RESUMO DE HISTÓRIA – 4º BIM.
8ºANO levou a um conflito entre o imperador e a elite que
A organização do Estado brasileiro – 136
O atual formato da organização do Estado
brasileiro foi estabelecido pela Constituição
Federal de 1988. O Brasil é uma república
federativa presidencialista composta por estados,
municípios e o Distrito Federal. O Estado é
dividido em três poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário, com o presidente da república
exercendo a chefia do Executivo. O Legislativo é
representado pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado, que formam o Congresso Nacional,
enquanto o Judiciário é composto por tribunais e
órgãos da justiça, como o Supremo Tribunal
Federal.
Antes de 1822, o Brasil não existia como um
Estado independente, mas era um território
português nas Américas. A independência resultou
na necessidade de criar um novo Estado, com
governo organizado, símbolos nacionais, sistema
administrativo, leis e outras instituições. Em 1823,
ocorreram eleições para a Assembleia
Constituinte, que tinha a tarefa de elaborar a
primeira Constituição do Brasil, com a vitória de
88 constituintes, incluindo padres, advogados,
proprietários de terras, militares e comerciantes,
através de um sistema de voto censitário e
indireto.
Os interesses políticos em jogo - 137
As discussões durante a Assembleia Constituinte
de 1823 no Brasil refletiram divergências políticas
entre dois grupos principais: os partidários do
imperador D. Pedro I e seus oponentes. Os
partidários do imperador buscavam estabelecer
uma monarquia forte com o poder concentrado
nas mãos do imperador, enquanto os deputados
adversários desejavam limitar a autoridade do
imperador através do Parlamento, uma proposta
que contou com o apoio de alguns republicanos.
Em setembro de 1823, foi elaborado um projeto
de Constituição com características liberais que
restringiam a capacidade do imperador de
dissolver a Câmara dos Deputados. Descontente
com a diminuição de seus poderes e preocupado
com as pressões liberais vindas da sociedade e da
imprensa, D. Pedro I ordenou o cerco da
assembleia por tropas imperiais e dissolveu a
Constituinte em novembro do mesmo ano. Isso
o havia apoiado no processo de independência, um
evento conhecido como a "Noite da Agonia".
A Constituição de 1824 - 137
A Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I
após a dissolução da Assembleia Constituinte,
equilibrava os interesses das elites com o
autoritarismo do imperador. Destacam-se os
seguintes aspectos:
1. Sistema e forma de governo: Estabeleceu a
monarquia como forma de governo e criou quatro
poderes: Executivo, Legislativo, Judicial e
Moderador. O poder Moderador era exclusivo do
imperador e permitia nomear senadores e
dissolver a Câmara dos Deputados.
2. Eleições: Determinou a eleição dos deputados e
senadores pelo voto indireto, censitário e
permitido apenas aos homens livres maiores de 25
anos de idade.
3. Educação e religião: Estabeleceu o ensino
primário gratuito para todos os cidadãos e definiu
o catolicismo como a religião oficial do Estado.
4. Direitos e garantias individuais: Garantiu a
tolerância religiosa, liberdade de expressão,
proteção à propriedade e igualdade dos cidadãos
perante a lei. Além disso, a Constituição proibiu a
tortura e os crimes mais cruéis.
5. Divisão administrativa: A Constituição dividiu
o território em províncias, que eram administradas
por presidentes nomeados pelo imperador. Esses
presidentes não tinham um tempo fixo de mandato
e podiam ser afastados ou pedir afastamento a
qualquer momento.
Assim, a Constituição de 1824 estabeleceu um
equilíbrio entre a monarquia e os interesses das
elites, mantendo uma estrutura de governo
autoritária com algumas garantias de direitos
individuais.
Negros, mulheres e indígenas na Constituição -
138
A Constituição do Império Brasileiro de 1824
estabeleceu critérios de cidadania, mas, na prática,
excluiu grande parte da população:
1. Negros: Dos 3.960.000 habitantes em 1823,
1.148.000 eram escravos e, portanto, não eram
considerados cidadãos, não possuindo quaisquer
direitos. Até mesmo os negros libertos, em sua
maioria, não atendiam aos requisitos financeiros
para votar nas eleições primárias.
2. Homens livres pobres: Muitos deles não tinham
a renda mínima necessária para participar das
eleições, o que os excluía da vida política.
3. Mulheres: A Constituição não mencionava o
direito de voto das mulheres, e a sociedade da
época via as mulheres como intelectualmente
inferiores aos homens, impedindo-as de votar ou
concorrer a cargos políticos.
