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Atividade História

Alunas: Mayara Alves, Juliana Oliveira e Ana Clara Ramos.

Valor – 20 pontos.

1. (Enem 2011) Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:

I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e Oficiais militares
que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens Sacras.

IV. Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral.

V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou
empregos.

Constituição Política do Império do Brasil (1824). Disponível em: https://legislação.planalto.gov.br.


Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).

A legislação espelha os conflitos políticos e sociais do contexto histórico de sua formulação. A


Constituição de 1824 regulamentou o direito de voto dos “cidadãos brasileiros” e garantiu o poder
político nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes. Caracterize, a partir da Constituição de
1824, os limites da concepção de cidadania no Brasil naquele contexto.

A Constituição de 1824 foi a primeira Constituição do Brasil, promulgada durante o Primeiro Reinado,
sob o governo de Dom Pedro I. Nesse contexto histórico, é importante entender que a sociedade
brasileira estava marcada por profundas desigualdades sociais, econômicas e políticas. A
caracterização dos limites da concepção de cidadania no Brasil nesse período pode ser feita
considerando os seguintes aspectos:

Restrição ao Direito de Voto - Somente aqueles que preenchiam esses critérios podiam ser
considerados cidadãos ativos, ou seja, tinham o direito de votar e ser votados. (Como a renda,
propriedade e status social).
Cidadania Censitária - Isso excluía grande parte da população, especialmente os estratos mais
pobres, da participação efetiva na vida política do país, pois a cidadania no brasil era censitária, o
que significa que o acesso aos direitos políticos estava vinculado à posse de bens e riquezas.
Poder Concentrado nas Mãos dos Proprietários - A Carta de 1824 consolidou um sistema político
fortemente centralizado e concentrado nas mãos dos grandes proprietários de terra e comerciantes.
O imperador tinha poderes significativos, e a estrutura política era hierarquizada, favorecendo as
elites econômicas.
Ausência de Direitos para Determinados Grupos - A Constituição de 1824 não garantia direitos
políticos para diversos grupos sociais, como mulheres, escravizados, índios e pessoas sem
propriedades. Isso refletia a exclusão de amplas camadas da população do exercício pleno da
cidadania.
Limitação da Liberdade Individual - Embora tenha garantido algumas liberdades individuais, a
Constituição de 1824 também continha dispositivos que permitiam a restrição de direitos civis em
casos específicos, evidenciando uma concepção de cidadania limitada e condicionada à ordem
estabelecida.

Portanto, a concepção de cidadania na Constituição de 1824 refletia os interesses das elites


dominantes, estabelecendo uma ordem política que excluía grande parte da população do exercício
pleno da participação política e do gozo de direitos civis e políticos. Essa exclusão contribuiu para a
persistência de desigualdades e tensões sociais ao longo da história brasileira.

2. (Enem 2013 - Adaptado)

As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações
políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é,
respectivamente, liderança (D. Pedro I) e estabilidade política (D. Pedro II). Analise essa afirmativa,
considerando o contexto de atuação política de cada um desses monarcas.

● Durante o Primeiro Reinado, Dom Pedro I convocou uma Assembleia Constituinte para criar
a primeira constituição nacional. Porém, como o documento não estava de acordo com suas
pretensões, D. Pedro I acabou prendendo os deputados da Assembleia e impediu seu
avanço. Nesse contexto, Dom Pedro I convocou dez membros aliados para dar início à
primeira Constituição do Brasil que foi outorgada pelo próprio rei em 1824. Nessa
constituição o poder de Dom Pedro I foi ampliado com a criação de um quarto poder, o Poder
Moderador, que se sobrepunha aos outros três poderes nas tomadas de decisão. A partir
disso, o governo se tornou centralizado e autoritário por parte de D. Pedro I (o que
corresponde ao aspecto de liderança da imagem 1) o que desagradou grande parte da
população.

● Com o golpe da maioridade (1840) D. Pedro II foi oficialmente reconhecido como imperador e
reinou até 1889 (ano da Proclamação da República). Nesse período, uma série de
acontecimentos ocorreram no Brasil, um deles seria a proibição do tráfico negreiro. Outro
ponto marcante no governo de D. Pedro II foi a Guerra do Paraguai, conflito que se estendeu
de 1864 a 1870. Esses acontecimentos mostram a estabilidade política no reinado de D.
Pedro II.

3. (Enem 2007 - Adaptado)

Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, ela tem seu
marco inicial e final, sendo um processo lento e que evidencia, por um lado, as forças que
conservavam essa realidade escravocrata e, por outro lado, esconde as lutas dos próprios negros e
escravos. Nesse sentido, comente sobre o processo abolicionista no Brasil.
A aprovação da Lei Áurea foi o resultado do crescimento que o movimento abolicionista teve na
segunda metade do século XIX.
O movimento abolicionista no Brasil foi um efeito da década de 1870. Envolveu diversos setores da
sociedade, tanto contrários ao movimento quanto a favor.Antes dessa década, existiram apenas
tentativas de emancipação, que extinguiria gradualmente a mão de obra escrava. Contudo, o que os
abolicionistas almejavam era a abolição completa da escravidão.Várias associações abolicionistas
surgiram no país. O debate sobre esse tema chegou ao patamar político, apesar da forte resistência.
Essas associações buscavam debater estratégias com a intenção de alcançar o seu objetivo, além de
atuarem publicamente visando atrair pessoas para a luta.

Entre a década de 1870 e 1880, surgiram quase 230 organizações abolicionistas. Elas organizavam
reuniões, distribuíam panfletos, faziam comícios nas ruas, além de ajudarem na fuga de escravos.
Houve alguns setores que contribuíram, como por exemplo o Direito, onde alguns advogados
defendiam os escravos, suas condições de trabalho e seus registros. Defendiam os escravos nos
tribunais. E o Jornalismo, que vários jornais davam espaço para artigos que maldiziam a escravidão,
pregando a liberdade dos escravos, além de produzirem e distribuírem panfletos. Essas ações eram
tidas como “legais”. As “ilegais” consistiam em estimular a fuga de escravos, ajudando nas rotas e
dando abrigos para os mesmos.

O país viveu vários momentos de levantes populares com caráter abolicionista. Um deles foi a
Conjuração Baiana (1798), com caráter popular. Defendiam principalmente a proclamação da
República da Bahia, fim do trabalho escravo e implantação do livre comércio. Foi um movimento
formado principalmente por negros e profissionais liberais, eram pessoas vindas de diversas classes
sociais. Incluindo religiosos, intelectuais, republicanos, elite, entre outros, que atuavam de maneira
incansável contra a escravidão.

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