição de 1824
→ Características:
• O regime político: Monarquia Constitucional, centralizadora e unitarista;
• Regime de separação dos poderes: Moderador, Executivo, Legislativo e Judiciário;
• Sistema eleitoral censitário;
• A religião oficial do Estado seria o catolicismo;
• Extensão dos direitos políticos aos portugueses que se naturalizassem brasileiros;
• Garantia das liberdades individuais e econômicas;
• Direito à educação primária gratuita para todos;
• Manutenção Escravidão (contratos escravistas).
Confederação do Equador
No mesmo ano em que a nova constituição eclodiu no Nordeste, um movimento de caráter separatista. As
províncias Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco rebelaram-se contra as condições estabelecidas pelas
primeiras ações de D. Pedro I, durante seu processo de afirmação no governo. Suas medidas centralistas, bem
como a outorgada da Constituição, foram vistas como prejudiciais para setores elitistas desses locais.
Esse movimento defendia a proclamação de uma república federativa, com bases liberais, que foi
estabelecida em julho de 1824. Após vários conflitos, o movimento foi reprimido e penas severas
foram impostas aos revoltosos. O caso marcante foi de Frei Caneca, condenado à forca, mas diante da
recusa do carrasco, acabou sendo fuzilado. Para muitos estudiosos, esse processo ampliou o desgaste
político do Imperador na região.

Política Externa
A âmbito da política externa, o governo de D. Pedro I não diferenciou de outros setores, ou seja,
conflitos e desarranjos desenvolveram-se constantemente. Nesse contexto, o principal problema
ocorreu na província da Cisplatina: tentando conter as ações separatista da região, D. Pedro empregou
uma força tarefa que contou com a participação do exército e de mercenários contratados. O saldo
final do conflito não foi favorável ao Brasil, que viu essa região declarar sua independência em agosto
de 1825, tornando-se o atual Uruguai. Boa parte da elite brasileira não apoiou esse conflito, pois
sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. E não foi diferente, os elevados
investimentos nas campanhas militares levaram os cofres públicos a sofrer com a falta de dinheiro.
A sucessão do trono português foi outro fator importante na sua política externa. Com a morte de D. João VI, em
1826, D. Pedro passou a ambicionar o cargo do pai, desenvolveu ações mais próximas de portugueses. Para vários
estudiosos esses fatos ampliaram sua impopularidade e potencializaram a crise do Primeiro Reinado.

Crise
No campo da política, o descontentamento das elites com o processo de elaboração da constituição
e ao autoritarismo do imperador foram aspectos centrais na crise enfrentada por D. Pedro. Junto a
essas questões, camadas médias e populares de diversas regiões do país não apoiaram o imperador,
pois não via suas reivindicações atendidas, muito menos uma integração nos quadros políticos.
Para ampliar o cenário negativo de seu governo a economia entrava em uma espiral de crise que atingia as
finanças públicas e as condições produtivas. A organização econômica do Brasil independente era a mesma dos
tempos coloniais: predominava a lavoura mercantil escravista de produtos tropicais destinados ao mercado
externo. A queda nas exportações do açúcar, tabaco, e algodão levou muitos proprietários rurais a posicionar-
se contra a política econômica imperial. Somado a tais condições o Banco do Brasil praticamente faliu em 1829,
evidenciando todos os aspectos envolvidos na crise.
Não se sustentando no cargo, após várias tratativas e conflitos, o imperador abdicou do cargo em
07 de Abril de 1831, retornando para Portugal e deixando o trono para seu herdeiro, Pedro de
Alcantara, então com cinco anos de idade. Seu ato marcou o fim do Primeiro Reinado, e iniciou uma
das fases mais instáveis da história política do país, o Período Regencial.
PeríodoCompetência
Regencial (1831-1840)
1
A abdicação de Pedro I, em 1831, somando ao fato do herdeiro Pedro de Alcantara ter apenas 5
anos, levou o país uma sucessão de regências que aumentou as contestações de legitimidade do poder
estabelecido. O Período Regencial foi marcado pela instabilidade política e econômica do Brasil, tendo,
pela primeira vez na história, organizações político partidárias e composição do governo brasileiro.
Regência Trina Provisória, Regência Trina Permanente, Regência Una de Diogo Feijó e Regência Una
de Pedro Araújo Lima foram as alternâncias no poder executivo do contexto.
Esse processo refletiu na ampliação do sentimento autonomista das províncias junto a tendência
federalista das primeiras regências. Vale ressaltar que essas ações não evitaram concentradas crises,
essas que estouravam em várias regiões do território brasileiro e, cada qual com suas respectivas
particularidades, colocavam em xeque a nossa unidade territorial. Com um ato considerado relevante
para conter o ambiente de revoltas, a antecipação da maioridade de Pedro de Alcantara em 1840
marcou o fim desse período transitório do Império.