4. Indígenas: A Constituição de 1824 não
mencionava os indígenas, deixando-os
completamente excluídos da sociedade imperial
brasileira. Eles não eram considerados cidadãos
nem brasileiros.
A Constituição, apesar de incorporar alguns
princípios liberais europeus, como a garantia de
certas liberdades, mantinha a escravidão e a
exclusão política e social da maioria da população,
o que a tornava contraditória em sua abordagem à
cidadania e aos direitos.
A Confederação do Equador - 140
A imposição da Constituição de 1824 provocou
protestos no Nordeste, principalmente em
Pernambuco, uma região economicamente
significativa. O médico e jornalista Cipriano
Barata criticou fortemente o autoritarismo de D.
Pedro I em seu jornal "Sentinela da Liberdade,"
disseminando ideias liberais e republicanas
mesmo enquanto estava preso.
Além das divergências políticas, dificuldades
econômicas, como a queda nos preços do açúcar e
do algodão no mercado internacional, o aumento
do custo de escravos e alimentos, e altos impostos,
afetaram tanto as elites quanto a população em
geral.
A gota d'água para a revolta foi a nomeação, pelo
imperador, de um presidente para a província de
Pernambuco. Em 2 de julho de 1824, rebeldes
liderados por Frei Caneca e Manoel de Carvalho
Paes de Andrade proclamaram a "Confederação
do Equador," com o objetivo de criar uma
república liberal unindo várias províncias do
Nordeste, incluindo Paraíba, Rio Grande do Norte,
Ceará, Alagoas, Piauí e Pernambuco. No entanto,
apenas algumas áreas do Ceará, Rio Grande do
Norte e Paraíba se uniram ao movimento.
O governo imperial reagiu rapidamente e com
violência. Em setembro de 1824, as forças
imperiais entraram no Recife e suprimiram
violentamente os rebeldes, condenando nove deles
à morte. Frei Caneca foi executado após a recusa
do carrasco em enforcá-lo.
A questão platina
No sul do Brasil, D. Pedro I enfrentou um
movimento separatista na Província Cisplatina,
que havia sido anexada ao Brasil em 1821. Em
1825, os rebeldes declararam sua independência e
sua união com as Províncias Argentinas, o que
levou o Brasil a entrar em guerra contra o governo
de Buenos Aires. Esse conflito resultou em
desgaste político, perdas humanas e prejuízos
econômicos para ambos os lados. A Guerra da
Cisplatina, como ficou conhecida, encerrou em
1828 com o reconhecimento da independência da
Província Cisplatina, que adotou o nome de
República Oriental do Uruguai.
Crise política e abdicação -141
A Confederação do Equador e a Guerra da
Cisplatina desencadearam uma crise política no
Brasil, agravada pelas dificuldades econômicas.
Os principais produtos de exportação, como
açúcar, algodão, cacau e tabaco, enfrentaram
concorrência internacional.
O Banco do Brasil enfrentou problemas desde que
D. João VI voltou à Europa com o ouro dos cofres
públicos. Para combater as dificuldades
econômicas, D. Pedro I emitiu moedas de cobre, o
que levou à falsificação e à desvalorização da
moeda, resultando em um aumento do custo de
vida.
Em 1826, a morte de D. João VI gerou uma crise
sucessória em Portugal, já que D. Pedro I reinava
no Brasil. Para resolver a situação, D. Pedro
abdicou do trono de Portugal em favor de sua
filha, Maria da Glória, que era menor de idade. No
entanto, D. Miguel, irmão de D. Pedro, usurpou o
trono, desencadeando uma guerra civil que gerou
gastos militares para o Brasil.
A impopularidade de D. Pedro I cresceu à medida
que ele era criticado nos jornais por se concentrar
nos eventos em Portugal em detrimento dos
problemas políticos e econômicos do Brasil. Em
1830, o jornalista Líbero Badaró, um de seus
principais críticos, foi assassinado em São Paulo,
e D. Pedro I foi acusado de ser o mandante do
crime.
Protestos contra o imperador se espalharam por
várias cidades do Brasil, com episódios violentos,
como "A Noite das Garrafadas" no Rio de Janeiro
em março de 1831. Finalmente, em 7 de abril de
1831, sem apoio popular e abandonado pelo
exército, D. Pedro I abdicou do trono em favor de
seu filho, Pedro de Alcântara, e retornou a
Portugal.
