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Centro de Articulação de Populações Marginalizadas

Cais do Valongo e o Centro histórico de Mbanza-Kongo: Patrimônio Mundial

Nos últimos dias 8 e 9 de julho as histórias das comunidades negras em diásporas pelo mundo voltaram seus olhos para dois pronunciamentos de
magnitude importância para suas histórias. Pois foi decretado como Patrimonial Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) o sitio arqueológico Cais do Valongo, no Brasil, e o sítios arqueológicos Mbanza-Kongo, em Angola. A notabilizadas dada pelo Comitê
do Patrimônio Mundial da UNESCO torna-os a patrimônios mnemônicos de resistências na lista de Patrimônio Mundial.
O Cais do Valongo, desenterrado em 2011 e reconhecido em 2013 pela UNESCO como um importante lugar de memória das diásporas africanas,
representa o lugar comum e um dos pontos de partidas para os debates em tornos das construções e disputas das memórias nacionais. O Cais, que em 1843
também recebeu o nome de Cais da Imperartiz como uma tentativa de apagamento da memória da história da escravidão no Brasil, recebeu mais ao menos
1.000,00 de africanos escravizados até a primeira metade do século XIX na cidade do Rio de Janeiro, o que faz do local um testemunho singular das diáspora
forçadas dos negro africanos sem igual no mundo.
Já o Centro Histórico Mbanza-Kongo, em Angola, foi a capital política e religiosa do antigo Reino do Kongo (região no continente africano onde hoje estão
localizados atualmente os países Gabão, República do Congo, Angola e República Democrática do Congo), Mbanza-Kongo é sinonimo de profundas trocas causada
pela introdução do cristianismo e chegada dos portugueses no final do século XV, (na região da África Central). Tais patrimônios, nos possibilitam reconstruir, por
meio dos vestígios deixados, pontos de investigações das construções coletivas dos grupos afrodescendente como pressuposto para a construção de suas
memórias. Uma vez que os fluxos de seus portos faziam as ligações além atlânticas entre os dois países no período do tráfico negreiro. Assim, ambos os sítios
arqueológicos possibilitam as conexões mnemônicas coletivas e ressaltam as forças dos diferentes pontos de referências das histórias das comunidades negras
que dão suporte a nossa memória e que a inserem na memória da coletividade, fomentando, intensamente, a lei 10.639/3 que prevê o ensino da História das
Clturas Afro-brasileiras e Africanas.

Sitio Arqueológico Cais do Valongo- Brasil Sitio Arqueológico Mbanza-Kongo- Angola

Babalawô Ivanir dos Santos*

*Doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselheiro Consultivo do Cais do Valongo.

Rua da Lapa, 200 sala 803 – Centro – RJ – Brasil – CEP: 20021-180


Telefones: (21) 2232-7077 / 2242-0961 / 2224-8530

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