Correntes Político Partidárias


• Liberais Moderados: formado por aristocratas do centro sul, defendiam a manutenção de um
regime monárquico com o aumento das funções do Poder Legislativo;
• Liberais Exaltados: formado por pequenos comerciantes e homens livres (uma relativa influência
entre as camadas populares). Defendiam autonomia das províncias, reformas políticas mais amplas,
o fim do Poder Moderador e a República;
• Restauradores: formado por comerciantes portugueses, burocratas e militares, esses defendiam o
retorno do imperador Dom Pedro I e o fortalecimento da monarquia.

Medidas da Regência Trina Permanente


• 1831 — Guarda Nacional: força pública composta por homens eleitores com 21 a 60 anos de idade,
ligada às localidades. A Guarda foi criada para controlar manifestações e impedir revoltas;
• 1832 — Código de Processo Criminal: o Código deu maiores poderes os juízes de paz, eleitos nas
localidades, em processos criminais, além de ter estabelecido o habeas corpus;
• 1834 — Ato Adicional: estabeleceu a criação de assembleias legislativas provinciais, extinção do
conselho de Estado, limitação de vetos do Poder Executivo e extinção da Regência Trina com a
escolha de apenas um representante para ocupar o cargo regencial (Regência Una).

Revoltas Regenciais
A instabilidade política e econômica, junto aos aspectos sociais contrastantes do país, levou várias
províncias a serem palco de diversas rebeliões. Esses movimentos devem ser interpretados como uma
forma de expressão mais radical do embate político travado entre dois grupos que defendiam ora a
unidade nacional ora o federalismo. Além disso, os setores mais abastados da sociedade integraram o
clima de reinvindicação, tendo nelas, negros forros, escravos, trabalhadores urbanos e rurais lutando
por causas populares. Fato esse que mostra a heterogeneidade dos movimentos espalhadas pelas
regiões brasileiras. Embora mencionemos, geralmente, as de maior expressão e que mais
atemorizaram as elites, certo é que diversas revoltas, de diversos tamanhos, aconteceram.

Revoltas:
→ Revolta dos Malês (Bahia – 1835): participação de negros forros e escravos que lutavam contra a
escravidão e as condições sociais da cidade de Salvador;
→ Cabanagem (Grão-Pará – 1835-1840): participação da elite provinciana e de classes baixas
(cabanos). As reivindicações iam de melhores condições de vida até o aumento da autonomia
política da província;
→ Sabinada (Bahia – 1837-1838): participação de camadas médias e altas da sociedade baiana. Os revoltosos
declararam a província da Bahia “Estado livre”, pelos menos, até a maioridade de D. Pedro;
→ Balaiada (Maranhão – 1838-1841): participação de classes trabalhadores que lutavam contra as
condições de vida bem como os aspectos negativos da economia local;
→ Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul – 1835-1845): participação da elite sul-rio-grandense
proprietária rural. O movimento teve um forte caráter separatista, sendo, boa parte de seus
integrantes, anistiados pelo governo imperial.
Segundo Reinado:
políticaCompetência 1
e economia (1840-1889)
O Segundo Reinado foi o período mais duradouro da história política do Brasil independente, e
representou diversos aspectos da nossa formação enquanto Estado-Nação. Didaticamente podemos
dividir o governo de D. Pedro II em três períodos: Conciliação, Consolidação e Decadência. Nas duas
primeiras fases a organização política em torno dos partidos: Liberal e Conservador, foi o que
capitaneou as principais medidas do imperador, que em vários momentos objetivou também refrear
as principais crises e focos de revoltas.
Tendo alcançado boas parte de seus objetivos, o Brasil avançou ao período da estabilidade, graças
também às condições econômicas. Nesse campo, vale destacar o papel predominante do café que
elevou os índices de exportação e enriqueceu, cada vez mais, uma elite concentrada no Sudeste. Não
podemos deixar de mencionar alguns aspectos modernizantes como a industrialização, que, apesar
de incipiente, também fez parte desse contexto monárquico.

