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HISTÓRIA DO BRASIL

@professoradmilsoncosta
BRASIL REGENCIAL (1831-1840)
✓ Abdicação de Dom Pedro I →
Consolidação da independência política
brasileira;
✓ Portugueses que ocupavam cargos
públicos foram afastados e substituídos
por cidadãos brasileiros;
✓ Surgimento de três grupos políticos que
disputaram as eleições para a regência
(Liberais moderados, Liberais exaltados e
Restauradores).

❖ Durante o Período Regencial, os


debates políticos giravam em torno das
questões:

➢ Unidade territorial, ameaçada por


revoltas e manifestações;
➢ Centralização X Descentralização;
➢ Organização das Forças Armadas;
➢ Grau de autonomia das províncias;
O 7 de abril logo de início revestiu-se de um significado de ruptura em relação ao período anterior e de grandes
esperanças e expectativas para os contemporâneos da época, sobretudo para aqueles que participaram mais
ativamente de sua realização. Dois grupos políticos, até então não muito bem definidos, estiveram à frente do
processo: os chamados liberais exaltados (ou farroupilhas) e liberais moderados (ou chimangos). Atuando estes
últimos principalmente no Parlamento e na Imprensa, e aqueles primeiros na Imprensa também e nas ruas, o objetivo
maior e comum de combater e, quiçá, derrubar dom Pedro os uniu, a despeito de suas diferenças ideológicas mais
profundas. Era natural, portanto, que cada um pretendesse ocupar um lugar de destaque no governo que ora se
iniciava (...)

Além dessas duas, uma terceira facção política não tardou a surgir no início do período regencial: os
restauradores ou caramurus. Fortalecendo-se este grupo a partir de 1832, o integravam antigos aristocratas,
cortesãos e burocratas do Primeiro Reinado, bem como militares e comerciantes portugueses de todo tipo.
Combatiam duramente o 7 de abril e a Regência moderada, e defendiam uma monarquia fortemente
centralizada, a inviolabilidade da Constituição (opondo-se às reformas liberais pleiteadas tanto pelos exaltados
quanto pelos moderados) e, em alguns casos (mas não em todos, cumpre frisar), a restauração de dom Pedro I no
trono, além de insurgirem-se contra a discriminação racial em relação a negros e pardos e contra as rivalidades entre
brasileiros e portugueses.

Marcello Otávio N. de C. Basile em História geral do Brasil / Maria Yedda Linhares. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier,
2016
O AVANÇO LIBERAL
REGÊNCIA TRINA PROVISÓRIA (1831) E REGÊNCIA TRINA PERMANENTE (1831-1834)
O AVANÇO LIBERAL

REGÊNCIA TRINA PROVISÓRIA (1831) E REGÊNCIA TRINA PERMANENTE (1831-1834)

❖ Em 1831, o governo percebe a necessidade de renovação da economia, e passa a implantar no país o cultivo
do café, pois além da terra, principalmente nas regiões do Vale do Paraíba – RJ e do Oeste Paulista, ser
propícia ao plantio, o produto era extremamente lucrativo e popular no exterior;

❖ Com o investimento do governo e dos latifundiários no crescimento da cultura cafeeira, formou-se no país
um grupo de crescente influência política e econômica, os chamados “Barões do Café”;

❖ Por meio de reformas constitucionais, os liberais moderados procuraram diminuir as funções do Executivo e
ampliar as atribuições do Legislativo;

❖ Procuravam atender as reivindicações de liberais exaltados, defensores do federalismo;


❖ Como forma de aplacar os anseios dos liberais exaltados a respeito da autonomia municipal, a
descentralização do sistema judiciário acabou reforçando o poder da aristocracia agrária.
CRIAÇÃO DA GUARDA NACIONAL EM 1831:

 Com a eclosão de várias revoltas no país, principalmente


com a exclusão da participação política de restauradores e
exaltados, as forças militares acionadas para combater
revoltosos, muitas vezes aderiam aos movimentos ao invés
de erradica-los;
 O exército acabou por perder credibilidade junto ao governo
central;
 A guarda nacional foi criada para combater revoltas e
reestabelecer a ordem, onde o exército foi ineficaz;
 Consistia de uma força paramilitar onde grandes
latifundiários influentes em suas regiões recebiam o
controle da guarda e o título de “Coronéis”;
 Alguns relatos indicam que somente homens entre 21 e 60
anos com renda anual acima de 200 mil réis tinham
participação efetiva e controle de grupos da guarda.
Com a abdicação, os liberais tomariam o poder. A lei de 29 de novembro de
1832 – o Código do Processo Criminal – e o Ato Adicional de 12 de agosto
de 1834 seriam as últimas concessões liberais que os grupos dominantes
no poder estavam dispostos a fazer.