O período regencial (1831-1840)
A abdicação de D. Pedro I gerou uma questão
política: quem governaria o Brasil, considerando
que seu herdeiro tinha apenas 5 anos de idade? A
resposta estava na Constituição. Em caso de
menoridade ou impedimento do imperador, e na
ausência de parentes adequados para governar, a
Constituição previa a eleição de uma regência
composta por três membros nomeados pela
Assembleia Geral.
Consequentemente, a Assembleia Geral nomeou
três políticos para formar a Regência Trina
Provisória, enquanto as discussões e negociações
para a eleição dos regentes permanentes
avançavam. Em junho de 1831, deputados e
senadores elegeram a Regência Trina Permanente,
composta por um militar e dois civis. No entanto,
é importante observar que os regentes não
possuíam as atribuições exclusivas do Poder
Moderador, que pertenciam somente ao
imperador.
Durante a Regência no Brasil Imperial, surgiram
três grupos políticos dominantes:
Os grupos políticos 143
1. Liberais moderados: Compostos pela
aristocracia agrária, esses liberais defendiam uma
monarquia constitucional e a limitação do poder
do imperador. Figuras proeminentes incluíam o
padre Diogo Antônio Feijó e o jornalista Evaristo
da Veiga.
2. Liberais exaltados: Representando as camadas
médias urbanas, militares, comerciantes e
proprietários rurais, os liberais exaltados
buscavam autonomia política e econômica para as
províncias, direito de voto para todos os homens
livres e o fim do Poder Moderador. Eles eram
mais influentes no Sul e no Nordeste e tinham
líderes como Cipriano Barata
3.Restauradores. Reunindo grandes comerciantes
portugueses e burocratas
do governo, defendiam a volta de D. Pedro I ao
poder
Medidas de defesa e punição- 143
Em resposta aos movimentos nas províncias que
reivindicavam autonomia política e o temor de
rebeliões, o ministro da Justiça, padre Diogo
Antônio Feijó, criou a Guarda Nacional em agosto
de 1831. Essa milícia civil armada tinha como
principal objetivo manter a ordem nacional,
servindo principalmente às elites agrárias,
combatendo revoltas de escravos e protegendo o
patrimônio.
Em 1832, foi instituído o Código de Processo
Criminal, que reforçou as medidas estabelecidas
no Código Criminal de 1830. Esse código definiu
tipos de crimes, punições e garantias de defesa
para os acusados, mas ainda estabeleceu
distinções nas penas para homens livres e
escravos. Além disso, concedeu poderes aos juízes
de paz, que desempenhavam funções policiais
locais, incluindo a prisão e julgamento de
acusados.
O Ato Adicional de 1834 - 144
O Ato Adicional de agosto de 1834 introduziu
modificações na Constituição Imperial do Brasil
para conciliar os interesses dos liberais radicais e
moderados que competiam pelo poder. As
principais reformas incluíram:
1. Extinção do Conselho de Estado, um órgão
controlado pelo imperador.
2. Transformação dos Conselhos Provinciais em
Assembleias Legislativas Provinciais, com
poderes para criar leis de interesse provincial e
nomear funcionários do governo.
3. Substituição da Regência Trina pela Regência
Una, com o regente eleito por voto secreto para
um mandato de quatro anos.
4. Criação de um município neutro do Rio de
Janeiro, separado da província do Rio de Janeiro,
para servir como sede da corte.
Essas mudanças visavam conciliar os interesses
dos grupos dominantes no Brasil, equilibrando a
centralização defendida pelos setores agrários do
Rio de Janeiro com a demanda por mais
autonomia das províncias, principalmente do
Nordeste e do Sul. No entanto, o Ato Adicional de
1834 não melhorou as condições de vida da
maioria da população pobre, tanto livres quanto
escravos.
Regência Una de Feijó - 145
Após a morte de D. Pedro I em 1834, houve uma
realinhamento nas alianças políticas das elites
brasileiras. Setores moderados e exaltados se
uniram para formar o grupo dos liberais, enquanto
representantes dos antigos restauradores se uniram
a outra ala dos moderados para criar o grupo dos
conservadores.
Nas eleições para a primeira Regência Una em
1835, o padre Diogo Antônio Feijó, líder dos
liberais, venceu seu oponente conservador
Holanda Cavalcanti por uma pequena margem,
obtendo aproximadamente 10% a mais dos votos.
No entanto, os conservadores conquistaram a
maioria na Câmara dos Deputados.