Partidos Políticos
• Partido Conservador: aliança da burocracia com o grande comércio e a grande lavoura de exportação;
• Partido Liberal: profissionais liberais urbanos unidos à agricultura de mercado interno.
Apesar das diferenças entre os partidos políticos, nas práticas, liberais e conservadores, não
apresentavam atitudes muito diferentes.

Condições políticas do período de conciliação e consolidação


A aclamação de D. Pedro II, como imperador do Brasil, foi tomada por conjuntos de medidas que
fortaleceram o Poder Moderador, ou seja, efetivou o princípio de centralismo político, que fora colocado em
cheque durante o período regencial. Além disso, o quadro de instabilidade política levou-o a agir para conter
algumas revoltas, como as Revoltas Liberais em Minas Gerais e São Paulo (1842), a Guerra dos Farrapos no Rio
Grande do Sul (1845) e Revolução Praieria em Pernambuco (1848 - 1850).
Nesse contexto, a adoção do parlamentarismo em 1848 também merece destaque para a construção da
conciliação. Mas, é importante frisar, esse sistema de matriz inglesa não teve os mesmos princípios praticados
aqui, ficando conhecido como “às avessas”. Nesse caso, o presidente do Conselho de Ministros (cargo
equivalente ao primeiro-ministro) seria o chefe do ministério e encarregado de organizar o gabinete do
governo, que seria diretamente escolhido pelo Poder Moderador. Fica claro que o imperador sobrepunha-se a
todos os outros poderes, não atribuído o caráter autônomo do parlamento frente à chefia de governo.

Condições Econômicas do período de conciliação de consolidação


Durante o Segundo Reinado, o café alcançou o status de principal produto de exportação do país,
elevando os patamares dos cofres públicos. O Sudeste concentrou a ampla produção cafeeira e regiões
como Vale do Paraíba, Oeste Paulista e Sul de Minas praticamente tornaram-se o motor produtivo do
país. As bases do cultivo ainda estavam ligadas ao tradicionalismo de herança do período colonial, ou
seja, latifúndios monocultores com a maior parte do plantio voltado para o mercado externo. No caso,
trabalho escravo negro predominou na primeira década do governo de D. Pedro II. Após, com o avanço
das ideais abolicionistas e a consequente decadência do escravismo, a inserção de imigrantes
europeus foi considerável para continuar a acelerada lavoura do café.

