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UNIRIO / CEDERJ
O México, anteriormente conhecido como Vice Reino da Nova Espanha, era um dos
territórios das américas mais lucrativos para a coroa espanhola com população girando em
torno de 6.000.000 de pessoas entre brancos, mestiços e índios. Porém a invasão napoleônica
de 1808 à Espanha transformou drasticamente a relação da metrópole com suas colônias,
inclusive a Nova Espanha, desencadeando assim o processo de independência nas colônias
americanas, cada uma com suas especificados e características. De certo que, a população já
ansiava por mudanças desde o implemento das reformas burbônicas do século XVIII, que
desagradou principalmente as elites locais, e com a deposição (ou usurpação do trono) de
Fernando VII em detrimento ao irmão de Napoleão, José Bonaparte, os Criollos da Nova
Espanha perceberam a oportunidade de implementar um novo regime de poder devido a
ausência do Rei. O movimento de independência do México despontou a partir de 1810 e
experimentou diversas estruturas políticas diferentes e vários grupos sociais, de etnias,
econômicas e status diferentes participaram da formação do estado nacional mexicano, as
camadas mais baixas imputariam seus interesses específicos ao mesmo tempo que a elite
Criolla buscava controlar o rumo dos movimentos e garantir seus privilégios. As revoltas de
Hidalgo e Morelo foram consideradas radicais de mais o que afastou a elite Criolla do
movimento, mas contaram com o apoio dos índios mestiços. Após a supressão das revoltas, a
administração da Nova Espanha adotou uma postura mais pacificadora, restaurando assim a
normalidade e convívio entre as classes, porém o desejo de independência e autonomia
permanecia ali, os Criollos ainda ansiavam por uma proposta de independência moderada,
que concedesse poder político e autonomia para eles. Com o retorno de Fernando VIII ao
trono em 1814, o despotismo real voltava a assombrar os mexicanos, porém, em 1820 a
revolução liberal espanhola, representada pelos militares e liberais descontentes com o
absolutismo de Fernando VIII, alimentou o prosseguimento do movimento independentista
na Nova Espanha, e em 1821 o coronel Agustín Itubirde, que havia participado da repressão
aos movimentos revolucionários anteriores, aliou-se aos rebeldes e constitui o chamado Plano
Iguala, definido a independência total do México, formação de um regime monárquico,
manutenção de estruturas sociais e econômicas, de certo propostas mais conservadoras assim
atraindo a elite Criolla e o clero, e fazendo da Nova Espanha o México independente em
1821.
Mesmo não sendo um colônia espanhola, o Brasil foi o único país experimentou a monarquia
no período imediatamente posterior a independência (1822-1889), enquanto todas as outras
colônias no continente tiveram um período muito efêmero de império, tanto o México de
Itubirde e a Argentina de Belgrano, experimentaram diversos modelos políticos e ambos
culminando na república, federalista ou unitária, de acordo com suas particularidades sociais
e econômicas, tal qual o México e suas zona de influência, como Buenos Aires na Argentina.
Questão 02:
Avalie as disputas entre federalistas e centralistas em torno da organização destes novos
estados durante a primeira metade do século XIX.
Resposta: Os federalistas e Unitaristas confrontaram-se duramente ao longo de toda a
formação dos estados nacionais no continente americano, e trataremos o caso específico da
Argentina e do México.
A Argentina não teve sua formação como unidade política e territorial logo depois da
independência. Pelo contrário, foi um longo percurso que durou de 1816 a 1880. O maior
desafio para formar o Estado Nacional, era o conflito dos centralistas bonaerenses e os
federalistas. Foi construído desta forma um antagonismo de regional entre Buenos Aires e o
interior platino, que orientou toda a política no século XIX. A Constituição de 1853, após o
fracasso de duas tentativas anteriores (em 1819 e 1826, ambas centralistas), apresentou a
solução que certamente orientou-se ao federalismo. A Constituição Argentina de 1853, é
primeira a reger a maior parte do estado – mas não todo, já que a província portenha se recusa
a fazer parte do novo governo, declarando-se independente, ou seja, ainda não há unidade
territorial. A consolidação territorial argentina só acontece com a reunificação, em 1862.
Mesmo com as diversas tentativas para solucionar cisão entre Confederação Argentina e
Buenos Aires, a solução final se deu através da Guerra. Urquiza e seus aliados federalistas
acabam derrotas pelo centralista Bartolomeu Mitre, governador de Buenos Aires, na Batalha
de Pavón, de 1861. Com a derrota, Mitre e os centralistas liberais ascendem ao poder
argentino, unificando (finalmente) o país.
O México também sofreu com na sua formação política, com o advento da república surgem
os desacordos entre os federalistas e centralistas, inicialmente os Federalistas conseguiram
maioria na constituinte e em 1824 promulgaram a primeira constituição mexicana, inspirada
no modelo dos Estados Unidos, dividindo o país em 19 estados e 4 territórios. Em 1836, o
General Santa Anna, ditador e centralista, promulgou as Siete Leyes, e com a suspensão da
Constituição de 1824 o país mergulhou na Guerra Civil, causando a proclamação das
Repúblicas de Yucatán, Rio Grande e do Texas. Fica claro que mesmo durante a república
centralista, o executivo nunca foi forte e comprovava a fragmentação política mexicana. A
perda da guerra e de territórios para os Estados Unidos só intensificou a instabilidade política
mexicana, e em 1857 com a promulgação da nova constituição, inicia o período conhecido
como La Reforma, onde estabeleceu-se uma forma de governo federalista (novamente) e
liberal para promover a constituição de um Estado-Nação no México. Uma possível
autonomia econômica e política das diversas províncias da américa espanhola fica
caracterizada nas disputas entre os federalistas e os centralistas.
Questão 03:
Explique o predomínio político e econômico da Província de Buenos Aires sobre as
demais, a partir da primeira metade do século XIX.