A Regência de Feijó começou em meio a levantes
populares e rebeliões separatistas em várias
províncias, ameaçando a unidade do Império. A
Guarda Nacional demonstrou-se incapaz de conter
as revoltas, e a crise política era evidente.
As revoltas regenciais
Durante o período regencial no Brasil, ocorreram
várias revoltas e manifestações contrárias ao
governo, refletindo a diversidade do país em
termos sociais, econômicos, geográficos e étnicos.
Quatro das revoltas mais significativas foram as
Rusgas Cuiabanas, a Cabanagem, a Revolta dos
Malês e a Revolta dos Farrapos. Além disso,
também ocorreram a Sabinada na Bahia e a
Balaiada no Maranhão.
As Rusgas Cuiabanas
As Rusgas Cuiabanas tiveram início em 1834,
quando grupos rebeldes, chamados "bicudos" e
associados a portugueses na região de Cuiabá,
protestaram contra a Regência. Eles faziam parte
da Sociedade dos Zelosos da Independência,
composta por diversos segmentos da sociedade
que buscavam maior autonomia para a província
de Mato Grosso. Após três meses de revolta, o
governo central reprimiu o movimento em outubro
do mesmo ano, resultando na prisão de líderes
rebeldes.
Uma revolta na Amazônia: a Cabanagem
A Cabanagem foi uma revolta que ocorreu na
província do Grão-Pará, na região Norte do Brasil.
A tensão na região estava relacionada à presença
de laços comerciais e militares com Portugal,
levando a província a reconhecer a independência
do Brasil apenas em 1823, por imposição do
imperador.
A revolta foi agravada pela profunda divisão
social que separava a elite branca, composta por
proprietários de terras e ricos comerciantes
(principalmente portugueses) em Belém, da
maioria da população, formada por indígenas,
negros e mestiços, que viviam em grande miséria
em cabanas às margens de rios e igarapés.
Após a independência, o Grão-Pará foi
negligenciado pelo poder central, o que resultou
em uma série de revoltas lideradas pelos cabanos,
que exigiam a expulsão dos portugueses e
melhores condições de vida.
A Cabanagem foi um movimento que ganhou
força no início de 1834 na província do Grão-
Pará. Os cabanos, liderados por Félix Clemente
Malcher, tomaram Belém no ano seguinte,
executaram autoridades e estabeleceram um
governo. No entanto, divergências internas entre
os cabanos e a elite agrária, representada por
Malcher, levaram à sua deposição e execução em
1835.
O breve governo dos cabanos
Francisco Vinagre assumiu o governo cabano, mas
enfrentou disputas internas e dificuldades na
definição de um programa de governo. As tropas
regenciais reconquistaram Belém em 1836.
Embora os cabanos tenham retomado a capital
pela terceira vez, a epidemia de varíola e as
divergências enfraqueceram o movimento.
Finalmente, em 1840, eles foram derrotados,
resultando em cerca de 40 mil mortes.
A Cabanagem se destacou pela diversidade de
interesses e dificuldades de conciliação, deixando
um legado de conflito na história do Brasil.
A Revolta dos Malês - 149
A Revolta dos Malês ocorreu em Salvador, por
volta de 1835, e foi protagonizada por africanos
das etnias nagô e haussá. Os malês eram africanos
muçulmanos que se haviam convertido ao islã.
Eles lutaram contra a escravidão e a conversão
forçada ao catolicismo.
Muitos malês sabiam ler e escrever em árabe, pois
aprenderam a língua para ler o Alcorão. A revolta
era uma resposta à opressão e ao desejo de manter
sua fé islâmica. Luísa Mahin, uma escrava e
vendedora de quitutes, desempenhou um papel
importante nas reuniões dos revoltosos.
A revolta planejada para 25 de janeiro de 1835 foi
traída por libertos que informaram seus antigos
senhores. As autoridades agiram rapidamente para
sufocar o movimento, resultando na morte de
líderes e na punição dos demais com prisão,
açoites ou degredo para a África. A Revolta dos
Malês é considerada a maior rebelião de escravos
urbanos da América.
A Revolta dos Farrapos - 150
A Revolta dos Farrapos, ou Revolução
Farroupilha, foi um movimento que ocorreu no
Rio Grande do Sul e durou dez anos. Apesar do
nome, a revolta foi liderada por grandes
proprietários de terras, conhecidos como
estancieiros. Seu principal objetivo era separar a
província do Brasil e estabelecer uma república
independente.