Outro setor de relevância, na economia do contexto, foi a industrialização. Mesmo que incipiente e
concentrada em locais como a cidade do Rio de Janeiro, ela evidencia situações modernizantes também
presentes no império. Algumas medidas governamentais juntamente com novas práticas econômicas
contribuíram para esse leve desenvolvimento. Lucros, advindo da produção cafeeira, contribuíram para a
construção de pequenas indústrias, através de investimentos particulares.
Já a tarifa Alves Branco, aprovada em 1845, elevava a taxa sobre produtos estrangeiros, tendo reflexos
protecionistas sobre os produtos do país. Para alguns historiadores, a aprovação da lei Eusébio de Queiroz gerou
transferência do capital do tráfico de escravos para o setor industrial, ampliando a participação de grupos no setor.
Algumas iniciativas merecem destaque, como o Barão de Mauá. Junto ao governo, construiu rede de
telégrafos submarinos ligando Brasil e Europa; investiu na Companhia de Gás do Rio de Janeiro, destinada à
iluminação pública da cidade; e também na criação de bancos, como o Mauá, MacGregor & Cia e a Casa Mauá
& Cia, com atuação significativa no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos e países platinos. Apesar de vários
investimentos, a base da economia junto a mentalidade da elite dominante prejudicou seus negócios a ponto
de, em cerca de uma década, vir a falência.
Segundo Reinado:
Competência
decadência 1
e crise(1840-1889)
O terceiro momento do governo de D. Pedro II foi marcado pela decadência, causado por um conjunto
de fatores que modificaram os quadros políticos e econômicos do país. Nesse contexto, o movimento
abolicionista ganhou força e, de maneira conservadora, chegou ao 13 de maio de 1888 com a aprovação
da Lei Áurea que extinguiu o trabalho escravo. Essa lei fazia parte de um conjunto de mudanças que tinha
aspectos modernizadores, caminhando junto ao desenvolvimento de novas técnicas produtivas no campo
e da industrialização. Junto a essa nova realidade e demanda de trabalho, a imigração europeia
intensificou-se em regiões de grande produção cafeeira, modificando o perfil do trabalhador da lavoura.
Na política externa, D. Pedro posicionou-se de maneira atuante em dois momentos. Um, com o
rompimento das relações com a Inglaterra, no caso que ficou conhecido como a questão Christie. O outro, mais
incisivo, na região platina com intensas ações bélicas. Esse quadro levou o país a maior guerra da América, a
Guerra do Paraguai. Para muitos historiadores, esse conflito marcou profundamente a história do Paraguai e
do Brasil, pois teve reflexos para a história dos respectivos Estados.
Esses fatos estão diretamente ligados a crise do governo de D. Pedro que se intensificou ao longo da
década de 1870. Os militares altivos com a vitória na Guerra do Paraguai passaram a reivindicar maior
inserção na política nacional, sendo influenciados ideologicamente pelo positivismo europeu. Grupos
de grandes proprietários rurais posicionaram-se contra ações do imperador, principalmente no
manejo da causa abolicionista. Vale destacar que o republicanismo tomou forma política, com a
formação do Partido Republicano em 1870. Com isso, devemos considerar que os rumos do D. Pedro
II a frente do país caminhava para um forte desacordo com as elites agrárias, setores do militarismo
além de parcelas da população em geral. É importante destacar que a monarquia também seguia os
mesmos trilhos, pois era vista como um atraso político-social, bem como uma possibilidade de
crescimento dos poderes autônomos regionais. Todo esse contexto culminou no golpe militar de 1889,
liderado por Deodoro da Fonseca, que marcou a proclamação da república a 15 de novembro.

Movimento Abolicionista
• Manifestações de resistência ao trabalho escravo;
• Debate internacional pelo fim da escravidão;
• 1881: Sociedade Brasileira contra a Escravidão;
• Leis Abolicionistas:
→ 1850: Lei Eusébio de Queirós (proibia o tráfico);
→ 1871: Lei do Ventre Livre (abolição para o recém nascidos);
→ 1885: Lei dos Sexagenários (abolição para 65 anos);
→ 1888: Lei Áurea (abolia definitivamente a escravidão).

Política Externa
• Relação com a Inglaterra: a Questão Christie foi um impasse diplomático ocorrido entre o Brasil e
a Inglaterra (1862 e 1865), que levou a suspensão de suas relações;
• Guerra do Paraguai: Grande conflito entre o Paraguai contra Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra
foi resultado do choque de interesses políticos e econômicos das nações na região platina.

