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UNIRIO / CEDERJ
ATIVIDADE PROPOSTA:
Esta atividade tem como objetivo geral introduzir os alunos no intenso debate sobre os
sentidos da patrimonialização de sítios e lugares de memória sensível, em curso no campo do
patrimônio. Para sua realização, os alunos devem assistir ao vídeo Memórias do Cais do
Valongo (acessível no link: https://www.youtube.com/watch?v=l-tGBG9_zBg) e responder
às questões colocadas nos roteiros de observação e análise a seguir.
PARTE 1 – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO:
4 – O vídeo conduz entrevistas com personalidades, como o professor Luiz Antônio Simas
que é escritor e historiador, é mestre em História Social pela UFRJ além de ter sido consultor
do MIS-RJ, que no vídeo traduz a importância do Cais do Valongo para a Cultura e Religião,
as Professoras Martha Campos Abreu e Hebe Mattos, doutoras em história pela UFF e pela
UNICAMP, respectivamente, ambas professoras da UFF e coordenadores de projetos
relativos à História Pública da Escravidão e contribuem com a história do Cais do Valongo
relativas a construção e utilização. Também tivemos a colaboração do Professor da Fundação
Educacional de Duque de Caxias - FFCLDC/FEUDUC-RJ, ressaltando os aspectos
econômicos e os impactos políticos posteriores a 1888 e o início do século XX. Além do
professor do PPGHA/UERJ, Maurício Barros de Castro, doutor em História Social pela USP
que revela a importância da Arte e da Musica na formação da sociedade carioca e o papel da
Pequena África nesse processo, Milton Guran, que é antropólogo e fotógrafo, foi ele quem
coordenou a indicação do Cais do Valongo à UNESCO para título de Patrimônio Histórico da
Humanidade, alcançado em 2017 e a história da capoeira formada aqui contada pelo Mestre
Neco do Pelourinho, do grupo de capoeira Só Angola Capoeira Group.
5 – Num país como o Brasil que tem uma desigual social e racial tão latente, transformar o
Cais do Valongo em Patrimônio da Humanidade representa uma grande vitória para memória
de diversos africanos e seus descendentes. A população negra que viveu durante anos
marginalizada tem seu direito à memória reconhecido com o Cais do Valongo, e também a
valorização da matriz africana nas origens cidade do Rio de Janeiro que vem sofrendo uma
"europeização" ao longo dos séculos. O Rio tem um título vergonhoso, de ter sido o maior
porto escravista das Américas e é importante nos lembramos, para impedir que ocorra
novamente. O Cais do Valongo, assim como todo o complexo da Pequena África são
heranças de um passado nem tão distante, mas que assentaram as bases da sociedade
brasileira, jogam luz ao nosso passado escravista que muitos ainda hoje tentam negar ou
suavizar, algo que nos deixou marcas como nosso racismo estrutural e a desigualdade. O
reconhecimento da memória é uma forma de defini-los como integrantes da nação brasileira,
importante na luta antirracista, já que não é possível oferecer uma reparação direta para
escravidão.