A economia da província gaúcha estava baseada
na criação de gado, especialmente para a produção
de charque, que abastecia o mercado interno. Os
estancieiros se queixavam dos altos impostos
sobre o charque gaúcho e da concorrência da
carne importada da Argentina e do Uruguai. Eles
também buscavam mais autonomia, incluindo o
direito de escolher o governo da província.
A revolta começou em 1835, liderada por Bento
Gonçalves, um rico estancieiro, e contou com o
apoio do Partido Liberal Exaltado. Os rebeldes
capturaram Porto Alegre, a capital da província.
Em 1836, proclamaram a República Rio-
Grandense, separando-se do Brasil.
Posteriormente,
liderados por Giuseppe Garibaldi, eles expandiram
suas reivindicações para a província de Santa
Catarina, onde estabeleceram a República Juliana.
A Revolta dos Farrapos reflete as tensões
econômicas e políticas da época e durou uma
década, marcada por combates e conflitos até ser
finalmente suprimida. Giuseppe Garibaldi, um
importante líder revolucionário, ficou conhecido
durante esse período.
O golpe da maioridade - 152
O Golpe da Maioridade ocorreu em 1840 como
resposta às dificuldades do regente Feijó em
conter as revoltas no Brasil. O governo de Feijó
enfrentou críticas e aprofundou as divisões nas
elites dirigentes. Os regressistas, que compunham
o futuro Partido Conservador, buscavam um
governo central forte para acabar com as revoltas,
enquanto os progressistas, base do futuro Partido
Liberal, defendiam maior autonomia para as
províncias.
Após a renúncia de Feijó em 1837, Araújo Lima,
um regressista, assumiu o governo regencial,
implementando o Regresso Conservador, que
visava eliminar as reformas democratizantes do
Ato Adicional de 1834 e fortalecer o poder
central.
Diante da insatisfação dos liberais progressistas
com o domínio conservador, eles lançaram uma
campanha pela antecipação da maioridade de
Pedro de Alcântara, o jovem imperador. Os
militares e provavelmente o próprio príncipe
apoiaram a ideia. Em julho de 1840, a maioridade
de Pedro de Alcântara foi declarada, e ele
convidou os liberais progressistas para assumir o
governo, pondo fim à Regência. Esse episódio
marcou uma transição importante na política
brasileira, com a chegada de Pedro II ao trono e o
fortalecimento do sistema imperial.
A cultura afro-brasileira
Mesmo marginalizados pela sociedade imperial,
os afro-brasileiros, incluindo escravos e libertos,
conseguiram manter suas manifestações culturais
e religiosas na primeira metade do século XIX.
Entre essas expressões, destacam-se:
1.Capoeira: Uma técnica de combate
afrodescendente que originalmente poderia
envolver armas brancas, evoluiu ao longo do
tempo para incluir elementos de luta, dança e
jogo, praticados em rodas ao som de instrumentos
musicais.
2. Jongo: Uma dança de roda acompanhada de
canto e tambores, praticada pelos escravos
principalmente no Sudeste do Brasil, incorporando
elementos de magia e feitiços.
3. Folia de Reis: Uma festa celebrada por
africanos e seus descendentes que recriava a
jornada dos três reis magos em busca do menino
Jesus, combinando elementos de devoção religiosa
com tradições culturais.
4. Congadas: Procissões realizadas para coroar
rainhas e reis negros e homenagear Nossa Senhora
do Rosário e São Benedito, santos negros. Essas
festas envolviam cantos, louvores religiosos e
encenações de batalhas.
No entanto, no governo de D. Pedro I, muitas
dessas práticas associadas à população negra
foram reprimidas e criminalizadas. O Código
Criminal de 1830, por exemplo, punia os "vadios
e mendigos," uma categoria que abrangia
praticantes de capoeira e pessoas sem ocupação
definida. A repressão visava conter o
desenvolvimento da cultura negra, que era
associada à vadiagem e à violência urbana, a fim
de proteger a cultura elitizada moldada segundo
padrões europeus.

TRABALHO DE HISTÓRIA:

ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO: ABOLIÇÃO DA

ESCRAVIDÃO NO BRASIL DURANTE O SEGUNDO
REINADO. INCLUA FIGURAS IMPORTANTES, COMO A
PRINCESA ISABEL, E EVENTOS-CHAVE QUE LEVARAM À
ABOLIÇÃO.

ENTREGAR ATÉ DIA 10/11/23