Crise do Segundo Reinado


• Questão Abolicionista: 13/05/1888 — Lei Áurea (abolia definitivamente a escravidão), decadência
do apoio de vários ex-proprietários de escravos;
• Questão Religiosa: a Constituição de 1824 estabelecia o catolicismo como religião oficial do Império
(Beneplácito e Padroado) e D. Pedro entra em conflitos com alguns setores da Igreja Católica e o Estado;
• Questão Militar: desde o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, os militares passaram a ter uma maior
visibilidade no cenário político nacional, influenciado pela ideologia do Positivismo. Entre 1887 e 1889,
Deodoro da Fonseca envolveu-se em reuniões com várias figuras defensoras do regime republicano;
• Questão Política: em 1869, uma cisão no Partido Liberal deu origem ao Partido Radical, que, após
a publicação do Manifesto Republicano em 1870, mudou seu nome para Partido Republicano;
• 15 de novembro de 1889: Golpe Militar destituiu a Monarquia e a proclamou a República, com a participação de
militares, elite agrária e elite urbana, marcando a exclusão das camadas médias e populares no país.
Exercícios 1
Competência
1. (UNIFOR-CE) Termos da abdicação de Dom Pedro I:

Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente abdicado
na pessoa do meu mui amado e prezado filho o Sr. Pedro de Alcântara. Boa Vista – 7 de abril de 1831,
décimo de Independência e do Império – D. Pedro I. Antonio Mendes Jr. Et al. Brasil-História, Texto e
Consulta. Império. São Paulo: Brasiliense, 1977. p. 200.

Os fatos que conduziram à abdicação foram:


a) repressão aos revolucionários da Confederação do Equador, incorporação da Guiana Francesa e
outorga da Constituição;

b) favorecimento aos comerciantes brasileiros em detrimento dos portugueses, dívida externa elevada
com a Guerra da Cisplatina e falência do Banco do Brasil;

c) repressão aos revolucionários da Confederação do Equador, perda da Província Cisplatina e falência


do Banco do Brasil;

d) perda da província Cisplatina, dissolução da Assembleia Constituinte e punição exemplar aos


pistoleiros que executaram o jornalista Líbero Badaró;

e) controle das finanças nacionais, respeito aos constituintes que elaboraram a primeira constituição
e favorecimento aos comerciantes brasileiros.

2. (UFES) "Confederação do Equador: Manifesto Revolucionário:

Brasileiros do Norte! Pedro de Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal, a quem vós, após uma
estúpida condescendência com os Brasileiros do Sul, aclamastes vosso imperador, quer
descaradamente escravizar-vos. Que desaforado atrevimento de um europeu no Brasil. Acaso pensará
esse estrangeiro ingrato e sem costumes que tem algum direito à Coroa, por descender da casa de
Bragança na Europa, de quem já somos independentes de fato e de direito? Não há delírio igual (... )."
(Ulysses de Carvalho Brandão. A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR. Pernambuco: Publicações Oficiais, 1924).

O texto dos Confederados de 1824 revela um momento de insatisfação política contra a:


a) extinção do Poder Legislativo pela Constituição de 1824 e sua substituição pelo Poder Moderador.
b) mudança do sistema eleitoral na Constituição de 1824, que vedava aos brasileiros o direito de se
candidatar ao Parlamento, o que só era possível aos portugueses.
c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a Constituinte de 1823 e outorgar uma Constituição
que conferia amplos poderes ao Imperador.
d) liberalização do sistema de mão de obra nas disposições constitucionais, por pressão do grupo
português, que já não detinha o controle das grandes fazendas e da produção de açúcar.
e) restrição às vantagens do comércio do açúcar pelo reforço do monopólio português e aumento dos
tributos contidos na Carta Constitucional.
3. (UEPA – 2015) Leia o texto para responder à questão.

(...) Sendo, pois chegada a época de ver o Brasil a justiça da sua Causa de acordo com os interesses e
as vistas de Inglaterra não cessarei de lembrar a V. Sra. quanto importa aproveitar tão felizes
circunstâncias; elas são tão favoráveis que sendo manejadas com aptidão e habilidade de V. Sra. darão
em resultado o reconhecimento pronto e formal deste Império pela Inglaterra, sem talvez haver
precisão de o fazer dependente de condições algumas; pois bem longe de estarmos agora em
circunstâncias de propor e pedir, mui pelo contrário, a própria Inglaterra sentirá por si mesma a
necessidade de reconhecer a nossa independência e contrabalançar a influência do Governo [francês],
que ora domina os conselhos de Madrid e de Lisboa ...”
(Arquivo da Independência, vol. I, p. 56.)