Da monarquia à república: momentos decisivos/Emília Viotti da Costa. –


6.ed. – São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.
❖ CRIAÇÃO DO CÓDIGO DO PROCESSO CRIMINAL EM 1832:

 Instituiu o tribunal do júri e ampliou o poder dos juízes de paz;


 Os juízes tinham autoridade para prender criminosos, apreender listas de votantes, presidir mesas
eleitorais e compor listas de jurados;
 Para ganhar prestígio, se aliavam a grandes latifundiários que controlavam a aplicação das leis
regionais.

❖ ATO ADICIONAL DE 1834 (PROPÔS IMPORTANTES ALTERAÇÕES À CONSTITUIÇÃO DE 1824):

 O Poder Executivo deveria ficar nas mãos de apenas um representante eleito, com eleições previstas
de quatro em quatro anos;
 O ato previa a substituição da Regência Trina por uma Regência Una, estabelecida por meio de voto
direto e secreto, porém continuava sendo censitário;
 Extinção do Conselho de Estado, órgão de assessoria do imperador criado pela Constituição de
1824;
 Cada província era autorizada a criar uma assembleia, que poderia controlar os impostos e os gastos
locais, bem como nomear seus próprios funcionários;
 O Senado manteve seus cargos vitalícios.
 A Cidade do Rio de Janeiro tornou-se um município neutro.
REGÊNCIA UNA – DIOGO FEIJÓ (1835 – 1837)

❖ Defensor das propostas do Ato Adicional de 1834, Feijó foi


eleito em 1835 para um mandato de quatro anos;
❖ O governo de Feijó foi marcado por um clima de insatisfação
política, econômica e social;
❖ Os partidos se organizaram em uma nova estrutura política,
divididos em regressistas e progressistas;
❖ Nesse período, eclodiram as duas maiores revoltas
regenciais, Cabanagem no Norte e Farroupilha no Sul;
❖ O desgaste entre o Executivo e o Legislativo agravou-se
ainda mais em 1837, quando as eleições para o Legislativo
resultaram na vitória de uma maioria regressista;
❖ Acusado de ser incapaz de reprimir os levantes provinciais e
de ser favorável ao casamento de padres;
❖ Em 1837, mediante a forte pressão sofrida, Diogo Feijó
renunciou ao cargo e o Poder Executivo foi assumido pelo
Senador Pedro de Araújo Lima, representante dos
regressistas;
REGÊNCIA UNA – PEDRO DE ARAÚJO LIMA (1837 – 1840)

❖ O último governo do período regencial foi marcado pelo acirramento das tensões políticas e sociais no
país;
❖ A lei interpretativa do ato adicional, criada em 1838, aumentou ainda mais os problemas:
 Retirava a autonomia legislativa das províncias, permitindo a anulação de leis provinciais pelo
governo central;
 Aumentou o poder de repressão do governo federal;
❖ Um ministério que representava os interesses da maioria regressista foi articulado por Araújo Lima;
❖ As revoltas provinciais preocupavam o governo vigente e ameaçavam o reestabelecimento da ordem;
❖ A aliança entre o Executivo e o Legislativo, além da liberação de verbas para os governos provinciais
ajudaram a reprimir quase todas as revoltas regenciais;
❖ As divergências e a instabilidade política se mantiveram, o que levou em 1838 ao surgimento do
Partido Liberal, originário dos antes progressistas, e em 1840 do Partido Conservador, originários dos
regressistas. Ambos representavam as elites nacionais sob perspectivas diferentes;
❖ Em 1839 o partido liberal começou a defender o projeto de antecipação da maioridade de Pedro de
Alcântara, apresentando-o como uma solução para a crise de governabilidade;
❖ A revolução Farroupilha no Sul, que separou politicamente o Sul do restante do país, influenciou a
promoção da maioridade do jovem sucessor.

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