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Entre os principais teóricos republicanos que José Murilo aborda estão Alberto
Sales, Assis Brasil e Silva Jardim e inclui os positivistas Miguel Lemos e Teixeira
Mendes, já que doutrina que os influencia era a o que justificava a fundação da
república. Para eles, a república era uma síntese da ideia de Comte e Stuart Mill, o
positivismo, e inspirava-se no ideal do progresso contínuo da humanidade,
fundamentado na ordem e no conhecimento para alcançar o progresso.
O autor é enfático ao estabelecer que houve uma redução nos temas dentro do
republicanismo, muitos foram deixados de lado na metamorfose dos liberais radicais
para os republicanos, destacando a abolição dos escravos e a reforma agrária,
destacando assim que a principal preocupação no grupo republicano, em seu ponto de
vista e analise de fontes, era o estabelecimento de projeto político, este que era
concorrente ao projeto vigente, no caso a monarquia bragantina. É fato também que os
ideais republicanos brasileiros estavam impregnados do positivismo comteano e do
evolucionismo spenceriano, trocando as influências de liberais radicais por diversos
filósofos do individualismo e do biologismo. Comte foi muito atraente para os
republicanos, justamente por sua filosofia positivista e evolucionista, e que poderia ser
interpretada facilmente colocando a república num patamar acima da monarquia. Do
outro lado, Spencer, adepto a filosofia individualista e uma visão de república que seria
alcançada através da representação, divergindo de Comte, que pautava a república na
forma como se apresentava para sociedade.
Nas palavras do autor, o tripé do manifesto perdeu umas das pernas, restando
apenas a república e o federalismo, a democracia foi deixada de lado, Campos Sales se
apoiou nos governadores, resumidamente, nos estados para garantir a governabilidade,
ele tinha plena noção da utopia da democracia, os cidadãos foram substituídos pelos
estados, no que autor se refere como o federalismo engolindo a democracia. Foi
necessário deixar de lado de as utopias republicanas e as sociologias comteanas e
spencerianas para se recorrer uma verdadeira sociologia da realidade brasileira. O autor
deixa claro em sua análise, através da leitura das fontes históricas, que muito se pensou
em relação a república, tomando diversos exemplos externos e de outros países, tal qual
diversas correntes filosóficas e sociológicas, divergentes e convergentes, mas que
nenhuma delas representou êxito na prática, toda a teleológica da república dos
republicanistas brasileiros deve ser substituída por aspectos condizentes à realidade
brasileira, para construir uma república brasileira.