A correspondência de Carvalho e Mello, Secretário dos Negócios Estrangeiros do Brasil, em 1824,


revela características da diplomacia brasileira no sentido do reconhecimento da independência. No
texto, fica evidente o interesse em:
a) utilizar o cenário político europeu favoravelmente ao Brasil.
b) oferecer a abolição do tráfico negreiro como condição.
c) resistir ao pagamento de indenização em dinheiro.
d) buscar fazer acordo com Portugal e Espanha.
e) participar do jogo de alianças internacionais.

4. (Mackenzie-SP) Sobre o parlamentarismo praticado durante quase todo o Segundo Reinado e a


atuação dos partidos Liberal e Conservador, podemos afirmar que:

a) ambos colaboraram para suprimir qualquer fraude nas eleições e faziam forte oposição ao
centralismo imperial.

b) as divergências entre ambos impediram períodos de conciliação, gerando acentuada instabilidade


no sistema parlamentar.

c) organizado de baixo para cima, o parlamentarismo brasileiro chocou-se com os partidos Liberal e
Conservador de composição elitista.

d) Liberal e Conservador, sem diferenças ideológicas significativas, alternavam-se no poder,


sustentando o parlamentarismo de fachada, manipulado pelo imperador.

e) os partidos tinham sólidas bases populares e o parlamentarismo seguia e praticava rigidamente o modelo inglês.

5. (UNESP) A expansão da economia do café para o Oeste Paulista, na segunda metade do século XIX,
e a grande imigração para a lavoura de café trouxeram modificações na história do Brasil, como:

a) o fortalecimento da economia de subsistência e a manutenção da escravidão.


b) a diversificação econômica e o avanço do processo de urbanização.

c) a divisão dos latifúndios no Vale do Paraíba e a crise da economia paulista.

d) o fim da república oligárquica e o crescimento do movimento camponês.

e) a adoção do sufrágio universal nas eleições federais e a centralização do poder.

6. (ENEM – 2013) Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número
de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas
eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os
fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por
que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Souza e Mello, diretor geral das Terras Públicas,ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L.F. (Org.)
História da vida privada no Brasil. São Paulo:Cia das Letras, 1998 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso


no campo brasileiro, que confrontaram o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de:

a) Fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.

b) Adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira.

c) Definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração.

d) Regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas.

e) Financiar a fixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência.

7. (ENEM – 2015)
TEXTO I
Em todo o país, a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A
maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto,
a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O
impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da
propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.
ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

TEXTO II
Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro tornou-se mais
numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais
aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos livres
habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavelmente
cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte.
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).
Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I que complementa os argumentos
apresentados no Texto II é o(a)

a) variedade das estratégias de resistência dos cativos.

b) controle jurídico exercido pelos proprietários.

c) inovação social representada pela lei.

d) ineficácia prática da libertação.

e) significado político da Abolição.

8. (CESGRANRIO) Sobre a participação dos militares na Proclamação da República, é correto afirmar que:

a) o Partido Republicano foi influenciado pelos imigrantes anarquistas a desenvolver a consciência


política no seio do exército.

b) a proibição de debates políticos e militares pela imprensa, a influência das ideias de Augusto Comte
e o descaso do Imperador para com o exército favoreceram a derrubada do Império.

c) o descaso de membros do Partido Republicano, como Sena Madureira e Cunha Matos, em relação
ao exército, expresso por meio da imprensa, levou os "casacas" a proclamarem a República.

d) o Gabinete do Visconde de Ouro Preto formalizou uma aliança pró-republicana com os militares
positivistas no Baile da Ilha Fiscal.

e) a aliança dos militares com a Igreja acirrou as divergências entre militares e republicanos,
culminando na Questão Militar.

