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UNIRIO / CEDERJ
Foi na efervescência revolucionária ao longo dos séculos XVIII e XIX, que a noção
de patrimônio cultural começou a ser debatida intensamente, devido à grande busca que
nações recém-formadas faziam para encontrar seus símbolos nacionais para constituírem sua
história pátria. Esses patrimônios deveriam ser identificados e protegidos da destruição. E,
essa importância histórica incumbida a esses monumentos que faz com que, segunda a autora:
“a noção de patrimônio pressupunha uma consciência de historicização e de ruptura com o
passado.” (CHUVA, 2009, p. 43). Com isso, a afirmação de uma identidade nacional
dependia da existência de símbolos materiais que expusessem a historicidade do processo de
formação da nação e que no momento de gênese do conceito do patrimônio cultural, fosse
algo que concebesse genuinamente a criação do estado nacional, uma herança dos povos.
Inicialmente, a monumentalização foi o principal conceito relativo patrimônio nacional no
mundo ocidental, que basicamente abrangeu apenas objetos arquitetônicos.
Até o final do século XIX os franceses tentaram apagar todos os itens que
remetessem ao absolutismo e a monarquia, construindo uma nova narrativa, das origens da
nação. Essa “nova” história nacional francesa trouxe a valorização do período medieval como
berço da ideia de nação, sendo repetida até que se tornasse verdade absoluta. Foi a
necessidade de classificar todos os bens da recém-criada nação francesa que em 1837 surgem
as primeiras diretrizes jurídicas e políticas acerca do classement, que é uma forma de arquivar
e catalogar os patrimônios culturais. A própria ideia de patrimônio cultural traria luz para
diversos objetos e de natureza distintas, mas com uma herança nacional em comum.
Para o Brasil dos anos 1920, em que muitos itens que remetiam a religiosidade, o
sagrado que deveria ser protegido e preservado longe do contato com o dito profano, tornou
muito comum que igrejas, e todos os demais itens que transportassem certa religiosidade
fossem consideradas monumentos e itens indispensáveis a formação do estado. A noção de
monumento é variável como foi abordado em ambos os textos, e o interesse de diversos
grupos é determinante para definir como monumento. Sendo o conceito de monumento
atrelado a aquilo que deve ser preservado que possui significado. Além da Igreja, como
vimos, outros diversos personagens sociais estão envolvidos com a determinação e mudanças
de itens tidos como monumentos, como a imprensa, escolas de artes, além de institutos
históricos, artísticos participando de diversos campos de conhecimentos (sociais, políticos,
econômicos, religiosos) criando e definindo os termos junto ao Estado (nação) para definição
de itens monumentalizados.
Referências Bibliográficas