As formas de difusão do legado Grego e o impacto na sociedade
Os gregos ou helenos, como se auto intitulavam devido ao território da Grécia
antiga ser conhecida como a Hélade, e contribuíram à diversas áreas de conhecimento da civilização ocidental, os conceitos de filosofia, democracia, artes, teatro, arquitetura, entre outras são contribuições dos gregos. São as diversas as personalidades gregas que contribuíram e contribuem para nossa sociedade contemporânea, quem não conhece Heródoto, pai da História como conhecemos, os grandes filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles, este último considerado o pai da lógica, além das artes e das grandes epopeias, obras da dramaturgia helena. Além disso, a mitologia grega, que tinha como o objeto principal explicar alguns fatos, como a origem da vida, a existência de vida após a morte ou até fenômenos naturais. Utilizando de narrativas fantásticas com suas lendas e mitos para preservar sua história e costumes ao longo dos séculos e também na difusão de conhecimento. Heróis fantásticos como Aquiles, Perseu e Jasão, criaturas das florestas como ninfas, centauros e sátiros, criaturas das águas como sereias, serpentes do mar e monstros como Kraken, górgonas, ciclopes, são algumas das criaturas mitológicas, e os doze deuses do Olimpo, em seu panteão no alto da montanha mais alta da Grécia, o Monte Olimpo. Embora a cultura grega seja amplamente estudada e de certa forma conhecida pela maioria da sociedade, fora dos ambientes escolares e universitários não existe uma abordagem menos “fantástica” da cultura grega, no cinema, por exemplo, a cultura grega foi pano de fundo para diversas histórias de heróis, tais quais:
1. Tróia (2004) baseada na epopeia Ilíada, de Homero;
2. Imortais (2011) narrando a história de Teseu e o Minotauro e a guerra entre os Deuses Gregos e os Titãs; 3. 300 (2007) narra a Batalha de Termópilas, entre os 300 de Esparta liderados pelo Rei Leônidas contra os Persas; 4. Hércules (2014) e a fantástica missão do Semideus e os seus Doze Trabalhos; 5. Fúria de Titãs (1981) traz Perseu lutando com a Medusa (Górgona), Kraken e outras criaturas mitológicas; 6. Jasão e os Argonautas (1963) baseado no mito do Jasão e sua tripulação à bordos do Argo em busca do Tosão de Ouro, enfrentando criaturas como Hidra, Ciclope devorador de homens e a estátua de Talos; 7. Hércules (1997), quase sempre Hércules foi a cara da mitologia grega, e nessa animação dos estúdios Disney nos conta a jornada do herói em busca de sua história, destacamos as Musas Gregas, seres como sátiros, Pégaso, cérbero e os deuses do Olimpo.
Além de diversos outros filmes e séries que utilizaram a narrativa mitológica
grega como enredo para a trama. Infelizmente, existe a dualidade nessa forma de difusão, sendo o conhecimento acerca da mitologia grega atingindo uma grande parcela de pessoas que estão fora do ambiente acadêmico, porém, abordando apenas a estética mitológica e fantasiosa da civilização, ignorando as demais contribuições que os povos gregos antigos nos presentearam. Atualmente, um grande desafio para a comunidade de pesquisadores e cientistas é a de integração maior da sociedade com a ciência, além de quais métodos podem ser tomados para alcançar o público-alvo. Um dos passos possíveis para a integração é a utilização das ferramentas modernas para este fim, a divulgação científica precisa ser levada, de certa forma, às pessoas, não é possível que fiquemos esperando que, por iniciativa própria, o público visite museus, bibliotecas e simpósios, amplamente frequentados por acadêmicos. O uso da internet tem sido um grande motor de arranque para a difusão de conhecimento, mas ainda assim, parte da necessidade do público a se dispor de uma busca na rede mundial de computadores para localizar o item que deseja conhecer. Como vimos, a cultura helena já foi e ainda deverá ser alegoria para diversas produções audiovisuais vislumbrando o heroísmo e a fantasia dos mitos, porém temos uma certa escassez de produtos cinematográficos que nos tragam as contribuições reais e verdadeiras que eles nos deixaram, e mesmo existindo em números bem irrisórios, não atraem ou prendem o público. Assim, em meio do desafio de divulgar conhecimento sobre a Grécia Antiga ao um grande público despertando o interesse e curiosidade, surgiu a exposição “Legados da Grécia”, que atendendo a essa demanda, já esteve em exposição ativa em diversos shoppings centers pelo país. A exposição reúne mais de 150 artefatos e esculturas de objetos que hoje se encontram nos principais museus do mundo, onde o visitante vai encontrar os 10 principais legados que surgiram na Grécia e que ainda exercem sua influência no mundo moderno: Arquitetura, Artes Plásticas, Filosofia, Literatura, Medicina, Ciência, Política, Esporte, Teatro e Música. Uma delas é uma maquete do Parthenon, o mais famoso dos templos gregos, reproduzida nas cores originais. Já alguns dos principais personagens da história grega, como Vênus de Milo e Hércules estão presentes em réplicas de estátuas de tamanho natural, tal como podem ser apreciados nos principais museus do mundo. Os doze deuses do Olimpo também podem ser vistos, assim como uma réplica do famoso Pégaso, o cavalo alado. Entre os demais destaques estão o labirinto do Minotauro, o Oráculo de Delfos e um espaço especialmente destinado a contar a origem dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Há ainda um espaço sensorial, pensado para que pessoas com deficiência visual possam tocar nas diferentes texturas de frisos e frontões do Parthenon, com informações em Braile. De todos os povos da antiguidade clássica, os helenos se mostraram com a produção artística mais livre, e a exposição explora bastante esse tema, trazendo um pouco de tudo sobre esse povo tão genuíno e original. A exposição permite o visitante percorrer quatro mil anos de história da cultura grega. “É realmente uma viagem pela história. Tivemos o cuidado de selecionar os ícones mais representativos da cultura grega e apresentá-los de forma atrativa para o público de todas as idades”, conta Ana Brites, curadora da exposição. A originalidade e a ousadia da ideia já renderam bons números, já esteve em 16 cidades do Brasil e vista por mais de 6 milhões de expectadores em 3 anos de existência. O meio utilizado, instalada em shoppings centers, foi o elemento chave para atrair o interesse do público, não estando em museus, algo que muitos consideram chão ou entediante, mas, num local que é amplamente utilizado como lazer e altamente democrático, utilizado por todas pessoas de diversas esferas da sociedade, e utilizando de forma lúdica, com réplicas de produção artísticas reais e o mais importante, abraçou mitologia e os conhecimentos gregos na obra, além da possibilidade de interatividade entre as obras e o público. A exposição traz um trabalho de resgate histórico, artístico e com o uso das tecnologias da atualidade para facilitar o aprendizado de forma dinâmica e interativa para crianças e adultos, mostrando que divulgação científica pode ter diversas formas de ser abordada, reforçando o conceito de história pública mais inclusiva e democrática.
Aluno: Juan da Silva Lemos
Matrícula: 18216090044 Curso: Licenciatura em História Polo: Miguel Pereira História Antiga Avaliação à Distância 1