9. Leia o trecho e, em seguida, assinale a alternativa correta.

“Aconteceu, porém, que era difícil viver D. Pedro II a vida dupla que parece ter pretendido levar, indo piedosamente
à missa no Brasil e fazendo o pelo sinal aos olhos das multidões brasileiras e, na Europa, ostentando espírito
voltairiano; de modo que o Pedro II de feitio europeu – que talvez fosse dos dois o mais autêntico – terminou
superando, dentro do próprio Brasil, o de algum modo antieuropeu e antiprogressista. Daí em crises como a dos
bispos e a militar ter se comportado exatamente como qualquer político ou liberal, ou republicano e até anticlerical
– empenhado em fazer valer o princípio da autoridade legítima sobre o da insubordinação.”
FREYRE, Gilberto. Ordem e Progresso. São Paulo: Global, 2004. p. 217.

No trecho acima, é correto dizer que Gilberto Freyre:

a) nega que D. Pedro II tenha tido qualquer tipo de responsabilidade na crise que levou o Império ao seu fim.

b) deixa claro que não era de bom tom o Imperador mostrar sua postura religiosa aos brasileiros.
c) ressalta que a ambiguidade política de D. Pedro II acabou por colocá-lo em litígio com algumas
camadas da sociedade.

d) afirma que Dom Pedro II sempre gostou mais da Europa do que do Brasil.

e) afirma que Dom Pedro II não tinha habilidade política nem como conservador e nem como progressista.

10. (FUVEST – 1994) "Sabinada" na Bahia, "Balaiada" no Maranhão e "Farroupilha" no Rio Grande do
Sul foram algumas das lutas que ocorreram no Brasil em um período caracterizado

a) por um regime centralizado na figura do imperador, impedindo a constituição de partidos políticos


e transformações sociais na estrutura agrária.

b) pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual delegou às Províncias o


encaminhamento da "questão servil".

c) por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo, e por transformações na


estrutura fundiária de base escravista.

d) por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de Dom Pedro I, fortemente marcada
por um surto de industrialização, estimulado pelo Estado.

e) pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos políticos, sem que se
alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas.

11. (UECE – 1996) "O período regencial foi um dos mais agitados da história política do país e também
um dos mais importantes. Naqueles anos, esteve em jogo a unidade territorial do Brasil, e o centro do
debate político foi dominado pelos temas da centralização ou descentralização do poder, do grau de
autonomia das províncias e da organização das Forças Armadas."
(FAUSTO, Boris. HISTÓRIA DO BRASIL. 2 ed. São Paulo: EDUSP, 1995. p. 161.)

Sobre as várias revoltas nas províncias durante o período da Regência, podemos afirmar corretamente que:
a) eram levantes republicanos em sua maioria, que conseguiam sempre empolgar a população pobre
e os escravos.
b) a principal delas foi a Revolução Farroupilha, acontecida nas províncias do nordeste, que pretendia
o retorno do Imperador D. Pedro I.
c) podem ser vistas como respostas à política centralizadora do Império, que restringia a autonomia
financeira e administrativa das províncias.
d) em sua maioria, eram revoltas lideradas pelos grandes proprietários de terras e exigiam uma
posição mais forte e centralizadora do governo imperial.

12. (UFGO) O Período Regencial apresentou as seguintes características, menos:

a) Durante as Regências surgiram nossos primeiros partidos políticos: o Liberal e o Conservador.


b) O Partido Liberal representava as novas aspirações populares, revolucionárias e republicanas.

c) Foi um período de crise econômica e social que resultou em revoluções como a Cabanagem e a Balaiada.

d) Houve a promulgação do Ato Adicional à Constituição, pelo qual o regente passaria a ser eleito
diretamente pelos cidadãos com direito de voto.

e) Formaram-se as lideranças políticas que teriam atuação marcante no II Reinado.

Gabarito
1–C
2–C
3–A
4–D
5–D
6–C
7–E
8–B
9–C
10 – E
11 – C
12 – B

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